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Anderson Roberto Santos Júnior RA 213126 8T - NOTURNO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE ___ DO ESTADO DE ______

Antenor, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), incerto na cédula de Rg nº


__________, e no CPF sob nº______________, (endereço), endereço eletrônico ...@..., por
seu advogado infra-assinado (doc. Anexo 01), endereço eletrônico ...@..., vem mui
respeitosamente à presença de vossa excelência, com fundamento no artigo 5º, LXIX, da
Constituição Federal e Lei nº 12.016/09, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM
PEDIDO DE LIMINAR, contra ato do Senhor Delegado de Polícia Civil, pelas razões de
fato e direito a seguir expostas:

1 - DOS FATOS

Antenor, teve seu veículo subtraído e posteriormente localizado e apreendido em auto


próprio, instaurando a autoridade policial, o regular inquérito, já que estabelecida a autoria.
Requereu a liberação do veículo, indiscutivelmente de sua propriedade o qual fez prova com
documentos em seu no anexado (doc. Anexo), o que foi indeferido pelo delegado de polícia
civil local, a afirmação de que só será possível a restituição depois do processo penal transitar
em julgado, conforme despacho cuja cópia está em seu poder.

2 - DO DIREITO
Anderson Roberto Santos Júnior RA 213126 8T - NOTURNO

Excelência, a segurança deve ser concedida. De fato, pois faz jus ao inciso LXIX do
artigo 5º da nossa constituição que nos traz:

“LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público; “

Sendo assim fica mais que provada a legitimidade, em face do senhor delegado de
polícia....., sendo que também atinge o direito líquido e certo do impetrante, todavia este foi
ferido, sendo que o carro é de como provado no anexo (doc. Anexo 02), é do senhor Antenor.
É o caso da vertente. O art. 118 do CPP estabelece que o objeto deve permanecer
apreendido no feito quando ainda há interesse para o processo.
Segundo a jurisprudência do TJ-MT:
APELAÇÃO CRIMINAL - VEÍCULO APREENDIDO -1) PEDIDO DE
RESTITUIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - BEM UTILIZADO EM SUPOSTA
PRÁTICA DO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS - INTERESSE À
INVESTIGAÇÃO E AO PROCESSO – NOMEAÇÃO DO LEGÍTIMO
PROPRIETÁRIO COMO FIEL DEPOSITÁRIO - POSSIBILIDADE PARA
EVITAR A DEPRECIAÇÃO DO BEM - TERCEIRO DE BOA-FÉ - RESTRIÇÃO
DE ONERAÇÃO, ALIENAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DO BEM ATÉ
JULGAMENTO DO PROCESSO PRINCIPAL – 2) ISENÇÃO DO PAGAMENTO
DE EMOLUMENTOS OU TAXAS INCIDENTES SOBRE A GUARDA DO
VEÍCULO – NECESSIDADE - APELO EM PARTE PROVIDO, EM PARCIAL
CONSONÂNCIA COM O PARECER DA D.PGJ.
1 - É inviável, antes do trânsito em julgado da sentença, a restituição de bem
apreendido, salvo quando não mais interessar ao processo, conforme dispõe o artigo
118 do CPP. Demonstrado que a veículo apreendido é de propriedade de terceiro de
boa-fé, mostra-se cabível a liberação do bem mediante assinatura de termo de
depositário fiel até o julgamento final do processo criminal, sobretudo para
assegurar melhor conservação e evitar a depreciação do veículo.
2 - A restituição de veículo apreendido mediante pagamento de despesas com a
remoção e estadia só se aplica aos casos de recolhimento do bem por infração de
trânsito, não se justificando a referida cobrança na hipótese de apreensão pela
autoridade policial ou judicial para a apuração de crimes.

(N.U 1004847-50.2022.8.11.0042, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS,


RONDON BASSIL DOWER FILHO, Terceira Câmara Criminal, Julgado em
28/09/2022, Publicado no DJE 11/10/2022)

É desnecessária a manutenção da apreensão do automóvel.


Ademais, o impetrante demonstrou documentalmente ser o proprietário do bem, nos
termos dos Artigos 119 e 120 do CPP.
Logo, é injurídica a negativa de restituição do automóvel ao impetrante, violando
direito líquido e certo.

Segundo a voz corrente do doutrinador Calamandrei, o fumus boni iuris é:


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“cognição cautelar se limita em cada caso a um juízo de probabilidade e de


verossimilhança. Declarar a existência do direito é função do processo principal: em
sede cautelar basta que a existência do direito pareça verossímil, ou seja, melhor
dizendo, basta que, segundo um cálculo de probabilidade, se possa prever que o
procedimento principal declarará o direito em sentido favorável àquele que requeira
a medida cautelar.” (CALAMANDREI, Piero. Introdução ao estudo sistemático dos
procedimentos cautelares, p. 99, 2015 - SP)

A fumaça do bom direito está clara pela farta prova documental que acompanha essa
impetração, bem como pela inquestionável desnecessidade de manter a apreensão do
automóvel. O perigo na demora reside no fato de o impetrante necessitar do automóvel, sendo
de rigor a concessão da liminar, na forma do art. 7º, III, da Lei 12.016/2009.

2 - DO PEDIDO

Diante do exposto, ante a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora,


requer seja concedida a medida liminar com a determinação de liberação do veículo ao
impetrante. Após as informações prestadas pela Autoridade coatora, bem como parecer
do Ministério Público, requer seja definitivamente concedida a segurança, confirmando-
se a liminar, como medida de Justiça.
Dá-se à causa, para fins meramente fiscais, o valor de R$ 10.000,00.

Nestes termos,
pede deferimento

Local e data.
_____________________________
ADVOGADO
OAB Nº
Anderson Roberto Santos Júnior RA 213126 8T - NOTURNO

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