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Àster Amadeus Von

Lahft

“Star Child, are you listening?”

“I died that day. Then I had to die twice over…”

“We’re sorry.”

Crisálida Negra
“Forced heritage is still heritage, my sweet prince. So why do you feel so much
shame? Scratch that… Why are you feeling at all?”
Até mesmo o Pai Negro, segundo dizem, sabia tratar as fadas com reverência.
Quando ainda caminhava em luz, admirava as danças dos seres luminosos que
encantavam seus olhos. E, após transcender as brumas da mortalidade, deve ter
sido um prazer indescritível aprender e provar dos mesmos.

Fadas, Luminosos, Metamorfos, Selvagens… Na guerra, são mortais; como amantes,


encantadores; mas, acima de tudo, são criaturas sedentas e solitárias.

Entre todas as variedades de Fae, os Thallain se destacam por desprezar o equilíbrio


onírico, abraçando as Cortes Sombrias. São pesadelos feitos dos medos mais
primitivos e selvagens, relegados ao esquecimento desde os tempos da Aurora,
quando perderam a grande guerra e assim foram banidos.

Esquecidos, decerto, mas nunca verdadeiramente mortos.

Dentro do reino dos pesadelos (tha-lla-in), há uma raça (kith) particularmente


traiçoeira, conhecida como Sevartal.

Os Sevartal (se-var-tal) são sempre pálidos, graciosos e belos, com uma postura
altiva e elegante. Quando estão em sua forma completa, suas orelhas já longas se
estendem ainda mais, seus olhos brilham intensamente, e suas peles parecem
resplandecer como prata sob a luz da lua. Possuem vozes doces e musicais, mesmo
quando proferem obscenidades, e são considerados delicados e majestosos até
mesmo durante o combate.
Fadas desta linhagem apresentam sentimentos diminuídos e mentes tão lógicas que
quase todas as suas ações têm um propósito destrutivo, prático ou ambos. Os
Sevartal possuem um senso de percepção aguçado, capaz de detectar almas de fada
adormecidas antes mesmo que iniciem seu despertar. Este dom é fundamental para
sua forma de proliferação:

Apenas nascem a partir da corrupção de outro kith. Em outras palavras, é


necessário para sua reprodução caçar metamorfos quando são ainda tão indefesos
quanto bebês recém nascidos. No caso do Progenitor de Àster, sua estratégia de
escolha o levou a orquestrar as condições que julgou mais propícias para a criação
de seus potenciais herdeiros. Até mesmo o estupro da mãe, Phoebe, pelo Sevartal
malicioso foi planejado de forma perfeitamente pragmática, embora
indubitavelmente cruel, pelo mesmo.

Herança Maldita

“Who am I? Take a Guess. Be still, child, and like so remain in awe of my


Beauty and Power Forevermore. I am inevitable. I am you.”

É razoável esperar, no que confere à semente de qualquer fada, que seja gerada
descendência dotada de um corpo mais receptivo ao entrelaçamento do espírito
com outro ser de glamour. Kinain é como chamam tais crianças, que mesmo nos
piores casos, ao terminar com almas perfeitamana mundanas, ainda conseguem
adquirir dons e características bastantes úteis para seus parentes kithain.

Logo faz sentido, de um ponto de vista prático, seduzir e violentar o máximo


possível de mulheres.

Seria desafiador determinar com total certeza a raça originária de Lucius e Àster.
Pois, apesar da ascendência Sevartal, o kith original é completamente influenciado
pelas tendências da alma independente do sangue paterno (embora as marcações
físicas se mantenham). Em termos de aparência, nasceram crianças
excepcionalmente belas, como pequenos querubins esculpidos à imagem e
semelhança de quem os gerou: altos para idade, de orelhas pontudas e pele
particularmente branca. No fim, conjectura-se com toda certeza que teriam
despertado porque o Progenitor deu-se ao trabalho de aparecer para ambos, e não
os matou.

Os traços Sevartal são igualmente correspondentes à aparência de uma raça


bastante específica conhecida como Sidhe. Nobres e agradáveis, sua bela presença
parece externalizar suas intenções genuínas e honradas. Falamos, é claro, dos
antigos líderes das cortes Seelie e Unseelie de Arcadia. Os cabelos têm cores
chamativas e brilhantes; no ápice de sua majestade Sidhe (Si-dhe) vestem-se de
luzes e arco-íris, exalando confiança e autoridade.

Corrompê-los sem dúvida seria considerado um pecado hediondo aos olhos das
Cortes.
Sevartal e Sidhe levam existências paralelas, diametralmente opostas. Mesmo assim,
quase iguais, pois aquilo que um constrói na luz o outro desfaz nas sombras. Deste
modo não é incomum que um Pesadelo busque se passar por um Sonho, como fez
aquela criatura selvagem ao apresentar-se à família de Àster, identificando-se
erroneamente para causar confusão.

A verdade é que o Progenitor jamais teve a menor consideração por estas pobres
almas, mantendo sempre em vista a intenção de forçar sua herança aos gêmeos. Se
tratavam de Sidhe ou de qualquer outra raça… Pouco importa, não? Tudo
configurou-se apenas como uma coincidência, quem sabe até mesmo um resultado
direto das idiossincrasias Von Lahft.

Quanto à noite da revelação, a cajadada dada foi para ele como realizar o massacre
unilateral de diversos coelhos:

Todo o clã Von Lahft foi consumido, essencialmente vítimas de uma invasão
psíquica poderosa que os esgotou de todo o glamour: a destruição da ilusão e do
amor parental… a dor e o desespero intencionalmente provocados… o banquete não
poderia ter sido mais requintado.

Para os pais aquilo significou a morte certa. Para Àster e Lucius, a tentativa de
forçar a Dança do Sonhar foi de uma rapsódia tão sinistra e terrível que o próprio
Àster recuou, rejeitando a natureza sombria (Pesadelo) que o espreitava do outro
lado. Aquilo que estava destinado a se tornar era odioso demais e não podia ser, não
podia ser…
Desconheço o que houve com Lucius, seu destino e pensamentos… É igualmente
incerto porque ele foi separado do próprio irmão. Será que foi levado para uma
terra maravilhosa demais para compreender, definhando diante de visões do
paraíso? Será que vive, arquiteto de suas próprias tragédias e servo fiel dos
Fomorianos? Talvez Lucius tenha escapado ao mentor, quebrantado pela
experiência e incapaz de enxergar a retidão do caminho Seelie, eternamente
contaminado pelo toque das sombras.

Talvez ele esteja morto afinal, apunhalado e devorado pelo próprio sangue,
escolhido para tal meramente por um capricho.

A história estava destinada ao sofrimento desde o início. Afinal, o despertar do


jovem Àster havia sido meramente adiado. Sua alma já estava enfeitiçada. Apesar da
solidão, decerto anos no futuro algum evento ou delírio o transformaria em um
selvagem por completo. Gradualmente ia se tornando o monstro insensível e
aproveitador que era o seu destino. O progenitor não se via sob qualquer
necessidade de exercer monitoramento, pois sabia que apenas a morte prematura
do corpo impediria a transformação de sua cria. Caso a luz da pequena estrela se
apagasse antes, bem, isto apenas significava que era fraco.

O Progenitor, portanto, falhou em realizar algo que toda fada devia saber:

Crianças podem ser extraviadas. De fato, uma criança pode ser desviada até mesmo
múltiplas vezes. E quem disse que a morte era o verdadeiro fim?
Alexandre veio,

Àster foi salvo.

Assim foi feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém.

"Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração,


creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Porque com
o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito
da salvação."

Romanos 10:9-10

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