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Marques da Silva; Matheus Rodrigues da Cruz; Pedro Rodrigues Maciel Neto; Sarah Gabriella
Chaves Fernandes.
ANTROPOLOGIA FORENSE
Goiás, 2023
INTRODUÇÃO
a) Idade: A idade de um indivíduo pode ser definida pela análise das suturas
cranianas. As suturas cranianas são as articulações fibrosas que conectam os
ossos do crânio. Sua aparência é a de finas linhas irregulares que marcam os
limites entre os ossos. Elas desempenham um papel importante no
desenvolvimento e crescimento do crânio, permitindo que ele se expanda à
medida que o cérebro cresce. Existem diferentes tipos de suturas cranianas,
como a sutura coronal, sagital, lambdoide e a sutura bregmática “anterior”,
entre outras. Essas suturas são relativamente flexíveis durante a infância, mas
com o tempo, elas se tornam mais rígidas à medida que os ossos cranianos se
fundem. Para a análise e identificação da idade de um esqueleto humano através
do estudo das suturas do crânio é preciso saber onde cada sutura se localiza,
essas suturas podem ser analisadas internamente e externamente. Cada sutura se
fecha dentro de um período distinto onde ao serem observadas pode-se indicar a
idade aproximada de um esqueleto e com mais precisão se aliado com a análise
de outros determinantes presentes em outras partes dos ossos.
Algor mortis.
Rigor mortis.
Livor mortis.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS:
Luzia é o fóssil humano mais antigo encontrado na América do Sul. Ele fazia parte
do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que pegou fogo, em 2018. O crânio de
Luzia resistiu ao fogo. Se chegamos a conhecer suas feições, foi graças a essa união de
conhecimentos que são aplicados nas ciências forenses.
Essa informação também foi fundamental para os estudos sobre a ocupação humana
do continente americano. Pela idade e características analisadas da Luzia, sabemos que os
homo sapiens povoaram as Américas antes do que os pesquisadores pensavam! Em outras
palavras, os conhecimentos aplicados na antropologia forense também ajudam no estudo
sobre nossa evolução. Estudos de datação apontaram que o fóssil abrigado no Museu
Nacional era uma mulher que estava na faixa dos 20 anos quando morreu, tinha 1,5m de
altura e possuía traços negroides, com nariz largo e olhos arredondados. A reconstituição de
seu rosto foi feita em 1999, por pesquisadores da Universidade de Manchester, na
Inglaterra, que usaram como base o crânio.
O fóssil gerou ainda a denominação Povo de Luzia, que se refere aos primeiros
homens e mulheres que habitaram a região arqueológica de Lago Santa. Porém, sabe-se,
hoje, que o grupo ao qual Luzia pertenceu foi apenas um dos vários povos que viveram no
lugar em diferentes períodos, vivendo da caça de animais de pequeno e médio portes e da
coleta dos recursos vegetais disponíveis na região.
O Homem de Cherchen
A Donzela
Aliás, o consumo de folhas de coca parece ter sido intensificado seis meses antes
dos sacrifícios, e o de álcool nas semanas que antecederam o ritual, o que pode ter ajudado
as crianças a aceitarem melhor seu destino. A Donzela mesmo foi encontrada com uma
considerável quantidade de folhas de coca mastigadas em sua boca, o que sugere que ela
pode ter sido sedada antes de morrer.
Todo ser vivo tem em sua constituição partículas de carbono. Dentre as partículas
do carbono existe uma partícula específica que nos possibilita datar com relativa exatidão
em que época tais seres viveram. A técnica do carbono-14 foi descoberta na década de 1940
por Willard Libby. Ele percebeu que a quantidade de carbono-14 dos tecidos orgânicos
mortos diminui a um ritmo constante com o passar do tempo. Assim, a medição dos valores
de carbono-14 em um objeto fóssil nos dá pistas dos anos decorridos desde sua morte. Isso
equivale a dizer que o carbono-14 morre junto com o ser vivo e é a partir desta datação que
ele vai diminuindo de quantidade com o passar dos anos. Isso possibilita entendermos em
que época esses seres viveram. Hoje este é o método mais eficiente para estimar a idade de
espécimes arqueológicas de origem biológica. Esta técnica é aplicável à madeira, carbono,
sedimentos orgânicos, ossos, conchas marinhas, ou seja, todo material que conteve carbono
em alguma de suas formas. Como o exame se baseia na determinação de idade através da
quantidade de carbono-14 e esta diminui com o passar do tempo, ele só pode ser usado para
datar amostras que tenham idades estimadas em até 50 a 70 mil anos.
DESASTRES DE MASSA:
Desastre de massa é um evento inesperado que causa sérios danos e mortes a um grande
número de pessoas. Esses eventos podem ser desastres naturais, como terremotos, tsunamis
e tornados; desastres acidentais, por exemplo, quedas de aviões, colisões e descarrilamentos de
trens e incêndios; ou atos terroristas, tais como bombardeios, ataques suicidas e uso de armas
químicas e biológicas.
Nos desastres com origens antrópicas ou naturais em que as porções corporais são
misturadas ou reduzidas a fragmentos ósseos, é imprescindível a atuação do antropólogo forense
principalmente por sua capacidade e eficiência em realizar varreduras de sítios e, também, por
conseguir extrair importantes informações dos tecidos ósseos (MUNDORFF, 2012).
No dia 11 de março de 2011, um terremoto não apenas sacudiu como também deslocou
o Japão. Com 9 graus de magnitude, o "Grande Terremoto do Leste do Japão" —
também conhecido como "Grande Terremoto de Sendai" ou apenas "Terremoto de
Tohoku”.
4. O profissional da área vai ser responsável também pela análise de artefatos culturais,
que envolvam rituais, etc. Em sítios arqueológicos, a antropologia cultural é utilizada
para identificar o tipo de civilização, no caso quando se encontra objetos de alguma
época ou civilização não conhecida.
6. Ele também vai conseguir identificar características distintas desse criminoso baseando
nas suas características culturais, vai saber se ele é bem-organizado ou se não possui
organização, mas focando sempre em aspectos culturais, religiosos e até mesmo em
rituais tratando sempre de distinguir as práticas culturais do mesmo. E todo esse estudo
é feito por análise comportamental.
EXEMPLOS DE CASOS FAMOSOS RESOLVIDOS COM A AJUDA DA
ANTROPOLOGIA FORENSE:
O exame médico-legal, realizado pelos peritos da PF, indica que a morte do Sr. Dom
Phillips foi causada por traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com
munição típica de caça, com múltiplos balins, ocasionando lesões principalmente
sediadas na região abdominal e torácica (1 tiro). Os trabalhos dos peritos do Instituto
Nacional de Criminalística, nos dias que seguiram, foram concentrados nos exames de
Genética Forense, Antropologia Forense e métodos complementares de Medicina Legal,
para identificação completa dos remanescentes e compreensão da dinâmica dos eventos.
3. Caso de Jonestown (1978): Em 18 de novembro de 1978, 918 pessoas morreram em
um misto de suicídio coletivo e assassinatos em Jonestown, uma comuna fundada por
Jim Jones, pastor e fundador do Templo Popular, uma seita pentecostal cristã de
orientação socialista.
Embora algumas pessoas tenham sido mortas a tiros e facadas, a grande maioria
pereceu ao beber, sob as ordens do pastor, veneno misturado a um ponche de frutas.
Nesse caso os peritos da área forense, foram de extrema importância para definir com
clareza que a vários corpos ali tiveram os ossos perfurados a facadas, ajudando na
identificação de corpos.
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21. Newslab. Luciene Almeida. 08 de fevereiro de 2023. Caso Jeffrey Dahmer: Por que o
diagnóstico original do serial killer era impreciso? Disponível em:
https://newslab.com.br/caso-jeffrey-dahmer-por-que-o-diagnostico-original-do-serial-
killer-era-impreciso/. Acesso em: 15/09/2023.
23. G1 – Distrito Federal. Vladimir Netto, TV Globo. 18/06/2022. PF confirma que restos
mortais encontrados na Amazônia são do indigenista Bruno Pereira. Disponível em:
https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/06/18/exame-confirma-que-restos-
mortais-encontrados-na-amazonia-sao-do-indigenista-bruno-pereira.ghtml. Acesso em
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24. BBC News Brasil. 19 de novembro de 2018. Jonestown, 40 anos: o que levou ao maior
suicídio coletivo da história Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-
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