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AUTOR
Ciências / Iris Stern. - Curitiba : IESDE, 2004
000 p. : il. ; 00 cm
CDD (1oed.)
000.0000
Direção Geral
Luís do Amaral
Coordenação e Revisão Pedagógica
Robson Santos da Silva
Coordenação Editorial
Vani Maria Casarim
Assessor de Conteúdo
Sônia Rita Martí da Silva
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica
ICONE Audiovisual LTDA
Ilustrações
Michelle Candido da Silva
Produção Intelectual
CAPÍTULO 1
Matéria
Ao iniciar seus estudos, você terá como objetivos definir
matéria, corpo e substância, citando exemplos de cada um.
Deverá também explicar a composição da matéria e saber
diferenciar substâncias simples de compostas.
Pois bem, se esteve, sabe do que estamos falando; se não esteve, observe a foto e você
terá uma idéia de um tipo de feira bastante comum em nossas cidades.
– Mas por que estaríamos lhe trazendo a fotografia de uma feira?
O que nos interessa nessa foto é que você procure fazer uma lista de tudo o que vê nela.
Tente, observe atentamente e anote tudo o que aparece ali.
Agora, compare a sua lista com a nossa, que está no final da unidade. Que tal? São parecidas?
Bem, as diferenças se devem devido à capacidade de observação de cada um de nós. O
que nos interessa, de fato, é dizer-lhe que tudo o que você listou e tudo o que está em nossa
lista, bem como tudo o que lhe rodeia neste momento (inclusive o ar, mas não a luz, o calor
ou o som, pois são formas de energia e falaremos sobre isso mais tarde ) é considerado pelos
cientistas como matéria.
Como você pode ver, cada objeto da imagem anterior tem um tamanho limitado, então,
em Ciências, dizemos que cada objeto desses é um corpo.
Você certamente conseguiria listar centenas de exemplos de corpos. Perceba que cada
um desses que lhe veio à mente é formado por um tipo de material: madeira, metal, plásti-
co, tecido... Você sabe que cada um desses materiais tem características próprias. Não seria
possível confundir um pedaço de plástico com uma folha de papel ou uma lâmina de metal
com um pedaço de tecido. Pois bem, cada espécie de matéria que citamos e muitas outras
mais são denominadas pelos cientistas de substâncias.
Na verdade, os materiais que citamos não são substâncias puras, eles são compostos
formados pela união de diferentes tipos de substâncias.
Um exemplo de substância pura poderia ser a água quando não contém impurezas ou
outras substâncias dissolvidas. Nessa condição, ela tem sempre as mesmas propriedades.
Você já sabe que os objetos que fazem parte de seu dia-a-dia são formados por
matéria. Os cientistas, e antes deles os filósofos e outros pensadores, ficavam
imaginando do que seria feita a matéria.
E você? Quando olha para uma folha de papel ou para um pedaço de madeira, não se
pergunta do que são feitos?
Se rasgarmos o papel ou cortarmos a madeira em pedaços cada vez menores, o que ire-
mos encontrar?
Pois essa mesma pergunta intrigava a imaginação de muitos antes de você. Na verdade, as
primeiras referências sobre esses questionamentos vêm da Grécia antiga, entre 500 e 400 a.C. Foi
quando Demócrito desenvolveu uma teoria, descrevendo pela primeira vez a idéia de átomo.
OALG
Da mesma forma que um pequeno número de símbolos pode produzir um número quase
infinito de palavras, um pequeno número de átomos pode dar origem a todas as substâncias
que existem, basta combiná-los de modo variado. Veja:
Vamos representar três tipos de átomos:
{ Oxigênio
Carbono
Hidrogênio
Esses átomos podem se combinar de diferentes maneiras, cada combinação dessas resul-
tará em uma substância com características próprias. Veja algumas combinações possíveis:
1 2 3 4 5
O que é molécula?
As Fórmulas Químicas
Representamos os átomos por esferas coloridas, esse tipo de representação, porém, não
é prático e, por isso, os cientistas (químicos) criaram uma maneira de representar os átomos
utilizando símbolos.
A linguagem dos símbolos químicos é universal e pode ser entendida nos mais diferentes
lugares do mundo, por qualquer pessoa que a conheça.
Cada átomo tem um símbolo, o Hidrogênio é representado pela letra H, o Oxigênio é
representado pelo O, o Carbono pelo C, o Nitrogênio pelo N, o Iodo pelo I, o Cloro pelo Cl e
assim por diante, cada um dos 92 átomos naturais tem o seu símbolo.
A reunião dos diversos símbolos faz a representação da molécula das diferentes substân-
cias. Por exemplo: a molécula de água, formada por dois átomos de Hidrogênio e um de Oxi-
gênio, é representada pela fórmula química H2O. Nela aparecem os átomos que a compõem e
a proporção entre eles: o número dois indica a quantidade de átomos de Hidrogênio. Quando
não há um número junto ao símbolo do elemento, como no caso do Oxigênio, entendemos
que ali existe um átomo de Oxigênio.
O poema abaixo foi escrita por Carlos Drummond de Andrade. É possível encontrar exem-
plos de corpos e de substâncias nela.
O Elefante
Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
É a parte mais feliz
de sua arquitetura.
Mas há também as presas,
dessa matéria pura
que não sei figurar.
(ANDRADE, C.D.Antologia Poética.Rio de Janeiro, 1996. p.126)
7. Se afirmamos que o ar é matéria, então ele ocupa lugar no espaço. Produza uma
demonstração simples para provar esse fato.
8. Desenhe três corpos que o cercam e identifique a substância da qual eles são feitos.
9. Uma mesma substância pode formar corpos diferentes? Cite dois exemplos.
Observe os desenhos abaixo, eles procuram representar diferentes moléculas. Cada tipo
de átomo está esquematizado em uma cor.
1 2 3 4 5
6 7 8 9 10
11. Responda, justificando sua resposta, qual ou quais dos modelos esquematizam:
a) substâncias simples:
b) substâncias compostas:
12. A lista abaixo é formada por fórmulas de diversas substâncias. Anote em seu caderno
apenas as fórmulas das substâncias compostas:
13. Observe o desenho a seguir. Ele representa a participação de diversas substâncias no meio
ambiente, muitas estão representadas por suas fórmulas químicas. Faça uma lista separando
as substâncias simples e as compostas que aparecem representadas no desenho.
14. Estabeleça uma convenção de cor (use uma cor diferente para cada átomo) e faça, com
massa de modelar, os modelos das moléculas de amônia e de nitrogênio (as fórmulas
dessas substâncias estão escritas no desenho acima).
sugestão de leitura
ROSSITER, Jane; MELLET, Peter.Energia do alimento.São Paulo, Scipione, 1996.
sugestão de sites
http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/por_que_pra_que/ - site muito rico em experiên-
cias e informações sobre Ciências.
CAPÍTULO 2
Fenômenos
Como objetivo para hoje, você deverá ser capaz de caracterizar
fenômeno e diferenciar um fenômeno físico de um químico.
Deverá também citar exemplos de fenômenos físicos e químicos.
O título do capítulo lhe parece estranho? O quê você entende por fenômeno? Talvez
você já tenha visto a palavra usada da maneira como se lê abaixo. O texto é parte de uma
reportagem da Gazeta Esportiva, de 2002, quando o Brasil ganhou a Copa de Mundo de Fu-
tebol pela quinta vez:
Fenômenos Físicos
São aqueles que, ao ocorrer, não alteram a estrutura
química das substâncias.
Para você entender melhor vamos citar alguns
exemplos:
- rasgar o papel;
- cortar a madeira;
- deixar cair uma xícara;
- congelar a água;
- cozinhar um ovo.
Em todos os casos acima, as substâncias: papel,
madeira, porcelana (da xícara), água e ovo, depois de
serem rasgadas, cortadas, derrubadas, congeladas ou cozidas, continuaram a ser as mesmas,
não houve alteração em sua composição química. Mas todas foram transformadas de alguma
maneira, então dizemos que elas foram submetidas a fenômenos físicos.
Fenômenos Químicos
São aqueles que produzem transformações na composição química das substâncias e
levam à formação de novos compostos.
Veja alguns exemplos:
- a queima de uma vela;
- a queima do papel;
- as reações que levam à fabricação do vinho.
Um fenômeno químico acontece quando há uma reação química entre duas ou mais
substâncias. Essa reação nem sempre é fácil de ser observada, mas alguns sinais podem ser
indício de que ela esteja acontecendo:
- liberação de calor;
- mudança de cor;
- mudança de cheiro;
- liberação de gás.
O estudo dos fenômenos químicos e físicos permite aos cientistas entender melhor a
natureza, buscando prevenir as conseqüências de acontecimentos naturais perigosos, como
ventos fortes ou incêndios destruidores.
3. Você pode ser testemunha de um fenômeno muito gostoso. Siga a receita abaixo (peça
o auxílio de um adulto para acender o fogo e tirar a forma quente do forno):
Broinha de coco
Ingredientes:
1 coco ralado
250 g de açúcar
2 gemas
1 colher sopa de farinha de trigo
Modo de fazer:
Misture bem todos os ingredientes. Unte um tabuleiro com margarina e coloque
sobre ele pequenas porções da massa. Leve a assar no forno quente. Cuide para não
queimar. Saboreie o produto de sua arte culinária.
Agora responda:
5. A transformação que fez a massa crua dar origem às broinhas foi um fenômeno químico
ou físico? Justifique.
6. E quando você as comeu? Que tipo de fenômeno aconteceu no interior de seu tubo di-
gestivo? Justifique.
9. Conceitue fenômeno.
10. No passado, o sabão era fabricado com sebo e cinza, veja um versinho antigo que fala
desse processo:
Azeite e água brigaram
Certa vez numa vasilha
Vai tabefe, vem tapona,
Soco velho ali fervilha.
Eis, porém, que a separá-los
A potassa se apressou.
Todos três se combinaram,
O sabão daí datou.
sugestão de leitura
Ciência Hoje das Crianças – publicação mensal da SBPC (Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência), cujo objetivo é divulgar a ciência entre as crianças.
CAPÍTULO 3
Energia
Hoje, seu objetivo será reconhecer que, na
natureza, tudo é matéria e energia.
Como você viu nos capítulos anteriores, para os cientistas, tudo o que existe e ocupa lugar
no espaço é denominado matéria. Se você parar para pensar, verá que há coisas que o cercam
e que não ocupam lugar no espaço. Olhe ao seu redor, anote exemplos do que dissemos.
Confira com algumas sugestões que lhe damos ao final da unidade.
Bem, se sua lista está parecida com a nossa, então saiba que tudo que você anotou ali são formas
de energia. Portanto, para a ciência nosso universo é composto por matéria e energia.
O que é energia?
Para responder essa pergunta, é mais fácil observar alguns efeitos da energia. Veja:
ENERGIA
Elétrica: é o resultado do movimento de partículas
atômicas.
A Energia se Transforma
Uma característica muito importante da energia é o fato de que ela não pode ser destruída,
mas pode ser transformada. Essa capacidade de transformação é que nos permite fazer uso da
energia em nossas mais diversas atividades.
A principal fonte de energia na Terra é o Sol. Veja como a energia que ele envia chega até
você e como você a aproveita.
A energia luminosa do Sol é usada pelas plantas durante a fotossíntese. Quando essa energia
é transformada em energia química, fica armazenada nos alimentos. Quando você se alimenta, a
energia é libertada e, com ela, seu corpo realiza as atividades que lhe mantém vivo: seu coração
bate, seus pulmões se enchem de ar, seu estômago se contrai. Além do movimento de seus ór-
gãos, a energia dos alimentos também permite que você corra, pule, nade ou jogue bola. Nesses
exemplos vemos a transformação da energia química em energia cinética (energia dos corpos em
movimento). Mas o alimento também é usado para produzir o calor de seu corpo, então, nesse
caso, a transformação foi de energia química em energia térmica.
7. Imagine uma situação em que falte luz (na verdade, energia elétrica) em sua casa. Anote
todas as coisas que deixam de funcionar quando isso acontece.
8. Agora, procure relacionar os tipos de transformação pela qual a energia elétrica estaria
passando em cada um destes exemplos acima.
sugestão de leitura
ROSSITER, Jane; MELLET, Peter.Energia do alimento.São Paulo: Scipione, 1996.
Ciência Hoje das Crianças – publicação mensal da SBPC (Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência), cujo objetivo é divulgar a ciência entre as crianças.
sugestão de sites
http://www.fisica.ufc.br/index.html - há diversas páginas com perguntas curiosas e com
experiências fáceis de fazer e que dão resultado.
RECAPITULANDO
Para a ciência, matéria é tudo o que existe e ocupa lugar no espaço.
Corpo é uma porção limitada de matéria.
Substância é uma porção de matéria com propriedades bem definidas.
A matéria é formada por átomos.
A reunião de átomos geralmente produz moléculas.
As diferentes substâncias podem ser representadas por fórmulas químicas.
Quando uma substância é formada por somente um tipo de átomo, dizemos que ela é uma
substância simples, e, quando formada por dois ou mais tipos de átomos, dizemos que é uma
substância composta.
Fenômenos, para os cientistas, são as modificações ou transformações que acontecem na
natureza.
Os corpos podem ser submetidos a fenômenos físicos ou a fenômenos químicos.
Fenômenos físicos são aqueles que não alteram a estrutura das substâncias.
Fenômenos químicos são aqueles que produzem transformações na composição química
das substâncias e levam à formação de novos compostos.
Para a ciência, nosso universo é composto por matéria e energia.
Energia é capacidade de realizar trabalho e é tudo que pode modificar a matéria.
A energia não pode ser destruída, mas pode ser transformada.
6. Químico. No estômago as broinhas serão 6. Energia luminosa do Sol, pois com ela as
transformadas no processo de digestão. plantas realizam a fotossíntese necessária
a sua sobrevivência.
7. Mudanças de cor, de cheiro, produção de
gases, liberação de calor. 7. Resposta Pessoal.
10.
a) Químico, porque, após o processo, não
é possível identificar os elementos que
entraram na produção do sabão.
b) azeite, água, potassa.
11. Pesquisa.
Capítulo 3
Resposta da atividade inserida
no texto: pág. 17
Você pode ter anotado coisas como o calor,
a luz, o som, a eletricidade.
CAPÍTULO 1
A Atmosfera
Ao estudar este capítulo, seus objetivos são identificar os gases que
compõem a atmosfera e citar as aplicações práticas para muitos deles.
Você certamente percebe a importância do ar que respiramos. Esse ar faz parte de uma
imensa massa de gases que circunda a Terra, a atmosfera.
Única em suas características, a atmosfera terrestre permite a existência de vida em nosso
planeta.
Para você entender melhor o papel que ela exerce, vamos fazer algumas comparações entre
a Terra e os outros corpos do sistema solar.
A Importância da Atmosfera
Além de conter o oxigênio necessário à nos-
sa respiração, a atmosfera protege a Terra das
radiações provenientes do espaço e reduz a ação
do impacto de corpos celestes, como meteoros.
Veja uma foto da Lua e observe quantas “cica-
trizes” há em sua superfície. Essas marcas são
crateras e resultaram do choque de meteoros.
Na Terra, a maior parte dos corpos desse tipo
incendeia quando atravessa o protetor “escudo”
atmosférico.
Composição Atmosférica
A atmosfera terrestre é composta de 78% de nitrogênio (N2), 21% de oxigênio (O2) e 1%
de outros gases, como o gás carbônico, os gases raros e vapor de água.
Cada um desses gases tem papel importante na manutenção da vida em nosso planeta.
Nitrogênio
Há muito gás nitrogênio na atmosfera. Será que ele não tem nenhuma finalidade?
Certamente, no entanto, na forma de gás, não pode ser aproveitado pela maioria dos
seres vivos.
Mas algumas bactérias que vivem no solo, denominadas fixadoras de nitrogênio, conse-
guem retirar esse gás da atmosfera, transformando-o em compostos denominados nitratos.
Os nitratos são absorvidos pelas plantas e, por meio delas, o nitrogênio chega até os animais.
Ele é fundamental na composição das proteínas, compostos vitais para todos os seres vivos.
Então, o elemento químico nitrogênio (N) não pode faltar a nenhum organismo e a fonte
desse elemento é o nitrogênio atmosférico (N2), transformado pelas bactérias.
Oxigênio
Qual a importância do oxigênio?
Certamente você deve ter pensado na respiração.
E é isso mesmo! Ele é o gás sem o qual os animais morreriam quase que imediatamente,
pois tanto animais quanto vegetais utilizam-no no processo da respiração. Mas atenção: quando
falamos em respiração, estamos nos referindo a uma reação química que ocorre dentro das
células e não apenas do ato de inspirar e expirar, o qual também denominamos respiração.
O oxigênio é ainda o gás responsável pelas combustões (queimas). Sem oxigênio, não há
fogo.
Gás Carbônico
Apesar de existir em pequenas quantidades na atmosfera (cerca de 0,03%), o gás carbônico
tem papel importante em diversos fenômenos, como:
na fotossíntese → quando os organismos clorofilados (com clorofila) fazem a reação
do gás carbônico atmosférico com a água e obtém oxigênio e glicose (alimento).
na respiração → processo em que animais e vegetais fazem uso da glicose e do oxigênio
para produzir energia e o resíduo final é o gás carbônico.
no efeito estufa → o gás carbônico atua na atmosfera como os vidros em uma estufa.
Ali, o calor atravessa as vidraças, mas não consegue sair totalmente. O interior da estufa
permanece mais quente que o exterior. No caso da Terra, os cientistas receiam que o
aumento na quantidade de CO2 atmosférico, gerado pela queima de combustíveis
como a gasolina, o diesel e o carvão, leve a um aumento nas temperaturas médias do
planeta, pois o gás carbônico está para a atmosfera como as vidraças estão para a es-
tufa. Como a atmosfera é um dos fatores mais importantes na regulação do clima, não
se consegue avaliar quais seriam as conseqüências de um desequilíbrio desse tipo.
Hélio
Cerca de 0,0004 % da atmosfera é formada por hélio. É um gás muito raro e, por isso, é
caro.
Sua grande característica é a baixa densidade. Você já viu balões que, quando soltos, so-
bem rapidamente, batendo no teto, se você estiver dentro de casa, ou indo embora, se estiver
ao ar livre? Pois é, eles fazem isso porque estão cheios de hélio, que é menos denso do que o
conjunto de gases que compõe a atmosfera.
O hélio também é usado em casos especiais, quando, por suas características, permite o
trabalho de mergulhadores em grandes profundidades. Esses profissionais executam consertos
em plataformas de petróleo até a 300m da superfície. Eles são levados até lá por um sino de
mergulho, cuja pressão interior vai sendo aos poucos aumentada e a mistura de gases para
respiração é alterada, passando a ser uma mistura de oxigênio, nitrogênio e hélio. Depois de
respirar essa mistura por vários dias, a equipe pode sair do sino e fazer os reparos necessários.
No retorno do equipamento à superfície, eles permanecem vários dias ali dentro adaptando-
se lentamente à descompressão para voltarem a respirar a atmosfera normal.
Neônio
Ao ser submetido a uma corrente elétrica, produz uma cor vermelho-alaranjada. Por isso
é empregado nos anúncios de neon. Aparece em quantidades muito pequenas na atmosfera,
cerca de 0,0015 %.
Argônio
É o terceiro elemento mais abundante na atmosfera (cerca de 0,1%). É usado no interior
do bulbo de lâmpadas incandescentes e alguns tipos de lâmpadas fluorescentes.
Criptônio
Cerca de 0,0001% da atmosfera. É usado em lâmpadas fluorescentes e em lâmpadas de
flash de alta velocidade.
Radônio
É um gás denso e radioativo, chegou a ser usado no tratamento de tumores cancerígenos,
mas atualmente já não tem mais essa aplicação.
O radônio é o gás dissolvido nas águas minerais radioativas.
Xenônio
Forma cerca de 0,00087% da atmosfera. É usado em alguns tipos especiais de lâmpadas,
principalmente naquelas que produzem uma luz muito branca. Alguns faróis de carro são de
xenônio.
Além dos gases, a atmosfera ainda contém partículas sólidas: como a poeira e a fuligem
da queima de diversos compostos, além de micróbios diversos. Há também vapor de água em
quantidades que variam de acordo com o lugar e as condições meteorológicas. Ambientes
com umidade do ar muito baixa são prejudiciais à saúde.
1. Observe o gráfico da pág. 6. Ele mostra o aumento nas concentrações de gás carbônico
atmosférico. Que fatores levaram ao aumento nesses valores?
2. Um aumento nas temperaturas médias da Terra poderia ter como conseqüência o derre-
timento de parte das calotas polares. Isso resultaria em um aumento no volume de água
dos oceanos. Que efeitos esses fatos poderiam ter sobre as pequenas ilhas e sobre as
cidades litorâneas?
3. Você já teve a oportunidade de entrar em um carro que tenha ficado fechado e estacio-
nado ao Sol? Como é a temperatura lá dentro? Procure correlacionar ao que explicamos
sobre efeito estufa.
5. Observe o gráfico abaixo. Ele indica os percentuais dos principais gases da atmosfera. Aí
estão indicados o gás carbônico, os gases raros, o nitrogênio e o oxigênio. Identifique a
fração que corresponde a cada um desses elementos.
6. Nas festas, balões são soltos e sobem aos céus, eles fazem isso porque estão cheios de
Hélio. Que características esse gás apresenta que explica o vôo dos balões?
9. Em dias de queimada, algumas cidades parecem cobertas por nevoeiros, porém não se
trata de nevoeiro. Qual a causa dessa atmosfera encoberta?
10. Às vezes, quando alguma coisa está queimando, as pessoas lançam sobre ela uma lona
ou um material pesado de tecido. Por que alguém faria isso?
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de sites
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm
http://cienciaemcasa.cienciaviva.pt/
http://www.ufrgs.br/cebi/terra/atmosfera.html
CAPÍTULO 2
Camadas da
Atmosfera
Descrever as camadas da atmosfera é o seu objetivo ao estudar este
capítulo.
Troposfera
Se imagine no balão e vamos começar a subida. Você está saindo da superfície: olhe ao seu
redor toda a atividade humana. É na troposfera que nós vivemos. Alguns quilômetros acima
aparecem nuvens, poderia estar chovendo ou ventando, pois os fenômenos meteorológicos
acontecem nesta camada. As temperaturas estão caindo e caindo muito, podem chegar a
-50ºC. Você está com muito frio e com dificuldade para respirar.
Entre 12-15km termina a troposfera. Ainda há 21% de oxigênio no ar, mas a pressão é
menor e você não consegue respirar sem a ajuda de equipamentos. É o que acontece com
os pilotos de pequenos aviões de combate. Eles usam máscaras de oxigênio para poder voar
nessas altitudes. Os grandes aviões comerciais também voam tão alto, mas o interior de suas
cabines é pressurizado, isto é, mantêm a mesma pressão da superfície.
Estratosfera
Se estende entre 15 e 50 quilômetros acima da superfície. Quase não há umidade, portanto,
não há nuvens. O céu é escuro. As temperaturas vão subindo e chegam a 0ºC.
Aos 25 quilômetros, você começou a atravessar a camada de ozônio, ela protege a Terra
absorvendo a maior parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.
Mesosfera
A partir dos 50 quilômetros, tem início a mesosfera. Seus instrumentos devem registrar
uma nova queda nas temperaturas, esta é a camada mais fria, com temperaturas de –80 oC.
A composição dos gases permanece a mesma daquela avaliada na troposfera, isto é, 78% de
nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases, mas a pressão é cada vez menor. Estamos
agora a 80km de altitude.
Termosfera
Vai de 80 a 500 quilômetros acima da superfície. Aqui está uma camada denominada
ionosfera, onde há grande volume de partículas denominadas íons. Os fenômenos da aurora
boreal e da aurora austral acontecem nesta camada. Os gases atmosféricos começam a ficar
mais escassos e a pressão é mínima quando comparada àquela observada ao nível do mar.
Seus instrumentos de medição apontariam, ao final da termosfera, cerca de 9,5% de Hélio,
1% de outros gases e 89,5% de átomos livres de oxigênio. Os gases das camadas inferiores
sofrem a ação das radiações vindas do Sol e têm suas moléculas quebradas.
Os termômetros estariam registrando valores acima de 700ºC.
Exosfera
Finalmente, a partir dos 500
quilômetros, a atmosfera vai fican-
do cada vez mais rarefeita, os ga-
ses que você poderia medir seriam
apenas o hélio e o hidrogênio.
Naturalmente que sua viagem
só foi possível na imaginação, nin-
guém poderia suportar tantas e tão
violentas mudanças de temperatu-
ra, pressão e qualidade do ar.
A Camada de Ozônio
Como vimos, esta camada está situada entre 25 e 50 quilômetros de altitude. Ela é uma
estreita faixa na qual a radiação ultravioleta (UV) emitida pelo Sol reage com as moléculas de
oxigênio (O2) gerando ozônio, um gás formado pela união de três átomos de oxigênio (O3).
Essa fina área reduz enormemente o volume de radiação que chega à superfície terrestre.
Sem ela, a maioria dos seres vivos provavelmente não existiria.
Por isso a grande preocupação dos pesquisadores quando descobriram que alguns gases
lançados na atmosfera destroem o ozônio, produzindo um buraco na camada.
O buraco na camada de ozônio é medido todos os anos e tem aumentado de tamanho.
Ele é maior na região polar, especialmente no pólo Sul. Veja, na foto a seguir, como a área azul
cobre toda a Antártida e chega à extremidade da América do Sul, na Patagônia.
As populações que vivem nessas regiões usam sempre bloqueadores solares, óculos escu-
ros e chapéu, pois a radiação ultravioleta causa câncer de pele e problemas de vista (catarata
e até cegueira).
Por todos os males que o excesso de radiação ultravioleta produz, desde os anos 90 do
século XX, muitos países vêm regulamentando o uso do CFC e seus derivados, de modo que
o buraco da camada de ozônio não aumente.
1. No Brasil, a preocupação com o buraco na camada de ozônio pode ser revelada por leis
que procuram regular o uso do CFC, veja:
“Algumas Unidades da Federação, preocupadas com a problemática que envolve a
rarefação da Camada de Ozônio, baixaram legislações específicas:
• 1994 – proibida, no Rio Grande do Sul, a liberação de CFC para a atmosfera;
• 1995 – proibida, no Rio de Janeiro, a emissão de CFC na manutenção e na desativa-
ção de sistemas de refrigeração e na manutenção de sistemas de ar condicionado;
• 1995 – criado, no Estado de São Paulo, o Programa Estadual para a Proteção da
Camada de Ozônio.
O Programa Brasileiro, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, utiliza o Dia
do Ozônio (16 de setembro) como um dos meios de disseminação e divulgação das
atividades de proteção da Camada de Ozônio desencadeadas no país.”
Observe que o estado do Rio Grande do Sul foi o pioneiro em proibir o uso desse gás.
Sabendo que o buraco na camada de ozônio é maior acima da Antártida, procure corre-
lacionar a maior preocupação do governo do Rio Grande do Sul com essa questão.
2. A mais alta montanha da Terra é o monte Everest, com quase 8900m de altitude. Seu cume
é um lugar muito frio, com fortes ventos e respirar é muito difícil. Associe essas caracterís-
ticas às propriedades da troposfera.
3. Relacione as colunas:
4. Complete:
1. Na _______________, à medida que subimos, as temperaturas vão ______________. Lá
a umidade é mínima e por isto não há _________________.
2. É na ___________________, a partir dos 80 km de altitude, que a composição dos gases
atmosféricos começa a mudar.
3. As auroras boreal e austral acontecem por causa das partículas existentes na _______
__________.
4. A maior extensão do buraco na camada de ozônio é verificada sobre a ____________
__________.
5. As auroras boreal e austral são fenômenos observados nos céus polares. São extensas faixas
coloridas, brilhantes e móveis que surgem à grande altitude. Elas são resultado da ação de
partículas de origem solar atraídas pelos pólos magnéticos da Terra. Pesquise o significado
dos termos austral e boreal e, a partir disso, cite o pólo onde ocorrem as auroras boreais e
o pólo onde ocorrem as auroras austrais. Veja na foto um exemplo de aurora.
6. Um alpinista de grandes altitudes resolveu “atacar” o cume de uma montanha com mais
8000 m sem recorrer a suprimentos extras de oxigênio. Porém, a poucos metros do final,
precisou desistir por sentir tonturas e forte mal-estar. Por que o uso do oxigênio poderia
ter evitado isso?
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
CAPÍTULO 3
Massa e Peso
Seus objetivos, ao concluir o estudo deste capítulo, serão: diferenciar
massa e peso citando suas unidades de medida, descrever os efeitos
da gravidade citando seu valor na Terra, identificar uma balança e um
dinamômetro.
Imagine se, de repente, você ficasse sem peso, como um astronauta quando a nave já se
afastou bastante da Terra. Como ele, você ficaria flutuando no ar. Você poderia tentar “nadar”
para descer, mas isso também não seria nada fácil: o ar é menos denso do que a água. E se
tudo ficasse sem peso? Olhe ao seu redor. Imagine todas essas coisas suspensas no ar, pairando
desordenadamente por aí!
Felizmente, tudo isso é só imaginação, pois não há chance disso acontecer. Você e tudo o
que o cerca continuarão tendo peso. Então, podemos perguntar, o que faz os corpos ter peso?
Peso
Vamos observar os efeitos da gravidade?
Pegue uma borracha e um pedaço de barbante. Vamos fazer alguns experimentos:
1 - Segure a borracha e em seguida solte-a no ar.
Você largou a borracha sem nenhum impulso, não é?
O que, então, a fez cair até o chão?
Anote sua resposta.
2 - Amarre a borracha em um pedaço de barbante de meio metro. Segure a ponta livre
do barbante e suspenda-a.
Massa
Você sabe que quanto mais matéria existir em um corpo, mais pesado ele é. Um caminhão
pesa muito mais do que um carro de passeio porque tem muito mais matéria. Você mesmo já
foi bem pequeno e tinha um peso muito menor do que o de hoje. Para chegar ao seu tamanho
atual, foi preciso aumentar a quantidade de matéria que o compõe e isso foi possível através
dos alimentos que você consumiu.
Essa quantidade de matéria que o constitui hoje e a matéria que forma o caminhão ou
o carro de passeio é denominada, pelos cientistas, de massa.
Então, quanto maior a massa, maior o peso de um corpo.
Já que o peso varia de acordo com a massa, é comum avaliarmos a massa (quantidade
de matéria) de um corpo, determinando seu peso (força que o puxa para baixo). Por isso, no
dia-a-dia, usamos o termo “pesar” para determinar o peso e a massa de algum objeto.
Mas, para os físicos, a determinação da massa é feita pela comparação da quantidade de
matéria existente em cada corpo. O instrumento usado para determinar massa é a balança.
Vamos montar uma balança. Reúna os seguintes materiais:
- uma régua de plástico ou madeira (um objeto qualquer, bem reto, como um pedaço de
cano ou uma vareta, também serve);
- barbante;
- dois copinhos descartáveis;
- objetos de massas diferentes (borracha, chaves, bolinhas, grampos de roupa...).
Fure os copinhos em três pontos junto à borda e prenda três pedaços de barbante. Amarre
um pedaço de barbante no meio da régua e pendure, em cada extremidade, os copinhos.
Equilibre a sua “balança” movimentando o fio do centro até que o sistema todo fique na
horizontal. Coloque, dentro de cada copo, os objetos que você quer comparar. Faça uma lista,
anotando as relações de massa entre eles.
Você pode comparar as relações que obteve quando avaliou o peso com essas que está
observando agora.
O que você constatou? Elas são iguais, não é? Os objetos mais pesados também são os
de maior massa.
Então, podemos dizer que o peso dos corpos varia diretamente com suas massas.
Para medir massa e peso, os pesquisadores criaram unidades. Uma das unidades de peso
é o quilograma-força (kgf) e a unidade de massa é o quilograma (kg).
Até aqui parece que massa e peso, apesar de terem conceitos diferentes, na prática, aca-
bam sendo coisas iguais! Na verdade, para você “enxergar” direitinho a diferença entre massa
e peso, precisamos entender um pouco mais a respeito da atração entre os corpos.
A Gravidade
Já vimos que os corpos têm peso porque a Terra os atrai e que a força de atração varia de
acordo com a massa. Maior massa, maior atração e, portanto, maior peso.
Mas o peso também depende da massa da Terra. Se a Terra tivesse a metade da massa
que tem, todos os corpos pesariam a metade do que pesam.
Essa atração entre dois corpos acontece com tudo. Todos os corpos se atraem com força
proporcional a suas massas, porém, nos corpos com pouca massa, como cada um de nós e os ob-
jetos que nos cercam, essa atração é tão pequena que não podemos perceber.
A força de atração entre dois corpos, proporcional a suas massas, se chama gravidade.
Essa força de atração entre dois corpos varia com a massa e com a distância entre o centro
de gravidade dos dois. Quanto mais distante, menor a atração.
O peso dos corpos na superfície da Terra é determinado pela distância ao centro do plane-
ta, que é de aproximadamente 6.000 km. Vamos supor, então, que a essa distância, seu peso
seja 44kg.
Agora, imagine que você embarcou em um foguete que irá chegar a 12.000km de altitude.
Você está distante 18.000km do centro da Terra, seu afastamento triplicou e o seu peso dimi-
nuiu 9 vezes, pois a força de atração varia inversamente com o quadrado da distância.
No entanto, você continuaria a mesma pessoa que era ao embarcar na nave. Sua massa
não mudou. Então podemos dizer que a massa independe do local onde você esteja, mas o
peso depende de sua distância ao centro de gravidade do corpo em questão.
Sol 27,9
Mercúrio 0,37
Vênus 0,88
Lua 0,17
Marte 0,38
Júpiter 2,64
Saturno 1,19
Urano 0,93
Netuno 1,22
Plutão 0,6
Assim, se você pudesse chegar à superfície de qualquer um desses corpos celestes, seu
peso seria diferente em cada um deles.
1. Complete:
a) O peso pode ser medido por meio de um instrumento denominado _____________.
b) A palavra gravidade vem do latim e significa ______________.
c) A quantidade de matéria que compõe um corpo é sua _______________.
d) Quanto mais distante um corpo estiver de outro __________ será a atração entre
eles.
2. Suponha que um astronauta e seu traje espacial tenham peso igual a 105 kgf aqui na Terra
e que ele viajou em missão para diversos locais do sistema solar. Qual seria o peso desse
viajante quando ele desembarcasse em Marte? Em Júpiter? Em Saturno? E em Plutão?
3. O planeta Terra não é uma esfera perfeita, ele é um pouco achatado nas regiões polares.
Sendo assim, a distância do centro da Terra a um dos pólos é um pouco menor do que
a distância do centro ao equador. Levando em consideração esse fato, analise a situação
descrita e procure responder ao que se pede:
4. O que é gravidade?
Depois do almoço, um rapaz resolveu tirar um cochilo encostado em uma árvore e...
tchum! Caiu uma maçã na sua cabeça. Ele poderia ter tido várias reações diferentes:
reclamar, chorar, querer entender o que aconteceu ou comer a maçã. Quando isso
aconteceu com Isaac Newton, o inglês, ele, sempre muito curioso, fez de tudo para
descobrir o que houve. E foi assim que surgiu a sua teoria da gravitação universal... Na
verdade, não se sabe se essa história realmente aconteceu ou se é apenas uma lenda.
O fato é que ela permite explicar a teoria de Newton. Tente responder: por que os
objetos caem no chão quando soltos no ar?
Procure responder à pergunta que o texto formula (para ler toda a história, acesse o site
da Ciência Hoje: http://www2.uol.com.br/cienciahoje/che/newton1.htm).
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
sugestão de sites
http://www.on.br/ - endereço do observatório nacional no Rio de Janeiro,
há atividades diversas e muita informação.
CAPÍTULO 4
Propriedades do Ar
Após estudar este capítulo, você deve ser capaz de identificar
algumas propriedades do ar e também diferenciar ar comprimido de
ar rarefeito, citando as suas aplicações.
Nós já estudamos o conceito de matéria e sabemos que matéria é tudo o que existe. Ela
tem propriedades que são comuns a todos os tipos de corpos e substâncias.
Extensão
Esta propriedade afirma que toda matéria ocupa lugar no espaço. Mas será que isso se
aplica ao ar?
Costumamos dar pouca atenção ao ar que nos rodeia. Quando entornamos a água que
enchia um copo, dizemos que ele ficou vazio. Mas isso não é verdade, ele está cheio de ar.
Como saber que o ar está ali se não o vemos?
Uma maneira simples é virar o copo dentro de um balde com água.
O que acontecerá? Observe e anote.
A água entra no copo?
Para responder a essa questão com mais certeza, antes de colocar o copo dentro do balde
pegue um pedaço de papel e amasse-o no fundo do copo. A seguir, vire-o de boca para baixo
e coloque dentro do balde. Retire o copo sem virá-lo e verifique se o papel está molhado ou
não. Anote e tire suas conclusões.
Você acabou de verificar, por meio de uma experiência simples, que o ar, apesar de in-
visível, ocupa lugar no espaço. Foi ele que ficou entre a água e o papel evitando que este se
molhasse.
Expansibilidade
O ar tende a ocupar todos os espaços disponíveis.
Vamos ver um exemplo disso:
Pegue um balão de borracha, desses usados em aniversário. Sopre-o. Ele agora está cheio
de ar, não é? Então solte o bico do balão. O que aconteceu com o ar que estava lá dentro?
Ele escapou rapidamente e se espalhou por todo o ambiente, isso é expansibilidade.
Compressibilidade
Para demonstrar esta propriedade,
você vai precisar de uma seringa de in-
jeção (sem a agulha) com capacidade
de 5ml ou mais.
Deixe o êmbolo na marca de 3ml.
Tampe o bico da seringa com o dedo
e empurre o êmbolo para comprimir
o ar.
Você conseguiu? O ar passou a
ocupar menor volume?
Pois é, isso foi possível porque o ar
pode ser comprimido.
Vamos usar, novamente a seringa. Coloque o êmbolo na marca de 3ml. Tampe o bico com o
dedo e puxe o êmbolo até a marca de 5ml.
O que aconteceu?
Você conseguiu puxar o êmbolo?
Agora o ar está ocupando um volume maior e dizemos que ele está rarefeito.
Elasticidade
Nos dois experimentos anteriores, antes de tirar o dedo do bico da seringa, solte o êmbolo.
O que aconteceu?
No primeiro caso, o ar que estava comprimido voltou ao seu volume normal e empurrou o
êmbolo para fora.
No segundo caso, o êmbolo foi empurrado para dentro, sob ação da pressão exterior que
era maior do que a pressão dentro da seringa.
Então, essa experiência nos mostra também que o ar exerce pressão.
2.
1.
3.
2. Quando um perfume é aberto, ele se transforma em gás (volatiliza) e pode ser sentido à
distância. Qual é a propriedade do ar e de todos os gases que explica esse fato?
3. Por que dissemos que nos aerógrafos e nas pistolas de pintura, o ar é o pincel?
7. Dê o conceito de extensão.
9. O que é elasticidade?
10. Pesquise sobre a invenção dos cilindros de ar comprimido usados pelos mergulhadores.
sugestão de sites
http://www.fisica.ufc.br/index.html
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm
CAPÍTULO 5
Pressão Atmosférica
Hoje, seus objetivos serão: reconhecer que a atmosfera exerce
pressão e que a avaliação desses valores foi realizada pioneiramente
por Torricelli; identificar e explicar diversos fenômenos relacionados à
pressão atmosférica; citar a função dos barômetros e altímetros.
Para observar efeitos da pressão atmosférica você vai precisar de: um copo (não use copo
descartável, ele é flexível e a demonstração não dá certo); água; um pedaço de papel firme
ou de acetato (pode ser um pedaço de chapa de Raio-X).
Encha o copo com a água até a borda, coloque sobre ele o pedaço de papel ou de acetato.
Ajuste, alisando a superfície. Com a mão espalmada sobre o papel, vire o copo rapidamente
de boca para baixo. Retire a mão. Observe.
A água caiu do copo?
O que terá evitado essa
queda?
A resposta é a pressão da
atmosfera que, como vimos, é
grande e, como demonstramos
agora, é exercida em todos os
sentidos, de cima para baixo, de
baixo para cima e lateralmente.
Torricelli percebeu então que a pressão atmosférica só consegue sustentar uma coluna
de água de aproximadamente 10m (10,33m).
Ele não conseguiu solucionar o problema do Duque, pois seria necessário um outro tipo
de bomba para elevar a água acima dos 10m, mas as suas observações o levaram a montar
um dispositivo capaz de medir o valor da pressão atmosférica.
Torricelli pegou um tubo de vidro com aproximadamente um metro de comprimento e
fechado em uma das extremidades. Encheu-o completamente com mercúrio, tapou a abertura
com um dedo e inverteu-o, mergulhando a abertura do tubo em uma bacia contendo mercúrio.
Ao retirar o dedo, parte do líquido escoou para a bacia. Dentro do tubo, porém, restou uma
coluna com 76cm de altura. As experiências de Torricelli foram realizadas ao nível do mar e,
por isso, dizemos que a pressão atmosférica ao nível do mar é de 760mm/Hg (setecentos e
sessenta milímetros de mercúrio).
Medindo a Pressão
Os instrumentos usados para medir a pressão
atmosférica recebem o nome de barômetros.
O aparelho de Torricelli, fixado a uma pran-
cheta de madeira, com uma escala ao lado, foi o
primeiro barômetro. Mas esse equipamento tem
alguns inconvenientes, pois, ao ser transportado,
pode quebrar e perder o mercúrio.
Por isso foram criados outros tipos de barôme-
tros, como os barômetros aneróides, usados em
aeronaves. Esse tipo de barômetro é formado por
uma caixa de metal cuja tampa, delgada e flexível,
permite registrar as variações de pressão.
Variações da Pressão
Os barômetros também podem ser usados para medir a altitude. Em 1648, o físico francês
Blaise Pascal (1623-1662) realizou experiências para comprovar as pesquisas de Torricelli.
Ele imaginava que a pressão diminuiria com a altitude. Assim, ao subir uma montanha,
foi fazendo anotações sobre os valores registrados pela coluna de mercúrio e observou algo
parecido com o esquema que segue. Chegando aos 800m, constatou uma queda de 8cm
na coluna. Isso o levou a concluir que a pressão baixa 1cm, ou 10mm, a cada 100m de
altitude.
Percebendo que essa variação era constante, Pascal propôs calcular a altitude pela variação
de pressão. Os instrumentos que determinam a altitude recebem o nome de altímetros e são
equipamentos muito importantes para os aviões.
Além das variações sofridas pela mudança de altitude, a pressão pode mudar em um
mesmo lugar ao longo do dia. Essas mudanças estão relacionadas a fenômenos meteorológi-
cos. A queda de pressão medida pelo barômetro em uma embarcação no mar, por exemplo,
é indicativa de tempestade, e quanto maior e mais veloz a queda, tanto pior deverá ser o
fenômeno. Por isso, os barômetros são instrumentos muito importantes para a navegação.
Atualmente, existem outros recursos, como as fotografias por satélite, que permitem fazer
previsões do tempo com bastante segurança. As embarcações, porém, ainda são equipadas
com os instrumentos que, no passado, constituíam as únicas fontes de orientação.
1. Você já observou que sua a mãe, ao colocar em uso o óleo usado para saladas e frituras,
faz dois furos na lata? Por que ela faz isso?
6. Você e seus amigos resolvem escalar uma montanha. Após algumas horas de caminhada,
consultam um barômetro e observam que a coluna baixou 3cm desde o início da cami-
nhada. Quantos metros vocês já subiram?
9. Existe um instrumento no painel dos aviões denominado altímetro. Que tipo de parâmetro
ele avalia?
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
CAPÍTULO 6
Ventos e
Meteorologia
Descrever alguns dos mecanismos de formação dos ventos;
reconhecer alguns dos equipamentos usados nas estações
meteorológicas e citar exemplos de fenômenos meteorológicos,
caracterizando-os são os seus objetivos ao estudar este capítulo.
A foto acima foi tirada do espaço e mostra, em toda a sua grandiosidade, um dos fenô-
menos mais impressionantes produzidos pela natureza. Você sabe qual é?
É isso mesmo, um furacão que também recebe os nomes de tufão e ciclone.
Toda essa descrição vale para as massas de ar mais próximas à superfície. Nas camadas
mais altas da atmosfera, outros movimentos podem estar acontecendo, pois, além da questão
das diferenças de pressão, os ventos sofrem influência do movimento de rotação da Terra e
do fato de que diferentes regiões geográficas recebem diferentes graus de energia calorífica
vinda do Sol.
Como você pôde perceber, os ventos são determinados por inúmeros fatores, e conhecê-
los é importante para organizar ações de prevenção quando fortes tempestades ameaçam
uma região.
As Nuvens
Tanto na foto do furacão quanto na foto do tornado, você percebe que há nuvens envol-
vidas no fenômeno. Os meteorologistas identificam alguns tipos de nuvens de acordo com
as características que elas apresentam. Veja no esquema abaixo como elas podem ser:
Meteorologia
É a ciência que estuda os fenômenos me-
teorológicos, isto é, aqueles que acontecem na
atmosfera. Para tentar entender esses fenômenos,
os meteorologistas usam um grande número de
instrumentos, alguns muito sofisticados, como
radares e sondas de grande altitude. Outros,
mais simples, porém não menos importantes nas
avaliações diárias sobre as condições climáticas
de uma região.
Nós já estudamos sobre o barômetro e vimos
que ele mede a pressão atmosférica, mas além
dele existem outros equipamentos que ajudam
no trabalho dos meteorologistas.
Veja:
Termômetro - registra as variações de tem-
peratura ao longo de um dia.
Anemômetro - é o equipamento usado para
determinar a velocidade dos ventos.
Biruta - serve para determinar a direção dos
ventos.
Pluviômetro - mede a quantidade de chuva
que cai em uma região.
Higrômetro - mede o grau de umidade do ar.
Construindo um pluviômetro:
Material:
- um funil;
- um vidro com boca larga;
- uma régua;
- fita adesiva.
Monte um dispositivo como o do desenho ao lado. Co-
loque-o no jardim e anote a quantidade de água recolhida
após uma chuva.
Construindo um barômetro:
Material:
- um copo plástico;
- um balão de borracha (de aniversário);
- fio de linha;
- uma régua;
- um pedaço de papelão ou de madeira;
- um canudo de refrigerante;
- fita adesiva.
Monte um dispositivo como o do desenho acima. Anote diariamente o valor registrado
na escala.
5. Relacione as colunas:
1 - anemômetro ( ) direção do vento
2 - biruta ( ) quantidade de chuva
3 - termômetro ( ) pressão da atmosfera
4 - barômetro ( ) velocidade do vento
5 - higrômetro ( ) umidade do ar
6 - pluviômetro ( ) temperatura ambiente.
8. O ar seco é mais pesado do que o ar úmido; assim, quanto mais seco o ar, maior a pressão
atmosférica. Imagine que você foi conferir os valores marcados em um barômetro e per-
cebeu que a pressão está caindo. Que conclusão poderia ser tirada a partir daí?
9. O que é meteorologia?
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
sugestão de sites
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc124c1.htm
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/meteorologista/home.html
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/home.html
CAPÍTULO 7
O Ar e a Saúde
Ao final deste capítulo, desejamos que você reconheça o ar como um agente
transmissor de doenças, cite alguns organismos patogênicos veiculados por ele e
descreva formas de reduzir a contaminação.
Você já se sentiu como o nosso amigo aí no desenho? Provavelmente sim. Nariz
escorrendo, espirros, tosse, dor pelo corpo, são alguns dos sintomas de uma das
doenças mais comuns: a gripe.
O que faz uma pessoa ficar gripada?
Por curiosidade, faça essa pergunta a cinco pessoas diferentes, parentes
ou conhecidos, e escreva as respostas em seu caderno.
Todas as pessoas deram a mesma resposta?
Uma hipótese para as respostas tão diferentes é que
as pessoas acreditam que a gripe tem várias causas, nem todas corretas do
ponto de vista científico. Isso nos mostra que os saberes populares nem sempre
correspondem aos saberes elaborados pela ciência.
Bem, mas afinal, porque ficamos gripados?
A Gripe
É uma doença causada por vírus, seres muito simples que, para se reproduzir, invadem or-
ganismos e causam doenças.
Os vírus causadores da gripe sofrem mutações de um ano para o outro, e por isso os sintomas
da doença podem variar.
Não existem remédios para curar a gripe. Todos os medicamentos que usamos servem apenas
para aliviar o mal-estar.
Os vírus são transmitidos pelo ar e não há muito que fazer para evitar o contágio. Existe uma
vacina que deve ser tomada todos os anos (por causa das mudanças que o vírus sofre) e que é
oferecida gratuitamente aos idosos.
Quem estiver gripado, deve usar lenços descartáveis, tomar bastante líquido e descansar. O
próprio corpo combate os vírus e, geralmente, em alguns dias a doença vai embora.
Além da gripe, outras doenças causadas por vírus podem ser transmitidas pelo ar. Isso é
possível porque, assim como na gripe, os micróbios causadores das doenças são expelidos
pelas pessoas doentes quando falam, tossem ou espirram. Assim, basta respirarmos esse ar
contaminado para que o micróbio se instale em nosso organismo.
Mas nem todas as pessoas adoecem, cada organismo reage de uma forma. Ficar doente
ou não também depende de nosso corpo, cujo sistema imunológico age buscando destruir
os organismos patogênicos (causadores de doenças). Pessoas mal alimentadas, crianças e
idosos têm menor resistência e são mais sensíveis às doenças.
Poliomielite
É uma doença grave, causada por vírus, que atacam as ligações entre os nervos e os mús-
culos. Por causa disso, em muitos casos, as pessoas afetadas perdem a capacidade de realizar
movimentos, é a paralisia. No passado, a maior parte dos doentes eram crianças e, por isso, a
doença também é conhecida como paralisia infantil.
Até a década de 50 do século XX, o número de casos era alto, muitos adoeciam e ficavam
com lesões permanentes, alguns morriam, pois a paralisia pode afetar os músculos respira-
tórios.
Nessa ocasião, surgiu a primeira vacina capaz de proteger contra a pólio, era a vacina Salk.
Alguns anos depois, foi criada a vacina Sabin, usada no Brasil nas campanhas de vacinação
em massa, cujo personagem símbolo é o Zé Gotinha.
Sarampo
Para os mais antigos, o sarampo é uma doença da infância, isso é, toda criança devia tê-la.
Acreditava-se também que fosse uma doença sem gravidade, no entanto, sabemos atualmente
que isso não é verdade. O sarampo mata e pode levar a complicações sérias.
Para evitá-lo, existe uma vacina que é dada nos postos de saúde e faz parte do calendário
de vacinação obrigatória.
Alguns sinais dessa virose são: febre alta, sensibilidade à luz, manchas avermelhadas pelo
corpo e pontos esbranquiçados no interior da bochecha.
Mas se o ar pode carregar vírus, ele também pode transportar outros tipos de microor-
ganismos, entre eles, as bactérias. Há milhares de espécies de bactérias, a maioria não causa
nenhum mal ao homem, algumas, porém, podem desencadear doenças muito sérias.
Tuberculose
Transmitida de uma pessoa a outra pela respiração, a tuberculose, no passado, era uma
doença para a qual não havia cura. Os doentes eram isolados em sanatórios construídos em
lugares onde o ar fosse “bom”.
Ar “bom” geralmente era o das cidades de montanha: lugares como Campos de Jordão,
em São Paulo; Teresópolis e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, eram buscados na tentativa de
cura para a doença.
A partir da década de 40, no século XX, o uso de antibióticos conseguiu curar grande
número de doentes. O primeiro antibiótico havia sido descoberto na década de 20 daquele
século, era a penicilina, e ela foi usada com muito sucesso no tratamento da doença. Chegou-
se a afirmar que a tuberculose iria desaparecer.
Infelizmente essa previsão não se confirmou, o número de doentes tem aumentado e
a gravidade da doença também, por causa do uso errado que se faz dos antibióticos e das
interrupções nos tratamentos realizados pelos doentes.
A forma mais comum da doença é a tuberculose pulmonar cujos sinais são: tosse e febre
baixa constante, emagrecimento, falta de ar e cansaço.
A vacina BCG ajuda a evitar a doença e faz parte do calendário de vacinação.
Meningite
É uma doença grave, afeta as membranas que envolvem o sistema nervoso central. Di-
versos tipos de organismos podem causar meningite, mas apenas os meningococos, por sua
facilidade de transmissão pelo ar, podem causar epidemias.
Essas bactérias entram o organismo pelo sistema respiratório e invadem as meninges,
provocando dor de cabeça, febre alta, vômito e dificuldade em movimentar o pescoço para
frente (o doente não consegue encostar o queixo no peito).
A doença é muito grave e pode causar a morte. O diagnóstico correto só pode ser feito
pelo médico e a cura depende da rapidez com que se inicia o tratamento. Quanto mais cedo,
maior a chance da doença ser controlada sem deixar conseqüências.
Doenças transmitidas pelo ar fazem maior número de vítimas no inverno, quando as pesso-
as tendem a ficar mais tempo em ambientes fechados, e a proximidade facilita o contágio.
Para diminuir a chance de contágio, devemos:
evitar aglomerações;
evitar ambientes fechados;
abrir bem as janelas, fazendo o ar circular.
a. Procure o significado das palavras epidemia e pandemia. Por que a gripe espanhola foi
uma pandemia?
b. Ninguém sabe porquê a gripe de 1918 foi tão terrível, mas se aquela doença foi gripe
de fato, qual deveria ser o tipo de organismo que a causou?
3. Existe um ditado popular que diz: “Melhor prevenir do que remediar”. Em relação às
doenças, qual a sua interpretação para ele?
4. “O sarampo é uma doença benigna que não deve preocupar os país”. Essa afirmação está
certa ou errada? Justifique.
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/saude/
CAPÍTULO 8
A Poluição do Ar
O que é poluição?
A legislação brasileira (LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981) define poluição atmosférica
como sendo a degradação da qualidade do ar resultante de atividades que direta ou indire-
tamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Inversão Térmica
Essa poluição pode tornar-se ainda mais concentrada durante o inverno. Como já estuda-
mos, à medida que subimos na troposfera, as temperaturas vão diminuindo, porém, no inverno,
pode acontecer o que os meteorologistas chamam de inversão térmica. Esse fenômeno é a
retenção de uma camada de ar quente entre duas massas de ar frio.
Quando isso acontece, os gases e partículas lançados na atmosfera não sobem para as
camadas mais altas e se acumulam ainda mais junto à superfície.
Além dos gases, a atmosfera poluída pode ter partículas sólidas em suspensão, como
óxidos de ferro, sílica (areia) e pó de carvão. Esses materiais, quando inalados, se prendem
ao interior dos pulmões e, com o tempo, vão destruindo as estruturas internas desse órgão,
levando à perda da capacidade respiratória. O problema pode ser tão grave que a pessoa
acaba morrendo por insuficiência respiratória.
Por tudo isso, você pode perceber que a poluição do ar é um problema grave que deve ser
encarado com seriedade por todos. Às autoridades compete fiscalizar as indústrias, evitando
que comprometam ainda mais a qualidade do ar. A todos nós, cidadãos, compete evitar produ-
zir queimadas ou incinerar produtos. Também podemos tentar diminuir o uso de automóveis,
privilegiando o transporte coletivo.
1. Qual a diferença entre o ar do campo em uma região não industrializada e o ar das gran-
des cidades?
3. A legislação brasileira define que poluição, entre outras coisas, é o que afeta desfavoravel-
mente a biota. Pesquise o significado do termo biota.
“A maior parte daquele carvão que se compra no supermercado, para fazer o churrasco
dos finais de semana, saiu das mãos de adultos e crianças que vivem no meio de uma fu-
maça permanente, uma nuvem que gruda na pele, arrebenta
os pulmões, irrita a garganta, faz mal aos olhos. Eles trans-
formam madeira em energia. Seu suor está na carroceria dos
automóveis, nas torres de transmissão que levam a luz para
as residências. É o carvão fabricado por eles que queima o
minério de ferro nos alto-fornos das siderúrgicas, produzindo
o ferro-gusa, metal puro que pode ser transformado em aço
ou ter outras utilidades.”
(adaptado de Veja)
a) Explique o significado da expressão “eles transformam madeira em energia”.
e) O texto fala das conseqüências para a saúde das pessoas que trabalham nas carvoarias,
mas no trecho que reproduzimos não há considerações sobre os efeitos dessa atividade
para o meio ambiente. Procure pesquisar sobre isso, leve em consideração as queimas
e a necessidade de grandes volumes de madeira para produzir esse carvão.
5. O poema abaixo foi escrito por Manoel Bandeira, em 1921. Nele, o poeta traduz a difícil
realidade das crianças que faziam o transporte dessa matéria prima. Leia-o, reveja a foto
anterior e escreva um texto de pelo menos dez linhas sobre o tema: “Será que, passados
mais de 80 anos, a situação das crianças melhorou?”
Menino carvoeiro
Os meninos carvoeiros
passam a caminho da cidade.
- Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.
(Pela boca da noite, vem uma velhinha que os recolhe,
dobrando-se com um gemido.)
- Eh, carvoero!
Só mesmo essas crianças raquíticas
vão bem com esses burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles...
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!
- Eh, carvoero!
Quando voltam, vêm mordendo um pão encarvoado,
encarrapitados nas alimárias,
apostando corrida,
dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos
desamparados!
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
RECAPITULANDO
A vasta camada de gases que envolve a Terra recebe o nome de atmosfera.
A atmosfera protege a Terra da radiação vinda do espaço; reduz o impacto de corpos
celestes; mantém as temperaturas da superfície terrestre amenas e contém os gases necessários
à sobrevivência dos seres vivos.
A atmosfera é composta de 78% de nitrogênio (N2), 21% de oxigênio (O2), gás carbônico e
gases raros ou nobres (1%). Encontramos ainda vapor de água e partículas sólidas provenientes
da atividade humana e dos ventos que sopram na superfície.
A atmosfera tem regiões com características diferenciadas: troposfera, estratosfera, mesos-
fera, termosfera e exosfera.
Troposfera é a camada em que vivemos. O céu é azul, ocorrem os fenômenos meteorológicos
e, à medida que subimos, as temperaturas vão caindo.
Estratosfera não tem umidade, quase não há nuvens, o céu é escuro e as temperaturas vão su-
bindo. Contém parte da camada de ozônio, que protege a Terra das radiações ultravioleta do Sol.
Mesosfera é a camada mais fria.
Termosfera contém a ionosfera, camada com grande número de partículas atômicas deno-
minadas íons.
Exosfera é a camada mais rarefeita.
Peso é a força com que a Terra atrai os corpos e pode ser medido com o uso de dinamômetros.
Massa é a quantidade de matéria existente em um corpo, pode ser determinada com o uso
de balanças.
Gravidade é a força de atração entre dois corpos, ela é diretamente proporcional às suas
massas e inversamente proporcional ao quadrado das distâncias que os separam.
O ar possui as seguintes propriedades: extensão, expansibilidade, compressibilidade, elas-
ticidade.
O ar exerce pressão em todos os sentidos, só não a percebemos porque também há ar no
interior de nosso corpo.
A pressão atmosférica pode ser medida com instrumentos denominados barômetros.
A pressão varia com a altitude, ela é menor nos lugares mais altos. Medindo as variações de
pressão, podemos determinar a altitude. Aparelhos que fazem essa medição são os altímetros.
O vento é o ar em movimento e acontece pela diferença de pressão entre duas regiões.
O ar quente sobe e o ar frio desce.
Os meteorologistas usam diversos instrumentos para avaliar as condições da atmosfera:
termômetros, barômetros, pluviômetros, higrômetros, birutas.
O ar pode transmitir doenças como: tuberculose, gripe, poliomielite, sarampo e meningite.
O ar poluído prejudica a saúde, causando dificuldades respiratórias, alergias, tosse e irri-
tação nos olhos.
As principais causas de poluição são a atividade das indústrias e a queima de combustíveis
realizada pela frota de veículos.
A inversão térmica acontece no inverno e aumenta a concentração de poluentes nas
camadas baixas da atmosfera.
GABARITO Capítulo 2
Capítulo 1 pág.15
1. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que
pág.8 está mais próximo dos limites do buraco na
camada de ozônio e seria o primeiro afetado
1. O aumento das atividades industriais e da
se esse buraco aumentasse de tamanho.
frota de veículos.
2. Sabemos que na troposfera acontecem os fe-
2. Essas regiões poderiam ficar submersas. nômenos atmosféricos e que, à medida que
subimos, as temperaturas vão diminuindo. A
3. É muito alta, porque os vidros do carro dei- pressão atmosférica também diminui e isso
xam o calor entrar, mas dificultam a saída torna a respiração mais difícil.
dele, em um fenômeno parecido com o
efeito estufa. 3. 5-4-1-2-2-1-3
4. 720 mm/Hg → a cidade está a 400m de 6. É formado por gotas de água que congelam
altitude enquanto caem.
600 mm/Hg → a cidade está a 1600m de
altitude 7. Quanto maior a umidade, maior a chance
760 mm/Hg → a cidade está ao nível do de chover.
mar.
5. Porque há ar por fora e por dentro de nosso 8. Que provavelmente vai chover, porque a
corpo, isso neutraliza os efeitos da pressão. umidade do ar está aumentando.
6. Já subiram 300m.
9. É a ciência que estuda os fenômenos me-
tereológicos, isto é, aqueles ligados às con-
7. Seria um valor superior a 760 mm/Hg porque dições do clima.
o Mar Morto está situado abaixo do nível do
mar, sofrendo uma pressão maior.
10. Resposta pessoal.
8. Porque ele exerce em todos os sentidos,
inclusive de dentro para fora e de fora para Capítulo 7
dentro. pág.49
9. Avalia a altitude em que o avião se en- 1.
contra. a) Epidemia é quando uma doença aumenta
muito o número de casos em uma deter-
minada região.
10. Resposta pessoal.
Pandemia é quando essa “explosão” de
novos casos se alastra pelo mundo todo.
Capítulo 6 b) Deve ter sido causada por um vírus.
pág.44 c) Quarentena é o período de isolamento
dos suspeitos de doenças contagiosas
1. C, E, E, C, C (antigamente correspondia a quarenta
dias). Se isolássemos os doentes a trans-
2. Para proteger as populações que terão tem- missão da doença ficaria mais difícil.
po de buscar abrigo.
2. Porque para fugir do frio há uma tendência
3. São ventos muito rápidos que fazem um de se ficar em lugares fechados e com maior
movimento de redemoinho e sugam para aglomeração de pessoas.
dentro desse “funil” tudo que estiver nas 3. É melhor tomar as medidas que podem
proximidades. prevenir a doença, como, por exemplo, as
vacinas do que ficar doente e ter que to-
4. A pressão atmosférica cai quando o tempo mar remédios, os quais nem sempre curam
vai ficando ruim e sobe, mantendo-se cons- a doença.
tante, quando o tempo está bom.
4. Errada. Ele pode causar diversos tipos de
5. 2, 6, 4, 1, 5, 3 complicações que podem inclusive levar à
morte.
pág.55
1. O ar das cidades é carregado de partículas
que tornam a respiração mais difícil.
4.
a) A madeira é parcialmente queimada
produzindo o carvão que ainda contém
energia armazenada em sua estrutura.
b) Usado para assar a carne durante os chur-
rascos, e para aquecer os alto-fornos das
indústrias siderúrgicas.
c) Ela entra no corpo, invade os pulmões e
torna o ato de respirar muito difícil, o es-
forço parece “arrebentar” os pulmões.
A ONU (Organização das Nações Unidas) decretou que o ano de 2003 seria o Ano Interna-
cional da Água Doce. Isso refletiu a grande preocupação com a água disponível no planeta.
Apesar do grande volume de água nos oceanos, há pouca água doce disponível e parte dela
está localizada nas calotas polares, não podendo ser utilizada. Um grande número de países vi-
vem com baixos estoques de água e suas populações sofrem com a falta desse líquido vital.
Procurando despertar a atenção para o problema da escassez de água, comemora-se no
dia 22 de março, desde 1992, o Dia Mundial da Água.
Nesse dia, em 1992, foi redigida a Declaração Universal dos Direitos da Água que afirma:
1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada
região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
2. A água é a seiva de nosso planeta. Ela é a condição essencial para a vida de todo vegetal,
animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima,
a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais
do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 30 da Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e mui-
to limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e
parcimônia.
4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos.
Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuida-
de da vida sobre a Terra. Esse equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares
e oceanos, onde os ciclos começam.
5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo
aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obri-
gação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
6. A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se
saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em
qualquer região do mundo.
7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral,
sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a
uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente
disponíveis.
8. A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurí-
dica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada
nem pelo homem nem pelo Estado.
9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessi-
dades de ordem econômica, sanitária e social.
10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso
em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
CAPÍTULO 1
Importância e
Ciclo da Água
Desejamos que você, ao estudar este capítulo,
possa discorrer sobre a importância da água
e descrever o ciclo desse líquido na natureza.
Que seja capaz de relacionar as mudanças de
estado às diversas etapas do ciclo da água.
Água Viva
Todos os seres vivos são formados por grandes quantidades de água. Veja a água-viva da
foto, o próprio nome já sugere a existência de muita água em sua estrutura e, de fato, elas
têm mais de 95% de sua estrutura constituída por água.
Além de tudo isso, a origem da vida está ligada à água, pois, para os cientistas, os primeiros
seres vivos surgiram nos oceanos do passado.
Mas de onde veio a água?
Sabemos que, aparentemente, a Terra é o único planeta a ter água na forma líquida em
tão grandes extensões. Essa água nem sempre esteve aí, ela deve ter surgido há bilhões de
anos, a partir da intensa atividade vulcânica que existia no planeta.
Acumulada nas grandes depressões da superfície formou oceanos, mares, rios e lagos.
Congelada nos pólos e nas grandes altitudes constituiu geleiras.
Essa água, onde a vida surgiu e com a qual os dinossauros se refrescaram e mataram a
sede é a água que vemos e usamos hoje. A água está sempre sendo reciclada.
Certo dia, um pouco de água desejou sair de seu lugar habitual, no lindo mar,
e voar para o céu.
Então, a água pediu ajuda ao fogo. O fogo concordou e, com seu calor, transfor-
mou a água em vapor, tornando-a mais leve do que o ar.
O vapor subiu para o céu, subindo cada vez mais alto, até finalmente atingir a
camada mais fria e mais rarefeita da atmosfera. Ali, as partículas de água, enrege-
ladas pelo frio, tornaram a se unir e voltaram a ser mais pesadas que o ar. E caíram
sob a forma de chuva. Não se limitaram a cair, mas jorraram como uma cascata em
direção à terra.
A arrogante água foi sugada pelo solo seco e, pagando caro por sua arrogância,
ficou aprisionada na terra.
O ciclo da água pode ser resumido em esquemas como o que vemos abaixo:
Então, podemos concluir que a água pode ser encontrada em três estados físicos: sólido
(gelo), líquido (água comum) e gasoso (água na atmosfera). A análise do gráfico nos mostra
que o maior volume é de água no estado líquido, acumulada na imensa massa representada
pelos oceanos, mares, rios e lagos.
O gelo é água no estado sólido; nos mares, rios, lagos e oceanos a água está no estado
líquido e na atmosfera ela pode ser encontrada na forma de vapor (estado gasoso).
Teste essa informação: pegue um lápis e o coloque dentro de uma panela, de uma bacia,
de uma caixa plástica. O que aconteceu ao lápis? Ele mudou de forma? Passou a ocupar um
espaço maior ou menor?
Nos líquidos, essa força é menos intensa e, por isso, um líquido tem forma variável, apesar
de manter volume constante mesmo quando colocado em recipientes diversos.
Teste essa informação: pegue um copo com água, vire o conteúdo do copo em uma pa-
nela, agora despeje essa água na bacia e depois a vire na caixa. O que você observou? A água
mudou de forma? E o volume? Ao final de sua verificação coloque a água de volta ao copo.
Ela ocupa o mesmo espaço? Então o que podemos afirmar a respeito de seu volume?
Nos gases, a coesão é muito fraca, as partículas que o formam estão muito afastadas umas
das outras. Um gás não tem forma nem volume constantes, pelo contrário, vimos que os gases
são expansíveis, isto é, tendem a ocupar todos os espaços disponíveis.
Teste essa informação: encha um balão de borracha, mantenha o bico do balão fechado.
Dentro dele há ar. Que forma tem esse ar?
Agora abra o bico do balão. O que aconteceu com o ar que estava ali dentro? E que forma
ele tem agora? Será que ele ocupa o mesmo volume que ocupava antes?
Pois bem, você viu que a água pode ser encontrada nos três estados físicos, mas nós vi-
mos que para realizar seu ciclo ela passa de um estado físico a outro. Vamos ver que nomes
recebem essas mudanças.
O gelo das montanhas e dos pólos participa do ciclo da água, pois ao derreter passa ao
estado líquido e se incorpora às águas de superfície. Quando um corpo no estado sólido passa
a líquido, dizemos que houve fusão.
A água no estado líquido evapora lentamente, isto é, se transforma em vapor, então, a pas-
sagem lenta da água do estado líquido para o estado de vapor recebe o nome de evaporação.
Em seguida, esse vapor de água, ao alcançar camadas mais frias da atmosfera, se conden-
sa, produzindo gotículas de água. A passagem da água da forma de vapor ao estado líquido
recebe o nome de condensação.
Essa água pode retornar na forma de chuva (estado líquido) ou na forma de cristais de
gelo (neve e granizo), quando passa de líquido a sólido no fenômeno da solidificação.
Mas, o que foi necessário para que essas mudanças de estado acontecessem?
Se você respondeu mudança de temperatura, acertou.
E você sabe o que é temperatura?
Observe o desenho do modelo produzido por Galileu e tente montar o seu termômetro,
para isso quebre a pontinha do bulbo – peça a ajuda de um adulto – coloque o bulbo so-
bre um pano velho e dê uma leve batida com um martelo, isso é suficiente para que a ponta
quebre. Introduza o canudo no orifício e vede com a massa de modelar.
Aqueça o bulbo segurando-o com a mão. Você também pode envolvê-lo em um pano
quente ou colocá-lo dentro de um recipiente com água morna, mas não molhe a massa de
vedação.
Agora, vire o canudo dentro do copo com água colorida. Observe. O que aconteceu?
Por quê?
5. Leia o texto abaixo. Ele faz parte do livro Serões de Dona Benta e História das Invenções,
escrito por Monteiro Lobato:
Como disse D. Benta, os termômetros atuais têm mercúrio ou álcool em seu interior
e não água, como o termômetro de Galileu. Sabendo que a temperatura de solidificação
da água é de 0ºC, do álcool é de –114ºC e do mercúrio de –39ºC. Procure justificar a van-
tagem em usar álcool ou mercúrio no interior dos termômetros. Pense o que aconteceria
ao termômetro de água num lugar em que, durante o inverno, as temperaturas ficassem
muito baixas.
imensa cobertura vegetal também tem altos índices pluviométricos. Procure relacionar a
cobertura vegetal ao grande volume de chuvas.
transpiração
CO2
H 2O raízes
10. Cite as características dos corpos em cada um dos três estados físicos.
11. Sabemos que a água é essencial a todos os seres vivos, por isso os habitantes dos desertos
tiveram selecionadas características especiais que permitem a sua sobrevivência. Essas
adaptações são muito variadas e surpreendentes, uma das mais “espertas” talvez seja a
empregada por besouros que habitam o deserto da Namíbia (no sul da África). A região é
desértica, mas sujeita a fortes nevoeiros pela manhã. Então, durante a noite, eles vão para
o topo de uma duna e elevam as patas traseiras, colocando a cabeça para baixo. Com o frio
da noite, o corpo do animal esfria e condensa as gotículas
de umidade nas costas do inseto, dali elas escorrem para a
boca do animal, garantindo o suprimento diário de água.
Imagine que você está perdido no deserto e seu estoque
de água acabou. Como você poderia conseguir mais água
usando um copo e um pedaço de plástico? Pense na solu-
ção que a natureza selecionou para o besouro e procure
“copiá-la”. Confira sua resposta com aquela que daremos ao
final da unidade.
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
sugestão de sites
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/infantis/chuachuagua/
precisa.htm
http://www1.uol.com.br/ecokids/
.
CAPÍTULO 2
Do Que é
Feita a Água?
Após o estudo deste capítulo, você deverá identificar os elementos
que compõem a molécula de água e explicar os efeitos da eletricidade
durante o fenômeno da eletrólise, deverá ainda diferenciar os diversos
tipos de água.
A pergunta que fizemos na abertura deste capítulo não é recente, ela vem ocupando a
mente de pensadores há muitos séculos.
A importância da água para o homem e para todos os organismos da Terra é uma certeza
que os filósofos da Antiguidade já tinham. No entanto, a descoberta da composição química
dessa substância foi uma construção coletiva, as observações de diversos pesquisadores fo-
ram sendo somadas até que se pudesse
entender do que a água é feita.
No século XVIII, um químico inglês,
Joseph Priestley (1733-1804), observou
que quando um gás inflamável ardia,
aparecia uma espécie de “vapor” no ar.
Outro pesquisador, Henry Cavendish
(1731-1810), testou esse “vapor” e com-
provou que era água.
Finalmente, o químico francês Lavoi-
sier (1743-1794) mostrou que a água podia
ser produzida a partir dos gases que a for-
mam: hidrogênio e oxigênio.
Água e óleo
Teste essa afirmativa: Coloque um pouco de água em um copo e despeje sobre ela um
pouco de óleo de soja ou outro usado para fins culinários. Observe.
Anote suas observações.
A Eletrólise
Se a união entre oxigênio e hidrogênio produz água, há uma reação química (denominada
eletrólise) que consegue separar novamente os elementos que a compõe, isto é, a partir de
água podemos obter novamente os gases oxigênio e hidrogênio. Veja:
Vamos montar um equipamento que vai fazer a separação da molécula de água, para
isso você vai precisar de:
bateria de 9 volts;
grafite (usado em lapiseiras);
água;
sal;
2 pinças jacaré;
cola super bonder ou durepóxi;
fios elétricos comuns (diâmetro fino);
recipiente de vidro;
2 tubos de ensaio.
Gases
Tirando conclusões: Há formação de bolhas no interior dos tubos. Essas bolhas são ga-
ses, que gases devem ser? O volume do depósito que vai se formando é igual nos dois tubos?
Lembrando que a proporção entre hidrogênio e oxigênio na molécula de água é 2:1, justifique
a diferença nos volumes dos dois depósitos.
(*) O oxigênio é um elemento que produz reações de oxidação muito intensas e reage com o cobre do fio
produzindo um material esverdeado e quebradiço, por isso, usamos o grafite que tem maior durabilidade.
TIPOS DE ÁGUA
Você já esteve no mar? Se esteve, sentiu o gosto que ele tem?
É salgado, não é mesmo?
Isso significa que a água do mar não é pura, ela contém sais dissolvidos.
A água do mar contém quase todos os tipos de elementos existentes na terra, alguns em
quantidades muito pequenas, outros, muito abundantes, como o cloreto de sódio. Há também
muitos gases dissolvidos.
Nas águas de rios também há grande quantidade de substâncias em solução. Veja, na foto
que segue, o aspecto das águas do rio Solimões e do Negro, na bacia Amazônica. Esses rios
são famosos porque, no seu encontro, as águas de cada um deles não se misturam e seguem
paralelas por um longo trecho. As águas do Solimões são barrentas e turvas, carregando
grande volume de sedimentos. As águas do Negro são escuras, mas transparentes, parecem
chá preto. São assim por causa do tipo de material que forma o leito do rio: solos arenosos e
pobres em nutrientes.
Então, podemos concluir que, na natureza, a água raramente é pura. Ela contém sempre
um volume variado de materiais dissolvidos em seu meio.
E, como vimos, essa possibilidade de dissolver muitas substâncias se deve às pontes de
hidrogênio que a molécula de água permite construir.
Por causa dessa grande diversidade, costumamos identificar a água de acordo com suas
características mais importantes. Veja alguns exemplos:
Além das águas minerais potáveis, há águas de subsolo denominadas salobras, elas são im-
próprias para o consumo, pois são salgadas, se parecem com a água do mar.
Água Potável
É a água que pode ser consumida pelo homem.
Para ser potável, a água deve apresentar as seguintes características:
ser incolor, perfeitamente transparente e não ter cheiro (inodora);
conter alguns sais minerais naturais – considera-se satisfatória a água que apresenta
0,03 gramas de sais dissolvidos;
conter mais ou menos entre 0,03 e 0,06 gramas de ar dissolvidos;
ser estéril, isto é, isenta de micróbios causadores de doenças;
a água que se destina à bebida deve ser fresca;
tendo todas as condições acima, serve para o preparo dos alimentos.
Água Poluída
É a água que contém impurezas,
micróbios e que, por isso, é imprópria
para o consumo humano. Muitas vezes,
a poluição é tão grande que somente
alguns tipos de microorganismos mais
resistentes conseguem se desenvolver
nesse tipo de água. As águas poluídas
são resultado da ação do homem sobre
o meio ambiente.
Leia a poesia abaixo que fala a respeito da água e algumas das características que você
acabou de estudar:
Lição sobre a água
“Esse líquido é água
Quando pura é inodora, insípida e incolor,
Reduzida a vapor,
Sob pressão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas, que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.
É um bom dissolvente,
Embora com exceções, mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a cem, quando à pressão normal.”
(Antonio Gedeão)
Responda:
1. O segundo verso (segunda linha da poesia) cita três características da água pura. Quais
são elas e o que significam esses termos?
a)
b)
c)
2. O autor diz que a água é um bom dissolvente. Qual propriedade química responde por
essa facilidade em dissolver compostos?
3. Cite duas substâncias solúveis em águas e duas não solúveis. Quando o autor fala em con-
gelamento e em ferver, ele está se referindo a duas mudanças de estado, quais são elas?
4. Explique o que representa cada elemento que compõe o símbolo químico da água.
5. A reação química que permite separar os elementos constituintes da água recebe o nome
de eletrólise, sabendo que lise significa rompimento, pesquise o significado do termo
eletrólise.
8. O texto adaptado foi publicado na edição de maio de 2004 da revista National Geographic
Brasil. Leia-o e responda ao que se pede:
O Enigma H
A água é esquisita – graças à ligação do hidrogênio.
“A água nos proporcionou os oceanos, as nuvens, os rios e os lagos – e contribuiu para
dar forma a tudo que vive no planeta Terra. Assim, na próxima vez em que você estiver
na praia, admirando a beleza e a vastidão do mar, lembre-se: tudo isso é possível graças
às ligações dos átomos de hidrogênio.”
9. Um tecido apresenta uma mancha de gordura. Para tirá-la é melhor usar água ou uma
substância apolar?
10. Pesquise sobre a cidade de Araxá, em Minas Gerais, cujas águas sulfurosas são famosas
por suas qualidades.
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
CAPÍTULO 3
Saneamento–
Cuidando da Água
Seus objetivos ao estudar este capítulo serão descrever
os processos de fervura, destilação, filtração e de
purificação da água em estações de tratamento e citar os
empregos para cada uma dessas técnicas.
Vamos montar um experimento que simule a ação de um filtro de areia. Para isso você
vai precisar de:
algodão
1 xícara de areia lavada
1 xícara de cascalho lavado
2 garrafas transparentes e descartáveis de 2 litros
água de rio ou lagoa
Corte o fundo da garrafa (1) e coloque um chumaço de algodão na extremidade afilada;
coloque sobre ele a areia e, sobre ela, o cascalho. Despeje lentamente a água suja, recolhen-
do-a na outra garrafa (2) que teve cortada fora a parte afilada. Observe o aspecto da água
depois da filtração.
Fervura
Sem dúvida esse é um processo eficiente. E consiste em aquecer a água até a temperatura
em que ela entre em ebulição. Essa temperatura, em regiões litorâneas, é de 100ºC, o que é su-
ficiente para matar os microorganismos que eventualmente estejam contaminando a água.
No entanto, a água fervida não é “saborosa” para beber, pois perde os gases que geral-
mente estão dissolvidos em seu meio (veja no capítulo anterior que uma das condições para
a água ser potável é a presença de ar nela dissolvido).
Filtração
Neste processo, a água atravessa um material poroso, capaz de reter grande parte das
impurezas. Em laboratórios, muitas vezes são empregados filtros de papel, semelhantes aos
usados para coar café.
Nas casas, muitas vezes há filtros que
usam uma cerâmica especial, porosa,
capaz de reter muitas das impurezas
da água.
Se em sua casa há um filtro desse
tipo, peça para a sua mãe para mostrar o
elemento filtrante quando ela for fazer a
limpeza desse material. Procure explicar
de onde vem essa “sujeira”.
No esquema que mostramos, os resíduos que escorrem da fossa caem no lençol subter-
râneo que abastece também o poço. Em uma situação assim, a água está contaminada e seu
consumo pode ser a causa de inúmeras doenças. Para que isso não aconteça, o poço deve
ser construído a uma distância de, pelo menos 15m da fossa e 30m de estábulos e cocheiras.
Mesmo assim, a água do poço deve ser fervida.
Laboratórios e indústrias muitas vezes necessitam de água totalmente pura, qualquer tipo
de impureza pode comprometer o produto fabricado ou a análise realizada. Nesses casos o
processo de purificação empregado recebe o nome de destilação.
Destilação
Uma das formas de produzir água destilada é por meio de equipamentos denominados
destiladores. Um exemplo de destilador é o que vemos abaixo. Nele, a água é posta para fer-
ver, o vapor é coletado em uma serpentina e resfriado com água que circula ao seu redor. A
redução de temperatura condensa o vapor e as gotinhas de água podem ser recolhidas em um
recipiente. Essa água é pura,
ela não contém partículas
dissolvidas. Isso acontece
porque, chegando à tempe-
ratura de ebulição, somente
a água passa ao estado de
vapor, pois cada substância
passa ao estado gasoso em
uma temperatura específica.
Mas cuidar da água não é apenas tratá-la para uso humano, mas sim evitar que ela seja
contaminada pelos mais diversos poluentes. As indústrias que usam grandes volumes de água
devem tratá-la antes de devolvê-la ao meio ambiente.
A água usada nas residências deve ser canalizada para redes de esgoto e levada para
estações de tratamento. Lá os resíduos sólidos são separados e servem de adubo e a água
reaproveitada pode ser usada com finalidades menos nobres do que o consumo humano,
como, por exemplo, ser usada para lavar ruas e calçadas.
Em nossas casas também podemos adotar práticas que diminuam o consumo de água.
Veja:
escovar os dentes mantendo a torneira fechada;
tomar banhos rápidos;
não lavar a calçada com o jato de água, pois há pessoas que fazem da água a vassoura,
empurrando com ela as folhas e sujeiras caídas sobre o chão;
fechar bem as torneiras após o uso.
1. Para produzir água quimicamente pura, podemos fazer uso do processo da:
a) fervura.
b) filtração.
c) decantação.
d) destilação.
e) floculação.
2. Para auxiliar no tratamento da água, algumas substâncias químicas são adicionadas a ela,
entre elas podemos citar:
a) carvão.
b) areia.
c) sulfato de alumínio.
d) bicarbonato de sódio.
e) sulfato de cobre.
Complete:
3. A água tratada recebe uma substância bactericida, é o .
4. Para fortalecer o esmalte dos dentes e diminuir a ocorrência de cáries, em algumas cidades,
a água recebe também .
6. Nas estações de tratamento, a água fica em repouso em grandes tanques, de modo que
os sedimentos se acumulem no fundo, é a etapa da .
“Escritos sânscritos (língua sagrada da Índia), datados de 2000 a.C, relatavam cuidados
a serem tomados com a água de beber. Ela deveria ser armazenada em vasos de cobre,
exposta ao Sol e filtrada através do carvão. A purificação se faria pela fervura ao fogo,
aquecimento ao Sol ou pela introdução de uma barra de ferro aquecida na massa líquida,
seguida por filtração através de areia e cascalho grosso.”
(adaptado de Saneamento no Brasil – Resende, S.C e Heller, L. – Belo Horizonte: UFMG, 2002)
Veja que há um grande paralelo entre algumas práticas recomendadas pelo texto antigo
e o que fazemos hoje.
a) Selecione três procedimentos da Antiguidade que ainda hoje são executados.
10. Compare seu resultado com o de seus colegas. Há famílias gastando mais do que a sua?
E menos?
11. Agora observe os seus hábitos e de seus familiares. É possível economizar água? Anote
duas ou três atitudes que todos podem tomar de modo a gastar menos água.
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
CAPÍTULO 4
Propriedades
Físicas da Água e
a Flutuação
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de caracterizar algumas
propriedades da água, como a dissolubilidade e a densidade; deverá ainda
explicar os Princípios de Arquimedes e de Pascal, citando aplicações
Dissolubilidade na Água
Essa praia tranqüila fica às margens
da lagoa de Araruama, no estado do Rio
de Janeiro. Apesar de associarmos lagoas
a depósitos de água doce, nem sempre é
assim e a lagoa de Araruama é uma ex-
ceção, suas águas são muito salgadas, na
verdade são uma vez e meia mais salgadas
do que a água dos oceanos. A presença de
tão grande volume de sais se deve à alta
evaporação, ao baixo índice de chuvas e à
pequena entrada de água na lagoa. Acu-
mular tanto sal é possível porque, como
vimos anteriormente, a água dissolve muitas substâncias e os sais são algumas delas.
Densidade
Vou lhe fazer uma pergunta. Preste atenção e responda sem vacilar:
“O que pesa mais, um quilo de algodão ou um quilo de chumbo?”
d = densidade (g/cm3)
d= m
m = massa (g = gramas)
V
V = volume (cm3)
No caso da água, sabemos que 1 grama dessa substância pura ocupa um volume de 1cm3,
então, podemos afirmar que a densidade da água é de 1g/cm3.
A densidade auxilia a explicar alguns fenômenos de flutuação, quando podemos afirmar
que corpos com densidade menor do que 1, flutuam na água e corpos com densidade maior
do que 1, afundam.
Veja no quadro a seguir, a densidade de algumas outras substâncias:
Mas a flutuação não pode ser explicada apenas com as diferenças de densidade, para
que ela aconteça um princípio físico descoberto há mais de 2000 anos também tem grande
participação. Veja:
Princípio de Arquimedes
Entre 287-212 a.C. viveu, na Grécia, na cidade de Siracusa, um importante inventor e ma-
temático. Seu nome: Arquimedes. Ele inventou várias armas, algumas usadas na defesa de
sua cidade.
Além de tudo isso, descreveu um fenômeno físico que recebeu o nome de Princípio de
Arquimedes. Leia a história dessa descoberta:
Conta-se que Arquimedes foi procurado pelo rei Hierão para solucionar um problema.
Ele havia entregado uma barra de ouro a um ourives, para que fosse feita uma coroa. Quando
ela ficou pronta, o rei desconfiou que o ourives houvesse trocado parte do ouro por outros
metais de menor valor, como o cobre e a prata. Inquieto com suas suspeitas, ele precisava
saber a verdade, mas não autorizava que para isso, a coroa fosse derretida. Então, chamou
Arquimedes e expôs seu problema.
A questão intrigou o
sábio, que ficou imaginan-
do uma forma de resolvê-la.
Diz a história que a solução
lhe ocorreu quando entrou
em uma banheira e a água
transbordou. Conta-se que
ele saiu pelas ruas gritando
“Eureka, eureka”, cujo signi-
ficado é: encontrei!
Mas, que resposta ele
teria “encontrado”?
Será que você consegui-
ria tirar alguma conclusão
da observação de Arqui-
medes?
Pense a respeito.
Agora confira a solução do problema:
Arquimedes percebeu que, ao entrar na banheira, a água que transbordou tinha o mesmo
volume de seu corpo. Então, pensou, se colocasse uma barra de ouro igual à do rei na água e
medisse o volume de água derramado, bastaria comparar essa quantidade com a que fosse
deslocada pela coroa.
Agora imagine que o resultado da experiência de Arquimedes fosse o que se vê abaixo.
Que conclusões poderíamos tirar?
Se o volume de água deslocado pela coroa fosse maior do que aquele deslocado pela
barra de ouro de mesma massa, a conclusão seria que o ourives misturou outros metais menos
densos ao ouro, ou seja, a coroa não era feita de ouro puro.
Porém, se você quer saber como terminou o episódio em Siracusa, saiba que a história
não nos conta o final desse caso – teria o ourives roubado o ouro, ou não?!
Se isso lhe parece confuso, então preste atenção ao experimento representado a seguir:
b) E na segunda?
c) Como você explicaria o fato de que o mesmo material, em iguais quantidades, tenha
se comportado de modo diferente?
e) E no segundo?
2. O fato de o gelo flutuar sobre a água é muito importante nas regiões polares, pois garan-
te que abaixo dele os animais encontrem água no estado líquido e possam se deslocar
através dela. Explique por que o gelo flutua na água.
3. Imagine que você disponha de água, mercúrio e gasolina e resolva colocar todos os três
em um copo alto. Desenhe o aspecto que teria esse sistema.
5. Determine a densidade da cortiça sabendo que um volume de 10cm3 tem massa de 2,4g.
“Era uma vez um rio, que formou uma lagoa, que virou um lago, que continuou enchen-
do com as chuvas, que chegou até o pé das montanhas, que passou a receber toda a água
que delas descia e que, por isso, foi ficando tão carregado de sais minerais que um dia, de
tão salgado, perdeu a luta pela vida. Cinco milhões de anos se passaram entre uma coisa e
outra.
O mar Morto está localizado em uma região onde as temperaturas chegam a 50 graus
centígrados! Suas águas são quentes e grossas, seu ar seco e pesado, raramente venta, pois,
além de estar situado entre montanhas, ele fica no ponto mais baixo do mundo, a 396 metros
abaixo do nível do mar.
Ali, ao contrário de todos os mares do mundo, é impossível morrer afogado – a água
é tão densa que não deixa o corpo afundar. Nem sequer mergulhar. Quem tenta, volta à
superfície mais rápido do que quando desceu.” (Revista Terra, Junho 97)
“Uma fábula da Rússia conta a estória de um camponês bem simplório que morava à
beira-mar. Todas as vezes que via passar ao largo um belo navio, corria até a praia, apanhava
uma pedra, e atirava-a na água. A pedra, naturalmente, afundava. O bom homem, olhando
admirado para a imensa massa metálica do navio que flutuava magnificamente, sacudia
os punhos e bradava: “Por que ele flutua, sendo tão pesado, e a pedra não?”
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/viagem/mundo/morto.htm
CAPÍTULO 5
Propriedades
Físicas da Água –
Exercendo
Pressão
Ao concluir os estudos deste capítulo, você deverá explicar o fato da água exercer pressão e as
aplicações práticas relacionadas a essa propriedade. São também objetivos a alcançar: enunciar o
princípio dos vasos comunicantes, explicar a tensão superficial e a capilaridade, relacionando esses
fenômenos a situações práticas e cotidianas.
O que acontece?
Os jatos de água têm o mesmo tamanho nas diversas dire-
ções?
Quando a coluna de água acima dos furos diminui, o que acontece? Por quê?
Tente explicar o fenômeno observado.
O que vimos é resultado da pressão que a coluna de líquido exerce, quanto mais alta
ela estiver, mais distante a água irá jorrar, pois a pressão será maior. Todos os jatos de água
atingem a mesma distância, mostrando que a pressão é exercida em todas as direções com
igual intensidade.
Estudando a Pressão
No século XVII, o físico francês Blaise Pascal (1623-1662) fez importantes observações
sobre a pressão exercida pelos líquidos. Nos dois exemplos a seguir, temos a demonstração
dos efeitos da pressão sobre um líquido e sobre um sólido. Observe:
Se um tubo contendo água for fechado nas duas extremidades por rolhas e se batermos
em uma delas como no esquema acima, veremos que a rolha da outra extremidade será ar-
remessada longe.
Se um pedaço de madeira tiver uma rolha afixada em cada extremidade e batermos em
uma delas, veremos que a outra não reage à batida.
O fluido é pressionado,
em geral com auxílio de
um compressor de ar.
Os elevadores hidráulicos são usados em postos de gasolina para auxiliar na troca de óleo
dos carros. A vantagem desse sistema é que ele parece multiplicar a força exercida, pois a
pressão realizada em A é transmitida integralmente para todos os pontos do líquido em B.
Esse princípio também é a base do funcionamento dos freios dos carros. Você já viu em
alguns filmes o “bandido” sabotar o carro do “mocinho” cortando uma mangueira que leva o
fluido de freio? Com isso o carro “perde os freios” e pode sofrer um acidente grave.
Vasos Comunicantes
Líquidos colocados em sistemas intercomunicantes mantêm o mesmo nível em todos eles.
Para demonstrar essa propriedade, podemos montar um experimento como o que segue.
Para isso você vai precisar de:
duas seringas com capacidades diferentes
um pedaço de tubo de plástico
Retire os êmbolos das seringas, ligue as extremidades com o tubo plástico. Coloque água
no interior de uma das seringas.
Observe.
Note que o nível da água nas duas seringas é o mesmo e isso se repetiria mesmo se tivés-
semos um sistema com recipientes tão diferentes quanto o que representamos a seguir:
Tensão Superficial
É uma propriedade que permite a alguns insetos leves caminhar sobre a água. Veja na
figura a seguir. O mosquito é capaz de caminhar sobre a superfície como se ali existisse uma
fina película. Isso se deve a uma força que atrai mais fortemente as moléculas da camada
superior do líquido.
A tensão superficial explica também o fato das bolhas serem esféricas. Se aumentarmos
a tensão superficial da água, conseguiremos fazer bolhas mais consistentes.
Para isso você vai precisar de:
detergente líquido (usado para lavar louça)
água destilada (pode ser substituída por água que tenha ficado em repouso por 24h
em um balde – com isso, o excesso de cloro evaporou)
glicerina
canudo de refrigerante
arame para fazer um aro
Capilaridade
Quando um tubo fino (capilar) com as extremidades abertas, é colocado dentro de um
recipiente com água, ela sobe até uma certa altura. Isso se dá porque ocorre atração entre as
moléculas da água e as moléculas do vidro.
Quando um tecido fica com uma das extremidades mergulhada na água, percebemos que
o líquido vai “caminhando” por ele e chega a áreas bem distantes do local de contato com a
água. Isso ocorre por capilaridade.
4. Um cidadão comprou um lindo terreno em uma parte alta da cidade. Ali, ele construiu
uma casa de dois andares e colocou a caixa de água entre a laje do segundo andar e o
telhado. Pouco antes de sua mudança, foi testar se tudo estava de acordo e qual não foi
sua surpresa ao constatar que a água não chegava à caixa. Baseado em tudo que você
aprendeu neste capítulo, procure explicar uma possível causa para esse problema e como
ele poderia ser solucionado.
5. Pegue um copo completamente cheio de água. Tente colocar algumas moedas ou botões
ou pequenos objetos em seu interior sem que a água transborde. Nossa proposta foi viável
ou não? O que você pôde observar? Explique.
6. Conceitue capilaridade.
8. Observe a foto abaixo. Esse animal é o Moloch horridus, um lagarto habitante do deserto.
Nas raras vezes em que chove no deserto, esse lagarto fica longo tempo dentro das poças
que se formam. Ele não está ali para “tomar banho”, mas para conseguir água, que entra
em seu organismo pelos finos vasos da pele. Qual propriedade dos líquidos auxilia essa
“absorção”?
10. Você sabe o que são eclusas? Então pesquise o significado da palavra e, a seguir, busque
explicações sobre o funcionamento desses sistemas. Qual é a propriedade da água que
permite o funcionamento das eclusas?
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
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CAPÍTULO 6
Água e Saúde
Desejamos que, após estudar este capítulo, você seja capaz de diferenciar
água poluída de água contaminada e citar os prejuízos que esses tipos
de água podem trazer à saúde. Você deverá ainda descrever medidas que
reduzem a poluição e a contaminação da água.
Infelizmente, a charge que abre nosso capítulo reflete as precárias condições em que
muitos dos nossos depósitos naturais de água se encontram, particularmente os rios, lagos
e baías. Aqueles que estão situados próximos às grandes cidades são diariamente agredidos
pelo despejo de toneladas de esgotos sem tratamento ou com tratamento parcial. O acúmulo
desse tipo de material vai saturando a água até que ela se torna totalmente imprópria para o
desenvolvimento da maior parte das formas de vida. Veja como isso acontece:
Cólera
É doença muito grave causada por uma bactéria de-
nominada Vibrio cholera. No passado, o cólera produziu
diversas epidemias que mataram milhares de pessoas.
A transmissão é feita a partir da água ou de alimentos
contaminados pelo vibrião. Instalado no intestino, ele
provoca diarréias intensas, com uma perda de líquidos
tão grande que pode levar um adulto à morte em menos
de 30 horas.
A maneira mais eficiente de evitar o aparecimento
da doença é a adoção de medidas de higiene individual
e coletiva, com a construção de redes de esgoto e de
distribuição de água tratada às populações em geral.
Hepatite
A palavra hepatite é originada do grego hepatitis, sendo que, hepato significa fígado e itis
inflamação. Então, hepatite designa alterações provocadas no fígado por agentes diversos.
A hepatite A é transmitida por água ou alimentos contaminados e de uma pessoa a outra.
Quando produz sintomas, o doente
se queixa de náusea, vômitos, mal
estar e pode apresentar pele e olhos
amarelados, urina cor de coca-cola
e fezes esbranquiçadas. Existe va-
cina para a doença, porém, ainda
é muito cara. A melhor maneira de
evitá-la é com o saneamento básico,
o tratamento da água, o consumo
de alimentos bem cozidos e bem la-
vados e a lavagem das mãos antes
das refeições.
Mais Cuidados
Outras doenças também têm sua
transmissão relacionada à água, como
a poliomielite (paralisia infantil), a es-
quistossomose, a amebíase, a malária,
a dengue e a febre amarela.
No caso da malária, dengue e febre
amarela, a ligação com a água está no
fato de que essas doenças são transmiti-
das ao homem por mosquitos, cujo ciclo
de vida tem uma etapa na água. Veja no
esquema:
O mosquito adulto (4) coloca ovos
(1) na água, desses ovos saem larvas (2)
que, posteriormente, se transformam
em pupas (3). Das pupas eclodem os
mosquitos adultos (4). A redução do
número de casos de malária, dengue e
febre amarela depende da diminuição do número de mosquitos e isso pode ser conseguido
evitando o acúmulo de água parada. A dengue e a febre amarela são transmitidas pelo Aedes
aegypti, mosquito que se reproduz em águas paradas e limpas, como as que se acumulam
dentro de pneus e outros recipientes.
A dengue é conhecida também como febre “quebra-ossos”, por causa das fortes dores
musculares e nas articulações.
A febre amarela produz febre alta, dor de cabeça, sede intensa, náusea e vômito escuro.
No início do século XX, a doença matava grande número de pessoas em diversas cidades
do país. Era um sério problema de saúde pública no Rio de Janeiro quando o médico sani-
tarista Oswaldo Cruz (1872-1917) organizou suas brigadas “caça-mosquitos”. Esses agentes
entravam nas casas para acabar com os depósitos de água parada que serviam de criadouro
aos mosquitos. Houve grande rea-
ção popular, mas a febre amarela
foi erradicada das grandes cidades
brasileiras.
A malária é transmitida pelos
mosquitos do gênero Anopheles,
e é causada por um protozoário,
o Plasmodium, que se desenvolve
dentro dos glóbulos vermelhos do
sangue. A doença é caracterizada
por crises de febre muito alta a in-
tervalos regulares e é um dos mais
graves problemas de saúde pública
da região amazônica.
A Poluição
Já vimos que rios, lagos e baías próximos às grandes cidades são agredidos diariamente
pelo despejo de esgotos sem tratamento.
Além desse problema, as águas recebem despejos produzidos pelas indústrias e também
lixo de toda natureza lançado pelas populações ribeirinhas. Esse material vai se acumulando e é
a causa de muitas enchentes, pois o rio vai ficando raso, com tanto lixo jogado em seu leito.
Nas áreas rurais, os rios são poluídos por agrotóxicos, que são produtos usados na lavoura
para matar pragas agrícolas. Com as chuvas, essas substâncias são carregadas para os rios e
podem contaminar animais e plantas distantes do local onde foram aplicadas. Além de con-
taminar a água para consumo humano.
Os garimpos que, na extração do ouro, utilizam mercúrio, poluem as águas com esse metal
que se acumula no meio ambiente, envenenando-o.
Garimpeiro
Os oceanos também sofrem com a ação humana e uma das formas mais graves de poluição
nos mares é a que acontece quando há derramamentos de petróleo. O petróleo altera toda a
qualidade da água no local e mata os animais que ficam encharcados com o óleo.
Leia o texto abaixo que traz informações sobre a malária na região amazônica:
Malária: Manaus
“Em janeiro de 2003 foram registrados cinco mil casos de malária em Manaus (AM),
contra 940 no mesmo mês, em 2002. A maioria dos casos ocorreu na Zona Leste da cida-
de (Brasileirinho, Puraquequara). Não foram divulgadas informações precisas quanto às
espécies de Plasmodium envolvidas.
A malária é uma doença infecciosa, potencialmente grave, transmitida por mosquitos
do gênero Anopheles. Na Amazônia, a doença é causada, principalmente, pelo Plasmo-
dium vivax (a maioria dos casos) e pelo Plasmodium falciparum. O principal transmissor é
o Anopheles.
A transmissão da malária é mais comum em áreas rurais e semi-rurais, mas pode ocor-
rer também em áreas urbanas, principalmente na periferia. Os transmissores têm maior
atividade durante a noite, do crepúsculo ao amanhecer e, geralmente, picam no interior
das habitações. Na Região Amazônica, além da malária, existe risco de transmissão da febre
amarela e também de dengue.”
3. Se os mosquitos picam no interior das moradias, que medida de prevenção poderia ser
adotada para diminuir a presença dos mosquitos dentro das casas?
7. O cólera é doença característica de países pobres. Busque uma explicação para essa “pre-
ferência”.
8. Reduzir a quantidade de lixo lançado nos rios e lagos é uma maneira de diminuir as en-
chentes e, por extensão, a ocorrência de algumas doenças graves. Explique a ligação entre
lixo, enchentes e doenças.
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:
sugestão de livros
sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/higiene/guerra/febre.htm
.
RECAPITULANDO
dá à superfície uma resistência maior, como se ali houvesse uma película. Essa força recebe
o nome de tensão superficial.
A água sobe por um tubo capilar até uma certa altura, fenômeno denominado capilaridade.
A água pode transmitir diversas doenças como cólera, leptospirose, hepatite, febre tifóide.
E está relacionada a outras como esquistossomose, malária, dengue e febre amarela.
GABARITO pág. 16
Hidrogênio significa gerador de água, a pa-
Capítulo 1 lavra vem da associação de hidro= água e
gênio= gerar.
pág.11 Capítulo 2
1. ganho.
pág.20
2. perda.
1.
3. ganho. a) Inodora: sem cheiro.
b) Insípida: sem gosto.
4. ganho. c) Incolor: sem cor.
Capítulo 3 Capítulo 4
pág.29 pág.38
1. d 1.
a) A bolinha afundou na água.
2. c b) O “barquinho” flutuou na água.
c) A diferença de comportamentos se deve
3. cloro. ao fato de que, no primeiro caso, a boli-
nha deslocou um pequeno volume de
4. flúor. água e recebeu um pequeno empuxo.
No segundo exemplo, o “barquinho”
5. cerâmica. deslocou um grande volume de água e
recebeu um forte empuxo.
6. decantação. d) O empuxo era menor do que o peso da
água deslocada.
7. a) Filtração através do carvão; fervura ao e) O empuxo foi maior do que o peso da
fogo; filtração através de areia e cascalho água deslocada.
grosso.
b) O calor transmitido pela barra destrói mi- 2. Porque a água no estado sólido (gelo) tem
croorganismos causadores de doenças. densidade menor do que a água no estado
líquido.
8. a) A água na forma de vapor. 3.
b) A areia.
c) Ele fornece energia que faz a água passar Gasolina
do estado líquido ao estado de vapor. Água
d) Ela está sofrendo destilação. Mercúrio
4. 17,5 g/cm3
9. Por exemplo, se na conta aparecer o consumo
de 12m3, então a família está gastando 12 x 5. 0,24 g/cm3
1000 = 12000 litros de água, e se na casa mo-
rarem 4 pessoas, cada uma delas consome, 6. O Mar Morto fica entre Israel e Jordânia, no
em média, 3.000 litros de água (12.000/4). continente asiático.
10. Porque o navio é desenhado para deslocar 10. Eclusas são sistemas de diques que per-
grandes volumes de água e assim receber mitem a navegação. Por exemplo, no canal
um forte empuxo que o impede de afundar. do Panamá há um desnível entre o lado do
Oceano Pacífico e o lado do Atlântico. Para
que os navios possam passar de um oceano
Capítulo 5 a outro, é preciso “elevá-los” ou “abaixá-los”.
Isso é feito por três eclusas, e a água funcio-
pág.47 na como um elevador. A entrada e a saída de
água das comportas é feita segundo o prin-
cípio do sistema de vasos comunicantes.
1. d
2. b Capítulo 6
3. Os líquidos transmitem integralmente, em pág.55
todas as direções e sentidos, as pressões que
recebem.
1. O Plasmodium vivax e o Plasmodium falci-
parum.
4. Uma possibilidade é a de que a caixa da casa
estivesse mais alta do que a caixa do reser-
vatório local, para solucionar o problema 2. O mosquito do gênero Anopheles.
poderia ser usada uma bomba hidráulica
que jogasse a água para a caixa. Outra so- 3. O uso de telas nas portas e janelas.
lução seria retirar a caixa do local onde ela
foi instalada e colocá-la em um ponto mais 4. A grande quantidade de água disponível
baixo. em rios e igarapés.
5. É possível, a água fica um pouco acima da 5. São aqueles capazes de causar doenças.
borda do copo, contida por uma força, a
tensão superficial. 6. Porque causa forte dor muscular e nas arti-
culações.
6. É a subida da água por um tubo fino, devido
à atração entre as moléculas da água e as 7. O cólera se dissemina principalmente em
moléculas do vidro. regiões onde não há rede de tratamento
de água e esgoto. Nos países ricos, a maior
7. Por causa das grandes pressões às quais parte da população tem acesso a esse tipo
ficam submetidos os equipamentos. de serviço.
8. A água penetra no corpo do animal por 8. O lixo acumulado no fundo dos rios reduz
capilaridade. sua profundidade e aumenta o risco das en-
chentes. As enchentes trazem micróbios e
9. As grandes pressões das profundidades doenças para as populações expostas a elas.
compactam o material que forma o copo,
chegando a reduzir seu tamanho. 9. Resposta pessoal, mas pode contemplar
itens como a redução de doenças, a me-
10.
a) A larva, denominada cercária, vive na água
e entra pela pele de quem mantiver con-
tato com essa água contaminada.
b) No fígado.
c) Um tipo de caramujo
d) Do ovo do esquistossomo sai uma larva
ciliada, o miracídio, que nada até encon-
trar um caramujo, no qual se instala. Pos-
teriormente, do caramujo saem as formas
infestantes, cercárias, que ficam na água
até encontrar o hospedeiro definitivo.
CAPÍTULO 1
A Terra é azul!
O sol, visto do espaço, é dez vezes mais brilhante. As estrelas são claramente visíveis”.
Antes disso, diversos povos haviam tentado explicar como era o planeta em que viviam.
A noção de que a Terra era redonda já aparece nos escritos de alguns filósofos gregos, como
Eratóstenes, que em 250 a.C. conseguiu calcular a circunferência da Terra utilizando-se de
cálculos simples de geometria. Naquela ocasião, ele concluiu que a Terra teria uma circunfe-
rência de 42.000km na linha do Equador. Sabemos, hoje, que esse valor é de 40.076km. Os
cálculos de Eratóstenes chegaram muito próximo da verdade.
O contorno dos continentes também foi, durante muito tempo, apenas intuído. Os cartó-
grafos do passado não tinham os recursos de hoje para mapear o planeta.
Mas, se a observação da superfície do planeta hoje é mais fácil, nem tudo foi resolvido. A
tecnologia ainda não produziu equipamentos capazes de fazer perfurações a profundidades
tais que o interior do planeta possa ser estudado.
Essa dificuldade não significa falta de conhecimentos sobre o interior da Terra, significa
apenas que os meios usados nos estudos devem ser indiretos. Não sendo possível ir até lá,
os cientistas fazem uso de outros recursos para tentar entender a estrutura do centro do
planeta.
A Estrutura da Terra
Quando Gagarin olhou a Terra lá do espaço, ele pôde ver algumas regiões: a atmosfera
que é a camada de gases que a envolve; a hidrosfera, camada de água que constitui oceanos,
mares, rios, lagos; e a parte emersa (fora da água) da litosfera ou crosta terrestre, que é sólida,
constituída por rochas e minerais. Essa camada também é chamada SIAL, porque os elementos
silício (Si) e alumínio (Al) são predominantes em sua constituição.
A crosta terrestre tem espessura variável. Pode ser muito fina (cerca de 8km) sob os oce-
anos, enquanto que em algumas regiões montanhosas pode ter mais de 60km de espessura.
É possível encontrar diversos tipos de minerais compondo grande variedade de rochas. O
mineral mais comum é o quartzo. Uma rocha é a associação natural de dois ou mais minerais
Tesouros da Terra
Você já parou para pensar em todas as coisas que fazem parte da nossa vida e cuja
origem é a crosta terrestre ou mesmo o manto? Não precisa nem pensar nas plantas
que se desenvolvem sobre ele e nos dão alimento e oxigênio. Pense apenas nas outras
coisas extraídas dali. Olhe ao seu redor e faça uma lista de tudo que o cerca e tem
origem na crosta terrestre.
Ficou surpreso? Você pode ter se lembrado dos metais usados nas portas e janelas; dos
tijolos, do cimento, da areia e da cal das paredes; das telhas; dos metais dos botões, zíperes
e outros acabamentos de suas roupas; das jóias e bijuterias; das latinhas de refrigerante; da
gasolina usada nos carros; do asfalto das ruas; das pedras que enfeitam fachadas; das pedras
preciosas; das porcelanas... A lista poderia ser imensa.
Perceba que a humanidade retira da crosta terrestre uma imensa quantidade de recursos
que fazem nossa vida mais confortável.
Muitos desses recursos são tão abundantes que parecem inesgotáveis; nem lhes damos
valor econômico, mas isso não significa que eles não tenham importância. A areia, por exemplo,
é formada por sílica, elemento chave para a produção de vidro e de muitos dos componentes
mais importantes dos computadores.
Por outro lado, alguns recursos são muito mais raros e por isso são genericamente deno-
minados preciosos.
Consulte o dicionário e verifique o significado da palavra precioso.
Encontrou? Compare com o que nós encontramos:
Precioso: de grande valor.
É isso, alguns metais e alguns minerais recebem essa denominação porque são raros e,
sendo raros, têm grande valor.
Quais são os metais preciosos que você conhece?
E as pedras preciosas?
Vamos conhecer um pouco mais sobre alguns desses recursos.
Metais Preciosos
Prata
É um metal muito maleável e tem sido muito usado na produção de
jóias e peças como taças, pratos, medalhas e moedas. A prata reage com
o oxigênio do ar formando uma camada preta sobre sua superfície. Esse
minério vem sendo explorado pelo homem há mais de 3.500 anos. No
passado, moedas de prata foram importantes meios de pagamento.
Ouro
Mais valioso do que a prata, também é mais raro. Foi a causa
de muitas guerras e conquistas. E, até hoje, sua busca gera con-
flitos e mortes. Na confecção de jóias, costuma ser misturado a
outros metais como a prata, a platina ou o cobre, isso pode alterar
um pouco sua cor e sua dureza. O ouro pode ser encontrado em
minas subterrâneas ou na forma de pepitas, misturado à areia
dos rios, nesse caso, é o ouro de aluvião. Assim como a prata, é
Pepitas de ouro sendo usado na confecção de jóias, medalhas, moedas e objetos diver-
comparadas com o tamanho sos, usados, geralmente, em cerimônias solenes.
da moeda de um centavo de
dólar.
Platina
Mais dura e mais rara do que a prata e o ouro, a platina é um metal
ainda mais valioso. Ela não escurece quando em contato com o ar e
funde a 1773ºC, o que, no passado dificultava o trabalho dos joalheiros,
pois não havia tecnologia capaz de produzir calor tão intenso. A partir
de 1920 essa dificuldade foi superada e esse metal passou a ser mais
usado, principalmente pela indústria joalheira.
Atenção:
Em nosso texto, usamos alguns termos que podem ser objeto de confusão. Para que
isso não aconteça, preste atenção na diferença entre eles. Um mineral é um elemento ou
substância química que se formou ou continua a ser formada na Terra. Quando um mineral
tem valor econômico ou comercial recebe o nome de minério.
Diamante
É o mineral mais duro e o de brilho mais intenso. Isso faz dele a pedra mais valiosa de todas.
Formado sob altas temperaturas e pressões, a 80 km ou mais de profundidade, na região do
manto, onde as temperaturas chegam a 1650ºC e a pressão é de 50.000 a 100.000 atmosferas,
que comprime os átomos de carbono formando uma estrutura dura e cristalina.
Assim como o ouro, os diamantes foram a causa de muitas disputas e mortes e muitos
estão associados a lendas que falam de maldições que recairiam sobre seus donos.
Rubi e Safira
Todas as duas pedras são constituídas poir um mineral denominado CORÍNDON.Quando
a pedra é vermelha, recebe o nome de rubi; quando tem outras cores é denominada safira,
sendo mais comuns as safiras azuis.
Esmeralda
É um pouco menos dura do que rubis e safiras e tem forte cor ver-
de. As mais belas esmeraldas saíram das minas de Cleópatra, no Egito.
Hoje, essas minas produzem pedras de baixa qualidade.
Pedras Semipreciosas
São todas as pedras bonitas usadas em joalheria, porém menos raras e menos duras.
Os topázios possuem cores diversas, sendo os de cor amarelo escuro os mais valiosos.
As turmalinas podem ter cores variadas, há pedras com parte verde e parte rosa, as cha-
madas turmalinas melancia. As pedras verdes têm maior valor e chegam a ser confundidas
com esmeraldas, porém valem muito menos do que elas...
As águas-marinhas apresentam diversas tonalidades de azul, as escuras são as mais va-
liosas.
As ametistas são roxas.
Complete:
4. O material que compõe o manto pode ser estudado porque ele chega até a superfície na
forma do ____________________ expelido pelos vulcões.
7. Leia o texto abaixo, ele faz referência às primeiras expedições à região que hoje corresponde
a Minas Gerais.
“Após muitos anos percorrendo a região, o bandeirante paulista Fernão Dias Pais Leme, a
mando do Rei de Portugal, acabou por descobrir umas pedras verdes, que julgou ser esmeralda.
Em seu retorno a São Paulo, o desbravador morreu às margens do Rio das Velhas e não chegou
a saber a verdade sobre suas pedras verdes, elas não tinham o valor que ele imaginava, pois
não eram esmeraldas.”
a) Que tipo de pedra deve ter sido descoberta por Fernão Dias Paes Leme?
c) Por que as esmeraldas têm mais valor, sendo consideradas pedras preciosas?
9. Os minerais são classificados de acordo com uma escala de dureza, a escala MOHS. Nela,
o mineral mais mole é o talco, que recebe o valor 1, e o mais duro é o diamante, com valor
10. Isso significa que o diamante risca qualquer outro mineral e não é riscado por nenhum.
Já o talco é riscado por todos os outros minerais.
Veja alguns outros exemplos de minerais e suas durezas:
Mineral Dureza
Calcita 3
Quartzo 7
Coríndon 9
Malaquita 4
Apatita 5
Faça um gráfico, iniciando pelo mineral mais mole (talco) até o mineral mais duro (dia-
mante), incluindo os cinco exemplos da tabela.
10. Ainda com base nos dados da tabela, cite os minerais que podem ser riscados pelo
quartzo (não esqueça de analisar o caso do talco e do diamante).
11. Além de ser usada na produção de jóias, a prata é usada para fazer espelhos e também
faz parte dos produtos presentes nos filmes fotográficos. Pesquise sobre esse metal.
Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados nesse capítulo:
sugestão de leitura
CAPÍTULO 2
Rochas Ígneas
ou Magmáticas
A foto é impressionante, não é?
Ela retrata um dos acontecimentos mais violentos da natureza: uma erupção vulcânica.
Ameaçadora e mortal, a erupção pode destruir casas, rodovias, florestas e cidades inteiras.
Mas, se o potencial de destruição é muito grande, elas também ajudam a construir. Isso lhe
parece contraditório?
Na verdade, ao final de uma erupção, grande volume de gases, poeira e magma são lan-
çados pelo vulcão. Os gases passam a compor a atmosfera (já vimos que a atmosfera primitiva
deve ter surgido a partir dos gases lançados pelos vulcões do passado) e a poeira e o magma
são acrescentados à crosta terrestre. O resfriamento do magma produz rochas que, por sua
origem, recebem o nome de rochas ígneas ou magmáticas.
Procure no dicionário o significado da palavra ígneo.
Em alguns lugares, como no Hawai, a contínua atividade de vulcões tem produzido grandes
áreas novas, aumentando a superfície do arquipélago. Na foto a seguir, você pode observar
o magma junto ao mar. Ali ele irá resfriar, ampliando as dimensões da ilha.
Curiosidade
Um grande vulcão despeja uma quantidade
média de lava em torno de 0,5 m3/ s.
Quando um vulcão entra em erupção de
maneira explosiva, pode arremessar fragmen-
tos a vários quilômetros de altitude. O Monte
Saint Helens (EUA), por exemplo, lançou cinzas
a 15.000 metros de altura.
Rochas Extrusivas
Quando uma erupção acontece em áreas continentais, o magma se espalha pelos vales
e, ao resfriar, se transforma em rochas. As rochas formadas na superfície são denominadas
extrusivas. As mais comuns são o basalto e a pedra-pomes.
Basalto
Negro, compacto, pesado. O basalto é a rocha vulcânica mais
comum. No passado, imensos derrames cobriram extensas regiões,
como na bacia do rio Paraná onde, há mais de cem milhões de anos,
uma área de 900.000km2 foi recoberta (no local há, hoje, uma vasta
extensão de um solo muito fértil, conhecido como terra roxa).
Você com certeza já viu amostras de basalto nas calçadas de algumas cidades. Veja na
foto: as pedras pretas são basalto.
Pedra-Pomes
É uma rocha muito leve e porosa. Ela se forma pelo rápido
resfriamento da espuma de lava. Essa fração da lava é muito rica
em gases, dando ao material o aspecto de uma esponja. Quando
solidifica, mantém essa aparência
esponjosa.
Rochas intrusivas
Muitas vezes, o magma resfria e solidifica abaixo da superfície, no interior da crosta terres-
tre. Quando isso acontece, dizemos que a rocha é intrusiva. A rocha mais comum e freqüente
desse tipo é o granito.
Granito
Muito duro, o granito é empregado no revesti-
mento de pisos e de paredes. É também usado na
produção de tampos para pias e mesas.
3. Muitas das rochas mais antigas da Terra são magmáticas, porém, muitas das rochas mais
recentes também o são. Explique as duas situações: tanto as rochas mais antigas quanto
as mais recentes do planeta serem magmáticas.
13. Essa ilha está situada nas proximidades da Islândia. Localize a região no mapa.
sugestão de site
http://www.terra.com.br/crianças/especial_ferias_verao/cientistas_
vulcao.html
CAPÍTULO 3
Rochas
Sedimentares
Ao completar seus estudos deste capítulo, você deverá saber
caracterizar as rochas sedimentares, os fósseis e o “fóssil vivo”. Deverá
ainda explicar a origem do petróleo e do carvão mineral.
Observe o bloco de rochas da foto. Elas mostram faixas bem demarcadas, revelando a
origem desse tipo de rocha.
No passado, essa região foi um mar ou um lago. As chuvas e a água dos rios traziam barro,
areia e outros minerais que iam sedimentando no fundo. O peso das camadas superiores foi
compactando os grãos e, desse modo, surgiu um novo tipo de rocha: a rocha sedimentar.
Sedimentos trazidos pela correnteza vão se acumulando no fundo. A quantidade de camadas vai aumentando
e comprimindo as de baixo. Milhões de anos depois surgem as rochas sedimentares.
Petróleo
Conhecido desde a antiguidade, o betume brotava
do chão no Oriente Médio e foi usado por diversos povos
da região. Por exemplo, para os egípcios, ele fazia parte
do processo de mumificação dos corpos.
No entanto, naquela ocasião não se sabia que esse
material é um líquido complexo, formado por diversas
frações. Somente na metade do século XIX, o petróleo
começou a ser usado pela indústria como combustível
para as máquinas que se multiplicavam.
Ao longo do século XX, o petróleo foi sendo cada
vez mais utilizado, hoje é possível extrair dele uma
infinidade de subprodutos usados nos mais diversos
artigos: plásticos, fertilizantes, colas, tecidos artificiais,
filmes fotográficos e medicamentos.
Mas, atenção, apesar do aspecto do desenho, o petróleo não forma “lagos” entre as
camadas de rocha. Na verdade, ele se acumula entre os poros (espaços) da rocha sedimentar
sobre a qual se formou. Essa rocha tem o aspecto de uma esponja saturada de líquido.
Carvão Mineral
Encontrado em regiões denominadas bacias carboníferas, é resultado da lenta transfor-
mação de florestas do passado, que foram encobertas pela água. A pouca oferta de oxigênio
fez com que as árvores não se decompusessem de imediato e, com o passar do tempo, fossem
se transformando em carvão.
Mineral mole, com coloração que varia entre o marrom escuro e o preto, é encontrado
em minas subterrâneas ou em depósitos a céu aberto.
No passado, foi o combustível usado para movimentar as máquinas a vapor.
O carvão utilizado comumente nos churrascos de fim de semana não é carvão mineral, mas
carvão vegetal, produzido artesanalmente em fornos, onde a lenha é queimada parcialmente
em temperaturas inferiores a 500ºC .
Complete:
2. Grandes depósitos calcários quando infiltrados pela água podem dar origem às ______.
6. Os fósseis são encontrados em rochas sedimentares. Por que eles não ocorrem em rochas
como o basalto ou o granito?
7. Imagine que você estava cavando no jardim de casa e encontrou um osso que havia sido
enterrado por algum cachorro mais previdente. Poderíamos dizer que esse osso é um fóssil?
Justifique.
9. Por que o texto se preocupa com a existência de bacias sedimentares quando se refere à
existência de petróleo na Amazônia?
11. Se o material soterrado fossem árvores de florestas primitivas que tipo de composto
poderia ter sido produzido?
12. Nos anos 50 foi criada a campanha “O Petróleo é Nosso”, que resultou na criação da Petro-
brás. Pesquise a história do petróleo no Brasil.
Celacantos são uma antiga linhagem de peixes que apareceram na Terra cerca de 350
milhões de anos atrás, tempo em que as primeiras criaturas deixavam o ambiente marinho
e se adaptavam para uma vida em terra. Foram encontrados vários fósseis de celacanto com
mais de 100 milhões de anos na formação Santana, no Ceará. O Museu de Paleontologia
de Santana do Cariri possui um raro exemplar de um “bebê” celacanto encontrado numa
laje calcária.
Essas criaturas apresentam uma fascinante história: até 1938 achava-se que todas as
espécies de celacantos estivessem extintas há mais de 70 milhões de anos; porém, em
dezembro de 1938, um pescador da costa leste da África do Sul pescou um celacanto vivo
como o mostrado na fotografia. Ele era tão similar aos seus antigos parentes que recebeu
a denominação de “fóssil vivo”. A partir dessa fabulosa descoberta, cientistas tentaram
durante anos encontrar novos celacantos vivos. Finalmente, conseguiram localizar outros
nas Ilhas Comores, norte de Madagascar. Mais de 200 indivíduos já foram encontrados
naquela região. Em 1975, cientistas do Departamento de Ictiologia do Museu Americano
de História Natural dissecaram um desses peixes. Era uma fêmea que continha cinco fi-
lhotes completamente formados dentro do ventre, indicando que os ovos dos celacantos
eclodiam internamente no corpo da mãe. Tal tipo de característica reprodutiva faz com
que esses animais produzam poucas crias por gestação e, portanto, poucos descendentes;
sendo bastantes vulneráveis, a pesca predatória poderia extingui-los.”
sugestãoi de leitura
sugestão de site:
www2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc143.htm
CAPÍTULO 4
Rochas
Metamórficas
Ao final deste capítulo desejamos que você saiba caracterizar as
rochas metamórficas, explicando o processo de formação das mesmas
e citando os usos que o homem faz delas em seu cotidiano.
É isso mesmo.
Veja como isso pode acontecer, imagine uma rocha sedimentar que vá ficando
cada vez mais soterrada, nas camadas mais profundas a pressão começa a ser
muito grande e a proximidade com o magma aumenta as temperaturas, com
isso os minerais que a formam sofrem modificações em sua arrumação. Essas reorganizações
levam ao aparecimento de um novo tipo de rocha, a rocha metamórfica.
São rochas mais resistentes do que as sedimentares.
Mas uma rocha metamórfica também pode ser originada a partir de uma rocha ígnea ou
mesmo de outra metamórfica.
As rochas metamórficas mais comuns são: a ardósia, o gnaisse e o mármore.
Ardósia
É resultado da transformação de rochas argilosas. Costuma ser usada como revestimento
de pisos, paredes e até como coberturas de telhado. Veja:
Gnaisse
É resultado da transformação de rochas como o granito. Também é usado como revesti-
mento, é a pedra britada usada em construção e é o paralelepípedo e o meio fio dos calça-
mentos.
No Rio de Janeiro aparece compondo algumas das imagens mais conhecidas do Brasil, pois
são de gnaisse os morros do Pão de Açúcar e do Corcovado onde se acha a estátua do Cristo
Redentor. È de gnaisse também o pico denominado “Dedo de Deus” na Serra dos Órgãos no
estado do Rio de Janeiro, com 1.692 m ele se destaca do restante da formação como se fosse
um dedo apontando o céu.
Mármore
Assim como a ardósia e o gnaisse o mármore pode ser empregado como revestimento.
Suas origens são os depósitos de calcário.
É uma rocha muito dura e o trabalho de esculpí-la pode levar anos, como aconteceu du-
rante a produção do David de Michelangelo.
2. Algumas rochas, por sua dureza e resistência são usadas como revestimento, entre elas
podemos citar:
a) arenito
b) ardósia
c) areia
d) calcário
e) argila
O Pão de Açúcar
“A rocha que compõe o Pão de Açúcar era originalmente um granito que se formou a
partir do resfriamento de um magma nas profundezas da crosta. Posteriormente, calor e
deformação intensa transformaram o granito em um gnaisse. O formato peculiar atual da
montanha resultou da erosão, que atuou mais intensamente em algumas rochas como
nos gnaisses derivados de rochas sedimentares, por isso, o morro da Urca tem uma altura
bem menor e uma área florestada em sua base. Os sedimentos formaram um solo fértil
onde a vegetação se desenvolveu”.
4. Algumas rochas são citadas no texto, qual delas é uma rocha ígnea e qual é uma rocha
metamórfica?
5. No texto há uma frase que descreve o processo de formação do granito. Qual é ela?
6. Que tipo de agente erosivo deve ter causado o desgaste mais intenso da área
correspondente ao morro da Urca?
O texto abaixo é um fragmento do livro Viagem ao Centro da Terra de Júlio Verne (1828-
1905), escrito há mais de cem anos, ele traz a história de um pesquisador, professor
Lindenbrock e seus companheiros na tentativa de chegar ao centro da Terra.
“A luz elétrica dava um brilho magnífico aos xistos, ao calcário e aos velhos arenitos ver-
melhos das paredes(...) As paredes eram revestidas de excepcionais amostras de mármore,
que iam de um cinza-ágate com listras brancas irregulares ao escarlate e a um amarelo
manchado de placas vermelhas: mais adiante, havia outros mármores de cores escuras,
realçando os tons vivos do calcário.
Na maior parte desses mármores viam-se restos de animais primitivos.
No estágio dos xistos, que eram coloridos por lindos tons de verde, serpenteavam faixas
metálicas de cobre e manganês, com alguns traços de platina e ouro. Eu pensava nessas
riquezas escondidas nas entranhas do globo e em como a avidez humana nunca iria
apoderar-se delas! Esses tesouros foram enterrados tão fundo pelos tremores primitivos,
que nem a picareta ou o picão conseguirão arrancá-los de seu túmulo.
(...) A luz dos aparelhos, refletida pelas pequenas arestas da massa rochosa, cruzava seus
jatos de luz em todos os sentidos, e eu imaginava viajar através de um diamante oco em
que os raios se partiam em mil irradiações.
Lá pelas seis horas, essa festa de luz começou a diminuir e quase se encerrou. As paredes
assumiram um matiz cristalino, mas escuro. A mica mesclou-se mais com o feldspato e o
quartzo, para formar a rocha mais pura, a pedra mais sólida de todas, aquela que sustenta,
sem ser esmagada, os quatro estágios de terrenos do globo. “
7. Retire do texto exemplos de três tipos de rochas e identifique cada um deles quanto à
origem.
8. O autor se diz em uma prisão feita de uma rocha composta por mica, feldspato e quartzo.
Que tipo de rocha deve ser essa?
10. Leia a frase sublinhada, ela faz referência a existência de restos de animais primitivos en-
contrados no mármore. Que nome recebem esses restos? Reveja os processos de formação
do mármore, é comum encontrarmos vestígios de seres nesse tipo de rocha? Por quê?
11. Faça uma pesquisa a respeito dos xistos. Que tipo de rochas são essas? Onde são en-
contradas? Atenção: há uma rocha sedimentar, denominada xisto betuminoso que na
verdade é um folhelho e portanto, não se trata do xisto verdadeiro, aquele que você está
pesquisando.
sugestão de leitura
sugestão de filme:
O Núcleo – Missão ao Centro da Terra - como ficção mostra algumas
imagens que poderiam corresponder a situações reais, como o aspecto do
manto, por exemplo. Não o considere como filme de informação científica,
porque ele passa longe disto.
CAPÍTULO 5
O Solo
Seus estudos deverão permitir que você saiba diferenciar solo de subsolo, bem como
explicar o processo de formação dos solos. Classificar os tipos de solo, de acordo com
a sua composição também deverá ser objeto de sua atenção; além de descrever a
importância do solo e citar medidas que visam a sua preservação.
As Queimadas
Francisco Egídio Aires Campos
O texto anterior é parte de uma poesia de cordel, gênero literário popular em que a
produção é exibida em cordéis. Nela, podemos ver a preocupação com as queimadas que
destroem a natureza. Essa destruição de árvores e animais também se estende ao solo, como
diz o poeta:
Assim, aos poucos, muito lentamente, a rocha vai sendo gasta e transformada em solo.
Observe no esquema como isso acontece:
Perfil de um Solo
Se você já caminhou a pé por uma estrada cortada por barrancos, deve ter observado
que esses barrancos mostram diferentes camadas de solo. Geralmente, podemos notar uma
camada superior, onde se desenvolve a vegetação, isto é, onde podemos encontrar as raízes
das plantas. Essa camada é relativamente fina, tem em média 25cm de espessura e é o que
identificamos como solo.
Abaixo dela, há o subsolo. Ali quase não há raízes e pedaços da rocha matriz original
podem ser encontrados.
Abaixo do subsolo, está a rocha matriz, de onde se originou o solo naquela região (essa
rocha não costuma ser visível nos cortes de estrada aos quais nos referimos no início do texto).
Composição do Solo
Se pensou em minerais diversos, você acertou; mas não esqueça de que
no solo há uma importante fração de componentes orgânicos (produzidos
pelos seres vivos). Esses materiais orgânicos são genericamente denominados húmus.
Os compostos minerais são a areia, a argila e o calcário.
Vamos verificar a presença de diferentes componentes na formação dos solos. Para isso
você vai precisar de:
um copo;
água;
amostra de solo.
Coloque a amostra de solo na água e agite vigorosamente. Deixe essa mistura em repouso
por alguns dias e observe.
A água vai ficando clara e as partículas vão se acumulando no fundo. Geralmente, elas
formam camadas, como no desenho.
Os grãos de areia são maiores e mais pesados, tendendo ficar no fundo. Eles costumam
arrastar consigo um pouco de argila, mas a argila restante fica na camada logo acima. O húmus,
em geral, é bastante leve e flutua durante algum tempo, afundando lentamente.
Tipos de Solo
De acordo com a quantidade desses elementos, os solos podem ser classificados em:
a) Solo arenoso: é aquele que contém mais de 70% de areia. Este tipo de solo é muito perme-
ável (deixa passar a água com facilidade) e, por isso, é muito seco. Não é um solo adequado
para a agricultura em geral, ainda que algumas plantas se desenvolvam bem em solos
desse tipo.
b) Solo argiloso: contém mais de 30% de argila. Quando chove, o solo argiloso fica encharcado
com facilidade e, quando seca, endurece e racha. As partículas de argila são muito pequenas
e incham quando úmidas, isso faz com que a circulação de ar nesse solo seja muito pobre
e, por isso, os solos argilosos são ruins para a agricultura.
c) Solo calcário: contém mais de 30% de calcário, o que impede o desenvolvimento normal
da maioria das plantas.
d) Solo humífero: possui mais de 10% de húmus. Este solo é permeável (permite um bom
escoamento da água) e, em geral, é adequado à agricultura. Muito húmus, porém, torna o
solo ácido, podendo prejudicar o desenvolvimento da vegetação.
Solo Agrícola
O sonho de todo agricultor é possuir uma propriedade que dê um bom retorno financeiro
aos investimentos feitos. E isso é verificado no momento da colheita, se a produtividade é boa
ou má. O solo ideal é aquele que dá uma boa produtividade. Esse solo, em geral, tem areia,
calcário, argila e húmus em proporções ideais ao tipo de cultivo que se planeja realizar. Em
média, podemos dizer que o solo ideal tem:
60 a 70% de areia;
20 a 30% de argila;
7 a 10% de calcário;
10 a 20% de húmus.
O solo ideal também deve ser fofo e arejado, por isso o agricultor revira a terra antes do
plantio. O oxigênio que fica nos espaços entre as partículas do solo é importante para a ger-
minação das sementes e para o crescimento normal das raízes.
No processo de melhoria da qualidade do solo, as minhocas participam ativamente, pois cavam
galerias por onde o ar circula, e o produto de sua excreção é um importante adubo orgânico.
Importância do Solo
O solo fértil permite o desenvolvimento de grande varie-
dade de vegetais que podem ser utilizados na alimentação das
populações.
Pense em tudo aquilo que você come diariamente. Pão, ma-
carrão, biscoitos, café, açúcar, feijão, arroz, batata, tomate, alface,
banana, maçã são alguns exemplos não é? E, como você pode
ver, todos esses alimentos são de origem vegetal. Além desses,
a carne, o frango, os ovos, o leite e o queijo são produtos de
origem animal, porém, cada animal relacionado a eles depende das plantas para sobreviver.
Então, a sobrevivência da própria espécie humana depende da qualidade e da produti-
vidade dos solos.
Porém, não raras vezes, observamos que as primeiras colheitas em uma área são muito
boas, e que, com o passar do tempo, esses resultados não se repetem.
O que terá acontecido?
Rotação de Culturas
Como o nome sugere, consiste em plantar culturas diferentes ao longo das diversas safras.
Isto é, evitar plantar sempre o mesmo tipo de vegetal em uma única área. O mais indicado é
o plantio alternado entre leguminosas (como o feijão e a soja) e plantas como o milho e o trigo.
Adubação Verde
É o plantio de vegetais que auxi-
liam no enriquecimento do solo pela
fixação do nitrogênio atmosférico.
As plantas que fazem isso têm, em
suas raízes, estruturas denominadas
nódulos bacterianos, onde existem
bactérias que transformam o nitrogê-
nio do ar em nitratos. Os nitratos são
indispensáveis ao crescimento dos ve-
getais. As plantas mais usadas nesta
técnica são as leguminosas, como o
feijão, a soja, a alfafa e a ervilha. Após
a colheita, os restos da lavoura são en-
terrados e revirados junto com o solo.
A lenta decomposição desses restos
tornará o solo mais fértil.
Adubação
Às vezes, é preciso devolver ao solo os elementos que já se esgotaram. Isso é possível com
o uso de adubos. Existem dois tipos de adubos:
Adubos orgânicos – são aqueles de origem animal (como o estrume), ou de origem vegetal
(como o bagaço de cana).
Adubos químicos – são fabricados pelo homem e contém como elementos principais o
nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K), além de muitos outros compostos em quantidades
bem pequenas e, por isso, denominados micronutrientes.
Há ainda adubos químicos extraídos de depósitos naturais, como é o caso do salitre, obtido
em grandes jazidas no Chile.
Ao final deste capítulo você vai encontrar uma “receita” fácil para produzir adubo e, ao
mesmo tempo, reduzir a quantidade diária de lixo.
Curvas de Nível
Nos terrenos inclinados, a chuva carrega grande quantidade de solo fértil para os rios
próximos. Para evitar isso, os agricultores são orientados a plantar em curvas que seguem o
mesmo nível e interrompem a inclinação do terreno. Assim, quando a água das chuvas bate
no solo, consegue se infiltrar.
Irrigação
A umidade é um fator essencial para a germinação das
sementes. Normalmente, a umidade é dada pelas chuvas.
Porém, as chuvas podem ser muito irregulares em algumas
regiões. Nestes casos, a irrigação é usada para garantir a umi-
dade adequada do solo.
Existem diversas maneiras de irrigar a terra. Uma delas é a
que pode ser observada na foto. A água armazenada em grandes reservatórios, como açudes
ou cisternas, é aspergida (esguichada) sobre a lavoura. Outra maneira de levar água às lavouras
é fazer o desvio da água de rios, levando-a por meio de canais até as áreas de plantio.
Em casa, o uso de regadores ou a aspersão de água por mangueiras não deixa de ser uma
forma de irrigação.
Drenagem
Quando o solo é muito encharcado, é preciso retirar o exces-
so de água. As técnicas usadas recebem o nome de drenagem. A
maneira mais comum de drenar um solo é cavar canais por onde
a água escoa, deixando a terra menos úmida.
Aração
Já vimos anteriormente que as plantas precisam de oxigê-
nio no solo para o crescimento de suas raízes. Além disso, as
raízes não encontram espaço para se desenvolver em um solo
muito compacto.
Para facilitar esse crescimento, o solo deve ser arado. A
aração já era feita pelas primeiras civilizações, que utilizavam
a força de animais. Hoje, nas propriedades maiores, usam-se
os tratores. Porém, nas pequenas, a força do boi para arar o solo
ainda é muito importante.
Correção da Acidez
Algumas vezes, apesar de todo preparo e da aparência de
um solo ideal, a colheita não dá os resultados que se espera.
Procurando solucionar o problema, pode-se descobrir que o solo
é muito ácido. Para corrigi-lo, é preciso misturar calcário ao solo,
em um processo denominado calagem.
2. Retire do texto dois versos que mostrem a ausência de vida após as queimadas.
c) Amostra 3 d) Amostra 4
S o l o muito comp ac t ado Terreno muito seco, a germi-
(duro). nação é difícil.
O texto que se segue explica sobre o plantio do guaco, uma planta muito usada nas re-
ceitas caseiras para o tratamento da tosse.
“Para o plantio, recomenda-se solo arenoso e rico em matéria orgânica. O plantio se faz
por estacas de caule que apresentem, pelo menos, dois nós. Após o enraizamento, a muda
deve ser transplantada para um local que lhe sirva de suporte. No caso de optar-se pelo
plantio em vasos ou jardineiras, é necessário providenciar um apoio.
Por ser uma planta relativamente rústica, o guaco não exige muitos cuidados. Para garantir
um crescimento robusto, é recomendável, por ocasião do plantio, incorporar ao solo uma
adubação com húmus de minhoca. Nos períodos de seca, é importante estar atento para
manter a terra úmida, irrigando sempre que necessário, mas evitando encharcamentos”.
6. Que tipo de materiais poderiam ser misturados ao solo de modo a torná-lo rico em matéria
orgânica?
7. O que é húmus?
8. Descreva uma forma de irrigação que poderia ser feita se a planta estivesse em um vaso.
9. Pesquise sobre o uso do arado nas antigas civilizações, como no caso do antigo Egito.
10. Você pode produzir um excelente adubo orgânico que, além de melhorar a qualidade
do solo em canteiros, jardineiras e vasos, irá reduzir o volume de lixo produzido em sua
casa. Por que haverá redução no volume de lixo?
Receita – Composteira
Sua matéria-prima
Separando...
A composteira
Com madeiras velhas, monte um “caixão neozelandês” como o do
desenho.
Ele deve ter cerca de 3m3 e espaços que permitam a oxigenação do
material.
Montagem
Coloque os restos em camadas, intercalando com grama ou outras folhas secas. Regue a
pilha e revire periodicamente (a cada 2 dias). Em momentos de chuva forte, cubra a caixa
com tábuas (o excesso de água atrapalha o processo de decomposição).
Pronto??
Cerca de 2 meses depois o composto deverá estar pronto. Ele é
escuro, com cheiro de terra e homogêneo.
sugestão de livros:
CAPÍTULO 6
Solo e Saúde
O solo pode ser poluído e contaminado, então você deve ser capaz de
identificar agentes que promovam essas alterações bem como deve
enumerar formas de combater a degradação do solo. Se o solo é fonte
de alimentos, pode também ser veículo de doenças, para saber evitá-
las é preciso conhecê-las, assim você também deve ser capaz de citar
algumas doenças transmitidas pelo solo contaminado.
Já vimos que o solo, direta ou indiretamente é fonte de alimento para todos os animais.
Mas, da mesma maneira que nos fornece condições de sobrevivência, ele pode também ser
veículo de doenças.
Algumas das doenças que podem ser transmitidas pelo solo conta-
minado são causadas por vermes, então dizemos que são verminoses.
Dentre as mais comuns, podemos citar a ascaridíase (lombriga), a teníase
(solitária) e a ancilostomose (amarelão).
É importante saber um pouco mais sobre elas, e, principalmente,
sobre como agir para evitá-las.
Ascaridíase
É causada por um verme
de formato cilíndrico deno-
minado Ascaris lumbricoides,
popularmente conhecido
como lombriga.
A contaminação acon-
tece quando os ovos do pa-
rasita, que se encontram no
solo, água ou alimentos con-
taminados, são ingeridos.
Uma vez dentro do cor-
po humano, larvas saem dos
ovos e percorrem um longo
caminho até retornar ao in-
testino. Veja o esquema do
ciclo de vida desse animal.
Os sintomas são variados. O verme pode causar dor de barriga, diarréia, náu-
seas, falta de apetite ou mesmo não causar nenhuma sensação diferente.
Quando há grande número de vermes, pode ocorrer obstrução do intes-
tino, o que é muito grave e merece atenção médica imediata.
As larvas podem contaminar as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse,
catarro com sangue ou crises com dificuldades respiratórias.
O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de fezes e o tratamento se faz com
medicamentos específicos. Para evitar a verminose, certas medidas de saneamento básico
são muito eficientes. Veja algumas delas:
- lavagem das mãos antes das refeições e após o uso do sanitário;
- lavagem de frutas e verduras com água-corrente;
- uso de água tratada e de instalações sanitárias adequadas.
Teníase
É uma verminose causada por dois tipos de vermes achatados, a Taenia solium e a Taenia
saginata. Observe a foto a seguir. É uma ampliação da cabeça, ou escólex, de uma Taenia
solium. Nela, podemos ver uma coroa de ganchos e ventosas, com as quais o animal se prende
ao intestino da pessoa parasitada.
A Taenia saginata não possui essa coroa de ganchos. Ela se prende apenas com as ventosas.
Ancilostomose
É causada por dois tipos de vermes, o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus.
Esses animais são bem pequenos, com tamanho que varia de 0,8 a 1,3 cm. Apesar de tão
pequenos, a presença de dezenas ou centenas de vermes no interior do intestino leva a um
enfraquecimento geral do organismo, porque cada um deles se alimenta de sangue, gerando
um quadro de anemia muito grave.
O ciclo da doença envolve a eliminação de fezes com ovos no meio ambiente. Dos ovos
saem larvas, que ficam no chão. Quando uma pessoa pisa descalça nesse solo contaminado,
as larvas entram pela pele, caem na corrente sangüínea e percorrem vários órgãos do corpo
até chegar ao intestino, onde se fixam e passam a se alimentar de sangue.
O exame de fezes confirma a infestação pela presença de ovos do verme. Há tratamento
com medicação específica.
A prevenção é feita através do uso de calçados, hábitos de higiene corporal, fervura da
água a ser ingerida e cuidados na preparação de alimentos.
Todas as doenças que você estudou neste capítulo têm em comum o fato
de serem causadas por vermes, mas, além disso, se você observar o ciclo de
transmissão delas poderá notar mais uma coisa em comum. Leia de novo.
Que semelhança você encontrou?
Não achou nada? Veja a forma pela qual o verme chega ao ambiente. Sempre é através
dos dejetos de outra pessoa contaminada, não é?
Então, podemos concluir que se esses dejetos tivessem tido outro destino, a doença não
se “espalharia”.
É isso mesmo. Se as condições de saneamento forem adequadas, isto é, se houvesse água
tratada e os dejetos fossem encaminhados para sistemas de tratamento, não contaminando
o meio ambiente, as verminoses quase desapareceriam.
Sim!
O Ancylostoma braziliense e o Ancylostoma caninum são parasitas
de outros animais, em especial dos cães. Nas fezes desses animais,
pode haver ovos dos vermes que, em contato com o solo ou com a
areia das praias, libertam larvas, denominadas larvas migrans. Quan-
do em contato com a pele humana, tentam atravessá-la, mas ali não
conseguem chegar à corrente sangüínea para completar seu ciclo de desenvolvimento e ficam
se movimentando logo abaixo da superfície. Isso causa coceira e grande desconforto. Veja na
foto o aspecto do local onde a larva está “caminhando”.
Por causa do aspecto tortuoso da “trilha”, o nome popular da infestação é bicho-geográ-
fico. As larvas são comuns nas areias de praias onde as pessoas teimam em levar seus cães.
O tratamento é feito sob orientação médica. NUNCA fure as marcas em busca da larva, isso
pode causar uma séria infecção.
A prevenção depende de as pessoas NÃO levarem cães à praia.
Individualmente, podemos evitar o
contato direto com a areia, sentando em
toalhas e não caminhando descalço, mas
usando chinelo.
Você tem idéia a respeito de que parasita vamos falar? Talvez você mesmo já
tenha sido “atacado” por esse animal.
Estamos falando de um parasita muito comum em áreas rurais ou em terrenos arenosos,
secos e quentes, próximos a chiqueiros ou ao redor das casas. Para muitas pessoas, ele causa
uma “coceirinha gostosa”, porém, não se engane, o local pode infeccionar e dar muito cuidado
para tratar. Então, adivinhou que “bicho” é esse?
É o “bicho-de-pé”?
Tétano
Muitas outras doenças têm seu ciclo relacionado ao solo, entre elas, e talvez a mais rele-
vante, o tétano. Causado por uma bactéria, o Clostridium tetani, a doença pode evoluir rapi-
damente e levar à morte. No interior, é conhecida também como “mal dos setes dias”.
A bactéria vive no intestino de herbívoros e chega ao exterior junto com as fezes desses
animais. Fica no solo na forma de esporos, que podem contaminar ferimentos profundos onde
a bactéria encontrará condições de se desenvolver e desencadear a doença.
Muitas pessoas acreditam que o tétano é causado por objetos enferrujados, mas isso não
é verdade. Qualquer objeto cortante ou perfurante, contaminado pelos esporos do bacilo do
tétano, pode causar a infecção.
Para evitar o tétano, os ferimentos devem sempre
ser limpos com água e sabão. No entanto, ferimentos
profundos ou perfurantes requerem um atendimento
especializado em que se limpará o ferimento e será
aplicado o soro antitetânico.
A melhor forma de prevenir a doença é através de
vacina específica que faz parte do calendário de vaci-
Bacilos causadores do tétano. nação obrigatória.
1. Das doenças cujo ciclo de transmissão envolve uma fase no solo, algumas são verminoses,
identifique-as assinalando com um V dentro do parênteses.
( ) ancilostomose.
( ) bicho de pé.
( ) tétano.
( ) teníase.
( ) ascaridíase.
Monteiro Lobato foi um de nossos maiores escritores, dono de um texto forte, sem meias
palavras, entre 1914 e 1915, “pintou” um retrato muito crítico sobre o caboclo brasileiro,
dando a ele a denominação de Jeca Tatu, um indivíduo preguiçoso e sem ambição, que
poderia ver a casa cair sem se mexer para evitar o estrago. Anos depois, percebendo que
a moleza e a preguiça eram mais uma questão de doença do que de má índole, Monteiro
procurou se retratar e, em Urupês, entre muitos outros textos, ele afirmava sobre o Jeca:
“Está provado que tens no sangue e nas tripas um jardim zoológico da pior espécie. É essa
bicharia cruel que te faz papudo, feio, molenga, inerte. Tens culpa disso? Claro que não.”
(Urupês, prefácio à 4ª edição, 1919)
3. O que Lobato quis dizer quando cita a existência de um“jardim zoológico”nas“tripas”do Jeca?
6. Sabendo que, no passado, o hábito de andar descalço era muito comum, principalmente
entre os habitantes do meio rural, que tipo de verminose teria sua disseminação facilitada
por esse costume?
7. Observe a placa ao lado. Ela pode ser encontrada nas praias em alguns
países. Justifique a proibição de levar cães à praia.
9. Cite medidas de higiene básica que auxiliam a reduzir a ocorrência das verminoses.
10.Um amigo seu se cortou em um caco de vidro que estava no chão e diz que não há perigo
nisso, porque perigosos mesmo são os cortes causados por pregos e latas enferrujadas.
Você acha que ele tem razão? Se não tem, o que deve ser feito?
sugestão de sites:
http://www.canalkids.com.br/higiene/vocesabia/junho01.htm
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc144d1.htm
sugestão de livro:
RECAPITULANDO
A Terra é formada por regiões: atmosfera, hidrosfera, litosfera ou crosta terrestre.
Abaixo da crosta terrestre estão o manto e o núcleo.
A crosta é formada por minerais, quando o mineral tem valor econômico dizemos que é
um minério.
Da crosta são extraídos metais e pedras preciosas. Os metais preciosos mais usados são
a prata, o ouro e a platina.
As pedras preciosas são o diamante, o rubi, a safira e a esmeralda.
O Brasil produz grande quantidade de pedras semipreciosas, como os topázios, turmalinas,
ametistas e água-marinhas.
As rochas ígneas ou magmáticas têm origem vulcânica, são resultado do resfriamento
do magma.
Quando o magma resfria na superfície, dá origem a rochas extrusivas, como o basalto e
a pedra pomes.
Quando o resfriamento acontece abaixo da superfície, a rocha é denominada intrusiva, é
o que acontece na formação do granito.
Uma rocha sedimentar ou estratificada é formada pelo acúmulo de sedimentos.
Restos de seres vivos podem ficar entre as camadas de sedimento dando origem a fósseis.
Um fóssil vivo é um animal cujos vestígios fósseis são muito antigos, porém, até hoje há
exemplares vivos desses seres, que são muito parecidos com seus ancestrais.
Os depósitos calcários são a origem das cavernas, que se formam pela ação erosiva da água.
O petróleo foi formado pela transformação dos restos de seres microscópicos que
habitavam os mares do passado há milhões de anos.
O carvão mineral é resultado da lenta transformação de florestas do passado.
As rochas metamórficas são resultado da transformação de rochas pré-existentes. Os
agentes dessa transformação são o calor e a pressão.
São rochas metamórficas: a ardósia, o mármore e o gnaisse.
O solo se forma pela lenta decomposição das rochas da crosta terrestre, conseqüência da
ação da chuva, dos ventos, das variações de temperatura e de microorganismos.
Um solo tem, basicamente, quatro elementos: areia, argila, calcário e húmus.
De acordo com a quantidade de cada um desses elementos o solo pode ser: arenoso,
argiloso, calcário ou humífero.
O solo agrícola deve ter um equilíbrio entre esses elementos.
Algumas técnicas auxiliam no plantio e preservação do solo: rotação de culturas, adubação
verde, adubação inorgânica e orgânica, curvas de nível, irrigação, drenagem, aração, calagem.
O solo pode transmitir doenças, como algumas verminoses: ascaridíase, ancilostomose,
teníase, bicho-geográfico. Pode também transmitir o bicho-de-pé e o tétano.
A melhor forma de reduzir essas ocorrências é com medidas de higiene sanitária, uso de
calçados, controle das carnes consumidas e vacinação (no caso do tétano).
2. c)
GABARITO
3. As mais antigas se formaram durante o pro-
Capítulo 1 cesso de resfriamento da crosta terrestre, há
milhões de anos. As mais jovens estão sendo
pág. 8 formadas hoje, em cada região da Terra onde
haja um vulcão em atividade.
1. b)
4. A lava expelida resfria e vai sendo lentamente
2. c) transformada em solo, um dos solos mais fér-
teis que existem, e a vegetação se desenvolve
3. Yuri Gagarin. com facilidade.
12.Cinzas e pedra-pomes.
Capítulo 2
13.Ver mapa.
pág. 12
1. b) 14.Pesquisa.
4. Estratificadas. Capítulo 4
pág. 26
5. Arenito e conglomerado ou folhelho ou
argilito. 1. e)
Capítulo 5 Capítulo 6
pág. 36 pág. 46
1. São os animais, as plantas e os microorga- 1. ( V ) ( ) ( ) ( V ) ( V )
nismos destruídos pelo fogo.
2. A anemia deixa o doente pálido, daí o nome
popular da doença.
2. Calam-se as aves, já nada mais brada, os
pássaros nas copas não voejam.
3. Ele faz referência à existência de muitos
vermes parasitando o intestino do Jeca.
3.
a) Amostra 1: calagem. 4. Poderiam ser vermes, como o ancilóstoma,
b) Amostra 2: drenagem. a tênia, o áscaris.
c) Amostra 3: aração.
5. Poderia, porque esses parasitas roubam
d) Amostra 4: irrigação. alimento do hospedeiro e o ancilóstoma
se alimenta de sangue, levando à anemia
4. Eles são os fatores que levam à fragmenta- enfraquecedora do organismo.
ção das rochas e formação dos solos.
6. A ancilostomose ou amarelão.
5. Solo arenoso: com cerca de 70% de areia, é 7. Nas fezes dos cães podem haver ovos desse
bastante permeável e não acumula água, a animal. Dos ovos saem larvas microscópicas
matéria orgânica é o húmus que irá fornecer que ficam sobre a areia e podem entrar na
os minerais de que as plantas necessitam. pele de quem caminhar ou sentar sobre elas.
8.Poderia ser regada com regador comum. 10. Não. Qualquer corte profundo pode ser
contaminado pelo bacilo causador do té-
9.Pesquisa. tano, a ferrugem não tem nada a ver com
a doença. Cortes profundos ou perfurantes
devem ser vistos por profissionais de saú-
10.Porque uma boa parte do lixo produzido de e, se necessário, deve ser administrado o
nas residências é material que poderia ser soro antitetânico.
usado na formação da composteira.
CAPÍTULO 1
Ecologia
Depois de seus estudos, você deverá ser capaz de conceituar ecologia,
indivíduo, população, comunidade, ecossistema e biosfera, e caracterizar
os três biociclos: o terrestre, o de água doce e o de água salgada.
Nos biociclos aquáticos, você deverá citar exemplos de organismos
planctônicos, nectônicos e bentônicos, identificando o modo de vida
desses seres.
Você, com certeza, já ouviu muitas vezes alguém fazer referência à palavra ecologia, ela
aparece com freqüência nos noticiários e mesmo nas conversas em geral.
No biociclo das águas doces, também chamado limnociclo, podemos identificar siste-
mas de águas paradas, como os lagos, as lagoas e os pântanos e sistemas de águas correntes,
como os rios, os riachos e as corredeiras.
No início do capítulo, mencionamos algumas características de uma lagoa. Ali, há grande
quantidade de fitoplâncton e cadeias alimentares completas e muito emaranhadas.
Nos sistemas de águas correntes, há pouco fitoplâncton e, por isso, a maior parte da maté-
ria orgânica usada como alimento é “importada” de outros lugares, como folhas e frutos que
caem das árvores às margens dos rios. As águas são muito oxigenadas e os seres que nelas
vivem têm adaptações para suportar a correnteza. Alguns vivem agarrados às rochas. Outros
se escondem debaixo de pedras.
1. Quando analisamos fatores físicos e biológicos que ocorrem em uma determinada área,
estamos estudando o(a):
a) comunidade.
b) população.
c) indivíduo.
d) ecossistema.
e) cadeia alimentar.
a) Usando as informações do texto, faça o esquema de uma cadeia alimentar que poderia
ser observada nesse lago.
b) Nesse esquema, quem seriam os consumidores primários? E os secundários?
No deserto vermelho da Austrália, existe uma planta denominada Spinifex, leia um pouco
mais sobre ela:
“As folhas do Spinifex são estreitas e duras, mas isso não impede que cupins e formigas as
comam. Esses insetos, por sua vez, são presas de aranhas e lagartixas, que caçam entre as
moitas durante a friagem da noite. Os pássaros também se beneficiam: as rolas alimen-
tam-se das sementes encontradas ao redor das moitas meses depois delas terem caído
da planta, ressecadas pelo forte calor do deserto.”
7. O texto cita diversos componentes bióticos do ecossistema desértico. Anote dois deles.
8. Esquematize duas cadeias alimentares que poderiam ser observadas no deserto vermelho
da Austrália.
“Logo na linha da superfície foi possível realizar uma coleta em que havia grande quan-
tidade de larvas microscópicas que vivem flutuando ao sabor das correntes. Descendo
um pouco mais, pudemos ver cardumes de sardinhas; um ou outro golfinho tentando se
alimentar delas e dois tubarões com “cara” nada amistosa. Em seguida, uma lesma do mar,
conhecida como “dançarina espanhola” fez evoluções na frente da embarcação. Continu-
amos descendo e, quando a luz já era muito fraca, vimos, no fundo, dezenas de lagostas
caminhando em direção a algum lugar, qual? Ao lado delas podiam ser vistas belas esponjas
e alguns equinodermos que, fixos ao fundo, mais pareciam pequenas árvores.”
sugestão de leitura
sugestão de sites
http://www.wwf.org.br/amazonia/default.htm
Este site é do World Wide Found (Fundo Mundial para a Natureza) no Brasil
e, no link biomas, você encontrará informações sobre as principais formações
ecológicas brasileiras, inclusive sobre a Amazônia.
http://www.fbpn.org.br/sql/FBPN/Portaql/portal_fund_frameset.asp
Este é o site da Fundação Boticário e o link Trabalho Escolar pode ser muito
útil em suas pesquisas.
CAPÍTULO 2
Ecossistemas e
sua Dinâmica
Ao concluir seus estudos sobre este capítulo, desejamos que você
seja capaz de descrever uma sucessão ecológica e perceber que os
seres se relacionam das mais diversas maneiras no meio ambiente.
Você já sabe que uma erupção vulcânica é um acontecimento capaz de causar muita
destruição nas áreas mais afetadas pelo calor e pela ação do magma. Sabe que o magma, ao
resfriar, dá origem a uma rocha, o basalto, e que o basalto origina um dos tipos de solo mais
férteis que existem.
Certamente que não. A sucessão ecológica primária, a partir da ação de organismos pio-
neiros, ocorre também em regiões bem maiores. Os cientistas vêm estudando esse processo
em relação à ilha de Surtsey, aquela sobre a qual falamos no capítulo que trata dos vulcões.
Você lembra que essa ilha “nasceu” de uma erupção vulcânica no meio do mar, em 1963, e
que, durante três anos e meio, lava, cinzas e pedras foram se acumulando? Hoje, Surtsey tem
2,8 km2 de superfície e assim que a lava começou a resfriar, os cientistas passaram a monitorar
o local, para descobrir de que modo ele iria ser povoado.
As espécies pioneiras chegaram trazidas pelos ventos, pela correnteza ou pelas aves e,
em pouco tempo, a ilha já contava com uma variada população de plantas. Em 1987, eram
25 espécies diferentes. Desde 1970 aves chegam para fazer seus ninhos e os insetos alados
também são numerosos.
Sucessão Primária: 1.
rocha nua; 2. líquens
se instalam; 3. musgos
e gramíneas se esta-
belecem; 4. pequenos
arbustos conseguem
s e f i x a r ; 5 . á r vo re s
encontram substrato
suficiente; 6. uma co-
munidade clímax está
estruturada, nela há
uma condição de equi-
líbrio entre os diversos
organismos, conferindo
uma situação estável
Sucessão Secundária
As sucessões secundárias acontecem quando uma comunidade clímax é destruída.
Os Seres se Relacionam
Se você prestou atenção, viu que os organismos não só dependem do meio ambiente,
mas também são capazes de alterá-lo, além disso, mantêm intensas relações entre si. Na su-
cessão ecológica há uma seqüência de organismos que vão se estabelecendo e ampliando
a teia de relações.
Algumas vezes, a relação auxilia a sobrevivência das duas espécies; nesse caso, as relações
são harmônicas; outras vezes, elas favorecem uma das espécies e prejudicam a outra, são as
relações desarmônicas.
Você viu que um dos organismos pioneiros na sucessão ecológica são os líquens.
Dissemos que esse tipo de organismo é resultado da associação entre algas e fungos.
Pense um pouco e responda: o líquen é resultado de uma relação harmônica ou
desarmônica?
Se você pensou que é harmônica, acertou!
Relações Harmônicas
Mutualismo
É a associação entre duas espécies em que ambas se beneficiam a ponto de não poderem
viver de forma independente. Nessa situação, encontramos os líquens, nos quais as algas fa-
zem fotossíntese e os fungos retêm umidade. A associação é tão eficiente que permite a esses
organismos se instalarem onde nenhum outro se fixou antes, porém, as algas e os fungos que
fazem parte de um líquen só vivem em presença uns dos outros.
Protocooperação
Também é uma relação de benefício mútuo, porém, os
indivíduos podem viver de forma independente.
Um exemplo desse tipo de associação acontece entre
certos pássaros e o gado. O pássaro come os carrapatos que
parasitam o boi. Ao fazer isso, ele se beneficia por encontrar
alimento e o boi se “livra” dos incômodos carrapatos.
Inquilinismo
É a associação em que uma das espécies se fixa ou se abriga em outra,
sem prejudicá-la.
Podemos ver esse tipo de associação entre as orquídeas e as árvores
em que crescem.
Sociedade
É uma associação entre indivíduos de mesma espécie que
dividem tarefas dentro do grupo. As sociedades mais conhecidas
são as das formigas, das abelhas e dos cupins.
Em um formigueiro, há grupos de formigas responsáveis pela
defesa; outros pela limpeza e obtenção de alimentos e outros
pela reprodução.
A mesma divisão de tarefas pode ser observada entre os
cupins e as abelhas.
Colônia
Em uma colônia, existem inúmeros indivíduos que podem exercer tarefas específicas ou
não, porém, diferente do que acontece em uma sociedade, eles se mantêm unidos fisicamen-
te (não são independentes). São exemplos de colônias os corais, como coral-cérebro da foto
abaixo.
Relações Desarmônicas
Parasitismo
Associação em que uma das espécies, o parasita, vive
sobre ou dentro de outra, o hospedeiro, e se alimenta dela.
Os parasitas mais bem adaptados convivem longo tempo
com seu hospedeiro sem matá-lo, isso lhes garante alimen-
to e abrigo seguros.
Os parasitas externos ao corpo, como pulgas e carrapa-
tos, são denominados ectoparasitas. Aqueles que vivem
dentro do corpo, como vermes, vírus, bactérias e alguns
protozoários, são denominados endoparasitas.
Na foto ao lado vemos um ectoparasita de plantas, um
pulgão, que se alimenta da seiva produzida pelo vegetal.
Predatismo
É a relação em que um animal, o predador, mata outro,
a presa, para dele se alimentar.
O tubarão da foto é um exemplo de predador muito
eficiente, rápido, com músculos fortes e dentes cortantes.
Esses animais podem matar golfinhos, pequenas baleias
e até o homem, quando este se aventura pelos domínios
dos tubarões.
2. Em uma turma do colégio, alguns alunos apareceram com piolhos. A professora orientou a
lavagem do cabelo e o uso de pente fino para acabar com esses animais. Podemos afirmar
que os piolhos são:
a) endoparasitas.
b) ectoparasitas.
c) predadores.
d) hospedeiros.
e) presas.
4. Periodicamente, observa-se que as matas que cobrem alguns morros no Rio de Janeiro
sofrem incêndios. Com o passar do tempo, constata-se a regeneração da parte queima-
da, que, em geral, inicia-se com capins e ervas e completa-se com o desenvolvimento de
arbustos e árvores. Esse processo de ocupação é conhecido por:
a) comunidade clímax.
b) ciclo do carbono.
c) parasitismo.
d) sucessão ecológica.
e) teia alimentar.
6. Um predador pode atacar e devorar plantas. Quando uma espécie vegetal é predada costu-
ma-se dar ao predatismo o nome de herbivorismo. Cite dois exemplos de herbivorismo.
7. “No solo da Amazônia chega pouca luz e a alta umidade favorece a existência de cupins,
besouros e de decompositores que reciclam rapidamente os nutrientes de galhos e folhas
que caem das árvores, criando assim uma fina camada de solo fértil, que é então reapro-
veitado pelos vegetais.”
O texto é mais um exemplo de como a relação entre seres vivos e meio ambiente físico é dinâ-
mica e como os organismos podem alterar o ambiente. Os cupins se alimentam da madeira,
porém são incapazes de digerir a celulose que ela contém, quem faz isso são protozoários
e bactérias que vivem em seus intestinos e obtêm alimento e abrigo. Que tipo de relação
ecológica existe entre os cupins e os protozoários e bactérias? Justifique sua escolha.
9. No combate às larvas dos mosquitos transmissores da malária, foi usado um peixe (Gambusia
affinis) que se alimenta dessas larvas. O método, também conhecido como controle bioló-
gico de pragas, teve boa eficácia. Que tipo de relação existente entre o peixe e o mosquito
garantiu o sucesso da iniciativa?
10. Pesquise sobre a sociedade das abelhas ou sobre a sociedade dos cupins.
sugestão de leitura
RODRIGUES, Sérgio de Almeida. Destruição e Equilíbrio. São Paulo: Atual.
CAPÍTULO 3
Equilíbrio e
Desequilíbrio
Após estudar este capítulo, você terá condições de perceber que o
ecossistema tende a manter equilíbrio entre seus componentes bióticos
e abióticos; que esse equilíbrio pode ser quebrado por diversos fatores,
principalmente pela ação do homem; então você deverá citar alguns
desequilíbrios e buscar descrever formas de atenuá-los.
Dissemos que um ecossistema tende a manter equilíbrio entre seus componentes. Ob-
serve a primeira foto. Ela mostra uma floresta em equilíbrio, com plantas de diversos tipos,
animais variados, água em quantidade suficiente e temperatura adequada às espécies que
ali vivem. O solo é fértil.
Diversas cadeias alimentares po-
dem ser identificadas; o ecossistema é
autosuficiente.
Agora, observe a segunda foto, na
próxima página. Ela mostra uma área de
floresta durante um incêndio. O equi-
líbrio anterior já não existe, as plantas
foram destruídas, os animais morreram
ou fugiram, o ar está sobrecarregado de
fumaça e cinzas. O solo teve muitos de
seus nutrientes queimados. As cadeias
alimentares foram desfeitas.
Sim! Muitos.
Elas interferem na fertilidade dos solos, destroem a flora e a fauna e produ-
zem gases nocivos à saúde humana; alteram a qualidade do ar e indiretamente
afetam o regime de chuvas da região.
Essa prática é muito antiga, vem do período do descobrimento, quando os
primeiros colonos ateavam fogo à mata para abrir clareiras onde seriam construídos vilarejos.
Infelizmente, continua a ser usada nos dias de hoje com evidentes prejuízos.
O solo submetido a sucessivas queimadas empobrece, pois os microrganismos decom-
positores vão sendo destruídos.
A substituição da floresta por pasto reduz o volume de plantas, em conseqüência, há
redução na quantidade de água transpirada para a atmosfera, o que pode se refletir em alte-
rações no regime de chuvas.
As queimadas aumentam a emissão de gás carbônico, responsável pelo efeito estufa.
Por tudo isso, essa prática é proibida por lei, mas infelizmente ela ainda acontece em nú-
meros alarmantes em nosso país. Veja alguns dados obtidos através do sistema nacional de
monitoramento de queimadas, para um período de 10 dias apenas:
Região Focos
DF - DISTRITO FEDERAL 1
MJ - MARAJÓ 1
RR - RORAIMA 1
RJ - RIO DE JANEIRO 2
RS - RIO GRANDE DO SUL 3
CE - CEARÁ 4
ES - ESPIRÍTO SANTO 4
RO - RONDÔNIA 15
PR - PARANÁ 20
MS - MATO GROSSO DO SUL 23
MG - MINAS GERAIS 28
PI - PIAUÍ 32
PA - PARÁ 33
BA - BAHIA 43
GO - GOIÁS 50
TO - TOCANTINS 57
MA - MARANHÃO 83
SP - SÃO PAULO 116
MT - MATO GROSSO 2625
Total de focos no período de 31/05 a 10/06 de 2004 3141
Mas você sabe que não são apenas as queimadas que ameaçam nossas florestas. A maior
ameaça, e que geralmente antecede a queimada, é o desmatamento.
Desmatamento
Desde o descobrimento, a Mata Atlântica, que aparecia em todo li-
toral brasileiro, perdeu mais de 90% de sua área florestada. Nos últimos
trinta anos, a Amazônia já perdeu quase 14% de sua cobertura vegetal
devido à ação de madeireiras e de pecuaristas. A vegetação nativa é
retirada, as madeiras nobres são vendidas, geralmente para o exterior, e
a vegetação menor é queimada. Pastos são plantados na área e o gado
é trazido para engorda.
Mais Desequilíbrios
Você seria capaz de citar outros exemplos de desequilíbrios provocados pela ação do homem?
Nos capítulos anteriores nós já estudamos diversos deles, pense um pouco.
Seria bom que você refletisse um pouco mais sobre a ação do homem
em relação ao ambiente. Para isso vamos deixar algumas imagens que
“falam” por si .
1. A última foto do texto mostra o lançamento de lixo em uma área verde. As cidades pro-
duzem toneladas de lixo diariamente e precisam dar destino adequado a ele. Pesquise o
que são aterros sanitários e lixões a céu aberto. Que tipo de depósito é esse da foto? Que
conseqüências ele pode trazer para o ambiente?
A atividade industrial produz um número imenso de substâncias, muitas das quais podem
causar graves problemas. Veja dois exemplos:
3. Que danos à saúde poderia sofrer um catador de sucata que abrisse um transformador
contendo ascarel?
4. Por que as baterias velhas não podem ser jogadas em qualquer tipo de depósito?
5. Metais pesados, como o chumbo, vão se acumulando nas cadeias alimentares, absorvidos
pelas plantas do fitoplâncton, passam aos consumidores primários, aos secundários e a
cada nível da cadeia aparecem em quantidades maiores nos tecidos, em um fenômeno
denominado bioacumulação. Por que o homem acaba recebendo uma carga grande de
chumbo ao comer um peixe pescado em águas contaminadas?
7. O derramamento de petróleo afeta a atividade dos seres vivos. Qual o efeito desse tipo de
acidente sobre as algas fotossintetizantes da superfície do mar?
10. Sabemos que o uso de agrotóxicos pode matar insetos benéficos e causar o “envene-
namento” do solo e das águas dos rios que passam próximos ao local pulverizado com
esses produtos. Uma forma de diminuir esse risco é fazer controle biológico de pragas,
que consiste em usar organismos vivos com a função de reduzir as pragas da lavoura. Veja
no quadro alguns seres que podem ser usados nessa prática:
Sabendo que fungos e vírus usados no controle biológico só atuam sobre as pragas da
lavoura para as quais são indicados, escreva sobre a vantagem dessa prática sobre o
uso dos agrotóxicos.
sugestão de leitura
RODRIGUES, Sérgio de Almeida. Destruição e Equilíbrio – São Paulo:
Atual.
sugestão de sites
http://www.giacometti.org.br/kids/htm/eco_atlantica.htm
http://www.ibge.gov.br/7a12/default.html
RECAPITULANDO
Ecologia é a ciência que estuda o meio ambiente e as relações dos seres vivos com o meio
e entre si.
Ecossistema é uma unidade ecológica, auto-suficiente; possui componentes bióticos e
abióticos.
São componentes bióticos todos os seres que vivem naquele local.
São componentes abióticos as condições físicas e químicas do meio, como luminosidade,
temperatura, salinidade (em ecossistemas aquáticos), tipo de solo, ventos, volume de chuvas.
Uma população é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que habitam um ecossis-
tema.
O conjunto de populações compõe a comunidade local.
No ecossistema encontramos: produtores, consumidores e decompositores, conforme o
papel que cada organismo desempenha.
A relação de dependência alimentar entre diversos organismos constitui uma cadeia
alimentar.
O conjunto de ecossistemas da Terra constitui a biosfera.
Na biosfera podemos distinguir três modos de vida: o terrestre, o de água doce e o mari-
nho, cada um deles constitui um biociclo.
O biociclo terrestre, ou epinociclo, é o que tem a maior diversidade e também as maiores
variações climáticas.
O biociclo de águas doces, ou limnociclo, é formado por águas paradas (lagos, lagoas) e
águas correntes (rios).
O biociclo marinho, ou talassociclo, é o maior e também o mais desconhecido; a
luminosidade e as pressões são fatores ambientais muito importantes nele.
Nos ambientes aquáticos, podemos reconhecer três tipos de seres: planctônicos, nectônicos
e bentônicos; conforme flutuem passivamente, nadem ativamente ou se desloquem sobre o
fundo, respectivamente.
A ocupação de uma área pelos seres vivos recebe o nome de sucessão ecológica e ela
pode ser primária ou secundária.
Os primeiros organismos a se instalarem em uma área recebem o nome de pioneiros,
geralmente são os líquens, seguidos pelos musgos.
Os seres vivos mantêm relações entre si. Essas relações podem ser harmônicas, quando
não há prejuízo para uma das espécies, ou desarmônicas, quando uma espécie é prejudicada
em benefício da outra.
São relações harmônicas: mutualismo, protocooperação, inquilinismo, sociedade e colônia.
São relações desarmônicas: parasitismo e predatismo.
Na natureza há uma tendência ao equilíbrio nos ambientes. Esse equilíbrio pode ser
alterado por forças naturais ou pela ação do homem, que causa poluição, desmatamentos e
queimadas.
GABARITO Capítulo 2
pág. 15
Capítulo 1 1. e)
pág. 7 2. b)
1. d) 3. d)
2. b) 4. d)
3. P, C2, C1, P, C2, C1, C1, P. 5. Anus e carrapatos: predatismo.
Anus e bois: protocooperação.
4. Cobras comendo rãs e roedores: predatis-
a) Fitoplâncton ⇒ peixe ⇒ garça (ou peli- mo.
cano, mergulhão, gaivota). Siriemas comendo cobras e rãs: predatis-
b) Os peixes são os consumidores primários mo.
e as aves são os consumidores secundá-
rios. 6. Zebras se alimentando do pasto; gafanhotos
comem plantas diversas.
5. Porque ela é auto-suficiente, tendo com-
ponentes bióticos (seres vivos) e abióticos 7. Mutualismo, porque nem o cupim pode viver
(fatores ambientais). sem esses protozoários e bactérias nem eles
vivem fora do cupim.
6. Frio à noite e calor seco de dia.
8. Na sucessão primária, o local nunca foi
7. A planta Spinifex, os cupins e formigas, as ocupado por seres vivos anteriormente.
aranhas e lagartixas e as rolas. Na sucessão secundária, já houve ali uma
comunidade.
8. Spinifex ⇒ cupins ⇒ aranhas;
Spinifex ⇒ formigas ⇒ lagartixas; 9. Predatismo.
Spinifex ⇒ rolas.
10. Pesquisa.
9.
a) Plâncton: larvas microscópicas. Capítulo 3
b) Nécton: sardinhas, golfinhos, tubarões,
lesma do mar.
pág. 22
c) Bênton: lagostas, esponjas e equinoder- 1. A foto mostra um lixão a céu aberto. No ater-
mos. ro sanitário, o lixo é lançado, compactado e
camadas de terra são lançadas sobre ele.
O terreno que recebe o lixo é pouco perme-
10. Pesquisa. ável e deve ser distante de locais habitados
e do lençol subterrâneo. Há sistemas que
ajudam a recolher os resíduos da decom-
posição do lixo e os gases que se formam.
2. Nos transformadores e baterias de carros 7. Ele impede a passagem da luz e as algas não
velhos. podem fazer fotossíntese.
3. Poderia vir a ter câncer ou problemas no 8. O aumento nas quantidades de gás car-
sistema nervoso. bônico podem causar o efeito estufa, com
alterações climáticas ainda não bem com-
4. Porque o chumbo que elas contém con- preendidas.
tamina o ambiente, permanecendo nele
durante décadas. 9. Os agrotóxicos não têm ação seletiva, um in-
seticida mata as pragas da lavoura, mas tam-
5. Porque ele recebe o chumbo que já havia bém outros insetos, levando a importantes
sido retido pelos tecidos do fitoplâncton e modificações nas cadeias ecológicas.
que havia sido repassado ao zooplâncton e
destes aos peixes. Cada elo da cadeia vai so- 10. Resposta pessoal.
mando o chumbo acumulado no elo anterior
e quando chega ao homem, a quantidade
acumulada é bem maior do que aquela que
havia sido retida pelo fitoplâncton.
6.
ESTADOS