Estudo de Caso Final HGG

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ DE GOIÁS

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CAROLINE SILVA DA LUZ


FRANCISCA LENE CARVALHO DA COSTA
RAPHAELA MARIANA SANTOS

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM


DIAGÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA:
ESTUDO DE CASO

Goiânia, Goiás
2023
1. INTRODUÇÃO

A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é uma síndrome complexa caracterizada por


falência do coração e incapacidade deste de propiciar suprimento adequado de sangue para
atender às necessidades metabólicas dos tecidos na presença de pressões de enchimento normais
ou fazê-lo somente com pressões de enchimento elevadas (Resende; Rassi; Corrêa, 2010).

Estudos de prevalência estimam que 23 milhões de pessoas no mundo têm IC e que dois
milhões de casos novos são diagnosticados anualmente (Saúde.Gov, 2020). O aumento na
incidência de IC está relacionado aos avanços terapêuticos no tratamento do infarto agudo do
miocárdio, da hipertensão arterial e mesmo da IC, o que ocasiona maior sobrevida e,
consequentemente, aumento da prevalência e de internações hospitalares por essa síndrome,
gerando altos custos para países cuja população idosa é crescente. Por isso, a IC é reconhecida
na atualidade como um importante problema de saúde pública (Resende; Rassi; Corrêa, 2010).

Segundo dados do DATASUS, há no Brasil cerca de dois milhões de pacientes com IC,
sendo diagnosticados 240 mil casos por ano. As projeções indicam que, em 2025, o Brasil terá
a sexta maior população de idosos, aproximadamente, 30 milhões de pessoas (15% da
população total). Isso deve resultar na multiplicação dos casos de IC e dos gastos com essa
síndrome (Sociedade Brasileira De Cardiologia, 2002).

Múltiplos fatores de riscos estão presentes simultaneamente e precedem o surgimento


da IC, o que torna difícil selecionar a causa básica e definir ações específicas de planejamento
de saúde, de modo a reduzir sua incidência. Apesar do reconhecimento crescente sobre a
importância que a IC vem adquirindo, em nosso meio, há carência de dados epidemiológicos,
clínico e terapêutico sobre a doença, o que dificulta a definição de prioridades para elaboração
de estratégias preventivas. (Resende; Rassi; Corrêa, 2010).

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

Aperfeiçoar a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) ao


paciente com diagnóstico médico de insuficiência cardíaca congestiva, por meio do estudo de
caso realizado durante estágio em rede hospitalar.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Coletar os dados do paciente por meio da anamnese e exame físico;

- Organizar as informações coletadas, planejar e implementar os cuidados necessários para


melhorar a qualidade de vida do paciente, fundamentada na Sistematização de Assistência de
Enfermagem.

3. METODOLOGIA

Trata-se de um relato de caso de caráter descritivo, realizado pelos acadêmicos de


Enfermagem do 10º período de uma universidade privada localizada em Goiânia/GO, ao
paciente usuário do SUS com diagnóstico médico de Insuficiência Cardíaca Congestiva
internado em clínica médica do Hospital Estadual Doutor Alberto Rassi – HGG, localizado na
cidade de Goiânia no estado de Goiás, no período de estágio curricular na rede hospitalar,
durante o segundo semestre de 2023

A coleta de dados desse trabalho foi realizada pelas acadêmicas com a supervisão de
sua professora preceptora. Utilizou-se os seguintes instrumentos: prontuário eletrônico e
entrevista durante internação hospitalar aplicada diretamente ao paciente que possuía
acompanhante. O relato de caso não tem a necessidade de passar pelo Comitê de Ética e
Pesquisa segundo resolução nº 466/2012, ainda assim, as pesquisadoras, comprometem manter
sigilo dos dados do paciente e parar a pesquisa caso haja negação ou constrangimento do mesmo
durante a avaliação.

O tema de ICC foi escolhido pelas acadêmicas por ser uma síndrome que tem aumentado
sua incidência durante os anos, e por isso o interesse em intervir na assistência aos pacientes
acometidos com cuidados elaborados para a individualidade de cada um, para que os resultados
alcancem a qualidade de vida da melhor maneira.

Segundo Cervo, Berviar e Silva (2007), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa
e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipula-los. Para a construção do Processo de
Enfermagem, utilizou-se: Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e
classificação 2021-2023. Porto Alegre: Artmed e artigos científicos encontrados em bases de
dados de pesquisa científica
4. DESENVOLVIMENTO

4.1 ANAMNESE

V.R.C, Nascido em 21/09/1960, natural do estado da Bahia, mora atualmente em Trindade-


Goiás, com esposa e sem filhos, trabalha na zona rural em uma fazenda agrícola, nega uso de
medicações de forma contínua, mas sem histórico de ir ao médico. Refere que há cerca de 12
dias começou a sentir fadiga e dor no peito, anasarca, dispneia aos moderados esforços e
ortopneia, alega perda de peso, falta de apetite. Relata também ser a primeira vez que teve tais
sintomas. Procurou atendimento em Trindade onde permaneceu internado por dois dias,
transferido para São Luiz e somente então transferido para o Hospital HGG em, 24/08/2023.
Relata ter tido contato com Barbeiro, mas alega não saber se tem chagas, ou qualquer outro
familiar que tenha. Apresenta abdômen globoso, com ascite, indolor a palpação superficial e
profunda. Hepatomegalia. Nega febre ou hipertermia, tosse ou qualquer outro sintoma
associado. Antecedentes pessoais nega comorbidades, cirurgias prévias, ex etilista parou em
2011, ex tabagista fumava fumo de rolo por 24 anos, parou em 2015, não realiza atividades
físicas, nega alergia. Eliminações urinárias e fecais preservadas, ausência de insônia, relata
ansiedade pelo fato de estar internado.

4.2 EXAME FÍSICO

Paciente consciente e orientado em tempo e espaço, ansioso comunicativo e


colaborativo. Pele íntegra e ressecada, normocorada e anictérica. Crânio normocefálico, couro
cabeludo sem alterações, cabelo hidratado. Olhos simétricos, pupilas isocóricas, visão
preservada. Orelhas implantadas, audição preservada. Boca simétrica, mucosa hidratada e
normocorada, dentição presente, dieta via oral com baixa aceitação. MMSS simétricos
perfundidos e aquecidos, pulsos periféricos rítmicos, afebril (TAX= 36.6ºC). Tórax simétrico,
expansivo bilateralmente, normotenso PA: 112/70mmHg, normocárdico FC: 78pm, bulhas
normofonéticas, eupneico, RHA+, respira em AA, FR; 18rpm, SPO2= 94%. Abdômen globoso,
indolor a palpação, massa palpável em QSD evidenciado pela hepatomegalia, eliminações
fisiológicas espontâneas (SIC). MMII edemaciados, marcha lenta, movimentos preservados,
porém diminuídos, deambula sem auxilio, pulseira de identificação legível.
4.3 SISTEMATIZAÇÃO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE)

4.3.1 Intervenção de Enfermagem:

4.3.1.1 Coleta de dados: movimentos preservados, porém diminuídos

4.3.1.2 Diagnóstico de Enfermagem

- Domínio 4: Atividade/ Descanso – Classe 2: Atividade/ Exercício

Mobilidade física prejudicada relacionada ao estilo de vida sedentário, caracterizada pela


amplitude de movimentos diminuída.

4.3.1.3 Planejamento de Enfermagem

-Meta: Paciente deve apresentar melhora na amplitude de movimentos em 15 dias;


-Objetivo: Melhorar o estilo de vida.

4.3.1.4 Implementação de Enfermagem

- Encorajar o paciente a realizar atividade física diariamente_______________________ M.

- Orientar o paciente quanto a necessidade de mudança do estilo de vida ______________ M.

- Solicitar fisioterapia motora para realizar exercícios resistidos e assistidos ____________1x

4.3.1.5 Avaliação de Enfermagem

Paciente hemodinamicamente estável, apresenta melhora em macha e movimentos.

4.3.2 Intervenção de Enfermagem:

4.3.2.1 Coleta de dados: dispneia ao esforço

4.3.2.2 Diagnóstico de Enfermagem

Domínio 4: Atividade/ Descanso – Classe 2: Atividade/ Exercício

Tolerância de atividade diminuída relacionado a estilo de vida sedentário e adultos mais velhos,
caracterizado por dispneia ao esforço.

4.3.2.3 Planejamento de Enfermagem

-Metas: Paciente deve obter melhora quanto a dispneia em 24h.


-Objetivo: Paciente melhorará o estilo de vida

4.3.2.4 Implementação de Enfermagem

- Monitorar desconforto respiratório e nível de consciência _____________________Contínuo

- Manter O2 suplementar em cateter nasal tipo óculos 3L/min _______________________S/N

- Elevar a cabeceira a 45º para melhorar desconforto respiratório_________________ Contínuo

- Solicitar fisioterapia respiratória por meio de parecer para realizar exercícios respiratórios a
fim de fortalecer a musculatura acessória _________________________________________1x

- Administrar medicação (Broncodilatadores) _______________ Conforme prescrição médica.

- Aferição dos sinais vitais (Atentar para FC/FR e Sat O2), comunicar ao Enfermeiro alteração
na clínica do paciente ______________________________________________________6/6h.

- Orientar o paciente sobre a importância da mudança no estilo de vida para reabilitação da


saúde ____________________________________________________________________ M

- Estimular a deambulação conforme disposição do paciente ______________________M T N

4.3.2.5 Avaliação de Enfermagem

Paciente hemodinamicamente estável, com melhora satisfatória no edema de MMII, melhora


em quadro respiratório diante esforços.

4.4 ESCALAS DE AVALIAÇÃO DO PACIENTE:

Para contribuir com a avaliação criteriosa do paciente com ICC e garantir uma
assistência eficaz, as pesquisadoras classificaram o paciente por meio da utilização das escalas
de classificação do paciente. Verificou-se que não havia risco para lesão por pressão e risco
baixo para queda, quando aplicado as Escalas de Braden e Morse respectivamente e por isso o
grau de dependência do paciente era mínimo segundo a Escala de Fugulin. A escala de dor do
paciente foi negativa, no nível de consciência não existe comprometimento segundo a Escala
de Glasgow, a Escala de News mostra que o paciente não possui deterioração clínica e o sítio
de inserção do AVP encontra-se íntegro e sem sinal de flebite, constatados pela escala de
Maddox/ Flebite.
Paciente hemodinamicamente estável, com melhora satisfatória no edema MMII, relata que
após a mudança do estilo de vida apresentou melhora no quadro respiratório, relata ter voltado
com a alimentação adequada, apresentado ganho de peso, relata ter diminuído o quadro de
dispneia. Após avaliação médica o paciente recebeu alta hospitalar.

5. CONCLUSÃO

Neste trabalho abordamos a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), onde levantou-se


dados inerentes para o tratamento do paciente acometido com tal enfermidade. Para isso,
utilizou a aplicação de instrumentos semiestruturados, a fim de aprofundar o conhecimento
sobre a doença, como também garantir uma assistência de enfermagem integral.

Percebeu-se a importância da sistematização de assistência de enfermagem no ICC, pois


a partir dessa prática as pesquisadoras interviram conforme a necessidade do paciente. Assim,
foram realizadas as orientações sobre a importância da atividade física, necessidade de mudança
de estilo de vida, atentar-se quanto a presença de sinais flogísticos, bem como, incentivo a uma
boa alimentação e ingesta hídrica, mudança no estilo de vida, com vistas a adquirir melhora no
quadro clínico.

Evidenciou -se também os riscos do paciente durante a internação hospitalar por meio
da aplicação das escalas de avaliação do paciente, a fim de prevenir riscos à saúde e contribuir
para menor tempo de internação, pois torna-se possível realizar condutas prévias que garantem
a segurança do paciente. Assim, neste estudo de caso, alcançou-se os objetivos estabelecidos
previamente, foi possível fazer a coleta dos dados necessários para organizar a assistência
pertinente às necessidades do paciente.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA. R. Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: Definições e Classificação - 2021-2023. Porto
Alegre: Artmed, 2021.

Protocolos Clínicos e Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o diagnóstico e


tratamento da insuficiência cardíaca. SAÚDE.GOV. - 2020. Disponível em
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-
pcdt/arquivos/2022/portal-portaria-conjunta-no-17-_diretrizes-brasileiras-icfer_-1.pdf . acesso
em 20.set. 2023.
Resende Nogueira, P; Rassi, S; Sousa Corrêa, K. Perfil epidemiológico, clínico e terapêutico
da insuficiência cardíaca em hospital terciário – UFG. 2010. Disponível em
https://doi.org/10.1590/S0066-782X2010005000102 . Acesso em 14 set.2023.
Revisão das II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o diagnóstico e
tratamento da insuficiência cardíaca. Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2002. Disponível
em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2002/7905/IIDiretrizes.pdf . Acesso em 20 set.
2023.

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