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Erivan Azelon
Erivan Azelon
desesperador. Entre as maneiras mais comuns de se chegar lá estão o azar e as más escolhas. E havia um homem em
particular que era tão desventurado quanto imprudente. Dia após dia o tal homem buscava testar o favor das
deusas da sorte apostando o seu patrimônio em jogos de azar. E assim, após algum tempo, foram os jogos de baralho
que o levaram a sua ruína; não importa quão pouca a quantia de ouro que o indivíduo conseguisse acumular, cedo
ou tarde, Beshaba, a deusa da má sorte, o chamava para depositar os seus tributos através das malditas cartas de
baralho. E assim, o infortunado homem veio a se encontrar no fatídico “fundo do poço”, falido e emaranhado entre
as galhadas negras de Beshaba enquanto clamava pela misericórdia de Tymora, a senhora que sorri, implorando
por mais uma chance para testar a sua sorte. E como se fosse de fato uma intervenção divina, o sujeito foi
“agraciado” com esta chance através de algo que mudaria o rumo de sua vida para sempre; contido em uma
pequena e bela bolsa de couro, vinte e duas cartas de velino, cada uma contendo uma figura distinta e um efeito
mágico potente. Era um Baralho das Surpresas, um artefato cujos poderes variam entre bênçãos extraordinárias e
maldições aterrorizantes. A questão era; essa suposta “intervenção divina” era o ultimato de Beshaba ou um alívio
vindo de Tymora? Talvez uma espécie de disputa entre as duas divindades conflitantes para ver quem decidiria o
destino do homem? De qualquer maneira, este seria o último jogo de cartas do homem azarado.
Para fazer proveito do artefato, o seu portador deve anunciar a quantidade de cartas que deseja retirar.
Sabendo que nas cartas ele poderia encontrar tanto a sua desgraça quanto a sua prosperidade, pensou o homem:
“um é pouco, mas três é muito.”. E em alto e bom som ele declarou: “Eu desejo duas cartas!”. A primeira carta, O
Bufão, se apresentou e com ela um dilema: O conhecimento de anos que estão por vir dado ao homem em um mero
instante ou mais duas chances a testar a sua sorte com as vinte e duas cartas? O suor gotejava de sua testa caindo
sobre a figura da face sorridente do bufão enquanto o homem ponderava as suas opções. No final das contas, a sua
ganância falou mais alto e mais duas cartas foram retiradas. Afinal, conhecimento não enche barriga! O primeiro
de suas cartas adicionais: O Cavaleiro. Em um piscar de olhos outro homem, este com um olhar confuso, apareceu
próximo ao azarado e se ajoelhou, como se aguardasse ansiosamente os comandos de seu novo mestre. Segundo, A
Gema: ao olhar rumo aos seus pés o indivíduo pôde notar um pequeno baú, cheio até o seu tampo de pedras preciosas.
O sujeito se alegrou ao ver as riquezas que estavam aos seus pés e rapidamente pensou na oportunidade de duplicar a
sua nova fortuna (“talvez até triplicar.” ele pensou), pois para ele, era óbvio: Tymora agora estava ao seu lado. E de
primeira vista pode se dizer que de fato, Tymora havia o abençoado, mas veja, este não era exatamente o caso: Um
homem obcecado por jogos de azar agora possuía uma pequena fortuna e um guarda-costas um tanto quanto novato
e inexperiente. Uma receita para o desastre. Cedo ou tarde, as influências de Beshaba se mostrariam novamente e
trariam a ruína final para a vida do homem, seja pelas suas próprias mãos gananciosas ou pelas mãos de terceiros
mal intencionados. A disputa pela vida do homem era uma disputa em que Tymora não poderia vencer a sua
contraparte maligna, Beshaba. Aparentemente, o jogo que selaria o destino do homem estava decidido desde o
começo. Porém, ainda havia uma carta a ser retirada do Baralho das Surpresas.
O homem estava extasiado enquanto observava com afinco a sua pequena fortuna e então decidiu se
abdicar de sua última carta e partir com as suas novas riquezas e com o seu lacaio. Mas a decisão tomada era fútil,
pois o artefato já havia sido ativado: uma carta saltou do topo do baralho por conta própria, como se uma leve brisa
tivesse soprado sobre ela, e caiu, se revirando suavemente até chegar ao seu destino próximo aos pés do sujeito
revelando a sua face: A Balança. Da mesma forma em que o cavaleiro e as gemas se materializaram, em um piscar
de olhos, o homem azarado caiu em si. Desabando sobre o chão enquanto as lágrimas escorriam do seu rosto em
direção ao chão, levando junto a si todo o seu ímpeto, suas compulsões e a sua avareza. O caos inculcado na cabeça do
sujeito desde a sua juventude cedeu lugar à ordem. Pela primeira vez em sua vida, o homem azarado teve sorte.
Obs.: O surgimento das habilidades inatas de conjuração do personagem se devem à influência do artefato
conhecido como “O Baralho das Surpresas” (Livro do Mestre p.276) sobre a sua linhagem. O senhor feudal
Flint era o portador do artefato há cerca de 25 anos no passado, utilizando o artefato adquiriu os serviços de
um guerreiro que o serviria até a morte, uma fortuna de 50,000 P.O em gemas, porém teve a sua tendência
alterada de C.N para L.N . Após utilizar o artefato, Flint escolheu se distanciar da sua cidade natal,
Waterdeep, para se manter longe de qualquer intriga que pudesse ser gerada pelo seu enriquecimento
repentino. Tristan, o pai do personagem, é o guerreiro surgido através da carta “Cavaleiro” (o livro descreve
que o guerreiro aparece “do nada”. (p.277) Fica a critério do mestre a verdadeira natureza do surgimento do tal
guerreiro.). Logo, o pai do personagem está permanentemente sob a influência do artefato e deve seguir Flint
até a morte. Atualmente o artefato se encontra no fundo do mar da Costa da Espada para que possa ser
esquecido para sempre. O personagem não possui conhecimento acerca da existência do artefato, nem dos
seus poderes e muito menos deseja o adquirir!