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(NOTURNO)
PUTREFAÇÃO
Putrefação
É o processo de decomposição da matéria
orgânica por bactérias e pela fauna
macroscópica, que acaba por devolvê-la à
condição de matéria inorgânica. É necessária
a participação ativa de bactérias cujas
enzimas, em condições favoráveis, produzem
a desintegração do material orgânico. Daí,
que nas condições térmicas que impeçam a
proliferação bacteriana, ou pela ação de
substâncias anticépticas, o cadáver não se
putrefaz.
As bactérias encarregadas da putrefação do
cadáver, na sua maioria, são as mesmas que,
em vida, formam a flora intestinal do indivíduo.
Algumas das substâncias intermediárias
formadas durante o processo de decomposição
das proteínas são altamente fétidas, tornando-
se as responsáveis pelo cheiro característico dos
corpos em putrefação
Este processo de decomposição paulatina é bastante
lento. As larvas de insetos todas com atividade
necrofágica, se deixadas agir livremente, podem
destruir o cadáver em um tempo bem menor: de 4 a 8
semanas. Com efeito, em um cadáver exposto à
intempérie, a putrefação se vê acelerada, sendo certo
que os corpos enterrados, têm a sua decomposição
retardada até em oito vezes, com relação aos
primeiros.
Fases da putrefação
A putrefação se desenvolve em quatro fases ou períodos
distintos e consecutivos:
(a) Espécie
Entre animal e ser humano. Pode-se chegar a essa
classificação pela análise dos ossos. Esta região é denominada
osso compacto ou diáfise. Vasos sanguíneos e células
nervosas em todo o osso comunicam-se, por osteócitos (que
emitem expansões citoplasmáticas que põem em contato um
osteócito com o outro) em lacunas (espaços dentro da matriz
óssea densa que contêm células ósseas)).
(b) Raça
Há cinco tipos étnicos fundamentais: caucasiano
(usado para denotar o tipo físico geral de algumas ou
todas as populações da Europa, Norte da África,
Chifre da África, Ásia Ocidental Oriente Médio, Ásia
Central e Sul da Ásia. Historicamente, o termo tem
sido usado para descrever toda a população dessas
regiões, sem levar em conta, necessariamente, a
tonalidade da pele), mongólico (asiáticos), negroide
(negros), indiano (Índia) e australóide (variedade
australiana). A raça é identificada pelo índice cefálico
(forma do crânio e ângulo facial).
(c) Sexo
O sexo do indivíduo pode ser identificado das seguintes maneiras:
- sexo cromossomial:
-Avaliação dos cromossomos. Ex.: sexo masculino: quem tem cromossomo XY; sexo feminino:
quem tem cromossomo XX;
- sexo gonadal:
Os indivíduos humanos que têm ovário são do sexo feminino; os que têm testículos são do sexo
masculino;
- sexo cromatímico:
Com a aplicação, nas células humanas, de corante que se adere ao corpúsculo cromatino. A
presença da cromatina indica o sexo feminino; sua ausência indica o sexo masculino.
- sexo da genitália interna:
Quem tem útero e ovário é do sexo feminino; quem tem próstata é do sexo masculino;
- sexo da genitália externa:
Quem tem vagina e clitóris é do sexo feminino; quem tem pênis e escroto é do sexo masculino;
- sexo jurídico:
É o sexo constante nos documentos do indivíduo. Pressupõe-se que alguém constatou o sexo do
indivíduo;
- sexo de identificação:
É o sexo psíquico, sexo do comportamento, é a sexualidade do indivíduo. Na maioria das vezes,
tem tudo a ver com o sexo físico. É o sexo que o indivíduo projeta no plano da sexualidade;
- sexo pericial:
É o sexo de avaliação, por meio de toda uma avaliação dá-se um laudo sopesando todos os
aspectos. Legalmente, no Brasil, o que vale é o sexo físico. O judiciário não pode autorizar a
mudança de sexo na documentação, pois poderia estar incorrendo em uma fraude.
1.1. Idade
Existem algumas faixas etárias juridicamente importantes: 13, 16, 18 e 21 anos. Especialmente a
faixa dos 18 anos, que é a faixa da imputabilidade (idade em que uma ação considerada crime
leva a punição judicial). Universalmente, hoje se aceita a Tabela de Grevlisch para determinar a
idade das pessoas. Grevlisch, ao radiografar os ossos dos braços das pessoas, chegou a um
padrão de calcificação para determinar as faixas etárias jurídicas. Esse processo de calcificação
dos ossos se encerra com 21 anos. Não é possível distinguir uma radiografia de uma pessoa com
25 anos de outra com 35 anos, porém, é possível identificar, pela radiografia, um indivíduo de 20
anos e 9 meses de outro indivíduo de 21 anos. Os ossos do antebraço são o rádio e o úmero.
Posição anatômica é a posição da pessoa voltada para frente, com os braços voltados para
frente e as pernas ligeiramente afastadas. Sendo essa a posição anatômica, o rádio localiza-se no
exterior do antebraço. Ossos do punho: escalóide, semilunar, piramidal, pisiforme, na primeira
fileira. Na segunda fileira: trapézio, trapezoide, grande osso e ganchoso ou unciforme.
Os ossos da mão são cinco e chamam-se metacarpianos. Dedos: indicador, polegar, médio,
anular e mínimo. O polegar tem dois ossos, duas falanges, que recebem o nome de proximal e
distal. Os quatro outros dedos possuem três falanges: proximal, medial e distal. Além disso,
existem pequenas esferas ósseas que ajudam no processo de articulação, chamados
semamóides. Temos então 32 (trinta e dois) pontos de observação (ossos) para identificar a
idade das pessoas. É por isso que se adota essa parte do corpo para proceder à identificação:
pela quantidade de detalhes e variedade de pontos de observação.
1.2. Altura
Existem tabelas para que se possa verificar a
altura do indivíduo. Ex.: se o fêmur mede 48,6
cm, o indivíduo vivo tinha 1,80 m. À tabela pode
ser aplicada sobre vários ossos: fêmur, tíbia etc.
1.3. Outros Tipos de Identificação
Para ajudar numa identificação individual, são valiosos os seguintes sinais:
(a) Sinais individuais: verrugas, manchas etc.;
(b) malformações: lábio leporino, desvio de coluna, consolidação viciosa de uma
fratura etc.;
(c) sinais profissionais: calosidade de sapateiros, calo nos lábios de sopradores devido
músicos de instrumentos de sopro etc.;
(d) cicatrizes: traumática (ação de agentes mecânicos, queimaduras), patológicas
(vacinas) ou cirúrgicas. A identificação pelos dentes, no morto, é relevante. Porém,
para que tal identificação seja possível, seria necessário dispor de uma ficha dentária
fornecida pelo dentista da vítima. Uma cárie com restauração de determinado
material, colocação de prótese, influem na identificação do indivíduo. Devem-se levar
em conta, também, as alterações adquiridas pelos agentes mecânicos, químicos,
físicos e biológicos (desgastes dos dentes, dentes manchados de fumo etc.). A
identificação por fotografia não é um método de grande segurança. Ele será usado
quando falhar os métodos mais significativos. Consiste na superposição de fotos do
indivíduo tiradas em vida sobre a foto do esqueleto do crânio.
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