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Aula 00
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
CURSO DE ENFERMAGEM
SUMÁRIO
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ................................................................................................ 1
CURSO DE ENFERMAGEM ................................................................................................................. 1
1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS .................................... 2
1.1 - CLASSIFICAÇÃO .......................................................................................................................... 3
1.2 - AMEBÍASE .................................................................................................................................. 6
1.3 - ANCILOSTOMÍASE (AMARELÃO) ............................................................................................... 9
1.4 - ASCARIDÍASE ........................................................................................................................... 12
1.5 - ENTEROBÍASE (OXIURÍASE) ..................................................................................................... 14
1.6 - ESCABIOSE ............................................................................................................................... 16
1.7 - TENÍASE/ CISTICERCOSE .......................................................................................................... 18
1.8 - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA........................................................................... 21
1.9 - ESQUISTOSSOMOSE ................................................................................................................ 23
1.10 - FILARÍASE POR WUCHERERIA BANCROFTI ............................................................................ 28
1.11 - GIARDÍASE ............................................................................................................................. 30
1.12 - DOENÇA DE CHAGAS ............................................................................................................. 33
1.13 - CHIKUNGUNYA ...................................................................................................................... 39
1.14 - ZIKA VÍRUS ............................................................................................................................. 44
1.15 - HIV/AIDS ................................................................................................................................ 49
1.16- TUBERCULOSE ........................................................................................................................ 66
1.17- HANSENÍASE ........................................................................................................................... 80
Consultando as questões dos últimos 7 anos, aproximadamente, temos que o que mais cai
neste tópico é a classificação que as doenças transmissíveis podem ter, bem como o conhecimento
de algumas delas. Consta nesta aula as patologias desta natureza que mais vem sendo cobradas.
Esse grupo de doenças continua representando um sério problema para a Saúde Pública, pois temos
o surgimento de doenças novas, o retorno das doenças antigas (Dengue e Febre Amarela) e a alta
disseminação, pela atual globalização, levando a pandemias como a causada pelo vírus Influenza A
(H1N1).
1.1 - CLASSIFICAÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde, o panorama das doenças transmissíveis no Brasil, a partir de 1980
até os dias atuais pode ser dividido em três grupos: doenças transmissíveis com tendência
declinante; doenças transmissíveis com quadro de persistência e doenças transmissíveis
emergentes e reemergentes.
✓Doenças transmissíveis com QUADRO DE PERSISTÊNCIA: muitas dessas doenças têm altas
prevalências, ampla distribuição geográfica e potencial de se tornarem graves, podendo levar a
óbito. Por exemplo: as hepatites virais, principalmente B e C, a Tuberculose, a Leptospirose, as
meningites B e C, a Leishmaniose, Esquistossomose, Malária e Febre Amarela.
(FGV/TJ-PI/2015)
A situação das doenças transmissíveis no Brasil apresenta um quadro complexo, que pode ser
resumido em três grandes tendências: doenças transmissíveis com tendência descendente,
doenças transmissíveis com quadro de persistência e doenças transmissíveis emergentes e
reemergentes.
Uma doença transmissível com tendência descendente é:
a) malária;
b) coqueluche;
c) tuberculose;
d) leptospirose;
e) hepatites virais.
Comentários:
Doenças imunopreveníveis com boa cobertura atem tendência declinante.
Gabarito Letra: B.
(FUNIVERSA/IF-AP/2016)
A enfermagem, com seus olhares e saberes, é uma das profissões indispensáveis no processo
do cuidar. Suas ações vão além da assistência, lidando também com a prevenção de doenças e
a promoção da saúde. Com relação às doenças transmissíveis e às doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs), assinale a alternativa correta.
a) A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) foi introduzida no calendário de vacinação
de 2016 para os meninos adolescentes após resultados de ensaios clínicos.
b) A escabiose é uma parasitose da pele causada por um ácaro (Sarcoptes scabiei) e tem como
período de incubação de um dia a catorze semanas.
c) Na fase baculífera da tuberculose, uma das medidas de biossegurança que o profissional de
enfermagem deve usar é a máscara cirúrgica.
d) A precaução de contato é indicada para a rubéola devido a sua transmissibilidade ocorrer
por meio de secreções das lesões na pele.
e) O contágio da gonorreia ocorre por meio da bactéria gonococo, provocando inflamação da
uretra, podendo atingir outros órgãos, e desencadeando complicações, como artrite,
meningite e problemas cardíacos.
Comentários:
Alternativa “a” - errada.
A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) foi introduzida no calendário de vacinação de
2017 para os meninos adolescentes.
Alternativa “b” - errada.
A escabiose é uma parasitose da pele causada por um ácaro (Sarcoptes scabiei) e tem como
período de incubação de um dia a seis semanas.
Alternativa “c” - errada.
Na fase baculífera da tuberculose, uma das medidas de biossegurança que o profissional de
enfermagem deve usar é a máscara PFF2 (N-95).
(CESPE/STM /2011)
Julgue o item a seguir, referente ao controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis.
No Brasil, as doenças transmissíveis consideradas emergentes e reemergentes restringem-se à
dengue e às hantaviroses.
Comentários:
Incluem estas e outras, como a AIDS.
Gabarito: Errado.
d) Dengue d) Coqueluche
e) Herpes: Simples e Zoster e) Salmonelose
f) Raiva f) Cólera
g) Hepatite g) Febre tifoide
h) Coqueluche h) Tétano
i) Parotidite i) Meningite
j) Febre Amarela j) Leptospirose
l) SIDA
k) Varicela.
1.2 - AMEBÍASE
O quadro clínico varia de uma forma branda, caracterizada por desconforto abdominal leve ou
moderado, com sangue e/ou muco nas dejeções, até uma diarreia aguda e fulminante, de caráter
sanguinolento ou mucoide, acompanhada de febre e calafrios. Podem ou não ocorrer períodos de
remissão. Em casos graves, as formas trofozoíticas se disseminam pela corrente sanguínea,
provocando abcesso no fígado (com maior frequência), nos pulmões ou cérebro.
(FCC/TRE-AM/2010)
A profilaxia da amebíase pode ser realizada
a) evitando acúmulo de água parada para coibir a proliferação do mosquito transmissor desta
doença.
b) utilizando repelentes e telas de proteção em janelas e portas.
c) orientando a população sobre os riscos de contato com a urina de roedores.
(MÁXIMA/SAAE DE AIMORÉS-MG/2016)
As doenças de veiculação hídrica são os problemas de saúde pública mais comuns dos países
em desenvolvimento. Assinale a alternativa que apresenta doença transmitida diretamente
pela ingestão de água contaminada.
a) Amebíase;
b) Tricomoníase;
c) Herpes;
d) Tuberculose.
Comentários:
Dentre as alternativas, apenas a amebíase apresenta veiculação hídrica!
Gabarito Letra: A.
(COSEAC/UFF/2014)
O tratamento de primeira opção para a amebíase do trato intestinal em adultos é:
a) secnidazol, 2 mg VO, em dose única.
b) secnidazol, 30 mg/dia/k, em duas doses/dia.
c) metronidazol, 500 mg VO, três vezes ao dia, durante cinco dias.
d) tinidazol, 2 mg VO, em dose única.
e) teclozan, 1500 mg/dia, três vezes ao dia.
Comentários:
As doses são pouquíssimo cobradas para a enfermagem, mas memorize que, para a amebíase,
a primeira opção é secnidazol em dose única (VO).
Gabarito Letra: A.
(CETRO/FUNDAÇÃO CASA/2014)
Na conjuntivite, amebíase e caxumba, é correto afirmar que são necessários, respectivamente,
os tipos de precaução de
a) contato, padrão e gotículas.
b) padrão, padrão e contato.
c) contato, contato e gotículas.
d) contato, gotículas e padrão.
e) gotículas, contato e padrão.
Comentários:
Vamos focar na amebíase! Doenças de veiculação hídrica demandam apenas precauções
padrão. Só isso já eliminou a maioria das alternativas. A conjuntivite requer precaução por
contato e a caxumba por gotículas.
Gabarito Letra: A.
Infecção intestinal causada por nematódeos, cujo reservatório é o homem. Nos casos de infecções
leves, pode apresentar-se assintomática.
Modo de transmissão - Os ovos contidos nas fezes são depositados no solo, onde se tornam
embrionados. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, as larvas se desenvolvem até
chegar ao 3º estágio, tornando-se infectantes em um prazo de 7 a 10 dias. A infecção nos homens
ocorre quando essas larvas infectantes penetram na pele, geralmente pelos pés, causando dermatite
característica.
As larvas dos ancilóstomos, após penetrarem pela pele, passam pelos vasos linfáticos, ganham a
corrente sanguínea e, nos pulmões, penetram nos alvéolos. Daí migram para a traqueia e faringe,
são deglutidas e chegam ao intestino delgado, onde se fixam, atingindo a maturidade ao final de 6 a
7 semanas, passando a produzir milhares de ovos por dia.
(FUNRIO/IF-PA/2016)
Embora tenhamos tido sucesso no controle de várias doenças parasitárias, elas ainda merecem
atenção e cuidados, pois podem acometer endemicamente populações por muitos anos. Uma
delas é popularmente chamada de amarelão, opilação, doença do Jeca Tatu. Cientificamente
ela é conhecida como
a) teníase.
b) ancilostomíase.
c) amebíase.
d) ascaridíase.
e) toxoplasmose.
Comentários:
Este é o nome popular da ancilostomíase: amarelão.
Gabarito Letra: B.
(CESPE/TRE-ES/2011)
Cada um dos próximos itens apresenta uma proposta de associação entre o nome de uma
doença intestinal parasitária, agente etiológico, principal exame diagnóstico, característica
clínica da moléstia e principal tratamento recomendado, devendo ser julgado certo, se essas
características estiverem corretamente associadas, ou errado, em caso contrário.
“ancilostomíase — Necator americanus — exame parasitológico de fezes (EPF) pelos métodos
de Lutz, Willis ou Faust — anemia ferropriva — albendazol”
Comentários:
Todos os termos se referem corretamente ao “amarelão”.
Gabarito: Correto.
(FGV/FIOCRUZ/2010)
O número de humanos que trazem no seu intestino vermes da família Ancylostomatidae, em
todo mundo, talvez seja da ordem de 1,25 bilhão, dos quais 151 milhões sofrem de
ancilostomíase, uma doença cujos portadores frequentemente desenvolvem anemia. No
Brasil, estimativas feitas em várias ocasiões, no decurso do século XX, calculavam estar entre
23 e 24 milhões, o número de casos positivos. Duas espécies de ancilostomídeos parasitam
com frequência o ser humano: Ancylostoma duodenale e Necator americanus. É correto
afirmar que a infecção por N. americanus se dá por:
a) picada de um hemíptero.
b) penetração cutânea das larvas filarióides.
c) ingestão de carne mal cozida.
d) contato do hospedeiro definitivo com as fezes do hospedeiro intermediário.
e) picada de um mosquito culicídeo.
Comentários:
O modo de transmissão é através da penetração de larvas, principalmente pelo tegumento dos
membros inferiores.
Gabarito Letra: B.
1.4 - ASCARIDÍASE
Doença parasitária do homem, causada por um helminto (Ascaris lumbricoides). Habitualmente, não
causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia.
Período de Incubação - O período de incubação dos ovos férteis até o desenvolvimento da larva
infectante (L3), no meio exterior e em condições favoráveis, é de aproximadamente 20 dias. O
período pré patente da infecção (desde a infecção com ovos embrionados até a presença de ovos
nas fezes do hospedeiro) é de 60 a 75 dias.
Diagnóstico - O quadro clínico apenas não a distingue de outras verminoses, havendo, portanto,
necessidade de confirmação do achado de ovos nos exames parasitológicos de fezes.
(EXATUS/IF-TO/2015)
A ascaridíase é provocada por:
a) Vírus.
b) Protozoário.
c) Helminto.
d) Bactéria.
Comentários:
É causado pelo helminto Ascaris lumbricoides.
Gabarito Letra: C.
(IBFC/EBSERH/2016)
Entre as medidas de controle da ascaridíase, não se inclui:
a) Não andar descalço.
b) Medidas gerais de saneamento.
c) Lavar bem e desinfetar verduras cruas.
d) Cuidados de higiene na manipulação de alimentos.
e) Ingerir preferencialmente vegetais cozidos.
Comentários:
Doença de veiculação hídrica se previne com saneamento e higiene pessoal, logo, “andar
descalço” não vai ao encontro do enunciado.
Gabarito Letra: A.
Infestação intestinal causada por helminto (Enterobius vermicularis). Pode cursar assintomática ou
apresentar, como característica principal, o prurido perianal, frequentemente noturno, que causa
irritabilidade, desassossego, desconforto e sono intranquilo. As escoriações provocadas pelo ato de
coçar podem resultar em infecções secundárias em torno do ânus, com congestão na região anal,
ocasionando inflamação com pontos hemorrágicos, onde se encontram, frequentemente, fêmeas
adultas e ovos.
Sintomas inespecíficos do aparelho digestivo são registrados, como vômitos, dores abdominais,
tenesmo, puxo e, raramente, fezes sanguinolentas. Outras manifestações, como vulvovaginites,
salpingites, ooforite e granulomas pelvianos ou hepáticos, têm sido registradas, esporadicamente.
Período de Transmissibilidade - Dura enquanto as fêmeas grávidas expulsam ovos na pele perianal,
que permanecem infectantes por 1 ou 2 semanas fora do hospedeiro
Definição de Caso:
✓Suspeito: Paciente com prurido anal.
✓Confirmado: Paciente com presença de ovos de E. vermiculares, com ou sem prurido anal.
(CESPE/TRE-ES/2011)
O item a seguir apresenta uma proposta de associação entre o nome de uma doença intestinal
parasitária, agente etiológico, principal exame diagnóstico, característica clínica da moléstia e
principal tratamento recomendado, devendo ser julgado certo, se essas características
estiverem corretamente associadas, ou errado, em caso contrário.
“oxiuríase — Enterobius vermicularis — EPF para pesquisa de ovos do parasita pelos métodos
de Hall (swab anal) ou de Graham (fita gomada) — prurido perianal — pamoato de pirantel”
Comentários:
Está tudo correto, utilize como resumo acerca desta doença.
Gabarito: Correto.
(IBFC/EBSERH/2013)
L.H.G., 5 anos, sexo masculino, chegou ao pediatra apresentando escoriações na região anal,
devido ao intenso prurido. A mãe relatou ao médico que o prurido é mais intenso no período
da noite. Assinale a alternativa com itens que caracterizam esta parasitose, respectivamente
(nome da doença / agente etiológico / exame específico para diagnóstico):
a) Tricuríase / Trichuris trichiura / Método de Concentração.
b) Oxiuríase / Enterobius vermiculares / Método da fita adesiva ou swab anal.
c) Enterobíase / Enterobius duodenales / Método da fita adesiva ou swab anal.
d) Ascaridíase / Ascaris lumbricoides / Método de Flutuação.
Comentários:
O intenso prurido anal é palavra chave desta doença. A letra b relacionou corretamente a
doença, agente e diagnóstico.
Gabarito Letra: B.
1.6 - ESCABIOSE
Parasitose da pele causada por um ácaro (Sarcoptes scabiei) cuja penetração deixa lesões em forma
de vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita seus ovos. As áreas preferenciais
da pele para visualizar essas lesões são: regiões interdigitais, punhos (face anterior), axilas (pregas
anteriores), região periumbilical, sulco Inter glúteo e órgãos genitais externos (nos homens). Em
crianças e idosos, podem também ocorrer no couro cabeludo, nas palmas das mãos e plantas dos
pés.
O prurido intenso é causado por reação alérgica a produtos metabólicos do ácaro.
Caracteristicamente essa manifestação clínica se intensifica durante a noite, por ser o período de
reprodução e deposição de ovos desse agente.
Complicações - Infecções secundárias pela “coçadura”, que, quando causada pelo estreptococo ß
hemolítico, pode levar à glomerulonefrite. Em pacientes imunocomprometidos, há risco de se
estender como uma dermatite generalizada, com intensa descamação. Essa forma também pode
ocorrer em idosos, nos quais o prurido é menor ou não existe. A forma intensamente generalizada
é denominada de sarna norueguesa.
Isolamento - Deve-se afastar o indivíduo da escola ou trabalho até 24 horas após o término do
tratamento. Em caso de paciente hospitalizado, recomenda-se o isolamento, a fim de evitar surtos
em enfermarias, tanto para outros doentes quanto para os profissionais de saúde, especialmente
no caso da sarna norueguesa. O isolamento deve perdurar por 24/48 horas após o início do
tratamento.
(FCC/MPE-PB/2015)
Homem de 60 anos apresenta prurido intenso, maior durante a noite, em várias áreas do corpo.
Ao exame físico observam-se pápulas eritematosas lineares nas seguintes áreas: interdígitos,
face anterior dos punhos, periumbilical, axilas, face interna das coxas, nádegas e escroto. O
diagnóstico mais provável e o tratamento mais indicado são, respectivamente,
a) impetigo e cefalexina.
b) larva migrans e tiabendazol.
c) dermatofitose e terbinafina.
d) eczema de contato e corticoide.
e) escabiose e ivermectina.
Comentários:
Considerando o sintoma e locais de manifestação chega-se a HD de escabiose cuja medicação
para tratamento pode ser a ivermectina.
Gabarito Letra: E.
O complexo Teníase/Cisticercose é constituído por duas entidades mórbidas distintas, causadas pela
mesma espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de vida. A Teníase é provocada pela
presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata, no in testino delgado do homem.
A Cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos, ou seja, é uma enfermidade
somática. A Teníase é uma parasitose intestinal que pode causar dores abdominais, náuseas,
debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação. Quando o parasita permanece na luz
intestinal, o parasitismo pode ser considerado benigno e só, excepcionalmente, requer intervenção
cirúrgica por penetração em apêndice, colédoco ou ducto pancreático, devido ao crescimento
exagerado do parasita.
A infestação pode ser percebida pela eliminação espontânea de proglotes do verme, nas fezes. Em
alguns casos, podem causar retardo no crescimento e desenvolvimento das crianças, e baixa
produtividade no adulto. As manifestações clínicas da Cisticercose dependem da localização, do tipo
morfológico, do número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento dos
cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. As formas graves estão localizadas no sistema
nervoso central e apresentam sintomas neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbio de
comportamento, hipertensão intracraniana) e oftálmicos.
Agente Etiológico - A Taenia solium é a tênia da carne de porco e a Taenia saginata é a da carne
bovina. Esses dois cestódeos causam doença intestinal (Teníase) e os ovos da T. solium desenvolvem
infecções somáticas (Cisticercose).
Modo de Transmissão - A Teníase é adquirida pela ingesta de carne de boi ou de porco mal cozida,
que contém as larvas. Quando o homem acidentalmente ingere os ovos de T. solium, adquire a
Cisticercose.
Período de Incubação:
Cisticercose humana - Varia de 15 dias a anos após a infecção.
Teníase - Cerca de 3 meses após a ingesta da larva, o parasita adulto já é encontrado no intestino
delgado humano.
Período de transmissibilidade - Os ovos das tênias permanecem viáveis por vários meses no meio
ambiente, contaminado pelas fezes de humanos portadores de Teníase.
Complicações:
Tratamento:
Teníase - Mebendazol, Praziquantel e/ouAlbendazol.
Neurocisticercose - Praziquantel e Dexametasona
Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, de transmissão
vetorial, que acomete pele e mucosas.
A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo
granuloso e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, mas indolores.
Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas.
A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição
dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição dos tecidos é importante,
podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato
Agente Etiológico - Há várias espécies de leishmanias envolvidas na transmissão. Nas Américas, são
atualmente reconhecidas 11 espécies dermotrópicas de Leishmania causadoras de doença humana
e 8 espécies descritas, somente em animais.
Modo de Transmissão - Pela picada da fêmea de insetos flebotomíneos das diferentes espécies de
importância médico-sanitária do gênero Lutzomyia. São conhecidos popularmente como mosquito
palha, tatuquira, birigui, entre outros.
Complicações - Na forma mucosa grave, pode apresentar disfagia, disfonia, insuficiência respiratória
por edema de glote, pneumonia por aspiração e morte.
(FUNIVERSA/IF-AP/2016)
A respeito da leishmaniose tegumentar americana, é correto afirmar que a(s) forma(s)
a) cutânea se caracteriza por apresentar lesões indolores, com formato arredondado ou
ovalado, base eritematosa, infiltrada e de consistência firme, bordas bem delimitadas e
elevadas, fundo avermelhado e com granulações grosseiras.
1.9 - ESQUISTOSSOMOSE
Dentre os sintomas tem-se: hipertensão portal, cianose, ascite, cefaleia, emagrecimento, insônia,
diarreia, dor abdominal, hematêmese e amnésia.
Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica, cujas formas
clínicas são:
✓Hepatointestinal: Caracteriza-se pela presença de diarreias e epigastralgia. Ao exame físico, o
paciente apresenta fígado palpável, com nodulações que, nas fases mais avançadas dessa forma
clínica, correspondem a áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de
Symmers.
✓Hepática: A apresentação clínica dos pacientes pode ser assintomática ou com sintomas da forma
hepatointestinal. Ao exame físico, o fígado é palpável e endurecido, à semelhança do que acontece
na forma hepatoesplênica. Na ultrassonografia, verifica-se a presença de fibrose hepática, moderada
ou intensa.
✓Hepatoesplênica compensada: A característica fundamental desta forma é a presença de
hipertensão portal, levando à esplenomegalia e ao aparecimento de varizes no esôfago. Os pacientes
costumam apresentar sinais e sintomas gerais inespecíficos, como dores abdominais atípicas,
alterações das funções intestinais e sensação de peso ou desconforto no hipocôndrio esquerdo,
devido ao crescimento do baço. Às vezes, o primeiro sinal de descompensação da doença é a
hemorragia digestiva com a presença de hematêmese e/ou melena. O exame físico detecta
hepatoesplenomegalia.
✓Hepatoesplênica descompensada: Considerada uma das formas mais graves. Caracteriza-se por
diminuição acentuada do estado funcional do fígado. Essa descompensação relaciona-se à ação de
vários fatores, tais como os surtos de hemorragia digestiva e consequente isquemia hepática e
fatores associados (hepatite viral, alcoolismo).
Modo de Transmissão - Os ovos do S. mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro infectado
(homem). Na água, eclodem, liberando uma larva ciliada denominada miracídio, que infecta o
caramujo. Após 4 a 6 semanas, a larva abandona o caramujo, na forma de cercária, ficando livre nas
águas naturais. O contato humano com águas infectadas pelas cercárias é a maneira pela qual o
indivíduo adquire a Esquistossomose.
Período de Transmissibilidade - O homem pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni nas fezes a
partir de 5 semanas após a infecção, e por um período de 6 a 10 anos, podendo chegar até mais de
20 anos. Os hospedeiros intermediários, começam a eliminar cercárias após 4 a 7 semanas da
infecção pelos miracídios Os caramujos infectados eliminam cercárias durante toda a sua vida que é
de, aproximadamente, 1 ano.
Medidas de Controle:
Controle dos Portadores - Identificação e tratamento dos portadores de S. mansoni, por meio de
inquéritos coproscópicos a cada dois anos deve fazer parte da programação de trabalho das
secretarias municipais de saúde das áreas endêmicas.
Diagnóstico Específico - O teste de rotina é feito pela pesquisa da microfilária no sangue periférico,
pelo método da gota espessa (periodicidade noturna, das 23h a 1h). Pode-se, ainda, pesquisar
microfilária no líquido ascítico, pleural, sinovial, cefalorraquidiano, urina, expectoração e gânglios,
sendo, entretanto, restrito a casos específicos. Pela presença do verme adulto no sistema linfático,
genitália ou em outras lesões (essa forma de diagnóstico não é realizada como rotina).
Sorologia - Podem ser realizados os testes de Elisa ou testes imunocromatográficos para pesquisa
de antígenos circulantes.
(FEPESE/CELESC/2018)
Considere uma doença de veiculação hídrica, infecciosa e parasitária, causada por um
trematódeo e sua transmissão depende da existência de hospedeiros intermediários, estando
relacionada a condições precárias de saneamento básico.
O texto acima refere-se à:
a) Cólera.
b) Amebíase.
c) Leptospirose.
d) Esquistossomose.
e) Ascaridíase.
Comentários:
Vá juntando “os pontos”: veiculação hídrica, parasitária, hospedeiro intermediário. Por isso,
elimina-se todas menos a esquistossomose.
Gabarito Letra: D.
(UFMT / UFSBA/2017)
NÃO são sintomas de Esquistossomose:
a) Diarreia, dor abdominal e amnésia.
b) Icterícia, Colúria e Hematêmese.
c) Hipertensão portal, ascite e cianose.
d) Cefaleia, emagrecimento e insônia.
Comentários:
São sintomas comuns hipertensão portal, cianose, ascite, cefaleia, emagrecimento, insônia,
diarreia, dor abdominal, hematêmese e amnésia.
Gabarito Letra: B.
(VUNESP/SAP-SP/2013)
Em relação às complicações pulmonares da esquistossomose, assinale a alternativa correta.
a) O acometimento pulmonar é infrequente em pacientes com doença hepatoesplênica.
b) A terapêutica anti Schistosoma para as infecções estabelecidas não é causa de complicações
pulmonares.
c) A hipertensão pulmonar que ocorre como complicação terminal da doença favorece a
falência de câmaras cardíacas esquerdas.
d) A hipertensão portal pré-sinusoidal favorece o desenvolvimento de vasos colaterais
portossistêmicos que permitem a embolização de ovos de Schistosoma na circulação
pulmonar.
e) São raramente vistas, e o acometimento principal é de bronquíolos terminais por deposição
de ovos do Schistosoma mansoni.
Comentários:
A Filariose causada pela Wuchereria bancrofti se manifesta clinicamente no homem sob várias
formas. Existem indivíduos com esta parasitose que nunca desenvolvem sintomas, havendo ou não
detecção de microfilárias no sangue periférico; outros podem apresentar febre recorrente aguda,
astenia, mialgias, fotofobia, quadros urticariformes, pericardite, cefaleia, linfadenite e linfangite
retrógrada, com ou sem microfilaremia.
Os casos crônicos mais graves são de indivíduos que apresentam hidrocele, quilúria e elefantíase de
membros, mamas e órgãos genitais. Nesses casos, em geral, a densidade de microfilária no sangue
é muito pequena ou mesmo não detectável.
Descrevem-se, ainda, casos de eosinofilia pulmonar tropical, síndrome que se manifesta por crises
paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial crônica e ligeira febre recorrente, cujo leucograma
registra importante eosinofilia. Nesses casos, o exame dos tecidos mostra microfilárias em processo
de degeneração, não encontradas no sangue periférico (filaríase oculta)
Modo de Transmissão - Pela picada dos mosquitos transmissores com larvas infectantes (L3). No
Brasil, o Culex quinquefasciatus é o principal transmissor. Em geral, as microfilárias têm
periodicidade para circular no sangue periférico, sendo mais detectadas à noite, entre as 23h e 1h.
Medidas de Controle:
Redução do vetor - Por meio de biocidas; bolinhas de isopor, método esse limitado a criadouros
específicos urbanos (latrinas e fossas); mosquiteiros ou cortinas impregnadas com inseticidas para
limitar o contato entre o vetor e o homem; borrifação intradomiciliar com inseticidas de efeito
residual (dirigida contra as formas adultas do Culex).
Educação Em Saúde - Informar as comunidades das áreas afetadas sobre a doença e as medidas que
podem ser adotadas para sua redução/ eliminação; identificar os criadouros potenciais no domicílio
e peridomicílio, estimulando sua redução pela própria comunidade.
(IBFC/PREFEITURA DE CAMPINAS-SP/2010)
Gastrite, Megacolon, escabiose, ascaridíase e elefantíase são causadas por:
a) Microbacterium, vírus, helmintos, protozoário e helminto
b) H. pylori, Sarcoptes scabiei, Trypanossoma cruzi, Ascaris e Wucheria bancrofti.
c) H. pylori, Trypanossoma cruzi, Sarcoptes scabiei, Ascaris e Wucheria bancrofti.
d) Nenhuma das alternativas está correta.
Comentários:
Vamos começar pela elefantíase: Wucheria bancrofti. Já eliminou duas alternativas. Agora
lembre-se que o megacolon é uma complicação da Doença de Chagas. Pronto. Achamos.
Gabarito Letra: C.
1.11 - GIARDÍASE
Infecção por protozoários (Giardia lamblia) que atinge, principalmente, a porção superior do
intestino delgado. A maioria das infecções é assintomática e ocorre tanto em adultos, quanto em
crianças. A infecção sintomática pode apresentar-se de forma aguda com diarreia, acompanhada de
dor abdominal (enterite aguda) ou de natureza crônica, caracterizada por fezes amolecidas, com
aspecto gorduroso, fadiga, anorexia, flatulência e distensão abdominal. Anorexia, associada com má
absorção, pode ocasionar perda de peso e anemia. Não há invasão intestinal.
Reservatório - O homem e alguns animais domésticos ou selvagens, como cães, gatos e castores.
Modo de Transmissão - Fecal-oral. Direta, pela contaminação das mãos e consequente ingestão de
cistos existentes em dejetos de pessoa infectada; ou indireta, por meio da ingestão de água ou
alimento contaminado.
Diagnóstico - Identificação de cistos ou trofozoítos, no exame direto de fezes, pelo método de Faust;
ou identificação de trofozoítos no fluido duodenal, obtido através de aspiração. São necessárias,
pelo menos, três amostras de fezes para obter uma boa sensibilidade. A detecção de antígenos pode
ser realizada pelo Elisa, com confirmação diagnóstica. Em raras ocasiões, poderá ser realizada
biópsia duodenal, com identificação de trofozoítos.
Tratamento:
Medidas de Controle:
Específicas - Em creches ou orfanatos, deverão ser construídas adequadas instalações sanitárias e
enfatizada a necessidade de medidas de higiene pessoal. Educação sanitária, em particular o
desenvolvimento de hábitos de higiene: lavar as mãos após o uso do banheiro, por exemplo.
Isolamento - Pessoas com Giardíase devem ser afastadas do cuidado de crianças. Com pacientes
internados, devem ser adotadas precauções entéricas, com a adoção de medidas de desinfecção
concorrente para fezes e material contaminado; e controle de cura, feito com o exame
parasitológico de fezes, negativo no 7º, 14º e 21º dias após o término do tratamento.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015)
Sobre giardíase, é correto afirmar que
a) a via de transmissão sexual é possível e amplamente aceita por todos autores.
b) possui hospedeiro intermediário (animal) e definitivo (homem) e é, na maioria das vezes, de
transmissão fecal-oral pelo fato do ciclo sexuado ser no intestino humano.
c) uma alta carga parasitária pode causar intensa inflamação da mucosa intestinal que pode
ocasionar um quadro de intolerância a leite e derivados.
d) síndrome disabsortiva é rara nessa parasitose e ocorre apenas quando em coexistência com
outra doença.
e) para o tratamento, tem-se preferido o uso de metronidazol a despeito do albendazol pela
melhor facilidade posológica e menor chance de efeitos colaterais.
Comentários:
O aumento do número de protozoários causa intensa inflamação intestinal.
Gabarito Letra: C.
(IF-RJ/IF-RJ/2010)
Qual destas parasitoses intestinais pode ser diagnosticada através da biópsia do intestino
delgado?
a) Giardíase
b) Ascaridíase
c) Ancilostomíase
d) Enterobíase
e) Tricuríase
Comentários:
Lembra? Na Giardíase, em raras ocasiões, poderá ser realizada biópsia duodenal, com
identificação de trofozoítos.
Gabarito Letra: A
(FUNRIO/IF-PA/2016)
Infecção causada por protozoários que atinge, principalmente, a porção superior do intestino
delgado, sendo, na maioria dos casos assintomática, mas quando sintomática pode apresentar-
se de forma aguda com diarreia, acompanhada de dor abdominal (enterite aguda) ou de
natureza crônica, caracterizada por fezes amolecidas, com aspecto gorduroso, fadiga, anorexia,
flatulência e distensão abdominal. Tem seu modo de transmissão por via fecal-ora direta, pela
contaminação das mãos e consequentemente ingestão de cistos existentes em dejetos de
pessoas infectadas, quando indireta, por meio da ingestão de água ou alimento contaminado.
Esta infecção é conhecida como
a) Escabiose.
b) Botulismo.
c) Shigelose.
d) Giardíase.
e) Histoplasmose.
Comentários:
A cada dica do enunciado você deve riscar a alternativa que não se adequa. Veja que intestino
deslgado e transmissão fecal oral já te indicam a giardíase.
Gabarito Letra: D.
Os fatores que determinam e condicionam a sua ocorrência refletem a forma como a população
humana ocupa e explora o ambiente em que vive. Questões como migrações humanas não
controladas, degradação ambiental e precariedade de condições socioeconômicas (habitação,
educação, entre outras) inserem-se nesses fatores.
A maioria das espécies de triatomíneos deposita seus ovos livremente no ambiente, entretanto,
algumas espécies possuem substâncias adesivas que fazem com que os ovos fiquem aderidos ao
substrato. Essa é uma característica muito importante, uma vez que ovos aderidos às penas de aves
e outros substratos podem ser transportados passivamente por longas distâncias, promovendo a
dispersão da espécie.
A introdução no domicílio de materiais com ovos aderidos (como folhas de palmeiras para cobertura
de casas e lenha) podem favorecer o processo de colonização.
Desse modo, como parasita de animais silvestres, podemos encontrar diferentes espécies de
mamíferos sustentando diferentes ciclos de transmissão os quais podem estar isolados ou
conectados. Esse caráter é particular e único para cada localidade.
Alguns animais silvestres como quatis, mucuras e tatus aproximam-se das casas, frequentando
galinheiros, currais e depósitos na zona rural e periferia das cidades. Em alguns casos, como os
morcegos, compartilham ambientes com o homem e animais domésticos. Desse modo, essas
espécies podem estar servindo como fonte de infecção aos insetos vetores que ocupam os mesmos
habitats dos humanos
Formas de Transmissão:
✓Vetorial: ocorre por meio das fezes dos triatomíneos, também conhecidos como “barbeiros” ou
“chupões”. Esses, ao picarem os vertebrados, em geral defecam após o repasto, eliminando formas
infectantes de tripomastigotas metacíclicos, que penetram pelo orifício da picada ou por solução de
continuidade deixada pelo ato de coçar;
✓Transfusional/Transplante: ocorre pela passagem por transfusão de sangue e/ou
hemocomponentes ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios;
✓Vertical ou Congênita: ocorre pela passagem de parasitas de mulheres infectadas pelo T.cruzi para
seus bebês durante a gestação ou o parto;
✓Oral: ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com parasitas provenientes de triatomíneos
infectados ou, ocasionalmente, por secreção das glândulas de cheiro de marsupiais (mucura ou
gambá);
✓Acidental: ocorre pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado (sangue
de doentes, excretas de triatomíneos, animais contaminados) durante manipulação em laboratório
(acidental), em geral sem o uso adequado de equipamentos de proteção individual.
II. Fase Crônica: existem raros parasitos circulantes na corrente sanguínea. Inicialmente, essa fase é
assintomática e sem sinais de comprometimento cardíaco e/ou digestivo. Pode apresentar-se como
uma das seguintes formas:
✓Forma Indeterminada: paciente assintomático e sem sinais de comprometimento do aparelho
circulatório (clínica, eletrocardiograma e radiografia de tórax normais) e do aparelho digestivo
(avaliação clínica e radiológica normais de esôfago e cólon). Esse quadro poderá perdurar por toda
a vida da pessoa infectada ou pode evoluir tardiamente para uma das formas a seguir;
✓Forma Cardíaca: evidências de acometimento cardíaco que, freqüentemente, evolui para quadros
de miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Essa forma ocorre em cerca de
30% dos casos crônicos e é a maior responsável pela mortalidade na doença de Chagas crônica;
✓Forma Digestiva: evidências de acometimento do aparelho digestivo que, freqüentemente, evolui
para megacolon ou megaesôfago. Ocorre em cerca de 10% dos casos;
✓Forma Associada (Cardiodigestiva): ocorrência concomitante de lesões compatíveis com as formas
cardíacas e digestivas. A fase crônica da doença de Chagas (DCC) evolui para óbito em cerca de 1%
a 10% dos casos estudados e não tratados, especialmente em crianças.
Sintomatologia Inespecífica:
Na maioria dos casos aparentes, ocorrem:
✓Prostração, diarreia, vômitos, inapetência, cefaleia, mialgias, aumento de gânglios linfáticos;
✓Manchas vermelhas na pele, de localização variável, com ou sem prurido;
✓ Crianças menores freqüentemente ficam irritadiças, com choro fácil e copioso.
Sintomatologia Específica:
✓Miocardite difusa com vários graus de severidade;
✓Pericardite, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco;
✓Cardiomegalia, insuficiência cardíaca, derrame pleural.
Sinais de porta de entrada, próprios da transmissão vetorial, como o sinal de Romaña (foto abaixo)
- edema bipalpebral unilateral por reação inflamatória à penetração do parasito na conjuntiva e
http://3.bp.blogspot.com/-PFnKBsc3otE/USLqTS4C0OI/AAAAAAAAABo/z-N8RWqro-E/s1600/celulitesss.jpg
Diagnóstico:
Fase Aguda - O diagnóstico se dá tanto por método direto (gota espessa), quando na fase aguda, ou
ainda, pelo método indireto (xenodiagnóstico), sorologias e/ou cultura.
✓Por sua vez, o critério sorológico é baseado na presença de anticorpos antiT. cruzi da classe IgM
no sangue periférico, particularmente quando associada a alterações clínicas e epidemiológicas
sugestivas.
As metodologias utilizadas são a hemoaglutinação indireta (HAI), a imunofluorescência indireta (IFI)
e o método imunoenzimático (ELISA).
Fase Crônica - O diagnóstico na fase crônica é essencialmente sorológico e deve ser realizado
utilizando-se um teste de elevada sensibilidade em conjunto com outro de alta especificidade. Os
testes de HAI, IFI e ELISA são os indicados para determinar o diagnóstico. Considera-se indivíduo
infectado na fase crônica aquele que apresenta anticorpos antiT. cruzi da classe IgG, detectados por
meio de dois testes sorológicos de princípios distintos ou com diferentes preparações antigênicas.
Tratamento:
O Benznidazol é a droga disponível para o tratamento específico da DC. O Nifurtimox pode ser
utilizado como alternativa em casos de intolerância ao Benznidazol, embora seja um medicamento
de difícil obtenção.
O tratamento etiológico tem como objetivos: curar a infecção, prevenir lesões orgânicas ou a
evolução delas e diminuir a possibilidade de transmissão do T. cruzi.
Por esses motivos, recomenda-se o tratamento em crianças e adultos jovens, na forma crônica
indeterminada e nas formas cardíaca leve e digestiva. Em virtude da toxicidade das drogas
disponíveis, não é recomendado o tratamento durante a gestação, a menos que se trate de caso
agudo e grave.
(AOCP/EBSERH/2015)
O diagnóstico da Doença de Chagas, em sua fase aguda, pode ser feito por meio do exame:
a) parasitológico de fezes.
b) gota pendente.
c) cultura.
d) gota espessa.
e) hemograma.
Comentários:
Fase aguda pode se diagnosticar por gota espessa.
Gabarito Letra: D
(CESPE/STJ/2018)
A respeito de agentes infecciosos e parasitários, julgue o item subsecutivo.
Os protozoários que parasitam o homem podem habitar diferentes tecidos ou órgãos, como o
Trypanosoma cruzi, presente no sangue, a Giardia lamblia, no intestino, ou as Trichomonas,
Comentários:
(FCC/EBSERH/2016)
A doença de Chagas (DC) é endêmica em 21 países do continente americano, e estima-se que
entre 6 e 7 milhões de pessoas estejam infectadas, embora mais de 90% delas desconheçam a
infecção por falta de oportunidade de diagnóstico.
Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.
( ) Xenodiagnóstico é um método muito sensível na fase aguda, podendo chegar a 100% de
positividade. Esta técnica é a mais indicada uma vez que reproduz os resultados
imediatamente.
( ) Na fase aguda, observam-se: alta parasitemia, presença de anticorpos (Ac) inespecíficos e
início de formação de Ac específicos (IgM e IgG) que podem atingir níveis elevados. Nesta fase,
recomenda-se: pesquisa direta e, se necessário, pesquisa indireta do parasito.
( ) Na fase crônica, observam-se: baixíssima parasitemia e presença de anticorpos específicos
(igG ). Nesta fase, a presença de anticorpos IgM é discutida, só sendo detectada
esporadicamente em baixos títulos. Recomendam-se métodos sorológicos como
imunofluorescência indireta, ELISA (Enzime-linke-dimmunosorbent-assay), hemaglutinação
indireta ou fixação de complemento ou a pesquisa do parasito por métodos indiretos como
xenodiagnóstico, hemocultura ou inoculação em animais de laboratório.
( ) Enzime-linked-immunosorbent-assay (ELISA) é uma técnica que também detecta classes
específicas de anticorpos e, portanto, é indicada para o diagnóstico de fase aguda da doença,
utilizando-se conjugado anti-IgM.
a) V; V, V; F
b) F; V, V; F
c) V; V, V; V
d) F; F, V; V
e) F; V, V; V
Comentários:
Item I errado.
Xenodiagnóstico é um método parasitológico indireto utilizado na fase crônica - devido a
parasitemia pouco evidente nesta fase.
Item II correto.
1.13 - CHIKUNGUNYA
Doença viral causada por vírus (RNA) do gênero Alphavirus e transmitido por Aedes aegypti ou
Aedes albopictus através da picada da fêmea do mosquito infectado, além da transmissão vertical
e transfusional. Apresenta incubação de 3 a 7 dias.
O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de 3 a 7 dias (podendo
variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média dez dias. O período de
viremia no ser humano pode perdurar por até dez dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes da
apresentação dos sintomas, podendo perdurar por mais oito dias.
A doença pode evoluir em três fases: AGUDA, SUBAGUDA E CRÔNICA. Após o período de incubação
inicia-se a fase aguda ou febril, que dura até o décimo dia. Alguns pacientes evoluem com
persistência das dores articulares após a fase aguda, caracterizando o início da fase subaguda, com
duração até 3 meses. Quando a duração dos sintomas persiste até 3 meses atingem a fase crônica.
Os sinais e sintomas TÍPICOS característicos são: EXANTEMA, febre baixa ou ausente, hiperemia
conjuntival, cefaleia, ARTRALGIA, mialgia, exantema maculopapular e prurido. Sintomas gástricos
são raros e não há hemorragia, plaquetopenia, linfopenia e neutropenia.
==0==
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
Paciente masculino, 18 anos, procurou a unidade de pronto atendimento apresentando
sintomas de febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos e
manchas vermelhas na pele. Foi diagnosticado como caso suspeito de Chikungunya. Em relação
a essa doença, assinale a alternativa correta.
a) É causada por uma bactéria que é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti.
b) O tratamento é específico com uso de poliquimioterapia para Chikungunya mais ácido
acetilsalicílico.
c) Não se trata de doença de notificação compulsória, pois já é considerada endêmica no Brasil.
d) Já foi identificada a transmissão sexual dessa doença.
e) Como prevenção, é fundamental implementar ações para eliminação de focos do vetor que
transmite a doença.
Comentários:
Alternativa “a” - errada.
É uma infecção viral transmitida pelo vetor Aedes aegypti.
Alternativa “b” - errada.
Tratamento sintomático com analgésicos, antitérmicos e avaliação do uso de corticoides.
Alternativa “c” - errada.
Faz parte da lista de NC.
Alternativa “d” - errada.
Não há transmissão sexual deste vírus.
Alternativa “e” - correta.
Gabarito Letra: E
(IBFC/EBSERH/2016)
O vírus Chikungunya é originário da África, onde foi identificado originalmente na Tanzânia em
casos humanos febris e em mosquitos Aedes Aegypti. Sobre a Febre de Chikungunya, assinale
a alternativa correta.
a) Os principais hospedeiros dos arbovírus são humanos e primatas não humanos, além de
outros vertebrados como roedores, pássaros e pequenos mamíferos.
b) O período de incubação extrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de 10 a 14 dias
(podendo variar de 5 a 28 dias).
c) O período de incubação intrínseco, que ocorre no vetor, dura em média 20 dias.
d) Depois do período de incubação intrínseco, o mosquito é capaz de transmitir o vírus a um
hospedeiro suscetível, como o ser humano. Em seguida, o mosquito permanece infectante por
apenas 4 semanas.
e) O período de viremia no ser humano pode perdurar por até 30 dias e, geralmente, inicia-se
10 dias antes da apresentação dos sintomas.
Comentários:
Alternativa “a” – correta.
Alternativa “b” - errada.
O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano é em média de 3 a 7 dias
(podendo variar de 1 a 12 dias).
Alternativa “c” - errada.
O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média 10 dias. Os mosquitos adquirem o vírus a
partir de um hospedeiro virêmico.
Alternativa “d” - errada.
Depois do período de incubação extrínseca, o mosquito é capaz de transmitir o vírus a um
hospedeiro suscetível, como o ser humano. Em seguida o mosquito permanece infectante até
o final da sua vida (6 a 8 semanas).
Alternativa “e” - errada.
O período de viremia no ser humano pode perdurar por até 10 dias e, geralmente, inicia-se
DOIS dias antes da apresentação dos sintomas.
Gabarito Letra: A.
(FCC/TRT - 3ª REGIÃO/2015)
O clima quente e a umidade em áreas urbanas favorecem criadouros para a proliferação do
mosquito Aedes aegypti, o vetor de doenças tropicais como:
a) malária e febre amarela.
b) hantavirose e febre do Nilo Ocidental.
c) febre de Chikungunya e leishmaniose visceral.
d) malária e doença de Creutzfeldt-Jakob.
e) dengue e febre de Chikungunya.
Comentários:
O clima quente favorece a proliferação do Aedes aegypti, vetor da dengue, Chikungunya e Zica.
Gabarito Letra: E
Doença viral, evolução benigna, autolimitada, cuja transmissão também ocorre pelo Aedes aegypti,
mas também crescem estudos a respeito da transmissão por via ocupacional, perinatal e sexual.
Os sintomas são: febre (nem sempre presente e autolimitada), hiperemia ocular, cefaleia, artralgias
exantema maculopapular, frequentemente com prurido e, menos frequente, odinofagia (dor a
deglutição).
TRATAMENTO
Não existe tratamento específico para febre por Zika. O tratamento dos casos sintomáticos
recomendado é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da
febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser
considerados.
No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico (AAS) e outras drogas anti-
inflama0tórias em função do devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas
nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus.
Com relação à ligação do vírus Zika com a microcefalia em crianças, há fortes evidências e os estudos
prosseguem.
Vamos comparar!
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/09/Microcefalia---Protocolo-de-vigil--ncia-e-resposta---vers--o-1----
09dez2015-8h.pdf
(IBFC/EBSERH/2017)
Sobre a doença Zika vírus, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores.
1.15 - HIV/AIDS
Tudo começa pela ligação de alta afinidade da glicoproteína GP 120 com a molécula de CD 4,
expressa predominantemente em linfócitos T helper ou TCD4´, que são os “maestros” da resposta
imune. A molécula de CD4 está expressa também em monócitos/macrófagos e células dendríticas /
células de Langerhans.
Uma vez ligado à molécula de CD4, a GP120 sofre uma alteração que permite que haja ligação com
correceptores correspondentes que promovem uma alteração da membrana celular permitindo a
ação do GP 41 que determina a fusão do vírus e sua entrada na célula infectada.
Já no citoplasma da célula infectada, ocorre a retirada da camada proteica capsídeo com facilitação
da ação da transcriptase reversa e formação do complexo de pré integração formado pelo RNA viral,
enzimas virais e proteínas acessórias cercadas pelo capsídeo e proteínas de matriz.
A enzima transcriptase reverse produz então o DNA pró viral de dupla fita do HIV que com a ativação
da célula infectada, tem acesso ao poro nuclear e é exportado para o núcleo se incorporando ao
genoma da célula hospedeira por ação da enzima integrasse.
Com relação à tuberculose, a prova tuberculínica (PT) é importante para o diagnóstico da infecção
latente da tuberculose (ILTB) e constitui um marcador de risco para o desenvolvimento de
tuberculose ativa, devendo ser realizada em todas as pessoas vivendo com HIV e que sejam
assintomáticas para tuberculose. O tratamento da infecção latente com isoniazida é recomendado
para todas as PVHA com PT ≥ 5 mm, desde que excluída tuberculose ativa.
As neoplasias mais comuns são sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino,
em mulheres jovens. Nessas situações, a contagem de LT-CD4+ está abaixo de 200 células/mm³, na
maioria das vezes. Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar
doenças por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia,
nefropatia e neuropatias que podem estar presentes durante toda a evolução da infecção pelo HIV-
1.
A infecção pelo HIV tem um acometimento sistêmico; é necessário, portanto, estar atento a sinais
clínicos comumente associados à doença. O exame físico deve incluir a aferição da pressão arterial,
peso, altura, cálculo do índice de massa corpórea e medida da circunferência abdominal. Veja a
imagem:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_manejo_hiv_adultos.pdf
Adultos e adolescentes que vivem com HIV podem receber todas as vacinas do calendário nacional,
desde que não apresentem deficiência imunológica importante.
À medida que aumenta a imunodepressão, eleva-se também o risco relacionado à administração de
vacinas de agentes vivos, bem como se reduz a possibilidade de resposta imunológica consistente.
Sempre que possível, deve-se adiar a administração de vacinas em pacientes sintomáticos ou com
imunodeficiência grave (contagem de LT-CD4+ < 200 células/mm3), até que um grau satisfatório de
reconstituição imune seja obtido com o uso de terapia antirretroviral, o que proporciona melhora
na resposta vacinal e redução do risco de complicações pós-vacinais.
A administração de vacinas com vírus vivos atenuados (poliomielite oral, varicela, rubéola, febre
amarela, sarampo e caxumba) em pacientes com imunodeficiência deve ser condicionada à análise
individual de risco-benefício e não deve ser realizada em casos de imunodepressão grave. O
raciocínio é o seguinte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_manejo_hiv_adultos.pdf
Diagnóstico
Os testes para detecção da infecção pelo HIV são principalmente empregados em três situações:
para triagem sorológica do sangue doado e garantia da segurança do sangue, hemoderivados e
órgãos para transplante; para os estudos de vigilância epidemiológica; e para realizar o diagnóstico
da infecção pelo HIV.
A tabela abaixo representa os marcadores da infecção pelo HIV na corrente sanguínea de acordo
com o período que surgem após a infecção, seu desaparecimento ou manutenção ao longo do
tempo:
Janela imunológica : intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção
de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo.
Os Testes Rápidos (TR) são imunoensaios (IE) simples, que podem ser realizados em até 30 minutos.
Como consequência do desenvolvimento e da disponibilidade de testes rápidos, o diagnóstico do
HIV atualmente pode ser realizado em ambientes laboratoriais e não laboratoriais, permitindo
ampliar o acesso ao diagnóstico.
Existem vários formatos de TR, e os mais frequentemente utilizados são: dispositivos (ou tiras) de
Imunocromatografia (ou fluxo lateral), Imunocromatografia de dupla migração (DPP), dispositivos
de imunoconcentração e fase sólida.
Podem ser realizados com fluido oral, soro, plasma ou sangue total (o que permite o uso de amostras
obtidas por punção digital). São simples de executar e podem ser utilizados fora do ambiente de
laboratório por pessoal capacitado.
Com o objetivo de ampliar o acesso ao diagnóstico do HIV no Brasil e habilitar o maior número de
profissionais de saúde para realizar esses testes, o DDAHV oferece modelos de treinamento
presencial ou à distância, que aborda vários aspectos relativos à qualidade, segurança e execução
do TR.
As gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal têm indicação de tratamento
com os medicamentos antirretrovirais durante toda gestação e, se orientado pelo médico, também
no parto. O tratamento previne a transmissão vertical do HIV para a criança.
1) AZT + 3TC: A associação de zidovudina com lamivudina (AZT/3TC) é uma das mais estudadas em
ensaios clínicos randomizados: apresenta eficácia e segurança equivalentes a outras combinações
de dois ITRN/ITRNt, sendo habitualmente bem tolerada. Está disponível em coformulação no
Sistema Único de Saúde (SUS), o que contribui para maior comodidade posológica, devendo-se
ingerir 1 comprimido 2 vezes ao dia.
Os ITRN estão mais associados a toxicidade mitocondrial, hiperlactatemia e acidose lática. A
toxicidade hematológica é um dos principais efeitos adversos do AZT, o que pode resultar na
necessidade de sua substituição.
2) ABC + 3TC: A combinação de abacavir com lamivudina (ABC/3TC) é alternativa para os pacientes
com intolerância ou contraindicação aos esquemas com TDF/3TC ou AZT/3TC. Alguns ensaios
clínicos mostram que essa associação apresentou maior risco de falha virológica em pacientes com
carga viral mais elevada, devido à baixa barreira genética. Reações de hipersensibilidade estão
relacionadas ao início do tratamento com ABC.
3) ddI + 3TC: A combinação de didanosina com lamivudina (ddI/3TC) é recomendada na terapia
inicial apenas nas situações de intolerância ao AZT, TDF e ABC. Pancreatite e neuropatia periférica
estão relacionadas ao uso do ddI.
Na maioria dos indivíduos, o início da TARV é acompanhado por elevação da contagem de linfócitos
T-CD4 e recuperação imune.
Geralmente isso ocorre no primeiro ano de tratamento; depois se observa uma estabilidade seguida
de melhora no segundo ano. Entretanto, a imunossupressão severa pode persistir em algumas
pessoas, especialmente aqueles que apresentaram níveis muito baixos de CD4 ao iniciar o
tratamento. Essa falha na recuperação do CD4 deve servir para alertar a equipe de saúde para
potenciais problemas na adesão ou não resposta primária à TARV.
Basicamente, tais medicamentos atuam em uma dessas funções: (mas não costuma ser
cobrado!)
✓Inibidor nucleosídeo da Transcriptase Reversa
✓Inibidor não nucleosídeo da Transcriptase Reversa
✓Inibidor de protease
✓Inibidor de fusão
✓Inibidor de integrasse
✓Inibidores de entrada
Ainda, é essencial que o paciente tenha conhecimentos básicos sobre a doença, as formas de
transmissão, o significado e a utilidade dos exames laboratoriais (como a contagem de linfócitos
T-CD4 e a carga viral) e os possíveis efeitos adversos em curto e longo prazo relacionados à TARV.
Tendo acesso às informações e promovendo a própria autonomia, o paciente se fortalece para
enfrentar as adversidades trazidas pela doença e seu tratamento.
Facilitam a adesão:
✓Esquemas terapêuticos simplificados, como doses fixas combinadas, que permitem o uso de
diferentes medicamentos em um mesmo comprimido
✓Conhecimento e compreensão sobre a enfermidade e o tratamento
✓Acolhimento e escuta ativa do paciente pela equipe multidisciplinar
✓Vínculo com os profissionais de saúde, equipe e o serviço de saúde
✓Capacitação adequada da equipe multidisciplinar
✓Acesso facilitado aos ARV por meio do funcionamento e localização adequada da UDM
✓Parceria com Organizações da Sociedade Civil (OSC)
✓Apoio social
✓Risco de infecção; e
✓Risco de transmissão de infecção.
(FCC/TRT - 5ª REGIÃO/2013)
Uma mulher que participa de um grupo, recebe orientações sobre doenças sexualmente
transmissíveis e o risco de se adquirir ou transmitir o HIV. Esta relata ao enfermeiro que utiliza
espermicida em suas relações sexuais e que, recentemente, surgiu um processo inflamatório
no local, diagnosticado como vaginite química. Nesta situação, o enfermeiro explica, dentre
outros, que
a) o processo inflamatório é fator de risco para o aparecimento de candidíase no local e de
proteção para o HIV.
b) o processo inflamatório está relacionado com o aumento da imunidade ao HIV.
c) a vaginite química é caracterizada por um tipo de ectopia que confere proteção para HIV.
d) a vaginite química, como processo inflamatório, favorece a transmissão do HIV.
e) a vaginite química é um fator de risco para a transmissão do HIV, apenas quando associada
a uma infecção.
Comentários:
A vaginite química, ou outros processos inflamatórios locais favorecem a transmissão do HIV.
Gabarito Letra: D.
(FCC/TRT - 5ª REGIÃO/2013)
A equipe multidisciplinar em saúde, ao preparar o paciente portador de HIV/AIDS para o
tratamento, deve conhecer os fatores que facilitam a adesão, que são, dentre outros,
a) não aceitação da soropositividade e apoio social.
b) acolhimento e escuta ativa do paciente pela equipe multidisciplinar e baixa escolaridade.
c) vínculo com os profissionais de saúde, equipe e o serviço de saúde e conhecimento e
compreensão sobre a enfermidade e o tratamento.
d) capacitação adequada da equipe multidisciplinar e exclusão social.
e) medo de sofrer com a discriminação e faixa etária do paciente.
Comentários:
Ser devidamente orientado da própria doença bem como das opções terapêuticas existentes
é fator essencial para a adesão ao tratamento, visto que se estenderá por toda a vida.
Gabarito Letra: C.
(CESGRANRIO/TRANSPETRO/2018)
Segundo orientação do Ministério da Saúde, nos casos de violência sexual, relação sexual
desprotegida, sem o uso de camisinha ou por rompimento da mesma, além da possível
ocorrência de acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes ou por contato direto
com material biológico contaminado, está indicada a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV, mais
conhecida pela sigla PEP.
Trata-se de uma medida de prevenção à infecção pelo HIV, que consiste no uso de medicação
com antirretrovirais em até
a) 12 h
b) 24 h
c) 36 h
d) 48 h
e) 72 h
Comentários:
O uso da medicação deve ocorrer em até 72 horas após qualquer situação em que exista risco
de contato com o HIV, tais como: violência sexual, relação sexual desprotegida ou acidente
ocupacional.
Gabarito Letra: E.
(FCC/TRT - 2ª REGIÃO/2014)
Um adolescente vivendo com HIV/AIDS e em tratamento com Efavirenz, medicamento
considerado inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeos, necessita ser
orientado quanto aos aspectos da ingestão de alimentos. Uma orientação adequada é quanto
a
a) administrar o medicamento de estômago vazio, preferencialmente à noite.
b) ingerir alimentos gordurosos 1 hora antes de receber esse medicamento.
c) administrar o medicamento após refeição leve que contenha gordura.
d) ingerir, no máximo, 500 mL de líquido em 24 horas.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
Sobre o significado de vulnerabilidade no caso da Aids, é correto afirmar que uma pessoa, um
grupo ou uma comunidade está vulnerável quando apresenta “pontos frágeis”, que facilitam a
exposição ao HIV. Quando se observa, no serviço de saúde, filas para atendimento, demora em
marcar consultas e atendimento realizado a cada dia por um profissional diferente, está-se
diante de uma vulnerabilidade
a) programática.
b) individual.
c) social.
d) cultural.
e) transversal.
Comentários:
Vamos a mais definições. De acordo com o artigo Os conceitos de vulnerabilidade e adesão na
Saúde Coletiva.
A dimensão individual considera o conhecimento acerca do agravo e os comportamentos que
oportunizam a ocorrência da infecção.
A dimensão programática contempla o acesso aos serviços de saúde, a forma de organização
desses serviços, o vínculo que os usuários dos serviços possuem com os profissionais de saúde,
as ações preconizadas para a prevenção e o controle do agravo e os recursos sociais existentes
na área de abrangência do serviço de saúde.
A dimensão social integra a dimensão social do adoecimento, utilizando-se de indicadores que
revelem o perfil da população da área de abrangência no que se refere ao acesso à informação,
gastos com serviços sociais e de saúde. Esta dimensão inclui o ciclo de vida, a mobilidade social
e a identidade social. Integra, ainda, as características do espaço social, as normas sociais
vigentes, as normas institucionais, as relações de gênero, as iniquidades, entre outros aspectos.
Gabarito Letra: A.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
As avaliações clínica e psicossocial do paciente com diagnóstico positivo para HIV permitem
identificar os modos de enfrentamento, as dificuldades de aceitação e de viver com esse
diagnóstico. A equipe de saúde deve levar em consideração alguns fatores na elaboração do
plano terapêutico, pois esses fatores podem facilitar ou dificultar a adesão. Qual dos seguintes
fatores pode ser considerado um dificultador da adesão?
a) Esquemas terapêuticos simplificados, como doses fixas combinadas, que permitem o uso de
diferentes medicamentos em um mesmo comprimido.
b) Estigma relacionado à maternidade/paternidade para pessoas vivendo com HIV/Aids.
c) Parceria com Organizações da Sociedade Civil.
d) Acesso facilitado aos antirretrovirais (ARV) por meio do funcionamento e localização
adequada das Unidades Dispensadoras de Medicamentos.
e) Conhecimento e compreensão sobre a enfermidade e o tratamento.
Comentários:
Estamos procurando, basicamente, a errada. Veja que quando falamos de estigmas,
obviamente, não pode ser um facilitador.
Leia as demais para servir de estudo!
Gabarito Letra: B.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
Paciente do sexo masculino, 24 anos, dá entrada ao pronto atendimento, relatando exposição
sexual de risco, pois manteve relação sexual com pessoa do mesmo sexo, sem uso de
preservativo. Se houver indicação, de acordo com o protocolo para profilaxia antirretroviral
pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, a profilaxia deve ser iniciada,
preferencialmente,
a) após 12 horas de exposição.
b) nas primeiras 02 horas após a exposição.
c) após 24 horas de exposição.
d) na primeira semana após a exposição.
e) 28 dias após a exposição.
Comentários:
A profilaxia antirretroviral pós-exposição (PEP) deve ser iniciada o mais precocemente possível,
idealmente nas primeiras 2 horas após a exposição, tendo como limite as 72 horas
subsequentes à exposição após qualquer situação em que exista risco de contato com o HIV,
tais como: violência sexual, relação sexual desprotegida ou acidente ocupacional (com
instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
Gabarito Letra: B.
(INSTITUTO AOCP/CASAN/2016)
No que refere à transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana, assinale a alternativa
correta.
a) É de transmissão exclusivamente sexual.
b) Somente é transmitido entre indivíduos do mesmo sexo ou usuários de drogas.
c) A fase aguda corresponde ao período em que são identificadas as diversas infecções
oportunistas.
d) O tratamento para o HIV deve ser iniciado apenas após o início das coinfecções.
e) O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (aids).
Comentários:
A infecção passa pela fase aguda, latência e a própria SIDA cuja característica definidora é o
aparecimento de infecções oportunistas.
Gabarito Letra: E.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015)
Acerca de materiais biológicos e risco de transmissão do HIV, assinale a alternativa correta.
a) Materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais não são considerados materiais
biológicos envolvidos na transmissão do HIV.
b) Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico) não são fluidos corporais
potencialmente infectantes.
c) Líquido amniótico, liquor e líquido articular não são fluidos e secreções corporais
potencialmente infectantes.
d) Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva são líquidos biológicos com
risco de transmissão ocupacional.
e) Qualquer contato sem barreira de proteção com material concentrado de vírus (laboratórios
de pesquisa, com cultura de vírus e vírus em grandes quantidades) deve ser considerado uma
exposição ocupacional que requer avaliação e acompanhamento.
Comentários:
A exposição ocupacional vai além dos perfurocortantes, mas inclui qualquer material
concentrado de vírus (laboratórios de pesquisa, com cultura de vírus e vírus em grandes
quantidades).
Gabarito Letra: E
(FCC/TJ-AP/2014)
Considerando que o diagnóstico oportuno da infecção pelo HIV durante a gestação é
fundamental para a redução da transmissão vertical, o Ministério da Saúde recomenda, em
situações especiais, a realização do teste rápido, que poderá ser realizado por
a) enfermeiros e técnicos de enfermagem, pois trata-se de um procedimento de baixa
complexidade.
b) técnicos e auxiliares de enfermagem sob supervisão do enfermeiro.
c) médico, privativamente, pois trata-se de um procedimento para detecção e diagnóstico.
d) técnico de laboratório com certificação expedida pela Secretaria de Saúde Regional.
e) enfermeiros devidamente capacitados para realização da metodologia.
Comentários:
Questão desatualizada, mas vale para comentar. A princípio, a resposta era E, mas...
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou em sessão plenária, realizada em 29 de
setembro, o Parecer n° 259/2016, que atualiza as normas para a realização de testes rápidos
pela equipe de profissionais de enfermagem.
A partir desse ato, aprovado por unanimidade pelos conselheiros do Cofen, os testes rápidos
poderão ser executados também por técnicos e auxiliares de enfermagem.
Gabarito Letra: B (adaptada)
(IBFC/EBSERH/2017)
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sua manifestação clínica em fase
avançada, ou síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), ainda representam um problema
de saúde pública de grande relevância na atualidade, em função do seu caráter pandêmico e
de sua transcendência. Sobre este assunto, analise as afirmativas a seguir e assinale a
alternativa correta.
I. HIV-1 e HIV-2 são retrovírus da família Lentiviridae.
II. Pertencem ao grupo dos retrovírus citopáticos e não oncogênicos, necessitando, para se
multiplicar, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do
ácido ribonucleico (RNA) viral para uma cópia do ácido desoxirribonucleico (DNA), que pode
então se integrar ao genoma do hospedeiro.
III. Esses vírus são bastante duráveis no meio externo, não sendo inativados por uma variedade
de agentes físicos (calor).
IV. Esses vírus são inativados por agentes químicos como hipoclorito de sódio e glutaraldeído.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III e IV
b) I e II, apenas
c) I, II e IV, apenas
d) II, III e IV, apenas
e) II e IV, apenas
Comentários:
Item I – correto.
Item II – correto.
Item III – errado.
Em condições experimentais controladas, as partículas virais intracelulares parecem sobreviver
no meio externo por até, no máximo, um dia, enquanto que partículas virais livres podem
sobreviver por 15 dias, à temperatura ambiente, ou até 11 dias, a 37ºC.
Item IV – correto.
Gabarito Letra: C.
1.16- TUBERCULOSE
As condições de habitação e vida da população tem relação direta com a tuberculose, visto que se
prolifera em áreas de grande concentração humana, com precários serviços de infraestrutura
urbana.
Algumas condições que debilitam o sistema imunitário podem contribuir para o adoecimento pela
tuberculose como, por exemplo:
✓Infecção pelo HIV;
✓Diabete;
✓Tratamento prolongado com corticosteróides;
✓Terapia imunossupressora;
✓Doenças renais crônicas;
✓Neoplasias;
✓Desnutrição proteico-calórica.
Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos, muitos deles ficam retidos no trato
respiratório superior (garganta e nariz). Se chegarem aos brônquios, os bacilos são aprisionados na
secreção (catarro) e eliminados pelo movimento ciliar. Contudo, quando os bacilos atingem os
alvéolos, a infecção pode se estabelecer.
Os linfócitos e macrófagos formam o granuloma, uma espécie de barreira em torno dos bacilos
provocando sua destruição por meio da fagocitose graças à formação do granuloma, a pessoa pode
permanecer infectada, não desenvolvendo a doença e, portanto, não transmitindo o germe para as
pessoas suscetíveis.
Qualquer órgão pode ser atingido pela tuberculose; mais frequentemente pulmões, gânglios
linfáticos, pleura, laringe, rins, cérebro e ossos.
Doença de notificação compulsória semanal com confirmação dos casos através de critério
laboratorial (uma amostra positiva de baciloscopia de escarro com 2 amostras ou de cultura ou
teste rápido molecular para tuberculose) ou clínico (quando não atende o critério laboratorial, mas
apresenta exame de imagem sugestivo).
DIAGNÓSTICO:
1. Exame Bacteriológico Direto do Escarro
A baciloscopia direta do escarro deve sempre ser solicitada para:
✓Pacientes adultos que procurem o serviço de saúde por apresentarem queixas respiratórias ou,
informarem ter tosse e expectoração há três semanas ou mais;
✓Pacientes que apresentem alterações pulmonares na radiografia de tórax;
✓Contatos de casos de tuberculose pulmonar baculíferos que apresentem queixas respiratórias.
Coleta do escarro
Uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e
não a que se obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, nem tampouco a que contém
somente saliva. O volume ideal está compreendido entre 5 a 10 ml.
Recomenda-se, para o diagnóstico, a coleta de duas amostras de escarro:
✓A primeira, coletada quando o sintomático respiratório procura o atendimento na unidade de
saúde, aproveitando sua presença e garantindo, assim, a realização do exame laboratorial.
Não é necessário estar em jejum.
✓A segunda, coletada na manhã do dia seguinte, assim que o paciente despertar. pela manhã; deve
lavar a boca, sem escovar os dentes, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante
e escarrar após forçar a tosse.
Repetir essa operação até obter duas eliminações de escarro, evitando que esse escorra pela parede
externa do pote.
Essa amostra, em geral, tem uma quantidade maior de bacilos porque é composta da secreção
acumulada na árvore brônquica por toda a noite.
OBSERVAÇÕES:
O material deve ser coletado em potes plásticos com as seguintes características: descartáveis, com
boca larga (50 mm de diâmetro), transparente, com tampa de rosca, capacidade entre 35 e 50 ml.
As amostras devem ser coletadas em local aberto, de preferência ao ar livre ou em sala bem arejada.
3. Exame Radiológico
O Manual de Recomendações para o controle da tuberculose no Brasil, nos pacientes com suspeita
clínica, o exame radiológico permite a diferenciação de imagens sugestivas de tuberculose ou de
outra doença, sendo indispensável submetê-los a exame bacteriológico.
4. Prova Tuberculínica
No Brasil, a tuberculina usada é o PPD RT23, aplicado por via intradérmica, no terço médio da face
anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1 ml, equivalente a 2 UT (unidades de tuberculina).
A tuberculina mantém-se ativa por 6 meses, conservada a uma temperatura de 4º a 8º C. Não deve
ser, entretanto, congelada ou exposta à luz solar direta.
A injeção do líquido faz aparecer uma pequena pápula de limites imprecisos, pálida e de aspecto
pontilhado como casca de laranja.
A leitura da prova tuberculínica é realizada 72 a 96 horas após a aplicação, medindose com régua
milimetrada o maior diâmetro transverso da área de endurecimento palpável.
Tuberculose extrapulmonar
Com base nos achados clínicos e em exames complementares à tuberculose pode ainda se expressar
por formas disseminadas, como a miliar, ou formas extrapulmonares, classificadas segundo a
localização: pleural, ganglionar periférica, ósteoarticular, geniturinária, meningoencefalica e outras.
Atualmente, o Ministério da Saúde dispõe do Teste Molecular Rápido da Tuberculose (TRM/TB), que
é o utilizado para o diagnóstico da TB pulmonar e laríngea através do escarro, que detecta o DNA do
Mycobacterium tuberculosis em até 2h. Além disso identifica se há resistência à Rifampicina.
Tratamento
O tratamento dos baculíferos é a atividade prioritária no controle da tuberculose, uma vez que
permite anular rapidamente as maiores fontes de infecção. Poucos dias após o início da
quimioterapia correta, os bacilos da tuberculose praticamente perdem seu poder infectante. Assim,
os doentes pulmonares positivos não precisam nem devem ser segregados do convívio familiar e da
comunidade.
Importante saber que os EFETIOS COLATERAIS dessas drogas podem ser classificados como
maiores ou menores, veja:
EFEITOS MENORES:
EFEITOS DROGAS CAUSADORAS CONDUTAS
Reformular os horários de
Irritação gástrica, Rifampicina, Isoniazida,
administração dos medicamentos
epigastralgia. Pirazinamida.
e avaliar a função hepática.
Artralgia ou artrite Rifampicina, Isoniazida. Medicar com ácido acetilsalicílico.
Nefropatia periférica Isoniazida, Etambutol. Medicar com Piridoxina (Vit. B6)
EFEITOS MAIORES:
EFEITO DROGA CONDUTA
Suspender o tratamento e
reintroduzir a droga após a
Exantemas Estreptomicina, Rifampicina
resolução. Substituir o esquema
nos casos graves ou reincidentes
Suspender a droga e substituí-la
Hipoacusia Estreptomicina
pela melhor opção
Suspender a droga e substituí-la
Vertigem e nistagmo Estreptomicina
pela melhor opção
Psicose, crise
convulsiva, Substituir por estreptomicina e
Isoniazida
encefalopatia tóxica, etambutol
coma
Neurite ótica Etambutol, Isoniazida Substituir
Hepatotoxicidade Suspender o tratamento
Todas as drogas
(vômito, hepatite, etc) temporariamente até a resolução
Trombocitopenia,
Dependendo da gravidade,
leucopenia, eosinofilia,
suspender o tratamento e
anemia hemolítica, Rifampicina, Isoniazida
reavaliar o esquema de
agranulocitose,
tratamento.
vasculite
Rifampicina, principalmente
Nefrite intersticial Suspender o tratamento
intermitente
Rabdomiólise com
mioglobinúria e Pirazinamida Suspender o tratamento
insuficiência renal
Essa proteção se mantém por cerca de 10 a 15 anos. A vacina, entretanto, não protege as pessoas
já infectadas pelo M. tuberculosis.
A vacina BCG está indicada para crianças na faixa de 0 a 4 anos, desde que não exiba cicatriz vacinal.
É obrigatória para menores de 1 ano.
Pessoas com PPD reator não necessitam ser vacinadas por já estarem infectadas. A aplicação da
vacina é intradérmica, no braço direito, na altura da inserção inferior do músculo deltóide. Ela pode
ser aplicada com outras vacinas, inclusive as de vírus vivos.
(FCC/TRT - 3ª REGIÃO/2015)
Os efeitos adversos dos principais fármacos antituberculose são classificados em menores e
maiores. Dentre os maiores, que implicam interrupção ou alteração do tratamento
preconizado, constam, dentre outros,
a) náusea, dor articular e prurido.
b) crise convulsiva, hipoacusia e vertigem.
c) exantema leve, urina avermelhada e euforia.
d) cefaleia, ansiedade e dor abdominal.
(FCC/TRF - 2ª REGIÃO/2012)
A prova tuberculínica está indicada no auxílio diagnóstico da tuberculose por via:
a) subcutânea, no terço inferior da face posterior do antebraço direito, na dose de 0,5 mL.
b) intradérmica, no terço superior da face anterior do antebraço direito na dose de 0,5 mL.
c) intradérmica, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1 mL.
d) subcutânea, no terço médio da face posterior do braço direito, na dose de 0,1 mL.
e) intradérmica, no terço inferior da face anterior do antebraço esquerdo na dose de 0,5 mL.
Comentários:
Conforme as Técnicas de aplicação e leitura da prova tuberculínica, do Ministério da Saúde, a
prova tuberculínica é um teste diagnóstico de ILTB que se baseia em uma reação de
hipersensibilidade cutânea após a aplicação do PPD por via intradérmica, em que a leitura é
realizada 48 a 72 horas após a aplicação, podendo ser estendido até 96 horas. A prova
tuberculínica deve ser aplicada por meio de injeção intradérmica, na dose de 0,1 ml (0,04 mcg)
de PPD, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, em ângulo de 5 a 15 graus.
Gabarito Letra: C.
(CESPE/MPU/2013)
No que se refere a doenças de interesse para a saúde pública, especialmente as transmissíveis
causadas por bactérias, julgue certo ou errado o seguinte item.
A tuberculose apresenta-se nas formas pulmonar e extrapulmonar e em diversos tipos: pleural,
ganglionar, osteoarticular, entérica, de vias urinárias, cutânea e ameníngea, que é considerada
a forma mais grave, haja vista que atinge o sistema nervoso central.
Comentários:
As formas extra-pulmonares da tuberculose incluem forma meningoencefálica, renal, pleural,
óssea, ganglionar e, pericárdica.
Gabarito: Correto.
(CESPE/TRT - 8ª REGIÃO/2013)
A respeito da tuberculose, assinale a opção correta.
a) As drogas utilizadas nos esquemas padronizados pelo Ministério da Saúde para tratamento
da tuberculose são isoniazida, etambutol, neomicina, despacilina e penicilina cristalina.
b) A maioria dos casos curados de tuberculose necessita de controle pós-tratamento, devendo-
se orientar o paciente a retornar ao serviço de saúde sempre que surgirem sintomas da doença.
c) A associação HIV/tuberculose não constitui problema de saúde pública, podendo levar à
diminuição da morbidade e mortalidade em muitos países.
d) O tratamento da tuberculose deve ser feito em regime hospitalar, supervisionado, no serviço
de saúde mais próximo da residência do paciente.
e) O exame sorológico anti-HIV deve ser oferecido a todos pacientes com diagnóstico de
tuberculose confirmado.
Comentários:
Em pacientes HIV positivos, o tipo de apresentação clínica da tuberculose sofre influência pelo
grau de imunossupressão e é comum a descoberta da soropositividade para HIV durante o
diagnóstico de tuberculose.
Gabarito Letra: E.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015)
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium
tuberculosis, também denominada de Bacilo de Koch. Um exame fundamental para o
diagnóstico da tuberculose pulmonar é
a) o lipidograma.
b) o hemograma com plaquetas.
c) o exame bacteriológico direto do escarro.
d) a ressonância magnética.
e) a tomografia computadorizada.
Comentários:
O exame bacteriológico direto do escarro é muito utilizado por ser barato e eficaz. Consiste na
coleta de duas amostras de escarro (colhidas adequadamente) e permite detectar de 60% a
80% dos casos de tuberculose pulmonar.
Gabarito Letra: C
(FCC/TJ-AP/2014)
É atribuição de Enfermeiro da Atenção Básica no controle da tuberculose,
a) diagnosticar triquíase tracomatosa, importante complicação da tuberculose extrapulmonar,
por meio da identificação de sinais e sintomas, tais como, sensação de corpo estranho, prurido
e discreta fotofobia.
b) dar alta aos pacientes por cura e retirá-los do registro de casos em curso de tratamento.
c) iniciar e acompanhar tratamento dos casos de tuberculose pulmonar com baciloscopias
negativas e dos casos de tuberculose extrapulmonar quando o diagnóstico for confirmado após
investigação em uma unidade de referência.
d) realizar consultas de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever
medicações, observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras
normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
e) realizar atividades malacológicas de captura e identificação dos bacilos de Koch nos
indivíduos sintomáticos respiratórios nos domicílios e na comunidade.
Comentários:
O enfermeiro, na presença de programas ou rotinas pré estabelecidas, é permitido prescrever
medicamentos. No caso da tuberculose, o enfermeiro realizar um importante papel na equipe
multidisciplinar visto que realizar consultas, solicita exames complementares diagnósticos e
prescreve conforme orientações do Ministério da Saúde.
Gabarito Letra: D.
(COPEVE-UFAL/UFAL/2018)
A BCG é uma vacina que previne contra as formas mais graves de tuberculose.
Dadas as afirmativas referentes a essa vacina,
I. Imediatamente após a sua aplicação, forma-se uma pústula.
II. É uma vacina viral e sem contraindicações quanto ao peso e idade.
III. A sua via de administração deve ser exclusivamente intradérmica.
IV. A ferida que evolui (mácula, pústula, úlcera e cicatriz) deve ser mantida limpa, sem a
necessidade de compressão, uso de medicamentos ou curativo.
Verifica-se que está(ão) correta(s)
a) III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Comentários:
Item I – errado.
Após a administração, de 3 a 4 semanas, surge um nódulo (caroço) no local; entre 4 a 5
semanas, o nódulo evolui para uma pústula e em seguida, evolui para uma úlcera (ferida
aberta) de 4 a 10 mm de diâmetro; e entre 6 a 12 semanas, finalmente, forma-se uma crosta.
Item II – errado.
A administração da vacina BCG deve ser adiada quando a criança apresentar peso inferior a 2
kg, devido à escassez do tecido cutâneo (panículo adiposo), e quando apresentar lesões graves
de pele.
Item III – correto
Item IV – correto
Gabarito Letra: C.
Gabarito Letra: D.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015)
Após o início do tratamento correto para Tuberculose, quando o paciente não tem história de
tratamento anterior nem outros riscos conhecidos de resistência e havendo melhora clínica,
pode-se considerar que após quantos dias de tratamento o paciente pode ser considerado não
infectante?
a) 04 dias.
b) 06 dias.
c) 07 dias.
d) 12 dias.
e) 15 dias.
Comentários:
Com o início do tratamento adequado e o uso correto de medicamentos antiTB em pacientes
infectados com cepas sensíveis, a transmissibilidade diminui rapidamente em duas a três
semanas.
Gabarito Letra: E.
(IBFC/EBSERH/2016)
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium
tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e
sistemas. A apresentação pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante
para a saúde pública pois é a principal responsável pela transmissão da doença. Atualmente
existem várias técnicas para o diagnóstico da tuberculose. Assinale a alternativa em que a
técnica é descrita como padrão ouro para o diagnóstico da tuberculose.
a) Baciloscopia direta
b) Cultura para micobactéria
c) Prova tuberculínica
d) Teste rápido
e) Radiografia de tórax
Comentários:
1.17- HANSENÍASE
Doença causada pelo Mycobacterium leprae, bacilo G+, que acomete principalmente a pele e os
nervos periféricos, mas também os olhos, as articulações e etc. Apresenta alta infectividade, mas
baixa patogenicidade (isto é, infecta muitas pessoas, no entanto só poucas adoecem).
O comprometimento dos nervos periféricos é o grande responsável para gerar incapacidades físicas
que podem, inclusive, evoluir para deformidades e interferências negativas como diminuição da
capacidade de trabalho, estigmas, limitação da vida social e problemas psicológicos.
A transmissão ocorre pelo CONTATO DIRETO E PROLONGADO com outra pessoa infectante, através
das VIAS AÉREAS SUPERIORES.
A evolução é lenta, sendo que entre o contato e o aparecimento dos sinais leva em média 2 a 7 anos.
Outros SINTOMAS são dor e espessamento dos nervos periféricos com diminuição da sensibilidade
nos mesmos locais, edema de mãos e pés, ressecamento ocular, mal estar geral.
De acordo com o número de lesões, a hanseníase pode ser classificada em PAUCIBACILAR (até 5
lesões na pele) ou MULTIBACILAR (mais de 5 lesões na pele).
O grau de incapacidade física é uma medida que indica a existência de perda da sensibilidade
protetora e/ou deformidade visível, em consequência da lesão neural e/ou cegueira.
Para determinar o grau de incapacidade física deve-se realizar o teste da sensibilidade dos olhos,
mãos e pés.
✓TUBERCULOIDE: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao
bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com
ausência de sensibilidade (dormência). Ocorre comprometimento simétrico de troncos nervosos,
podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular. Próximo às lesões em placa podem ser
encontrados filetes nervosos espessados. Nas lesões e/ou trajetos de nervos pode haver perda
total da sensibilidade térmica, tátil e dolorosa, ausência de sudorese e/ou alopecia. Pode ocorrer
a forma nodular infantil, que acomete crianças em 1 a 4 anos, quando há um foco multibacilar no
domicílio. A clínica é caracterizada por lesões populosas ou nodulares, únicas ou em pequeno
número, principalmente na face. (PAUCIBACILAR)
✓DIMORFA: forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária, com
características clínicas e laboratoriais que podem se aproximar do polo tuberculoide ou virchowiano.
O número de lesões cutâneas é maior e apresentam-se como placas, nódulos eritemato
acastanhadas, em grande número, com tendência a simetria. As lesões mais características nesta
forma clínica são denominadas lesões pré faveolares ou faveolares, sobrelevadas ou não, com
áreas centrais deprimidas e aspecto de pele normal, com limites internos nítidos e externos
difusos. O acometimento dos nervos é mais extenso podendo ocorrer neurites agudas de grave
prognóstico. (MULTIBACILAR)
✓VICHORWIANA: nestes casos a imunidade celular é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a
um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas
que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões
elevadas na pele (nódulos). As lesões cutâneas caracterizam-se por placas infiltradas e nódulos
(hansenomas), de coloração eritemato-acastanhada ou ferruginosa que podem se instalar
também na mucosa oral. Pode ocorrer infiltração facial com madarose superciliar e ciliar,
hansenomas nos pavilhões auriculares, espessamento a acentuação dos sulcos cutâneos. Pode
ainda ocorrer acometimento da laringe, com quadro de rouquidão e de órgãos internos (fígado,
baço, suprarrenais e testículos), bem como, a hanseníase históide, com predominância de
hansenomas com aspecto de queloides ou fibromas, com grande número de bacilos. Ocorre
comprometimento de maior número de troncos nervosos de forma simétrica. (MULTIBACILAR)
Com relação aos CONTATOS INTRADOMICILIARES, estes são todas as pessoas que habitaram junto
com a pessoa doente por até 5 anos.
Contato domiciliar: toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido, conviva ou tenha convivido
com o doente de hanseníase, no âmbito domiciliar, nos últimos cinco anos anteriores ao diagnóstico
da doença, podendo ser familiar ou não. Atenção especial deve ser dada aos familiares do caso
notificado, por apresentarem maior risco de adoecimento, mesmo não residindo no domicílio do
caso. Devem ser incluídas, também, as pessoas que mantenham convívio mais próximo, mesmo sem
vínculo familiar, sobretudo, aqueles que frequentem o domicílio do doente ou tenham seus
domicílios frequentados por ele.
Contato social: toda e qualquer pessoa que conviva ou tenha convivido em relações sociais
(familiares ou não), de forma próxima e prolongada com o caso notificado. Os contatos sociais, que
incluem vizinhos, colegas de trabalho e de escola, entre outros, devem ser investigados de acordo
com o grau e tipo de convivência, ou seja, aqueles que tiveram contato muito próximo e prolongado
com o paciente não tratado.
Tal contato, caso não doente, deve ser avaliado quanto à cicatriz vacinal de BCG. Se não houver
cicatriz ou houver apenas 1, deve-se prescrever uma dose de BCG ID. Se houver 2 cicatrizes, não será
necessária nenhuma outra dose.
ESQUEMATIZANDO:
CICATRIZ VACINAL CONDUTA
AUSÊNCIA DE CICATRIZ DE BCG Uma dose
UMA CICATRIZ DE BCG Uma dose
DUAS CICATRIZES BCG Não prescrever
Tipo 1: menos graves, com novas lesões, infiltrações ou piora das existentes, com ou sem neurite. O
tratamento é a base de corticoides, mantendo a poliquimioterapia caso não tenha terminado o
esquema.
Complicações
As complicações da hanseníase, muitas vezes, se confundem com a evolução do próprio quadro
clínico da doença. Muitas delas dependem da resposta imune dos indivíduos acometidos, outras
estão relacionadas com a presença do M. leprae nos tecidos e, por fim, algumas das complicações
decorrem das lesões neurais características da hanseníase.
Complicações diretas
Estas são aquelas decorrentes da presença do bacilo na pele e outros tecidos, principalmente em
maciças, como é o caso dos pacientes multibacilares com alta carga bacilar.
Incluem rinite hansênica (massiva infiltração da mucosa com ulceração da mucosa septal),
espessamento da mucosa oral (com nódulos, particularmente na região do palato), triquíase
(processo inflamatório do próprio bulbo piloso ou por atrofia dos tecidos que apoiam os folículos,
com posicionamento anômalo do cílio podendo atingir córnea e conjuntiva), esclerites, uveites, irites
e iridocilites, etc.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015)
O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente e gram-positivo, em forma de Bastonete,
causador da Hanseníase. É um parasita intracelular, sendo a única espécie de micobactéria que
infecta nervos periféricos, especificamente
a) as células de Schwann.
b) as células de Langerhans.
c) as células de Purkinge.
d) as células de Leydig.
e) as células de Setoli.
Comentários:
O Mycobacterium leprae contém em sua parede celular um glicolipídio fenólico (PGL-1)
específico, que se liga à lâmina basal das células de Schwann que é um tipo de célula glia que
produz mielina e envolve os axônios do SNP, sendo a única bactéria a invadir os nervos
periféricos.
Gabarito Letra: A.
(NUCEPE/FMS/2017)
A hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae, contagiosa que passa de uma
pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra. Constituem sinais e sintomas
dermatológicos da hanseníase, EXCETO:
a) manchas esbranquiçadas ou avermelhadas;
b) pápulas;
c) prurido;
d) nódulos;
e) infiltrações.
Comentários:
Dentre as opções do enunciado, apenas o prurido não se enquadra Às manifestações da
hanseníase.
Gabarito Letra: C.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015)
Em relação à hanseníase, assinale a alternativa correta.
a) É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae.
b) É um câncer, sendo uma das doenças mais antigas já registradas, com casos descritos antes
de Cristo.
c) É uma doença incurável, mas se não tratada pode ser fatal, sendo passível de controle,
entretanto.
d) Os países com maiores incidências são os mais desenvolvidos ou com condições precárias
de higiene.
(FCC/TRF - 4ª REGIÃO/2010)
A hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae e:
a) é transmitida de pessoa doente sem tratamento para outra através das vias respiratórias e
contaminação orofecal.
b) acomete homens, mulheres e crianças a partir dos 12 anos, com prevalência para a raça
branca.
c) tem como característica a presença de incapacidades e/ou deformidades, quando não
tratada ou com tratamento tardio.
d) a manifestação dos primeiros sintomas ocorre entre 1 a 2 anos após o primeiro contato.
e) o comprometimento dermatológico e neuropsiquiátrico decorre da lesão dos pares de
nervos cranianos.
Comentários:
Alternativa “a” – errada.
Oro-fecal não.
Alternativa “b” – errada.
Pode acometer qualquer indivíduo.
Alternativa “c” – correta
Alternativa “d” – errada.
A manifestação dos primeiros sintomas ocorre entre 2 a 7 anos após o primeiro contato.
Alternativa “e” – errada.
O comprometimento dermatológico e neurológico decorre da lesão dos nervos periféricos.
Gabarito Letra: C
(INSTITUTO AOCP/UFC/2014)
No Brasil, apesar da redução drástica no número de casos, a hanseníase ainda se constitui em
um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva. Com relação a essa doença,
assinale a alternativa INCORRETA
a) É uma doença não-contagiosa, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas
dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos,
mãos e pés.
b) O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-
lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para
deformidades.
c) É uma doença curável, e quanto mais precocemente diagnostica e tratada mais rapidamente
se cura o paciente.
d) É causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular
obrigatório.
e) O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido
identificados animais naturalmente infectados.
Comentários:
Como sempre digo, questão que pede a incorreta, nos enche de conteúdo nas demais
alternativas. Veja que, a única correção a se fazer é que é uma doença CONTAGIOSA, diferente
do que consta na alternativa “A”.
Gabarito Letra: A.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015)
Acerca do tratamento da hanseníase no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) O tratamento não é gratuito, ou seja, não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
b) O tratamento é feito com o uso de quimioterápicos antineoplásicos, uma vez que se trata
de um câncer.
c) Na forma multibacilar, o tratamento demora seis meses; já na forma paucibacilar, um ano
ou mais.
d) É fundamental seguir o tratamento, pois é eficaz, apesar de não permitir a cura da doença.
e) A primeira dose do medicamento já garante que a hanseníase não será transmitida.
Comentários:
(CONSULPLAN/TRF - 2ª REGIÃO/2017)
Sobre a hanseníase, uma doença infectocontagiosa considerada endêmica no Brasil, analise as
afirmativas a seguir.
I. O agente etiológico da hanseníase é um vírus.
II. É uma doença de notificação compulsória em todo o país.
III. O agente etiológico tem a capacidade de infectar um grande número de pessoas, mas
poucas adoecem.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
a) I, II e III.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
Comentários:
Item I – errado.
É bactéria
Item II – correto.
Item III – correto.
Gabarito Letra: D.
(IBFC/EBSERH/2016)
Segundo a classificação operacional de casos de Hanseníase, assinale a alternativa correta.
(CESPE/TRE-BA/2017)
Com relação à tuberculose e aos múltiplos aspectos a ela relacionados, assinale a opção
correta.
a) Independentemente da prova tuberculínica, os profissionais de saúde devem ser imunizados
com a vacina BCG.
b) A vacina BCG cura indivíduos já infectados pelo Mycobacterium tuberculosis.
c) Na vacinação contra a tuberculose, é facultado aos profissionais de saúde o uso de óculos de
segurança.
d) O tratamento dos pacientes com tuberculose deve ser realizado por um período mínimo de
seis meses.
(FCC/TRT - 5ª REGIÃO/2013)
Uma pessoa com hanseníase apresenta, aproximadamente, oito lesões cutâneas ao longo do
corpo e tem baciloscopia positiva para esta doença. Visando o tratamento desta pessoa com
poliquimioterapia, a mesma recebe uma classificação operacional. Nesta situação, é possível
verificar que esta pessoa é classificada como
a) paciente paucibacilar.
b) paciente hansênico tipo I.
c) portador de hanseníase neural pura.
d) paciente multibacilar.
e) portador de eritema nodoso hansênico.
Comentários:
Maior que 5 lesões = multibacilar.
Gabarito Letra: D.
(FCC/ANS/2007)
No planejamento do ensino ao cliente com hanseníase, com vistas ao autocuidado, deve-se
prever orientações específicas para cada sinal e sintoma de comprometimento neural. Uma
dessas orientações consiste em:
(IBFC/EBSERH/2017)
Sobre a Hanseníase, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O modo de transmissão ocorre principalmente pelas vias respiratórias.
II. O período de incubação dura em média de 1 a 3 meses.
III. Os doentes considerados multibacilares, não são considerados importantes como fonte de
transmissão da doença devido à baixa carga bacilar.
IV. As pessoas com a forma paucibacilar, no entanto, constituem o grupo contagiante,
mantendo-se como fonte de infecção, enquanto o tratamento específico não for iniciado.
1.18 - DENGUE
Doença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, a depender de sua forma
de apresentação: formas inaparentes, dengue clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou
síndrome do choque da dengue (SCD), podendo evoluir para o óbito.
A dengue é uma das doenças de notificação compulsória, devendo todo caso suspeito ou
confirmado ser notificado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, por meio do Sinan (Sistema de
Informação de Agravos de Notificação) nas fichas de notificação e investigação.
No seu ciclo de vida, o Aedes apresenta quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. O mosquito adulto
vive, em média, de 30 a 35 dias. A sua fêmea põe ovos de 4 a 6 vezes durante sua vida e, em cada
vez, cerca de 100 ovos, em locais com água limpa e parada.
Um ovo do Aedes aegypti pode sobreviver por até 450 dias (aproximadamente 1 ano e 2 meses),
mesmo que o local onde ele foi depositado fique seco. Se esse recipiente receber água novamente,
o ovo volta a ficar ativo, podendo se transformar em larva, posteriormente em pupa e atingir a fase
adulta depois de, aproximadamente, dois ou três dias.
A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito infectado, principalmente durante o dia,
e o tempo de incubação é em média de 5 a 6 dias.
O período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre no ser
humano, e outro extrínseco, que ocorre no vetor. A transmissão do ser humano para o mosquito
ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano, chamado período de viremia.
O homem está apto a infectar o mosquito a partir de 1º dia antes do aparecimento dos sintomas até
o 6º dia da doença.
DENGUE CLÁSSICO (DC): a febre é o primeiro sintoma, sendo geralmente alta (39º a 40°C), com
início abrupto, associada à cefaleia, prostração, mialgia, artralgia, dor retro orbitária, exantema
maculo papular e acompanhado ou não de prurido. Também pode haver quadros diarreicos,
vômitos, náuseas e anorexia. A doença tem duração média de 5 a 7 dias; o período de convalescença
pode se estender de poucos dias a
várias semanas, dependendo do grau de debilidade física causada pela doença.
FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE (FHD): os sintomas iniciais da FHD são semelhantes aos do DC,
até o momento em que ocorre a defervescência da febre, o que ocorre geralmente entre o 3° e o 7°
dias de evolução da doença, com posterior agravamento do quadro, aparecimento de manifestações
hemorrágicas espontâneas ou provocadas, trombocitopenia (plaquetas <100.000/mm3) e perda de
plasma.
SÍNDROME DO CHOQUE DA DENGUE (SCD): nos casos graves de FHD, o choque ocorre geralmente
entre o 3° e o 7° dias de doença, frequentemente precedido por dor abdominal. O choque ocorre
devido ao aumento da permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência
circulatória. A sua duração é curta e pode levar a óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida
frente terapia antichoque oportuna e apropriada. Caracteriza-se essa síndrome por pulso rápido e
fraco, com diminuição da pressão de pulso e arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação.
SINAIS DE ALARME: dor abdominal intensa e continua; vômito persistente; hipotensão postural ou
lipotimia; pressão diferenciada hepatomegalia dolorosa; hemorragia importantes (hematêmese
e/ou melena); agitação e/ou letargia; diminuição da diurese; diminuição repentina da temperatura
corpórea ou hipotermia; aumento repentino do hematócrito; desconforto respiratório
SINAIS DE CHOQUE: hipotensão arterial; pressão arterial convergente (PA diferencial < 20 mmhg);
extremidades frias, cianose; pulso rápido e fino; enchimento capilar lento ( < 2 segundos).
Além do EXAME CLÍNICO, o diagnóstico pode se basear na dosagem de PCR, IgG e IgM.
A PROVA DO LAÇO é um teste obrigatório na TRIAGEM para todos os casos suspeitos de dengue
que não apresente sangramento espontâneo.
O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do
contínuo monitoramento e reestadiamento dos casos e da pronta reposição hídrica.
O TRATAMENTO É SINTOMÁTICO com o uso de analgésicos, antitérmicos e hidratação, sendo que
é contra indicado medicamentos salicilatos (AAS) e anti-inflamatórios não hormonais (Cetoprofeno,
ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, etc).
Por ser uma doença de evolução dinâmica, pode ser caracterizada em grupos com condutas
distintas:
GRUPO A
CARACTERIZAÇÃO:
Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas
inespecíficos (cefaleia, prostração, dor retro orbitária, exantema, mialgia e
artralgia) e história epidemiológica compatível.
CONDUTA TERAPÊUTICA
a) Hidratação oral
Adulto: Calcular o volume de líquidos de 60 a 80 ml/kg/dia, sendo um terço com
solução salina e iniciando com volume maior. Para os dois terços restantes, orientar
a ingestão de líquidos caseiros (água, sucos de frutas, soro caseiro, chás, água de
coco, etc.), utilizando-se os meios mais adequados à idade e aos hábitos do
paciente.
b) Drogas em Sintomáticos - com febre elevada ou dor. Deve ser evitada a via
intramuscular.
Antitérmicos e analgésicos: dipirona e paracetamol
Antiemético: Bromoprida, metoclopramida
Antipruriginoso: O prurido na dengue pode ser extremamente incômodo, mas é
autolimitado, durando em torno de 36 a 48 horas. Ex. Loratadina, hidroxizine
*Os salicilatos não devem ser administrados, pois podem causar sangramento.
*Os anti-inflamatórios não hormonais e drogas com potencial hemorrágico não
devem ser utilizados
GRUPO B
CARACTERIZAÇÃO:
Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos
(cefaleia, prostração, dor retro orbitária, exantema, mialgia e artralgia) e história
epidemiológica compatível;
CONDUTA TERAPÊUTICA
a) Hidratação oral - conforme recomendado para o grupo A, até o resultado do exame.
b) Sintomáticos - uso de analgésicos e antitérmicos.
GRUPO C e D
CARACTERIZAÇÃO:
✓Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas
inespecíficos (cefaleia, prostração, dor retro orbitária, exantema, mialgia e artralgia) e
história epidemiológica compatível;
✓Presença de algum sinal de alarme e/ou;
✓Choque;
✓Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes
(FCC/TRT - 3ª REGIÃO/2015)
Ao prestar atendimento a um paciente com suspeita de dengue, o enfermeiro deve estar
atento aos sinais de alarme que anunciam a perda plasmática e a iminência de choque, que
são, dentre outros,
a) exantema e prurido.
b) mialgias e diminuição da diurese.
c) prostração e cefaleia.
d) dor retro orbitária e artralgias.
e) lipotimia e diminuição repentina da temperatura corpórea.
Comentários:
Os sinais de alarme são dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão
postural e/ou lipotimia, hepatomegalia dolorosa, sangramento de mucosas, hemorragia
importantes (hematêmese e/ou melena), sonolência e/ou irritabilidade, diminuição da
diurese, hipotermia, aumento repentino de hematócrito, queda abrupta de plaquetas e
desconforto respiratório.
Gabarito Letra: E.
(CESPE/TRT - 8ª REGIÃO/2015)
Assinale a opção correta a respeito da dengue.
a) O agente etiológico da dengue é o mosquito da espécie Aedes aegypti, que também pode
ser transmissor da febre amarela urbana.
b) Por apresentar um grande número de casos suspeitos, a dengue não é considerada uma
doença de notificação compulsória.
c) A dengue é considerada de padrão sazonal, de incidência coincidente com o inverno, devido
à maior ocorrência de geadas e à queda de temperatura nessa estação.
d) A fonte de infecção e reservatório para o agente etiológico da dengue é o ser humano, tendo
sido descrito na Ásia e na África um ciclo selvagem com o envolvimento de macacos.
e) O tratamento da dengue é sintomático, mediante a utilização frequente de analgésicos,
antipiréticos, antibióticos e sulfas.
Comentários:
Alternativa “a” – errada.
O mosquito é o vetor e não o agente etiológico.
Alternativa “b” – errada.
A dengue faz parte da lista de NC.
Alternativa “c” – errada.
A incidência é coincidente com o verão.
Alternativa “d” – correta.
Alternativa “e” – errada.
O tratamento é sintomático mediante o uso de analgésicos, antitérmicos e hidratação
abundante.
Gabarito Letra: D.
(CESGRANRIO/UNIRIO/2016)
Em relação ao pronto atendimento no período patogênico da Dengue (entre 2 e 7 dias), qual é
o procedimento de enfermagem que favorece o diagnóstico diferencial com a infecção pelo
Zika vírus?
a) Balanço hídrico
b) Curva térmica
c) Controle da diurese
d) Controle da tensão arterial
e) Registro de náuseas e vômitos
Comentários:
Enquanto a dengue se caracteriza por febre súbita e alta, a infecção por Zika nem sempre é
acompanhada de febre e, quando presente, é baixa e autolimitada.
Gabarito Letra: B.
(FCC/TRT - 8ª REGIÃO/20156)
De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, assinale a opção correta acerca da doença
dengue, em crianças e adultos.
a) Deve-se atentar para o risco de choque hipovolêmico no paciente com dengue e sintomas
de dor abdominal, que frequentemente antecede o choque.
b) Não se deve exercer pressão sobre o local de retirada de punção venosa, no paciente com
dengue que apresenta sangramento, devido ao risco de aumento do sangramento.
c) É recomendada a aplicação de compressas frias em paciente com dengue que apresenta
febre.
d) O paciente com dengue que apresenta sangramento pode receber medicamentos por
qualquer via.
e) A atenção à possibilidade de crises convulsivas em crianças com dengue, menores de cinco
anos, está associada à presença de prurido.
Comentários:
Alternativa “a” – correta.
Alternativa “b” – errada.
É exatamente pelo risco do sangramento que se deve comprimir bem o local da punção.
Alternativa “c” – errada.
Aplicar compressas mornas (nunca fria devido ao risco de vasoconstricção súbita).
Alternativa “d” – errada.
A via intramuscular não deve ser opção para pacientes que apresentam sangramento
Alternativa “e” – errada.
Está associada à presença de febre.
Gabarito Letra: A.
1.19 - CHIKUNGUNYA
Doença viral causada por vírus (RNA) do gênero Alphavirus e transmitido por Aedes aegypti ou
Aedes albopictus através da picada da fêmea do mosquito infectado, além da transmissão vertical
e transfusional. Apresenta incubação de 3 a 7 dias.
O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de 3 a 7 dias (podendo
variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média dez dias. O período de
viremia no ser humano pode perdurar por até dez dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes da
apresentação dos sintomas, podendo perdurar por mais oito dias.
A doença pode evoluir em três fases: AGUDA, SUBAGUDA E CRÔNICA. Após o período de incubação
inicia-se a fase aguda ou febril, que dura até o décimo dia. Alguns pacientes evoluem com
persistência das dores articulares após a fase aguda, caracterizando o início da fase subaguda, com
duração até 3 meses. Quando a duração dos sintomas persiste até 3 meses atingem a fase crônica.
Os sinais e sintomas TÍPICOS característicos são: EXANTEMA, febre baixa ou ausente, hiperemia
conjuntival, cefaleia, ARTRALGIA, mialgia, exantema maculopapular e prurido. Sintomas gástricos
são raros e não há hemorragia, plaquetopenia, linfopenia e neutropenia.
CONDUTA
A terapia utilizada é de suporte sintomático, hidratação e repouso. A droga de escolha é o
paracetamol, podendo ser utilizada a dipirona para alívio da dor e febre.
Nos casos da dor refratária à dipirona e ao paracetamol, podem ser utilizados os analgésicos opióides
como cloridrato de tramadol e codeína.
A princípio deve ser selecionado a menor dose analgésica eficaz. Entre os efeitos adversos estão as
náuseas, vômitos, secura da boca, dor de cabeça, tontura e sonolência.
Obs.: Corticoide (Ex. prednisona) está indicado apenas para os casos com dor articular subaguda e
crônica não responsiva a AINE e analgésicos, em pacientes com dor moderada a intensa, poli
articular, debilitante.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
Paciente masculino, 18 anos, procurou a unidade de pronto atendimento apresentando
sintomas de febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos e
manchas vermelhas na pele. Foi diagnosticado como caso suspeito de Chikungunya. Em relação
a essa doença, assinale a alternativa correta.
a) É causada por uma bactéria que é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti.
b) O tratamento é específico com uso de poliquimioterapia para Chikungunya mais ácido
acetilsalicílico.
c) Não se trata de doença de notificação compulsória, pois já é considerada endêmica no Brasil.
d) Já foi identificada a transmissão sexual dessa doença.
e) Como prevenção, é fundamental implementar ações para eliminação de focos do vetor que
transmite a doença.
Comentários:
Alternativa “a” – errada.
É uma infecção viral transmitida pelo vetor Aedes aegypti.
Alternativa “b” – errada.
(IBFC/EBSERH/2016)
O vírus Chikungunya é originário da África, onde foi identificado originalmente na Tanzânia em
casos humanos febris e em mosquitos Aedes Aegypti. Sobre a Febre de Chikungunya, assinale
a alternativa correta.
a) Os principais hospedeiros dos arbovírus são humanos e primatas não humanos, além de
outros vertebrados como roedores, pássaros e pequenos mamíferos.
b) O período de incubação extrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de 10 a 14 dias
(podendo variar de 5 a 28 dias).
c) O período de incubação intrínseco, que ocorre no vetor, dura em média 20 dias.
d) Depois do período de incubação intrínseco, o mosquito é capaz de transmitir o vírus a um
hospedeiro suscetível, como o ser humano. Em seguida, o mosquito permanece infectante por
apenas 4 semanas.
e) O período de viremia no ser humano pode perdurar por até 30 dias e, geralmente, inicia-se
10 dias antes da apresentação dos sintomas.
Comentários:
Alternativa “a” – correta.
Alternativa “b” – errada.
O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano é em média de 3 a 7 dias
(podendo variar de 1 a 12 dias).
Alternativa “c” – errada.
O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média 10 dias. Os mosquitos adquirem o vírus a
partir de um hospedeiro virêmico.
Alternativa “d” – errada.
(FCC/TRT - 3ª REGIÃO/2015)
O clima quente e a umidade em áreas urbanas favorecem criadouros para a proliferação do
mosquito Aedes aegypti, o vetor de doenças tropicais como:
a) malária e febre amarela.
b) hantavirose e febre do Nilo Ocidental.
c) febre de Chikungunya e leishmaniose visceral.
d) malária e doença de Creutzfeldt-Jakob.
e) dengue e febre de Chikungunya.
Comentários:
O clima quente favorece a proliferação do Aedes aegypti, vetor da dengue, Chikungunya e Zica
Gabarito Letra: E
c) I e II.
d) II e III.
e) III e IV.
Comentários:
Item I – correta.
Item II – correta.
Item III – errada.
As articulações podem estar extremamente edemaciadas, sendo contraindicado atividades
físicas que esforçam as mesmas.
Item IV – errada.
Proclive mantém os MMII abaixo do corpo, o que piorará o edema nos MMII (articulações).
Gabarito Letra: C.
Doença viral, evolução benigna, autolimitada, cuja transmissão também ocorre pelo Aedes aegypti,
mas também crescem estudos a respeito da transmissão por via ocupacional, perinatal e sexual.
Os sintomas são: febre (nem sempre presente e autolimitada), hiperemia ocular, cefaleia, artralgias
exantema maculopapular, frequentemente com prurido e, menos frequente, odinofagia (dor a
deglutição).
TRATAMENTO
Não existe tratamento específico para febre por Zika. O tratamento dos casos sintomáticos
recomendado é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da
febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser
considerados.
No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico (AAS) e outras drogas anti-
inflama0tórias em função do devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas
nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus.
Com relação à ligação do vírus Zika com a microcefalia em crianças, há fortes evidências e os estudos
prosseguem.
Vamos comparar!
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/09/Microcefalia---Protocolo-de-vigil--ncia-e-resposta---vers--o-1----09dez2015-8h.pdf
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
Paciente, 26 anos, sexo masculino, proveniente do Estado da Bahia, procurou a unidade de
saúde apresentando exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia
conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e cefaleia, com diagnóstico médico
de ZIKA vírus. Sobre essa doença, assinale a alternativa correta.
a) A grande maioria dos casos evolui para insuficiência respiratória aguda grave.
b) O tratamento é específico e se dá com antibioticoterapia de amplo espectro.
c) Deve-se proceder à vacinação dos familiares e contatos próximos.
d) As medidas de prevenção e controle dessa doença são semelhantes às da dengue e
Chikungunya.
e) A principal via de transmissão dessa doença é por contato direto da pessoa saudável com
pessoas infectadas.
Comentários:
Alternativa “a” – errada.
A minoria dos casos pode se agravar.
Alternativa “b” – errada.
O tratamento é sintomático e incluem analgésicos e anti-inflamatórios. Não é indicado nenhum
medicamento a base de ácido acetil salicílico nem anti-inflamatórios não esteroidais.
Alternativa “c” – errada.
Não há vacinação para a Zika.
Alternativa “d” – correta.
Gabarito Letra: D.
c) anomalias genéticas.
d) microcefalia.
e) nascimentos prematuros.
Comentários:
Há forte evidência da ligação da infecção por Zika e casos de microcefalia, mas os estudos ainda
não se finalizaram a respeito.
Gabarito Letra: D
(IBFC/EBSERH/2017)
Sobre a doença Zika vírus, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores.
II. Está descrito na literatura científica, a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório
de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão transfusional.
III. A febre por vírus Zika é descrita como uma doença febril crônica, com duração de 10 a 17
dias, com complicações graves e alguns registros de mortes.
IV. A taxa de hospitalização é potencialmente alta.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III e IV
b) I, III e IV, apenas
c) III e IV, apenas
d) I e II, apenas
e) I, II e III, apenas
Comentários:
Item I – correto.
Item II – correto.
Item III – errado.
A febre por vírus Zika é descrita como uma doença febril AGUDA, AUTOLIMITADA com duração
de 3 a 7 dias s, geralmente SEM complicações graves e NÃO HÁ registros de mortes.
Item IV – errado.
A taxa de hospitalização é potencialmente BAIXA.
Gabarito Letra: D.
1.21 - SÍFILIS
A sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, transmitida predominantemente por via sexual e
vertical, causada pelo Treponema pallidum (T. pallidum), exclusiva do ser humano, e que, quando
não tratada precocemente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas
irreversíveis em longo prazo.
A transmissão por transfusão sanguínea, embora possível, é rara, devido à triagem rigorosa das
bolsas de sangue quanto à presença de agentes infecciosos, como o T. pallidum, e pelo pouco
tempo de sobrevivência da bactéria fora do organismo humano, especialmente em baixas
temperaturas, como as usadas para a conservação das bolsas de sangue.
Classicamente, os estágios da sífilis não tratada são classificados como: sífilis primária, sífilis
secundária, sífilis latente (recente até um ano após exposição e tardia com mais de um ano de
evolução) e sífilis terciária.
A sífilis primária, também conhecida como “cancro duro”, ocorre após o contato sexual com o
indivíduo infectado. O período de incubação é de 10 a 90 dias (média de três semanas). A primeira
manifestação é caracterizada por uma úlcera, geralmente única, que ocorre no local de entrada
da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais do tegumento),
indolor, com base endurecida e fundo limpo, rica em treponemas. Esse estágio pode durar entre
duas e seis semanas, desaparecendo espontaneamente, independentemente de tratamento.
A sífilis secundária surge em média entre seis semanas e seis meses após a infecção. Podem
ocorrer erupções cutâneas em forma de máculas (roséola) e/ou pápulas, principalmente no
tronco; eritema palmo-plantares; placas eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas; lesões
pápulo-hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas (condiloma plano ou condiloma lata);
alopecia em clareira e madarose.
Caracteriza-se como sífilis congênita precoce aquela que se manifesta antes dos dois primeiros
anos de vida, e como sífilis congênita tardia aquela que se manifesta após os dois anos.
O diagnóstico da sífilis congênita precoce e tardia é realizado por meio de uma avaliação
epidemiológica criteriosa da situação materna e da avaliação clínico laboratorial e estudos de
imagem na criança.
Toda gestante deve ser testada duas vezes para sífilis durante o pré-natal. Uma no primeiro
trimestre de gravidez e a segunda no terceiro trimestre. A parceria sexual também deve ser
testada. Além disso é obrigatória, ainda, a realização de um teste, treponêmico ou não
treponêmico, imediatamente após a internação para o parto na maternidade, ou em caso de
abortamento.
Exame direto:
A pesquisa do T. pallidum por microscopia de campo escuro pode ser realizada tanto nas lesões
primárias como nas lesões secundárias da sífilis, em adultos ou em crianças.
A amostra utilizada é o exsudato seroso das lesões ativas (que deve ser livre de eritrócitos, de
restos de tecido e de outros microrganismos).
O material deve ser analisado imediatamente após a coleta da amostra, sendo levado ao
microscópio com condensador de campo escuro, o que permite a visualização de T. pallidum vivo
e apresentando mobilidade. Este é considerado o teste mais eficiente para determinar o
diagnóstico direto da sífilis e possui baixo custo.
✓Testes imunológicos
Embora o tempo para o surgimento dos anticorpos antitreponêmicos possa variar de indivíduo
para indivíduo, na maioria dos casos eles poderão ser detectados a partir de dez dias do
aparecimento da lesão primária da sífilis (cancro duro).
Existem dois tipos de testes imunológicos para sífilis: os não treponêmicos e os treponêmicos. Os
testes não treponêmicos detectam anticorpos anticardiolipina, que não são específicos para os
antígenosG do T. pallidum. Os testes treponêmicos, por sua vez, detectam anticorpos específicos
para os antígenos do T. pallidum.
Podem ser qualitativos ou quantitativos. Embora ambos utilizem o mesmo reagente, o teste não
treponêmico qualitativo fornece apenas a informação de que anticorpos foram encontrados ou
não na amostra testada. Por outro lado, o teste quantitativo permite estimar a quantidade desses
anticorpos presentes mediante a diluição seriada da amostra, que será abordada mais adiante.
O mais utilizado é o VDRL baseia-se no uso de uma suspensão antigênica composta por uma
solução alcoólica contendo cardiolipina, colesterol e lecitina purificada e utiliza soro inativado
como amostra.
✓Testes treponêmicos:
Em outras palavras mais simples e suficiente para a prova: para o diagnóstico de sífilis em gestante,
podem ser utilizados os testes treponêmicos rápidos ou os testes treponêmicos convencionais(Elisa,
FTA-Abs, TPHA, dentre outros) e os não treponêmicos (VDRL, RPR, TRUST, dentre outros).
Para o diagnóstico da sífilis congênita, deve-se avaliar a história clínico epidemiológica da mãe,
realizar exame físico detalhado da criança e avaliar os resultados dos testes laboratoriais e dos
exames radiológicos.
Resultados reagentes em testes realizados em amostras de criança com idade inferior a 18 meses
devem ser sempre analisados juntamente com os resultados dos testes executados em amostra
da mãe, pois é necessário considerar a possibilidade de transferência de anticorpos IgG maternos
ao feto.
Embora existam testes treponêmicos específicos capazes de detectar IgM no recém nato, esses
testes possuem baixa sensibilidade. Por isso, quando utilizados, deve-se ter em mente que um
resultado negativo não exclui o diagnóstico de sífilis congênita.
(COPEVE-UFAL/UFAL/2018)
A sífilis é uma doença infectocontagiosa, sistêmica e crônica que tem como agente etiológico
a bactéria Treponema pallidum, transmitida por contato sexual (adquirida) ou por mãe
infectada para o bebê durante gestação ou parto (congênita). Em qual estágio a sífilis provoca
lesões em vários órgãos?
a) Latente.
b) Primário.
c) Terciário.
d) Incubação.
e) Secundário.
Comentários:
(CESPE/EBSERH/2018)
Acerca do controle das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), cujas incidências têm
tornado esse controle uma prioridade para os órgãos de vigilância epidemiológica brasileiros,
julgue certo ou errado o item subsequente.
No Brasil, são de notificação compulsória a sífilis congênita, a sífilis em gestante e a sífilis
adquirida.
Comentários:
De acordo com a PORTARIA n. 204/2016 que define a Lista Nacional de Notificação
Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e
privados em todo o território nacional, a Sífilis Adquirida, Congênita e em gestante são doenças
de notificação compulsória e com periodicidade semanal.
Gabarito: Correto.
(CESPE/EBSERH/2018)
Paula, com vinte e seis anos de idade, compareceu a unidade básica de saúde com queixa de
amenorreia havia cerca de vinte dias, mas não tinha certeza da data da última menstruação.
Nessa oportunidade, ela informou ter vida sexual ativa, fazer uso de anticoncepcional oral de
forma irregular e nunca ter engravidado.
Acerca desse caso clínico, julgue certo ou errado o item que segue.
Os testes rápidos para HIV e sífilis deverão ser oferecidos a Paula.
Comentários:
Apesar de não confirmado, ela tem suspeita de gestação. Acerca da triagem do HIV, deve-se
fazer teste na primeira consulta do pré-natal. Logo HIV e Sífilis devem ser oferecidos.
Gabarito: Correto.
(FCC/TRE-SP/2017)
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
Uma jovem de 25 anos foi diagnosticada com Sífilis, tendo seguido corretamente o tratamento
recomendado. Foi solicitado que, após 06 meses do término do tratamento, a jovem realizasse
novamente um teste sorológico, sendo mais indicados, para seguimento, os testes não
treponêmicos como:
a) VDRL.
b) teste de imunofluorescência indireta.
c) ELISA.
d) aglutinação passiva.
e) FTA-Abs.
Comentários:
O principal teste não treponêmico é o VDRL. Grave isso, pois é recorrente.
Gabarito Letra: A
(FCC/TRE-SP/2017)
O Ministério da Saúde lançou recentemente a Campanha de Combate à Sífilis Congênita.
Durante a orientação a um grupo de gestante é fundamental que o técnico de enfermagem,
enquanto integrante da equipe de saúde, ressalte que o teste de sífilis
(FCC/TRE-SP/2017)
Considere as afirmativas sobre a sífilis.
I. É uma infecção sexualmente transmissível causada pelo Bacilo de Koch.
II. Pode ser transmitida da mãe infectada para a criança durante a gestação ou o parto.
III. Na sífilis primária, a ferida que surge no local da entrada pela bactéria é dolorida, com
secreção purulenta e prurido.
IV. Na sífilis secundária, surgem manchas no corpo, principalmente nas palmas das mãos e
plantas dos pés.
Está correto o que consta em
a) II, III e IV, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) II e IV, apenas.
Comentários:
Item I – errado.
Causada pelo Treponema pallidum (bactéria).
Item II – correto.
Item III – errado.
É pouco dolorosa, geralmente, sem ardência, secreção ou prurido.
Item IV – correto.
Gabarito Letra: E.
(INSTITUTO AOCP/EBSERH/2016)
Um paciente masculino foi diagnosticado com Sífilis há 02 anos e fez o tratamento completo,
porém vem ocorrendo a persistência de exames reagentes que pode ser devido à reinfecção
pelo Treponema Pallidum ou
a) uma cicatriz sorológica.
b) um erro inato do metabolismo.
c) uma coinfecção pelo vírus HIV.
d) um teste cruzado para hepatite B.
e) um armazenamento prolongado da amostra.
Comentários:
Cicatriz sorológica é o termo utilizado para as situações nas quais o usuário, comprovadamente
tratado, ainda apresenta reatividade nos testes. Somente os testes não treponêmicos
quantitativos são indicados para avaliar a eficácia do tratamento da sífilis.
Recomenda-se sua realização a cada seis meses, até o final do segundo ano após o tratamento.
A infecção pelo Treponema pallidum não confere imunidade, por isso um indivíduo pode
contrair sífilis tantas vezes quantas for exposto ao agente etiológico.
Gabarito Letra: A.
1.22 HEPATITES
Entende-se por hepatite os quadros que apresentam uma alteração difusa no parênquima hepático,
caracterizadas por uma lesão necroinflamatória dos hepatócitos, de gravidade variável.
Hepatite A
Doença viral aguda, transmitida pelo vírus (RNA) da Hepatite A, de manifestações clínicas variadas,
desde formas subclínicas, oligossintomáticas e até fulminantes (minoria).
O TRATAMENTO, se necessário, para a forma aguda, apenas sintomático para náuseas, vômitos e
prurido.
Quanto às COMPLICAÇÕES estão a manutenção das transaminases em níveis elevados por meses
ou, até mesmo, 1 ano. Pode ocorrer necrose maciça ou submaciça do fígado, icterícia, indisposição
progressivas, urina escurecida, e coagulação anormal e deteriorização neurológica.
Hepatite B
Doença viral pelo vírus da hepatite B, com quadro assintomático, sintomático ou fulminante.
A vacina contra hepatite B pode ser administrada em qualquer idade e simultaneamente com outras
vacinas do calendário básico. A imunização contra a hepatite B é realizada em três doses, com
intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira
dose (0, 1 e 6 meses).
Hepatite C
Doença viral causada pelo vírus da Hepatite C, com afecção assintomática, sintomática ou
fulminante (rara).
A transmissão do HCV ocorre pelo contato com sangue infectado em virtude de exposição
percutânea, transfusão de sangue e/ou hemoderivados e transplantes de doadores infectados.
Atualmente, destacam-se como importantes formas de transmissão do HCV o compartilhamento de
equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagens e colocação de piercing, além de objetos
de uso pessoal, tais como lâminas de barbear ou depilar, escovas de dente e instrumentos para
pedicure/manicure.
Testes moleculares: Testes de detecção de ácidos nucleicos São testes de amplificação de ácidos
nucleicos, denominados HCV-RNA, que permitem detectar o RNA viral de todos os genótipos e
subtipos descritos do HCV. Esses testes podem ser qualitativos, quando apenas detectam a presença
do RNA viral, ou quantitativos, quando quantificam o RNA viral.
Não existe nenhuma medida específica eficaz para a redução do risco de infecção pelo vírus da
hepatite C após exposição ocupacional. A única forma de reduzir o risco é a prevenção do próprio
acidente.
Suscetibilidade Hepatite B: são suscetíveis os indivíduos com perfil sorológico HBsAg, anti-hoc
e anti-HBs negativos, concomitantemente.
Gabarito: Letra D.
(FCC/TRT - 3ª REGIÃO/2015)
Em um Programa de Educação em Saúde sobre doença sexualmente transmissível, o Técnico
de Enfermagem orienta que
a) quando um teste de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há a possibilidade
de apresentar um falso resultado positivo.
b) após o nascimento, a mãe soropositiva para HIV deve amamentar seu filho, pois o AZT
administrado antes do parto protege o bebê da transmissão do vírus.
c) a transmissão da hepatite C é evitada utilizando-se a vacina preconizada pelo Plano Nacional
de Imunização.
d) a sífilis é transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém
infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a
gestação ou o parto.
e) a infecção por tricomoníase causa a oftalmia neonatal, sendo necessária a aplicação de uma
gota de colírio próprio em cada olho do bebê ao nascer.
Comentários:
Alternativa “a” – errada.
Quando um teste de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de
apresentar um falso resultado negativo.
Janela imunológica : intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira
detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo.
Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da janela
imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente.
Alternativa “b” – errada.
Para a prevenção da contaminação pelo HIV, por intermédio do aleitamento materno, as
mulheres infectadas pelo HIV não devem amamentar seus próprios filhos, nem doar leite.
Alternativa “c” – errada.
Hepatite B não tem vacina.
Alternativa “d” – correta.
Alternativa “e” – errada.
A prevenção da oftalmia neonatal gonocócica é feita com uma gota da solução nitrato de prata
a 1%.
Gabarito Letra: D.
Alternativa: Certa.
A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade
variável. Causada por um Vírus RNA (Arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae), apresenta
a forma grave manifestada por insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Deve-se
levar em conta seu potencial de disseminação em áreas urbanas.
Apresenta o mosquito como reservatório e na doença urbana, o homem é o único hospedeiro com
importância epidemiológica. Na forma silvestre, os primatas são os principais hospedeiros do vírus
amarílico e o homem é um hospedeiro acidental.
O quadro clínico clássico caracteriza-se pelo surgimento súbito de febre alta, geralmente contínua,
cefaleia intensa e duradoura, inapetência, náuseas e mialgia. O sinal de Faget (bradicardia
acompanhando febre alta) pode ou não estar presente.
Nas formas leves e moderadas os sintomas duram cerca de dois a quatro dias e são aliviados com o
uso de sintomáticos, antitérmicos e analgésicos, e ocorrem em cerca de 20% a 30% dos casos.
O diagnóstico específico de febre amarela pode ser feito de forma direta pela detecção do vírus em
amostras clínicas (sangue e/ou tecidos) ou de forma indireta pela detecção de anticorpos.
O diagnóstico das formas leve e moderada é difícil, pois pode ser confundido com outras doenças
infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou urinário. Formas graves com quadro clínico clássico
ou fulminante devem ser diferenciadas de malária, leptospirose, febre maculosa, febre hemorrágica
do dengue e dos casos fulminantes de hepatite.
Diagnóstico laboratorial: O diagnóstico pode realizado por isolamento do vírus amarílico e detecção
de antígeno em amostras de sangue ou tecido e por sorologia. Também podem ser realizados
exames de histopatologia em tecidos pos morten.
Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. O paciente deve permanecer em
repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando necessário. Os casos grave devem
ser atendidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de modo que as complicações sejam
controladas e o perigo da morte, eliminado.
O tratamento é sintomático:
A Vigilância epidemiológica tem por objetivos manter erradicada a febre amarela urbana e controlar
a silvestre. Todos os casos suspeitos da doença devem ser investigados, visando mapeamento das
áreas de transmissão e identificação de populações de risco para prevenção e controle.
A notificação é COMPULSÓRIA E IMEDIATA. Todo caso suspeito deve ser prontamente comunicado
por telefone, fax ou e-mail às autoridades, por se tratar de doença grave, com risco de dispersão
para outras áreas do território nacional e mesmo internacional.
A avaliação dos parâmetros clínicos e de proteinúria deve ser repetida frequentemente (pelo menos
a cada 4 horas) e os exames laboratoriais diariamente, ou a qualquer momento caso apareçam sinais
de alerta para formas graves e malignas, caso em que o paciente deve ser 17 transferido para
unidade de terapia intensiva.
A vacinação contra febre amarela (VFA – atenuada) é a medida mais importante e eficaz para
prevenção e controle da doença.
O esquema vacinal consiste em uma dose única a partir dos 9 meses de idade, na dose de 0,5 mL,
SC. Os possíveis efeitos adversos estão representados abaixo:
Indicações da vacina:
• Residentes ou viajantes para as áreas com recomendação de vacinação (todos os estados das
regiões Norte e Centro-Oeste; Minas Gerais e Maranhão; alguns municípios dos estados do Piauí,
Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Os viajantes para essas áreas devem
ser vacinados pelo menos 10 dias antes da viagem.
• Pessoas que se deslocam para países endêmicos, conforme recomendações do Regulamento
Sanitário Internacional (RSI).
O esquema vacinal consiste em uma dose única a partir dos 9 meses de idade, na dose de 0,5
mL, SC.
Gabarito: A.
Fim!
Estou à disposição! Prof. Lígia Carvalheiro