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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

CAMPUS SÃO BERNARDO DO CAMPO


BACHARELADO EM PLANEJAMENTO TERRITORIAL
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANAS

CLIMA
Disciplina: Estudos do Meio Físico
Docente: Prof. Dr. Christian Ricardo Ribeiro

São Bernardo do Campo


Fevereiro de 2024
Estrutura da aula

• Conceitos básicos da Climatologia

• A atmosfera terrestre

• Os elementos climáticos

• Os fatores climáticos
Referências básicas:

▪ SOUZA, D. O. de; NASCIMENTO, M. G. do; IWABE, C. M. N.


Clima. In: OLIVEIRA, A. M. dos S.; MONTICELI, J . J. (Ed.).
Geologia de Engenharia e Ambiental: Volume 2 – Métodos
e técnicas. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de
Engenharia e Ambiental, 2018, p. 21-37.

▪ MENDONÇA. F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia:


noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de
Textos, 2007.
Estudos do Meio Físico - Clima

Conceitos básicos
da Climatologia
Conceitos básicos: Meteorologia e tempo

• Meteorologia: estuda a atmosfera no domínio das ciências naturais.


Trata da dimensão física da atmosfera e compreende o estudo dos
fenômenos isolados da atmosfera e do tempo atmosférico.

• Tempo atmosférico: é o estado momentâneo da atmosfera em um


dado instante e lugar.

• Estado da atmosfera: é o conjunto de atributos que a caracterizam


naquele momento, tais como radiação (insolação), temperatura,
umidade (precipitação, nebulosidade etc.) e pressão (ventos etc.)
Conceitos básicos: Meteorologia e tempo

• Aborda fenômenos atmosféricos como raios, trovões, descargas


elétricas, nuvens, composição físico-química do ar e previsão do tempo.

• Trabalha com instrumentos destinados à mensuração e ao registro dos


elementos e dos fenômenos atmosféricos .

• Possibilita a criação de uma base de dados de fundamental


importância para o desenvolvimento dos estudos da Climatologia.
Conceitos básicos: Climatologia e clima

• Climatologia: surgiu como um campo do conhecimento científico com


identidade própria algum tempo depois da sistematização da
Meteorologia.

• Estuda a espacialização e a evolução dos elementos e dos fenômenos


atmosféricos.

• Situa-se entre os domínios das ciências humanas (Geografia,


particularmente a Geografia Física) e das ciências naturais
(Meteorologia – Física), estando mais relacionada ao primeiro.
Posição da Climatologia no campo
do conhecimento científico

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 14).


Conceitos básicos: Climatologia e clima
• Conceitos clássicos de clima → revelam a preocupação com a
apreensão do que seja a característica do clima em termos do
comportamento médio dos elementos atmosféricos.

• Organização Meteorológica Mundial (OMM) → estabelece uma


determinação temporal cronológica para a definição de tipos climáticos
→ as médias estatísticas devem ser estabelecidas a partir de uma série
de dados que cubra um período mínimo de 30 anos.

• Julius Hann → clima é “o conjunto dos fenômenos meteorológicos que


caracterizam a condição média da atmosfera sobre cada lugar da Terra”.
Conceitos básicos: Climatologia e clima
• J. O. Ayoade → clima é “a síntese do tempo num determinado lugar
durante um período de 30 a 35 anos”.

• Evolução dos estudos em Climatologia registrou notáveis avanços ao


engendrar a análise da dinâmica do ar → evidenciou a necessidade do
tratamento dos fenômenos atmosféricos que ocorrem de forma
eventual ou episódica → causam maior impacto às atividades humanas.

• Tratamento do clima segundo uma cadência rítmica de sucessão de


tipos de tempo e uma abordagem genética dos tipos climáticos.

• Max Sorre → clima é “a série dos estados atmosféricos acima de um


lugar em sua sucessão habitual”.
Conceitos básicos: Climatologia e clima
“A Climatologia constitui o estudo científico do clima. Ela trata
dos padrões de comportamento da atmosfera em suas
interações com as atividades humanas e com a superfície do
Planeta durante um longo período de tempo. Esse conceito
revela a ligação da Climatologia com a abordagem geográfica
do espaço terrestre, pois ela se caracteriza por um campo do
conhecimento no qual as relações entre a sociedade e a
natureza são pressupostos básicos para a compreensão das
diferentes paisagens do Planeta e contribui para uma
intervenção mais consciente na organização do espaço.”

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 15, grifos nossos).


TEMPO: condição atual,
mostrando a ocorrência CLIMA: condição média,
de uma tempestade mostrando as diferenças
entre as regiões brasileiras
Para um dado local, o estado da
atmosfera pode ser descrito tanto em O estado da atmosfera pode ser
termos instantâneos, definindo a descrito por variáveis que caracterizam
condição atual, a qual é sua condição física. São os elementos
extremamente dinâmica, como meteorológicos: temperatura do ar,
também em termos estatísticos, umidade relativa do ar, velocidade e
definindo a condição média, a qual é, direção do vento, precipitação, pressão
por sua vez, uma descrição estática. atmosférica, radiação solar, etc...
Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.
Piracicaba, SP - 11 Jul 2004
35

30
100

90
TEMPO
80

Umidade Relativa do ar (%)


Temperatura do ar (C)

A variação da temperatura e da
70
25
60

20 50
umidade relativa do ar, ao longo de
40
um dia, mostra o grande
15
30 dinamismo das condições do tempo.
20
10 T
UR 10

5 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horário

Piracicaba, SP - 01 Jan 2005


35 100

90
30
80

Umidade Relativa do ar (%)


Observe que dependendo da época

Temperatura do ar (C)
70
25
do ano essa variação ao longo do 60

dia pode ser maior ou menor, o que 20 50

na realidade é dependente dos


40
15
30
fatores meteorológicos que estão T 20
atuando em cada um desses dias. 10
UR 10

5 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Horário

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


TEMPO
Temperatura mádia mensal - Piracicaba, SP
28

26
Temperatura média mensal ( oC)

24

22

20

18

16

14
2001 2002 2003 2004 2005
12

10

O mesmo acontece ao analisarmos as temperaturas médias mensais para


uma série de anos consecutivos. Percebe-se que apesar de haver um
padrão de variação, ocorre oscilação nas médias de um mesmo mês, de ano
para ano. Isso também pode ser observado para a chuva...

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


TEMPO
Precipitação pluviométrica - Piracicaba, SP
360
2001 2002 2003 2004 2005
Precipitação média mensal (mm)

310

260

210

160

110

60

10

... em que apesar de se observar a oscilação estacional, os valores mensais


variam sensivelmente de ano para ano, com o total anual variando de 1.104 mm
em 2003 a 1.461 mm em 2002.

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


CLIMA
Piracicaba, SP
30 350
Chuva
25 Tmed 300
Temperatura média (oC)

250

Chuva (mm/mês)
20
200
15
150
10
100

5 50

0 0
J F M A M J J A S O N D

Já as médias das temperaturas médias mensais e dos totais médios mensais de


chuva para um período igual ou superior a 30 anos, denominadas de NORMAIS
CLIMATOLÓGICAS, mostra apenas a variabilidade estacional, porém com
valores estáticos para cada mês, descrevendo assim o CLIMA do local.

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


CLIMA

As NORMAIS CLIMATOLÓGICAS indicam as condições médias do estado da atmosfera


do local e isso possibilita se caracterizar o seu CLIMA e a comparação entre localidades.

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


CLIMA
Pindorama, SP - BRASIL Tampico - MÉXICO
30 300 30 300
Chuva Chuva
25 Tmed 250 25 Tmed 250
Temperatura média (oC)

Temperatura média (oC)


Chuva (mm/mês)

Chuva (mm/mês)
20 200 20 200

15 150 15 150

10 100 10 100

5 50 5 50

0 0 0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Tucuman - ARGENTINA Bhopal - ÍNDIA


30 300 40 500
Chuva Chuva
35
25 Tmed 250 Tmed
400
Temperatura média (oC)

Temperatura média (oC)


30
Chuva (mm/mês)

Chuva (mm/mês)
20 200
25 300
15 150 20

15 200
10 100
10
100
5 50
5

0 0 0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


CLIMA
Kano - NIGÉRIA Helwan - EGITO
35 500 30 100
Chuva Chuva
30 Tmed 25 Tmed
400 80
Temperatura média (oC)

Temperatura média (oC)


25

Chuva (mm/mês)

Chuva (mm/mês)
20
300 60
20
15
15
200 40
10
10
100 20
5 5

0 0 0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Valência - ESPANHA Sta. Maria de Leuca - ITÁLIA


30 300 30 300
Chuva Chuva
25 Tmed 250 25 Tmed 250
Temperatura média (oC)

Temperatura média (oC)


Chuva (mm/mês)

Chuva (mm/mês)
20 200 20 200

15 150 15 150

10 100 10 100

5 50 5 50

0 0 0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


CLIMA
Bebedouro, SP Itabaianinha, SE
30 350 30 350
Chuva Chuva
25 Tmed 300 25 Tmed 300
Temperatura média (oC)

Temperatura média (oC)


250 250

Chuva (mm/mês)

Chuva (mm/mês)
20 20
200 200
15 15
150 150
10 10
100 100

5 50 5 50

0 0 0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Taquarí, RS Uberaba, MG
30 350 30 350
Chuva Chuva
25 300 25 Tmed 300
Tmed
Temperatura média (oC)

Temperatura média (oC)


250 250
Chuva (mm/mês)

Chuva (mm/mês)
20 20
200 200
15 15
150 150
10 10
100 100

5 50 5 50

0 0 0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula2_2012.pdf>.


Conceitos básicos: normais climatológicas
• Normais climatológicas → Organização Meteorológica Mundial (OMM)
→ valores médios calculados para um período relativamente longo e
uniforme, compreendendo no mínimo três décadas consecutivas.

• Padrões climatológicos normais → (OMM) → médias de dados


climatológicos calculadas para períodos consecutivos de 30 anos.

• As normais, até o momento, quatro períodos (OMM):

▪ 1901-1930: primeira normal climatológica;

▪ 1931-1960: segunda normal climatológica;

▪ 1961-1990: terceira normal climatológica;

▪ 1991-2020: quarta normal climatológica.


Fonte: <https://portal.inmet.gov.br/normais>.
3ª normal climatológica
Conceitos básicos: normais climatológicas

• Sempre que afirmamos que um determinado dia, mês, estação ou ano


foi seco ou úmido, ou foi quente ou frio, temos que comparar com a
média climatológica do local.

• A normal climatológica pode ser entendida como uma representação


das características médias do clima em um determinado local.

• A variação entre dois períodos de normais pode ser entendida como


uma variação de longo prazo dos parâmetros meteorológicos, entendidos
como mudanças do clima regional.

• Seja essa mudança derivada de mudanças no espaço local e regional ou


resultantes das mudanças climáticas globais.
2ª e 3ª normais climatológicas para São Paulo (SP)
Fonte: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4182944/mod_resource/content/1/Conceitos_inicias.pdf>.
Fonte: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4182944/mod_resource/content/1/Conceitos_inicias.pdf>.
Fonte: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4182944/mod_resource/content/1/Conceitos_inicias.pdf>.
Fonte: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4182944/mod_resource/content/1/Conceitos_inicias.pdf>.
Conceitos básicos: elementos e fatores

• Elementos climáticos: são os elementos constitutivos do clima, que


interagem na formação dos diferentes climas da Terra. São eles:
temperatura atmosférica, umidade atmosférica e pressão atmosférica.

• Fatores geográficos do clima: são responsáveis pela variação espacial e


temporal dos elementos climáticos, em suas diferentes manifestações.
São eles: latitude, altitude, maritimidade, continentalidade, vegetação e
atividades humanas.

• Circulação e atmosférica e dinâmica atmosférica: superpõem-se aos


elementos climáticos e aos fatores climáticos e imprimem ao ar uma
permanente movimentação.
Conceitos básicos: escalas de estudo
• Escala climática → diz respeito a dimensão, ou ordem de grandeza,
espacial (extensão) e temporal (duração), segundo a qual os fenômenos
climáticos são estudados.

• Escalas espaciais → ganham maior destaque na abordagem geográfica


do clima e as mais conhecidas são a macroclimática, a mesoclimática e a
microclimática.

• Escalas temporais → as mais utilizadas são as escalas geológica, a


histórica e a contemporânea.

• A escala, em Climatologia, implica em uma ordem hierárquica das


grandezas climáticas, tanto espaciais quanto temporais.
Organização da escala espacial
e da escala temporal do clima

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 23).


Escalas de análise
geográfica do clima

Fonte: Jesus (1995) apud Jesus (2008).


Adaptado de Faissol (1978).
Escalas espaciais do clima: MACROCLIMA
• Compreende áreas muito extensas da superfície da Terra.

• Abrange desde o planeta (clima global), passando por faixas ou zonas


(clima zonal), até extensas regiões (clima regional).

• Exemplos: zonas climáticas da Terram clima dos oceanos, clima dos


continentes, clima de um grande país etc.

• Extensão espacial dos clima dessa unidade escalar → superior à ordem


de milhões de km2.

• Subordina-se à circulação geral da atmosfera, a fatores astronômicos, a


fatores geográficos mais amplos (grandes divisões do relevo) e à
variação da distribuição da radiação no planeta (baixas e altas latitudes).
Escalas espaciais do clima: MESOCLIMA
• Unidade intermediária entre as de grandeza superior e inferior do clima:
- Clima regional: não possui, por si só, delimitações espaciais precisas →
regiões naturais interiores aos continentes, inferiores àquelas da
categoria superior → grandes florestas, desertos ou pradarias etc.;

- Clima local: definido por aspectos específicos de um local (grande


cidade, área agrícola, litoral, floresta etc.). Está inserido no clima regional.

- Topoclima: definido pelo relevo. Está inserido no clima regional.

• Extensão espacial: bastante variável, de km2 a milhares de km2.

• Subordina-se à circulação secundária ou regional, ao fluxo energético


estabelecido pelas superfícies locais e à configuração topográfica.
Escalas espaciais do clima: MICROCLIMA

• Menor e mais imprecisa unidade escalar climática.

• Refere-se a áreas com uma extensão espacial muito pequena → clima


de construções (uma sala de aula, um apartamento), clima de uma rua,
margens de um lago etc.

• Extensão espacial: pode ir de alguns centímetros a centena de m2.

• Subordina-se:

- ao movimento turbulento do ar na superfície (circulação terciária);

- a determinados obstáculos à circulação do ar;

- a detalhes do uso e da ocupação do solo etc.


Escalas temporais do clima: GEOLÓGICA

• Abrange os fenômenos que ocorreram no planeta desde a sua


formação.

• Paleoclimatologia: estudo dos climas do passado, elaborados a partir


de indicadores biológicos (fósseis, pólens e anéis de árvores), litológicos
(sedimentos, camadas de aluviões, depósitos de sal etc.) e morfológicos
(terraços fluviais, dunas, formas residuais do relevo, inselbergs etc.).

• Permite a identificação de ambientes terrestres anteriores ao


aparecimento do homem.

• Abrange as variações e as mudanças climáticas ocorridas no planeta de


algumas centenas a várias dezenas de milhões de anos passados.
Escalas temporais do clima: HISTÓRICA

• Trata do estudo do clima do passado, mas somente de períodos da


história registrados pelo homem.

• A análise climática baseia-se em documentos e registros, tais como:

- a descrição escrita de diferentes ambientes (relatos de viagens);

- os desenhos em paredes de cavernas;

- os utensílios utilizados na lavoura;

- os elementos atmosféricos mensurados nos primeiros instrumentos


meteorológicos.
Escalas temporais do clima: CONTEMPORÂNEA

• Corresponde à escala em que trabalha a maioria dos climatólogos da


atualidade.

• Requer uma série de dados meteorológicos produzidos por uma ou


mais estações meteorológicas, de preferência superior a 30 anos.

• Organização Meteorológica Mundial (OMM) → década de 1950 →


produção contínua e regular de dados meteorológicos → países
desenvolvidos contam com séries de dados mais longas e confiáveis.

• Abordagens da Climatologia em escala contemporânea → análise dos


tipos de tempo, variabilidade climática de curta duração, tendências
climáticas e estabelecimento de médias.
Estudos do Meio Físico - Clima

A atmosfera
terrestre
Características físico-químicas da atmosfera

• O ar não é uma mistura homogênea, mas um composto de gases →


combinação que distingue a Terra dos demais planetas do Sistema Solar.

• É mantida pela ação gravitacional e é mais densa próxima à superfície,


tornando-se rarefeita com o aumento da altitude.

• Os primeiros 29 km da atmosfera concentram 98% de sua massa total.

• Dificuldade de definição de seu limite superior → densidade relativa


aos 2% de moléculas restantes decai muito lentamente.

• Toma-se como referência o limite de 10.000 km para expressar a sua


extensão vertical.
Composição da atmosfera de alguns planetas
Gases VÊNUS TERRA MARTE

Pressão 100.000 mb 1.000 mb 6 mb

CO² >98% 0.03% 96%

N² 1% 78% 2.5%

Ar 1% 1% 1.5%

O² 0.0% 21% 2.5%

H²O 0.0% 0.1% 0-0.1%

Fonte: Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/evolucao.pdf>.


Características físico-químicas da atmosfera

• Da superfície aos primeiros 90 km de altitude, os componentes gasosos


do ar apresentam uma composição relativamente uniforme.

• Essa parcela é denominada de homosfera.

• Caracteriza-se, até cerca de 25 km de altitude, por uma mistura de


nitrogênio, oxigênio, argônio e um conjunto de gases que ocorrem em
proporções comparativamente reduzidas, como o dióxido de carbono.

• A partir desse patamar, a composição da homosfera é dada,


preferencialmente, pela mistura de oxigênio e nitrogênio.

• Além disso, outros compostos também integram a homosfera:


Características
físico-químicas
da atmosfera

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 27).


Características físico-químicas da atmosfera

▪ Vapor d’água: apresenta-se desigualmente distribuído e sua presença


depende de uma superfície fornecedora de água, além de outros fatores.

▪ Material particulado: pode ser de origem natural (poeira, cinzas,


material orgânico e sal em suspensão no ar) ou de origem antropogênica
(decorrente da utilização de combustíveis fósseis em indústrias e
veículos, da queima de carvão mineral e orgânico para aquecimento e
cozimento domésticos e de práticas agrícolas (queimadas e adubação).

▪ Ozônio: concentra-se entre os 20 e 35 km de altitude. Oxigênio e


ozônio reagem fotoquimicamente nesses níveis, agindo como um filtro
ao absorverem a maior parte das radiações ultravioletas.
Características físico-químicas da atmosfera
• Heterosfera: é a camada superior à homosfera.

• Os gases se dispõem nela separadamente, formando camadas de


diferentes composições: nitrogênio molecular (presente de 90 a 200 km
de altitude), oxigênio atômico (200 a 1.100 km), átomos de hélio (1.100
a 3.500 km) e átomos de hidrogênio (a partir de 3.500 km).

• A densidade dos gases é extremamente baixa.

• Densidade de 0,001 g/m3 na base da heterosfera (96 km), de 0,000001


g/m3 a 220 km de altitude e de 1.300 g/m3 próximo ao nível do mar.

• A separação entre as camadas descritas se dá por meio de zonas de


transição entre os seus respectivos componentes.
Massa da atmosfera

• A atmosfera é uma mistura mecânica de gases.

• Exibe as características principais de todos os gases.

• É extremamente volátil e compressível e tem capacidade de expansão.

• As camadas inferiores são muito mais densas do que as superiores.

• A densidade média diminui de 1,2 kg/m3 na superfície da Terra até 0,7


kg/m3 na altura de 5.000 metros.

• Cerca de metade do total da massa da atmosfera está concentrada


abaixo de 5 quilômetros.
Massa da atmosfera

Fonte: Ayoade (2002, p. 19).


Massa da atmosfera

• A pressão atmosférica diminui logaritmicamente com a altitude acima


da superfície terrestre.

• Pressão em um ponto na atmosfera: é o peso do ar verticalmente


acima da unidade de área horizontal centralizada naquele ponto.

• À medida que aumenta a altitude, o ar torna-se mais rarefeito, até o


limite externo da atmosfera, penetrando-se no espaço exterior.

• O relacionamento entre a pressão atmosférica e a altitude é muito


significativo.
Distribuição vertical da temperatura

• A atmosfera está estruturada verticalmente em três camadas


relativamente quentes, separadas por duas camadas relativamente frias.

• A variação é dada pela interação dos componentes atmosféricos com a


entrada de energia oriunda do Sol e a saída de energia oriunda da Terra.

• Camadas quentes: ocorrem nas proximidades da superfície da Terra,


entre 50 e 60 quilômetros, e acima de 120 quilômetros.

• Camadas frias: são encontradas entre 10 e 30 quilômetros, e a cerca de


80 quilômetros acima da superfície da Terra.
Distribuição
vertical
da temperatura

Fonte: Ayoade (2002, p. 20).


Troposfera

• Está em contato direto e em interação com a superfície terrestre →


base do pacote gasoso que envolve a Terra → atmosfera geográfica.

• É a camada mais baixa da atmosfera, com extensão média de 12 km.

• Contém cerca de 75% da massa total da atmosfera e virtualmente a


totalidade do vapor d’água e dos aerossóis.

• Estabelece as condições do tempo atmosférico.

• A temperatura diminui a uma taxa média de 6,5o C por quilômetro.


Estratosfera

• Estende-se desde a tropopausa até cerca de 50 quilômetros de altitude.

• A temperatura geralmente aumenta com a altitude.

• A densidade do ar é muito menor.

• Mesmo uma pequena absorção de radiação solar pelos constituintes


atmosféricos produz um grande aumento de temperatura.

• Contém grande parte do ozônio total atmosférico → concentração


máxima em torno de 22 km de altitude acima da superfície terrestre.

• Contém pouco ou nenhum vapor d’água.


Composição físico-
química e estrutura
térmica vertical da
atmosfera

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira


(2007, p. 29).
Estudos do Meio Físico - Clima

Os fatores
climáticos
Elementos e fatores climáticos

• Elementos climáticos: são definidos pelos atributos físicos que


representam as propriedades da atmosfera geográfica de um dado local.

• Os elementos mais utilizados para caracterizar a atmosfera geográfica


são a temperatura, a umidade e a pressão.

• Influenciados pela diversidade geográfica, manifestam-se por meio de


precipitação, vento, nebulosidade, ondas de frio e calor, entre outros.

• Fatores climáticos: correspondem àquelas caraterísticas geográficas


estáticas diversificadoras da paisagem.
Elementos e fatores climáticos

• Os principais fatores climáticos ou controles climáticos são a latitude, a


altitude, o relevo, a vegetação, a continentalidade e a maritimidade e
as atividades humanas.

• São responsáveis pela grande variação espacial e temporal dos


elementos climáticos.

• Atuando integradamente com os aspectos dinâmicos do meio oceânico


e atmosférico – correntes oceânicas, massar de ar e frentes - , irão
qualificar os distintos climas da Terra.
Elementos e fatores climáticos

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 41).


Fatores climáticos: LATITUDE

• Retrata a ação de alguns condicionantes astronômicos na quantidade


de energia que entra no Sistema Superfície-Atmosfera (SSA):

i. Rotação da Terra sobre o seu eixo: a definição do dia e da noite


implica uma diferenciação na entrada de energia, considerando os
hemisférios diurno/noturno da Terra, em decorrência da maior ou menor
duração do dia e da noite associada ao aumento da latitude.

ii. Inclinação desse eixo sobre o plano que a Terra descreve em seu
movimento ao redor do Sol (eclíptica): limita a máxima intensidade da
energia a uma faixa compreendida entre o Trópico de Capricórnio
(23o27’S) e o Trópico de Câncer (23o27’N).
Fatores climáticos: LATITUDE

iii. Movimento de translação: promove uma distribuição sazonal da


energia solar sobre a Terra, de modo a ter simultaneamente uma maior
recepção de energia em um hemisfério do que no outro.

iv. Distância e diferença e tamanho entre a Terra e o Sol e forma


esférica da Terra: fazem com que os raios solares atinjam o planeta
paralelamente, de forma que a entrada de energia no topo do Sistema
Superfície-Atmosfera seja a mesma em qualquer ponto.

• Latitude do lugar e época do ano: definem o ângulo de incidência dos


raios solares sobre a superfície (às 12 h) → a disponibilidade de energia
em dado local depende do ângulo em que a energia perpassa no SSA.
Fatores climáticos:
LATITUDE
Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 42).
Fatores climáticos: LATITUDE

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 43).


Fatores climáticos: LATITUDE

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 44).


Fatores climáticos: LATITUDE

• Processo de transferência de energia da superfície para o ar → principal


responsável pelo aquecimento → razão de aquecimento se dará na mesma
proporção da intensidade de energia absorvida/retida na superfície.

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 45).


Zonas
climáticas
da Terra

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 46).


Fatores climáticos: RELEVO

• Apresenta três atributos importantes na definição dos climas.

i. Posição do relevo: favorece ou dificulta os fluxos de calor e de


umidade entre áreas contíguas.

- Exemplo 1: sistemas orográficos dispostos latitudinalmente →


Cordilheira do Himalaia → dificulta as trocas de calor e de umidade entre
as áreas frias do interior da China e aquelas mais quentes da Índia.

- Exemplo 2: sistemas orográficos dispostos longitudinalmente →


Cordilheira dos Andes → inibem a penetração da umidade proveniente
do Pacífico para o interior do continente.
Fatores climáticos:
RELEVO

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 47).


Fatores climáticos: RELEVO

ii. Orientação do relevo em relação ao Sol: nas zonas mais carentes de


energia solar (latitudes extratropicais), irá definir as vertentes mais
aquecidas e as mais secas, e aquelas mais frias e mais úmidas.

- Exemplo: no hemisfério Sul, as vertentes mais quentes serão aquelas


voltadas para o norte → no HS o Sol estará sempre no horizonte norte,
deixando à sombra as vertentes voltadas para o horizonte sul.

iii. Declividade: modifica a relação superfície/radiação incidente.


Fatores climáticos: RELEVO

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 48).


Fatores climáticos: VEGETAÇÃO

• Desempenha um papel regulador de umidade e de temperatura


extremamente importante.

• Exemplo 1: áreas florestadas → as temperaturas serão inferiores às das


áreas vizinhas com outro tipo de cobertura (campos) → copas, troncos e
galhos das árvores atuam como barreira à radiação solar direta.

- Manto de matéria orgânica (serrapilheira) + ação das raízes no solo +


ação das árvores (menor impacto da chuva) → aumenta a eficiência da
infiltração da água → maior capacidade do solo de transmitir o calor
absorvido e retardamento do tempo de aquecimento do ar.
Fatores climáticos: VEGETAÇÃO

- Aumento da infiltração e consequente diminuição do escoamento


superficial → maior disponibilidade de água para os processos de
evaporação e de evapotranspiração → ar mais úmido e mais frio.

• Exemplo 2: desertos e rochas aflorantes → ausência de vegetação →


processos de troca de energia e de umidade entre o solo e o ar são mais
diretos e mais efetivos.

• Exemplo 3: áreas urbanizadas → tais processos assumem uma ampla


complexidade → diversidade espacial das superfícies urbanas e dinâmica
das atividades desenvolvidas nas cidades.
Fatores climáticos: URBANIZAÇÃO

• Diferentes feições dos espaços urbanos geram processos com


intensidades distintas de aquecimento da camada de ar em que estão
inseridos → campos térmicos bem demarcados em seu interior.

• São identificados por ilhas térmicas → ilhas de calor e ilhas de frescor.

• Geração das ilhas de calor → decorre do calor sensível liberado para o


ar pelas atividades de produção, notadamente industriais, de transporte,
de lazer e do cotidiano das populações das cidades.
Fatores climáticos:
MARITIMIDADE e CONTINENTALIDADE

• Maritimidade: os oceanos e os mares são fundamentais na ação


reguladora da temperatura e da umidade dos climas.

• São os principais fornecedores de água para a troposfera e controlam a


distribuição de energia entre as superfícies continentais e oceânicas.

• Correntes oceânicas: contribuem para a troca de energia entre pontos


distantes da Terra → interagem com a dinâmica das massas de ar →
definição de áreas secas e de áreas chuvosas.
Fatores climáticos:
MARITIMIDADE e CONTINENTALIDADE

• Águas frias superficiais → induzem o resfriamento do ar → inibição da


formação de nuvens e da consequente ocorrência de chuvas → tendência
de clima seco em locais costeiros banhados por correntes frias.

• Águas quentes superficiais → aquecimento do ar e ocorrência de


correntes ascendentes de ar → formação de nuvens e de chuvas →
tendência de clima úmido em locais banhados por correntes frias.

• Aquecimento mais lento das superfícies oceânicas → maior capacidade


de retenção de calor → redução das amplitudes térmicas diárias nas áreas
sob a influência da circulação marítima.
Fatores climáticos:
MARITIMIDADE e CONTINENTALIDADE
• Mecanismo de formação da brisa oceânica e da brisa continental →
favorece a mistura do ar e reduz ainda mais os contrastes diários de
temperatura → baixas amplitudes térmicas nas áreas costeiras.

• Continentalidade: distanciamento de um dado lugar em relação aos


oceanos e aos mares → influencia a temperatura e a umidade relativa.

• Ausência dos efeitos amenizadores dos oceanos sobre as temperaturas


→ aquecimento/resfriamento das superfícies continentais se dá de
forma mais rápida e com uma menor participação da umidade do ar →
locais mais secos e amplitudes térmica diárias mas acentuadas.
Estudos do Meio Físico - Clima

Os elementos
climáticos
Campo térmico: TEMPERATURA

• É a medida do calor sensível armazenado no ar atmosférico, comumente


dada em graus Celsius ou Fahrenheit e medida por termômetros.

°C = (°F − 32) ÷ 1, 8 °F = °C × 1, 8 + 32

• Em termos temporais → tem-se valores de temperatura do ar em tempo


instantâneo ou real e valores médios, máximos, mínimos ou normais.

• Tempo instantâneo: refere-se à temperatura medida em determinado


momento e reflete o calor presente no ar naquele momento.

• Tempo real: refere-se à temperatura instantânea no presente momento.


Campo térmico: TEMPERATURA

• Temperatura média: trata de médias estatísticas de uma série temporal


considerada, tendo habitualmente como referência a temperatura
compensada média diária, obtida nas estações do INMET pela fórmula:
T = (T9h + 2 x T21h + Tmáx. + Tmín.)/5
• Temperatura máxima e temperatura mínima: correspondem,
respectivamente, ao maior e ao menor valor registrado no período
considerado. Por ser diária, semanal, mensal, sazonal, anual ou decenal.
• Amplitude térmica: constitui a diferença entre a temperatura máxima e
a temperatura mínima.
• Valores normais: referem-se às médias de 30 anos e são utilizados
como uma das referências para a caraterização térmica dos climas.
Temperatura: VARIAÇÃO TEMPORAL DIÁRIA

• Período da manhã: é caracterizado pelo acelerado aquecimento do ar


que se inicia com o nascer do Sol → decorre da perda de energia da
superfície por processos de emissão e de condução de calor sensível.
• Meio-dia (12 h local): horário em que o Sol está mais elevado no
horizonte; mas a temperatura máxima diária se dá por volta das 14 h →
defasagem de duas horas se explica pelo tempo necessário para o
processamento dos fluxos máximos de energia que tramitam no SSA.
• Período da tarde: há um ganho de energia pela superfície em
decorrência da presença do Sol; ao se por, passa a predominar a perda
de energia do solo para o ar, e desse para o espaço.
• Período da noite: rebaixamento dos valores de temperatura, cujo valor
mínimo diário é alcançado momentos antes do nascer do Sol.
Temperatura:
VARIAÇÃO
TEMPORAL DIÁRIA

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 53).


Temperatura: VARIAÇÃO TEMPORAL ANUAL

• Variação do ângulo de incidência dos raios solares sobre a superfície de


um lugar → decorre da posição em que se encontra a Terra em sua órbita
ao redor do Sol ao longo do ano.

• Consequências → variação da quantidade de energia disponibilizada


para o aquecimento em cada época do ano e diferenciação da entrada de
energia solar de uma latitude a outra.

• Latitudes baixas → baixa variação da altura solar e raridade de


penetração de massas polares → fracas amplitudes térmicas anuais.

• Latitudes mais elevadas → passagem das estações repercute na


diferenciação das temperaturas do ar ao longo do ano.
Temperatura: VARIAÇÃO ESPACIAL

• Desenho das isotermas em ambos os hemisférios do globo → padrão


preferencial E-W → regido pela distribuição sazonal de energia solar.

• Gradiente de temperatura de inverno no Hemisfério Norte → é mais


acentuado que no Hemisfério Sul → superfície continental mais extensa.

• Em ambos os hemisférios → o traçado das isotermas nos continentes


apresenta uma mudança de direção mais acentuada do que nos oceanos
→ os continentes são mais eficientes (rápidos) do que os oceanos nos
processos de aquecimento e de resfriamento do ar.

• Oceanos → as correntes oceânicas quentes e frias contribuem para


moldar o traçado das isotermas na zona costeira.
Temperatura: VARIAÇÃO ESPACIAL

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 56).


Temperatura: VARIAÇÃO ESPACIAL

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 56).


Campo higrométrico: UMIDADE

• Expressa a presença do vapor d’água na atmosfera.

• Umidade relativa do ar: expressa uma relação de proporção relativa


entre o vapor existente no ar e o seu ponto de saturação.

• Pode ser medida através de termo-higrômetros ou de psicrômetros.

• Expressa, em porcentagem, o quanto de vapor d’água está presente no


ar em relação à quantidade máxima possível de vapor d’água que deveria
haver, sob a temperatura em que se encontra.

UR = (v/psv) x 100
v = vapor existente (real), em gramas
psv – pressão saturada de vapor para dada temperatura do ar (gramas)
Campo higrométrico: UMIDADE

• A umidade relativa do ar é inversamente proporcional ao ponto de


saturação de vapor (psv) e, por consequência, à temperatura do ar → esta
última controla o teor de umidade máxima em um volume de ar.

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 63).


Campo higrométrico: UMIDADE

• O aumento de temperatura do ar resulta na diminuição de sua umidade


relativa.

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 63).


Umidade: formas de ocorrência na atmosfera

i. Orvalho: ocorre quando a condensação do vapor se dá por contato


entre o ar quente e o ar úmido em uma superfície fria.

- Forma-se quase ao amanhecer, quando o ar registra a sua temperatura


mínima, ou ao anoitecer, em noites de acentuado resfriamento.

ii. Geada: ocorre por resfriamentos mais intensos do ar (temperaturas


mínimas alcançam 0oC ou valores negativos), em noites de céu limpo, sob
a atuação de massar de ar frias → sublimação do conteúdo de vapor em
contato com as superfícies frias e/ou solidificação do orvalho.

iii. Nevoeiro, neblina ou cerração: constitui uma nuvem muito baixa


e/ou em contato com o solo, formado por gotículas de água.
Umidade: formas de ocorrência na atmosfera

iv. Nuvens: resultam dos movimentos ascensionais do ar úmido →


resfriamento adiabático, alcance do ponto de saturação e atingimento da
temperatura do ponto de orvalho → condensação do vapor atmosférico.

- São formadas por gotículas d’água em suspensão no ar, com diâmetros


de 10 a 100 micrômetros e por cristais de gelo.

- São classificadas de acordo com a forma apresentada → é determinada


pela intensidade dos movimentos ascensionais e pelo alcance vertical.

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 66).


Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 67).

Tipos de
nuvens
Umidade: formas de ocorrência na atmosfera

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 69).


Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 68).
- Formação de nuvens → pequeninas
gotas e diminutos cristais de gelo
rapidamente se condensam e
sublimam-se ao redor dos núcleos de
condensação e de sublimação →
crescimento molécula por molécula.

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 69).


Umidade: formas de ocorrência na atmosfera
v. Chuva e neve: ocorrem quando as gotas de chuva e os flocos de neve
crescem o suficiente para não serem carregados pelas correntes no
interior das nuvens e quando conseguem atingir a superfície sem antes
evaporarem completamente → formação de nuvens não é suficiente.
- Gotas de chuva e gotas d’água/nuvem diferenciam-se pelo tamanho:
diâmetros de 500 a 5.000 (μm) e menores que 500 μm, respectivamente.
- Flocos de neve → alcançam a superfície desde que a temperatura e a
base da nuvem esteja igual ou abaixo de 0oC.
vi. Granizo: pelotas de gelo geradas nas nuvens cúmulo-nimbos →
grande desenvolvimento vertical e correntes convectivas (ascendentes e
descendentes) velozes → congelamento das gotas de chuva e de nuvem
ao serem levadas a setores da nuvem com temperaturas abaixo de 0oC.
Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 72).

Tipos de
chuvas
Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 73).
Campo barométrico: PRESSÃO

• Corresponde ao peso exercido pelo ar sobre uma superfície, resultando


da força transmitida pelas moléculas de ar.

• A pressão atmosférica é tomada ao nível médio do mar e é


representada nas cartas sinópticas por isóbaras.

• Pode ser medida através de um aparelho denominado barômetro.

• Corresponde, em termos médios, a 1 kg/cm2 ao nível médio do mar.

• A unidade mais utilizada é o milibar (mb), podendo ser empregado


também o hectopascal (hPa). Obs.: um milibar é igual a 100 Pascal.

• Pressão atmosférica de referência ao nível médio do ar: 1.013 mb.


Campo barométrico: PRESSÃO

• Aquecimento do ar → leva ao aumento da energia cinética das


moléculas → maior número de choques entre elas → maior
distanciamento entre as moléculas → expansão do ar → diminuição da
pressão exercida pelo ar → áreas de baixas pressões → letra B.
• Resfriamento do ar → redução dos movimentos cinéticos das moléculas
→ redução do número de choques → aumento da densidade do ar →
áreas de altas pressões → letra A nas cartas sinópticas.
• Faixas das baixas latitudes → elevada concentração de energia solar →
forte aquecimento → expansão do ar → zona de baixas pressões.
• Faixas das altas latitudes → déficit de energia → baixas temperaturas →
zonas de altas pressões.
Fonte: Souza, Nascimento e Iwabe (2018, p. 26).
Campo barométrico: PRESSÃO

• Ar → mistura gasosa → obedece às leis da dinâmica dos fluidos → em


duas áreas contíguas com distintas pressões, o ar mais denso irá fluir em
direção à área de menor pressão → tendência ao equilíbrio barométrico.

• Processo de deslocamento do ar de uma área de alta pressão para outra


de baixa pressão → advecção → resulta na geração do vento.

• Velocidade do vento → controlada pelo gradiente de pressão


estabelecido entre as duas áreas → dado pela diferença de pressão do ar
entre duas superfícies contíguas → maior o gradiente, mais veloz o vento.

• Ventos → recebem o nome da direção do local de procedência →


carregam as características térmicas e higrométricas do ambiente.
Campo
barométrico:
PRESSÃO

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 75).


Campo barométrico: PRESSÃO

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 77).


Campo barométrico: PRESSÃO

• Direção e velocidade do vento são medidas pelo anemômetro.

• A velocidade do vento é comumente medida em nós, em km/h ou em


m/s → Tabela de Beaufort.

• Rugosidade do solo: fator redutor da velocidade dos ventos em


superfície → desempenha um efeito de fricção sobre os ventos.

• Oceanos → favorecem a formação de ventos velozes.

• Continentes → heterogeneidade de cobertura das superfícies e


características geomorfológicas → redução da velocidade do vento.
Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 78).

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