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ESTUDO DE CASO CLÍNICO

EDIVANE DA SILVA LINHARES


PIEDADE VENÂNCIO DA SILVA
POLYANA FERREIRA DA SILVA
SUELY DOS SANTOS SANTANA
SUELENY CUNHA MOREIRA

Estudo Realizado na Unidade Básica de Sáude - Rosa dos ventos

Trabalho apresentado como parte dos


requisitos para conclusão do Estágio
Supervisionado I do Curso de Graduação
em Enfermagem no Centro Universitário
Estácio Goiás.

Docente: Neusa Rodrigues Rocha

GOIÂNIA
2023
1. INTRODUÇÃO

Acidentes de trânsito é um problema de saúde pública, principalmente nas


grandes metrópoles, fruto do aumento de carros , do estresse do cotidiano e de outros
fatores como condições inadequadas das vias e estradas, excesso de velocidade e
desrespeito à sinalização e às normas de segurança, consumo de bebida alcoólica pelos
condutores de automóveis.
“Muitas pessoas comparam - e com razão - as perdas de vidas, as lesões e
incapacitações provocadas pelos acidente de trânsito com aquelas resultantes das
de uma guerra. Talvez sendo até pior, porque mesmo nas guerras existem períodos
de paz e trégua”. ( Reis & Ribeiro, 2002)
Por isso, como profissionais da saúde, nossa contribuição para prevenção da
violência de trânsito é de grande valia para a vida da população, pois promove ações de
educação em saúde, nas escolas, unidade de saúde, centros comunitários ou associação
de moradores.
Dentre as atribuições do enfermeiro, o planejamento da assistência de
enfermagem envolve um processo deliberado e sistemático, tendo como focos, a
qualidade da assistência prestada e a segurança do paciente. Porém, para que a
assistência de enfermagem seja efetivamente realizada é necessário, primeiramente, que
o enfermeiro tenha adquirido conhecimento e competências necessárias para realizar a
coleta de dados, a interpretação dos mesmos e posteriormente a tomada de decisão das
ações que serão realizadas e, neste contexto, o enfermeiro realiza o planejamento da
assistência de enfermagem por meio do julgamento clínico, sendo que este se define
como o ato de implementar, concluir sobre os problemas e as necessidades do paciente,
agir sobre a saúde do paciente para que se alcance os resultados positivos de saúde
(TANNER, 2006, p. 113). Por meio da Resolução COFEN 358/2009, estabelece a SAE
(Sistematização da Assistência de Enfermagem) como função privativa do enfermeiro,
devendo ser aplicada em todas as áreas da assistência. (KOERICH, 2007).
A técnica de Figueiredo trata de uma técnica cirúrgica desenvolvida pelo Dr.
Leandro Figueiredo para tratamento de lesões complexas com grandes perdas cutâneas,
sem o uso de área doadora. Promove cobertura e proteção imediatas ao ferimento,
evitando a morte tecidual subjacente e, consequentemente, amputações de membros
acometidos.
TF é também extremamente eficaz no tratamento de infecções, evitando
amputações por causas infecciosas, como osteomielites agudas e crônicas. Usa uma
prótese de polipropileno que é colocada sobre a área da lesão, promove proteção e
estímulo para a sua cicatrização por segunda intenção. O curativo é feito com gaze
estéril e micropore. A primeira troca ocorrerá somente após cinco ou sete dias. Durante
esse período há formação de exsudato líquido que umedece o curativo de forma
discreta . Após a primeira semana não há mais exsudato, e sim formação de tecido de
fibra que gradativamente é substituído pelo tecido de granulação, que preenche toda a
área perdida e confere o formato original da parte lesionada”. ( Scielo Brasil 2021).

2 OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo, aspectos éticos importantes,
salvaguardando a autonomia do paciente e buscando unicamente a melhoria de sua
saúde e de sua qualidade de vida e recuperação da lesão causada pelo acidente.

3 METODOLOGIA
O presente trabalho consiste em um estudo de caso - relato de caso clínico que
se baseia em na metodologia descritiva qualitativa. Foi utilizado a taxonomia de
NANDA Internacional que é uma organização profissional em terminologia
padronizada de enfermeiros interessados em terminologia padronizada de enfermagem
(2012 - 2023) para aplicação da sistematização da assistência de enfermagem , sem
trazer informações que permitam a identificação do paciente por terceiros. Os dados
foram obtidos por meio de entrevista com a paciente e revisão em prontuário.

4 ANAMNESE
G. T. S. Femenino, 29 anos, parda, casada, três filhos, auxiliar de escritório, ensino
médio incompleto, moradora no Setor Alvorada Sul, Aparecida de Goiânia, casa própria
de alvenaria, saneamento básico (cisterna/fossa), Cristã Evangélica.
Vítima de acidente automobilístico, com lesão física em MID. Nega, etilismo,
tabagismo, comorbidades, cirurgias prévias, alergia medicamentosa, em uso tramadol
(dor) e injeção noregyna (anticoncepcional). Relata que não pratica esportes e que
desconhece comorbidades dos pais.
Paciente relata que foi vítima de acidente automobilístico no dia 29 agosto de
deste ano, quando retornava do trabalho acompanhado do esposo, sofrendo lesão em
MID. Foi encaminhada ao Hospital de Urgência de Aparecida de Goiânia (HUAPA),
onde permaneceu internada por oito dias, realizou duas cirurgias, a primeira para
instalação de fixadores externos e a segunda para retirada e fixação interna definitiva.
Recebeu alta e retornou à unidade hospitalar após 30 dias para o retorno médico, onde
foi verificado que ferida operatória estava apresentando infecção e necrose. Foi
novamente encaminhada para novo procedimento cirúrgico, para retirada de tecido
desvitalizado e realização de técnica de curativo de Figueiredo. Atualmente está
realizando troca de curativo na UBS Rosa dos Ventos e aguardando retorno cirúrgico
para nova avaliação para saber se irá retirar ou continuar com a técnica de Figueiredo.

5 EXAME FÍSICO
Consciente, orientada em tempo e espaço, verbalizando. Aos SSVV, afebril,
normotenso, normocardico, eupneico, respiração espontânea em ar ambiente.

PA:110x60 mmHg, FC: 74bpm, FR: 17irpm, TAX: 36,5C, DOR/EVA: 6 HGT:79 md/dl.

AO EXAME FÍSICO: pele íntegra, corada, hidratada, cabeça simétrica, couro cabeludo
preservado. Olhos simétricos, pupilas isocóricas, acuidade visual preservada. Orelhas
simétricas sem lesões, cavidade nasal com mucosa hidratada e corada, cavidade oral
higienizada, integridade odontológica preservada,alimentação e ingesta hídrica
adequadas.Pescoço,sem presença de nódulos. Tórax simétrico com expansividade
respiratória normais. Abdome plano, sem lesões de pele, cicatrizes, peristalse não
identificável à inspeção. RHA + nos quatros quadrantes, ausência de timpanismo e
macicez em flancos. Intestino funciona normalmente, SIC. Membros superiores
(MMSS) sem lesões ou edema, membro inferior esquerdo (MIE), sem edemas, sem
restrição de movimentos, MID sem edema com presença de curativo oclusivo,
dificuldade da marcha devido ao procedimento realizado.

6 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Domínio 11, Segurança/proteção| Classe 1, Infecção.
Risco de infecção relacionado a alteração da integridade da pele evidenciado por
procedimento invasivo.
Domínio 4, Atividade/repouso | Classe 2, Atividade/exercício.

Mobilidade física prejudicada caracterizado por marcha alterada associado a restrição de


mobilidade prescrita.

Domínio 11, Segurança/proteção| Classe 2, Lesão física.

Risco de disfunção neurovascular periférica relacionado a fraturas ósseas.

Domínio 11, Segurança/proteção | Classe 1, Lesão Física .

Risco de queda em adulto relacionado à mobilidade física prejudicada.

7 PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM
Paciente deve apresentar melhora para quadro de risco de infecção em até 7 dias.
Paciente deve voltar a deambulação sem auxílio de muletas após liberação médica.
Paciente deve realizar medidas de segurança conforme orientação da equipe
multiprofissional.
Paciente deve apresentar melhora da ferida operatória em até 15 dias.

8 IMPLEMENTAÇÃO DE ENFERMAGEM
Orientar o paciente quanto às expectativas de melhoras do campo cirúrgico.
Examinar condições de incisão e curativo, diariamente.
Monitorar sinais e sintomas de infecção (edema, hiperemia, calor, rubor, hipertermia),
diariamente.
Orientar a paciente e acompanhante quanto ao risco de queda.
Encorajar o paciente quanto a importância do curativo diário.
Supervisionar campo cirúrgico
Realizar em técnicas assépticas o curativo na ferida operatória.

10 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM
Paciente no dia 18/11/2023 deu entrada novamente no hospital para segunda avaliação,
ferimento com sinais de infecção. Avaliada pelo médico, o qual deu alta hospitalar no
dia 19/11 para realizar o tratamento em casa.
CIPROFLOXACINO 500mg 2x ao dia por 14 dias;
CLINDAMICINA 300mg 8/8h por 14 dias.
11 CONCLUSÃO
Neste trabalho abordamos alguns fatores relacionados ao acidente de trânsito.
Concluindo que acidente de trânsito não é coisa natural, não precisa ocorrer e podem ser
prevenidos, com medidas simples e fáceis, que no entanto, envolvem mudanças na
mentalidade e comportamento de todos. Sendo assim, para corrigir esse dano, é
necessário ações de educação em saúde na conjugação entre governos e sociedade.
Tendo como princípios fundamentais promover medidas de segurança no trânsito que
tragam resultados positivos que possam minimizar danos e agravos à saúde.
12 FERIDA COM SINAIS DE INFECÇÃO

FERIDA DA PACIENTE

Os principais sintomas de uma lesão infectada são: secreção amarelada ou com mau
cheiro saindo da ferida; agravamento da dor, vermelhidão e inchaço local; mudanças no
tamanho e na cor do ferimento e em alguns casos, febre.
Ciclo vicioso da infecção é composto por 4 fatores cronificadores que podem retardar a
cicatrização:
BACTÉRIAS

Se multiplicam é formam biofilme em poucos dias


BIOFILME

Estimula a inflamação, ( detritos, produção de exsudato) e atrasa a cicatrização.


Biofilme, ou agregados bacterianos, são micro-organismos incorporados em uma
barreira fina e pequena de açúcares e proteínas. Esta barreira protege os
micro-organismos do sistema imunológico natural do paciente e de muitos agentes
antimicrobianos. O biofilme pode formar uma ferida em cerca de 24 horas.

EXSUDATO

Atrasa a cicatrização ao manter a proliferação bacteriana e do biofilme.

ESFACELOS

Favorecem a proliferação bacteriana.

O tipo de cobertura mais indicado nesse caso é o PHMB.


O PHMB, um agente antimicrobiano com amplo espectro de ação contra
microorganismos como bactérias, fungos, leveduras e biofilme.

O PHMB rompe o ciclo vicioso da infecção ao romper todos esses fatores através de
uma ação combinada:

ANTImicrobiana
Meio úmido ideal para cicatrização
Não adere
Remoção sem trauma
Ação antimicrobiana

ANTIbiofilme
Quebra a membrana do biofilme
Elimina as bactérias do biofilme

Limpeza completa
Absorção e retenção do exsudado
Alteração eletrostática dos esfacelos e bactérias
Promove a hemostasia (pequenos sangramentos)
Resistência, remoção em peça única.
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM ( COFEN). Resolução COFEN n°


358/2009, estabelece a SAE, Sistematização da Assistência de Enfermagem.

HERDMAN, T. H. KAMITSURU, S.; LOPES, C. T. (org.). Diagnósticos de


enfermagem da NANDA-1: definições e classificação - 2021-2023. 12° ed. Porto
Alegre: Artmed, 2021.

Práticas de Enfermagem Ensinando a Cuidar em Saúde Pública e-mail:


difusao@difusao-online.com.br DIFUSÃO ENFERMAGEM
www.difusao-online.com.br

https://www.scielo.br/j/rbort/a/rdYjTg3xXVmzXvVBvF5fzLL/?lang=pt Uso da prótese


de polipropileno no tratamento de lesões de ponta de ponta de dedo. Descrição da
técnica cirúrgica e resultados.

https://www.curatec.com.br /curatec-gel-com-phmb

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