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AUTOR
Ciências / Iris Stern. - Curitiba : IESDE, 2004
000 p. : il. ; 00 cm

1. Ciências - estudo e ensino. I. Iris Stern. II. Título

CDD (1oed.)
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Robson Santos da Silva
Coordenação Editorial
Vani Maria Casarim
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Ilustrações
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5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Matéria e energia, síntese de tudo o que


nos cerca, o universo pode ser resumi-
do a esses dois conceitos para a ciência.
Então, compreendê-los é fundamental
para que possamos entender um pou-
co mais o ambiente em que vivemos. Por
isso, nossa incursão pelo mundo da maté-
ria, da energia e de suas transformações.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 1

Matéria
Ao iniciar seus estudos, você terá como objetivos definir
matéria, corpo e substância, citando exemplos de cada um.
Deverá também explicar a composição da matéria e saber
diferenciar substâncias simples de compostas.

A foto acima lhe parece familiar?


Você já esteve em alguma feira livre?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Pois bem, se esteve, sabe do que estamos falando; se não esteve, observe a foto e você
terá uma idéia de um tipo de feira bastante comum em nossas cidades.
– Mas por que estaríamos lhe trazendo a fotografia de uma feira?
O que nos interessa nessa foto é que você procure fazer uma lista de tudo o que vê nela.
Tente, observe atentamente e anote tudo o que aparece ali.
Agora, compare a sua lista com a nossa, que está no final da unidade. Que tal? São parecidas?
Bem, as diferenças se devem devido à capacidade de observação de cada um de nós. O
que nos interessa, de fato, é dizer-lhe que tudo o que você listou e tudo o que está em nossa
lista, bem como tudo o que lhe rodeia neste momento (inclusive o ar, mas não a luz, o calor
ou o som, pois são formas de energia e falaremos sobre isso mais tarde ) é considerado pelos
cientistas como matéria.

Matéria é tudo o que existe e ocupa


lugar no espaço.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Como você pode ver, cada objeto da imagem anterior tem um tamanho limitado, então,
em Ciências, dizemos que cada objeto desses é um corpo.

Corpo é uma porção limitada


de matéria.

Você certamente conseguiria listar centenas de exemplos de corpos. Perceba que cada
um desses que lhe veio à mente é formado por um tipo de material: madeira, metal, plásti-
co, tecido... Você sabe que cada um desses materiais tem características próprias. Não seria
possível confundir um pedaço de plástico com uma folha de papel ou uma lâmina de metal
com um pedaço de tecido. Pois bem, cada espécie de matéria que citamos e muitas outras
mais são denominadas pelos cientistas de substâncias.

Qual a definição de substância?

Substância é uma porção de matéria com


propriedades bem definidas.

Na verdade, os materiais que citamos não são substâncias puras, eles são compostos
formados pela união de diferentes tipos de substâncias.
Um exemplo de substância pura poderia ser a água quando não contém impurezas ou
outras substâncias dissolvidas. Nessa condição, ela tem sempre as mesmas propriedades.

Você já sabe que os objetos que fazem parte de seu dia-a-dia são formados por
matéria. Os cientistas, e antes deles os filósofos e outros pensadores, ficavam
imaginando do que seria feita a matéria.

E você? Quando olha para uma folha de papel ou para um pedaço de madeira, não se
pergunta do que são feitos?
Se rasgarmos o papel ou cortarmos a madeira em pedaços cada vez menores, o que ire-
mos encontrar?
Pois essa mesma pergunta intrigava a imaginação de muitos antes de você. Na verdade, as
primeiras referências sobre esses questionamentos vêm da Grécia antiga, entre 500 e 400 a.C. Foi
quando Demócrito desenvolveu uma teoria, descrevendo pela primeira vez a idéia de átomo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Alguns historiadores acreditam que um


outro filósofo, Leucipo, havia tido uma intuição
sobre o átomo, porém foi Demócrito quem se
aprofundou sobre a questão.
E o que dizia ele?
Vamos imaginar esse pensador expondo
suas idéias aos seus discípulos (alunos).

Ele poderia ter apanhado um torrão de


terra e dito:
- Observem! Se eu esmagar este bloco de
terra com as mãos, irei quebrá-lo em pedaços
menores. Agora, ao esfregar cada pedaço en-
tre os dedos, obtenho um pó bem fino. Obser-
vando este pó veremos que ele é formado por
partículas difíceis de serem vistas. Esfregando
o pó surgirá uma leve poeira, cujos grãos não
podem ser vistos, mas podem ser reduzidos
ainda mais, até que a partícula final seja muito
pequena e compacta – indivisível.
Essa era a idéia de Demócrito: a matéria
seria formada por minúsculas partículas indivisíveis, o átomo.
Apesar dessa idéia ter surgido tantos séculos antes de Cristo, ela não prosperou. Foi
somente no final do século XIX e início do século XX que
os cientistas voltaram a pensar no átomo. Mas o átomo
de nossos dias, diferente do modelo de Demócrito, é
divisível, sendo formado por diversas partículas.
Para nossos estudos sobre matéria, é suficiente
que você compreenda que a matéria é formada por
átomos.
Na natureza, existem 92 tipos de átomos, o que
parece ser um número muito pequeno em relação a
quantidade de substâncias existentes. Na verdade, a
maior parte delas é formada pela reunião de diferentes átomos.
Podemos comparar essa capacidade de produzir substâncias diferentes a partir de um
conjunto limitado de elementos com o que observamos em relação ao alfabeto. Nosso alfa-
beto é composto por 23 letras, no entanto, com elas podemos escrever todas as palavras da
língua portuguesa e, se acrescentarmos o k, o w e o y, poderemos escrever tudo em inglês,
em francês, em espanhol, em alemão e em italiano. Como isso é possível?

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A resposta é simples: juntando e organizando essas poucas letras de diferentes modos.


Veja: vamos “brincar” com o alfabeto e tentar “montar” palavras diferentes usando apenas
as letras (pode repetir alguma ou deixar de usar outra):

OALG

Tente. Quantas palavras diferentes você escreveu?


Compare com o nosso resultado ao final da unidade.

Da mesma forma que um pequeno número de símbolos pode produzir um número quase
infinito de palavras, um pequeno número de átomos pode dar origem a todas as substâncias
que existem, basta combiná-los de modo variado. Veja:
Vamos representar três tipos de átomos:
{ Oxigênio
Carbono
Hidrogênio

Esses átomos podem se combinar de diferentes maneiras, cada combinação dessas resul-
tará em uma substância com características próprias. Veja algumas combinações possíveis:

1 2 3 4 5

Cada representação anterior corresponde a uma molécula de uma substância diferente.


Então, assim como a reunião de letras produz palavras, a reunião de átomos geralmente
produz moléculas.

O que é molécula?

Uma molécula é a menor parte capaz de representar uma substância.


Observe as cores que usamos e procure identificar, dentre os desenhos,
qual é a molécula de água.
Ao final da unidade você encontrará o nome de cada uma das substâncias.
Em sua observação, você deve ter percebido também que há moléculas formadas por so-
mente um tipo de átomo, como nos desenhos 2 e 4 e outras formadas pela união de diferentes
tipos de átomos, como em 1, 3 e 5. Quando uma substância é formada por somente um tipo
de átomo, dizemos que ela é uma substância simples e quando formada por dois ou mais
tipos de átomos dizemos que é uma substância composta.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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As Fórmulas Químicas
Representamos os átomos por esferas coloridas, esse tipo de representação, porém, não
é prático e, por isso, os cientistas (químicos) criaram uma maneira de representar os átomos
utilizando símbolos.
A linguagem dos símbolos químicos é universal e pode ser entendida nos mais diferentes
lugares do mundo, por qualquer pessoa que a conheça.
Cada átomo tem um símbolo, o Hidrogênio é representado pela letra H, o Oxigênio é
representado pelo O, o Carbono pelo C, o Nitrogênio pelo N, o Iodo pelo I, o Cloro pelo Cl e
assim por diante, cada um dos 92 átomos naturais tem o seu símbolo.
A reunião dos diversos símbolos faz a representação da molécula das diferentes substân-
cias. Por exemplo: a molécula de água, formada por dois átomos de Hidrogênio e um de Oxi-
gênio, é representada pela fórmula química H2O. Nela aparecem os átomos que a compõem e
a proporção entre eles: o número dois indica a quantidade de átomos de Hidrogênio. Quando
não há um número junto ao símbolo do elemento, como no caso do Oxigênio, entendemos
que ali existe um átomo de Oxigênio.

I. Assinale X na única alternativa correta:


1. São exemplos de matéria:
a) luz e árvore.
b) panela e nuvem.
c) papel e imaginação.
d) pensamento e plástico.
e) calor e água.

2. Se um corpo é uma porção limitada de matéria, assinale o exemplo de corpo:


a) madeira.
b) plástico.
c) farinha.
d) tesoura.
e) vidro.

3. Identifique a substância que constitui um copo:


a) tecido.
b) pedra.
c) vidro.
d) água.
e) borracha.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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O poema abaixo foi escrita por Carlos Drummond de Andrade. É possível encontrar exem-
plos de corpos e de substâncias nela.

4. Leia o texto e faça uma lista identificando os corpos e as substâncias.

O Elefante
Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
É a parte mais feliz
de sua arquitetura.
Mas há também as presas,
dessa matéria pura
que não sei figurar.
(ANDRADE, C.D.Antologia Poética.Rio de Janeiro, 1996. p.126)

5. Por que Drummond afirma que as presas são matéria?

6. Os adjetivos “doçura” e “feliz” usados na poesia identificam formas de matéria. Nossa


afirmativa está certa ou errada? Justifique.

7. Se afirmamos que o ar é matéria, então ele ocupa lugar no espaço. Produza uma
demonstração simples para provar esse fato.

8. Desenhe três corpos que o cercam e identifique a substância da qual eles são feitos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


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9. Uma mesma substância pode formar corpos diferentes? Cite dois exemplos.

10. Porque a energia não é considerada matéria?

Observe os desenhos abaixo, eles procuram representar diferentes moléculas. Cada tipo
de átomo está esquematizado em uma cor.

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10

11. Responda, justificando sua resposta, qual ou quais dos modelos esquematizam:
a) substâncias simples:

b) substâncias compostas:

12. A lista abaixo é formada por fórmulas de diversas substâncias. Anote em seu caderno
apenas as fórmulas das substâncias compostas:

H2 H2O2 CO2 H2SO4 O3 O2 CH4 NH3 Cl2 H2S

13. Observe o desenho a seguir. Ele representa a participação de diversas substâncias no meio
ambiente, muitas estão representadas por suas fórmulas químicas. Faça uma lista separando
as substâncias simples e as compostas que aparecem representadas no desenho.

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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14. Estabeleça uma convenção de cor (use uma cor diferente para cada átomo) e faça, com
massa de modelar, os modelos das moléculas de amônia e de nitrogênio (as fórmulas
dessas substâncias estão escritas no desenho acima).

15. Assinale V ou F conforme as afirmativas sejam verdadeiras ou falsas:


Sobre os átomos poderíamos afirmar que:
( ) são partículas indivisíveis.
( ) compõe a estrutura da matéria.
( ) podem se reunir formando moléculas.
( ) são representados por símbolos químicos.
( ) foram corretamente descritos por Demócrito, na Grécia antiga.

sugestão de leitura
ROSSITER, Jane; MELLET, Peter.Energia do alimento.São Paulo, Scipione, 1996.

sugestão de sites
http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/por_que_pra_que/ - site muito rico em experiên-
cias e informações sobre Ciências.

http://www.fisica.ufc.br/index.html - há diversas páginas com perguntas curiosas e com


experiências fáceis de fazer e que dão resultado.

http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm - site da SBPC que reproduz muitas maté-


rias publicadas na revista Ciência Hoje das Crianças.

http://www.tvcultura.com .br/x-tudo - site com experiências fáceis de fazer.


http://cienciaemcasa.cienciaviva.pt/ - Este site é em português de Portugal, por isso não
estranhe algumas palavras diferentes.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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CAPÍTULO 2

Fenômenos
Como objetivo para hoje, você deverá ser capaz de caracterizar
fenômeno e diferenciar um fenômeno físico de um químico.
Deverá também citar exemplos de fenômenos físicos e químicos.

O título do capítulo lhe parece estranho? O quê você entende por fenômeno? Talvez
você já tenha visto a palavra usada da maneira como se lê abaixo. O texto é parte de uma
reportagem da Gazeta Esportiva, de 2002, quando o Brasil ganhou a Copa de Mundo de Fu-
tebol pela quinta vez:

“Foi um árduo caminho até a con-


quista do penta. Ronaldo Fenômeno
teve de vencer vários fantasmas na lon-
ga estrada da vida: o trauma da Copa de
1998 e graves contusões que chegaram
a ameaçar a sua carreira. Mas tudo isso
é passado e o Fenômeno comprovou
dentro de campo, com a bola nos pés,
que está de volta. No ritmo do seu esfor-
ço, o Brasil se superou. Na decisão, fez
dois, garantiu o título e a artilharia do
Mundial, com oito gols”.

Agora é que tudo ficou confuso, não é?


Certamente não será sobre o Ronaldo que iremos falar. Então, o que é fenômeno?
Que tal procurarmos o significado do termo no dicionário?

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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De acordo com o Dicionário mini Houaiss, fenômeno significa:


“qualquer fato observável na natureza; fato de interesse científico; fato raro e surpreen-
dente; indivíduo excepcional.”
Então o texto do jornal estava usando a palavra fenômeno para designar um indivíduo
excepcional; no caso de Ronaldo, excepcional por seu talento para o futebol.
Agora você já percebeu que fenômenos, para os cientistas, são as modificações ou
transformações que acontecem na natureza.
Os corpos estão sujeitos à ação de diversos agentes naturais que podem modificá-los.
De um modo geral, podemos dizer que os corpos
podem estar sendo submetidos a fenômenos físicos
ou a fenômenos químicos. Vamos entender a diferença
entre estes dois tipos de acontecimentos:

Fenômenos Físicos
São aqueles que, ao ocorrer, não alteram a estrutura
química das substâncias.
Para você entender melhor vamos citar alguns
exemplos:
- rasgar o papel;
- cortar a madeira;
- deixar cair uma xícara;
- congelar a água;
- cozinhar um ovo.
Em todos os casos acima, as substâncias: papel,
madeira, porcelana (da xícara), água e ovo, depois de
serem rasgadas, cortadas, derrubadas, congeladas ou cozidas, continuaram a ser as mesmas,
não houve alteração em sua composição química. Mas todas foram transformadas de alguma
maneira, então dizemos que elas foram submetidas a fenômenos físicos.

Fenômenos Químicos
São aqueles que produzem transformações na composição química das substâncias e
levam à formação de novos compostos.
Veja alguns exemplos:
- a queima de uma vela;
- a queima do papel;
- as reações que levam à fabricação do vinho.
Um fenômeno químico acontece quando há uma reação química entre duas ou mais
substâncias. Essa reação nem sempre é fácil de ser observada, mas alguns sinais podem ser
indício de que ela esteja acontecendo:
- liberação de calor;
- mudança de cor;
- mudança de cheiro;
- liberação de gás.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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O estudo dos fenômenos químicos e físicos permite aos cientistas entender melhor a
natureza, buscando prevenir as conseqüências de acontecimentos naturais perigosos, como
ventos fortes ou incêndios destruidores.

1. Assinale com X os fenômenos químicos:


( ) apodrecimento da carne;
( ) formação de ferrugem sobre uma grade de ferro;
( ) queda de um vaso da beirada da janela;
( ) congelamento da superfície de um lago durante o inverno nos países frios;
( ) evaporação da água dos rios amazônicos;
( ) explosão da pólvora;
( ) moagem da cana para produzir suco;
( ) fermentação da cana para produzir álcool.

2. No final de março de 2004, o litoral sul do Brasil sofreu a


ação de um fenômeno raro: a passagem de um ciclone que
produziu grande destruição.Telhados foram arrancados e
arremessados longe, árvores derrubadas, fios elétricos
partidos, vidros quebrados. Do ponto de vista da ciência,
o ciclone Catarina foi um fenômeno químico ou físico?
Justifique sua resposta.

3. Você pode ser testemunha de um fenômeno muito gostoso. Siga a receita abaixo (peça
o auxílio de um adulto para acender o fogo e tirar a forma quente do forno):

Broinha de coco
Ingredientes:
1 coco ralado
250 g de açúcar
2 gemas
1 colher sopa de farinha de trigo

Modo de fazer:
Misture bem todos os ingredientes. Unte um tabuleiro com margarina e coloque
sobre ele pequenas porções da massa. Leve a assar no forno quente. Cuide para não
queimar. Saboreie o produto de sua arte culinária.

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Agora responda:

4. Quando você misturou os ingredientes, que tipo de fenômeno aconteceu? Justifique.

5. A transformação que fez a massa crua dar origem às broinhas foi um fenômeno químico
ou físico? Justifique.

6. E quando você as comeu? Que tipo de fenômeno aconteceu no interior de seu tubo di-
gestivo? Justifique.

7. Cite dois fatores que podem indicar a ocorrência de um fenômeno químico:

8. Um agricultor amontoou restos de folhas e cascas em um caixote, de modo a produzir


um bom adubo orgânico. Durante o processo, ele periodicamente revirava esse material
e observava que o monte estava mais quente. Qual o motivo desse calor?

9. Conceitue fenômeno.

10. No passado, o sabão era fabricado com sebo e cinza, veja um versinho antigo que fala
desse processo:
Azeite e água brigaram
Certa vez numa vasilha
Vai tabefe, vem tapona,
Soco velho ali fervilha.
Eis, porém, que a separá-los
A potassa se apressou.
Todos três se combinaram,
O sabão daí datou.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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a) Que tipo de fenômeno leva à formação do sabão? Justifique.

b) Destaque do texto duas substâncias citadas no versinho.

11. Pesquise um fenômeno químico, como por exemplo:


- produção de papel
- produção de sabão (caseiro ou industrial)

sugestão de leitura

Ciência Hoje das Crianças – publicação mensal da SBPC (Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência), cujo objetivo é divulgar a ciência entre as crianças.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 3

Energia
Hoje, seu objetivo será reconhecer que, na
natureza, tudo é matéria e energia.

Como você viu nos capítulos anteriores, para os cientistas, tudo o que existe e ocupa lugar
no espaço é denominado matéria. Se você parar para pensar, verá que há coisas que o cercam
e que não ocupam lugar no espaço. Olhe ao seu redor, anote exemplos do que dissemos.
Confira com algumas sugestões que lhe damos ao final da unidade.
Bem, se sua lista está parecida com a nossa, então saiba que tudo que você anotou ali são formas
de energia. Portanto, para a ciência nosso universo é composto por matéria e energia.

O que é energia?
Para responder essa pergunta, é mais fácil observar alguns efeitos da energia. Veja:

A energia do ar em movimento (vento) é capaz de


deslocar barcos a vela.

A energia magnética do ímã desloca objetos ferro-


sos próximos a ele.

A energia elétrica movimenta o motor do liquidifi-


cador.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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A energia armazenada no elástico enrolado gira as


hélices do aeromodelo.

Os exemplos anteriores nos mostram que a energia está relacionada a um movimento ou


esforço. Então, podemos dizer que energia é capacidade de realizar trabalho e é tudo que
pode modificar a matéria.
A energia pode se manifestar sob diversas formas, veja:

Química: armazenada nas ligações entre os átomos que


compõem as substâncias.

Térmica: corresponde ao aquecimento ou resfriamento


dos corpos.

Luminosa: é a luz, que sensibiliza nossos olhos.

Sonora: produzida por objetos em vibração, é captada


por nossos ouvidos.

ENERGIA
Elétrica: é o resultado do movimento de partículas
atômicas.

Nuclear: armazenada nos núcleos dos átomos, pode


ser liberada nas reações nucleares (como na
bomba atômica ou nos reatores nucleares).

Magnética: é a capacidade de atrair ou afastar certos


corpos. Existe nos imãs.

Mecânica: diz respeito ao movimento (energia cinética) ou


ao repouso (energia potencial) dos corpos.

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Como você pode ver, a energia está presente em to-


dos os momentos de nossa vida. Controlar fontes e formas
de energia facilita o trabalho, e o homem descobriu isso
há muito tempo, desde o momento em que humanos
primitivos, há cerca de 500.000 anos, conseguiram fazer
uso do fogo.
Com ele foi possível iluminar e aquecer as longas
noites, afugentar feras e se proteger do frio. O fogo tam-
bém facilitou a alimentação, pelo cozimento da caça e
dos vegetais.

A Energia se Transforma
Uma característica muito importante da energia é o fato de que ela não pode ser destruída,
mas pode ser transformada. Essa capacidade de transformação é que nos permite fazer uso da
energia em nossas mais diversas atividades.
A principal fonte de energia na Terra é o Sol. Veja como a energia que ele envia chega até
você e como você a aproveita.

A energia luminosa do Sol é usada pelas plantas durante a fotossíntese. Quando essa energia
é transformada em energia química, fica armazenada nos alimentos. Quando você se alimenta, a
energia é libertada e, com ela, seu corpo realiza as atividades que lhe mantém vivo: seu coração
bate, seus pulmões se enchem de ar, seu estômago se contrai. Além do movimento de seus ór-
gãos, a energia dos alimentos também permite que você corra, pule, nade ou jogue bola. Nesses
exemplos vemos a transformação da energia química em energia cinética (energia dos corpos em
movimento). Mas o alimento também é usado para produzir o calor de seu corpo, então, nesse
caso, a transformação foi de energia química em energia térmica.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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Além de garantir a sobrevivência, a energia, por sua capacidade de sofrer transformações,


é fundamental na vida do homem moderno. Nós a usamos nos meios de transporte, na ilumina-
ção, nos aparelhos de televisão e de som, no aquecimento e na refrigeração.

Complete as sentenças com expressões que as tornem corretas:

1. A energia dos corpos em movimento é denominada energia _________________.


2. O Sol é a principal fonte de energia ______________ e energia ______________.
3. A energia que você usa em suas atividades diárias está armazenada nas ligações químicas
dos alimentos, portanto, ela originalmente é energia __________________.
4. Um ímã consegue atrair pregos, isso acontece por ação da energia ______________.

5. No desenho abaixo você vê um trem a vapor, importante meio de transporte no início do


século XX. Uma “maria-fumaça” funciona a partir da energia armazenada na lenha, que é
liberada sob a forma de calor durante a sua queima. Esse calor aquece a água das caldeiras
produzindo vapor. O vapor aciona os motores e a locomotiva anda.

No texto acima são citados exemplos de algumas formas


de energia. Quais são elas?

6. A lenha, combustível da maria-fumaça, possui energia acumulada em suas ligações quí-


micas. Qual a origem dessa energia? Explique.

7. Imagine uma situação em que falte luz (na verdade, energia elétrica) em sua casa. Anote
todas as coisas que deixam de funcionar quando isso acontece.

8. Agora, procure relacionar os tipos de transformação pela qual a energia elétrica estaria
passando em cada um destes exemplos acima.

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9. Qual a origem da energia nuclear?

10. Pesquise sobre as usinas termelétricas. Identifique algumas transformações de energia


que podem acontecer durante o processo de produção de eletricidade nessas usinas.

sugestão de leitura
ROSSITER, Jane; MELLET, Peter.Energia do alimento.São Paulo: Scipione, 1996.
Ciência Hoje das Crianças – publicação mensal da SBPC (Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência), cujo objetivo é divulgar a ciência entre as crianças.

sugestão de sites
http://www.fisica.ufc.br/index.html - há diversas páginas com perguntas curiosas e com
experiências fáceis de fazer e que dão resultado.

http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm - site da SBPC que reproduz muitas maté-


rias publicadas na revista Ciência Hoje das Crianças.

http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/por_que_pra_que/ - site muito rico em experiên-


cias e informações sobre Ciências.

http://www.tvcultura.com .br/x-tudo - site com experiências fáceis de fazer.


http://cienciaemcasa.cienciaviva.pt/ - Este site é em português de Portugal, por isso não
estranhe algumas palavras diferentes.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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RECAPITULANDO
Para a ciência, matéria é tudo o que existe e ocupa lugar no espaço.
Corpo é uma porção limitada de matéria.
Substância é uma porção de matéria com propriedades bem definidas.
A matéria é formada por átomos.
A reunião de átomos geralmente produz moléculas.
As diferentes substâncias podem ser representadas por fórmulas químicas.
Quando uma substância é formada por somente um tipo de átomo, dizemos que ela é uma
substância simples, e, quando formada por dois ou mais tipos de átomos, dizemos que é uma
substância composta.
Fenômenos, para os cientistas, são as modificações ou transformações que acontecem na
natureza.
Os corpos podem ser submetidos a fenômenos físicos ou a fenômenos químicos.
Fenômenos físicos são aqueles que não alteram a estrutura das substâncias.
Fenômenos químicos são aqueles que produzem transformações na composição química
das substâncias e levam à formação de novos compostos.
Para a ciência, nosso universo é composto por matéria e energia.
Energia é capacidade de realizar trabalho e é tudo que pode modificar a matéria.
A energia não pode ser destruída, mas pode ser transformada.

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GABARITO 5. Porque existem e ocupam lugar no espaço.

Capítulo 1 6. Errada. A matéria deve ocupar lugar no


espaço.
Resposta da atividade inserida
7. Assopre um balão de aniversário: ele ficará
no texto: pág. 4 cheio de ar.
Lista referente à imagem de abertura
do capítulo. 8. Resposta Pessoal.
Chuchu, pepino, batata, cenoura, limão,
homens, mulheres, poste, fio de luz, placa, 9. Pode, por exemplo: a substância ferro pode
telhas, ser usada para produzir um prego ou uma
Caixotes de madeira, sacos de plástico panela.
e de tecido, paredes, nuvens, ar, guarda-sol,
boné, tecidos diversos (camisetas, calças, 10. Porque não ocupa lugar no espaço.
blusas) tinta (nos letreiros das lojas).
11.
Resposta da atividade inserida a) 1, 3, 5, 9
no texto: pág. 7 b) 2, 4, 6, 7, 8, 10
Palavras formadas por nós: só com as
quatro letras sem repetição: ALGO, LAGO, 12. H2O2, CO2, H2SO4, CH4, NH3, H2S.
GALO, OLGA, GOLA.
Em combinações diferentes: LOGO, GOL, 13. Simples: N2, O2
ALA, OLA, ALÔ, GALA, LAGOA, ALAGA. Compostas: NH3, NO2, NO3
Substâncias:
1. água 14. Resposta Pessoal.
2. Hidrogênio (gás)
3. Gás Carbônico 15. F, V, V, V, F
4. Oxigênio (gás)
5. metano (é um gás inflamável que se for-
ma, por exemplo, na decomposição do lixo). Capítulo 2
pág. 14
pág.8
1. b
1. ( X )
(X)
2. d ( )
( )
3. c ( )
(X)
4. Corpos – elefante ( )
Substâncias – madeira, algodão, paina, cola. (X)

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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2. Físico. Porque as alterações não modificam pág. 20


as características da matéria.
1. cinética.
3. Experiência
2. calorífica / luminosa.
4. Físico. Porque não alteram as características
da matéria. 3. química.

5. Químico. A reação entre os componentes 4. magnética.


da massa da broinha leva à formação de um
material diferente. Não é possível separar 5. Energias: química (na lenha), calorífica e
cada um deles. cinética (movimento dos motores).

6. Químico. No estômago as broinhas serão 6. Energia luminosa do Sol, pois com ela as
transformadas no processo de digestão. plantas realizam a fotossíntese necessária
a sua sobrevivência.
7. Mudanças de cor, de cheiro, produção de
gases, liberação de calor. 7. Resposta Pessoal.

8. O calor é produto da reação química que 8. Resposta Pessoal.


leva às transformações dos resíduos em
adubo. 9. É a energia armazenada no núcleo dos
átomos.
9. Fenômenos são as modificações ou transfor-
mações que acontecem na natureza. 10. Pesquisa

10.
a) Químico, porque, após o processo, não
é possível identificar os elementos que
entraram na produção do sabão.
b) azeite, água, potassa.

11. Pesquisa.

Capítulo 3
Resposta da atividade inserida
no texto: pág. 17
Você pode ter anotado coisas como o calor,
a luz, o som, a eletricidade.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


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Vivemos “mergulhados” no meio de um oceano de ar.


Não podemos vê-lo, mas percebemos a sua presença
a cada instante: ao respirar, ao ver um avião ou um
pássaro voando, ao observar as folhas das árvores
balançarem, ao tomar refrigerante com um canu-
dinho ou ao “radicalizar” e pular de pára-quedas.
O ar nos envolve e nos preenche. Sem
ele, a vida na Terra não seria possível.
Por tudo isso, estudar o ar que nos cerca – nossa atmos-
fera – reveste-se de grande importância. Entender as
suas características e ajudar a preservá-la para as ge-
rações futuras é o desafio das gerações do presente.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 1

A Atmosfera
Ao estudar este capítulo, seus objetivos são identificar os gases que
compõem a atmosfera e citar as aplicações práticas para muitos deles.

Você certamente percebe a importância do ar que respiramos. Esse ar faz parte de uma
imensa massa de gases que circunda a Terra, a atmosfera.
Única em suas características, a atmosfera terrestre permite a existência de vida em nosso
planeta.
Para você entender melhor o papel que ela exerce, vamos fazer algumas comparações entre
a Terra e os outros corpos do sistema solar.

A Importância da Atmosfera
Além de conter o oxigênio necessário à nos-
sa respiração, a atmosfera protege a Terra das
radiações provenientes do espaço e reduz a ação
do impacto de corpos celestes, como meteoros.
Veja uma foto da Lua e observe quantas “cica-
trizes” há em sua superfície. Essas marcas são
crateras e resultaram do choque de meteoros.
Na Terra, a maior parte dos corpos desse tipo
incendeia quando atravessa o protetor “escudo”
atmosférico.

Crateras na superfície da Lua.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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As temperaturas amenas registradas em nosso planeta também são conseqüência da


presença da atmosfera. Talvez você tenha estranhado quando dissemos que as temperaturas
terrestres são amenas, já que em algumas regiões elas podem ser bem extremas. No entanto,
comparando com o que se observa no restante do Sistema Solar, as variações de temperatura
são muito pequenas aqui.
A atmosfera “filtra” parte do calor vindo do Sol e é ela que retém esse calor à noite. Assim,
diferente da Lua que apresenta altas temperaturas no lado exposto ao Sol e baixíssimas no
lado da sombra, a Terra mantém um equilíbrio térmico único no sistema solar.
Veja a temperatura em alguns planetas:
– em Mercúrio (sem atmosfera), variam entre -250 ºC e 400 ºC;
– em Vênus, cuja atmosfera tem grande volume de gás carbônico, são superiores a 400 ºC.
Além das temperaturas extremas, os diferentes gases que compõe as atmosferas em
outros planetas dão a eles outras características. Tente imaginar como é o horizonte nesses
mundos distantes.
Onde não há atmosfera, como na Lua ou em Mercúrio, o céu é negro. Veja, na foto abaixo,
o horizonte lunar.

O astronauta Jim Irwin junto ao primeiro


veículo lunar. Ao fundo, uma grande eleva-
ção e, atrás dela, o horizonte negro de um
céu sem atmosfera

Em Vênus e em Marte, o céu é avermelhado (pela presença de grandes volumes de CO2)


e, em Netuno, é verde (há muito metano na atmosfera desse planeta).
Na Terra, o céu azul se deve à presença, em grande volume, de dois gases, o nitrogênio
e o oxigênio.
Naturalmente, ser azul ou verde ou vermelho não é importante pela cor, isso é uma curio-
sidade, a importância está naquilo que esses gases são capazes de fazer.

Composição Atmosférica
A atmosfera terrestre é composta de 78% de nitrogênio (N2), 21% de oxigênio (O2) e 1%
de outros gases, como o gás carbônico, os gases raros e vapor de água.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Cada um desses gases tem papel importante na manutenção da vida em nosso planeta.

Nitrogênio
Há muito gás nitrogênio na atmosfera. Será que ele não tem nenhuma finalidade?
Certamente, no entanto, na forma de gás, não pode ser aproveitado pela maioria dos
seres vivos.
Mas algumas bactérias que vivem no solo, denominadas fixadoras de nitrogênio, conse-
guem retirar esse gás da atmosfera, transformando-o em compostos denominados nitratos.
Os nitratos são absorvidos pelas plantas e, por meio delas, o nitrogênio chega até os animais.
Ele é fundamental na composição das proteínas, compostos vitais para todos os seres vivos.
Então, o elemento químico nitrogênio (N) não pode faltar a nenhum organismo e a fonte
desse elemento é o nitrogênio atmosférico (N2), transformado pelas bactérias.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Oxigênio
Qual a importância do oxigênio?
Certamente você deve ter pensado na respiração.
E é isso mesmo! Ele é o gás sem o qual os animais morreriam quase que imediatamente,
pois tanto animais quanto vegetais utilizam-no no processo da respiração. Mas atenção: quando
falamos em respiração, estamos nos referindo a uma reação química que ocorre dentro das
células e não apenas do ato de inspirar e expirar, o qual também denominamos respiração.
O oxigênio é ainda o gás responsável pelas combustões (queimas). Sem oxigênio, não há
fogo.

Gás Carbônico
Apesar de existir em pequenas quantidades na atmosfera (cerca de 0,03%), o gás carbônico
tem papel importante em diversos fenômenos, como:
na fotossíntese → quando os organismos clorofilados (com clorofila) fazem a reação
do gás carbônico atmosférico com a água e obtém oxigênio e glicose (alimento).
na respiração → processo em que animais e vegetais fazem uso da glicose e do oxigênio
para produzir energia e o resíduo final é o gás carbônico.
no efeito estufa → o gás carbônico atua na atmosfera como os vidros em uma estufa.
Ali, o calor atravessa as vidraças, mas não consegue sair totalmente. O interior da estufa
permanece mais quente que o exterior. No caso da Terra, os cientistas receiam que o
aumento na quantidade de CO2 atmosférico, gerado pela queima de combustíveis
como a gasolina, o diesel e o carvão, leve a um aumento nas temperaturas médias do
planeta, pois o gás carbônico está para a atmosfera como as vidraças estão para a es-
tufa. Como a atmosfera é um dos fatores mais importantes na regulação do clima, não
se consegue avaliar quais seriam as conseqüências de um desequilíbrio desse tipo.

O desenho representa o aumento nas concentrações de CO2 atmos-


férico nos últimos 150 anos e a projeção para os próximos 300 anos.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Gases Raros ou Nobres


São substâncias que dificilmente se unem a outras, ocorrem em pequenas quantidades
na atmosfera e têm algumas aplicações industriais.

Hélio
Cerca de 0,0004 % da atmosfera é formada por hélio. É um gás muito raro e, por isso, é
caro.
Sua grande característica é a baixa densidade. Você já viu balões que, quando soltos, so-
bem rapidamente, batendo no teto, se você estiver dentro de casa, ou indo embora, se estiver
ao ar livre? Pois é, eles fazem isso porque estão cheios de hélio, que é menos denso do que o
conjunto de gases que compõe a atmosfera.
O hélio também é usado em casos especiais, quando, por suas características, permite o
trabalho de mergulhadores em grandes profundidades. Esses profissionais executam consertos
em plataformas de petróleo até a 300m da superfície. Eles são levados até lá por um sino de
mergulho, cuja pressão interior vai sendo aos poucos aumentada e a mistura de gases para
respiração é alterada, passando a ser uma mistura de oxigênio, nitrogênio e hélio. Depois de
respirar essa mistura por vários dias, a equipe pode sair do sino e fazer os reparos necessários.
No retorno do equipamento à superfície, eles permanecem vários dias ali dentro adaptando-
se lentamente à descompressão para voltarem a respirar a atmosfera normal.

Neônio
Ao ser submetido a uma corrente elétrica, produz uma cor vermelho-alaranjada. Por isso
é empregado nos anúncios de neon. Aparece em quantidades muito pequenas na atmosfera,
cerca de 0,0015 %.

Argônio
É o terceiro elemento mais abundante na atmosfera (cerca de 0,1%). É usado no interior
do bulbo de lâmpadas incandescentes e alguns tipos de lâmpadas fluorescentes.

Criptônio
Cerca de 0,0001% da atmosfera. É usado em lâmpadas fluorescentes e em lâmpadas de
flash de alta velocidade.

Radônio
É um gás denso e radioativo, chegou a ser usado no tratamento de tumores cancerígenos,
mas atualmente já não tem mais essa aplicação.
O radônio é o gás dissolvido nas águas minerais radioativas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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Xenônio
Forma cerca de 0,00087% da atmosfera. É usado em alguns tipos especiais de lâmpadas,
principalmente naquelas que produzem uma luz muito branca. Alguns faróis de carro são de
xenônio.

Além dos gases, a atmosfera ainda contém partículas sólidas: como a poeira e a fuligem
da queima de diversos compostos, além de micróbios diversos. Há também vapor de água em
quantidades que variam de acordo com o lugar e as condições meteorológicas. Ambientes
com umidade do ar muito baixa são prejudiciais à saúde.

1. Observe o gráfico da pág. 6. Ele mostra o aumento nas concentrações de gás carbônico
atmosférico. Que fatores levaram ao aumento nesses valores?

2. Um aumento nas temperaturas médias da Terra poderia ter como conseqüência o derre-
timento de parte das calotas polares. Isso resultaria em um aumento no volume de água
dos oceanos. Que efeitos esses fatos poderiam ter sobre as pequenas ilhas e sobre as
cidades litorâneas?

3. Você já teve a oportunidade de entrar em um carro que tenha ficado fechado e estacio-
nado ao Sol? Como é a temperatura lá dentro? Procure correlacionar ao que explicamos
sobre efeito estufa.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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4. Cite dois processos em que o gás carbônico é lançado à atmosfera.

5. Observe o gráfico abaixo. Ele indica os percentuais dos principais gases da atmosfera. Aí
estão indicados o gás carbônico, os gases raros, o nitrogênio e o oxigênio. Identifique a
fração que corresponde a cada um desses elementos.

6. Nas festas, balões são soltos e sobem aos céus, eles fazem isso porque estão cheios de
Hélio. Que características esse gás apresenta que explica o vôo dos balões?

7. Por que o céu na Lua é negro?

8. Pinte de vermelho os quadradinhos correspondentes ao percentual de nitrogênio na


atmosfera, pinte de azul os quadradinhos que representariam a quantidade de oxigênio
e de verde aqueles relativos aos outros gases.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


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9. Em dias de queimada, algumas cidades parecem cobertas por nevoeiros, porém não se
trata de nevoeiro. Qual a causa dessa atmosfera encoberta?

10. Às vezes, quando alguma coisa está queimando, as pessoas lançam sobre ela uma lona
ou um material pesado de tecido. Por que alguém faria isso?

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de sites
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm

http://cienciaemcasa.cienciaviva.pt/

http://www.ufrgs.br/cebi/terra/atmosfera.html

http://www.ucar.edu/learn/1.htm - site com atividades diversas de Ciências

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 2

Camadas da
Atmosfera
Descrever as camadas da atmosfera é o seu objetivo ao estudar este
capítulo.

A atmosfera não tem limites visí-


veis, mas, à medida que nos afastamos
da superfície, é possível identificar
cinco áreas: troposfera, estratosfera,
mesosfera, termosfera e exosfera.
Cada uma delas tem características
próprias.
Imagine que você pudesse entrar
em um balão que fosse subindo, su-
bindo... saindo do chão e indo até o
final da atmosfera. Durante sua subi-
da, seriam feitas medições, avaliando
as temperaturas, os ventos, a pressão,
os gases existentes. Ao final de sua via-
gem você teria um “mapa” mostrando
como é a atmosfera à medida que nos
afastamos da superfície.
Seu mapa certamente conteria as
informações que veremos a seguir.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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Troposfera
Se imagine no balão e vamos começar a subida. Você está saindo da superfície: olhe ao seu
redor toda a atividade humana. É na troposfera que nós vivemos. Alguns quilômetros acima
aparecem nuvens, poderia estar chovendo ou ventando, pois os fenômenos meteorológicos
acontecem nesta camada. As temperaturas estão caindo e caindo muito, podem chegar a
-50ºC. Você está com muito frio e com dificuldade para respirar.
Entre 12-15km termina a troposfera. Ainda há 21% de oxigênio no ar, mas a pressão é
menor e você não consegue respirar sem a ajuda de equipamentos. É o que acontece com
os pilotos de pequenos aviões de combate. Eles usam máscaras de oxigênio para poder voar
nessas altitudes. Os grandes aviões comerciais também voam tão alto, mas o interior de suas
cabines é pressurizado, isto é, mantêm a mesma pressão da superfície.

Estratosfera
Se estende entre 15 e 50 quilômetros acima da superfície. Quase não há umidade, portanto,
não há nuvens. O céu é escuro. As temperaturas vão subindo e chegam a 0ºC.
Aos 25 quilômetros, você começou a atravessar a camada de ozônio, ela protege a Terra
absorvendo a maior parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.

Mesosfera
A partir dos 50 quilômetros, tem início a mesosfera. Seus instrumentos devem registrar
uma nova queda nas temperaturas, esta é a camada mais fria, com temperaturas de –80 oC.
A composição dos gases permanece a mesma daquela avaliada na troposfera, isto é, 78% de
nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases, mas a pressão é cada vez menor. Estamos
agora a 80km de altitude.

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Termosfera
Vai de 80 a 500 quilômetros acima da superfície. Aqui está uma camada denominada
ionosfera, onde há grande volume de partículas denominadas íons. Os fenômenos da aurora
boreal e da aurora austral acontecem nesta camada. Os gases atmosféricos começam a ficar
mais escassos e a pressão é mínima quando comparada àquela observada ao nível do mar.
Seus instrumentos de medição apontariam, ao final da termosfera, cerca de 9,5% de Hélio,
1% de outros gases e 89,5% de átomos livres de oxigênio. Os gases das camadas inferiores
sofrem a ação das radiações vindas do Sol e têm suas moléculas quebradas.
Os termômetros estariam registrando valores acima de 700ºC.

Exosfera
Finalmente, a partir dos 500
quilômetros, a atmosfera vai fican-
do cada vez mais rarefeita, os ga-
ses que você poderia medir seriam
apenas o hélio e o hidrogênio.
Naturalmente que sua viagem
só foi possível na imaginação, nin-
guém poderia suportar tantas e tão
violentas mudanças de temperatu-
ra, pressão e qualidade do ar.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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A Camada de Ozônio
Como vimos, esta camada está situada entre 25 e 50 quilômetros de altitude. Ela é uma
estreita faixa na qual a radiação ultravioleta (UV) emitida pelo Sol reage com as moléculas de
oxigênio (O2) gerando ozônio, um gás formado pela união de três átomos de oxigênio (O3).
Essa fina área reduz enormemente o volume de radiação que chega à superfície terrestre.
Sem ela, a maioria dos seres vivos provavelmente não existiria.
Por isso a grande preocupação dos pesquisadores quando descobriram que alguns gases
lançados na atmosfera destroem o ozônio, produzindo um buraco na camada.
O buraco na camada de ozônio é medido todos os anos e tem aumentado de tamanho.
Ele é maior na região polar, especialmente no pólo Sul. Veja, na foto a seguir, como a área azul
cobre toda a Antártida e chega à extremidade da América do Sul, na Patagônia.
As populações que vivem nessas regiões usam sempre bloqueadores solares, óculos escu-
ros e chapéu, pois a radiação ultravioleta causa câncer de pele e problemas de vista (catarata
e até cegueira).

Como a camada de ozônio é destruída?


Os pesquisadores descobriram que um dos gases usados em refrigeradores, em aerossóis
e em aparelhos de ar condicionado, o CFC (clorofluorcarbono), é um dos maiores responsáveis
pela destruição do ozônio.
Esse gás sobe na atmosfera e, sob a ação da radiação solar, é quebrado. As moléculas
que se formam reagem com o ozônio produzindo oxigênio. Isso reduz o estoque de ozônio
da mesosfera.

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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1. Produtos fabricados pelo


homem liberam CFC.
2. Radiação solar quebra as
moléculas de CFC.
3. Fragmentos das molécu-
las de CFC destróem o
ozônio.
4. Cientistas enviam balões
de pesquisa para medir a
camada de ozônio.

Por todos os males que o excesso de radiação ultravioleta produz, desde os anos 90 do
século XX, muitos países vêm regulamentando o uso do CFC e seus derivados, de modo que
o buraco da camada de ozônio não aumente.

1. No Brasil, a preocupação com o buraco na camada de ozônio pode ser revelada por leis
que procuram regular o uso do CFC, veja:
“Algumas Unidades da Federação, preocupadas com a problemática que envolve a
rarefação da Camada de Ozônio, baixaram legislações específicas:
• 1994 – proibida, no Rio Grande do Sul, a liberação de CFC para a atmosfera;
• 1995 – proibida, no Rio de Janeiro, a emissão de CFC na manutenção e na desativa-
ção de sistemas de refrigeração e na manutenção de sistemas de ar condicionado;
• 1995 – criado, no Estado de São Paulo, o Programa Estadual para a Proteção da
Camada de Ozônio.
O Programa Brasileiro, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, utiliza o Dia
do Ozônio (16 de setembro) como um dos meios de disseminação e divulgação das
atividades de proteção da Camada de Ozônio desencadeadas no país.”
Observe que o estado do Rio Grande do Sul foi o pioneiro em proibir o uso desse gás.
Sabendo que o buraco na camada de ozônio é maior acima da Antártida, procure corre-
lacionar a maior preocupação do governo do Rio Grande do Sul com essa questão.

2. A mais alta montanha da Terra é o monte Everest, com quase 8900m de altitude. Seu cume

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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é um lugar muito frio, com fortes ventos e respirar é muito difícil. Associe essas caracterís-
ticas às propriedades da troposfera.

3. Relacione as colunas:

1. troposfera ( ) muito rarefeita.


2. estratosfera ( ) contém a ionosfera.
3. mesosfera ( ) com nuvens e tempestades.
4. termosfera ( ) contém a camada de ozônio.
5. exosfera ( ) nela, o céu deixa de ser azul e passa a ser escuro.
( ) camada em que vivemos.
( ) é a mais fria das regiões da atmosfera.

4. Complete:
1. Na _______________, à medida que subimos, as temperaturas vão ______________. Lá
a umidade é mínima e por isto não há _________________.
2. É na ___________________, a partir dos 80 km de altitude, que a composição dos gases
atmosféricos começa a mudar.
3. As auroras boreal e austral acontecem por causa das partículas existentes na _______
__________.
4. A maior extensão do buraco na camada de ozônio é verificada sobre a ____________
__________.

5. As auroras boreal e austral são fenômenos observados nos céus polares. São extensas faixas
coloridas, brilhantes e móveis que surgem à grande altitude. Elas são resultado da ação de
partículas de origem solar atraídas pelos pólos magnéticos da Terra. Pesquise o significado
dos termos austral e boreal e, a partir disso, cite o pólo onde ocorrem as auroras boreais e
o pólo onde ocorrem as auroras austrais. Veja na foto um exemplo de aurora.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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6. Um alpinista de grandes altitudes resolveu “atacar” o cume de uma montanha com mais
8000 m sem recorrer a suprimentos extras de oxigênio. Porém, a poucos metros do final,
precisou desistir por sentir tonturas e forte mal-estar. Por que o uso do oxigênio poderia
ter evitado isso?

7. Descreva a camada da atmosfera que faz fronteira com o espaço cósmico.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

LOBATO, Monteiro. Serões de Dona Benta – História das Invenções.


São Paulo:Brasiliense, 1969.
CARVALHO, David de; CARVALHO, André de. Ecologia. Belo Horizonte:Lê.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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CAPÍTULO 3

Massa e Peso
Seus objetivos, ao concluir o estudo deste capítulo, serão: diferenciar
massa e peso citando suas unidades de medida, descrever os efeitos
da gravidade citando seu valor na Terra, identificar uma balança e um
dinamômetro.

Imagine se, de repente, você ficasse sem peso, como um astronauta quando a nave já se
afastou bastante da Terra. Como ele, você ficaria flutuando no ar. Você poderia tentar “nadar”
para descer, mas isso também não seria nada fácil: o ar é menos denso do que a água. E se
tudo ficasse sem peso? Olhe ao seu redor. Imagine todas essas coisas suspensas no ar, pairando
desordenadamente por aí!
Felizmente, tudo isso é só imaginação, pois não há chance disso acontecer. Você e tudo o
que o cerca continuarão tendo peso. Então, podemos perguntar, o que faz os corpos ter peso?

Peso
Vamos observar os efeitos da gravidade?
Pegue uma borracha e um pedaço de barbante. Vamos fazer alguns experimentos:
1 - Segure a borracha e em seguida solte-a no ar.
Você largou a borracha sem nenhum impulso, não é?
O que, então, a fez cair até o chão?
Anote sua resposta.
2 - Amarre a borracha em um pedaço de barbante de meio metro. Segure a ponta livre
do barbante e suspenda-a.

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Como está a borracha? E o barbante? Está na horizontal, na vertical ou inclinado?


Anote.
3 - Levante a borracha e mantenha o fio esticado na horizontal. Agora solte a borracha.
O que acontece?
Anote.
Agora vamos tirar conclusões.
Quando você pegou a borracha para em seguida soltar, foi preciso fazer uma força para
levantá-la da mesa. A borracha não sairia do lugar sozinha; só saiu de onde estava porque
você aplicou uma força sobre ela. Então, podemos dizer que um objeto qualquer só se move
quando uma força atua sobre ele.
Quando você soltou a borracha no ar, ela se moveu. Logo, uma força atuou sobre ela,
puxando-a para baixo. E você poderia dizer que ela caiu por causa de seu peso. Então o peso
é uma força. É a força com que a Terra atrai um corpo.
Mas, agora você pode dizer, isso é gravidade e não peso.
Vamos ler o que nos diz um bom dicionário sobre a origem da palavra gravidade. Segundo
Houais, gravidade vem do latim gravitas, gravitatis e significa peso.
Portanto, o peso de um corpo é uma força, a força com que ele é atraído pela Terra.

Como é possível avaliar o peso de um corpo?


Já vimos que um objeto largado no ar cai porque uma força, seu peso, atua sobre ele.
Então, se medirmos a força necessária para sustentar um corpo no ar, saberemos seu peso.
Os instrumentos que avaliam o peso dos corpos são os dinamômetros.
Podemos construir um dinamômetro simples. Você vai precisar de alguns materiais:
- um pedaço de papelão;
- uma folha de papel branco;
- um clipes;
- cola;
- um pedaço de elástico (o lastex, usado em trabalhos de costura e vendido em armarinhos,
é uma boa alternativa, mas você pode usar qualquer elástico, somente lembre que quanto
mais firme ele for, tanto mais pesados deverão ser os objetos de sua experimentação);
- pequenos objetos a serem pesados.
Cole o papel branco sobre o papelão. Prenda o elástico no clipes e prenda o clipes no
papelão, como no desenho. Estenda o elástico e marque no papel o início de sua escala.
Prenda objetos de pesos diferentes ao elástico e anote na escala o ponto de distensão do
elástico. Cada marca é o peso de cada objeto. Nossa avaliação só pode ser do tipo compa-
rativa. Por exemplo, o objeto A é mais pesado do que B e menos pesado do que C. Se você
quiser determinar valores numéricos para o peso dos corpos, será preciso usar objetos de
peso conhecido e fazer uma escala. Teste: avalie o peso de sua caneta, de sua borracha, de
algumas chaves.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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Massa
Você sabe que quanto mais matéria existir em um corpo, mais pesado ele é. Um caminhão
pesa muito mais do que um carro de passeio porque tem muito mais matéria. Você mesmo já
foi bem pequeno e tinha um peso muito menor do que o de hoje. Para chegar ao seu tamanho
atual, foi preciso aumentar a quantidade de matéria que o compõe e isso foi possível através
dos alimentos que você consumiu.
Essa quantidade de matéria que o constitui hoje e a matéria que forma o caminhão ou
o carro de passeio é denominada, pelos cientistas, de massa.
Então, quanto maior a massa, maior o peso de um corpo.
Já que o peso varia de acordo com a massa, é comum avaliarmos a massa (quantidade
de matéria) de um corpo, determinando seu peso (força que o puxa para baixo). Por isso, no
dia-a-dia, usamos o termo “pesar” para determinar o peso e a massa de algum objeto.
Mas, para os físicos, a determinação da massa é feita pela comparação da quantidade de
matéria existente em cada corpo. O instrumento usado para determinar massa é a balança.
Vamos montar uma balança. Reúna os seguintes materiais:
- uma régua de plástico ou madeira (um objeto qualquer, bem reto, como um pedaço de
cano ou uma vareta, também serve);
- barbante;
- dois copinhos descartáveis;
- objetos de massas diferentes (borracha, chaves, bolinhas, grampos de roupa...).
Fure os copinhos em três pontos junto à borda e prenda três pedaços de barbante. Amarre
um pedaço de barbante no meio da régua e pendure, em cada extremidade, os copinhos.

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Equilibre a sua “balança” movimentando o fio do centro até que o sistema todo fique na
horizontal. Coloque, dentro de cada copo, os objetos que você quer comparar. Faça uma lista,
anotando as relações de massa entre eles.
Você pode comparar as relações que obteve quando avaliou o peso com essas que está
observando agora.
O que você constatou? Elas são iguais, não é? Os objetos mais pesados também são os
de maior massa.
Então, podemos dizer que o peso dos corpos varia diretamente com suas massas.
Para medir massa e peso, os pesquisadores criaram unidades. Uma das unidades de peso
é o quilograma-força (kgf) e a unidade de massa é o quilograma (kg).
Até aqui parece que massa e peso, apesar de terem conceitos diferentes, na prática, aca-
bam sendo coisas iguais! Na verdade, para você “enxergar” direitinho a diferença entre massa
e peso, precisamos entender um pouco mais a respeito da atração entre os corpos.

A Gravidade
Já vimos que os corpos têm peso porque a Terra os atrai e que a força de atração varia de
acordo com a massa. Maior massa, maior atração e, portanto, maior peso.
Mas o peso também depende da massa da Terra. Se a Terra tivesse a metade da massa
que tem, todos os corpos pesariam a metade do que pesam.
Essa atração entre dois corpos acontece com tudo. Todos os corpos se atraem com força
proporcional a suas massas, porém, nos corpos com pouca massa, como cada um de nós e os ob-
jetos que nos cercam, essa atração é tão pequena que não podemos perceber.
A força de atração entre dois corpos, proporcional a suas massas, se chama gravidade.
Essa força de atração entre dois corpos varia com a massa e com a distância entre o centro
de gravidade dos dois. Quanto mais distante, menor a atração.
O peso dos corpos na superfície da Terra é determinado pela distância ao centro do plane-
ta, que é de aproximadamente 6.000 km. Vamos supor, então, que a essa distância, seu peso
seja 44kg.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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Agora, imagine que você embarcou em um foguete que irá chegar a 12.000km de altitude.
Você está distante 18.000km do centro da Terra, seu afastamento triplicou e o seu peso dimi-
nuiu 9 vezes, pois a força de atração varia inversamente com o quadrado da distância.
No entanto, você continuaria a mesma pessoa que era ao embarcar na nave. Sua massa
não mudou. Então podemos dizer que a massa independe do local onde você esteja, mas o
peso depende de sua distância ao centro de gravidade do corpo em questão.

Quanto vale a gravidade?


Como vimos anteriormente, a força de atração entre os corpos depende da massa que
possuem e da distância que os separa. Assim, nos demais corpos do Sistema Solar, a gravidade
não será igual à da Terra, ela deverá variar bastante.
Se atribuirmos à gravidade terrestre o valor 1, podemos dizer que, na Lua, ela é de 0,17, ou
seja, se você fosse se pesar na Lua, constataria que seria pouco mais que 7kgf.
Como calculamos isso?
Bem, se sua massa é de 44kg e a gravidade na Terra é 1, basta multiplicar um pelo outro,
então seu peso será igual a 44kgf.
Na Lua, sua massa de 44kg é atraída com uma força bem menor, cuja comparação em
relação à Terra é 0,17, então, seu peso na Lua será: 44 x 0,17 = 7,48kgf.
A tabela abaixo mostra a comparação entre a aceleração da gravidade em outros corpos
do sistema solar e a Terra, usando para a gravidade terrestre o valor 1.

Sol 27,9
Mercúrio 0,37
Vênus 0,88
Lua 0,17
Marte 0,38
Júpiter 2,64
Saturno 1,19
Urano 0,93
Netuno 1,22
Plutão 0,6

Assim, se você pudesse chegar à superfície de qualquer um desses corpos celestes, seu
peso seria diferente em cada um deles.

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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1. Complete:
a) O peso pode ser medido por meio de um instrumento denominado _____________.
b) A palavra gravidade vem do latim e significa ______________.
c) A quantidade de matéria que compõe um corpo é sua _______________.
d) Quanto mais distante um corpo estiver de outro __________ será a atração entre
eles.

2. Suponha que um astronauta e seu traje espacial tenham peso igual a 105 kgf aqui na Terra
e que ele viajou em missão para diversos locais do sistema solar. Qual seria o peso desse
viajante quando ele desembarcasse em Marte? Em Júpiter? Em Saturno? E em Plutão?

3. O planeta Terra não é uma esfera perfeita, ele é um pouco achatado nas regiões polares.
Sendo assim, a distância do centro da Terra a um dos pólos é um pouco menor do que
a distância do centro ao equador. Levando em consideração esse fato, analise a situação
descrita e procure responder ao que se pede:

“Um avião partiu de Manaus em direção à estação brasileira de pesquisas na Antártida


levando um grande pacote com equipamentos.” Ao chegar a seu destino:
a) O que aconteceu à massa desse pacote, terá aumentado, diminuído ou permanecido
a mesma?

b) E quanto ao peso, sofreu alguma alteração? Justifique suas respostas.

4. O que é gravidade?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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5. Leia o texto abaixo, retirado da revista Ciência Hoje:

O fruto de uma descoberta


Maçã pode ter inspirado Isaac Newton a desenvolver teoria da gravidade

Depois do almoço, um rapaz resolveu tirar um cochilo encostado em uma árvore e...
tchum! Caiu uma maçã na sua cabeça. Ele poderia ter tido várias reações diferentes:
reclamar, chorar, querer entender o que aconteceu ou comer a maçã. Quando isso
aconteceu com Isaac Newton, o inglês, ele, sempre muito curioso, fez de tudo para
descobrir o que houve. E foi assim que surgiu a sua teoria da gravitação universal... Na
verdade, não se sabe se essa história realmente aconteceu ou se é apenas uma lenda.
O fato é que ela permite explicar a teoria de Newton. Tente responder: por que os
objetos caem no chão quando soltos no ar?

Procure responder à pergunta que o texto formula (para ler toda a história, acesse o site
da Ciência Hoje: http://www2.uol.com.br/cienciahoje/che/newton1.htm).

6. Pesquise sobre a vida de Sr. Isaac Newton.

7. Diferencie massa e peso dos corpos.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

GUERRA, Andreia; et all. Galileu e o Nascimento da Ciência Moderna.


São Paulo: Atual, 1997.
BRAGA, Andreia; et all. Newton e o Triunfo do Mecanicismo. São Paulo:
Atual, 1998.
BRETONES, Paulo Sérgio. Os Segredos do Sistema Solar. São Paulo:
Atual, 1993.

sugestão de sites
http://www.on.br/ - endereço do observatório nacional no Rio de Janeiro,
há atividades diversas e muita informação.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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CAPÍTULO 4

Propriedades do Ar
Após estudar este capítulo, você deve ser capaz de identificar
algumas propriedades do ar e também diferenciar ar comprimido de
ar rarefeito, citando as suas aplicações.
Nós já estudamos o conceito de matéria e sabemos que matéria é tudo o que existe. Ela
tem propriedades que são comuns a todos os tipos de corpos e substâncias.

Extensão
Esta propriedade afirma que toda matéria ocupa lugar no espaço. Mas será que isso se
aplica ao ar?
Costumamos dar pouca atenção ao ar que nos rodeia. Quando entornamos a água que
enchia um copo, dizemos que ele ficou vazio. Mas isso não é verdade, ele está cheio de ar.
Como saber que o ar está ali se não o vemos?
Uma maneira simples é virar o copo dentro de um balde com água.
O que acontecerá? Observe e anote.
A água entra no copo?
Para responder a essa questão com mais certeza, antes de colocar o copo dentro do balde
pegue um pedaço de papel e amasse-o no fundo do copo. A seguir, vire-o de boca para baixo
e coloque dentro do balde. Retire o copo sem virá-lo e verifique se o papel está molhado ou
não. Anote e tire suas conclusões.
Você acabou de verificar, por meio de uma experiência simples, que o ar, apesar de in-
visível, ocupa lugar no espaço. Foi ele que ficou entre a água e o papel evitando que este se
molhasse.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Expansibilidade
O ar tende a ocupar todos os espaços disponíveis.
Vamos ver um exemplo disso:
Pegue um balão de borracha, desses usados em aniversário. Sopre-o. Ele agora está cheio
de ar, não é? Então solte o bico do balão. O que aconteceu com o ar que estava lá dentro?
Ele escapou rapidamente e se espalhou por todo o ambiente, isso é expansibilidade.

Compressibilidade
Para demonstrar esta propriedade,
você vai precisar de uma seringa de in-
jeção (sem a agulha) com capacidade
de 5ml ou mais.
Deixe o êmbolo na marca de 3ml.
Tampe o bico da seringa com o dedo
e empurre o êmbolo para comprimir
o ar.
Você conseguiu? O ar passou a
ocupar menor volume?
Pois é, isso foi possível porque o ar
pode ser comprimido.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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Vamos usar, novamente a seringa. Coloque o êmbolo na marca de 3ml. Tampe o bico com o
dedo e puxe o êmbolo até a marca de 5ml.
O que aconteceu?
Você conseguiu puxar o êmbolo?
Agora o ar está ocupando um volume maior e dizemos que ele está rarefeito.

Elasticidade
Nos dois experimentos anteriores, antes de tirar o dedo do bico da seringa, solte o êmbolo.
O que aconteceu?
No primeiro caso, o ar que estava comprimido voltou ao seu volume normal e empurrou o
êmbolo para fora.
No segundo caso, o êmbolo foi empurrado para dentro, sob ação da pressão exterior que
era maior do que a pressão dentro da seringa.
Então, essa experiência nos mostra também que o ar exerce pressão.

Para que serve o ar comprimido?


O ar pode ser comprimido por bombas ou por compressores e, dessa forma, ter diversas
aplicações.
Você já viu os motores e as brocas usados em consultórios de dentista? Pois é, a broca roda
a altíssimas velocidades e esquenta. Para evitar esse aquecimento, um esguicho de água sai
misturado com o ar do compressor.
O ar comprimido é usado para encher pneus, bolas.
Os mergulhadores levam cilindros de ar comprimido nas costas.
Em oficinas de conserto de carros, geladeiras, máquinas de lavar, fogões, a pintura desses
objetos é feita com o uso de compressores de ar. O fluxo de ar carrega a tinta, ou seja, é como
se o ar fosse o pincel.
Em trabalhos artísticos, usa-se o mesmo princípio, porém a tinta é espalhada por um
instrumento especial, o aerógrafo. Há diversos tipos de aerógrafos, porém todos funcionam de
acordo com o mesmo princípio. Ligado a uma fonte de ar comprimido, o ar entra pelo orifício
(1), passa por dentro do aerógrafo e sai pela ponta (2); por causa das diferenças de pressão, a
tinta é sugada do reservatório (3) indo para o corpo do aerógrafo. A quantidade de ar e de tinta
é regulada por um gatilho (4) .
4.

2.
1.

3.

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Para que serve o ar rarefeito?


Existem equipamentos que conseguem retirar parte do ar do interior de um recipiente. É
o que acontece na fabricação das ampolas de vidro das garrafas térmicas. A ampola tem duas
paredes e entre elas o ar é rarefeito. Isso reduz as trocas de calor com o ambiente.

Vamos “construir” uma garrafa térmica? Para isso você


vai precisar de:
1 vidro grande com tampa;
2 vidros pequenos com tampa;
um pedaço de cortiça ou de isopor;
papel alumínio;
tesoura;
cubos de gelo.
Como fazer:
Enrole, por fora e individualmente, o vidro grande e um
vidro pequeno no papel alumínio, dobre as pontas para ficar bem firme.
Coloque o pedaço de cortiça ou de isopor dentro do vidro grande.
Pegue o vidro pequeno que você embrulhou no papel alumínio e o coloque sobre a cortiça
ou isopor no interior do vidro grande.
Pegue a bandeja de gelo e coloque algumas pedras no interior dos dois vidros pequenos.
Tampe-os. Tampe também o vidro grande.
Observe até que o gelo tenha derretido por completo no vidro sem o papel-alumínio.
Agora tire o outro vidro e observe como está o gelo.
Procure explicar o motivo da diferença. A resposta você encontra no final da unidade.

Responda o que se pede:


1. Cite um emprego para o ar comprimido.

2. Quando um perfume é aberto, ele se transforma em gás (volatiliza) e pode ser sentido à
distância. Qual é a propriedade do ar e de todos os gases que explica esse fato?

3. Por que dissemos que nos aerógrafos e nas pistolas de pintura, o ar é o pincel?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


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4. Explique o que significa elasticidade.

5. Corte um pedaço de pão. Observe. O que preenche os buraquinhos do miolo?

6. Observe a foto a seguir. Ela mostra um dos primeiros aspira-


dores de pó. Fabricado em 1907, foi criado com o objetivo
de reduzir a poeira presente no ar, diminuindo a asma de
seu inventor. Aspiradores de pó sugam o ar e, com ele, a
poeira. Seu princípio de funcionamento está baseado na
produção de ar comprimido ou rarefeito? Justifique.

7. Dê o conceito de extensão.

8. Cite uma vantagem do fato do ar usado por mergulhadores ser comprimido.

9. O que é elasticidade?

10. Pesquise sobre a invenção dos cilindros de ar comprimido usados pelos mergulhadores.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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sugestão de sites
http://www.fisica.ufc.br/index.html
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


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CAPÍTULO 5

Pressão Atmosférica
Hoje, seus objetivos serão: reconhecer que a atmosfera exerce
pressão e que a avaliação desses valores foi realizada pioneiramente
por Torricelli; identificar e explicar diversos fenômenos relacionados à
pressão atmosférica; citar a função dos barômetros e altímetros.

Vamos relembrar algumas coisas que já estudamos:


Já vimos que o ar existe e ocupa lugar no espaço, portanto ele é matéria. Sabemos que a
quantidade de matéria de um corpo é a sua massa.
Estudamos também que o
peso é a força com que a Terra
atrai um corpo e que quanto
maior a massa, maior o peso.
Relacionando todas essas in-
formações, podemos afirmar que
o ar tem peso. E que a atmosfera
toda tem um peso imenso.
A coluna de ar que está sobre
você neste momento pesa mais
de 17 toneladas! Bem mais do
que o elefante aí do lado!
Mas, como não somos esma-
gados? A resposta é que temos
ar nos “apertando” por fora e
também por dentro, a ação de
uma força anula a outra e não sentimos os efeitos do peso do ar. A esse “aperto” dado pela
atmosfera damos o nome de pressão atmosférica.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Para observar efeitos da pressão atmosférica você vai precisar de: um copo (não use copo
descartável, ele é flexível e a demonstração não dá certo); água; um pedaço de papel firme
ou de acetato (pode ser um pedaço de chapa de Raio-X).
Encha o copo com a água até a borda, coloque sobre ele o pedaço de papel ou de acetato.
Ajuste, alisando a superfície. Com a mão espalmada sobre o papel, vire o copo rapidamente
de boca para baixo. Retire a mão. Observe.
A água caiu do copo?
O que terá evitado essa
queda?
A resposta é a pressão da
atmosfera que, como vimos, é
grande e, como demonstramos
agora, é exercida em todos os
sentidos, de cima para baixo, de
baixo para cima e lateralmente.

Será que é possível medir a pressão atmosférica?


Essa indagação é antiga e no século XVII pôde ser respondida. Quem conseguiu imaginar
um mecanismo para determinar o valor da pressão atmosférica foi um físico e matemático
italiano, Evangelista Torricelli (1608-1647).
Em 1643, o Duque de Toscana mandou cavar poços de 15m de profundidade. À medida que
o poço era escavado, a água ia sendo acumulada em seu interior e era preciso retirá-la. Nessa
ocasião, os construtores constataram que nenhuma bomba de sucção da época conseguiria
elevar a água acima dos 10m.
Para tentar solucionar o problema, o Duque chamou Torricelli, que se perguntou por que
a água sobe por um tubo quando se retira o ar de dentro dele?
Para os antigos sábios gregos, a matéria tinha “horror ao vazio” e “corria” para preenchê-lo
sempre que ele era produzido. Naturalmente, isso não faz o menor sentido e Torricelli tentou
encontrar outra resposta.
Observando atentamente a situação-problema, concluiu que a água subia pelo cano em-
purrada pelo peso do ar sobre a superfície do líquido no fundo do poço.
Veja no desenho como acontece:

Esquema do poço que foi man-


dado escavar pelo Duque de
Toscana.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


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Torricelli percebeu então que a pressão atmosférica só consegue sustentar uma coluna
de água de aproximadamente 10m (10,33m).
Ele não conseguiu solucionar o problema do Duque, pois seria necessário um outro tipo
de bomba para elevar a água acima dos 10m, mas as suas observações o levaram a montar
um dispositivo capaz de medir o valor da pressão atmosférica.
Torricelli pegou um tubo de vidro com aproximadamente um metro de comprimento e
fechado em uma das extremidades. Encheu-o completamente com mercúrio, tapou a abertura
com um dedo e inverteu-o, mergulhando a abertura do tubo em uma bacia contendo mercúrio.
Ao retirar o dedo, parte do líquido escoou para a bacia. Dentro do tubo, porém, restou uma
coluna com 76cm de altura. As experiências de Torricelli foram realizadas ao nível do mar e,
por isso, dizemos que a pressão atmosférica ao nível do mar é de 760mm/Hg (setecentos e
sessenta milímetros de mercúrio).

Efeitos da Pressão Atmosférica


A pressão participa em muitas de nossas ativida-
des, por exemplo, quando tomamos um refrigerante
com canudinho, estamos realizando algo parecido
com a bomba dos poços do Duque de Toscana. Ao
sugarmos, retiramos o ar de dentro do canudo e o
refrigerante sobe por ele, empurrado pela pressão
do ar sobre o líquido.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Agora vamos testar essa explicação. Pegue uma gar-


rafa de refrigerante, tire a tampa e faça um furo, no qual
o canudinho fique bem ajustado. Vede qualquer espaço
em volta do canudo com auxílio de uma fita adesiva.
Tente tomar o seu refrigerante. O que aconteceu? Por
quê?

Até a nossa respiração depende da pressão, o movi-


mento do diafragma, que é o músculo situado abaixo de
nossos pulmões, faz com que a pressão dentro desses
órgãos fique menor do que a pressão externa, e o ar
entra em nosso corpo.

Medindo a Pressão
Os instrumentos usados para medir a pressão
atmosférica recebem o nome de barômetros.
O aparelho de Torricelli, fixado a uma pran-
cheta de madeira, com uma escala ao lado, foi o
primeiro barômetro. Mas esse equipamento tem
alguns inconvenientes, pois, ao ser transportado,
pode quebrar e perder o mercúrio.
Por isso foram criados outros tipos de barôme-
tros, como os barômetros aneróides, usados em
aeronaves. Esse tipo de barômetro é formado por
uma caixa de metal cuja tampa, delgada e flexível,
permite registrar as variações de pressão.

Variações da Pressão
Os barômetros também podem ser usados para medir a altitude. Em 1648, o físico francês
Blaise Pascal (1623-1662) realizou experiências para comprovar as pesquisas de Torricelli.
Ele imaginava que a pressão diminuiria com a altitude. Assim, ao subir uma montanha,
foi fazendo anotações sobre os valores registrados pela coluna de mercúrio e observou algo
parecido com o esquema que segue. Chegando aos 800m, constatou uma queda de 8cm
na coluna. Isso o levou a concluir que a pressão baixa 1cm, ou 10mm, a cada 100m de
altitude.
Percebendo que essa variação era constante, Pascal propôs calcular a altitude pela variação
de pressão. Os instrumentos que determinam a altitude recebem o nome de altímetros e são
equipamentos muito importantes para os aviões.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


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Além das variações sofridas pela mudança de altitude, a pressão pode mudar em um
mesmo lugar ao longo do dia. Essas mudanças estão relacionadas a fenômenos meteorológi-
cos. A queda de pressão medida pelo barômetro em uma embarcação no mar, por exemplo,
é indicativa de tempestade, e quanto maior e mais veloz a queda, tanto pior deverá ser o
fenômeno. Por isso, os barômetros são instrumentos muito importantes para a navegação.
Atualmente, existem outros recursos, como as fotografias por satélite, que permitem fazer
previsões do tempo com bastante segurança. As embarcações, porém, ainda são equipadas
com os instrumentos que, no passado, constituíam as únicas fontes de orientação.

1. Você já observou que sua a mãe, ao colocar em uso o óleo usado para saladas e frituras,
faz dois furos na lata? Por que ela faz isso?

2.Em que ponto do Brasil a pressão atmosférica é menor?

3.Para que serve um barômetro? E um altímetro?

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

4. Calcule a altitude de três cidades A,B e C, onde o altímetro registra respectivamente,


720mm/Hg; 600mm/Hg e 760mm/Hg.

5. Por que, em condições normais, não sentimos os efeitos da pressão atmosférica?

6. Você e seus amigos resolvem escalar uma montanha. Após algumas horas de caminhada,
consultam um barômetro e observam que a coluna baixou 3cm desde o início da cami-
nhada. Quantos metros vocês já subiram?

7. Imagine um pesquisador fazendo avaliações de pressão atmosférica na região do Mar


Morto, situado a mais de 300m abaixo do nível do mar. Que tipo de leitura ele faria, inferior
a 760 mm/Hg ou superior a esse valor? Justifique.

8. Por que não sentimos os efeitos da pressão atmosférica?

9. Existe um instrumento no painel dos aviões denominado altímetro. Que tipo de parâmetro
ele avalia?

10. Pesquise sobre a vida de Torricelli.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


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Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

CONTI, José Bueno. Clima e Meio Ambiente. São Paulo:Atual.


RONAN, Colin A. História Ilustrada da Ciência. Vol. 3 Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1994.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 6

Ventos e
Meteorologia
Descrever alguns dos mecanismos de formação dos ventos;
reconhecer alguns dos equipamentos usados nas estações
meteorológicas e citar exemplos de fenômenos meteorológicos,
caracterizando-os são os seus objetivos ao estudar este capítulo.

A foto acima foi tirada do espaço e mostra, em toda a sua grandiosidade, um dos fenô-
menos mais impressionantes produzidos pela natureza. Você sabe qual é?
É isso mesmo, um furacão que também recebe os nomes de tufão e ciclone.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


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Todos os anos, acontecem algumas dezenas de furacões no planeta. A maioria se desen-


volve e desaparece no oceano, não chegando a atingir os continentes. Porém, aqueles que
chegam, podem causar muito prejuízo material e muitas mortes. Um furacão traz, além de
ventos destruidores, ressacas fortíssimas, chuvas torrenciais e inundações.
Para entender como se formam os furacões, é preciso saber alguma coisa sobre a origem
dos ventos.

A Origem dos Ventos


Sabemos que vento é o ar em movimento.
O grande responsável pela ocorrência dos ventos é o Sol. Ele esquenta a Terra, e esse calor
esquenta o ar. O ar quente se dilata, fica mais leve e sobe, tendo o seu lugar ocupado pelo ar
frio, que é mais pesado. Esse processo é cíclico, porque o ar quente que sobe, se resfria nas
altas camadas da atmosfera e volta à Terra. Esse movimento das massas de ar forma o vento.
Esse deslocamento do ar pode ser sentido diariamente nas regiões litorâneas: durante o
dia, um vento fraco sopra da água para a terra, é a brisa marítima. Ela acontece porque o ar se
desloca do oceano para o continente. Esse deslocamento acontece pelas diferenças de pressão:
as massas de ar fluem da área de maior pressão (sobre o mar) para as áreas de menor pressão
(sobre o continente). E por que a pressão sobre o mar, durante o dia, é maior?
A resposta está relacionada ao fato de que a água e o solo se aquecem de maneira dife-
rente. A água demora mais para esquentar, e o ar sobre ela permanece mais frio (mais denso)
e com maior pressão. A terra esquenta mais depressa, e o ar sobre ela também, tornando-se
menos denso (mais leve) e com pressão menor. Ao anoitecer, o fenômeno se altera, pois a
água consegue reter calor por mais tempo do que a terra, assim as massas de ar sobre o mar
se mantêm mais aquecidas (com menor pressão) do que as massas de ar sobre a terra, o mo-
vimento da brisa se inverte.

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Toda essa descrição vale para as massas de ar mais próximas à superfície. Nas camadas
mais altas da atmosfera, outros movimentos podem estar acontecendo, pois, além da questão
das diferenças de pressão, os ventos sofrem influência do movimento de rotação da Terra e
do fato de que diferentes regiões geográficas recebem diferentes graus de energia calorífica
vinda do Sol.
Como você pôde perceber, os ventos são determinados por inúmeros fatores, e conhecê-
los é importante para organizar ações de prevenção quando fortes tempestades ameaçam
uma região.

A Intensidade dos Ventos


Tentar prever o aparecimento de tempestades ou informar sobre a força dos ventos é
uma necessidade real, vivenciada pelos navegadores de todos os tempos. No século XVIII, o
almirante inglês Francis Beaufort (1774-1857) organizou uma escala para medir a velocidade
dos ventos. É a escala de Beaufort, usada inicialmente para avaliar os ventos no mar e que foi
posteriormente adaptada para a terra. Ao organizar a escala, o almirante associou os efeitos
observáveis do vento à sua velocidade.
Essa escala é utilizada até hoje.

FORÇA VELOCIDADE EFEITOS


(km/h)
0 <1 Calmo, a fumaça sobe verticalmente.
1 1-5 A fumaça mostra a direção do vento; cata-vento não gira.
2 6 -11 É possível sentir o vento na face; cata-vento começa a girar.
3 12-19 As folhas se mexem; as bandeirolas se desfraldam.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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4 20-29 As folhas e papéis voam; as bandeiras tremulam; os galhos


menores se curvam.
5 30-38 As pequenas árvores começam a balançar; as bandeiras fi-
cam bem agitadas.
6 39-50 Os grandes galhos começam a se mover; há dificuldade em
usar o guarda-chuva.
7 51-61 Árvores inteiras se agitando; é possível sentir a resistência
ao andar contra o vento.
8 62-74 Árvores inteiras se agitando; aumenta a resistência ao cami-
nhar contra o vento.
9 75-86 Pequenos danos estruturais; casas destelhadas. Impossível
caminhar contra o vento.
10 87-101 Árvores quebradas ou arrancadas; dano estrutural conside-
rável.
11 102-120 Danos generalizados em árvores e construções.
12 > 120 Grande destruição.

No mar, os efeitos estão relacionados


à altura das ondas, formação de espuma, e
redução na visibilidade.
Os furacões têm um grande poder de
destruição por seu tamanho e podem arrasar
cidades e comunidades inteiras. No entanto,
há um outro tipo de vento ainda mais des-
truidor, o tornado.
Esse tipo de vento se forma no interior de
grandes e pesadas nuvens, onde os ventos
úmidos se chocam e formam espirais que
sugam o ar.
No interior do tornado há uma forte cor-
rente ascendente que aspira o que encontra pela frente.
Estima-se que a velocidade desses ventos possa chegar a mais de 500km/h e por onde
passam a destruição é completa. É quase impossível avaliar o caminho tomado por esses
ventos ferozes, por isso são mais perigosos do que os furacões, cuja trajetória é melhor acom-
panhada e permite o alerta com antecedência, reduzindo o número de mortos e feridos à
sua passagem.

As Nuvens
Tanto na foto do furacão quanto na foto do tornado, você percebe que há nuvens envol-
vidas no fenômeno. Os meteorologistas identificam alguns tipos de nuvens de acordo com
as características que elas apresentam. Veja no esquema abaixo como elas podem ser:

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

As nuvens são formadas pelo acúmulo de


vapor de água. Dentro delas há o choque de go-
tículas de água e cristais de gelo que se unem.
Quando ficam grandes demais, os cristais caem na
forma de chuva ou de neve. Às vezes, as gotas de
chuva congelam enquanto caem, dando origem
ao granizo.

Meteorologia
É a ciência que estuda os fenômenos me-
teorológicos, isto é, aqueles que acontecem na
atmosfera. Para tentar entender esses fenômenos,
os meteorologistas usam um grande número de
instrumentos, alguns muito sofisticados, como
radares e sondas de grande altitude. Outros,
mais simples, porém não menos importantes nas
avaliações diárias sobre as condições climáticas
de uma região.
Nós já estudamos sobre o barômetro e vimos
que ele mede a pressão atmosférica, mas além
dele existem outros equipamentos que ajudam
no trabalho dos meteorologistas.
Veja:
Termômetro - registra as variações de tem-
peratura ao longo de um dia.
Anemômetro - é o equipamento usado para
determinar a velocidade dos ventos.
Biruta - serve para determinar a direção dos
ventos.
Pluviômetro - mede a quantidade de chuva
que cai em uma região.
Higrômetro - mede o grau de umidade do ar.

Construindo um pluviômetro:
Material:
- um funil;
- um vidro com boca larga;
- uma régua;
- fita adesiva.
Monte um dispositivo como o do desenho ao lado. Co-
loque-o no jardim e anote a quantidade de água recolhida
após uma chuva.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Construindo um barômetro:
Material:
- um copo plástico;
- um balão de borracha (de aniversário);
- fio de linha;
- uma régua;
- um pedaço de papelão ou de madeira;
- um canudo de refrigerante;
- fita adesiva.
Monte um dispositivo como o do desenho acima. Anote diariamente o valor registrado
na escala.

1. Assinale C (certo) ou E (errado) para cada afirmação:


Sobre as condições climáticas, podemos afirmar que:
( ) a quantidade de chuva é medida com os pluviômetros.
( ) a queda de pressão indica tempo bom.
( ) as nuvens baixas são denominadas cirros.
( ) o vento é o ar em movimento.
( ) durante o dia, a brisa sopra do mar para a terra.

2. Qual a importância de tentar prever o local da passagem de um furacão?

3. Quais as características dos tornados?

4.Qual a relação entre pressão atmosférica e as condições do tempo?

5. Relacione as colunas:
1 - anemômetro ( ) direção do vento
2 - biruta ( ) quantidade de chuva
3 - termômetro ( ) pressão da atmosfera
4 - barômetro ( ) velocidade do vento
5 - higrômetro ( ) umidade do ar
6 - pluviômetro ( ) temperatura ambiente.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

6. De que modo se forma o granizo?

7. Qual a relação entre umidade do ar e probabilidade da ocorrência de chuvas?

8. O ar seco é mais pesado do que o ar úmido; assim, quanto mais seco o ar, maior a pressão
atmosférica. Imagine que você foi conferir os valores marcados em um barômetro e per-
cebeu que a pressão está caindo. Que conclusão poderia ser tirada a partir daí?

9. O que é meteorologia?

10. Pesquise sobre a ocorrência de tornados e seus efeitos.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

CONTI, José Bueno. Clima e Meio Ambiente. São Paulo: Atual.

sugestão de sites
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc124c1.htm
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/meteorologista/home.html
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/home.html

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 7

O Ar e a Saúde
Ao final deste capítulo, desejamos que você reconheça o ar como um agente
transmissor de doenças, cite alguns organismos patogênicos veiculados por ele e
descreva formas de reduzir a contaminação.
Você já se sentiu como o nosso amigo aí no desenho? Provavelmente sim. Nariz
escorrendo, espirros, tosse, dor pelo corpo, são alguns dos sintomas de uma das
doenças mais comuns: a gripe.
O que faz uma pessoa ficar gripada?
Por curiosidade, faça essa pergunta a cinco pessoas diferentes, parentes
ou conhecidos, e escreva as respostas em seu caderno.
Todas as pessoas deram a mesma resposta?
Uma hipótese para as respostas tão diferentes é que
as pessoas acreditam que a gripe tem várias causas, nem todas corretas do
ponto de vista científico. Isso nos mostra que os saberes populares nem sempre
correspondem aos saberes elaborados pela ciência.
Bem, mas afinal, porque ficamos gripados?

A Gripe
É uma doença causada por vírus, seres muito simples que, para se reproduzir, invadem or-
ganismos e causam doenças.
Os vírus causadores da gripe sofrem mutações de um ano para o outro, e por isso os sintomas
da doença podem variar.
Não existem remédios para curar a gripe. Todos os medicamentos que usamos servem apenas
para aliviar o mal-estar.
Os vírus são transmitidos pelo ar e não há muito que fazer para evitar o contágio. Existe uma
vacina que deve ser tomada todos os anos (por causa das mudanças que o vírus sofre) e que é
oferecida gratuitamente aos idosos.
Quem estiver gripado, deve usar lenços descartáveis, tomar bastante líquido e descansar. O
próprio corpo combate os vírus e, geralmente, em alguns dias a doença vai embora.

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Além da gripe, outras doenças causadas por vírus podem ser transmitidas pelo ar. Isso é
possível porque, assim como na gripe, os micróbios causadores das doenças são expelidos
pelas pessoas doentes quando falam, tossem ou espirram. Assim, basta respirarmos esse ar
contaminado para que o micróbio se instale em nosso organismo.
Mas nem todas as pessoas adoecem, cada organismo reage de uma forma. Ficar doente
ou não também depende de nosso corpo, cujo sistema imunológico age buscando destruir
os organismos patogênicos (causadores de doenças). Pessoas mal alimentadas, crianças e
idosos têm menor resistência e são mais sensíveis às doenças.

O ar também pode propagar:

Poliomielite
É uma doença grave, causada por vírus, que atacam as ligações entre os nervos e os mús-
culos. Por causa disso, em muitos casos, as pessoas afetadas perdem a capacidade de realizar
movimentos, é a paralisia. No passado, a maior parte dos doentes eram crianças e, por isso, a
doença também é conhecida como paralisia infantil.
Até a década de 50 do século XX, o número de casos era alto, muitos adoeciam e ficavam
com lesões permanentes, alguns morriam, pois a paralisia pode afetar os músculos respira-
tórios.
Nessa ocasião, surgiu a primeira vacina capaz de proteger contra a pólio, era a vacina Salk.
Alguns anos depois, foi criada a vacina Sabin, usada no Brasil nas campanhas de vacinação
em massa, cujo personagem símbolo é o Zé Gotinha.

Sarampo
Para os mais antigos, o sarampo é uma doença da infância, isso é, toda criança devia tê-la.
Acreditava-se também que fosse uma doença sem gravidade, no entanto, sabemos atualmente
que isso não é verdade. O sarampo mata e pode levar a complicações sérias.
Para evitá-lo, existe uma vacina que é dada nos postos de saúde e faz parte do calendário
de vacinação obrigatória.
Alguns sinais dessa virose são: febre alta, sensibilidade à luz, manchas avermelhadas pelo
corpo e pontos esbranquiçados no interior da bochecha.

Mas se o ar pode carregar vírus, ele também pode transportar outros tipos de microor-
ganismos, entre eles, as bactérias. Há milhares de espécies de bactérias, a maioria não causa
nenhum mal ao homem, algumas, porém, podem desencadear doenças muito sérias.

Tuberculose
Transmitida de uma pessoa a outra pela respiração, a tuberculose, no passado, era uma
doença para a qual não havia cura. Os doentes eram isolados em sanatórios construídos em
lugares onde o ar fosse “bom”.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Ar “bom” geralmente era o das cidades de montanha: lugares como Campos de Jordão,
em São Paulo; Teresópolis e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, eram buscados na tentativa de
cura para a doença.
A partir da década de 40, no século XX, o uso de antibióticos conseguiu curar grande
número de doentes. O primeiro antibiótico havia sido descoberto na década de 20 daquele
século, era a penicilina, e ela foi usada com muito sucesso no tratamento da doença. Chegou-
se a afirmar que a tuberculose iria desaparecer.
Infelizmente essa previsão não se confirmou, o número de doentes tem aumentado e
a gravidade da doença também, por causa do uso errado que se faz dos antibióticos e das
interrupções nos tratamentos realizados pelos doentes.
A forma mais comum da doença é a tuberculose pulmonar cujos sinais são: tosse e febre
baixa constante, emagrecimento, falta de ar e cansaço.
A vacina BCG ajuda a evitar a doença e faz parte do calendário de vacinação.

Meningite
É uma doença grave, afeta as membranas que envolvem o sistema nervoso central. Di-
versos tipos de organismos podem causar meningite, mas apenas os meningococos, por sua
facilidade de transmissão pelo ar, podem causar epidemias.
Essas bactérias entram o organismo pelo sistema respiratório e invadem as meninges,
provocando dor de cabeça, febre alta, vômito e dificuldade em movimentar o pescoço para
frente (o doente não consegue encostar o queixo no peito).
A doença é muito grave e pode causar a morte. O diagnóstico correto só pode ser feito
pelo médico e a cura depende da rapidez com que se inicia o tratamento. Quanto mais cedo,
maior a chance da doença ser controlada sem deixar conseqüências.

Doenças transmitidas pelo ar fazem maior número de vítimas no inverno, quando as pesso-
as tendem a ficar mais tempo em ambientes fechados, e a proximidade facilita o contágio.
Para diminuir a chance de contágio, devemos:
evitar aglomerações;
evitar ambientes fechados;
abrir bem as janelas, fazendo o ar circular.

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

1. Leia o texto abaixo e responda o que se pede:


1918-1919 - A gripe espanhola ou influenza espanhola apareceu no final da I Guerra
Mundial e, em menos de um ano, matou milhões de pessoas.
“A doença afetou os jovens e saudáveis. Um dia você estava muito bem, forte e sau-
dável, no outro, a sua cabeça doía, os seus olhos ardiam, você tinha calafrios, mas nada
conseguia aquecê-lo, tinha pesadelos à medida que a febre aumentava. Isso podia durar
alguns dias, ou algumas horas, mas nada podia deter o progresso da doença. Seu rosto
assumia um tom castanho arroxeado escuro. Você começava a tossir sangue e sentia uma
terrível falta de ar. Você morria.”
(adaptado de Gripe – A História da Pandemia de 1918 – Gina Kolata – Rio de Janeiro: Record, 2002).
A pandemia foi tão severa que, nos Estados Unidos, um quarto da população foi in-
fectada e 675 mil pessoas morreram; a expectativa de vida caiu 10%. A doença chegou ao
Brasil provavelmente em setembro de 1918. Dois meses depois, já havia se alastrado por
todo o país. Em apenas um mês, no Rio de Janeiro, morreram 15 mil pessoas.

a. Procure o significado das palavras epidemia e pandemia. Por que a gripe espanhola foi
uma pandemia?

b. Ninguém sabe porquê a gripe de 1918 foi tão terrível, mas se aquela doença foi gripe
de fato, qual deveria ser o tipo de organismo que a causou?

c. A lembrança dos terríveis efeitos da espanhola tem servido de alerta às autoridades de


saúde sobre o perigo de algumas formas de gripe. Recentemente, um tipo de doença
dessa natureza assustou diversos países, era a SARS (pneumonia atípica). Uma das pri-
meiras providências das autoridades foi manter os doentes e suspeitos em quarentena.
Pesquise o significado dessa medida e porque ela seria útil para evitar a disseminação
da doença?

2. Por que as doenças transmissíveis pelo ar são mais comuns no inverno?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

3. Existe um ditado popular que diz: “Melhor prevenir do que remediar”. Em relação às
doenças, qual a sua interpretação para ele?

4. “O sarampo é uma doença benigna que não deve preocupar os país”. Essa afirmação está
certa ou errada? Justifique.

5. A previsão de que a tuberculose ia desaparecer se confirmou? Justifique.

6. Por que a poliomielite também é conhecida como paralisia infantil?

7. No passado, os tuberculosos eram internados em sanatórios de cidades localizadas em


regiões serranas. Quais as características do ar de altitude que levava a recomendação
dessas regiões?

8. As epidemias de poliomielite levaram à busca por vacinas. Pesquise sobre a ocorrência


dessa doença em meados de século XX.

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

KOLATA, Gina. Gripe – A História da Pandemia de 1918. Rio de Janeiro:


Record, 2002.
UJVARI, Stefan Cunha. A História e suas Epidemias – a convivência do
homem com os microorganismos. Rio de Janeiro:Senac, 2003.

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/saude/

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 8

A Poluição do Ar

Ao estudar este capítulo, você deve aprender a diferenciar ar


contaminado de ar poluído, identificando alguns agentes poluidores
da atmosfera e suas conseqüências para o meio e para os seres
humanos.

Observe a foto ao lado. Ela retrata um dia comum


em uma grande cidade. Na linha do horizonte, vemos
uma grande área cinzenta, resultado do acúmulo de
poluentes produzidos pela atividade humana.
Naturalmente que essa condição não é saudável.
As substâncias que ali estão retidas podem causar
problemas à saúde das pessoas, e quem mora em
cidades muito poluídas sente no corpo os efeitos da
poluição.
Perceba que ar poluído é diferente de ar contami-
nado, no ar contaminado existem microorganismos
causadores de doenças, no ar poluído existem subs-
tâncias químicas, gases e poeira.

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O que é poluição?
A legislação brasileira (LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981) define poluição atmosférica
como sendo a degradação da qualidade do ar resultante de atividades que direta ou indire-
tamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

E que atividades seriam essas, capazes de degradar o ar?


Anote algumas hipóteses.
Agora confira com a nossa lista:
- a maior parte dos poluentes atmosféricos vem da atividade industrial, da
queima dos combustíveis de carros, caminhões e ônibus e das queimadas
realizadas nas matas.
Essas atividades produzem substâncias capazes de causar desconforto
e reações alérgicas. O ar poluído produz ardência e lacrimejamento dos
olhos, irritação da garganta, tosse e secura na boca; deixa o cabelo sem brilho e
a pele sujeita a alergias, cujo maior reflexo são as coceiras.

Pulmões cheios de ar poluído levam a dificuldades respiratórias.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 53


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Como os poluentes atmosféricos estão misturados ao ar que respiramos, seus efeitos


mais imediatos são sentidos no sistema respiratório. Muitas pessoas, especialmente crianças
e idosos, sofrem com o aumento da poluição. Os pulmões têm dificuldade em fazer as trocas
gasosas e os poluentes podem desencadear uma crise de asma.

Inversão Térmica
Essa poluição pode tornar-se ainda mais concentrada durante o inverno. Como já estuda-
mos, à medida que subimos na troposfera, as temperaturas vão diminuindo, porém, no inverno,
pode acontecer o que os meteorologistas chamam de inversão térmica. Esse fenômeno é a
retenção de uma camada de ar quente entre duas massas de ar frio.
Quando isso acontece, os gases e partículas lançados na atmosfera não sobem para as
camadas mais altas e se acumulam ainda mais junto à superfície.

Principais poluentes, origem e efeitos


Poluentes Fontes Efeitos sobre o ambiente Efeitos sobre a saúde humana
Quando acumulado nas ca-
madas baixas da atmosfera,
Ozônio Resulta da queima
irrita os olhos, prejudica a
(O3) dos combustíveis.
respiração e piora as doenças
pulmonares.
Gerado pela quei- Quando inalado, se liga às cé-
Monóxido Pode alterar o equilí-
ma incompleta de lulas do sangue, impedindo o
de carbo- brio térmico da atmos-
combustíveis e de transporte de oxigênio.
no (CO) fera.
carvão. Produz dor de cabeça.
Reage com a água
Produzido por gran-
produzindo ácido
Dióxido de número de ativi- Provoca tosse, dificuldade
sulfúrico, que chega à
de enxofre dades industriais e respiratória, crises de asma.
superfície com a chuva,
(SO2) pelos motores dos Irrita os olhos.
no fenômeno denomi-
veículos.
nado chuva ácida.

54 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Além dos gases, a atmosfera poluída pode ter partículas sólidas em suspensão, como
óxidos de ferro, sílica (areia) e pó de carvão. Esses materiais, quando inalados, se prendem
ao interior dos pulmões e, com o tempo, vão destruindo as estruturas internas desse órgão,
levando à perda da capacidade respiratória. O problema pode ser tão grave que a pessoa
acaba morrendo por insuficiência respiratória.
Por tudo isso, você pode perceber que a poluição do ar é um problema grave que deve ser
encarado com seriedade por todos. Às autoridades compete fiscalizar as indústrias, evitando
que comprometam ainda mais a qualidade do ar. A todos nós, cidadãos, compete evitar produ-
zir queimadas ou incinerar produtos. Também podemos tentar diminuir o uso de automóveis,
privilegiando o transporte coletivo.

1. Qual a diferença entre o ar do campo em uma região não industrializada e o ar das gran-
des cidades?

2. O que é inversão térmica? Quando ela acontece e quais seus efeitos?

3. A legislação brasileira define que poluição, entre outras coisas, é o que afeta desfavoravel-
mente a biota. Pesquise o significado do termo biota.

4. Leia o texto abaixo, observe a foto e responda o que se pede:

“A maior parte daquele carvão que se compra no supermercado, para fazer o churrasco
dos finais de semana, saiu das mãos de adultos e crianças que vivem no meio de uma fu-
maça permanente, uma nuvem que gruda na pele, arrebenta
os pulmões, irrita a garganta, faz mal aos olhos. Eles trans-
formam madeira em energia. Seu suor está na carroceria dos
automóveis, nas torres de transmissão que levam a luz para
as residências. É o carvão fabricado por eles que queima o
minério de ferro nos alto-fornos das siderúrgicas, produzindo
o ferro-gusa, metal puro que pode ser transformado em aço
ou ter outras utilidades.”
(adaptado de Veja)
a) Explique o significado da expressão “eles transformam madeira em energia”.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 55


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

b) Qual a utilidade do carvão produzido por essas pessoas?

c) O texto diz que a fumaça “arrebenta os pulmões”. Explique.

d) Quais os efeitos da fumaça sobre o organismo dos carvoeiros?

e) O texto fala das conseqüências para a saúde das pessoas que trabalham nas carvoarias,
mas no trecho que reproduzimos não há considerações sobre os efeitos dessa atividade
para o meio ambiente. Procure pesquisar sobre isso, leve em consideração as queimas
e a necessidade de grandes volumes de madeira para produzir esse carvão.

5. O poema abaixo foi escrito por Manoel Bandeira, em 1921. Nele, o poeta traduz a difícil
realidade das crianças que faziam o transporte dessa matéria prima. Leia-o, reveja a foto
anterior e escreva um texto de pelo menos dez linhas sobre o tema: “Será que, passados
mais de 80 anos, a situação das crianças melhorou?”

Menino carvoeiro
Os meninos carvoeiros
passam a caminho da cidade.
- Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.
(Pela boca da noite, vem uma velhinha que os recolhe,
dobrando-se com um gemido.)
- Eh, carvoero!
Só mesmo essas crianças raquíticas
vão bem com esses burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles...
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!
- Eh, carvoero!
Quando voltam, vêm mordendo um pão encarvoado,
encarrapitados nas alimárias,
apostando corrida,
dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos
desamparados!

56 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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6. A queima de carvão e outros materiais produz como resíduo monóxido de carbono, um


gás capaz de matar por asfixia. Sem cor ou cheiro, o monóxido se acumula em ambientes
fechados e, à medida que vai sendo inalado, impede o transporte do oxigênio. As mortes
causadas pela inalação de monóxido de carbono, aumentam no inverno (na região Sul
do país) quando aquecedores a gás ou fogareiros em brasa são usados para esquentar a
água e o ambiente. Explique o aumento no número de acidentes. O que poderia ser feito
para evitá-los?

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

RODRIGUES, Sérgio de Almeida. Destruição e Equilíbrio.São Paulo: Atual.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 57


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RECAPITULANDO
A vasta camada de gases que envolve a Terra recebe o nome de atmosfera.
A atmosfera protege a Terra da radiação vinda do espaço; reduz o impacto de corpos
celestes; mantém as temperaturas da superfície terrestre amenas e contém os gases necessários
à sobrevivência dos seres vivos.
A atmosfera é composta de 78% de nitrogênio (N2), 21% de oxigênio (O2), gás carbônico e
gases raros ou nobres (1%). Encontramos ainda vapor de água e partículas sólidas provenientes
da atividade humana e dos ventos que sopram na superfície.
A atmosfera tem regiões com características diferenciadas: troposfera, estratosfera, mesos-
fera, termosfera e exosfera.
Troposfera é a camada em que vivemos. O céu é azul, ocorrem os fenômenos meteorológicos
e, à medida que subimos, as temperaturas vão caindo.
Estratosfera não tem umidade, quase não há nuvens, o céu é escuro e as temperaturas vão su-
bindo. Contém parte da camada de ozônio, que protege a Terra das radiações ultravioleta do Sol.
Mesosfera é a camada mais fria.
Termosfera contém a ionosfera, camada com grande número de partículas atômicas deno-
minadas íons.
Exosfera é a camada mais rarefeita.
Peso é a força com que a Terra atrai os corpos e pode ser medido com o uso de dinamômetros.
Massa é a quantidade de matéria existente em um corpo, pode ser determinada com o uso
de balanças.
Gravidade é a força de atração entre dois corpos, ela é diretamente proporcional às suas
massas e inversamente proporcional ao quadrado das distâncias que os separam.
O ar possui as seguintes propriedades: extensão, expansibilidade, compressibilidade, elas-
ticidade.
O ar exerce pressão em todos os sentidos, só não a percebemos porque também há ar no
interior de nosso corpo.
A pressão atmosférica pode ser medida com instrumentos denominados barômetros.
A pressão varia com a altitude, ela é menor nos lugares mais altos. Medindo as variações de
pressão, podemos determinar a altitude. Aparelhos que fazem essa medição são os altímetros.
O vento é o ar em movimento e acontece pela diferença de pressão entre duas regiões.
O ar quente sobe e o ar frio desce.
Os meteorologistas usam diversos instrumentos para avaliar as condições da atmosfera:
termômetros, barômetros, pluviômetros, higrômetros, birutas.
O ar pode transmitir doenças como: tuberculose, gripe, poliomielite, sarampo e meningite.
O ar poluído prejudica a saúde, causando dificuldades respiratórias, alergias, tosse e irri-
tação nos olhos.
As principais causas de poluição são a atividade das indústrias e a queima de combustíveis
realizada pela frota de veículos.
A inversão térmica acontece no inverno e aumenta a concentração de poluentes nas
camadas baixas da atmosfera.

58 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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GABARITO Capítulo 2
Capítulo 1 pág.15
1. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que
pág.8 está mais próximo dos limites do buraco na
camada de ozônio e seria o primeiro afetado
1. O aumento das atividades industriais e da
se esse buraco aumentasse de tamanho.
frota de veículos.
2. Sabemos que na troposfera acontecem os fe-
2. Essas regiões poderiam ficar submersas. nômenos atmosféricos e que, à medida que
subimos, as temperaturas vão diminuindo. A
3. É muito alta, porque os vidros do carro dei- pressão atmosférica também diminui e isso
xam o calor entrar, mas dificultam a saída torna a respiração mais difícil.
dele, em um fenômeno parecido com o
efeito estufa. 3. 5-4-1-2-2-1-3

4. Durante a queima de combustíveis e durante 4. 1- estratosfera – aumentando – nuvens.


a respiração. 2- termosfera
3- ionosfera
5. roxo– nitrogênio 4- Antártida
rosa – oxigênio
amarelo – gás carbônico 5. Austral – do Sul, é a aurora que surge nos
azul claro – gases raros céus do pólo sul.
Boreal – do hemisfério norte, é a aurora que
surge nos céus do pólo norte.
6. É um gás muito leve, mais leve do que a
mistura que compõe a atmosfera. 6. Porque, nas grandes altitudes, a pressão
é menor e há dificuldade em conseguir o
7. Porque a Lua não tem atmosfera e o que oxigênio necessário ao corpo, por isso o mal-
se vê é o próprio espaço cósmico, que é estar. O suprimento extra provavelmente
negro. aliviaria esses sintomas.

8. 78 quadradinhos vermelhos, 21 azuis e 01 7. É a exosfera, muito rarefeita. Os gases que ali


verde. aparecem são o hélio e o hidrogênio.

9. A presença de grande número de partículas


(cinzas) e gases resultantes das queimadas.
Capítulo 3
pág.23
10. Porque o tecido pesado impede o contato
do oxigênio com as chamas, interrompendo 1.
a combustão. a) dinamômetro
b) peso
c) massa
d) menor

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 59


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2. Em Marte seria de 39,90kgf; em Júpiter 5. O ar.


277,2kgf; em Saturno 124,95kgf e em Plu-
tão 63kgf. 6. Do ar rarefeito, a menor pressão de ar de um
lado tende a “puxar” o ar para lá, levando
3. com ele as partículas que nele estiverem
a) A massa permanecerá a mesma, pois ela em suspensão.
não muda não importa onde o objeto
estiver. 7. Todo corpo ocupa lugar no espaço.
b) O peso será um pouco maior porque a
distância do pólo ao centro da Terra é um 8. Uma quantidade maior de ar pode ser ar-
pouco menor, e o corpo será atraído com mazenada em um pequeno recipiente e o
mais intensidade. ar sob pressão ajuda à própria respiração,
porque nas profundidades a pressão da
água torna difícil o ato de expandir a caixa
4. É a força de atração entre dois corpos. Ela é torácica para inspirar.
diretamente proporcional às suas massas e
inversamente proporcional à distância que 9. O ar exerce pressão e volta a ocupar um
os separa. maior espaço quando cessada a fonte de
compressão.
5. Porque são atraídos pela Terra.
10. Resposta pessoal.
6. Resposta pessoal
Resposta da atividade inserida
7. Massa é a quantidade de matéria que com- no texto: pág. 29
põem um corpo e peso é a força com que a
Terra atrai os corpos. O gelo dentro do vidro enrolado em papel
alumínio demora mais para derreter por dois
motivos: o papel alumínio dificulta a entrada
Capítulo 4 da energia calorífica e o espaço entre os dois
vidros também, desse modo o gelo se man-
pág.29 tém por mais tempo.

1. Pode ser usado para encher pneus.


Capítulo 5
2. É a propriedade denominada expansibili-
dade. pág.36
1. Porque a pressão do ar “empurra” o óleo
3. Porque é um jato de ar que carrega as tintas pelo outro furo.
e ao tocar o papel ou a tela deposita essa
tinta sobre eles. 2. Em seu ponto mais elevado, que é o topo do
pico da Neblina, a 3014m de altitude.
4. Após ser comprimido, o ar e todos os gases,
tendem a ocupar o volume que tinham an- 3. Os barômetros medem a pressão do ar e
teriormente. os altímetros determinam a altitude de um
lugar ou de um avião (por exemplo).

60 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

4. 720 mm/Hg → a cidade está a 400m de 6. É formado por gotas de água que congelam
altitude enquanto caem.
600 mm/Hg → a cidade está a 1600m de
altitude 7. Quanto maior a umidade, maior a chance
760 mm/Hg → a cidade está ao nível do de chover.
mar.
5. Porque há ar por fora e por dentro de nosso 8. Que provavelmente vai chover, porque a
corpo, isso neutraliza os efeitos da pressão. umidade do ar está aumentando.

6. Já subiram 300m.
9. É a ciência que estuda os fenômenos me-
tereológicos, isto é, aqueles ligados às con-
7. Seria um valor superior a 760 mm/Hg porque dições do clima.
o Mar Morto está situado abaixo do nível do
mar, sofrendo uma pressão maior.
10. Resposta pessoal.
8. Porque ele exerce em todos os sentidos,
inclusive de dentro para fora e de fora para Capítulo 7
dentro. pág.49
9. Avalia a altitude em que o avião se en- 1.
contra. a) Epidemia é quando uma doença aumenta
muito o número de casos em uma deter-
minada região.
10. Resposta pessoal.
Pandemia é quando essa “explosão” de
novos casos se alastra pelo mundo todo.
Capítulo 6 b) Deve ter sido causada por um vírus.
pág.44 c) Quarentena é o período de isolamento
dos suspeitos de doenças contagiosas
1. C, E, E, C, C (antigamente correspondia a quarenta
dias). Se isolássemos os doentes a trans-
2. Para proteger as populações que terão tem- missão da doença ficaria mais difícil.
po de buscar abrigo.
2. Porque para fugir do frio há uma tendência
3. São ventos muito rápidos que fazem um de se ficar em lugares fechados e com maior
movimento de redemoinho e sugam para aglomeração de pessoas.
dentro desse “funil” tudo que estiver nas 3. É melhor tomar as medidas que podem
proximidades. prevenir a doença, como, por exemplo, as
vacinas do que ficar doente e ter que to-
4. A pressão atmosférica cai quando o tempo mar remédios, os quais nem sempre curam
vai ficando ruim e sobe, mantendo-se cons- a doença.
tante, quando o tempo está bom.
4. Errada. Ele pode causar diversos tipos de
5. 2, 6, 4, 1, 5, 3 complicações que podem inclusive levar à
morte.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 61


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

d) Ela gruda na pele, faz mal aos pulmões e


5. Não. Pelo uso inadequado dos antibióticos e irrita a garganta.
pela interrupção nos tratamentos dos doen-
tes que desistem de tomar os remédios tão e) O carvão é produzido pela queima parcial
logo se sentem melhor. do tronco de árvores que são derrubadas
em larga escala. A queima produz gran-
6. Porque uma de suas conseqüências é a perda des volumes de partículas sólidas (fuli-
dos movimentos, principalmente das pernas, gem) e gás carbônico lançados ao ar.
mas pode afetar também os músculos respi-
ratórios, levando à morte.
5. Resposta pessoal.
7. Porque nas montanhas a pressão atmosféri-
ca é menor, dando a impressão de que o ar
6. Durante o inverno, as casas ficam fechadas
para evitar o frio, com isso, se houver quei-
é mais “leve” e tornando a respiração mais
mas produzindo monóxido de carbono
fácil.
ele ficará no interior do ambiente e quem
estiver respirando ali corre o risco de morte.
8. Resposta pessoal. Para evitar, é preciso que aquecedores a gás
estejam instalados corretamente e de forma
alguma se faça braseiros de carvão dentro
Capítulo 8 de casa.

pág.55
1. O ar das cidades é carregado de partículas
que tornam a respiração mais difícil.

2. É o aprisionamento de uma camada de ar


quente entre duas camadas de ar frio, com
isso os poluentes não conseguem dispersar e
acumulam nas camadas baixas da atmosfera.
Esse fenômeno é comum no inverno.

3. Biota é o conjunto de seres vivos de uma


região.

4.
a) A madeira é parcialmente queimada
produzindo o carvão que ainda contém
energia armazenada em sua estrutura.
b) Usado para assar a carne durante os chur-
rascos, e para aquecer os alto-fornos das
indústrias siderúrgicas.
c) Ela entra no corpo, invade os pulmões e
torna o ato de respirar muito difícil, o es-
forço parece “arrebentar” os pulmões.

62 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A ONU (Organização das Nações Unidas) decretou que o ano de 2003 seria o Ano Interna-
cional da Água Doce. Isso refletiu a grande preocupação com a água disponível no planeta.
Apesar do grande volume de água nos oceanos, há pouca água doce disponível e parte dela
está localizada nas calotas polares, não podendo ser utilizada. Um grande número de países vi-
vem com baixos estoques de água e suas populações sofrem com a falta desse líquido vital.
Procurando despertar a atenção para o problema da escassez de água, comemora-se no
dia 22 de março, desde 1992, o Dia Mundial da Água.
Nesse dia, em 1992, foi redigida a Declaração Universal dos Direitos da Água que afirma:

1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada
região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
2. A água é a seiva de nosso planeta. Ela é a condição essencial para a vida de todo vegetal,
animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima,
a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais
do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 30 da Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e mui-
to limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e
parcimônia.
4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos.
Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuida-
de da vida sobre a Terra. Esse equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares
e oceanos, onde os ciclos começam.
5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo
aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obri-
gação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
6. A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se
saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em
qualquer região do mundo.
7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral,
sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a
uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente
disponíveis.
8. A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurí-
dica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada
nem pelo homem nem pelo Estado.
9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessi-
dades de ordem econômica, sanitária e social.
10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso
em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Portanto, estudar a água, suas características, propriedades e alternativas à preservação


é fundamental para que, no futuro, o planeta não venha a se ressentir da falta desse recurso
inestimável.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 1

Importância e
Ciclo da Água
Desejamos que você, ao estudar este capítulo,
possa discorrer sobre a importância da água
e descrever o ciclo desse líquido na natureza.
Que seja capaz de relacionar as mudanças de
estado às diversas etapas do ciclo da água.

Já reparou na importância da água em sua vida? Não?


Pois então olhe bem ao seu redor, pense em suas atividades diárias e perceba seu próprio
corpo.
Veja a água nos rios e lagos, lembre que é essa água que chega à sua casa e lhe permi-
te um grande número de atividades: tomar banho, cozinhar, beber, lavar roupa, escovar os
dentes...
Mas isso é pouco, você mesmo é formado por água. 65 a 70% de seu peso corresponde à
água que está presente em seu corpo, formando suas células, compondo seu sangue, urina
e suor, até seus ossos contém 22% de água.
Quando você ainda não tinha nascido e estava no interior do útero de sua mãe, também
estava mergulhado em água, o líquido amniótico, que o protegia e deixava “flutuando” em
um mundo aquático.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Água Viva

Embrião dentro da bolsa amniótica

Todos os seres vivos são formados por grandes quantidades de água. Veja a água-viva da
foto, o próprio nome já sugere a existência de muita água em sua estrutura e, de fato, elas
têm mais de 95% de sua estrutura constituída por água.
Além de tudo isso, a origem da vida está ligada à água, pois, para os cientistas, os primeiros
seres vivos surgiram nos oceanos do passado.
Mas de onde veio a água?
Sabemos que, aparentemente, a Terra é o único planeta a ter água na forma líquida em
tão grandes extensões. Essa água nem sempre esteve aí, ela deve ter surgido há bilhões de
anos, a partir da intensa atividade vulcânica que existia no planeta.
Acumulada nas grandes depressões da superfície formou oceanos, mares, rios e lagos.
Congelada nos pólos e nas grandes altitudes constituiu geleiras.
Essa água, onde a vida surgiu e com a qual os dinossauros se refrescaram e mataram a
sede é a água que vemos e usamos hoje. A água está sempre sendo reciclada.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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O Eterno Ciclo da Água


Com já dissemos, a água passa por constante processo de reciclagem, a mesma água com
que você tomou banho hoje, amanhã pode cair em forma de chuva, molhar o jardim, entrar
pela raiz de uma planta, virar seiva e compor parte de um fruto que você mesmo poderá
comer no mês que vem.

Esse complexo processo ao qual a água é submetida constantemente recebe o nome de


ciclo da água. Ele é tão importante que alguns povos criaram histórias fazendo referência a
esse fenômeno. Leia a fábula abaixo, ela foi ouvida e anotada por Leonardo da Vinci, o genial
pintor, escultor, engenheiro, inventor que viveu entre 1452-1519.

Certo dia, um pouco de água desejou sair de seu lugar habitual, no lindo mar,
e voar para o céu.
Então, a água pediu ajuda ao fogo. O fogo concordou e, com seu calor, transfor-
mou a água em vapor, tornando-a mais leve do que o ar.
O vapor subiu para o céu, subindo cada vez mais alto, até finalmente atingir a
camada mais fria e mais rarefeita da atmosfera. Ali, as partículas de água, enrege-
ladas pelo frio, tornaram a se unir e voltaram a ser mais pesadas que o ar. E caíram
sob a forma de chuva. Não se limitaram a cair, mas jorraram como uma cascata em
direção à terra.
A arrogante água foi sugada pelo solo seco e, pagando caro por sua arrogância,
ficou aprisionada na terra.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O ciclo da água pode ser resumido em esquemas como o que vemos abaixo:

Durante o dia, o Sol


evapora parte da água da
superfície, que, na forma
de vapor, sobe para as
camadas mais altas da
atmosfera. Ali, as tem-
peraturas muito baixas
condensam esse vapor,
formando as nuvens. Es-
tas, quando muito carre-
gadas, produzem chuvas.
É a água voltando à super-
fície, onde pode entrar no
solo, formando depósitos
subterrâneos; cair sobre
oceanos, rios e lagos ou
evaporar novamente para
a atmosfera.
As águas superficiais começam tudo de novo, evaporam, condensam, precipitam e ao cair
sobre a superfície, evaporam... em um ciclo que não tem fim!
Todo esse processo é possível porque a água sofre mudanças em seu estado físico.
Mas, o que entendemos por estados físicos?

Estados Físicos da Água


A Terra é um planeta muito diferente dos demais; somente nela há tanta água na forma
líquida. Isso é possível por causa das temperaturas amenas que o planeta registra. Se ele
estivesse um pouco mais perto do Sol, a água viraria vapor. Se estivesse mais longe, toda
água seria gelo.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Então, podemos concluir que a água pode ser encontrada em três estados físicos: sólido
(gelo), líquido (água comum) e gasoso (água na atmosfera). A análise do gráfico nos mostra
que o maior volume é de água no estado líquido, acumulada na imensa massa representada
pelos oceanos, mares, rios e lagos.

Lembre de exemplos da água em cada um de seus três estados físicos:

O gelo é água no estado sólido; nos mares, rios, lagos e oceanos a água está no estado
líquido e na atmosfera ela pode ser encontrada na forma de vapor (estado gasoso).

Cada um desses estados apresenta características próprias. Veja:

Características Sólido Líquido Gasoso


Forma Constante Variável Variável
Volume Constante Constante Variável
Força de coesão (união) Forte Intermediária Fraca

Mas o que significa tudo isso?


A força de coesão é uma força existente entre as partículas que compõe a matéria, ela
pode ser muito forte e, nesse caso, as partículas ficam muito próximas umas das outras, é o
que acontece nos sólidos. Essa união faz com que um sólido não mude de forma e nem de
volume se colocado em recipientes diversos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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Teste essa informação: pegue um lápis e o coloque dentro de uma panela, de uma bacia,
de uma caixa plástica. O que aconteceu ao lápis? Ele mudou de forma? Passou a ocupar um
espaço maior ou menor?

Nos líquidos, essa força é menos intensa e, por isso, um líquido tem forma variável, apesar
de manter volume constante mesmo quando colocado em recipientes diversos.
Teste essa informação: pegue um copo com água, vire o conteúdo do copo em uma pa-
nela, agora despeje essa água na bacia e depois a vire na caixa. O que você observou? A água
mudou de forma? E o volume? Ao final de sua verificação coloque a água de volta ao copo.
Ela ocupa o mesmo espaço? Então o que podemos afirmar a respeito de seu volume?

Nos gases, a coesão é muito fraca, as partículas que o formam estão muito afastadas umas
das outras. Um gás não tem forma nem volume constantes, pelo contrário, vimos que os gases
são expansíveis, isto é, tendem a ocupar todos os espaços disponíveis.
Teste essa informação: encha um balão de borracha, mantenha o bico do balão fechado.
Dentro dele há ar. Que forma tem esse ar?
Agora abra o bico do balão. O que aconteceu com o ar que estava ali dentro? E que forma
ele tem agora? Será que ele ocupa o mesmo volume que ocupava antes?

Pois bem, você viu que a água pode ser encontrada nos três estados físicos, mas nós vi-
mos que para realizar seu ciclo ela passa de um estado físico a outro. Vamos ver que nomes
recebem essas mudanças.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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O gelo das montanhas e dos pólos participa do ciclo da água, pois ao derreter passa ao
estado líquido e se incorpora às águas de superfície. Quando um corpo no estado sólido passa
a líquido, dizemos que houve fusão.
A água no estado líquido evapora lentamente, isto é, se transforma em vapor, então, a pas-
sagem lenta da água do estado líquido para o estado de vapor recebe o nome de evaporação.
Em seguida, esse vapor de água, ao alcançar camadas mais frias da atmosfera, se conden-
sa, produzindo gotículas de água. A passagem da água da forma de vapor ao estado líquido
recebe o nome de condensação.
Essa água pode retornar na forma de chuva (estado líquido) ou na forma de cristais de
gelo (neve e granizo), quando passa de líquido a sólido no fenômeno da solidificação.

Mas, o que foi necessário para que essas mudanças de estado acontecessem?
Se você respondeu mudança de temperatura, acertou.
E você sabe o que é temperatura?

Temperatura é a medida do calor de um corpo


e o calor é uma forma de energia.
Para determinar as temperaturas, usamos instrumentos denominados termômetros. Você
deve conhecer os termômetros de mercúrio ou de álcool usados atualmente, mas o primeiro
termômetro foi construído por Galileu (1564-1642) e tinha água em seu interior.
O termômetro de Galileu era formado por um tubo de vidro com uma bola na ponta.
Para montá-lo, Galileu se aproveitou da capacidade que os corpos têm de expandir quando
aquecidos. Assim, ele aqueceu a esfera na ponta do tubo e o virou dentro de um recipiente
com água tingida. Quando o ar dentro do bulbo chegou à temperatura ambiente, reduziu
seu volume e a água entrou no tubo. Estava feito o termômetro. Sempre que a temperatura
ambiente aumentava, o ar dentro do bulbo expandia e empurrava a coluna de água para
baixo. O contrário acontecia quando as temperaturas caíam.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A capacidade de dilatação dos corpos devido à ação


do calor já era conhecida, porém Galileu foi o primeiro a
utilizá-la para observar as variações de temperatura.
E por que há essa dilatação?
Como dissemos, o calor é uma forma de energia e,
quando um corpo é aquecido, as partículas que o com-
põe se agitam mais e se afastam, o corpo passa a ocupar
um volume maior, dilata. O contrário acontece quando
ele perde calor, o movimento das partículas diminui, elas
se aproximam e o corpo ocupa um volume menor.

Construa seu termômetro:


Para fazer um termômetro como o de Galileu você vai precisar de:
um copo transparente;
água colorida (podemos colorir a água diluindo anilina de bolo ou tinta guache);
bulbo de vidro (usamos o bulbo de enfeites que flutuam na água);
massa para vedação (pode ser massa de modelar ou outra).

Observe o desenho do modelo produzido por Galileu e tente montar o seu termômetro,
para isso quebre a pontinha do bulbo – peça a ajuda de um adulto – coloque o bulbo so-
bre um pano velho e dê uma leve batida com um martelo, isso é suficiente para que a ponta
quebre. Introduza o canudo no orifício e vede com a massa de modelar.
Aqueça o bulbo segurando-o com a mão. Você também pode envolvê-lo em um pano
quente ou colocá-lo dentro de um recipiente com água morna, mas não molhe a massa de
vedação.
Agora, vire o canudo dentro do copo com água colorida. Observe. O que aconteceu?
Por quê?

Fotos: arquivo da autora

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Complete cada frase com a expressão “ganho” ou “perda”:

1. A fusão se faz quando há de calor.


2. A solidificação acontece quando há de calor.
3. A água dos oceanos passa a vapor com de calor.
4. No termômetro de Galileu, a água desce na coluna quando o ar no interior do bulbo dilata,
isso acontece quando há de calor.

5. Leia o texto abaixo. Ele faz parte do livro Serões de Dona Benta e História das Invenções,
escrito por Monteiro Lobato:

- E o que é temperatura, vovó?


- Temperatura é a medida do calor de um corpo. Dizer, como já ouvi, “a temperatura
hoje está muito quente”, é asneira. Pode-se dizer que a temperatura está agradável ou
desagradável – mas dizer que está fria ou quente, é asneira. E para medir a temperatura
há os termômetros.
- Eu sei o que é! - gritou Emília. Um vidrinho com uma listinha prateada dentro.
- Nada disso. O termômetro é um tubo de vidro com uma colunazinha de mercúrio
dentro – mercúrio ou álcool.

Como disse D. Benta, os termômetros atuais têm mercúrio ou álcool em seu interior
e não água, como o termômetro de Galileu. Sabendo que a temperatura de solidificação
da água é de 0ºC, do álcool é de –114ºC e do mercúrio de –39ºC. Procure justificar a van-
tagem em usar álcool ou mercúrio no interior dos termômetros. Pense o que aconteceria
ao termômetro de água num lugar em que, durante o inverno, as temperaturas ficassem
muito baixas.

6. No esquema do ciclo da água (pg. 6) há referência a um fenômeno denominado eva-


potranspiração. Esse termo é uma associação entre a expressão evaporação e a palavra
transpiração. Veja no desenho abaixo o que é transpiração. A região amazônica com sua

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

imensa cobertura vegetal também tem altos índices pluviométricos. Procure relacionar a
cobertura vegetal ao grande volume de chuvas.

transpiração

CO2

H 2O raízes

7. No esquema do termômetro de Galileu, além da dilatação e contração do ar, o líquido


pode subir pelo tubo de vidro por causa das diferenças de pressão atmosférica. Explique
o que acontece ali.

Leia o item 4 da Declaração Universal dos Direitos da Água e explique as afirmações de


que:
8. o futuro de nosso planeta depende da preservação da água e de seus ciclos.

9. os ciclos começam nos mares e oceanos.

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

10. Cite as características dos corpos em cada um dos três estados físicos.

11. Sabemos que a água é essencial a todos os seres vivos, por isso os habitantes dos desertos
tiveram selecionadas características especiais que permitem a sua sobrevivência. Essas
adaptações são muito variadas e surpreendentes, uma das mais “espertas” talvez seja a
empregada por besouros que habitam o deserto da Namíbia (no sul da África). A região é
desértica, mas sujeita a fortes nevoeiros pela manhã. Então, durante a noite, eles vão para
o topo de uma duna e elevam as patas traseiras, colocando a cabeça para baixo. Com o frio
da noite, o corpo do animal esfria e condensa as gotículas
de umidade nas costas do inseto, dali elas escorrem para a
boca do animal, garantindo o suprimento diário de água.
Imagine que você está perdido no deserto e seu estoque
de água acabou. Como você poderia conseguir mais água
usando um copo e um pedaço de plástico? Pense na solu-
ção que a natureza selecionou para o besouro e procure
“copiá-la”. Confira sua resposta com aquela que daremos ao
final da unidade.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

BRANCO, Samuel M. Ecologia da Cidade. São Paulo: Moderna, 1996.


BRANCO, Samuel M. Água, Origem, Uso e Preservação. São Paulo:
Moderna, 1997.

sugestão de sites
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/infantis/chuachuagua/
precisa.htm
http://www1.uol.com.br/ecokids/
.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 2

Do Que é
Feita a Água?
Após o estudo deste capítulo, você deverá identificar os elementos
que compõem a molécula de água e explicar os efeitos da eletricidade
durante o fenômeno da eletrólise, deverá ainda diferenciar os diversos
tipos de água.

A pergunta que fizemos na abertura deste capítulo não é recente, ela vem ocupando a
mente de pensadores há muitos séculos.
A importância da água para o homem e para todos os organismos da Terra é uma certeza
que os filósofos da Antiguidade já tinham. No entanto, a descoberta da composição química
dessa substância foi uma construção coletiva, as observações de diversos pesquisadores fo-
ram sendo somadas até que se pudesse
entender do que a água é feita.
No século XVIII, um químico inglês,
Joseph Priestley (1733-1804), observou
que quando um gás inflamável ardia,
aparecia uma espécie de “vapor” no ar.
Outro pesquisador, Henry Cavendish
(1731-1810), testou esse “vapor” e com-
provou que era água.
Finalmente, o químico francês Lavoi-
sier (1743-1794) mostrou que a água podia
ser produzida a partir dos gases que a for-
mam: hidrogênio e oxigênio.

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O oxigênio e o hidrogênio ao se combinar, obedecem sempre uma mesma proporção:


para cada átomo de oxigênio existem dois átomos de hidrogênio. Essa relação entre os dois
tipos de átomos fica expressa na fórmula química da água, que é:

H é a representação química do hidrogênio e o índice


dois junto a ele indica a existência de dois átomos
desse elemento.

O é a representação química do oxigênio e a ausência


de um número à sua direita indica que há apenas um
átomo desse elemento em cada molécula de água.

Você saberia dizer o significado da palavra hidrogênio? Procure em um dicionário e confira


a sua resposta com aquela que damos ao final da unidade.
As moléculas de água têm muitas características que lhe conferem propriedades únicas,
responsáveis por muitos dos fenômenos que garantem a vida sobre a Terra. Entre essas ca-
racterísticas podemos citar o fato de serem polares.
O que significa isso?
De modo bem simplificado, podemos dizer que, na molécula de água, a região onde
está o oxigênio é mais negativa do que a região onde estão os hidrogênios. Isso faz com que
a molécula aja de modo semelhante a um ímã. As cargas positivas atraem as negativas e,
desse modo, as regiões com oxigênio atraem as regiões com hidrogênio de outra molécula,
formam-se então ligações denominadas pontes de hidrogênio.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Há substâncias que interagem com a água, formando pontes de hidrogênio, e se dissol-


vem com facilidade, é o caso do açúcar, por exemplo. Porém, há substâncias que não são
polares (não formam pontes de hidrogênio) e, portanto não têm afinidade com a água. É o
caso das substâncias gordurosas, como os óleos de cozinha. Colocados sobre a água eles não
se misturam a ela (essa relação entre compostos polares e apolares é uma tendência e deve
ser testada caso a caso).

Água e óleo

Teste essa afirmativa: Coloque um pouco de água em um copo e despeje sobre ela um
pouco de óleo de soja ou outro usado para fins culinários. Observe.
Anote suas observações.

A Eletrólise
Se a união entre oxigênio e hidrogênio produz água, há uma reação química (denominada
eletrólise) que consegue separar novamente os elementos que a compõe, isto é, a partir de
água podemos obter novamente os gases oxigênio e hidrogênio. Veja:
Vamos montar um equipamento que vai fazer a separação da molécula de água, para
isso você vai precisar de:
bateria de 9 volts;
grafite (usado em lapiseiras);
água;
sal;
2 pinças jacaré;
cola super bonder ou durepóxi;
fios elétricos comuns (diâmetro fino);
recipiente de vidro;
2 tubos de ensaio.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Solicite a supervisão de um adulto, especialmente quando você for desencapar a extre-


midade dos fios.
Como fazer: Desencape as extremidades dos fios, cole em uma das pontas de cada um
deles as pinças jacaré e na outra extremidade um pedaço de grafite. Encha os tubos de ensaio
com a solução de água e sal e vire-os de boca para baixo dentro do recipiente de vidro con-
tendo mais água e sal. Introduza em cada um dos tubos um bastão de grafite. Ligue a outra
ponta dos fios, com auxílio da pinça jacaré, na bateria de 9 volts. Observe.

Gases

Tirando conclusões: Há formação de bolhas no interior dos tubos. Essas bolhas são ga-
ses, que gases devem ser? O volume do depósito que vai se formando é igual nos dois tubos?
Lembrando que a proporção entre hidrogênio e oxigênio na molécula de água é 2:1, justifique
a diferença nos volumes dos dois depósitos.

(*) O oxigênio é um elemento que produz reações de oxidação muito intensas e reage com o cobre do fio
produzindo um material esverdeado e quebradiço, por isso, usamos o grafite que tem maior durabilidade.

TIPOS DE ÁGUA
Você já esteve no mar? Se esteve, sentiu o gosto que ele tem?
É salgado, não é mesmo?
Isso significa que a água do mar não é pura, ela contém sais dissolvidos.
A água do mar contém quase todos os tipos de elementos existentes na terra, alguns em
quantidades muito pequenas, outros, muito abundantes, como o cloreto de sódio. Há também
muitos gases dissolvidos.
Nas águas de rios também há grande quantidade de substâncias em solução. Veja, na foto
que segue, o aspecto das águas do rio Solimões e do Negro, na bacia Amazônica. Esses rios
são famosos porque, no seu encontro, as águas de cada um deles não se misturam e seguem
paralelas por um longo trecho. As águas do Solimões são barrentas e turvas, carregando
grande volume de sedimentos. As águas do Negro são escuras, mas transparentes, parecem
chá preto. São assim por causa do tipo de material que forma o leito do rio: solos arenosos e
pobres em nutrientes.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Então, podemos concluir que, na natureza, a água raramente é pura. Ela contém sempre
um volume variado de materiais dissolvidos em seu meio.
E, como vimos, essa possibilidade de dissolver muitas substâncias se deve às pontes de
hidrogênio que a molécula de água permite construir.
Por causa dessa grande diversidade, costumamos identificar a água de acordo com suas
características mais importantes. Veja alguns exemplos:

Águas Minerais ou de Fontes


Para a mitologia grega, essas águas surgiram quando Poseidon, Deus dos Mares e dos
Rios, furioso, secou todas as fontes de água da Grécia. Porém, encantado com a beleza de
uma jovem que lhe pedia ajuda buscando algo para beber, tocou seu tridente em uma rocha
e ali fez nascer uma fonte de água.
Essa tentativa de explicar a origem das fontes de água já na Antiguidade revela a impor-
tância que a água sempre teve para a humanidade.
Mas, a explicação mitológica é apenas uma
curiosidade. De fato, como surgem as fontes mi-
nerais?
Sua origem está na água das chuvas, que in-
filtram no solo e passam por diferentes minerais,
recebendo partículas deles. Quando as águas en-
contram uma camada impermeável de rochas, vão
acumulando e podem, pela pressão que se forma,
aflorar em algum ponto do solo, nas nascentes.
Cada fonte mineral é única, porque a água que Poseidon
brota realizou um “caminho” só dela. As fontes são
classificadas de acordo com os minerais predominantes em sua composição físico-química.
Podem ser alcalinas, sulfurosas, magnesianas, ferruginosas. Alguns desses tipos de águas são
indicados como auxiliares no tratamento de diversas doenças.
As águas minerais também podem aflorar em temperaturas maiores do que a temperatura
ambiente – são as águas termais, que se aquecem pela proximidade do magma incandescente
existente abaixo da superfície (vamos estudar mais sobre isso na unidade 4).

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Além das águas minerais potáveis, há águas de subsolo denominadas salobras, elas são im-
próprias para o consumo, pois são salgadas, se parecem com a água do mar.

Água Destilada – Água Pura


É a água quimicamente pura, é incolor (sem cor), inodora (sem cheiro), insípida (sem gosto) e
não deixa resíduo quando evaporada. Embora seja água pura, não serve para ser bebida. É utili-
zada na preparação de medicamentos, em baterias de automóveis ou em experiências químicas
onde não pode haver elementos desconhecidos participando das reações. Essa água é obtida
em laboratórios com o uso de destiladores.

Água Dura e Água Mole


Você certamente já ouviu o ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Será que é dessa água mole que vamos falar? E o que é essa tal de água dura?
Bem, a água mole é quase o que você está imaginando. Os pesquisadores chamam de água
mole a água da chuva, que é bastante pura, não como a água destilada, pois ela se contamina com
as partículas dispersas na atmosfera, mas ainda assim, é mais pura do que as águas de superfície
e tem menos minerais que as águas de fontes.
E água dura? Como pode a água ser dura? Será gelo?
Não. Essa denominação não tem nada a ver com o estado físico da água. Estamos falando de
água no estado líquido.
A água dura contém sais de cálcio e magnésio e eles dificultam a formação de espuma quando
usamos detergentes nesse tipo de água.
Teste essa informação: Para testar o que dissemos, você vai precisar de:
água destilada (use a que é vendida para colocar nas baterias de carro);
detergente de cozinha (não use os detergentes especiais para máquinas de lavar louça,
eles são diferentes em sua composição, pois fazem pouca espuma);
um antiácido em pó ou pastilha, cuja base seja carbonato de cálcio (por exemplo magnésia
bisurada);
dois vidros com tampa.
Coloque água nos dois vidros. Em um deles, dissolva o antiácido, agite bem para misturá-lo
à água. Acrescente uma colher de sopa de detergente no interior de cada vidro. Feche com a
tampa e agite. Observe.
Você notou diferença no volume de espuma dentro dos vidros?
Explique o observado.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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Água Potável
É a água que pode ser consumida pelo homem.
Para ser potável, a água deve apresentar as seguintes características:
ser incolor, perfeitamente transparente e não ter cheiro (inodora);
conter alguns sais minerais naturais – considera-se satisfatória a água que apresenta
0,03 gramas de sais dissolvidos;
conter mais ou menos entre 0,03 e 0,06 gramas de ar dissolvidos;
ser estéril, isto é, isenta de micróbios causadores de doenças;
a água que se destina à bebida deve ser fresca;
tendo todas as condições acima, serve para o preparo dos alimentos.

Água Poluída
É a água que contém impurezas,
micróbios e que, por isso, é imprópria
para o consumo humano. Muitas vezes,
a poluição é tão grande que somente
alguns tipos de microorganismos mais
resistentes conseguem se desenvolver
nesse tipo de água. As águas poluídas
são resultado da ação do homem sobre
o meio ambiente.

Leia a poesia abaixo que fala a respeito da água e algumas das características que você
acabou de estudar:
Lição sobre a água
“Esse líquido é água
Quando pura é inodora, insípida e incolor,
Reduzida a vapor,
Sob pressão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas, que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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É um bom dissolvente,
Embora com exceções, mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a cem, quando à pressão normal.”
(Antonio Gedeão)
Responda:

1. O segundo verso (segunda linha da poesia) cita três características da água pura. Quais
são elas e o que significam esses termos?
a)
b)
c)

2. O autor diz que a água é um bom dissolvente. Qual propriedade química responde por
essa facilidade em dissolver compostos?

3. Cite duas substâncias solúveis em águas e duas não solúveis. Quando o autor fala em con-
gelamento e em ferver, ele está se referindo a duas mudanças de estado, quais são elas?

4. Explique o que representa cada elemento que compõe o símbolo químico da água.

5. A reação química que permite separar os elementos constituintes da água recebe o nome
de eletrólise, sabendo que lise significa rompimento, pesquise o significado do termo
eletrólise.

6. Assinale V ou F nas afirmativas referentes à água:


( ) Água dura contém sais de cálcio e magnésio.
( ) Água mole é um tipo de água mineral.
( ) A preocupação com a qualidade e a oferta de água é uma característica dos tempos
modernos.
( ) As pontes de hidrogênio são ligações entre regiões mais positivas e regiões mais

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

negativas em diferentes moléculas de água que estejam próximas.


( ) Água salobra é própria para o consumo humano.

7. Porque a água destilada não é considerada água potável?

8. O texto adaptado foi publicado na edição de maio de 2004 da revista National Geographic
Brasil. Leia-o e responda ao que se pede:

O Enigma H
A água é esquisita – graças à ligação do hidrogênio.
“A água nos proporcionou os oceanos, as nuvens, os rios e os lagos – e contribuiu para
dar forma a tudo que vive no planeta Terra. Assim, na próxima vez em que você estiver
na praia, admirando a beleza e a vastidão do mar, lembre-se: tudo isso é possível graças
às ligações dos átomos de hidrogênio.”

Explique o que são essas ligações do hidrogênio às quais o texto se refere.

9. Um tecido apresenta uma mancha de gordura. Para tirá-la é melhor usar água ou uma
substância apolar?

10. Pesquise sobre a cidade de Araxá, em Minas Gerais, cujas águas sulfurosas são famosas
por suas qualidades.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

BRANCO, Samuel M. Água, Origem, Uso e Preservação. São Paulo: Moderna,


1997.

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 3

Saneamento–
Cuidando da Água
Seus objetivos ao estudar este capítulo serão descrever
os processos de fervura, destilação, filtração e de
purificação da água em estações de tratamento e citar os
empregos para cada uma dessas técnicas.

No século VI a.C (antes de Cristo), há mais de 2600


anos, os romanos preocupavam-se com o abastecimen-
to e a qualidade da água usada em Roma. A cidade era
abastecida por 13 aquedutos que traziam água de fontes
de regiões vizinhas.
Os dejetos eram recolhidos em um canal, a cloaca
máxima. Com diâmetro de 4,3m, por ela poderiam tra-
fegar duas carroças lado-a-lado. Construído em pedra,
esse canal existe até hoje e, como os aquedutos, mostra
a grande importância dada ao saneamento pelos povos
da Antiguidade.
Infelizmente, a preocupação com a qualidade da
água e o destino dos dejetos foi diminuindo e somente
no final do século XIX e início do XX, as cidades e seus
governantes voltaram a dar atenção a ações buscando o
saneamento.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A ilustração abaixo foi publicada em 1861, na


revista A Semana Ilustrada. Ela mostra o destino
dado aos dejetos humanos naquela época. O
material era acumulado em barris, transportado
pelos escravos e lançado ao mar ou aos rios.
Que lhe parece essa prática?
Podemos dizer hoje que o lançamento de
dejetos na água de mares e rios é coisa do pas-
sado?
Certamente que não. Apesar dos avanços da
Ciência e da Tecnologia, em muitos povoados,
vilarejos e na periferia de grandes cidades, as
coisas continuam acontecendo como no século
XIX: os esgotos correm pelo chão e chegam dire-
tamente aos rios e aos reservatórios de água.
Vimos no capítulo anterior que a água, para
ser usada pelos seres humanos, precisa ter certas
características, como ausência de cor, de cheiro
e de micróbios, devendo conter gases e minerais
dissolvidos. Na maior parte das cidades, a água de abastecimento é retirada de rios e não tem
as condições necessárias para o consumo humano. Por isso, deve ser tratada.

Estações de Tratamento De onde vem a água que bebemos?

Pergunte às pessoas. Se você


vive em uma cidade, provavelmente essa
água vem de um rio próximo. Se puder, vá
até ele e dê uma olhada no aspecto de suas
águas. É bem possível que você se surpreenda
ao ver uma água tão suja.
Para que possamos usá-la em nossas ativi-
dades diárias, é preciso “limpá-la”.
É possível “lavar” a água?
O processo de “limpar” a água envolve vá-
rios estágios e é feito usando conhecimentos
de Química e de Física. Há momentos em que
produtos químicos são colocados na água e
há etapas em que fenômenos físicos agem
para tornar essa água antes tão “suja”, própria
para o uso humano.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

1- Captação: bombas “puxam” a água de reservatórios naturais.


2- Adição de cal e sulfato de alumínio: essas substâncias se unem às impurezas da água
formando grandes flocos.
3- Floculação: a água é agitada e passa por diversos tanques. Desse modo o sulfato de
alumínio adere ao maior número de partículas.
4- Decantação: agora, a água é deixada em repouso. Com isso, os flocos de impurezas
sedimentam, e se acumulam no fundo do tanque.
5- Filtração: a água, ainda muito turva, passa por um grande filtro de areia, cascalho e
carvão. Esse tipo de filtro é formado por camadas de areia e cascalho, e as partículas menores
ficam retidas.
6- Cloração: é a etapa de desinfecção. Os microorganismos causadores de doenças são
mortos pela ação do cloro, uma substância bactericida.
7- Reservatório: acumula a água que será distribuída à população. Em algumas cidades,
antes de chegar ao reservatório, ela ainda recebe adição de fluoreto de sódio. Essa substância
fortalece o esmalte dos dentes e ajuda a reduzir a ocorrência de cáries.

Vamos montar um experimento que simule a ação de um filtro de areia. Para isso você
vai precisar de:
algodão
1 xícara de areia lavada
1 xícara de cascalho lavado
2 garrafas transparentes e descartáveis de 2 litros
água de rio ou lagoa
Corte o fundo da garrafa (1) e coloque um chumaço de algodão na extremidade afilada;
coloque sobre ele a areia e, sobre ela, o cascalho. Despeje lentamente a água suja, recolhen-
do-a na outra garrafa (2) que teve cortada fora a parte afilada. Observe o aspecto da água
depois da filtração.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O processo descrito é usado no tratamento de grandes volumes de água, porém, há situa-


ções em que as quantidades de água a serem purificadas são bem menores, para isso, outros
processos podem ser usados.
Você certamente conhece alguns deles. Vamos imaginar alguém que more numa região
(por exemplo, no meio rural) onde não haja rede de abastecimento de água. Essa pessoa usa
a água de um poço próximo de casa, porém, sabe que essa água não deve ser bebida sem
receber tratamento, pois pode estar contaminada.

Suponha então que ela lhe perguntasse como


poderia melhorar a qualidade dessa água. O que
você sugeriria?

Fervura
Sem dúvida esse é um processo eficiente. E consiste em aquecer a água até a temperatura
em que ela entre em ebulição. Essa temperatura, em regiões litorâneas, é de 100ºC, o que é su-
ficiente para matar os microorganismos que eventualmente estejam contaminando a água.
No entanto, a água fervida não é “saborosa” para beber, pois perde os gases que geral-
mente estão dissolvidos em seu meio (veja no capítulo anterior que uma das condições para
a água ser potável é a presença de ar nela dissolvido).

Filtração
Neste processo, a água atravessa um material poroso, capaz de reter grande parte das
impurezas. Em laboratórios, muitas vezes são empregados filtros de papel, semelhantes aos
usados para coar café.
Nas casas, muitas vezes há filtros que
usam uma cerâmica especial, porosa,
capaz de reter muitas das impurezas
da água.
Se em sua casa há um filtro desse
tipo, peça para a sua mãe para mostrar o
elemento filtrante quando ela for fazer a
limpeza desse material. Procure explicar
de onde vem essa “sujeira”.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Dissemos que a água do


poço que abastece a casa no
meio rural poderia estar conta-
minada, mas como essa conta-
minação acontece?
Uma das formas mais co-
muns está relacionada à locali-
zação inadequada desse poço
e da fossa, que é o local para
onde são levados os dejetos.
Veja um exemplo:

No esquema que mostramos, os resíduos que escorrem da fossa caem no lençol subter-
râneo que abastece também o poço. Em uma situação assim, a água está contaminada e seu
consumo pode ser a causa de inúmeras doenças. Para que isso não aconteça, o poço deve
ser construído a uma distância de, pelo menos 15m da fossa e 30m de estábulos e cocheiras.
Mesmo assim, a água do poço deve ser fervida.
Laboratórios e indústrias muitas vezes necessitam de água totalmente pura, qualquer tipo
de impureza pode comprometer o produto fabricado ou a análise realizada. Nesses casos o
processo de purificação empregado recebe o nome de destilação.

Destilação
Uma das formas de produzir água destilada é por meio de equipamentos denominados
destiladores. Um exemplo de destilador é o que vemos abaixo. Nele, a água é posta para fer-
ver, o vapor é coletado em uma serpentina e resfriado com água que circula ao seu redor. A
redução de temperatura condensa o vapor e as gotinhas de água podem ser recolhidas em um
recipiente. Essa água é pura,
ela não contém partículas
dissolvidas. Isso acontece
porque, chegando à tempe-
ratura de ebulição, somente
a água passa ao estado de
vapor, pois cada substância
passa ao estado gasoso em
uma temperatura específica.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Mas cuidar da água não é apenas tratá-la para uso humano, mas sim evitar que ela seja
contaminada pelos mais diversos poluentes. As indústrias que usam grandes volumes de água
devem tratá-la antes de devolvê-la ao meio ambiente.
A água usada nas residências deve ser canalizada para redes de esgoto e levada para
estações de tratamento. Lá os resíduos sólidos são separados e servem de adubo e a água
reaproveitada pode ser usada com finalidades menos nobres do que o consumo humano,
como, por exemplo, ser usada para lavar ruas e calçadas.

E o que você pode fazer?

Em nossas casas também podemos adotar práticas que diminuam o consumo de água.
Veja:
escovar os dentes mantendo a torneira fechada;
tomar banhos rápidos;
não lavar a calçada com o jato de água, pois há pessoas que fazem da água a vassoura,
empurrando com ela as folhas e sujeiras caídas sobre o chão;
fechar bem as torneiras após o uso.

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Assinale X na única alternativa correta:

1. Para produzir água quimicamente pura, podemos fazer uso do processo da:
a) fervura.
b) filtração.
c) decantação.
d) destilação.
e) floculação.

2. Para auxiliar no tratamento da água, algumas substâncias químicas são adicionadas a ela,
entre elas podemos citar:
a) carvão.
b) areia.
c) sulfato de alumínio.
d) bicarbonato de sódio.
e) sulfato de cobre.

Complete:
3. A água tratada recebe uma substância bactericida, é o .

4. Para fortalecer o esmalte dos dentes e diminuir a ocorrência de cáries, em algumas cidades,
a água recebe também .

5. Nos filtros caseiros, o elemento filtrante é uma especial.

6. Nas estações de tratamento, a água fica em repouso em grandes tanques, de modo que
os sedimentos se acumulem no fundo, é a etapa da .

7. Vimos que os romanos já se preocupavam com a destinação dos dejetos produzidos em


suas cidades, porém, antes deles, outros povos também deixaram registros referentes à
preocupação com a qualidade da água.

“Escritos sânscritos (língua sagrada da Índia), datados de 2000 a.C, relatavam cuidados
a serem tomados com a água de beber. Ela deveria ser armazenada em vasos de cobre,
exposta ao Sol e filtrada através do carvão. A purificação se faria pela fervura ao fogo,
aquecimento ao Sol ou pela introdução de uma barra de ferro aquecida na massa líquida,
seguida por filtração através de areia e cascalho grosso.”
(adaptado de Saneamento no Brasil – Resende, S.C e Heller, L. – Belo Horizonte: UFMG, 2002)

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


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Veja que há um grande paralelo entre algumas práticas recomendadas pelo texto antigo
e o que fazemos hoje.
a) Selecione três procedimentos da Antiguidade que ainda hoje são executados.

b) Explique a finalidade de colocar uma barra de ferro aquecida na massa líquida.

8. Observe o esquema abaixo. O tubo que está sofrendo


aquecimento contém água e pequenos grãos de areia
grossa.
a) Com o aquecimento, que substância passou pela
mangueira?

b) E que substância ficou no tubo?

c) Qual o papel do calor nesse processo?

d) Que tipo de tratamento a água está recebendo?

Você e sua família podem ajudar a cuidar da água:


9. Verifique na conta mensal a quantidade de água consumida em sua casa. A conta vem
expressa em m3. Recorde que 1m3 é igual a 1000litros, faça a transformação e divida o
resultado pelo número de pessoas que moram na residência. Quantos litros de água cada
um de vocês gasta por mês, em média?

10. Compare seu resultado com o de seus colegas. Há famílias gastando mais do que a sua?
E menos?

11. Agora observe os seus hábitos e de seus familiares. É possível economizar água? Anote
duas ou três atitudes que todos podem tomar de modo a gastar menos água.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

BRANCO, Samuel M. Água, Origem, Uso e Preservação. São Paulo:


Moderna, 1997.
SARIEGO, José Carlos. Educação Ambiental – As ameaças ao planeta
azul. São Paulo: Scipione, 1994.
sugestão de sites
http://www.uniagua.org.br

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 4

Propriedades
Físicas da Água e
a Flutuação
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de caracterizar algumas
propriedades da água, como a dissolubilidade e a densidade; deverá ainda
explicar os Princípios de Arquimedes e de Pascal, citando aplicações

Dissolubilidade na Água
Essa praia tranqüila fica às margens
da lagoa de Araruama, no estado do Rio
de Janeiro. Apesar de associarmos lagoas
a depósitos de água doce, nem sempre é
assim e a lagoa de Araruama é uma ex-
ceção, suas águas são muito salgadas, na
verdade são uma vez e meia mais salgadas
do que a água dos oceanos. A presença de
tão grande volume de sais se deve à alta
evaporação, ao baixo índice de chuvas e à
pequena entrada de água na lagoa. Acu-
mular tanto sal é possível porque, como
vimos anteriormente, a água dissolve muitas substâncias e os sais são algumas delas.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Se colocarmos um pouco da água da lagoa em um copo e olharmos, aparentemente só há


água dentro dele. No entanto, sabemos que os sais estão ali, dissolvidos. A água é o solvente,
isto é, a substância que dissolve, e os sais compõem o soluto, isto é, aquilo que está sendo
dissolvido.

Teste essa informação:


Para isso você vai precisar de:
um copo
água
uma colher de chá de sal
Coloque água no copo e adicione a ela uma colher de chá de sal. Mexa e observe.
Você consegue ver o sal na água?
Mas se você não o vê, ele terá desaparecido?
Faça um paralelo entre sua demonstração e a água da lagoa de Araruama.

Além de ser capaz de dissolver sais em


lagoas, mares e oceanos, a água dissolve
muitas outras substâncias, inclusive grande
número de compostos necessários à manu-
tenção da vida.
Os organismos dependem da água e de
sua capacidade de dissolução para sobreviver.
As plantas absorvem água e sais minerais do
solo. No corpo humano, o sangue, que tem
grande volume de água, transporta, dissol-
vidos em seu meio, açúcares, minerais, ami-
noácidos, levando-os de um lado para outro
dentro do corpo.
A capacidade de dissolver muitas subs-
tâncias, como já vimos, se deve às características polares da molécula de água. A presença de
substâncias dissolvidas na água altera o valor de uma de suas propriedades, a densidade, e
torna mais fácil ou mais difícil a flutuação (veja o texto a respeito do mar Morto apresentado
junto aos exercícios).

Densidade

Vou lhe fazer uma pergunta. Preste atenção e responda sem vacilar:
“O que pesa mais, um quilo de algodão ou um quilo de chumbo?”

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Bom, se você prestou atenção à


pergunta, provavelmente não errou,
pois ela costuma ser feita para con-
fundir crianças pequenas ao misturar
conceitos de massa e volume. Já que
um quilo de algodão tem muito mais
volume do que um quilo de chumbo,
porém ambos têm a mesma massa, um
quilograma.

Mas se você não se deixou enganar


pela primeira pergunta, responda agora: Por que há tão grande diferença de volume entre
as duas substâncias?
A resposta está relacionada ao conceito de densidade. O chumbo é muito mais denso
do que o algodão, isto é, comparando as partículas que compõem o chumbo àquelas que
compõem o algodão, as do chumbo estão muito mais próximas, fazendo com que haja muita
matéria acumulada em um pequeno espaço.
A densidade dos corpos é uma constante física e é calculada pela divisão entre a massa
e o volume ocupado pelo corpo. Podemos usar uma fórmula bem simples para fazer esse
cálculo, veja:

d = densidade (g/cm3)
d= m
m = massa (g = gramas)
V
V = volume (cm3)

No caso da água, sabemos que 1 grama dessa substância pura ocupa um volume de 1cm3,
então, podemos afirmar que a densidade da água é de 1g/cm3.
A densidade auxilia a explicar alguns fenômenos de flutuação, quando podemos afirmar
que corpos com densidade menor do que 1, flutuam na água e corpos com densidade maior
do que 1, afundam.
Veja no quadro a seguir, a densidade de algumas outras substâncias:

Gasolina 0,7 g/ cm3 Ferro 7,9 g/cm3


Álcool 0,8 g/cm3 Chumbo 11,3 g/cm3
Gelo 0,92 g/cm3 Mercúrio 13,6 g/cm3
Alumínio 2,7 g/cm3 Ouro 17,5 g/cm3

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Mas a flutuação não pode ser explicada apenas com as diferenças de densidade, para
que ela aconteça um princípio físico descoberto há mais de 2000 anos também tem grande
participação. Veja:

Princípio de Arquimedes
Entre 287-212 a.C. viveu, na Grécia, na cidade de Siracusa, um importante inventor e ma-
temático. Seu nome: Arquimedes. Ele inventou várias armas, algumas usadas na defesa de
sua cidade.
Além de tudo isso, descreveu um fenômeno físico que recebeu o nome de Princípio de
Arquimedes. Leia a história dessa descoberta:
Conta-se que Arquimedes foi procurado pelo rei Hierão para solucionar um problema.
Ele havia entregado uma barra de ouro a um ourives, para que fosse feita uma coroa. Quando
ela ficou pronta, o rei desconfiou que o ourives houvesse trocado parte do ouro por outros
metais de menor valor, como o cobre e a prata. Inquieto com suas suspeitas, ele precisava
saber a verdade, mas não autorizava que para isso, a coroa fosse derretida. Então, chamou
Arquimedes e expôs seu problema.
A questão intrigou o
sábio, que ficou imaginan-
do uma forma de resolvê-la.
Diz a história que a solução
lhe ocorreu quando entrou
em uma banheira e a água
transbordou. Conta-se que
ele saiu pelas ruas gritando
“Eureka, eureka”, cujo signi-
ficado é: encontrei!
Mas, que resposta ele
teria “encontrado”?
Será que você consegui-
ria tirar alguma conclusão
da observação de Arqui-
medes?
Pense a respeito.
Agora confira a solução do problema:
Arquimedes percebeu que, ao entrar na banheira, a água que transbordou tinha o mesmo
volume de seu corpo. Então, pensou, se colocasse uma barra de ouro igual à do rei na água e
medisse o volume de água derramado, bastaria comparar essa quantidade com a que fosse
deslocada pela coroa.
Agora imagine que o resultado da experiência de Arquimedes fosse o que se vê abaixo.
Que conclusões poderíamos tirar?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Se o volume de água deslocado pela coroa fosse maior do que aquele deslocado pela
barra de ouro de mesma massa, a conclusão seria que o ourives misturou outros metais menos
densos ao ouro, ou seja, a coroa não era feita de ouro puro.
Porém, se você quer saber como terminou o episódio em Siracusa, saiba que a história
não nos conta o final desse caso – teria o ourives roubado o ouro, ou não?!

Importância do Princípio de Arquimedes


Mas as observações de Arquimedes não se limitaram a essa questão da coroa. Analisando
mais atentamente o fenômeno, ele concluiu que:

“um corpo imerso em um fluido (líquido ou gás) recebe, por parte


dele, uma força vertical para cima, de intensidade igual ao peso
do fluido deslocado pelo corpo”.

Essa força do líquido sobre o corpo recebe o nome de empuxo.

Se isso lhe parece confuso, então preste atenção ao experimento representado a seguir:

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Em A, a pedra esticou a mola até a marca mostrada na régua.


Em B, a pedra é mergulhada na água e observamos que a deformação da mola é bem
menor. A diferença corresponde ao peso do volume de água deslocado.
A aparente diminuição de peso da pedra é exatamente igual ao peso do volume de água
que ela desloca. Tudo acontece como se algo empurrasse a pedra para cima, tornando-a mais
leve, esse “empurrão” é dado por uma força que recebe o nome de “empuxo”.
O Princípio de Arquimedes é fundamental na compreensão dos mecanismos de flutuação.

Quando o empuxo é maior ou igual ao peso do corpo, ele


flutua. Quando o empuxo é menor, ele afunda.
Veja um exemplo de como o empuxo explica a flutuação dos corpos. No primeiro de-
senho, temos uma tampa metálica, e, no segundo, um prego. Porque um flutuou e o outro
afundou?

No primeiro caso, a tampa deslocou um grande volu-


me de água e recebeu um grande empuxo. No segundo,
o prego deslocou um volume muito pequeno de água
e recebeu um empuxo pequeno, afundando.
Sabedores disso, os construtores de navios procu-
ram fazê-los com uma forma tal que o volume de água
deslocado seja grande e o peso dessa água maior do
que o peso do navio. Desse modo, eles flutuam, ainda
que pesem muitas toneladas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

1. Vamos realizar um experimento e, com base nele, responder às questões propostas:


Para isso você vai precisar de:
uma bacia plástica
água
massa de modelar
Coloque água na bacia até ¾ de sua
capacidade. Faça uma bola com a massa
de modelar e coloque-a dentro da água.
Observe.
Agora pegue a mesma massa e modele
com ela um objeto parecido com uma ca-
noa. Coloque-o dentro da água. Observe.

a) O que aconteceu na primeira experimentação?

b) E na segunda?

c) Como você explicaria o fato de que o mesmo material, em iguais quantidades, tenha
se comportado de modo diferente?

d) Qual era a relação empuxo x peso de água deslocado no primeiro experimento?

e) E no segundo?

2. O fato de o gelo flutuar sobre a água é muito importante nas regiões polares, pois garan-
te que abaixo dele os animais encontrem água no estado líquido e possam se deslocar
através dela. Explique por que o gelo flutua na água.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

3. Imagine que você disponha de água, mercúrio e gasolina e resolva colocar todos os três
em um copo alto. Desenhe o aspecto que teria esse sistema.

4. Calcule a densidade de um corpo com massa de 525 g em um volume de 30cm3.

5. Determine a densidade da cortiça sabendo que um volume de 10cm3 tem massa de 2,4g.

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

“Era uma vez um rio, que formou uma lagoa, que virou um lago, que continuou enchen-
do com as chuvas, que chegou até o pé das montanhas, que passou a receber toda a água
que delas descia e que, por isso, foi ficando tão carregado de sais minerais que um dia, de
tão salgado, perdeu a luta pela vida. Cinco milhões de anos se passaram entre uma coisa e
outra.
O mar Morto está localizado em uma região onde as temperaturas chegam a 50 graus
centígrados! Suas águas são quentes e grossas, seu ar seco e pesado, raramente venta, pois,
além de estar situado entre montanhas, ele fica no ponto mais baixo do mundo, a 396 metros
abaixo do nível do mar.
Ali, ao contrário de todos os mares do mundo, é impossível morrer afogado – a água
é tão densa que não deixa o corpo afundar. Nem sequer mergulhar. Quem tenta, volta à
superfície mais rápido do que quando desceu.” (Revista Terra, Junho 97)

6. Pesquise a localização do Mar Morto em um Atlas. Em que continente ele se situa?

7. Explique o papel das altas temperaturas do local no processo de concentração de minerais


nas águas do Mar Morto.

8. Porque o texto diz que é impossível morrer afogado no Mar Morto?

9. Porque o Mar Morto recebe este nome?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

10. Leia o texto abaixo:

“Uma fábula da Rússia conta a estória de um camponês bem simplório que morava à
beira-mar. Todas as vezes que via passar ao largo um belo navio, corria até a praia, apanhava
uma pedra, e atirava-a na água. A pedra, naturalmente, afundava. O bom homem, olhando
admirado para a imensa massa metálica do navio que flutuava magnificamente, sacudia
os punhos e bradava: “Por que ele flutua, sendo tão pesado, e a pedra não?”

Procure responder à pergunta feita pelo camponês.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

BRANCO, Samuel M. Água, Origem, Uso e Preservação. São Paulo:


Moderna, 1997.
BENDICK, Jeanne. Arquimedes - Uma porta para a Ciência. Odysseus
Editora.

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/viagem/mundo/morto.htm

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 5

Propriedades
Físicas da Água –
Exercendo
Pressão
Ao concluir os estudos deste capítulo, você deverá explicar o fato da água exercer pressão e as
aplicações práticas relacionadas a essa propriedade. São também objetivos a alcançar: enunciar o
princípio dos vasos comunicantes, explicar a tensão superficial e a capilaridade, relacionando esses
fenômenos a situações práticas e cotidianas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Observe a foto da página anterior e tente reproduzir esse experimento.


Para fazê-lo você vai precisar de:
água
garrafa plástica descartável
bacia larga
agulha
fita crepe
Peça ajuda a um adulto para furar a garrafa com a agulha.
Para marcar o círculo a ser furado, você pode colar uma fita crepe
ao redor da garrafa, ela irá orientar a localização dos furos. Faça oito
pequenos furos um pouco abaixo da metade da altura da garrafa.
Cole uma tira de fita crepe sobre os furos. Encha a garrafa de água
e coloque-a sobre a bacia. Retire a fita e observe.

O que acontece?
Os jatos de água têm o mesmo tamanho nas diversas dire-
ções?
Quando a coluna de água acima dos furos diminui, o que acontece? Por quê?
Tente explicar o fenômeno observado.

O que vimos é resultado da pressão que a coluna de líquido exerce, quanto mais alta
ela estiver, mais distante a água irá jorrar, pois a pressão será maior. Todos os jatos de água
atingem a mesma distância, mostrando que a pressão é exercida em todas as direções com
igual intensidade.

A pressão exercida pelos líquidos, em especial a água,


é um fator que torna muito difícil a exploração dos ocea-
nos. Os seres humanos só podem mergulhar alguns me-
tros, os equipamentos mais sofisticados também sofrem
os efeitos da pressão.
Os animais abissais (das grandes profundidades)
têm diversos mecanismos adaptativos que permitem a
sobrevivência em ambiente tão difícil.
A foto ao lado é de um peixe abissal, mas não se en-
gane com o jeito de monstro que ele tem. Na verdade,
esse peixe mede de 10 a 15 centímetros apenas. Uma das
estratégias usadas para suportar as violentas pressões das
profundidades é o tamanho pequeno; outra é manter a
pressão interna tão elevada quanto a pressão externa, de
modo que uma compense a outra.
Seres que vivam entre 4000 a 5000m de profundidade suportam pressões 400 a 500 vezes
maiores do que aquela que nós sentimos ao nível do mar.

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Estudando a Pressão
No século XVII, o físico francês Blaise Pascal (1623-1662) fez importantes observações
sobre a pressão exercida pelos líquidos. Nos dois exemplos a seguir, temos a demonstração
dos efeitos da pressão sobre um líquido e sobre um sólido. Observe:

Se um tubo contendo água for fechado nas duas extremidades por rolhas e se batermos
em uma delas como no esquema acima, veremos que a rolha da outra extremidade será ar-
remessada longe.
Se um pedaço de madeira tiver uma rolha afixada em cada extremidade e batermos em
uma delas, veremos que a outra não reage à batida.

A partir dessas observações, Pascal concluiu que:

“os líquidos transmitem integralmente, em todas as


direções e sentidos, as pressões que recebem”
Essa conceituação ficou conhecida como Princípio de Pascal.
O Princípio de Pascal tem inúmeras aplicações em nosso dia-a-dia. Veja alguns exemplos:

O fluido é pressionado,
em geral com auxílio de
um compressor de ar.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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Os elevadores hidráulicos são usados em postos de gasolina para auxiliar na troca de óleo
dos carros. A vantagem desse sistema é que ele parece multiplicar a força exercida, pois a
pressão realizada em A é transmitida integralmente para todos os pontos do líquido em B.
Esse princípio também é a base do funcionamento dos freios dos carros. Você já viu em
alguns filmes o “bandido” sabotar o carro do “mocinho” cortando uma mangueira que leva o
fluido de freio? Com isso o carro “perde os freios” e pode sofrer um acidente grave.

Depósito para fluido de freio

Vasos Comunicantes
Líquidos colocados em sistemas intercomunicantes mantêm o mesmo nível em todos eles.
Para demonstrar essa propriedade, podemos montar um experimento como o que segue.
Para isso você vai precisar de:
duas seringas com capacidades diferentes
um pedaço de tubo de plástico
Retire os êmbolos das seringas, ligue as extremidades com o tubo plástico. Coloque água
no interior de uma das seringas.
Observe.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Note que o nível da água nas duas seringas é o mesmo e isso se repetiria mesmo se tivés-
semos um sistema com recipientes tão diferentes quanto o que representamos a seguir:

O princípio dos vasos comunican-


tes tem importantes aplicações, entre
elas, a distribuição de água nas cidades.
Você já viu as caixas d’água de muitas
cidades? Elas são construções bem altas
e estão interligadas à rede de abasteci-
mento, permitindo que a distribuição se
faça sem gasto de energia.

Porém, se você mora em um edifício, sabe


que existem bombas hidráulicas para impulsio-
nar a água até os andares mais altos. Isso é pre-
ciso porque, nesse caso, alguns andares podem
ser mais altos do que as caixas d’água, e o líquido
não chega até eles.

Tensão Superficial
É uma propriedade que permite a alguns insetos leves caminhar sobre a água. Veja na
figura a seguir. O mosquito é capaz de caminhar sobre a superfície como se ali existisse uma
fina película. Isso se deve a uma força que atrai mais fortemente as moléculas da camada
superior do líquido.

No meio do líquido, cada molécula está cercada


por outras e as forças de atração entre elas se
compensam. Na superfície, essas forças atraem
mais intensamente as moléculas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


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A tensão superficial explica também o fato das bolhas serem esféricas. Se aumentarmos
a tensão superficial da água, conseguiremos fazer bolhas mais consistentes.
Para isso você vai precisar de:
detergente líquido (usado para lavar louça)
água destilada (pode ser substituída por água que tenha ficado em repouso por 24h
em um balde – com isso, o excesso de cloro evaporou)
glicerina
canudo de refrigerante
arame para fazer um aro

Misture 3 copos de água com ½ copo de glicerina e ½ copo de detergente.


Faça bolhas com auxílio do aro de arame.
Coloque um pouco do líquido sobre uma superfície plana e sopre bolhas dentro dele.

Capilaridade
Quando um tubo fino (capilar) com as extremidades abertas, é colocado dentro de um
recipiente com água, ela sobe até uma certa altura. Isso se dá porque ocorre atração entre as
moléculas da água e as moléculas do vidro.
Quando um tecido fica com uma das extremidades mergulhada na água, percebemos que
o líquido vai “caminhando” por ele e chega a áreas bem distantes do local de contato com a
água. Isso ocorre por capilaridade.

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Assinale X na única alternativa correta:


1. Os freios dos automóveis são aplicações práticas do(a):
a) princípio de Arquimedes.
b) empuxo.
c) densidade.
d) princípio de Pascal.
e) capilaridade.

2. Um clips é capaz de flutuar na superfície da água devido à:


a) capilaridade.
b) tensão superficial.
c) comunicância.
d) pressão.
e) profundidade.

3. Conceitue o princípio de Pascal.

4. Um cidadão comprou um lindo terreno em uma parte alta da cidade. Ali, ele construiu
uma casa de dois andares e colocou a caixa de água entre a laje do segundo andar e o
telhado. Pouco antes de sua mudança, foi testar se tudo estava de acordo e qual não foi
sua surpresa ao constatar que a água não chegava à caixa. Baseado em tudo que você
aprendeu neste capítulo, procure explicar uma possível causa para esse problema e como
ele poderia ser solucionado.

5. Pegue um copo completamente cheio de água. Tente colocar algumas moedas ou botões
ou pequenos objetos em seu interior sem que a água transborde. Nossa proposta foi viável
ou não? O que você pôde observar? Explique.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

6. Conceitue capilaridade.

7. Por que a pesquisa nas grandes profundidades oceânicas é muito difícil?

8. Observe a foto abaixo. Esse animal é o Moloch horridus, um lagarto habitante do deserto.
Nas raras vezes em que chove no deserto, esse lagarto fica longo tempo dentro das poças
que se formam. Ele não está ali para “tomar banho”, mas para conseguir água, que entra
em seu organismo pelos finos vasos da pele. Qual propriedade dos líquidos auxilia essa
“absorção”?

9. Um pesquisador trabalha com submersíveis de grandes profundidades. Para demonstrar


as difíceis condições desse tipo de mergulho, ele separou dois copos de isopor e amarrou
um deles ao exterior do veículo, que desceu a 4000m. No retorno à superfície, comparou
o copo do mergulho com o outro igual. O resultado você pode ver nos desenhos abaixo.
Explique a diferença observada entre os dois.

Copo que esteve Copo que ficou


a 4000m na superfície

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

10. Você sabe o que são eclusas? Então pesquise o significado da palavra e, a seguir, busque
explicações sobre o funcionamento desses sistemas. Qual é a propriedade da água que
permite o funcionamento das eclusas?

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

BENDICK, Jeanne. Arquimedes - Uma porta para a Ciência. Odysseus


Editora.
STERN, Íris. Sobrevivendo à Escuridão. São Paulo:Saraiva, 2003.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


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CAPÍTULO 6

Água e Saúde
Desejamos que, após estudar este capítulo, você seja capaz de diferenciar
água poluída de água contaminada e citar os prejuízos que esses tipos
de água podem trazer à saúde. Você deverá ainda descrever medidas que
reduzem a poluição e a contaminação da água.

Infelizmente, a charge que abre nosso capítulo reflete as precárias condições em que
muitos dos nossos depósitos naturais de água se encontram, particularmente os rios, lagos
e baías. Aqueles que estão situados próximos às grandes cidades são diariamente agredidos
pelo despejo de toneladas de esgotos sem tratamento ou com tratamento parcial. O acúmulo
desse tipo de material vai saturando a água até que ela se torna totalmente imprópria para o
desenvolvimento da maior parte das formas de vida. Veja como isso acontece:

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A água usada nas indústrias, nas cidades e na


agricultura é lançada aos rios, tornando-os muito
poluídos.
O resultado disso é uma imensa mortalidade
de peixes e outros animais, piorando ainda mais a
qualidade das águas.

Alta mortandade de peixes causada pela falta de oxigênio na água.

Os esgotos também sobrecarregam as águas com organismos patogênicos (causadores de


doenças). A água, assim contaminada, pode, inclusive, desencadear epidemias. Veja algumas
doenças transmissíveis pela água contaminada.

Cólera
É doença muito grave causada por uma bactéria de-
nominada Vibrio cholera. No passado, o cólera produziu
diversas epidemias que mataram milhares de pessoas.
A transmissão é feita a partir da água ou de alimentos
contaminados pelo vibrião. Instalado no intestino, ele
provoca diarréias intensas, com uma perda de líquidos
tão grande que pode levar um adulto à morte em menos
de 30 horas.
A maneira mais eficiente de evitar o aparecimento
da doença é a adoção de medidas de higiene individual
e coletiva, com a construção de redes de esgoto e de
distribuição de água tratada às populações em geral.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Hepatite
A palavra hepatite é originada do grego hepatitis, sendo que, hepato significa fígado e itis
inflamação. Então, hepatite designa alterações provocadas no fígado por agentes diversos.
A hepatite A é transmitida por água ou alimentos contaminados e de uma pessoa a outra.
Quando produz sintomas, o doente
se queixa de náusea, vômitos, mal
estar e pode apresentar pele e olhos
amarelados, urina cor de coca-cola
e fezes esbranquiçadas. Existe va-
cina para a doença, porém, ainda
é muito cara. A melhor maneira de
evitá-la é com o saneamento básico,
o tratamento da água, o consumo
de alimentos bem cozidos e bem la-
vados e a lavagem das mãos antes
das refeições.

Cuidados Após Enchentes


Os períodos das enchentes são marcadas por inúmeras dificuldades, entre elas, a falta
de água potável.
O excesso de chuvas muitas vezes compromete o abastecimento feito pela rede oficial,
além disso, as águas da superfície se misturam às águas de fossas, trazendo micróbios para
dentro das casas; as pessoas precisam atravessar as inundações para buscar abrigo em lu-
gares secos. Tudo isso aumenta em muito o risco de contaminação por febre tifóide e por
leptospirose.
A febre tifóide é adquirida pela ingestão de água ou alimentos contaminados pela bac-
téria Salmonella typhi, que se instala e desenvolve no intestino, causando alterações no fun-
cionamento dele, febre, dor de cabeça e dor pelo corpo, aumento no tamanho do fígado e
do baço. A falta de tratamento pode levar à morte.
A leptospirose é causada pela bac-
téria Leptospira interrogans, que vive
comumente nos rins de ratos de esgoto
e é eliminada com a urina. A bactéria pre-
sente em águas contaminadas (como no
caso das enchentes) entra por pequenas
feridas na pele, mas também consegue
infectar atravessando a pele íntegra, nos
casos em que a pessoa permanece muito
tempo exposta. A doença provoca mal-
estar, febre alta, dor de cabeça, diarréia,
olhos avermelhados e, nos casos graves,
pode comprometer o funcionamento dos
rins, levando à morte.

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Mais Cuidados
Outras doenças também têm sua
transmissão relacionada à água, como
a poliomielite (paralisia infantil), a es-
quistossomose, a amebíase, a malária,
a dengue e a febre amarela.
No caso da malária, dengue e febre
amarela, a ligação com a água está no
fato de que essas doenças são transmiti-
das ao homem por mosquitos, cujo ciclo
de vida tem uma etapa na água. Veja no
esquema:
O mosquito adulto (4) coloca ovos
(1) na água, desses ovos saem larvas (2)
que, posteriormente, se transformam
em pupas (3). Das pupas eclodem os
mosquitos adultos (4). A redução do
número de casos de malária, dengue e
febre amarela depende da diminuição do número de mosquitos e isso pode ser conseguido
evitando o acúmulo de água parada. A dengue e a febre amarela são transmitidas pelo Aedes
aegypti, mosquito que se reproduz em águas paradas e limpas, como as que se acumulam
dentro de pneus e outros recipientes.
A dengue é conhecida também como febre “quebra-ossos”, por causa das fortes dores
musculares e nas articulações.
A febre amarela produz febre alta, dor de cabeça, sede intensa, náusea e vômito escuro.
No início do século XX, a doença matava grande número de pessoas em diversas cidades
do país. Era um sério problema de saúde pública no Rio de Janeiro quando o médico sani-
tarista Oswaldo Cruz (1872-1917) organizou suas brigadas “caça-mosquitos”. Esses agentes
entravam nas casas para acabar com os depósitos de água parada que serviam de criadouro
aos mosquitos. Houve grande rea-
ção popular, mas a febre amarela
foi erradicada das grandes cidades
brasileiras.
A malária é transmitida pelos
mosquitos do gênero Anopheles,
e é causada por um protozoário,
o Plasmodium, que se desenvolve
dentro dos glóbulos vermelhos do
sangue. A doença é caracterizada
por crises de febre muito alta a in-
tervalos regulares e é um dos mais
graves problemas de saúde pública
da região amazônica.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 53


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A Poluição
Já vimos que rios, lagos e baías próximos às grandes cidades são agredidos diariamente
pelo despejo de esgotos sem tratamento.
Além desse problema, as águas recebem despejos produzidos pelas indústrias e também
lixo de toda natureza lançado pelas populações ribeirinhas. Esse material vai se acumulando e é
a causa de muitas enchentes, pois o rio vai ficando raso, com tanto lixo jogado em seu leito.
Nas áreas rurais, os rios são poluídos por agrotóxicos, que são produtos usados na lavoura
para matar pragas agrícolas. Com as chuvas, essas substâncias são carregadas para os rios e
podem contaminar animais e plantas distantes do local onde foram aplicadas. Além de con-
taminar a água para consumo humano.
Os garimpos que, na extração do ouro, utilizam mercúrio, poluem as águas com esse metal
que se acumula no meio ambiente, envenenando-o.

Garimpeiro

Os oceanos também sofrem com a ação humana e uma das formas mais graves de poluição
nos mares é a que acontece quando há derramamentos de petróleo. O petróleo altera toda a
qualidade da água no local e mata os animais que ficam encharcados com o óleo.

54 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Leia o texto abaixo que traz informações sobre a malária na região amazônica:

Malária: Manaus
“Em janeiro de 2003 foram registrados cinco mil casos de malária em Manaus (AM),
contra 940 no mesmo mês, em 2002. A maioria dos casos ocorreu na Zona Leste da cida-
de (Brasileirinho, Puraquequara). Não foram divulgadas informações precisas quanto às
espécies de Plasmodium envolvidas.
A malária é uma doença infecciosa, potencialmente grave, transmitida por mosquitos
do gênero Anopheles. Na Amazônia, a doença é causada, principalmente, pelo Plasmo-
dium vivax (a maioria dos casos) e pelo Plasmodium falciparum. O principal transmissor é
o Anopheles.
A transmissão da malária é mais comum em áreas rurais e semi-rurais, mas pode ocor-
rer também em áreas urbanas, principalmente na periferia. Os transmissores têm maior
atividade durante a noite, do crepúsculo ao amanhecer e, geralmente, picam no interior
das habitações. Na Região Amazônica, além da malária, existe risco de transmissão da febre
amarela e também de dengue.”

Com base no texto responda ao que se pede:


1. Quais são os principais causadores de malária na Amazônia?

2. Quem é o transmissor da doença?

3. Se os mosquitos picam no interior das moradias, que medida de prevenção poderia ser
adotada para diminuir a presença dos mosquitos dentro das casas?

4. Que fatores relacionados ao ambiente amazônico favorecem a disseminação de doenças


transmitidas por mosquitos?

5. O que são organismos patogênicos?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 55


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

6. Porque a dengue é conhecida como febre quebra-ossos?

7. O cólera é doença característica de países pobres. Busque uma explicação para essa “pre-
ferência”.

8. Reduzir a quantidade de lixo lançado nos rios e lagos é uma maneira de diminuir as en-
chentes e, por extensão, a ocorrência de algumas doenças graves. Explique a ligação entre
lixo, enchentes e doenças.

9. Escreva sobre a importância da adoção de medidas de saneamento básico.

10. A esquistossomose é uma verminose bastante comum no Brasil. Pesquise e responda:

a) De que modo se dá o contágio por esse verme?

b) Em que local do corpo humano o verme adulto se aloja?

c) Que animal hospeda a forma larval do esquistossomo?

d) Qual a relação entre essa verminose e a água?

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Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de livros

BRANCO, Samuel M. Ecologia da Cidade. São Paulo: Moderna, 1996.


BRANCO, Samuel M. Água, Origem, Uso e Preservação. São Paulo:
Moderna, 1997.
LADEIRA, Julieta de Godoy. Aventuras e perigos de um copo d’água. São
Paulo:Atual.

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/higiene/guerra/febre.htm
.

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RECAPITULANDO

A água cumpre um ciclo no qual evapora, condensa e retorna à superfície através da


chuva, da neve ou do granizo.
A água pode ser encontrada em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
Os diferentes estados físicos são resultantes das diferentes intensidades da força de coesão
entre as moléculas.
Mudanças de estado ocorrem por mudanças de temperatura ou de pressão.
Temperatura é a medida do calor de um corpo.
Calor é uma forma de energia.
A temperatura é medida por termômetros.
A água é formada por dois átomos de Hidrogênio e um átomo de Oxigênio e sua fórmula é H2O.
A molécula de água é polar e por isso dissolve muitas substâncias.
A eletrólise é a reação química capaz de separar os componentes da água, produzindo
gás oxigênio e gás hidrogênio.
Na natureza, a água raramente é pura.
Águas minerais brotam do solo e contém sais minerais em dissolução.
Águas termais são aquecidas pela proximidade com o magma incandescente.
Água destilada é água pura.
Água dura contém minerais que dificultam a produção de espuma pelos detergentes.
Água potável é própria para o consumo humano.
Água poluída contém impurezas e micróbios, sendo imprópria para o consumo.
A água distribuída às cidades é tratada em estações, ali ela recebe substâncias químicas
que apressam o processo de purificação e matam os microorganismos nela existentes.
A água também pode ser tratada pela fervura e pelo uso de filtros de cerâmica.
A destilação tem por objetivo produzir água quimicamente pura para uso em laboratórios
e em algumas indústrias.
A água doce é um recurso escasso, devemos usá-la com sabedoria, evitando desperdícios.
Por sua polaridade, a água dissolve muitas substâncias.
A presença de sais na água altera a densidade, e facilita a flutuação.
Arquimedes, o sábio grego, descobriu uma força que age de baixo para cima e à qual estão
submetidos os corpos quando mergulhados. Essa força recebe o nome de empuxo.
O empuxo permite que corpos de grande densidade flutuem, bastando que desloquem
um grande volume de água, pois, quando o empuxo é maior ou igual ao peso do corpo, ele
flutua. Quando é menor, ele afunda.
Os líquidos exercem pressão em todas as direções e com igual intensidade.
Os líquidos transmitem, em todas as direções e sentidos, as pressões que recebem.
As pressões nas grandes profundidades oceânicas são muito grandes.
Líquidos colocados em sistemas intercomunicantes mantêm o mesmo nível em todos eles.
Os líquidos mantêm uma força de atração maior entre suas moléculas superficiais, isso

58 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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dá à superfície uma resistência maior, como se ali houvesse uma película. Essa força recebe
o nome de tensão superficial.
A água sobe por um tubo capilar até uma certa altura, fenômeno denominado capilaridade.
A água pode transmitir diversas doenças como cólera, leptospirose, hepatite, febre tifóide.
E está relacionada a outras como esquistossomose, malária, dengue e febre amarela.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 59


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GABARITO pág. 16
Hidrogênio significa gerador de água, a pa-
Capítulo 1 lavra vem da associação de hidro= água e
gênio= gerar.
pág.11 Capítulo 2
1. ganho.
pág.20
2. perda.
1.
3. ganho. a) Inodora: sem cheiro.
b) Insípida: sem gosto.
4. ganho. c) Incolor: sem cor.

5. A vantagem é poder registrar temperaturas 2. A polaridade da molécula de água.


mais baixas, pois no termômetro de água, o
líquido congela a 0ºC. 3. Solúveis: sal, açúcar e muitas outras. Insolú-
veis: óleo de soja, querosene, margarina e
6. A transpiração é a liberação de vapor de outras, em geral, de natureza gordurosa.
água pelas folhas dos vegetais. Na Ama-
zônia, a grande cobertura vegetal produz 4. O H é o hidrogênio e o O é o oxigênio, o índice
grandes volumes de vapor de água que é 2 se refere à necessidade de dois átomos de
lançado para a atmosfera, tornando-a mais hidrogênio para cada átomo de oxigênio.
saturada e aumentando a freqüência das
chuvas. 5. É o rompimento da molécula de água pela
ação da eletricidade.
7. Com a dilatação do ar no interior do bulbo,
a pressão ali dentro fica menor e a pressão 6. V, F, F, V, F
atmosférica empurra um pouco de líquido
para o interior do tubo. 7. Porque ela não contém os sais minerais e os
gases que caracterizam a água potável.
8. Sem água não há vida na Terra.
8. São as ligações efetuadas pelos átomos de
9. A maior parte da água evaporada sai dos hidrogênio (região mais positiva) das molé-
mares e oceanos, vai para a atmosfera e, culas de água com os átomos de oxigênio (re-
empurrada pelos ventos, produz chuvas gião mais negativa) das moléculas vizinhas.
também sobre o continente.
9. Melhor usar uma substância apolar, pois a
10. Os sólidos têm forma e volume constan- água não dissolve gorduras.
te, com predomínio da força de coesão. Os
líquidos têm forma variável e volume cons- 10. Pesquisa na Internet no site oficial da
tante, sua força de coesão é menor do que Prefeitura de Araxá ou em enciclopédias no
nos sólidos. Os gases têm forma e volume verbete correspondente.
variáveis com força de coesão muito fraca.
Hidrogênio significa gerador de água,
a palavra vem da associação de hidro=
água e gênio= gerar.

60 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Capítulo 3 Capítulo 4
pág.29 pág.38
1. d 1.
a) A bolinha afundou na água.
2. c b) O “barquinho” flutuou na água.
c) A diferença de comportamentos se deve
3. cloro. ao fato de que, no primeiro caso, a boli-
nha deslocou um pequeno volume de
4. flúor. água e recebeu um pequeno empuxo.
No segundo exemplo, o “barquinho”
5. cerâmica. deslocou um grande volume de água e
recebeu um forte empuxo.
6. decantação. d) O empuxo era menor do que o peso da
água deslocada.
7. a) Filtração através do carvão; fervura ao e) O empuxo foi maior do que o peso da
fogo; filtração através de areia e cascalho água deslocada.
grosso.
b) O calor transmitido pela barra destrói mi- 2. Porque a água no estado sólido (gelo) tem
croorganismos causadores de doenças. densidade menor do que a água no estado
líquido.
8. a) A água na forma de vapor. 3.
b) A areia.
c) Ele fornece energia que faz a água passar Gasolina
do estado líquido ao estado de vapor. Água
d) Ela está sofrendo destilação. Mercúrio

4. 17,5 g/cm3
9. Por exemplo, se na conta aparecer o consumo
de 12m3, então a família está gastando 12 x 5. 0,24 g/cm3
1000 = 12000 litros de água, e se na casa mo-
rarem 4 pessoas, cada uma delas consome, 6. O Mar Morto fica entre Israel e Jordânia, no
em média, 3.000 litros de água (12.000/4). continente asiático.

10. Resposta pessoal. 7. O calor evapora as águas do mar e deixa


grandes volumes de sais acumulados.
11. Resposta pessoal, mas poderiam ser coi-
sas como reduzir a lavagem de calçadas e 8. Porque a densidade da água ali é tão alta
carros, escovar os dentes com a torneira fe- que a pessoa não consegue afundar.
chada, ensaboar a louça e enxaguá-la toda
de uma só vez, juntar certa quantidade de 9. Porque nele praticamente não há formas de
roupa antes de lavar... vida, algumas arqueobactérias conseguem
sobreviver à alta temperatura e salinidade
extremas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 61


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10. Porque o navio é desenhado para deslocar 10. Eclusas são sistemas de diques que per-
grandes volumes de água e assim receber mitem a navegação. Por exemplo, no canal
um forte empuxo que o impede de afundar. do Panamá há um desnível entre o lado do
Oceano Pacífico e o lado do Atlântico. Para
que os navios possam passar de um oceano
Capítulo 5 a outro, é preciso “elevá-los” ou “abaixá-los”.
Isso é feito por três eclusas, e a água funcio-
pág.47 na como um elevador. A entrada e a saída de
água das comportas é feita segundo o prin-
cípio do sistema de vasos comunicantes.
1. d

2. b Capítulo 6
3. Os líquidos transmitem integralmente, em pág.55
todas as direções e sentidos, as pressões que
recebem.
1. O Plasmodium vivax e o Plasmodium falci-
parum.
4. Uma possibilidade é a de que a caixa da casa
estivesse mais alta do que a caixa do reser-
vatório local, para solucionar o problema 2. O mosquito do gênero Anopheles.
poderia ser usada uma bomba hidráulica
que jogasse a água para a caixa. Outra so- 3. O uso de telas nas portas e janelas.
lução seria retirar a caixa do local onde ela
foi instalada e colocá-la em um ponto mais 4. A grande quantidade de água disponível
baixo. em rios e igarapés.

5. É possível, a água fica um pouco acima da 5. São aqueles capazes de causar doenças.
borda do copo, contida por uma força, a
tensão superficial. 6. Porque causa forte dor muscular e nas arti-
culações.
6. É a subida da água por um tubo fino, devido
à atração entre as moléculas da água e as 7. O cólera se dissemina principalmente em
moléculas do vidro. regiões onde não há rede de tratamento
de água e esgoto. Nos países ricos, a maior
7. Por causa das grandes pressões às quais parte da população tem acesso a esse tipo
ficam submetidos os equipamentos. de serviço.

8. A água penetra no corpo do animal por 8. O lixo acumulado no fundo dos rios reduz
capilaridade. sua profundidade e aumenta o risco das en-
chentes. As enchentes trazem micróbios e
9. As grandes pressões das profundidades doenças para as populações expostas a elas.
compactam o material que forma o copo,
chegando a reduzir seu tamanho. 9. Resposta pessoal, mas pode contemplar
itens como a redução de doenças, a me-

62 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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lhoria da qualidade de vida o aumento da


expectativa de vida, a redução da mortali-
dade infantil.

10.
a) A larva, denominada cercária, vive na água
e entra pela pele de quem mantiver con-
tato com essa água contaminada.
b) No fígado.
c) Um tipo de caramujo
d) Do ovo do esquistossomo sai uma larva
ciliada, o miracídio, que nada até encon-
trar um caramujo, no qual se instala. Pos-
teriormente, do caramujo saem as formas
infestantes, cercárias, que ficam na água
até encontrar o hospedeiro definitivo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 63


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64 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


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Imagine se fosse possível retirar toda a água que reco-


bre a superfície da Terra. Como seria o nosso planeta?
Certamente veríamos uma paisagem nada familiar. Onde
começariam os continentes? Onde estariam as ilhas? Que
vales e novas montanhas apareceriam? Tudo seria com-
pletamente diferente daquilo que estamos acostumados
a ver, pois, se essa hipótese fosse possível, veríamos a
crosta terrestre em toda a sua extensão e relevo: cheia
de altos e baixos, planícies e depressões profundas.
A crosta “reveste” a Terra e é sobre ela que vivemos.
Dela extraímos inúmeras substâncias e quando ela tre-
me, todos os nossos referenciais
de segurança e estabilidade ficam
comprometidos. Fugir para onde?
Esta unidade vai tratar dos estudos
que procuram entender um pou-
co mais os fenômenos aos quais
está sujeita a crosta, as camadas
abaixo dela e a sua importân-
cia no cotidiano das populações.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 1

A Terra – Nossa Casa


Como é o Planeta em
Que Vivemos?
Ao estudar este capítulo, você deverá ser capaz de identificar as
camadas que formam o planeta e diferenciar rocha, mineral, minério,
pedra preciosa e semipreciosa, citando exemplos de cada um.
Hoje ficou mais fácil responder a pergunta que abre este capítulo, pois, você sabe que
existem diversos satélites artificiais em órbita da Terra e que eles podem fotografar nosso
planeta lá do alto, identificando sua forma e o contorno dos continentes. Porém, nem sempre
foi assim. O primeiro homem a ver a Terra do espaço foi o russo Yuri Gagarin (1934-1968). Em
abril de 1961 ele foi colocado em órbita e, ao ver o planeta, disse:

“Eu vi com meus próprios olhos a esfera terrestre...

A Terra é azul!

O horizonte é excepcionalmente bonito...

O sol, visto do espaço, é dez vezes mais brilhante. As estrelas são claramente visíveis”.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Antes disso, diversos povos haviam tentado explicar como era o planeta em que viviam.
A noção de que a Terra era redonda já aparece nos escritos de alguns filósofos gregos, como
Eratóstenes, que em 250 a.C. conseguiu calcular a circunferência da Terra utilizando-se de
cálculos simples de geometria. Naquela ocasião, ele concluiu que a Terra teria uma circunfe-
rência de 42.000km na linha do Equador. Sabemos, hoje, que esse valor é de 40.076km. Os
cálculos de Eratóstenes chegaram muito próximo da verdade.
O contorno dos continentes também foi, durante muito tempo, apenas intuído. Os cartó-
grafos do passado não tinham os recursos de hoje para mapear o planeta.
Mas, se a observação da superfície do planeta hoje é mais fácil, nem tudo foi resolvido. A
tecnologia ainda não produziu equipamentos capazes de fazer perfurações a profundidades
tais que o interior do planeta possa ser estudado.
Essa dificuldade não significa falta de conhecimentos sobre o interior da Terra, significa
apenas que os meios usados nos estudos devem ser indiretos. Não sendo possível ir até lá,
os cientistas fazem uso de outros recursos para tentar entender a estrutura do centro do
planeta.

A Estrutura da Terra
Quando Gagarin olhou a Terra lá do espaço, ele pôde ver algumas regiões: a atmosfera
que é a camada de gases que a envolve; a hidrosfera, camada de água que constitui oceanos,
mares, rios, lagos; e a parte emersa (fora da água) da litosfera ou crosta terrestre, que é sólida,
constituída por rochas e minerais. Essa camada também é chamada SIAL, porque os elementos
silício (Si) e alumínio (Al) são predominantes em sua constituição.
A crosta terrestre tem espessura variável. Pode ser muito fina (cerca de 8km) sob os oce-
anos, enquanto que em algumas regiões montanhosas pode ter mais de 60km de espessura.
É possível encontrar diversos tipos de minerais compondo grande variedade de rochas. O
mineral mais comum é o quartzo. Uma rocha é a associação natural de dois ou mais minerais

Abaixo da crosta, existem outras camadas:


Manto (SIMA): pode ter 3.000km de espessu-
ra e corresponde a quase 80% do volume total
da Terra. As temperaturas são muito altas e os
metais, principalmente o Silício (Si) e o Mag-
nésio (Mg), encontram-se derretidos. Podemos
ver amostras desse material quando os vulcões
entram em erupção, pois compõe o MAGMA.
Núcleo (NIFE): é formado principalmente por
Níquel (Ni) e Ferro (Fe). Essa região é praticamen-
te desconhecida. As temperaturas são altíssimas
(cerca de 5000ºC) e as pressões são tão grandes
que são difíceis de avaliar.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Tesouros da Terra
Você já parou para pensar em todas as coisas que fazem parte da nossa vida e cuja
origem é a crosta terrestre ou mesmo o manto? Não precisa nem pensar nas plantas
que se desenvolvem sobre ele e nos dão alimento e oxigênio. Pense apenas nas outras
coisas extraídas dali. Olhe ao seu redor e faça uma lista de tudo que o cerca e tem
origem na crosta terrestre.

Ficou surpreso? Você pode ter se lembrado dos metais usados nas portas e janelas; dos
tijolos, do cimento, da areia e da cal das paredes; das telhas; dos metais dos botões, zíperes
e outros acabamentos de suas roupas; das jóias e bijuterias; das latinhas de refrigerante; da
gasolina usada nos carros; do asfalto das ruas; das pedras que enfeitam fachadas; das pedras
preciosas; das porcelanas... A lista poderia ser imensa.
Perceba que a humanidade retira da crosta terrestre uma imensa quantidade de recursos
que fazem nossa vida mais confortável.
Muitos desses recursos são tão abundantes que parecem inesgotáveis; nem lhes damos
valor econômico, mas isso não significa que eles não tenham importância. A areia, por exemplo,
é formada por sílica, elemento chave para a produção de vidro e de muitos dos componentes
mais importantes dos computadores.
Por outro lado, alguns recursos são muito mais raros e por isso são genericamente deno-
minados preciosos.
Consulte o dicionário e verifique o significado da palavra precioso.
Encontrou? Compare com o que nós encontramos:
Precioso: de grande valor.
É isso, alguns metais e alguns minerais recebem essa denominação porque são raros e,
sendo raros, têm grande valor.
Quais são os metais preciosos que você conhece?
E as pedras preciosas?
Vamos conhecer um pouco mais sobre alguns desses recursos.

Metais Preciosos
Prata
É um metal muito maleável e tem sido muito usado na produção de
jóias e peças como taças, pratos, medalhas e moedas. A prata reage com
o oxigênio do ar formando uma camada preta sobre sua superfície. Esse
minério vem sendo explorado pelo homem há mais de 3.500 anos. No
passado, moedas de prata foram importantes meios de pagamento.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Ouro
Mais valioso do que a prata, também é mais raro. Foi a causa
de muitas guerras e conquistas. E, até hoje, sua busca gera con-
flitos e mortes. Na confecção de jóias, costuma ser misturado a
outros metais como a prata, a platina ou o cobre, isso pode alterar
um pouco sua cor e sua dureza. O ouro pode ser encontrado em
minas subterrâneas ou na forma de pepitas, misturado à areia
dos rios, nesse caso, é o ouro de aluvião. Assim como a prata, é
Pepitas de ouro sendo usado na confecção de jóias, medalhas, moedas e objetos diver-
comparadas com o tamanho sos, usados, geralmente, em cerimônias solenes.
da moeda de um centavo de
dólar.

Platina
Mais dura e mais rara do que a prata e o ouro, a platina é um metal
ainda mais valioso. Ela não escurece quando em contato com o ar e
funde a 1773ºC, o que, no passado dificultava o trabalho dos joalheiros,
pois não havia tecnologia capaz de produzir calor tão intenso. A partir
de 1920 essa dificuldade foi superada e esse metal passou a ser mais
usado, principalmente pela indústria joalheira.

Atenção:
Em nosso texto, usamos alguns termos que podem ser objeto de confusão. Para que
isso não aconteça, preste atenção na diferença entre eles. Um mineral é um elemento ou
substância química que se formou ou continua a ser formada na Terra. Quando um mineral
tem valor econômico ou comercial recebe o nome de minério.

Pedras Preciosas e Semipreciosas


Da mesma forma que os metais, os minerais que constituem as pedras preciosas são raros
e têm um brilho especial. A diferença entre uma pedra preciosa e uma pedra semipreciosa
está na raridade e na dureza do mineral que a compõe.
São pedras preciosas: o diamante, o rubi, a safira e a esmeralda.

Diamante
É o mineral mais duro e o de brilho mais intenso. Isso faz dele a pedra mais valiosa de todas.
Formado sob altas temperaturas e pressões, a 80 km ou mais de profundidade, na região do
manto, onde as temperaturas chegam a 1650ºC e a pressão é de 50.000 a 100.000 atmosferas,
que comprime os átomos de carbono formando uma estrutura dura e cristalina.
Assim como o ouro, os diamantes foram a causa de muitas disputas e mortes e muitos
estão associados a lendas que falam de maldições que recairiam sobre seus donos.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Colar de diamantes perten-


Rubi Safira
cente a Napoleão I

Rubi e Safira
Todas as duas pedras são constituídas poir um mineral denominado CORÍNDON.Quando
a pedra é vermelha, recebe o nome de rubi; quando tem outras cores é denominada safira,
sendo mais comuns as safiras azuis.

Esmeralda
É um pouco menos dura do que rubis e safiras e tem forte cor ver-
de. As mais belas esmeraldas saíram das minas de Cleópatra, no Egito.
Hoje, essas minas produzem pedras de baixa qualidade.

Pedras Semipreciosas
São todas as pedras bonitas usadas em joalheria, porém menos raras e menos duras.
Os topázios possuem cores diversas, sendo os de cor amarelo escuro os mais valiosos.
As turmalinas podem ter cores variadas, há pedras com parte verde e parte rosa, as cha-
madas turmalinas melancia. As pedras verdes têm maior valor e chegam a ser confundidas
com esmeraldas, porém valem muito menos do que elas...
As águas-marinhas apresentam diversas tonalidades de azul, as escuras são as mais va-
liosas.
As ametistas são roxas.

Topázios Turmalinas Água-marinha Ametista

O Brasil é um dos maiores produtores dessas pedras.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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Assinale X na única alternativa correta:

1. É um exemplo de pedra preciosa:


a) topázio.
b) esmeralda.
c) turmalina.
d) água-marinha.
e) ametista.

2. A camada situada logo abaixo da crosta terrestre é o(a):


a) núcleo.
b) hidrosfera.
c) manto.
d) atmosfera.
e) crosta terrestre.

Complete:

3. A primeira pessoa a ver a Terra do espaço foi o astronauta russo ________________.

4. O material que compõe o manto pode ser estudado porque ele chega até a superfície na
forma do ____________________ expelido pelos vulcões.

5. A associação natural de dois ou mais minerais recebe o nome de _______________.

6. Quando um mineral tem valor comercial dizemos que ele é um ________________.

7. Leia o texto abaixo, ele faz referência às primeiras expedições à região que hoje corresponde
a Minas Gerais.
“Após muitos anos percorrendo a região, o bandeirante paulista Fernão Dias Pais Leme, a
mando do Rei de Portugal, acabou por descobrir umas pedras verdes, que julgou ser esmeralda.
Em seu retorno a São Paulo, o desbravador morreu às margens do Rio das Velhas e não chegou
a saber a verdade sobre suas pedras verdes, elas não tinham o valor que ele imaginava, pois
não eram esmeraldas.”
a) Que tipo de pedra deve ter sido descoberta por Fernão Dias Paes Leme?

b) Que outras pedras ele poderia ter encontrado em sua expedição?

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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c) Por que as esmeraldas têm mais valor, sendo consideradas pedras preciosas?

8. Por que há muita dificuldade em se fazer o estudo do interior da Terra?

9. Os minerais são classificados de acordo com uma escala de dureza, a escala MOHS. Nela,
o mineral mais mole é o talco, que recebe o valor 1, e o mais duro é o diamante, com valor
10. Isso significa que o diamante risca qualquer outro mineral e não é riscado por nenhum.
Já o talco é riscado por todos os outros minerais.
Veja alguns outros exemplos de minerais e suas durezas:

Mineral Dureza
Calcita 3
Quartzo 7
Coríndon 9
Malaquita 4
Apatita 5

Faça um gráfico, iniciando pelo mineral mais mole (talco) até o mineral mais duro (dia-
mante), incluindo os cinco exemplos da tabela.

10. Ainda com base nos dados da tabela, cite os minerais que podem ser riscados pelo
quartzo (não esqueça de analisar o caso do talco e do diamante).

11. Além de ser usada na produção de jóias, a prata é usada para fazer espelhos e também
faz parte dos produtos presentes nos filmes fotográficos. Pesquise sobre esse metal.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados nesse capítulo:

sugestão de leitura

CANTO, Eduardo Leite do. Minerais, minérios e metais. São Paulo:Mo-


derna, 1996.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


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CAPÍTULO 2

Rochas Ígneas
ou Magmáticas
A foto é impressionante, não é?

Ela retrata um dos acontecimentos mais violentos da natureza: uma erupção vulcânica.
Ameaçadora e mortal, a erupção pode destruir casas, rodovias, florestas e cidades inteiras.
Mas, se o potencial de destruição é muito grande, elas também ajudam a construir. Isso lhe
parece contraditório?
Na verdade, ao final de uma erupção, grande volume de gases, poeira e magma são lan-
çados pelo vulcão. Os gases passam a compor a atmosfera (já vimos que a atmosfera primitiva
deve ter surgido a partir dos gases lançados pelos vulcões do passado) e a poeira e o magma
são acrescentados à crosta terrestre. O resfriamento do magma produz rochas que, por sua
origem, recebem o nome de rochas ígneas ou magmáticas.
Procure no dicionário o significado da palavra ígneo.

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Em alguns lugares, como no Hawai, a contínua atividade de vulcões tem produzido grandes
áreas novas, aumentando a superfície do arquipélago. Na foto a seguir, você pode observar
o magma junto ao mar. Ali ele irá resfriar, ampliando as dimensões da ilha.

Curiosidade
Um grande vulcão despeja uma quantidade
média de lava em torno de 0,5 m3/ s.
Quando um vulcão entra em erupção de
maneira explosiva, pode arremessar fragmen-
tos a vários quilômetros de altitude. O Monte
Saint Helens (EUA), por exemplo, lançou cinzas
a 15.000 metros de altura.

Encontro do magma com o mar.


A ilha cresce lentamente.

Rochas Extrusivas
Quando uma erupção acontece em áreas continentais, o magma se espalha pelos vales
e, ao resfriar, se transforma em rochas. As rochas formadas na superfície são denominadas
extrusivas. As mais comuns são o basalto e a pedra-pomes.

Basalto
Negro, compacto, pesado. O basalto é a rocha vulcânica mais
comum. No passado, imensos derrames cobriram extensas regiões,
como na bacia do rio Paraná onde, há mais de cem milhões de anos,
uma área de 900.000km2 foi recoberta (no local há, hoje, uma vasta
extensão de um solo muito fértil, conhecido como terra roxa).

Você com certeza já viu amostras de basalto nas calçadas de algumas cidades. Veja na
foto: as pedras pretas são basalto.

Pedra-Pomes
É uma rocha muito leve e porosa. Ela se forma pelo rápido
resfriamento da espuma de lava. Essa fração da lava é muito rica
em gases, dando ao material o aspecto de uma esponja. Quando
solidifica, mantém essa aparência
esponjosa.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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Rochas intrusivas
Muitas vezes, o magma resfria e solidifica abaixo da superfície, no interior da crosta terres-
tre. Quando isso acontece, dizemos que a rocha é intrusiva. A rocha mais comum e freqüente
desse tipo é o granito.

Granito
Muito duro, o granito é empregado no revesti-
mento de pisos e de paredes. É também usado na
produção de tampos para pias e mesas.

O granito é formado por três tipos de minerais:


o quartzo, o feldspato e a mica.

Assinale X na única alternativa correta:

1. São rochas magmáticas:


a) a mica e o feldspato.
b) o basalto e o granito.
c) a pedra-pomes e o quartzo.
d) o quartzo e a turmalina.
e) o coríndon e o granito.

2. As rochas formadas na superfície da crosta pelo resfriamento do magma são denominadas:


a) intrusivas.
b) inclusivas.
c) extrusivas.
d) graníticas.
e) carboníferas.

3. Muitas das rochas mais antigas da Terra são magmáticas, porém, muitas das rochas mais
recentes também o são. Explique as duas situações: tanto as rochas mais antigas quanto
as mais recentes do planeta serem magmáticas.

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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4. Uma erupção vulcânica é um acontecimento violento e com grande poder de destruição,


mas também e responsável por renovações da crosta terrestre. Explique.

5. Cite três diferenças entre o basalto e pedra-pomes.

6. Podemos comparar os vulcões a grandes válvulas. Explique essa comparação.

SOBRE DESTRUIÇÃO – leia o texto e responda ao que se pede:


“No dia 27 de agosto de 1883, várias erupções aconteceram
em Krakatoa. A elas, seguiu-se um estranho silêncio, quan-
do então, um estrondo ensurdecedor, ouvido a 4.800km de
distância, cortou o ar e 21km3 de rocha e cinzas foram arre-
messados para o céu. Dois dos picos de 300m do Krakatoa
afundaram no mar. A água deslocada produziu ondas de
40m, que varreram 295 cidades e mataram 36.000 pessoas.
As cinzas chegaram a 27 km de altura, provocando 2 dias de escuridão e, durante dois
anos, as temperaturas médias no mundo foram 7º C mais baixas. Tudo isto aconteceu em
uma ilha, situada entre Java e Sumatra, na Indonésia. Ela era coberta de florestas que não
apresentava atividade vulcânica há mais de 200 anos.
(adaptado de Planeta Terra – Time-Life)
Interpretando sua leitura:

7. O que aconteceu com as cinzas arremessadas na atmosfera?

8. Quais as conseqüências deste acúmulo de cinzas?

9. Qual a causa das 36.000 mortes?

10.Onde fica a ilha de Krakatoa ?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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Sobre construção: leia o texto a seguir e responda ao que se pede:

“Em novembro de 1963, um barco de pesca na-


vegava próximo à costa da Islândia, quando uma
grande onda o inclinou perigosamente. Refeitos do
susto, os pescadores viram uma coluna de fumaça
no mar. Acreditando que um navio se incendiava, o
capitão rumou naquela direção. E, para sua surpre-
sa, viu que a fumaça, bem como a onda que quase
havia virado seu barco, era resultado de uma erupção vulcânica no mar.
A atividade no local foi ficando cada vez mais intensa. Jornalistas e cientistas de todo o
mundo vinham para ser expectadores do que estava acontecendo. Após dois dias foi pos-
sível ver um grande bloco de rocha no meio da densa fumaça. Pouco tempo depois, havia
ali uma ilha de 40m de altura e 550m de extensão. Em janeiro de 64, a nova ilha, batizada
com o nome de Surtsey já estava 150m acima do nível do mar e tinha 2,6km2 de área.
Como na ilha predominavam cinzas e pedras pomes, os cientistas acreditavam que
ela logo desapareceria, porém, em fevereiro de 1964, uma nova erupção lançou lava sobre
esse material, dando à ilha uma solidez que resiste até hoje. Em 1967, a atividade vulcânica
cessou.
Tudo isto aconteceu sob os olhares surpresos dos cientistas.”

11. Qual a origem da ilha de Surtsey?

12. Que tipos de rocha formavam sua estrutura inicial?

13. Essa ilha está situada nas proximidades da Islândia. Localize a região no mapa.

14. Pesquise sobre a importância da atividade vulcânica na Islândia.

sugestão de site
http://www.terra.com.br/crianças/especial_ferias_verao/cientistas_
vulcao.html

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 3

Rochas
Sedimentares
Ao completar seus estudos deste capítulo, você deverá saber
caracterizar as rochas sedimentares, os fósseis e o “fóssil vivo”. Deverá
ainda explicar a origem do petróleo e do carvão mineral.

Observe o bloco de rochas da foto. Elas mostram faixas bem demarcadas, revelando a
origem desse tipo de rocha.

No passado, essa região foi um mar ou um lago. As chuvas e a água dos rios traziam barro,
areia e outros minerais que iam sedimentando no fundo. O peso das camadas superiores foi
compactando os grãos e, desse modo, surgiu um novo tipo de rocha: a rocha sedimentar.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Sedimentos trazidos pela correnteza vão se acumulando no fundo. A quantidade de camadas vai aumentando
e comprimindo as de baixo. Milhões de anos depois surgem as rochas sedimentares.

Como você pode ver, as rochas sedimentares são formadas


pela superposição de camadas de sedimento e caracterizam-se
por mostrar esses estratos, por isso também são denominadas
estratificadas.

Observe esta pequena elevação, nela é possível ver muitas


faixas de cores variadas. Essas cores se devem ao tipo de mineral
acumulado em cada estrato, as listras avermelhadas, por exemplo,
indicam a presença de ferro.

De acordo com o tipo de material predominante na rocha,


podemos identificar alguns tipos de rochas sedimentares, como o
arenito, argilito, folhelho, conglomerado.

Conglomerado sedimentar estratificado.


Erosão
Mais frágeis do que as rochas ígneas, as sedimentares são resultado da constante erosão
à qual a crosta terrestre é submetida. Erosão é o desgaste da superfície devido à ação das
chuvas, dos ventos, da água dos rios e do mar.
A erosão produzida pelos ventos pode moldar belas e inesperadas formas, como esse
arco de arenito.

Outras origens para as rochas sedimentares:


Algumas rochas sedimentares podem ser resultado da acumulação de sais existentes em
águas saturadas, como o evaporito, ou pela atividade de organismos em ambientes marinhos,
como, por exemplo, o calcário.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Depósito calcário: durante milhões de anos


o leito do mar foi sendo coberto por conchas e
carapaças de animais. Essas conchas são formadas
por carbonato de cálcio e foram se compactando,
dando origem a extensos depósitos calcários. Com
os movimentos da crosta terrestre, esses depósitos
acabaram aflorando à superfície.
Mas há depósitos calcários cuja origem é inorgâ-
nica e se formam pela deposição de minerais como
o carbonato de cálcio e o carbonato de magnésio
existentes na água do mar.
Os depósitos calcários são a origem das cavernas, que se formam quando a água da chuva
ou de rios subterrâneos escava esse material. Surgem então grandes “salões” decorados por
estruturas que descem do teto, as estalactites, ou se projetam do chão, as estalagmites.

estalactite. salão de caverna com estalactites no teto e


estalagmites se formando no chão.

Rochas Sedimentares Podem “Guardar” Fósseis


As rochas sedimentares se formam pela superposição de camadas de sedimentos em um
processo lento, durante o qual pode haver a formação de fósseis.
Um fóssil é o vestígio ou o resto de um ser que viveu há milhares ou milhões de anos e
ficou aprisionado nas rochas sedimentares.

Mas, como isso é possível?

A forma mais comum de fossilização é aquela que acontece quando


um animal morre e seu corpo vai para o fundo de um lago (1), por exemplo.
Nesse caso, o corpo é rapidamente recoberto por sedimentos transporta-
dos pela água; as partes moles se decompõem lentamente e os ossos vão
recebendo adição de minerais (2). Com o passar de milhões de anos, o lago seca e o fóssil
começa a ser exposto pela ação da erosão (3).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

01. 02. 03.


Os fósseis são importantes porque permitem aos pesquisadores descobrir muitos fatos
sobre o passado da Terra e os organismos que já a habitaram. Eles possibilitam aos paleon-
tólogos redesenhar os ambientes primitivos e dar forma a um grande número de animais já
extintos, inclusive os dinossauros.
Mas, além de tudo que mencionamos, os depósitos sedimentares são a origem de dois
importantes recursos energéticos: o petróleo e o carvão mineral.

Petróleo
Conhecido desde a antiguidade, o betume brotava
do chão no Oriente Médio e foi usado por diversos povos
da região. Por exemplo, para os egípcios, ele fazia parte
do processo de mumificação dos corpos.
No entanto, naquela ocasião não se sabia que esse
material é um líquido complexo, formado por diversas
frações. Somente na metade do século XIX, o petróleo
começou a ser usado pela indústria como combustível
para as máquinas que se multiplicavam.
Ao longo do século XX, o petróleo foi sendo cada
vez mais utilizado, hoje é possível extrair dele uma
infinidade de subprodutos usados nos mais diversos
artigos: plásticos, fertilizantes, colas, tecidos artificiais,
filmes fotográficos e medicamentos.

Você sabe como se forma o petróleo?

É um processo muito complexo e lento. O petróleo é resultado de trans-


formações ocorridas ao longo de milhões de anos. Os seres microscópicos que
flutuam na superfície dos oceanos afundam ao morrer, sendo então recobertos
por sedimentos. A pressão e as temperaturas transformam esses organismos em
um líquido viscoso e geralmente escuro, o petróleo, em um processo que leva
milhões de anos para acontecer.

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Mas, atenção, apesar do aspecto do desenho, o petróleo não forma “lagos” entre as
camadas de rocha. Na verdade, ele se acumula entre os poros (espaços) da rocha sedimentar
sobre a qual se formou. Essa rocha tem o aspecto de uma esponja saturada de líquido.

Carvão Mineral
Encontrado em regiões denominadas bacias carboníferas, é resultado da lenta transfor-
mação de florestas do passado, que foram encobertas pela água. A pouca oferta de oxigênio
fez com que as árvores não se decompusessem de imediato e, com o passar do tempo, fossem
se transformando em carvão.
Mineral mole, com coloração que varia entre o marrom escuro e o preto, é encontrado
em minas subterrâneas ou em depósitos a céu aberto.
No passado, foi o combustível usado para movimentar as máquinas a vapor.
O carvão utilizado comumente nos churrascos de fim de semana não é carvão mineral, mas
carvão vegetal, produzido artesanalmente em fornos, onde a lenha é queimada parcialmente
em temperaturas inferiores a 500ºC .

Complete:

1. As rochas ______________ podem conter fósseis.

2. Grandes depósitos calcários quando infiltrados pela água podem dar origem às ______.

3. O desgaste das rochas recebe o nome de ____________________.

4. As rochas sedimentares também recebem o nome de ______________________.

5. São exemplos de rochas sedimentares: _____________ e _________________.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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6. Os fósseis são encontrados em rochas sedimentares. Por que eles não ocorrem em rochas
como o basalto ou o granito?

7. Imagine que você estava cavando no jardim de casa e encontrou um osso que havia sido
enterrado por algum cachorro mais previdente. Poderíamos dizer que esse osso é um fóssil?
Justifique.

8. Relacione o processo de formação das rochas sedimentares ao seu aspecto de organização


em faixas.

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

Bacia Sedimentar do Amazonas é a Terceira em Produção de Petróleo


“Cerca de uma dezena de bacias sedimentares estão situadas na Amazônia Legal Brasileira,
perfazendo quase 2/3 dessa área territorial. Três delas – bacias do Solimões, Amazonas e
Paranaíba – são as mais importantes, não só pelo tamanho (juntas ocupam aproximadamente
1,5 milhão de quilômetros quadrados), mas principalmente pelo seu potencial. A bacia do
Solimões é a terceira bacia sedimentar em produção de óleo no Brasil, com uma reserva
de 132 milhões de barris de petróleo. No entanto, a principal vocação da Amazônia é o gás
natural. O estado do Amazonas tem a segunda maior reserva brasileira de gás natural do
país, com um total de 44,5 bilhões de metros cúbicos. Nas outras duas bacias também têm
sido encontradas acumulações de gás.
A exploração de petróleo na Amazônia, como também a atividade de produção, é mais difícil
que em outras áreas terrestres do Brasil. As dificuldades operacionais estão relacionadas à
localização das bacias, especialmente as do Solimões e Amazonas. Elas estão situadas em
áreas remotas e florestadas, de difícil acesso, com muitas reservas indígenas e florestais.
Em termos geológicos, essas bacias são muito antigas, com idades de até 490 milhões de
anos. Por serem antigas, elas contêm rochas muito duras, aumentando o tempo e o custo de
perfuração de poços. O estudo da região é prejudicado pela presença de rochas vulcânicas
intercaladas.

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Por causa do soterramento de material orgânico, as bacias sedimentares são associadas à


presença de combustíveis fósseis, principalmente petróleo e gás natural.”

9. Por que o texto se preocupa com a existência de bacias sedimentares quando se refere à
existência de petróleo na Amazônia?

10. A que tipo de material orgânico o último parágrafo faz referência?

11. Se o material soterrado fossem árvores de florestas primitivas que tipo de composto
poderia ter sido produzido?

12. Nos anos 50 foi criada a campanha “O Petróleo é Nosso”, que resultou na criação da Petro-
brás. Pesquise a história do petróleo no Brasil.

Leia a incrível história abaixo e depois responda ao que se pede:

Celacanto: “Fóssil Vivo”

Celacantos são uma antiga linhagem de peixes que apareceram na Terra cerca de 350
milhões de anos atrás, tempo em que as primeiras criaturas deixavam o ambiente marinho
e se adaptavam para uma vida em terra. Foram encontrados vários fósseis de celacanto com
mais de 100 milhões de anos na formação Santana, no Ceará. O Museu de Paleontologia
de Santana do Cariri possui um raro exemplar de um “bebê” celacanto encontrado numa
laje calcária.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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Essas criaturas apresentam uma fascinante história: até 1938 achava-se que todas as
espécies de celacantos estivessem extintas há mais de 70 milhões de anos; porém, em
dezembro de 1938, um pescador da costa leste da África do Sul pescou um celacanto vivo
como o mostrado na fotografia. Ele era tão similar aos seus antigos parentes que recebeu
a denominação de “fóssil vivo”. A partir dessa fabulosa descoberta, cientistas tentaram
durante anos encontrar novos celacantos vivos. Finalmente, conseguiram localizar outros
nas Ilhas Comores, norte de Madagascar. Mais de 200 indivíduos já foram encontrados
naquela região. Em 1975, cientistas do Departamento de Ictiologia do Museu Americano
de História Natural dissecaram um desses peixes. Era uma fêmea que continha cinco fi-
lhotes completamente formados dentro do ventre, indicando que os ovos dos celacantos
eclodiam internamente no corpo da mãe. Tal tipo de característica reprodutiva faz com
que esses animais produzam poucas crias por gestação e, portanto, poucos descendentes;
sendo bastantes vulneráveis, a pesca predatória poderia extingui-los.”

13. O que significa a expressão “fóssil vivo”?

14. Por que o celacanto é considerado um “fóssil vivo”?

15. Procure em um Atlas a localização das Ilhas Comores.

sugestãoi de leitura

STERN, Íris. Sobrevivendo à Escuridão. São Paulo:Saraiva, 2003.


_____. Sobrevivendo à Grande Extinção – Dinossauros. São Paulo:Saraiva,
2003.
NEIVA, Jucy. Ciranda do Petróleo. Rio de Janeiro:Expressão e Cultura.

sugestão de site:
www2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc143.htm

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 4

Rochas
Metamórficas
Ao final deste capítulo desejamos que você saiba caracterizar as
rochas metamórficas, explicando o processo de formação das mesmas
e citando os usos que o homem faz delas em seu cotidiano.

Essa foto é um detalhe de uma das estátuas


mais famosas do mundo, David. Esculpida por Mi-
chelangelo Buonarroti (1475-1564) no período de
1501-1504, a estátua gigante tem 4,3 m de altura e
foi “retirada” de um único bloco de mármore. Im-
ponente, ela é uma das obras mais conhecidas do
Renascimento italiano.
Mas, talvez você esteja se perguntando: e as
rochas metamórficas que íamos estudar?
Pense um pouco sobre o material do qual é
feita a estátua. Pois é, o mármore é uma rocha
metamórfica sobre a qual falaremos um pouco mais
no final do capítulo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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Origem das Rochas Metamórficas


Você conhece a palavra metamorfose, não é? Geralmente as pessoas associam este termo
a alguns insetos como a borboleta, que muda de forma durante seu ciclo de vida. Pois bem
metamorfose é isso mesmo: mudança de forma.

Então, podemos concluir que metamórfico


é aquele que sofreu metamorfose, isso
é, sofreu mudanças, transformações.

É isso mesmo.
Veja como isso pode acontecer, imagine uma rocha sedimentar que vá ficando
cada vez mais soterrada, nas camadas mais profundas a pressão começa a ser
muito grande e a proximidade com o magma aumenta as temperaturas, com
isso os minerais que a formam sofrem modificações em sua arrumação. Essas reorganizações
levam ao aparecimento de um novo tipo de rocha, a rocha metamórfica.
São rochas mais resistentes do que as sedimentares.
Mas uma rocha metamórfica também pode ser originada a partir de uma rocha ígnea ou
mesmo de outra metamórfica.
As rochas metamórficas mais comuns são: a ardósia, o gnaisse e o mármore.

Ardósia
É resultado da transformação de rochas argilosas. Costuma ser usada como revestimento
de pisos, paredes e até como coberturas de telhado. Veja:

Gnaisse
É resultado da transformação de rochas como o granito. Também é usado como revesti-
mento, é a pedra britada usada em construção e é o paralelepípedo e o meio fio dos calça-
mentos.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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No Rio de Janeiro aparece compondo algumas das imagens mais conhecidas do Brasil, pois
são de gnaisse os morros do Pão de Açúcar e do Corcovado onde se acha a estátua do Cristo
Redentor. È de gnaisse também o pico denominado “Dedo de Deus” na Serra dos Órgãos no
estado do Rio de Janeiro, com 1.692 m ele se destaca do restante da formação como se fosse
um dedo apontando o céu.

Serra dos Órgãos, com Dedo de Deus.

Mármore
Assim como a ardósia e o gnaisse o mármore pode ser empregado como revestimento.
Suas origens são os depósitos de calcário.
É uma rocha muito dura e o trabalho de esculpí-la pode levar anos, como aconteceu du-
rante a produção do David de Michelangelo.

Ciclo das Rochas


Agora que já estudamos os diferentes
tipos de rochas perceba que há uma dinâ-
mica de formações e transformações cons-
tantes entre os elementos que compõem
a crosta terreste. Esse processo recebe o
nome de ciclo das rochas.
Veja um exemplo: um vulcão entra em
erupção e lança grande volume de lava
para o exterior, essa lava pode derreter e
transformar as rochas que ficaram debaixo
dela. Teremos então, a formação de uma
rocha metamórfica. A lava solidificada irá
originar uma rocha ígnea e quando a chuva
e o vento agirem sobre ela, sedimentos irão se formar e poderão dar origem a uma rocha se-
dimentar. Viu como a crosta terrestre é dinâmica? Ela está sempre em constante reciclagem,
nós é que não notamos porque o tempo gasto nesses processos pode ser de milhares ou
milhões de anos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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Assinale X na única alternativa correta:

1. O mármore é originário da transformação d(o)(a):


a) granito
b) arenito
c) gnaisse
d) folhelho
e) calcário

2. Algumas rochas, por sua dureza e resistência são usadas como revestimento, entre elas
podemos citar:
a) arenito
b) ardósia
c) areia
d) calcário
e) argila

3. Relacione as colunas - de um lado estão os processos de formação de cada tipo de rocha,


de outro exemplos de rochas formadas dessa maneira:
a) solidificação do magma em profundidade. ( ) basalto
b) precipitação de compostos químicos ricos em carbonatos. ( ) mármore
c) aumento de pressão e temperatura. ( ) granito
d) compactação de grãos de areia. ( ) calcário
e) solidificação do magma na superfície. ( ) arenito

Leia o texto abaixo, ele explica o processo de formação do Pão de Açúcar:

O Pão de Açúcar

“A rocha que compõe o Pão de Açúcar era originalmente um granito que se formou a
partir do resfriamento de um magma nas profundezas da crosta. Posteriormente, calor e
deformação intensa transformaram o granito em um gnaisse. O formato peculiar atual da
montanha resultou da erosão, que atuou mais intensamente em algumas rochas como
nos gnaisses derivados de rochas sedimentares, por isso, o morro da Urca tem uma altura
bem menor e uma área florestada em sua base. Os sedimentos formaram um solo fértil
onde a vegetação se desenvolveu”.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

4. Algumas rochas são citadas no texto, qual delas é uma rocha ígnea e qual é uma rocha
metamórfica?

5. No texto há uma frase que descreve o processo de formação do granito. Qual é ela?

6. Que tipo de agente erosivo deve ter causado o desgaste mais intenso da área
correspondente ao morro da Urca?

O texto abaixo é um fragmento do livro Viagem ao Centro da Terra de Júlio Verne (1828-
1905), escrito há mais de cem anos, ele traz a história de um pesquisador, professor
Lindenbrock e seus companheiros na tentativa de chegar ao centro da Terra.

“A luz elétrica dava um brilho magnífico aos xistos, ao calcário e aos velhos arenitos ver-
melhos das paredes(...) As paredes eram revestidas de excepcionais amostras de mármore,
que iam de um cinza-ágate com listras brancas irregulares ao escarlate e a um amarelo
manchado de placas vermelhas: mais adiante, havia outros mármores de cores escuras,
realçando os tons vivos do calcário.
Na maior parte desses mármores viam-se restos de animais primitivos.
No estágio dos xistos, que eram coloridos por lindos tons de verde, serpenteavam faixas
metálicas de cobre e manganês, com alguns traços de platina e ouro. Eu pensava nessas
riquezas escondidas nas entranhas do globo e em como a avidez humana nunca iria
apoderar-se delas! Esses tesouros foram enterrados tão fundo pelos tremores primitivos,
que nem a picareta ou o picão conseguirão arrancá-los de seu túmulo.
(...) A luz dos aparelhos, refletida pelas pequenas arestas da massa rochosa, cruzava seus
jatos de luz em todos os sentidos, e eu imaginava viajar através de um diamante oco em
que os raios se partiam em mil irradiações.
Lá pelas seis horas, essa festa de luz começou a diminuir e quase se encerrou. As paredes
assumiram um matiz cristalino, mas escuro. A mica mesclou-se mais com o feldspato e o
quartzo, para formar a rocha mais pura, a pedra mais sólida de todas, aquela que sustenta,
sem ser esmagada, os quatro estágios de terrenos do globo. “

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

7. Retire do texto exemplos de três tipos de rochas e identifique cada um deles quanto à
origem.

8. O autor se diz em uma prisão feita de uma rocha composta por mica, feldspato e quartzo.
Que tipo de rocha deve ser essa?

9. No texto são citados alguns minérios. Identifique três.

10. Leia a frase sublinhada, ela faz referência a existência de restos de animais primitivos en-
contrados no mármore. Que nome recebem esses restos? Reveja os processos de formação
do mármore, é comum encontrarmos vestígios de seres nesse tipo de rocha? Por quê?

11. Faça uma pesquisa a respeito dos xistos. Que tipo de rochas são essas? Onde são en-
contradas? Atenção: há uma rocha sedimentar, denominada xisto betuminoso que na
verdade é um folhelho e portanto, não se trata do xisto verdadeiro, aquele que você está
pesquisando.

sugestão de leitura

VERNE, Julio. Viagem ao Centro da Terra. São Paulo:Ática, 1994.

sugestão de filme:
O Núcleo – Missão ao Centro da Terra - como ficção mostra algumas
imagens que poderiam corresponder a situações reais, como o aspecto do
manto, por exemplo. Não o considere como filme de informação científica,
porque ele passa longe disto.

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 5

O Solo
Seus estudos deverão permitir que você saiba diferenciar solo de subsolo, bem como
explicar o processo de formação dos solos. Classificar os tipos de solo, de acordo com
a sua composição também deverá ser objeto de sua atenção; além de descrever a
importância do solo e citar medidas que visam a sua preservação.

As Queimadas
Francisco Egídio Aires Campos

Desenho em toda lateral


Oh que crime cruel comete o homem,
ao tesouro vital que lhe foi dado,
fonte de vida, que bem conservado
livrá–lo-ia dos males que o consomem,
são florestas inteiras que se somem,
a moto serras e fogo consumidas, que nem talvez , no mais terrível sonho,
cinzas provindas de milhões de vidas, pudessem ser tais vozes escutadas.
cruelmente da terra erradicadas. Contrastam com as outras tão caladas,
que acostumadas ao ciciar do vento
Ao olharmos a terra devastada, escutam agora o último lamento,
que tamanha explosão ali houvera ??? das irmãs que vão sendo executadas.
que mesmo sem deixar qualquer cratera,
só deixara de resto a fumarada ??? Calam-se as aves, já mais nada brada,
que dor ver a floresta assim tombada, os pássaros já nas copas não voejam,
para onde irão os seres que a habitam ? e nesta vasta área não adejam,
como serão pessoas que só fitam, os que ali faziam sua morada.
lucro material, sem ver mais nada ?.... O som da morte paira , e ali mais nada,
além da própria morte já habita,
As árvores que ali são derrubadas, e o homem que executa esta desdita
provocam sons tão tétricos e medonhos, tripudia da vida derrotada.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O texto anterior é parte de uma poesia de cordel, gênero literário popular em que a
produção é exibida em cordéis. Nela, podemos ver a preocupação com as queimadas que
destroem a natureza. Essa destruição de árvores e animais também se estende ao solo, como
diz o poeta:

Ao olharmos a terra devastada,


que tamanha explosão ali houvera???

Mas, o que é essa terra devastada?


Se você pensou – é o solo – acertou.
E o solo é um dos principais componentes dos ecossistemas. Ele pode ser definido como a
camada mais externa da superfície terrestre. Se forma através de um processo que leva milhões
de anos e depende de vários fatores para acontecer. Entre eles, são importantes:
a) a ação do calor do Sol em contraste com as chuvas: o Sol aquece as rochas e as chu-
vas repentinas fazem com que elas rachem devido às bruscas diferenças de temperatura;
b) a ação dos ventos: quando o vento carrega a areia, ele “lixa” a pedra e vai provocando
seu desgaste;
c) a ação dos microorganismos que vivem sobre a rocha.

Assim, aos poucos, muito lentamente, a rocha vai sendo gasta e transformada em solo.
Observe no esquema como isso acontece:

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Perfil de um Solo
Se você já caminhou a pé por uma estrada cortada por barrancos, deve ter observado
que esses barrancos mostram diferentes camadas de solo. Geralmente, podemos notar uma
camada superior, onde se desenvolve a vegetação, isto é, onde podemos encontrar as raízes
das plantas. Essa camada é relativamente fina, tem em média 25cm de espessura e é o que
identificamos como solo.
Abaixo dela, há o subsolo. Ali quase não há raízes e pedaços da rocha matriz original
podem ser encontrados.
Abaixo do subsolo, está a rocha matriz, de onde se originou o solo naquela região (essa
rocha não costuma ser visível nos cortes de estrada aos quais nos referimos no início do texto).

Do que é composto o solo?

Composição do Solo
Se pensou em minerais diversos, você acertou; mas não esqueça de que
no solo há uma importante fração de componentes orgânicos (produzidos
pelos seres vivos). Esses materiais orgânicos são genericamente denominados húmus.
Os compostos minerais são a areia, a argila e o calcário.

Vamos verificar a presença de diferentes componentes na formação dos solos. Para isso
você vai precisar de:
um copo;
água;
amostra de solo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Coloque a amostra de solo na água e agite vigorosamente. Deixe essa mistura em repouso
por alguns dias e observe.
A água vai ficando clara e as partículas vão se acumulando no fundo. Geralmente, elas
formam camadas, como no desenho.
Os grãos de areia são maiores e mais pesados, tendendo ficar no fundo. Eles costumam
arrastar consigo um pouco de argila, mas a argila restante fica na camada logo acima. O húmus,
em geral, é bastante leve e flutua durante algum tempo, afundando lentamente.

Tipos de Solo
De acordo com a quantidade desses elementos, os solos podem ser classificados em:
a) Solo arenoso: é aquele que contém mais de 70% de areia. Este tipo de solo é muito perme-
ável (deixa passar a água com facilidade) e, por isso, é muito seco. Não é um solo adequado
para a agricultura em geral, ainda que algumas plantas se desenvolvam bem em solos
desse tipo.
b) Solo argiloso: contém mais de 30% de argila. Quando chove, o solo argiloso fica encharcado
com facilidade e, quando seca, endurece e racha. As partículas de argila são muito pequenas
e incham quando úmidas, isso faz com que a circulação de ar nesse solo seja muito pobre
e, por isso, os solos argilosos são ruins para a agricultura.
c) Solo calcário: contém mais de 30% de calcário, o que impede o desenvolvimento normal
da maioria das plantas.
d) Solo humífero: possui mais de 10% de húmus. Este solo é permeável (permite um bom
escoamento da água) e, em geral, é adequado à agricultura. Muito húmus, porém, torna o
solo ácido, podendo prejudicar o desenvolvimento da vegetação.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Solo Agrícola
O sonho de todo agricultor é possuir uma propriedade que dê um bom retorno financeiro
aos investimentos feitos. E isso é verificado no momento da colheita, se a produtividade é boa
ou má. O solo ideal é aquele que dá uma boa produtividade. Esse solo, em geral, tem areia,
calcário, argila e húmus em proporções ideais ao tipo de cultivo que se planeja realizar. Em
média, podemos dizer que o solo ideal tem:
60 a 70% de areia;
20 a 30% de argila;
7 a 10% de calcário;
10 a 20% de húmus.
O solo ideal também deve ser fofo e arejado, por isso o agricultor revira a terra antes do
plantio. O oxigênio que fica nos espaços entre as partículas do solo é importante para a ger-
minação das sementes e para o crescimento normal das raízes.
No processo de melhoria da qualidade do solo, as minhocas participam ativamente, pois cavam
galerias por onde o ar circula, e o produto de sua excreção é um importante adubo orgânico.

Importância do Solo
O solo fértil permite o desenvolvimento de grande varie-
dade de vegetais que podem ser utilizados na alimentação das
populações.
Pense em tudo aquilo que você come diariamente. Pão, ma-
carrão, biscoitos, café, açúcar, feijão, arroz, batata, tomate, alface,
banana, maçã são alguns exemplos não é? E, como você pode
ver, todos esses alimentos são de origem vegetal. Além desses,
a carne, o frango, os ovos, o leite e o queijo são produtos de
origem animal, porém, cada animal relacionado a eles depende das plantas para sobreviver.
Então, a sobrevivência da própria espécie humana depende da qualidade e da produti-
vidade dos solos.
Porém, não raras vezes, observamos que as primeiras colheitas em uma área são muito
boas, e que, com o passar do tempo, esses resultados não se repetem.
O que terá acontecido?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Correção e Preservação do Solo


Sabemos que as plantas retiram água e sais minerais do solo. Com o passar do tempo, esses
minerais podem se esgotar e a vegetação não consegue crescer. Para evitar o esgotamento
do solo, algumas técnicas são importantes. Veja:

Rotação de Culturas
Como o nome sugere, consiste em plantar culturas diferentes ao longo das diversas safras.
Isto é, evitar plantar sempre o mesmo tipo de vegetal em uma única área. O mais indicado é
o plantio alternado entre leguminosas (como o feijão e a soja) e plantas como o milho e o trigo.

Adubação Verde
É o plantio de vegetais que auxi-
liam no enriquecimento do solo pela
fixação do nitrogênio atmosférico.
As plantas que fazem isso têm, em
suas raízes, estruturas denominadas
nódulos bacterianos, onde existem
bactérias que transformam o nitrogê-
nio do ar em nitratos. Os nitratos são
indispensáveis ao crescimento dos ve-
getais. As plantas mais usadas nesta
técnica são as leguminosas, como o
feijão, a soja, a alfafa e a ervilha. Após
a colheita, os restos da lavoura são en-
terrados e revirados junto com o solo.
A lenta decomposição desses restos
tornará o solo mais fértil.

Adubação
Às vezes, é preciso devolver ao solo os elementos que já se esgotaram. Isso é possível com
o uso de adubos. Existem dois tipos de adubos:
Adubos orgânicos – são aqueles de origem animal (como o estrume), ou de origem vegetal
(como o bagaço de cana).
Adubos químicos – são fabricados pelo homem e contém como elementos principais o
nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K), além de muitos outros compostos em quantidades
bem pequenas e, por isso, denominados micronutrientes.
Há ainda adubos químicos extraídos de depósitos naturais, como é o caso do salitre, obtido
em grandes jazidas no Chile.
Ao final deste capítulo você vai encontrar uma “receita” fácil para produzir adubo e, ao
mesmo tempo, reduzir a quantidade diária de lixo.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Curvas de Nível
Nos terrenos inclinados, a chuva carrega grande quantidade de solo fértil para os rios
próximos. Para evitar isso, os agricultores são orientados a plantar em curvas que seguem o
mesmo nível e interrompem a inclinação do terreno. Assim, quando a água das chuvas bate
no solo, consegue se infiltrar.

Irrigação
A umidade é um fator essencial para a germinação das
sementes. Normalmente, a umidade é dada pelas chuvas.
Porém, as chuvas podem ser muito irregulares em algumas
regiões. Nestes casos, a irrigação é usada para garantir a umi-
dade adequada do solo.
Existem diversas maneiras de irrigar a terra. Uma delas é a
que pode ser observada na foto. A água armazenada em grandes reservatórios, como açudes
ou cisternas, é aspergida (esguichada) sobre a lavoura. Outra maneira de levar água às lavouras
é fazer o desvio da água de rios, levando-a por meio de canais até as áreas de plantio.
Em casa, o uso de regadores ou a aspersão de água por mangueiras não deixa de ser uma
forma de irrigação.

Drenagem
Quando o solo é muito encharcado, é preciso retirar o exces-
so de água. As técnicas usadas recebem o nome de drenagem. A
maneira mais comum de drenar um solo é cavar canais por onde
a água escoa, deixando a terra menos úmida.

Aração
Já vimos anteriormente que as plantas precisam de oxigê-
nio no solo para o crescimento de suas raízes. Além disso, as
raízes não encontram espaço para se desenvolver em um solo
muito compacto.
Para facilitar esse crescimento, o solo deve ser arado. A
aração já era feita pelas primeiras civilizações, que utilizavam
a força de animais. Hoje, nas propriedades maiores, usam-se
os tratores. Porém, nas pequenas, a força do boi para arar o solo
ainda é muito importante.

Correção da Acidez
Algumas vezes, apesar de todo preparo e da aparência de
um solo ideal, a colheita não dá os resultados que se espera.
Procurando solucionar o problema, pode-se descobrir que o solo
é muito ácido. Para corrigi-lo, é preciso misturar calcário ao solo,
em um processo denominado calagem.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


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Descobrir qual é o problema do solo e como recuperá-


lo é uma atividade para especialistas. Os profissionais que
estudaram para isso são os agrônomos. Sem o auxílio de um
agrônomo, o agricultor corre o risco de piorar a qualidade do
solo que ele busca melhorar.

Como vimos, da “saúde” do solo depende a produção


agrícola que irá sustentar a humanidade. As queimadas,
problema que abriu nosso capítulo, são muito prejudiciais,
tanto aos seres vivos quanto ao solo, a queima dos restos
de cultura para facilitar a colheita gera economia em curto
prazo, mas traz danos ao longo dos anos. O fogo empo-
brece a matéria orgânica do solo (húmus) e elimina gran-
de número de microorganismos que reciclam a matéria
no meio ambiente, afetando a produtividade das plantas.
O fogo também promove erosões no solo, por deixar
mais soltas as partículas superficiais, causando deslizamentos
ou por expô-lo à ação das gotas de chuva, as quais aceleram
Queimada na Amazônia.
o transporte de minerais para os rios.

Releia a poesia de cordel com a qual abrimos este capítulo.

1. Os versos falam em “cinzas provindas de milhões de vidas, cruelmente da terra erradicadas”.


De onde vêm as cinzas citadas pelo autor, quem são essas “milhões de vidas”?

2. Retire do texto dois versos que mostrem a ausência de vida após as queimadas.

3. Imagine que você é um engenheiro agrônomo e recebeu algumas consultas sobre a


melhor forma de corrigir solos com problemas. Leia na ficha o problema apresentado no
local e anote um procedimento capaz de solucioná-lo.
a) Amostra 1 b) Amostra 2
Solo apresentando alto teor Solo encharcado, com excesso
de acidez. de água.

Solução: _______________ Solução: _______________

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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c) Amostra 3 d) Amostra 4
S o l o muito comp ac t ado Terreno muito seco, a germi-
(duro). nação é difícil.

Solução: _______________ Solução: _______________

4. Que papel desempenham o frio, o calor e as chuvas no processo de formação do solo?

O texto que se segue explica sobre o plantio do guaco, uma planta muito usada nas re-
ceitas caseiras para o tratamento da tosse.

“Para o plantio, recomenda-se solo arenoso e rico em matéria orgânica. O plantio se faz
por estacas de caule que apresentem, pelo menos, dois nós. Após o enraizamento, a muda
deve ser transplantada para um local que lhe sirva de suporte. No caso de optar-se pelo
plantio em vasos ou jardineiras, é necessário providenciar um apoio.
Por ser uma planta relativamente rústica, o guaco não exige muitos cuidados. Para garantir
um crescimento robusto, é recomendável, por ocasião do plantio, incorporar ao solo uma
adubação com húmus de minhoca. Nos períodos de seca, é importante estar atento para
manter a terra úmida, irrigando sempre que necessário, mas evitando encharcamentos”.

5. Descreva o solo ideal para o plantio do guaco.

6. Que tipo de materiais poderiam ser misturados ao solo de modo a torná-lo rico em matéria
orgânica?

7. O que é húmus?

8. Descreva uma forma de irrigação que poderia ser feita se a planta estivesse em um vaso.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


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9. Pesquise sobre o uso do arado nas antigas civilizações, como no caso do antigo Egito.

10. Você pode produzir um excelente adubo orgânico que, além de melhorar a qualidade
do solo em canteiros, jardineiras e vasos, irá reduzir o volume de lixo produzido em sua
casa. Por que haverá redução no volume de lixo?

Receita – Composteira
Sua matéria-prima

...folhas, sobras de comida, de leite, de farinha, galhos, palitos,


guardanapos, serragem, borra de café, flores murchas, cascas de
frutas e legumes, pedaços de madeira, saquinhos de chá, grama
cortada, cascas de ovos, poeira de varrição, insetos mortos, esterco,
ossos e caroços, bagaço de cana, e qualquer outro resto orgânico...
...é lixo? Ou não é?

Separando...

Separe todo o material produzido em sua cozinha, deixe em um


recipiente as latas, plásticos, papéis e vidros e, em outro, os restos
orgânicos.
Não use restos de carne, pois eles deixam um cheiro forte e desagra-
dável.

A composteira
Com madeiras velhas, monte um “caixão neozelandês” como o do
desenho.
Ele deve ter cerca de 3m3 e espaços que permitam a oxigenação do
material.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Montagem
Coloque os restos em camadas, intercalando com grama ou outras folhas secas. Regue a
pilha e revire periodicamente (a cada 2 dias). Em momentos de chuva forte, cubra a caixa
com tábuas (o excesso de água atrapalha o processo de decomposição).

Pronto??
Cerca de 2 meses depois o composto deverá estar pronto. Ele é
escuro, com cheiro de terra e homogêneo.

sugestão de livros:

RODRIGUES, Sérgio de Almeida. Destruição e Equilíbrio. São Paulo: Atual.


SCARLATO, Francisco C; PONTIN, Joel Arnaldo. Do Nicho ao Lixo. São
Paulo: Atual.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


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CAPÍTULO 6

Solo e Saúde
O solo pode ser poluído e contaminado, então você deve ser capaz de
identificar agentes que promovam essas alterações bem como deve
enumerar formas de combater a degradação do solo. Se o solo é fonte
de alimentos, pode também ser veículo de doenças, para saber evitá-
las é preciso conhecê-las, assim você também deve ser capaz de citar
algumas doenças transmitidas pelo solo contaminado.

Já vimos que o solo, direta ou indiretamente é fonte de alimento para todos os animais.
Mas, da mesma maneira que nos fornece condições de sobrevivência, ele pode também ser
veículo de doenças.

Que doenças são provenientes do solo?

Algumas das doenças que podem ser transmitidas pelo solo conta-
minado são causadas por vermes, então dizemos que são verminoses.
Dentre as mais comuns, podemos citar a ascaridíase (lombriga), a teníase
(solitária) e a ancilostomose (amarelão).
É importante saber um pouco mais sobre elas, e, principalmente,
sobre como agir para evitá-las.

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Ascaridíase
É causada por um verme
de formato cilíndrico deno-
minado Ascaris lumbricoides,
popularmente conhecido
como lombriga.
A contaminação acon-
tece quando os ovos do pa-
rasita, que se encontram no
solo, água ou alimentos con-
taminados, são ingeridos.
Uma vez dentro do cor-
po humano, larvas saem dos
ovos e percorrem um longo
caminho até retornar ao in-
testino. Veja o esquema do
ciclo de vida desse animal.

O que a gente sente quando está parasitado?

Os sintomas são variados. O verme pode causar dor de barriga, diarréia, náu-
seas, falta de apetite ou mesmo não causar nenhuma sensação diferente.
Quando há grande número de vermes, pode ocorrer obstrução do intes-
tino, o que é muito grave e merece atenção médica imediata.
As larvas podem contaminar as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse,
catarro com sangue ou crises com dificuldades respiratórias.
O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de fezes e o tratamento se faz com
medicamentos específicos. Para evitar a verminose, certas medidas de saneamento básico
são muito eficientes. Veja algumas delas:
- lavagem das mãos antes das refeições e após o uso do sanitário;
- lavagem de frutas e verduras com água-corrente;
- uso de água tratada e de instalações sanitárias adequadas.

Teníase
É uma verminose causada por dois tipos de vermes achatados, a Taenia solium e a Taenia
saginata. Observe a foto a seguir. É uma ampliação da cabeça, ou escólex, de uma Taenia
solium. Nela, podemos ver uma coroa de ganchos e ventosas, com as quais o animal se prende
ao intestino da pessoa parasitada.
A Taenia saginata não possui essa coroa de ganchos. Ela se prende apenas com as ventosas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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O corpo das tênias é longo e dividido em cen-


tenas de anéis denominados proglotes. Cada anel
possui aparelho reprodutor masculino e feminino
(as tênias são hermafroditas) e produz milhares de
ovos. À medida que esses ovos vão se tornando
“maduros”, os anéis vão se soltando do corpo do
verme e são levados ao exterior juntamente com
as fezes da pessoa contaminada. No ambiente,
esses ovos contaminam o solo e podem chegar
aos alimentos usados por porcos (T. solium) ou por
bois (T. saginata).
No tubo digestivo desses animais, os ovos se
rompem libertando larvas, que conseguem chegar à musculatura do animal, onde se alojam,
recebendo então o nome de cisticercos.
A contaminação humana acontece quando comemos carne crua ou mal cozida.
Veja no esquema o ciclo de vida desses animais:

A presença do verme no intestino causa dor abdominal, enfraquecimento e perda de peso.


A certeza da infestação se dá através de exame de fezes, quando é possível identificar as
proglotes ou os ovos do verme. O tratamento é feito com medicação específica.
O tratamento é muito importante porque a pessoa parasitada pode se auto-infestar, isto
é, ela pode ingerir ovos do verme abrigado em seu intestino e, nesse caso, a doença pode
ser muito mais grave. Esses ovos geram cisticercos que podem se alojar no cérebro ou nos
olhos, produzindo alterações neurológicas (do sistema nervoso) e até cegueira. Quando isso

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

acontece, dizemos que a pessoa está com cisticercose.


A prevenção depende do tratamento dos doentes, de medidas de saneamento básico e
do controle da saúde dos animais abatidos para consumo. Evitar carnes cruas também reduz
a chance de contaminação pelas tênias.

Ancilostomose
É causada por dois tipos de vermes, o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus.
Esses animais são bem pequenos, com tamanho que varia de 0,8 a 1,3 cm. Apesar de tão
pequenos, a presença de dezenas ou centenas de vermes no interior do intestino leva a um
enfraquecimento geral do organismo, porque cada um deles se alimenta de sangue, gerando
um quadro de anemia muito grave.

O ciclo da doença envolve a eliminação de fezes com ovos no meio ambiente. Dos ovos
saem larvas, que ficam no chão. Quando uma pessoa pisa descalça nesse solo contaminado,
as larvas entram pela pele, caem na corrente sangüínea e percorrem vários órgãos do corpo
até chegar ao intestino, onde se fixam e passam a se alimentar de sangue.
O exame de fezes confirma a infestação pela presença de ovos do verme. Há tratamento
com medicação específica.
A prevenção é feita através do uso de calçados, hábitos de higiene corporal, fervura da
água a ser ingerida e cuidados na preparação de alimentos.

Todas as doenças que você estudou neste capítulo têm em comum o fato
de serem causadas por vermes, mas, além disso, se você observar o ciclo de
transmissão delas poderá notar mais uma coisa em comum. Leia de novo.
Que semelhança você encontrou?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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Não achou nada? Veja a forma pela qual o verme chega ao ambiente. Sempre é através
dos dejetos de outra pessoa contaminada, não é?
Então, podemos concluir que se esses dejetos tivessem tido outro destino, a doença não
se “espalharia”.
É isso mesmo. Se as condições de saneamento forem adequadas, isto é, se houvesse água
tratada e os dejetos fossem encaminhados para sistemas de tratamento, não contaminando
o meio ambiente, as verminoses quase desapareceriam.

Mais Informações Sobre Ancilóstomas

Existem outras espécies de Ancylostoma capazes


de parasitar o homem?

Sim!
O Ancylostoma braziliense e o Ancylostoma caninum são parasitas
de outros animais, em especial dos cães. Nas fezes desses animais,
pode haver ovos dos vermes que, em contato com o solo ou com a
areia das praias, libertam larvas, denominadas larvas migrans. Quan-
do em contato com a pele humana, tentam atravessá-la, mas ali não
conseguem chegar à corrente sangüínea para completar seu ciclo de desenvolvimento e ficam
se movimentando logo abaixo da superfície. Isso causa coceira e grande desconforto. Veja na
foto o aspecto do local onde a larva está “caminhando”.
Por causa do aspecto tortuoso da “trilha”, o nome popular da infestação é bicho-geográ-
fico. As larvas são comuns nas areias de praias onde as pessoas teimam em levar seus cães.
O tratamento é feito sob orientação médica. NUNCA fure as marcas em busca da larva, isso
pode causar uma séria infecção.
A prevenção depende de as pessoas NÃO levarem cães à praia.
Individualmente, podemos evitar o
contato direto com a areia, sentando em
toalhas e não caminhando descalço, mas
usando chinelo.

Aproveitando que estamos falando


de parasitas que vivem no solo e gostam
de se alojar na pele humana, vamos citar
um outro animal que causa também co-
ceira intensa, desconforto e, nos casos de
infestação mais numerosa, pode levar a
infecções mais complicadas.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Você tem idéia a respeito de que parasita vamos falar? Talvez você mesmo já
tenha sido “atacado” por esse animal.
Estamos falando de um parasita muito comum em áreas rurais ou em terrenos arenosos,
secos e quentes, próximos a chiqueiros ou ao redor das casas. Para muitas pessoas, ele causa
uma “coceirinha gostosa”, porém, não se engane, o local pode infeccionar e dar muito cuidado
para tratar. Então, adivinhou que “bicho” é esse?

É o “bicho-de-pé”?

Isso mesmo! A infestação é causada por


uma pulga, denominada Tunga penetrans.
Menor de todas as pulgas, mede apenas um mi-
límetro, vive em diversos animais, inclusive nos
porcos e cães.
As fêmeas colocam seus ovos na pele dos
hospedeiros. Elas furam a pele, entram no buraco e ficam ali, colocando ovos em tão grande
quantidade que o abdome incha e fica bem volumoso. Esses ovos caem no chão e dão origem
a novas pulgas.
Apesar do nome popular, a pulga pode se alojar em qualquer lugar, não só no pé.
O animal deve ser retirado do local com auxílio de uma agulha esterilizada. A pessoa in-
dicada para fazer esse procedimento é o médico, pois ele poderá desinfetar adequadamente
o ferimento evitando complicações.

Tétano
Muitas outras doenças têm seu ciclo relacionado ao solo, entre elas, e talvez a mais rele-
vante, o tétano. Causado por uma bactéria, o Clostridium tetani, a doença pode evoluir rapi-
damente e levar à morte. No interior, é conhecida também como “mal dos setes dias”.
A bactéria vive no intestino de herbívoros e chega ao exterior junto com as fezes desses
animais. Fica no solo na forma de esporos, que podem contaminar ferimentos profundos onde
a bactéria encontrará condições de se desenvolver e desencadear a doença.
Muitas pessoas acreditam que o tétano é causado por objetos enferrujados, mas isso não
é verdade. Qualquer objeto cortante ou perfurante, contaminado pelos esporos do bacilo do
tétano, pode causar a infecção.
Para evitar o tétano, os ferimentos devem sempre
ser limpos com água e sabão. No entanto, ferimentos
profundos ou perfurantes requerem um atendimento
especializado em que se limpará o ferimento e será
aplicado o soro antitetânico.
A melhor forma de prevenir a doença é através de
vacina específica que faz parte do calendário de vaci-
Bacilos causadores do tétano. nação obrigatória.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


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1. Das doenças cujo ciclo de transmissão envolve uma fase no solo, algumas são verminoses,
identifique-as assinalando com um V dentro do parênteses.
( ) ancilostomose.
( ) bicho de pé.
( ) tétano.
( ) teníase.
( ) ascaridíase.

2. A ancilostomose é conhecida popularmente como amarelão. Sabendo que ela causa


anemia, e que anemia é a diminuição dos glóbulos vermelhos do sangue, procure relacionar
o nome popular da doença ao aspecto apresentado por seus portadores.

Leia as informações abaixo e a seguir responda ao que se pede:

Monteiro Lobato foi um de nossos maiores escritores, dono de um texto forte, sem meias
palavras, entre 1914 e 1915, “pintou” um retrato muito crítico sobre o caboclo brasileiro,
dando a ele a denominação de Jeca Tatu, um indivíduo preguiçoso e sem ambição, que
poderia ver a casa cair sem se mexer para evitar o estrago. Anos depois, percebendo que
a moleza e a preguiça eram mais uma questão de doença do que de má índole, Monteiro
procurou se retratar e, em Urupês, entre muitos outros textos, ele afirmava sobre o Jeca:
“Está provado que tens no sangue e nas tripas um jardim zoológico da pior espécie. É essa
bicharia cruel que te faz papudo, feio, molenga, inerte. Tens culpa disso? Claro que não.”
(Urupês, prefácio à 4ª edição, 1919)

3. O que Lobato quis dizer quando cita a existência de um“jardim zoológico”nas“tripas”do Jeca?

4. Que animais poderiam compor esse “jardim zoológico”?

5. A presença de tais “inquilinos” poderia ser a causa da “preguiça”? Justifique.

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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6. Sabendo que, no passado, o hábito de andar descalço era muito comum, principalmente
entre os habitantes do meio rural, que tipo de verminose teria sua disseminação facilitada
por esse costume?

7. Observe a placa ao lado. Ela pode ser encontrada nas praias em alguns
países. Justifique a proibição de levar cães à praia.

8. Imagine que você é o responsável por um setor da administração municipal encarregado


de orientar as pessoas sobre os riscos da ancilostomose. Desenhe um folheto contendo in-
formações sobre os males da doença, como evitá-la e de que modo buscar tratamento.

9. Cite medidas de higiene básica que auxiliam a reduzir a ocorrência das verminoses.

10.Um amigo seu se cortou em um caco de vidro que estava no chão e diz que não há perigo
nisso, porque perigosos mesmo são os cortes causados por pregos e latas enferrujadas.
Você acha que ele tem razão? Se não tem, o que deve ser feito?

11.Pesquise em um posto de saúde da região a ocorrência de verminoses.Verifique se há estatís-


ticas sobre o problema. Relacione os dados encontrados à condições de saneamento básico.

sugestão de sites:
http://www.canalkids.com.br/higiene/vocesabia/junho01.htm
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc144d1.htm

sugestão de livro:

CAVINATTO, Vilma Maria. Saneamento Básico – Fonte de Saúde e Bem-


Estar. São Paulo: Moderna.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


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RECAPITULANDO
A Terra é formada por regiões: atmosfera, hidrosfera, litosfera ou crosta terrestre.
Abaixo da crosta terrestre estão o manto e o núcleo.
A crosta é formada por minerais, quando o mineral tem valor econômico dizemos que é
um minério.
Da crosta são extraídos metais e pedras preciosas. Os metais preciosos mais usados são
a prata, o ouro e a platina.
As pedras preciosas são o diamante, o rubi, a safira e a esmeralda.
O Brasil produz grande quantidade de pedras semipreciosas, como os topázios, turmalinas,
ametistas e água-marinhas.
As rochas ígneas ou magmáticas têm origem vulcânica, são resultado do resfriamento
do magma.
Quando o magma resfria na superfície, dá origem a rochas extrusivas, como o basalto e
a pedra pomes.
Quando o resfriamento acontece abaixo da superfície, a rocha é denominada intrusiva, é
o que acontece na formação do granito.
Uma rocha sedimentar ou estratificada é formada pelo acúmulo de sedimentos.
Restos de seres vivos podem ficar entre as camadas de sedimento dando origem a fósseis.
Um fóssil vivo é um animal cujos vestígios fósseis são muito antigos, porém, até hoje há
exemplares vivos desses seres, que são muito parecidos com seus ancestrais.
Os depósitos calcários são a origem das cavernas, que se formam pela ação erosiva da água.
O petróleo foi formado pela transformação dos restos de seres microscópicos que
habitavam os mares do passado há milhões de anos.
O carvão mineral é resultado da lenta transformação de florestas do passado.
As rochas metamórficas são resultado da transformação de rochas pré-existentes. Os
agentes dessa transformação são o calor e a pressão.
São rochas metamórficas: a ardósia, o mármore e o gnaisse.
O solo se forma pela lenta decomposição das rochas da crosta terrestre, conseqüência da
ação da chuva, dos ventos, das variações de temperatura e de microorganismos.
Um solo tem, basicamente, quatro elementos: areia, argila, calcário e húmus.
De acordo com a quantidade de cada um desses elementos o solo pode ser: arenoso,
argiloso, calcário ou humífero.
O solo agrícola deve ter um equilíbrio entre esses elementos.
Algumas técnicas auxiliam no plantio e preservação do solo: rotação de culturas, adubação
verde, adubação inorgânica e orgânica, curvas de nível, irrigação, drenagem, aração, calagem.
O solo pode transmitir doenças, como algumas verminoses: ascaridíase, ancilostomose,
teníase, bicho-geográfico. Pode também transmitir o bicho-de-pé e o tétano.
A melhor forma de reduzir essas ocorrências é com medidas de higiene sanitária, uso de
calçados, controle das carnes consumidas e vacinação (no caso do tétano).

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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2. c)
GABARITO
3. As mais antigas se formaram durante o pro-
Capítulo 1 cesso de resfriamento da crosta terrestre, há
milhões de anos. As mais jovens estão sendo
pág. 8 formadas hoje, em cada região da Terra onde
haja um vulcão em atividade.
1. b)
4. A lava expelida resfria e vai sendo lentamente
2. c) transformada em solo, um dos solos mais fér-
teis que existem, e a vegetação se desenvolve
3. Yuri Gagarin. com facilidade.

4. Magma. 5. O basalto é liso, duro e negro. A pedra-pomes


é cinzenta, leve, com muitos poros em sua
5. Rocha. superfície e pode ser facilmente quebrada.

6. Minério. 6. Os vulcões deixam escapar a pressão acumu-


lada no manto para o exterior da crosta.
7. a) Turmalinas.
b) Poderia ter encontrado águas marinhas, 7. Arremessadas à atmosfera, provocaram, de
topázios, ametistas. imediato, na região, escuridão. Em um efeito
c) Porque elas são mais raras e mais duras mais prolongado, o global, a queda nas tem-
do que as pedras denominadas de semi peraturas médias da Terra durante dois anos.
preciosas.
8. Foram as cinzas que inicialmente tornaram os
céus escuros e foram elas que, circulando pe-
8. Porque ali as temperaturas e pressões são las altas camadas da atmosfera durante dois
extremamente elevadas. anos, dificultaram a passagem da radiação
calorífica do Sol.
9.
9. A maior parte das pessoas morreu em conse-
qüência das ondas gigantescas que varreram
as ilhas da região.

10. Na Indonésia, entre as ilhas de Java e Sumatra.


10.O quartzo pode ser riscado pelo coríndon 11.Surgiu no meio do oceano a partir de ativi-
e pelo diamante. dade vulcânica da crosta sub oceânica.

12.Cinzas e pedra-pomes.
Capítulo 2
13.Ver mapa.
pág. 12
1. b) 14.Pesquisa.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Capítulo 3 14.Porque o animal que pode ser pescado


ainda hoje é quase igual aos fósseis de 350
pág. 19 milhões de anos, ou seja, esses animais, ao
longo de todo esse tempo, praticamente
1. Sedimentares.
não sofreram modificações.
2. Cavernas.
15.Ver mapa.
3. Erosão.

4. Estratificadas. Capítulo 4
pág. 26
5. Arenito e conglomerado ou folhelho ou
argilito. 1. e)

6. Porque o basalto e o granito são rochas 2. b)


originadas do magma a altas temperaturas
que carbonizam qualquer matéria orgânica 3. 5,3,1,2,4
que caia sobre ele.
4. A rocha ígnea é o granito e a rocha meta-
7. Não, um fóssil deve ser o vestígio de um ser mórfica é o gnaisse.
que viveu há milhares de anos.
5. “Um granito que se formou a partir do res-
8. As faixas são resultado do acúmulo de friamento de um magma nas profundezas
camadas de sedimentos, umas sobre as da crosta.”
outras.
6. O vento e as chuvas.
9. Porque o petróleo é formado em rochas
sedimentares.
7. Xisto (rocha metamórfica), calcário (rocha
sedimentar), mármore (rocha metamórfica),
10.São microorganismos que viviam nos ma- arenito (rocha sedimentar).
res do passado.
8. Deve ser granito.
11.Nesse caso, o processo de transformação
daria origem ao carvão mineral. 9. Cobre, manganês, platina e ouro.

12.Pesquisa. 10.São fósseis. As rochas metamórficas não


costumam conservar fósseis, porque os
13.São seres dos quais existem registros fós- processos que levam a sua formação des-
seis muito antigos e dos quais, no entanto, troem os vestígios de seres vivos.
ainda existem representantes vivos, muito
parecidos a seus ancestrais.

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Capítulo 5 Capítulo 6
pág. 36 pág. 46
1. São os animais, as plantas e os microorga- 1. ( V ) ( ) ( ) ( V ) ( V )
nismos destruídos pelo fogo.
2. A anemia deixa o doente pálido, daí o nome
popular da doença.
2. Calam-se as aves, já nada mais brada, os
pássaros nas copas não voejam.
3. Ele faz referência à existência de muitos
vermes parasitando o intestino do Jeca.
3.
a) Amostra 1: calagem. 4. Poderiam ser vermes, como o ancilóstoma,
b) Amostra 2: drenagem. a tênia, o áscaris.
c) Amostra 3: aração.
5. Poderia, porque esses parasitas roubam
d) Amostra 4: irrigação. alimento do hospedeiro e o ancilóstoma
se alimenta de sangue, levando à anemia
4. Eles são os fatores que levam à fragmenta- enfraquecedora do organismo.
ção das rochas e formação dos solos.
6. A ancilostomose ou amarelão.
5. Solo arenoso: com cerca de 70% de areia, é 7. Nas fezes dos cães podem haver ovos desse
bastante permeável e não acumula água, a animal. Dos ovos saem larvas microscópicas
matéria orgânica é o húmus que irá fornecer que ficam sobre a areia e podem entrar na
os minerais de que as plantas necessitam. pele de quem caminhar ou sentar sobre elas.

6. Cascas, folhas, capim cortado, restos de ou- 8. Resposta pessoal.


tras plantações.
9. A lavagem das mãos antes das refeições e
após o uso do sanitário, a lavagem de fru-
7.É a matéria orgânica resultante da transfor- tas e verduras com água corrente, fazer uso
mação dos seres vivos que caem sobre o
de água tratada e de instalações sanitárias
solo. adequadas.

8.Poderia ser regada com regador comum. 10. Não. Qualquer corte profundo pode ser
contaminado pelo bacilo causador do té-
9.Pesquisa. tano, a ferrugem não tem nada a ver com
a doença. Cortes profundos ou perfurantes
devem ser vistos por profissionais de saú-
10.Porque uma boa parte do lixo produzido de e, se necessário, deve ser administrado o
nas residências é material que poderia ser soro antitetânico.
usado na formação da composteira.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Já estudamos o nosso planeta em suas características físicas.


Porém, a Terra não pode ser entendida apenas em sua
dimensão física, ela também é o planeta da VIDA.
Os seres vivos mantêm uma relação de total dependência
das condições do ambiente. E essa relação não é estática;
eles também promovem alterações no ambiente e mantêm
ligações entre si.
Compreender as relações dos seres vivos com o meio e entre
si auxiliará a respeitar o ambiente e assumir atitudes de
preservação.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 1

Ecologia
Depois de seus estudos, você deverá ser capaz de conceituar ecologia,
indivíduo, população, comunidade, ecossistema e biosfera, e caracterizar
os três biociclos: o terrestre, o de água doce e o de água salgada.
Nos biociclos aquáticos, você deverá citar exemplos de organismos
planctônicos, nectônicos e bentônicos, identificando o modo de vida
desses seres.

Você, com certeza, já ouviu muitas vezes alguém fazer referência à palavra ecologia, ela
aparece com freqüência nos noticiários e mesmo nas conversas em geral.

Qual a origem e o significado da palavra ecologia?

A palavra ecologia foi empregada pela primeira vez em meados do


século XIX, pelo biólogo alemão Ernst Haeckel. Formada pela reunião
das palavras gregas oikos (casa) e logos (estudo), ela tem o sentido de
“estudo da casa” ou “estudo do lugar em que se vive”.
Apesar da palavra ter sido criada há tanto tempo, foi a partir dos anos
50 do século XX que a ecologia, como ciência, passou a ter a importância que hoje damos a
ela. Um dos marcos da luta pela qualidade e preservação do meio ambiente foi a publicação
do livro Primavera Silenciosa, em que a autora, Rachel Carson, chama a atenção para os efeitos
da ação do homem sobre o meio.
Apesar da luta pela consciência ambiental já ter mais de 50 anos, ainda vemos inúmeros
exemplos de desrespeito à natureza e de ações causadoras de desequilíbrio.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A repercussão dessas ações muitas vezes


não é sequer imaginada porque as relações dos
seres entre si e com o meio são muito mais
complexas do que se imaginava.
Observe o desenho ao lado. É possível ver
um grande número de organismos que man-
têm relações de interdependência.
Uma lagoa como a que aparece na repre-
sentação pode ser considerada um ecossiste-
ma, a unidade ecológica para fins de estudos.
Um ecossistema é formado por uma comuni-
dade biótica, isto é, pelos seres que vivem em
um local e os fatores abióticos, que compreendem
todas as condições físicas e químicas não vivas
do meio.
Um ecossistema não tem tamanho determinado; ele pode ser pequeno como uma poça de
água ou imenso como a Floresta Amazônica.
No ecossistema, os organismos de mesma espécie que ali vivem compõem uma população.

Uma Lagoa Como um Ecossistema


Os seres vivos que habitam a lagoa e seu entorno podem ser divididos em três categorias
de organismos:
Produtores – São os organismos capazes de produzir seu próprio alimento por meio da
fotossíntese. Na lagoa, as plantas da margem e do fundo e as algas microscópicas que
flutuam sobre a água formam um conjunto de seres denominado fitoplâncton.
Consumidores – São os organismos que dependem das plantas ou de outros animais para
obter seus alimentos. Fazem parte desta categoria os animais em geral, representados,
na lagoa, pelos peixes, insetos e aves das margens, caramujos e seres microscópicos que
flutuam na superfície e formam um conjunto denominado zooplâncton.
Decompositores – São representados pelos fungos e bactérias, seres que se alimentam
de restos de plantas e de animais, fazendo uma reciclagem de diversos elementos para o
meio ambiente.
Você pode perceber que os diversos seres vivos se relacionam no que diz respeito à alimen-
tação. A alimentação, na verdade, é transferência de energia. A energia do Sol é absorvida pelas
plantas e transferida aos animais herbívoros (também denominados consumidores primários)
quando eles as comem, e aos carnívoros (consumidores secundários ou terciários, dependendo do
ponto em que eles se inserem na cadeia alimentar) quando se alimentam de outros animais.
Essa relação dos seres vivos forma uma cadeia alimentar. Veja um exemplo de cadeia
alimentar na lagoa:
Plantas do fitoplâncton ⇒ larva de insetos ⇒ rãs ⇒ aves da margem
(produtores) ⇒ (consumidores primários) ⇒ (consumidores secundários) ⇒ (con-
sumidores terciários).

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Muitas outras cadeias acontecem em um ecossistema como a lagoa e entendê-los auxilia


a perceber os efeitos das substâncias lançadas no meio ambiente.
O homem também faz parte das cadeias alimentares, veja como ele poderia participar de
uma cadeia alimentar da lagoa:

Os fatores abióticos da lagoa determinam o tipo de organismos que ali se desenvolvem.


Alguns desses fatores são a temperatura das águas, a composição das rochas, a quantidade de
luz, de ventos e de chuvas.
Mas se os fatores abióticos influenciam nos tipos de seres que viverão naquele ecossistema,
a presença desses seres também interfere e modifica esse ambiente, por exemplo, os restos de
plantas e de animais, ao longo do tempo, tornam a lagoa mais rasa e isso pode modificar todo
o meio.
Já vimos que um ecossistema é o conjunto de seres de um local, bem como os fatores físi-
cos que ali atuam. Na Terra há muitos ecossistemas, e ao conjunto de todos eles denominamos
biosfera.
Podemos identificar três modos de vida na biosfera, denominados biociclos: o biociclo
terrestre, o de água doce e o marinho.
O biociclo terrestre, também denominado epinociclo, compreende todos os ambientes
das terras emersas. Embora represente apenas 28% da área total do globo terrestre, é nele que
observamos a maior variedade de espécies, com predomínio da flora (plantas) sobre a fauna
(animais). É no epinociclo que ocorrem as maiores variações de fatores ecológicos e alterações
climáticas, o que influencia na distribuição dos organismos.
Nos ambientes terrestres, podemos identificar áreas de campos, florestas e desertos. Veja:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Campo Floresta Deserto

No biociclo das águas doces, também chamado limnociclo, podemos identificar siste-
mas de águas paradas, como os lagos, as lagoas e os pântanos e sistemas de águas correntes,
como os rios, os riachos e as corredeiras.
No início do capítulo, mencionamos algumas características de uma lagoa. Ali, há grande
quantidade de fitoplâncton e cadeias alimentares completas e muito emaranhadas.
Nos sistemas de águas correntes, há pouco fitoplâncton e, por isso, a maior parte da maté-
ria orgânica usada como alimento é “importada” de outros lugares, como folhas e frutos que
caem das árvores às margens dos rios. As águas são muito oxigenadas e os seres que nelas
vivem têm adaptações para suportar a correnteza. Alguns vivem agarrados às rochas. Outros
se escondem debaixo de pedras.

O biociclo marinho, também denominado talassociclo, é o mais extenso dos biociclos,


cobrindo cerca de 70% da superfície terrestre. Com profundidades que podem chegar a
11000m, onde não há luz e as pressões são esmagadoras, esse biociclo é o menos conhecido.
Com freqüência, os submersíveis de pesquisa em profundidade têm se deparado com seres
cuja existência ninguém supunha.
Os oceanos são os ambientes mais estáveis. As variações de temperatura são muito pe-
quenas e outros fatores como ventos, chuvas, neve ou tempestades pouca influência têm.
A demarcação de diferentes áreas no meio líquido é feita principalmente pela presença
da luz, que penetra bem na água até 100m, mas vai se tornando cada vez mais fraca até que
aos 400m a escuridão é total.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Nos ambientes aquáticos, podemos reconhecer três grupos de seres vivos:


Os planctônicos ou constituintes do plâncton: aqueles que não possuem movimento
próprio e são arrastados passivamente pela correnteza. Vivem na superfície das águas.
Os nectônicos ou constituintes do nécton: aqueles que possuem movimentos próprios,
neste grupo estão os peixes, tartarugas, baleias, golfinhos, crustáceos e celenterados (água
vivas).
Os bentônicos ou constituintes do bênton: aqueles que vivem junto ao fundo, fixos ou
rastejantes, como estrelas-do-mar, lagostas, esponjas, corais, vermes.

Assinale x na única alternativa correta:

1. Quando analisamos fatores físicos e biológicos que ocorrem em uma determinada área,
estamos estudando o(a):
a) comunidade.
b) população.
c) indivíduo.
d) ecossistema.
e) cadeia alimentar.

2. São organismos decompositores:


a) peixes e moluscos.
b) fungos e bactérias.
c) bactérias e plantas verdes.
d) plantas verdes e animais em geral.
e) insetos e moluscos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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3. Assinale P para produtor, C1 para consumidor primário e C2 para consumidor secundário:


( ) grama. ( ) leão quando se alimenta de uma zebra.
( ) boi. ( ) milho.
( ) falcão quando caça uma lebre. ( ) lebre.
( ) cavalo. ( ) alface.

4. O livro Primavera Silenciosa traz um importante alerta sobre os riscos da pulverização


de pesticidas sobre a lavoura. Na página 55, podemos ler:

“No verão de 1960, os funcionários de um refúgio de animais silvestres encontraram


centenas de pássaros mortos ou moribundos. (...) Na maioria, esses pássaros pertenciam
a espécies de comedores de peixes: garças, pelicanos, mergulhões, gaivotas. Efetuada a
análise, verificou-se que essas aves continham resíduos de inseticidas. Os peixes dos lagos
também continham os mesmos inseticidas em seus corpos, verificando-se o mesmo em
relação ao plâncton. A origem desses pesticidas são as lavouras da região. A chuva e os
rios carregam para o lago essas substâncias venenosas.”
(adaptado de CARSON, Rachel. Primavera Silenciosa. São Paulo:Melhoramentos, 1964.)

a) Usando as informações do texto, faça o esquema de uma cadeia alimentar que poderia
ser observada nesse lago.
b) Nesse esquema, quem seriam os consumidores primários? E os secundários?

5. Por que podemos dizer que a floresta Amazônica é um ecossistema?

Leia o texto e responda ao que se pede:

No deserto vermelho da Austrália, existe uma planta denominada Spinifex, leia um pouco
mais sobre ela:

“As folhas do Spinifex são estreitas e duras, mas isso não impede que cupins e formigas as
comam. Esses insetos, por sua vez, são presas de aranhas e lagartixas, que caçam entre as
moitas durante a friagem da noite. Os pássaros também se beneficiam: as rolas alimen-
tam-se das sementes encontradas ao redor das moitas meses depois delas terem caído
da planta, ressecadas pelo forte calor do deserto.”

6. Retire do texto dois fatores abióticos característicos do deserto.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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7. O texto cita diversos componentes bióticos do ecossistema desértico. Anote dois deles.

8. Esquematize duas cadeias alimentares que poderiam ser observadas no deserto vermelho
da Austrália.

9. Imagine que você embarcou em um submersível durante uma viagem de estudos. À


medida que a embarcação descia você foi anotando o que segue:

“Logo na linha da superfície foi possível realizar uma coleta em que havia grande quan-
tidade de larvas microscópicas que vivem flutuando ao sabor das correntes. Descendo
um pouco mais, pudemos ver cardumes de sardinhas; um ou outro golfinho tentando se
alimentar delas e dois tubarões com “cara” nada amistosa. Em seguida, uma lesma do mar,
conhecida como “dançarina espanhola” fez evoluções na frente da embarcação. Continu-
amos descendo e, quando a luz já era muito fraca, vimos, no fundo, dezenas de lagostas
caminhando em direção a algum lugar, qual? Ao lado delas podiam ser vistas belas esponjas
e alguns equinodermos que, fixos ao fundo, mais pareciam pequenas árvores.”

Muitos organismos foram citados no texto, separe-os em componentes do:


a) plâncton b) nécton c)bênton

10.Pesquise fatores abióticos importantes e característicos do ambiente amazônico.

sugestão de leitura

RODRIGUES, Sérgio de Almeida. Destruição e Equilíbrio. São Paulo: Atual.


SANTOS, André C. A. dos; DOMINGOS, Mário D. O Plâncton. São Paulo:
Ática, 1997.

sugestão de sites
http://www.wwf.org.br/amazonia/default.htm
Este site é do World Wide Found (Fundo Mundial para a Natureza) no Brasil
e, no link biomas, você encontrará informações sobre as principais formações
ecológicas brasileiras, inclusive sobre a Amazônia.

http://www.fbpn.org.br/sql/FBPN/Portaql/portal_fund_frameset.asp
Este é o site da Fundação Boticário e o link Trabalho Escolar pode ser muito
útil em suas pesquisas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 2

Ecossistemas e
sua Dinâmica
Ao concluir seus estudos sobre este capítulo, desejamos que você
seja capaz de descrever uma sucessão ecológica e perceber que os
seres se relacionam das mais diversas maneiras no meio ambiente.
Você já sabe que uma erupção vulcânica é um acontecimento capaz de causar muita
destruição nas áreas mais afetadas pelo calor e pela ação do magma. Sabe que o magma, ao
resfriar, dá origem a uma rocha, o basalto, e que o basalto origina um dos tipos de solo mais
férteis que existem.

Mas, naturalmente, a rocha não vira solo de um dia para


o outro e a ocupação do lugar pelos seres vivos é lenta,
então, de que modo essa ocupação acontece?

A ocupação de um território recebe o nome de su-


cessão ecológica e pode ser primária ou secundária.
Na sucessão primária, há a ocupação de uma região
onde nunca houve vida. Parece difícil que haja lugares
assim, não é? Uma rocha nua é um desses lugares. Na foto
da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, é possível ver que
algumas paredes da pedra têm a superfície lisa, nelas não
há nem uma plantinha sequer.

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

É verdade que isso se dá também porque esses paredões são


verticais, o que torna bem difícil a fixação da vegetação. Porém, há
organismos que, apesar dessa dificuldade, conseguem se instalar
em pedras tão verticais quanto essa.
As “manchas” que você vê na pedra ao lado são áreas ocupa-
das por organismos pioneiros, isto é, organismos capazes de se
instalar em superfícies nunca habitadas anteriormente.
A pedra da foto está coberta por líquens, estruturas que se
formam pela associação entre dois tipos de organismos: algas e
fungos.
O líquen produz pequenas quantidades de ácidos que corro-
em a pedra e, lentamente, ela vai se desmanchando, produzindo
pequenas porções de solo em que plantas maiores podem se
fixar.
É a vez dos musgos encontrarem condições de sobrevivência
e se instalarem. Quando isso acontece, insetos e outros animais de
pequeno porte já circulam pelo local e, em breve, a pedra antes
desabitada abrigará uma variada comunidade.
Veja na foto ao lado um exemplo dessa lenta ocupação da
superfície de uma pedra: as estruturas em cinza são os líquens e
as partes em verde são os musgos.

Agora pense: será que esse processo se limita a uma


pequena pedra como a que vimos na foto?

Certamente que não. A sucessão ecológica primária, a partir da ação de organismos pio-
neiros, ocorre também em regiões bem maiores. Os cientistas vêm estudando esse processo
em relação à ilha de Surtsey, aquela sobre a qual falamos no capítulo que trata dos vulcões.
Você lembra que essa ilha “nasceu” de uma erupção vulcânica no meio do mar, em 1963, e
que, durante três anos e meio, lava, cinzas e pedras foram se acumulando? Hoje, Surtsey tem
2,8 km2 de superfície e assim que a lava começou a resfriar, os cientistas passaram a monitorar
o local, para descobrir de que modo ele iria ser povoado.
As espécies pioneiras chegaram trazidas pelos ventos, pela correnteza ou pelas aves e,
em pouco tempo, a ilha já contava com uma variada população de plantas. Em 1987, eram
25 espécies diferentes. Desde 1970 aves chegam para fazer seus ninhos e os insetos alados
também são numerosos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Sucessão Primária: 1.
rocha nua; 2. líquens
se instalam; 3. musgos
e gramíneas se esta-
belecem; 4. pequenos
arbustos conseguem
s e f i x a r ; 5 . á r vo re s
encontram substrato
suficiente; 6. uma co-
munidade clímax está
estruturada, nela há
uma condição de equi-
líbrio entre os diversos
organismos, conferindo
uma situação estável

Sucessão Secundária
As sucessões secundárias acontecem quando uma comunidade clímax é destruída.

Como isso pode acontecer?

Existem duas possibilidades:


naturalmente, quando há um incêndio espontâneo ou uma erupção vulcânica
devastadora, por exemplo;
pela ação do homem quando derruba a floresta ou coloca fogo na mata.

Nesses casos, a área já havia sido ocupada anteriormente e é novamente povoada. Em um


processo lento, mas constante, novas plantas se instalam, outros animais trafegam pelo local,
formigas constroem seus ninhos e, assim, a vida vai voltando, até que uma nova comunidade
clímax esteja formada.
Observe as fotos que seguem. A
primeira mostra os efeitos da erupção
do monte Santa Helena, em maio de
1980, nos Estados Unidos; a segunda,
revela a vida começando a retornar
ao local.

As árvores em um raio de muitos quilômetros ao


redor do vulcão foram simplesmente arrasadas
como se fossem pequenos palitos. Na foto, tirada
em setembro de 1980, dois pesquisadores reali-
zam estudos do fenômeno (estão circulados em
amarelo). Pela comparação você pode notar que
as árvores derrubadas eram muito grandes.

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Esta foto foi tirada em agosto de 1984. É possí-


vel ver plantas com flores fixadas sobre o solo
coberto de cinzas. Em 1985, algumas encostas
do vulcão já estavam cobertas de grama e pe-
quenos arbustos. Também havia aves, répteis
e pequenos mamíferos circulando pelo lugar
além de anfíbios e peixes nos rios da região.

Os Seres se Relacionam
Se você prestou atenção, viu que os organismos não só dependem do meio ambiente,
mas também são capazes de alterá-lo, além disso, mantêm intensas relações entre si. Na su-
cessão ecológica há uma seqüência de organismos que vão se estabelecendo e ampliando
a teia de relações.
Algumas vezes, a relação auxilia a sobrevivência das duas espécies; nesse caso, as relações
são harmônicas; outras vezes, elas favorecem uma das espécies e prejudicam a outra, são as
relações desarmônicas.

Você viu que um dos organismos pioneiros na sucessão ecológica são os líquens.
Dissemos que esse tipo de organismo é resultado da associação entre algas e fungos.
Pense um pouco e responda: o líquen é resultado de uma relação harmônica ou
desarmônica?
Se você pensou que é harmônica, acertou!

Vamos ler um pouco mais sobre essas relações.

Relações Harmônicas
Mutualismo
É a associação entre duas espécies em que ambas se beneficiam a ponto de não poderem
viver de forma independente. Nessa situação, encontramos os líquens, nos quais as algas fa-
zem fotossíntese e os fungos retêm umidade. A associação é tão eficiente que permite a esses
organismos se instalarem onde nenhum outro se fixou antes, porém, as algas e os fungos que
fazem parte de um líquen só vivem em presença uns dos outros.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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Protocooperação
Também é uma relação de benefício mútuo, porém, os
indivíduos podem viver de forma independente.
Um exemplo desse tipo de associação acontece entre
certos pássaros e o gado. O pássaro come os carrapatos que
parasitam o boi. Ao fazer isso, ele se beneficia por encontrar
alimento e o boi se “livra” dos incômodos carrapatos.

Inquilinismo
É a associação em que uma das espécies se fixa ou se abriga em outra,
sem prejudicá-la.
Podemos ver esse tipo de associação entre as orquídeas e as árvores
em que crescem.

Algumas associações envolvem muitos indivíduos, é o caso das so-


ciedades e das colônias.

Sociedade
É uma associação entre indivíduos de mesma espécie que
dividem tarefas dentro do grupo. As sociedades mais conhecidas
são as das formigas, das abelhas e dos cupins.
Em um formigueiro, há grupos de formigas responsáveis pela
defesa; outros pela limpeza e obtenção de alimentos e outros
pela reprodução.
A mesma divisão de tarefas pode ser observada entre os
cupins e as abelhas.

Colônia
Em uma colônia, existem inúmeros indivíduos que podem exercer tarefas específicas ou
não, porém, diferente do que acontece em uma sociedade, eles se mantêm unidos fisicamen-
te (não são independentes). São exemplos de colônias os corais, como coral-cérebro da foto
abaixo.

Coral-cérebro, formado pela união de milhares de


pólipos de coral. Aqui não há divisão de tarefas.

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Relações Desarmônicas
Parasitismo
Associação em que uma das espécies, o parasita, vive
sobre ou dentro de outra, o hospedeiro, e se alimenta dela.
Os parasitas mais bem adaptados convivem longo tempo
com seu hospedeiro sem matá-lo, isso lhes garante alimen-
to e abrigo seguros.
Os parasitas externos ao corpo, como pulgas e carrapa-
tos, são denominados ectoparasitas. Aqueles que vivem
dentro do corpo, como vermes, vírus, bactérias e alguns
protozoários, são denominados endoparasitas.
Na foto ao lado vemos um ectoparasita de plantas, um
pulgão, que se alimenta da seiva produzida pelo vegetal.

Predatismo
É a relação em que um animal, o predador, mata outro,
a presa, para dele se alimentar.
O tubarão da foto é um exemplo de predador muito
eficiente, rápido, com músculos fortes e dentes cortantes.
Esses animais podem matar golfinhos, pequenas baleias
e até o homem, quando este se aventura pelos domínios
dos tubarões.

Assinale x na única alternativa correta:


1. Quando um vegetal se associa a outro, retirando dele a seiva elaborada, podemos dizer
que a relação entre os dois é de:
a) mutualismo.
b) protocooperação.
c) sociedade.
d) inquilinismo.
e) parasitismo.

2. Em uma turma do colégio, alguns alunos apareceram com piolhos. A professora orientou a
lavagem do cabelo e o uso de pente fino para acabar com esses animais. Podemos afirmar
que os piolhos são:
a) endoparasitas.
b) ectoparasitas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

c) predadores.
d) hospedeiros.
e) presas.

3. No Amazonas, algumas cobras comem filhotes de tartarugas e os gambás comem as


cobras. Um animal que mata outro para dele se alimentar é um:
a) parasita.
b) hospedeiro.
c) inquilino.
d) predador.
e) decompositor.

4. Periodicamente, observa-se que as matas que cobrem alguns morros no Rio de Janeiro
sofrem incêndios. Com o passar do tempo, constata-se a regeneração da parte queima-
da, que, em geral, inicia-se com capins e ervas e completa-se com o desenvolvimento de
arbustos e árvores. Esse processo de ocupação é conhecido por:
a) comunidade clímax.
b) ciclo do carbono.
c) parasitismo.
d) sucessão ecológica.
e) teia alimentar.

5. Em uma comunidade às margens de um lago podem ser encontrados:


anus que catam e comem carrapatos do gado;
cobras que comem rãs e roedores;
siriemas que comem cobras e rãs.
Analise essas informações, cite todas as relações ecológicas enunciadas e identifique-as.

6. Um predador pode atacar e devorar plantas. Quando uma espécie vegetal é predada costu-
ma-se dar ao predatismo o nome de herbivorismo. Cite dois exemplos de herbivorismo.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

7. “No solo da Amazônia chega pouca luz e a alta umidade favorece a existência de cupins,
besouros e de decompositores que reciclam rapidamente os nutrientes de galhos e folhas
que caem das árvores, criando assim uma fina camada de solo fértil, que é então reapro-
veitado pelos vegetais.”
O texto é mais um exemplo de como a relação entre seres vivos e meio ambiente físico é dinâ-
mica e como os organismos podem alterar o ambiente. Os cupins se alimentam da madeira,
porém são incapazes de digerir a celulose que ela contém, quem faz isso são protozoários
e bactérias que vivem em seus intestinos e obtêm alimento e abrigo. Que tipo de relação
ecológica existe entre os cupins e os protozoários e bactérias? Justifique sua escolha.

8. Com relação à sucessão ecológica, diferencie sucessão primária de sucessão secundária.

9. No combate às larvas dos mosquitos transmissores da malária, foi usado um peixe (Gambusia
affinis) que se alimenta dessas larvas. O método, também conhecido como controle bioló-
gico de pragas, teve boa eficácia. Que tipo de relação existente entre o peixe e o mosquito
garantiu o sucesso da iniciativa?

10. Pesquise sobre a sociedade das abelhas ou sobre a sociedade dos cupins.

sugestão de leitura
RODRIGUES, Sérgio de Almeida. Destruição e Equilíbrio. São Paulo: Atual.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 3

Equilíbrio e
Desequilíbrio
Após estudar este capítulo, você terá condições de perceber que o
ecossistema tende a manter equilíbrio entre seus componentes bióticos
e abióticos; que esse equilíbrio pode ser quebrado por diversos fatores,
principalmente pela ação do homem; então você deverá citar alguns
desequilíbrios e buscar descrever formas de atenuá-los.

Dissemos que um ecossistema tende a manter equilíbrio entre seus componentes. Ob-
serve a primeira foto. Ela mostra uma floresta em equilíbrio, com plantas de diversos tipos,
animais variados, água em quantidade suficiente e temperatura adequada às espécies que
ali vivem. O solo é fértil.
Diversas cadeias alimentares po-
dem ser identificadas; o ecossistema é
autosuficiente.
Agora, observe a segunda foto, na
próxima página. Ela mostra uma área de
floresta durante um incêndio. O equi-
líbrio anterior já não existe, as plantas
foram destruídas, os animais morreram
ou fugiram, o ar está sobrecarregado de
fumaça e cinzas. O solo teve muitos de
seus nutrientes queimados. As cadeias
alimentares foram desfeitas.

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Um incêndio na mata, uma erupção


vulcânica, a passagem de um furacão,
uma enchente são fenômenos naturais
que podem causar desequilíbrio. A eles,
a natureza costuma responder com nova
ocupação da área, como vimos nos exem-
plos de sucessão secundária.
Muitas vezes, porém, o desequilíbrio
é causado pela ação humana. Não há di-
ferença entre um incêndio espontâneo e
a queimada provocada pelo homem no
que diz respeito ao fogo e seus efeitos.
No entanto, os incêndios espontâneos,
também denominados incêndios florestais, acontecem periodicamente, dando chance para
que a natureza se recupere. No Brasil, apenas as áreas de cerrado constituem ecossistema
sujeito a incêndios espontâneos regulares. As demais áreas florestais são muito úmidas para
que o fogo se alastre sem controle.

Queimadas – A Destruição pelo Fogo


No Brasil, as queimadas estão associadas a práticas agrícolas. Mais de 95% delas ocorrem
em áreas já desmatadas, são as queimadas agrícolas. Os agricultores queimam resíduos de
colheita para combater pragas, como os carrapatos, ou para renovar as pastagens. O fogo
também é usado para limpar algumas lavouras e facilitar a colheita, como no caso da cana-
de-açúcar, cuja palha é queimada antes da safra. Áreas de pastagem também costumam ser
queimadas.

Mas além da destruição visível aos nossos olhos, as


queimadas também produzem outros efeitos?

Sim! Muitos.
Elas interferem na fertilidade dos solos, destroem a flora e a fauna e produ-
zem gases nocivos à saúde humana; alteram a qualidade do ar e indiretamente
afetam o regime de chuvas da região.
Essa prática é muito antiga, vem do período do descobrimento, quando os
primeiros colonos ateavam fogo à mata para abrir clareiras onde seriam construídos vilarejos.
Infelizmente, continua a ser usada nos dias de hoje com evidentes prejuízos.
O solo submetido a sucessivas queimadas empobrece, pois os microrganismos decom-
positores vão sendo destruídos.
A substituição da floresta por pasto reduz o volume de plantas, em conseqüência, há
redução na quantidade de água transpirada para a atmosfera, o que pode se refletir em alte-
rações no regime de chuvas.
As queimadas aumentam a emissão de gás carbônico, responsável pelo efeito estufa.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Por tudo isso, essa prática é proibida por lei, mas infelizmente ela ainda acontece em nú-
meros alarmantes em nosso país. Veja alguns dados obtidos através do sistema nacional de
monitoramento de queimadas, para um período de 10 dias apenas:

Região Focos
DF - DISTRITO FEDERAL 1
MJ - MARAJÓ 1
RR - RORAIMA 1
RJ - RIO DE JANEIRO 2
RS - RIO GRANDE DO SUL 3
CE - CEARÁ 4
ES - ESPIRÍTO SANTO 4
RO - RONDÔNIA 15
PR - PARANÁ 20
MS - MATO GROSSO DO SUL 23
MG - MINAS GERAIS 28
PI - PIAUÍ 32
PA - PARÁ 33
BA - BAHIA 43
GO - GOIÁS 50
TO - TOCANTINS 57
MA - MARANHÃO 83
SP - SÃO PAULO 116
MT - MATO GROSSO 2625
Total de focos no período de 31/05 a 10/06 de 2004 3141

Mas você sabe que não são apenas as queimadas que ameaçam nossas florestas. A maior
ameaça, e que geralmente antecede a queimada, é o desmatamento.

Desmatamento
Desde o descobrimento, a Mata Atlântica, que aparecia em todo li-
toral brasileiro, perdeu mais de 90% de sua área florestada. Nos últimos
trinta anos, a Amazônia já perdeu quase 14% de sua cobertura vegetal
devido à ação de madeireiras e de pecuaristas. A vegetação nativa é
retirada, as madeiras nobres são vendidas, geralmente para o exterior, e
a vegetação menor é queimada. Pastos são plantados na área e o gado
é trazido para engorda.

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O aumento no consumo de carne no mundo tem aumentado o desmatamento para


formação de pastagens. Porém, essas áreas de pasto rapidamente se esgotam e muitas são
abandonadas, compondo paisagens denominadas capoeiras. Uma capoeira possui muitas
trepadeiras e lianas (um tipo de cipó) sendo muito difícil de preparar para o plantio.
Assim, a área degradada deixa de servir à agropecuá-
ria e não refaz a floresta original os animais perdem parte
de seus refúgios e têm sua existência ameaçada.
A extração das madeiras nobres, geralmente para
exportação, também traz alterações importantes aos
rios da região, veja:

Será que a margem de um rio costuma ser assim? Desmatada,


parecendo um pedaço de deserto?

Certamente que não. Em condições normais, a vegetação se estende até às margens e


protege o solo das chuvas torrenciais que caem em nossas florestas.

Mais Desequilíbrios
Você seria capaz de citar outros exemplos de desequilíbrios provocados pela ação do homem?
Nos capítulos anteriores nós já estudamos diversos deles, pense um pouco.

Se você pensou em poluição do ar, das águas e do


solo, acertou!
Todas as ações humanas que alteram esses fatores fí-
sicos de nosso ambiente causam desequilíbrio. Em alguns
casos ainda não temos a percepção da extensão desse
desequilíbrio, mas em outros, eles são bem claros, basta
olhar o rio de uma grande cidade para perceber que algo
muito prejudicial acontece ali.
O mesmo se dá em relação ao solo quando é con-
taminado por agrotóxicos ou outros tipos de resíduos
venenosos produzidos pela indústria. Algumas dessas
substâncias podem permanecer durante séculos no solo
e o contato com elas pode causar câncer, problemas car-
díacos, respiratórios e reprodutivos. Ave aquática empapada de óleo, não pode voar e fica
intoxicada pelo contato desse material com a pele

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Uma outra forma de desequilíbrio com graves repercussões são os derramamentos de


petróleo que, em geral, acontecem no mar; quando próximos à costa, esses acidentes têm
múltiplas conseqüências.
O petróleo é carregado pela correnteza e chega ao litoral, impregna a areia e os costões
rochosos. Na água, bloqueia a passagem da luz impedindo a fotossíntese da vegetação; adere
aos animais aquáticos, intoxicando-os e impedindo os peixes de respirar; empapa as penas
das aves, impedindo-as de voar. Nos mangues, contamina a areia, mata as larvas que servem
de alimento para uma vasta cadeia alimentar, enfim, causam um desequilíbrio cujos efeitos
serão sentidos por muito tempo.

Seria bom que você refletisse um pouco mais sobre a ação do homem
em relação ao ambiente. Para isso vamos deixar algumas imagens que
“falam” por si .

1. A última foto do texto mostra o lançamento de lixo em uma área verde. As cidades pro-
duzem toneladas de lixo diariamente e precisam dar destino adequado a ele. Pesquise o
que são aterros sanitários e lixões a céu aberto. Que tipo de depósito é esse da foto? Que
conseqüências ele pode trazer para o ambiente?

A atividade industrial produz um número imenso de substâncias, muitas das quais podem
causar graves problemas. Veja dois exemplos:

Ascarel: é um óleo produzido com derivados do petróleo, usado como isolante


em equipamentos elétricos, sobretudo em transformadores. Seu uso foi proibido no
Brasil, em 1981, mas ainda existem muitos equipamentos abandonados contendo
ascarel. O maior risco é o vazamento e a contaminação quando do desmonte desses
equipamentos para venda como sucata.

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Impactos ambientais: contamina tanto o solo como a água, ameaçando, em especial,


os lençóis freáticos.
Riscos à saúde: é considerado carcinogênico (causa câncer), afetando sobretudo fígado,
baço e rins. Pode causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central.

Chumbo: um dos metais pesados de utilização industrial mais variada, presente


sobretudo em baterias de carros.
Impactos ambientais: como todo metal pesado, degrada-se muito lentamente no meio
ambiente, persistindo durante décadas no solo e no fundo de rios, lagoas e represas.
Não é metabolizado pelos animais e sofre o processo de bioacumulação, afetando mais
os animais do topo da cadeia alimentar, entre os quais está o homem.
Riscos à saúde: comprovadamente carcinogênico (causa câncer), teratogênico (causa
malformações estruturais nos fetos). A presença de quantidades elevadas de chumbo
no sangue está relacionada a problemas neurológicos como falta de concentração e
dificuldades na fala.

Sobre as informações contidas no texto, responda as questões de 2 a 5:

2. Tanto o ascarel quanto o chumbo podem ser encontrados em materiais considerados


sucata. Em que tipo de sucata vamos encontrá-los?

3. Que danos à saúde poderia sofrer um catador de sucata que abrisse um transformador
contendo ascarel?

4. Por que as baterias velhas não podem ser jogadas em qualquer tipo de depósito?

5. Metais pesados, como o chumbo, vão se acumulando nas cadeias alimentares, absorvidos
pelas plantas do fitoplâncton, passam aos consumidores primários, aos secundários e a
cada nível da cadeia aparecem em quantidades maiores nos tecidos, em um fenômeno
denominado bioacumulação. Por que o homem acaba recebendo uma carga grande de
chumbo ao comer um peixe pescado em águas contaminadas?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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6. Construa um gráfico com os dados sobre o número de focos de queimadas no Brasil no


período de 31/05 a 10/06 de 2004 (use os dados que constam neste capítulo).

7. O derramamento de petróleo afeta a atividade dos seres vivos. Qual o efeito desse tipo de
acidente sobre as algas fotossintetizantes da superfície do mar?

8. As queimadas produzem gás carbônico. Qual a preocupação dos cientistas em relação ao


aumento desse gás na atmosfera?

9. No livro Primavera Silenciosa, encontramos muitos questionamentos sobre a ação de


inseticidas e agrotóxicos. Ali, a autora pergunta:
“Será razoável supor que possamos usar um inseticida para destruir larvas de insetos des-
truidores de colheitas sem também matar insetos ‘bons’ cuja função seja essencial na tarefa
de decompor matéria orgânica ou na polinização de flores?”
Procure responder a essa questão.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

10. Sabemos que o uso de agrotóxicos pode matar insetos benéficos e causar o “envene-
namento” do solo e das águas dos rios que passam próximos ao local pulverizado com
esses produtos. Uma forma de diminuir esse risco é fazer controle biológico de pragas,
que consiste em usar organismos vivos com a função de reduzir as pragas da lavoura. Veja
no quadro alguns seres que podem ser usados nessa prática:

Agente Biológico O que ele ataca Como se aplica


Um fungo – A cigarrinha da folha
O fungo é pulverizado e, em contato
Metarhizium anisopliae da cana-de-açúcar. com o corpo do inseto, causa doença.
Um fungo – O besouro “moleque- O fungo é aplicado em forma de pasta
Beauveria bassiana da-bananeira”. em pedaços de bananeira, que são co-
locados ao redor das árvores, atraindo
os besouros que se contaminam.
Um vírus – A lagarta da soja. É pulverizado sobre a planta, e a lagarta
Baculovírus anticarsia que se alimenta das folhas adoece.
Um vírus – A lagarta do cartucho É pulverizado sobre a planta, e a lagarta
Baculovírus spodoptera do milho. que se alimenta da espiga em formação
adoece.

Sabendo que fungos e vírus usados no controle biológico só atuam sobre as pragas da
lavoura para as quais são indicados, escreva sobre a vantagem dessa prática sobre o
uso dos agrotóxicos.

sugestão de leitura
RODRIGUES, Sérgio de Almeida. Destruição e Equilíbrio – São Paulo:
Atual.

sugestão de sites
http://www.giacometti.org.br/kids/htm/eco_atlantica.htm
http://www.ibge.gov.br/7a12/default.html

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RECAPITULANDO
Ecologia é a ciência que estuda o meio ambiente e as relações dos seres vivos com o meio
e entre si.
Ecossistema é uma unidade ecológica, auto-suficiente; possui componentes bióticos e
abióticos.
São componentes bióticos todos os seres que vivem naquele local.
São componentes abióticos as condições físicas e químicas do meio, como luminosidade,
temperatura, salinidade (em ecossistemas aquáticos), tipo de solo, ventos, volume de chuvas.
Uma população é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que habitam um ecossis-
tema.
O conjunto de populações compõe a comunidade local.
No ecossistema encontramos: produtores, consumidores e decompositores, conforme o
papel que cada organismo desempenha.
A relação de dependência alimentar entre diversos organismos constitui uma cadeia
alimentar.
O conjunto de ecossistemas da Terra constitui a biosfera.
Na biosfera podemos distinguir três modos de vida: o terrestre, o de água doce e o mari-
nho, cada um deles constitui um biociclo.
O biociclo terrestre, ou epinociclo, é o que tem a maior diversidade e também as maiores
variações climáticas.
O biociclo de águas doces, ou limnociclo, é formado por águas paradas (lagos, lagoas) e
águas correntes (rios).
O biociclo marinho, ou talassociclo, é o maior e também o mais desconhecido; a
luminosidade e as pressões são fatores ambientais muito importantes nele.
Nos ambientes aquáticos, podemos reconhecer três tipos de seres: planctônicos, nectônicos
e bentônicos; conforme flutuem passivamente, nadem ativamente ou se desloquem sobre o
fundo, respectivamente.
A ocupação de uma área pelos seres vivos recebe o nome de sucessão ecológica e ela
pode ser primária ou secundária.
Os primeiros organismos a se instalarem em uma área recebem o nome de pioneiros,
geralmente são os líquens, seguidos pelos musgos.
Os seres vivos mantêm relações entre si. Essas relações podem ser harmônicas, quando
não há prejuízo para uma das espécies, ou desarmônicas, quando uma espécie é prejudicada
em benefício da outra.
São relações harmônicas: mutualismo, protocooperação, inquilinismo, sociedade e colônia.
São relações desarmônicas: parasitismo e predatismo.
Na natureza há uma tendência ao equilíbrio nos ambientes. Esse equilíbrio pode ser
alterado por forças naturais ou pela ação do homem, que causa poluição, desmatamentos e
queimadas.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

GABARITO Capítulo 2
pág. 15
Capítulo 1 1. e)

pág. 7 2. b)
1. d) 3. d)
2. b) 4. d)
3. P, C2, C1, P, C2, C1, C1, P. 5. Anus e carrapatos: predatismo.
Anus e bois: protocooperação.
4. Cobras comendo rãs e roedores: predatis-
a) Fitoplâncton ⇒ peixe ⇒ garça (ou peli- mo.
cano, mergulhão, gaivota). Siriemas comendo cobras e rãs: predatis-
b) Os peixes são os consumidores primários mo.
e as aves são os consumidores secundá-
rios. 6. Zebras se alimentando do pasto; gafanhotos
comem plantas diversas.
5. Porque ela é auto-suficiente, tendo com-
ponentes bióticos (seres vivos) e abióticos 7. Mutualismo, porque nem o cupim pode viver
(fatores ambientais). sem esses protozoários e bactérias nem eles
vivem fora do cupim.
6. Frio à noite e calor seco de dia.
8. Na sucessão primária, o local nunca foi
7. A planta Spinifex, os cupins e formigas, as ocupado por seres vivos anteriormente.
aranhas e lagartixas e as rolas. Na sucessão secundária, já houve ali uma
comunidade.
8. Spinifex ⇒ cupins ⇒ aranhas;
Spinifex ⇒ formigas ⇒ lagartixas; 9. Predatismo.
Spinifex ⇒ rolas.
10. Pesquisa.
9.
a) Plâncton: larvas microscópicas. Capítulo 3
b) Nécton: sardinhas, golfinhos, tubarões,
lesma do mar.
pág. 22
c) Bênton: lagostas, esponjas e equinoder- 1. A foto mostra um lixão a céu aberto. No ater-
mos. ro sanitário, o lixo é lançado, compactado e
camadas de terra são lançadas sobre ele.
O terreno que recebe o lixo é pouco perme-
10. Pesquisa. ável e deve ser distante de locais habitados
e do lençol subterrâneo. Há sistemas que
ajudam a recolher os resíduos da decom-
posição do lixo e os gases que se formam.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

2. Nos transformadores e baterias de carros 7. Ele impede a passagem da luz e as algas não
velhos. podem fazer fotossíntese.

3. Poderia vir a ter câncer ou problemas no 8. O aumento nas quantidades de gás car-
sistema nervoso. bônico podem causar o efeito estufa, com
alterações climáticas ainda não bem com-
4. Porque o chumbo que elas contém con- preendidas.
tamina o ambiente, permanecendo nele
durante décadas. 9. Os agrotóxicos não têm ação seletiva, um in-
seticida mata as pragas da lavoura, mas tam-
5. Porque ele recebe o chumbo que já havia bém outros insetos, levando a importantes
sido retido pelos tecidos do fitoplâncton e modificações nas cadeias ecológicas.
que havia sido repassado ao zooplâncton e
destes aos peixes. Cada elo da cadeia vai so- 10. Resposta pessoal.
mando o chumbo acumulado no elo anterior
e quando chega ao homem, a quantidade
acumulada é bem maior do que aquela que
havia sido retida pelo fitoplâncton.

6.

31/05 a 10/06 de 2004


Q
2700
U
A 2430
N
T 2160
I
D 1890
A
D
1620
E 1350
D 1000
E
810
F
O 540
C
O 270
S
0
BA CE DF ES GO MA MG MJ MS MT PA PI PR RJ RO RR RS SP TO

ESTADOS

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”

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