Você está na página 1de 47

Pré-Cálculo.

Operações, equações,
funções e sequências Francisco
Magalhães Gomes
Visit to download the full and correct content document:
https://ebookmass.com/product/pre-calculo-operacoes-equacoes-funcoes-e-sequenci
as-francisco-magalhaes-gomes/
, ,
PRE-CALCULO
Operações, equ,ações, funções e trigonometria

(')f.~ ~~ ..11 ,..,. ,


· ~ . \lp r.uMra
Sr:J if,';Jiiaç,jo bib~" ·
i_~portante para nós. P~;~~ca de~ta obra é m:Jiio
IJyue na OS00-111939. norma~SObrecadastro
Cantamos .om sua col b
~gr~a~cen,os pors!a .a cra~4o e snf&CitJ8damente
:qwpeCENGAGE LEARNING
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G633p Gomes , Francisco Magalhães .


Pré - cálculo : operações , equações , funções e sequências/
Francisco Magalhães Gomes. - São Paulo, SP : Cengage Learning,
2018.
560 p.: il.; 28 em .

ISBN 978 - 85 - 221 - 2789 - 4

1. Cálculo . 2 . Funções . 3 . Trigon o metria. 4 . Equações.


I . Título.

CDU 517.2/.9
CDD 515

Índice para catá logo sistemático :


1 . Cálculo 517.2/ . 9

(Bibliote c ária responsável: Sabrina Leal Araujo - CRB 8/10213)


, ,
PRE-CALCULO
Operações, equações, funções e trigonometria

Francisco Magalhães Gomes


IMECC- UNICAMP

~-'#
,.., CENGAGE
Austrália • Bras il • Méxi co • Cingapura • Reino Unido • Estados Unidos
·-
~~~~~·~ CENGAGE

Pré-cálculo- Operações, equações, funções e


trigonometria
© 2019 Cengage Learning Edições Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste


1• edição livro poderá ser reproduzida, sejam quais forem os
Francisco Magalhães Gomes meios empregados, sem a permissão, por escrito, das
editoras. Aos infratores aplicam-se as sanções previstas
Gerente editorial: Noelma Brocanelli nos artigos 102, 104, 106 e 107 da Lei n° 9.61 O, de 19
de fevereiro de 1998.
Editora de desenvolviment o: Salete Del Guerra

Supervisara de produção gráfica: Fabiana Alencar Esta editora empenhou-se em contatar os


Albuquerque responsáveis pelos direitos autorais de t odas as
imagens e de outros materiais utilizados neste livro.
Produção gráfica: Soraia Scarpa
Se porventura for constatada a omissão involuntária
na identificação de algum deles, dispomo-nos a
efetuar, futuramente, os possíveis acertos.
Revisões: Beatriz Alves Teixeira, Joana Figueiredo e
Isabel Ribeiro
A editora não se responsabiliza pelo fu nci onamento
Diagramação: Triall Editorial Ltda dos links contidos neste livro que possam estar
suspensos.
Capa: Renata Buono/Buono Disegno

Para informações sobre nossos produtos, entre em


contato pelo telefone 0800 1119 39
Para permissão de uso de material desta obra, envie
seu pedido para direitosautorais@cengage.com

© 2019 Cengage Learning. Todos os direitos


reservados.

ISBN 13: 978-85-221-2789-4


ISBN 1O: 85-221-2789-1

Cengage Learning
Condomínio E-Business Park
Rua Werner Siemens, 111 - Prédio 11 - Torre A - conjunto 12
Lapa de Baixo - CEP 05069-900- São Paulo - SP
Te I.: (11) 3665-9900- Fax: (11) 3665-9901
SAC: 0800 11 19 39

Para suas soluções de curso e aprendizado, visite


www.cengage.com.br.

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
1ª edição
Sumário

Prefácio ........................................................................................................................................................ vi i

Capítulo 1 Números reais ....................................................................................................................... 1


1.1 Conjuntos de números ..... ... ....... .. ....... ............... ............ ........ ... ..... ............ 1
1.2 Soma, subtração e multiplicação de números reais .... ............................... 4
1.3 Di visão e frações .... .. ... .... ..... .... ... ............................ ... ...... .. ..... ........ .... ... . 12
1.4 Simplificação de frações ...... ... .. ... ...... .. .. ..... ............ ... ..... .... .... ...... .. ......... 25
1.5 A reta real.......... .. ...... .... ... ... ........ .... ..... .... .. .. .. .. .... .. ... ....... ... ...... ............... 41
1.6 Razões e taxas ....... ... ..... ... ......... ........ ........ .... ..... .... ...... ....... .. .. ... ........ ... ... 43
l. 7 Porcentagem ..................... ... .... .... ... ..... ... ........................ ................ .... ..... 50
1.8 Potências .. ............... ........ ... ... .. .. ... ..... .. ... .... ..... ....... .............. .. .... ......... ..... 58
1.9 Raízes 7 1

Capítulo 2 Equações e inequações ................................................................................................ 83


2.1 Eq uações ................................... .......................... .. ..... .. ......... .. .... .. .. .. ....... 83
2.2 Proporções e a regra de três ........................................ ...... .. .... ................ . 90
2.3 Regra de três composta .......................................................................... 103
2.4 Equações lineares ........ .......................................... .......... .............. .... .... 108
2.5 Sistemas de equações lineares .......... .. .... ...... .... ................ ...... .... .. ...... .. . 116
2.6 Conjuntos ..... ............... .................. ............................. ... ................... .. .... 124
2. 7 Intervalos .......... ........... .... .... ................ .. ......................... ................. ...... 136
2.8 Inequações ........................................ .................. ...... ...... ....................... 140
2.9 Polinômios e expressões algébricas ...................... .... .. .. .............. .......... . 150
2.1O Equações quadráticas .................... .................. .................... .. ................ . 161
2.11 Inequações quadráticas ............................ .... .... ...................................... 171
2. 12 Eq uações racionais e irracionais .......... .. ................................................ 180
2. 13 Inequações racionais e irracionais ............................ .... ........ .... .. .... .. ..... 193
2.14 Valor absoluto ............ .... .... .. .... .... .............. .. .......................................... 204

Capítulo 3 Funções .............................................................................................................................. 219


3.1 Coordenadas no plano .......... .... ............................................................. 219
3.2 Equações no plano ........................................................................ .... ..... 227
3.3 Solução gráfica de equações e inequações em uma variável.. ............... 232
3.4 Retas no plano ...... .... .. ................................... .. ........ .. ............................ 240
3.5 Funções253
3.6 Obtenção de informações a partir do gráfico ...... .......... .... ...... .......... .... . 264
3.7 Funções usuais .. .... ......... ...................................... ........... ......... .. ........... . 277
3.8 Transformação de funções ......... .... .......................... .. .... .... ............ ... ... .. 290
3.9 Comb inação e composição de funções ....... ........ .................... ..... .. ........ 298

Capítulo 4 Funções polinomiais .................................................................................................... 313


4 .1 Funções quadráticas .... .... ........ .. ... ..... ..... .... .. .. .. .... .. .......... ..................... . 313
4.2 Divisão de polinômios .... ... ..... .................... .. .... ..................................... 328
4.3 Zeros reais de fun ções polinomiais ...... ..... ....... .. .. ... ........... .. .. ..... ........ .. 338
4.4 Gráficos de funções polinomiais ........ .. ................ .. ......... .. ....... ............. 355
4.5 Números complexos .. ..... ................. .. .......... ............ .. ... .......... .............. . 364
4.6 Zeros complexos de funções polinomiais ............. .......... ...... ... .. ............ 375
vi • PRÉ- CÁLCULO - Operações. equações. funções e trigonometria

Capítulo 5 Funções exponenciais e logarítmicas.................................................................. 381


5.1 Função inversa ......... ..................... ........ ....................... ......... .......... ....... 381
5.2 Função exponencial ....... .... ........... .... ............ ............... ............. ........... .. 392
5.3 Função logarítmica .............................................................. ........ .......... 403
5.4 Equações exponenciais e logarítmicas ............................................ ... ... 416
5.5 Inequações exponenciais e logarítmicas .......... .. ................................... . 429
5.6 Problemas com funções exponenciais e logarítmicas .................. .. ....... 437

Capítulo 6 Trigonometria................................................................................................................ 449


6.1 Trigonometria do triângulo retângulo ................................................. .. . 449
6.2 Medidas de ângulos e a circunferência unitária .................... .. ..... ......... 460
6.3 Funções trigonométricas de qualquer ângu lo ............................... ......... 465
6.4 Gráficos do seno e do cosseno ................. ............................. ................. 478
6.5 Gráficos das demais funções trigonométricas ....................... ... ............. 488
6.6 Funções trigonométricas inversas .................................... .. .................... 495
6. 7 A lei dos senos e a lei dos cossenos ...... .... ..................... ........................ 503
6.8 Identidades trigonométricas .................................... ............ .. ......... .... .... 518
6.9 Equações trigonométricas .................................................... .... .............. 525
6. 1O Transformações trigonométricas ................... .. ............. ......................... 53 7
Prefácio

Os cursos de engenharia e de ciências exatas das universidades bra-


sileiras incluem, em seus primeiros semestres, disciplinas de cálculo,
equações diferenciais, geometria analítica e álgebra linear. Além disso, os
currículos de muitos cursos superiores de ciências humanas e biológicas
têm alguma disciplina básica de matemática, com tópicos selecionados de
cálculo e álgebra.
Ao contrário do que acontece em outras áreas do conhecimento, para
obter um bom desempenho nas disciplinas iniciais de matemática dos cur-
sos universitários, os estudantes precisam ter uma base sólida em tópicos
que vão das operações aritméticas básicas às funções, particularmente as
polinomiais, exponenciais, logarítmicas e trigonométricas. Este livro é fru-
to de cinco anos de esforço para criar um texto adequado a essa preparação.
Além dos jovens que ingressam em cursos universitários, o público-
-alvo do livro inclui pessoas que queiram empregar a matemática para
analisar os dados, tabelas e gráficos com os quais somos bombardeados
todos os dias, ou que desejem criar seus próprios modelos matemáticos.
A intenção foi criar um texto com um caráter prático, combinando apli-
cações com um grande número de exemplos de fixação das técnicas de
manipulação de expressões, equações e funções matemáticas.
O livro é composto por seis capítulos, que tratam de operações, equa-
ções, funções e trigonometria. Cada capítulo é composto de seções nu-
meradas, as quais incluem um bom número de exercícios, quase todos
com resposta. Os capítulos estão encadeados, de modo que o conteúdo
do primeiro é essencial para a compreensão de todos os demais. Portanto,
recomenda-se que o leitor só deixe de ler uma seção se tiver certeza de que
domina seu conteúdo.
O material de apoio on-line ' inclui um capítulo extra sobre sequên-
cias, progressões e aplicações financeiras, além de apêndices que expli-
cam como trabalhar com diferentes unidades de medida e como empregar
planilhas eletrônicas para encontrar funções que aproximam dados obti-
dos empiricamente. As respostas aos exercícios também estão disponíveis
no material de apoio on-line e slides em PPT com aulas baseadas no livro
eslão disponíveis para os professores.
Em geral, os assuntos são abordados à medida que são necessários.
Assim, por exemplo, as funções inversas são introduzidas no capítulo
sobre funções exponenciais e logarítmicas, em vez de fazerem parte do
capítulo sobre funções em geral. Além disso, embora as demonstrações
formais tenham sido evitadas para que o livro fosse acessível a um público
mais amplo, os principais resultados matemáticos apresentados são acom-
panhados de breves explicações e exemplos, com o propósito de permitir
que o leitor compreenda como foram obtidos.

I O material de apoio on-line está disponível no site da Cengage (www.cengage.com.br.)


Procure o livro pelo mecanismo de busca do site e lá você encontrará o acesso para os
materiais de apoio para alunos e professores. Acesse por meio do seu cadastro.
VIII • PRÉ-CÁLCULO- Operaçõe s. equações. funçõe s e trigonometria

Repare que. nesse problema, escrevemos a Para auxiliar a leitura, foram incluídos comentários. explicações. referências.
expressão como o produto de três fatores.
curiosidades e figuras à margem do texto.
Observe que. qu:111do n • O. a equação
tomo-se linear. nllo sendo necessário
resolvê-la como C<Junçi\o quodr:\t ica.
Observações e explicações breves são apresentadas em vinho.

Dica
Vcx:é não precisa dt.-cornr a.s condi-
ções ao lado. podendo deduzi-las
quando necessário. Para t::mto. basta
lembrar que a expressão dentro de Comentários e dicas mais relevantes aparecem em caixas cinza.
uma ra iz quadrada deve ser ni\o ne-
&!lliva. e que n ra iz qur~dmda sempre
fornece um valor não m:gati vo.

Ate nção
Repare que há um sinal negativo den-
tro da rai z. de modo que, dentre os
coefic ientes a e c, um (c :~ penas um)
Já as advertências são mostradas em caixas na cor rosa.
deve ser ncg::ui vo.

_
"""".... _..._....
::.::..::::-- ......... ··................ _, , .. Os quadros que aparecem ao longo do texto dão destaque a definições. proprie-
1/l l .. • II • JI .. •·•I
dades e roteiros de resolução de problemas. que servem de referência e podem
sem consultados com frequência pelo leitor.

Como mensagem final ao leitor, lembro que o nosso progresso pes-


soal e profissional se baseia no conhecimento, um ingrediente fundamen-
tal para que nos tornemos independentes de verdade. Isso é particularmen-
te relevante quando se trata de matemática, pois é nela que se fundamenta
grande parte da ciência e das decisões que nos afetam no cotidiano. En-
tretanto, "conhecer" não é sinônimo de "decorar" . Em vez de decorar a
maneira de resolver um problema específico, deve-se tentar compreender
completamente seu enunciado e a lógica envolvida em sua resolução. E
não basta acompanhar a resolução impressa no livro. Para dominar um
tópico, é preciso pôr em prática o que se lê, pois é com a experiência que
se aprende a lidar com as sutilezas dos problemas e que se adquire intuição
matemática. E se um caminho não der frutos , deve-se tentar outros, uma
vez que não há satisfação maior do que aquela decorrente da percepção
de que se é capaz de superar as dificuldades, não importando se pequenas
ou grandes .

Boa leitura!

FRANC ISCO A. M. G OMES


• Números reais

Neste capítulo, revisamos alguns conceitos fundamentais de aritmética e álgebra,


Antes de ler o capítulo com o propósito de preparar o leitor para os capítulos que virão na sequência. Os
Sugerimos que você revise: tópicos aqui abordados são aqueles indispensáveis para se compreender a Mate-
• as quatro operações aritméticas ele- mática cotidiana, ou seja, aquela que usamos quando vamos ao supermercado ou
mentares: soma, subtração, multipli- ao banco, ou quando lemos um jornal, por exemplo.
cação e divisão; Aritmética elementar é o ramo da Matemática que trata dos números e de
• os números negativos; suas operações. Por ser a base sobre a qual são erguidos os demais ramos, seu
• a representação decimal dos números. conhecimento é imprescindível para a compreensão da maioria dos tópicos da
Matemática. Já na álgebra elementar, uma parte dos números é representada por
outros símbolos, geralmente letras do alfabeto romano ou grego.
É provável que você já domine grande parte dos conceitos aritméticos e algé-
bricos aqui apresentados. Ainda que seja esse o caso, não deixe de fazer uma lei-
tura rápida das seções para refrescar sua memória. Ao final da revisão, você deve
estar preparado para trabalhar com números reais, frações, potências e raízes.

1.1 Conjuntos de números


Os números usados rotineiramente em nossas vidas são chamados números reais.
Esses números são divididos em diversos conjuntos, cada qual com uma origem
Deixamos para o próximo capítulo a apre- e um emprego específicos.
sentação dos principais conceitos associa- Ao homo sapiens de épocas remotas, por exemplo, os números serviam ape-
dos a conjuntos. Por hora, é suficiente co- nas para contar aquilo que era caçado ou coletado como alimento. Assim, para
nhecer os principais conjuntos numéricos. esse homem rudimentar bastavam os números naturais:

1; 2; 3; 4 ; 5; ...

Os números naturais também estão associados ao conceito de número ordinal,


Você sabia? que é aquele que denota ordem ou posição (primeiro, segundo, terceiro, quarto, ... ).
Em algumas culturas antigas, só os
números 1, 2 e 3 possuíam nomes I O conjunto dos números naturais é representado pelo símbolo N.
específicos. Qualquer quantidade aci- Um membro de um conjunto de números é chamado elemento do conjunto.
ma de três era tratada genericamen- Dizemos, portanto, que o número 27 é um elemento do conjunto de números
te como "muitos". Por outro lado, naturais, ou simplesmente 27 E N. A Tabela 1.1 fornece a notação usada para
os egípcios, há milhares de anos, já indicar a relação de pertinência entre um número a qualquer e um conjunto
possuíam hieroglifos particulares numérico S.
para representar números entre 1 e Alguns autores consideram o zero um número natural , enquanto outros prefe-
9.999.999 na forma decimal. rem não incluí-lo nesse conjunto. Este livro segue a segunda vertente, consideran-
do que o zero não é natural, ou seja, que O ~ N.
Quando aplicadas a números naturais, algumas operações geram outros núme-
ros naturais. Assim, por exemplo, quando somamos ou multiplicamos dois núme-
ros naturais, sempre obtemos um número natural. Entretanto, o mesmo não ocorre
2 • PRÉ-CÁLCULO- Operações. equações. funções e trigonometria

TABELA 1.1 Notação de pertinência a conjunto.


Notação Significado Exemplos
aES a é um elemento de S. 132 E N
a pertence a S. 9756431210874 E N
a"S a não é um elemento de S. 12,5 ~ N
a não pertence a S. - 1" N

quando calculamos 50- 100. Ou seja, para que a subtração sempre possa ser feita,
precisamos dos números negativos e do zero.
Na prática, o zero costuma ser usado como um valor de referência e os núme-
ros negativos representam valores inferiores a ela. Quando usamos, por exemplo,
a escala Celsius para indicar a temperatura, o zero representa a temperatura de
congelamento da água, e os números negativos correspondem a temperaturas ain-
da mais frias.
Considerando todos os números que podem ser gerados pela subtração de
números naturais, obtemos o conjunto dos números inteiros:

... ; -5; - 4; -3; -2; -1; O; 1; 2; 3; 4; 5;

I O conjunto dos números inteiros é representado pelo símbolo Z.


Note que todo número natural é também um número inteiro, mas o contrário
não é verdade.
Apesar de serem suficientes para que efetuemos a subtração de números na-
turais, os números inteiros ainda não permitem que defi namos outras operações,
como a divisão. Para que essa operação seja feita com quaisquer números intei-
ros, definimos outro conjunto, composto de números racionais.
O termo "racional" deriva da palavra " razão" que, em Matemática, denota o
quociente entre dois números. Assim, todo número racional pode ser representado
pela divisão de dois números inteiros, ou seja, por uma fração na qual o numera-
Observe que todo número inteiro é também dor e o denominador são inteiros. Alguns números racionais são dados a seguir:
racional, pois pode ser escrito como uma
fração na qual o denominador é igual a I . .!.
5 = 02
,
_2_=-0 3
10 ,
~ =6
Se você não está familiarizado com a ma- I
nipulação de frações, não se preocupe, 4
3=1 , 333 ... - ~=-0
8 , 375
I
- = O, 142857 142857...
pois retornaremos ao assunto ainda neste 7
capítulo. Os exemplos dados ilustram outra característica dos números racionais: a pos-
sibi lidade de representá-los na forma decimal, que pode ser finita- como obser-
f
vamos para }, - 130 , e-~ - ou periódica - como exibido para te+· O termo
"periódico" indica que, apesar de haver um número infinito de algarismos depois
da vírgula, estes aparecem em grupos que se repetem, como o 3 em l ,333 ... , ou
142857 em 0,142857142857 .. .

I O conjunto dos números racionais é representado pelo símbolo Q!.


Infelizmente, os números racionais ainda não são suficientes para representar
Atenção alguns números com os quais trabalhamos com frequência, como .J2 ou 7C. Nú-
Lembre-se de que a divisão de um meros como esses são chamados irracionais, pois não podem ser escritos como a
número por zero não está definida, de razão de dois números inteiros.
modo que não podemos escrever ~. A forma decimal dos irracionais é infinita e não é periódica, ou seja, ela inclui
por exemplo.
o
um número infinito de algarismos, mas estes não formam grupos que se repetem.
Assim, não é possível representar exatamente um número irracional na forma
decimal , embora seja possível apresentar valores aproximados, que são indicados
neste livro pelo símbolo"""". Dessa forma, são válidas as expressões:
e 7r ""'3, 1415926536.
CAPÍTULO 1- Números rea is • 3

A seguir são apresentados os números irracionais populares, acompanhados


Trataremos com mais detalhe as raízes - de algumas de suas aproximações decimais:
como .fi e J3 - na Seção 1.9.
J2 : : : 1,4142136 .j3 ::::: 1,7320508
log2 (3) ::::: 1,5849625 e ::::: 2,7182818

Exemplo 1. O número n
Quando dividimos o comprimento de uma circunferência pela medida de seu
diâmetro, obtemos um número constante (ou seja, um valor que não depende da
circunferência em questão), representado pela letra grega 7C (lê-se "pi").

No computador comprimento da circunferência


O Wolfram A lpha (www.wolframal- 1[ = - - - - - ' . - - - - - - - - - -
diâmetro da circunferência
pha.com) é um mecanismo gratuito
que facilita a resolução de problemas
matemáticos.
Usando oAipha, podemos determinar
uma aproxi mação para 7C com qual-
quer precisão (fin ita). Por exemplo,
a aproximação com 100 algarismos
é 3,1415926535897932384626433
83279502884197 1693993751058
209749445923078164062862089
98628034825342117068.
FIGURA 1.1 Uma circunferência e seu diâmetro.

Exemplo 2. Diagonal de um quadrado de lado inteiro


Suponha que um g_uadrado tenha lados com I m de comprimento. Nesse caso,
sua diagonal mede ..J2 m, um número irracional. Todo quadrado com lado inteiro
tem diagonal de medida irracional (a medida da diagonal será sempre o produto
do lado por .fi).

lm

Reais

lm
FIGURA 1.2 Um quadrado cujos lados medem l m.

Frações Unindo o conjunto dos núJ!1eros racionais ao conjunto dos números irracio-
não inteiras nais, obtemos o conjunto dos números reais.

I O conjunto dos números reais é representado pelo símbolo R


Naturais Negativos A Figura 1.3 mostra os números reais e os conjuntos que o formam (que são
e zero chamados subconjuntos de IR).
É possível realizar qualquer operação de adjção, subtração e multiplicação entre
FIGURA 1.3 O conjunto dos números números reais. Também é possível realizar a divisão de qualquer número real por outro
reais e seus subconjuntos. número diferente de zero. A seguir, revisaremos as propriedades dessas operações.
4 • PRÉ-CÁLCULO- Operaçõe s, equações, funçõe s e trigonometria

Exercícios 1.1

1. Indique quais frases a seguir são verdadeiras. 3. Dentre os números reai s a seguir:
a) Todo número real é racional. 632
b) Todo número natural é real. 5, 3 - 2 10000000 J5 75
c) Todo número inteiro é natural.
o J2 -8,75 J4 125, 666 ...
d) Todo número racional pode ser escrito como uma 3
fração na qual o numerador e o denominador são na-
turais. indique quais são
e) Todo número irracional é real. a) naturais ; c) racionais
f) Todo número natural é racional. b) inteiros; d) irracionais.

2. Forneça doi s exemplos de números: 4. Usando uma calculadora, reescreva os números racio-
a) naturais; nai s a seguir na forma decimal :
b) inteiros; 7 13 42 19 32
a) c) e) g) i)
c) racionais negativos; 2 6 5 8 99
d) irracionais; I 4 5 2 432
b)
16 d)
3 f) 11 h) j)
e) reais que não são naturais. 9 999

1.2 Soma, subtração e multiplicação de números reais


Uma da3 características mais importantes dos seres humanos é a capacidade
de abstração. Exercitamos essa capacidade o tempo inteiro, sem nos darmos
conta di sso. Quando alguém diz "flor", imediatamente reconhecemos do que
se trata. Compreendemos o significado desse termo porque já vimos muitas
flores , e somos capazes de associar palavras aos objetos que conhecemos, sem
dar importância, por exemplo, à espécie da flor. Se não empregássemos essa
generalização, escolhendo uma única palavra para representar a estrutura repro-
dutora de várias plantas, seríamos incapazes de dizer frases como " Darei flores
no dia das mães".
Na Matemática, e, consequenteinente, na linguagem matemática, a abstração
ocorre em vários níveis e em várias situações. O uso de números naturais para
contar objetos diferentes é a forma mais simples e antiga de abstração. Outra
abstração corriqueira consiste no uso de letras, como a, b, x e y, para representar
números. Nesse caso, a letra serve apenas para indicar que aquilo a que ela se
refere pode ser qualquer número. Assim, ao escrevermos
a+b
para representar uma soma, indicamos que essa operação é válida para dois nú-
meros a e b quaisquer, que suporemos reais . Além disso, a própria escolha das
letras a e b é arbitrária, de modo que a mesma soma poderia ter sido escrita na
forma w+ v.
O leitor deve ter sempre em mente que, ao trabalhar com letras, está traba-
lhando com os números que elas representam , mesmo que, no momento, esses
números não tenham sido especificados. Vejamos, a seguir, um exemp lo no qual
definimos a área e o perímetro de um retângulo, mesmo sem conhecer seus lados.

Exemplo 1. Perímetro e área de um retângulo


Suponha que um retângulo tenha arestas (lados) de comprimento b e h. Nesse
caso, definimos o perímetro (P) do retângulo como a soma dos comprimentos das
arestas, ou seja:

p = b+b+h+ h = 2b+ 2h.


CAPÍT ULO 1- Números reais • 5

Observe que usamos o sina l = para definir o termo P que aparece à sua es-
querda.
Definimos também a área (A) do retângulo como o produto

1\ A=b · h.

h
oiS
D
d Dadas essas fórmulas para o perímetro e a área, podemos usá-las para qualquer
retângulo, quer ele represente um terreno cercado, como o da Figura 1.4, quer um
quadro pendurado na parede. No caso do terreno, o perímetro corresponde ao compri-
D mento da cerca, enquanto o perímetro do quadro fornece o comprimento da moldura.
D Embora não tenhamos dito explicitamente, fica subentendido que as medidas
D b e h devem ser números reais maiores que zero.
D
D cerca
b • A precedência das operações e o uso de parênteses
FIGURA 1.4 Um terreno retangular. Para calcular uma expressão aritmética envolvendo as quatro operações elemen-
tares, é preciso seguir algumas regras básicas. Em primeiro lugar, deve-se efetuar
as multiplicações e divisões da esquerda para a direita. Em seguida, são efetuadas
as somas e subtrações, também da esquerda para a direita.
Como exemplo, vamos calcular a expressão 25-8 x 2 + 15 7 3:

25 8 X 2 + 15 3
'-.r----'

25 16 + 15 3
'-v---'

25 16 + 5
'-v--'

9 + 5

14

Quando desejamos efetuar as operações em outra ordem, somos obrigados a


usar parênteses. Nesse caso, a expressão que está entre parênteses é calcu lada em
primeiro lugar, como mostra o exemplo a seguir:

5 X ( 10 - 3) = 5 X 7 = 35.
'------.-----'
7

Se não tivéssemos usado os parênteses nesse exemplo, teríamos que efetuar


Atenção a multiplicação antes da soma, de modo que o resu ltado seria bastante diferente:
Não se esqueça de incluir um par de
parênteses (podem ser colchetes ou 5 X )Q - 3 = 50 - J = 47.
'--v---'
chaves, também) quando quiser indi- 50
car que uma operação deve ser efe-
tuada antes de outra que, normalmen- Um exemplo mais capcioso é dado a seguir. Como se vê, na expressão da
te, a precederia. esquerda, os parênteses indicam que a multiplicação deve ser efetuada antes da
divisão. Já na expressão da direita, que não contém parênteses, a divisão é calcu-
lada em primeiro lugar.

lQQ 7 (2 X 5) 100 7 2 x 5
'---...---"' '---v----'

100 7 10 50 X 5
'--..---' '--v---'

10 250

Por outro lado, é permitido usar parênteses em situações nas quais eles não
seriam necessários. Como exemplo, a expressão
100-(75 75)+ (12x 6)
6 • PRÉ-CÁLCULO- Operações, equações, Funções e trigonometria

é equivalente a

100 - 75 + 5+12 x 6.
Podemos escrever expressões mais comp licadas colocando os parênteses den-
Na calculadora tro de colchetes, e estes dentro de chaves, como no exemplo a seguir:
As calculadoras científicas modernas
permitem o uso de parênteses. Efetue 5 x {3 x [(20 - 4) +(9 - 7) + 2] + 6} = 5 x {3 x [l6 +2 + 2]+ 6}
a conta ao lado em sua calcu ladora,
substituindo as chaves e os colchetes = 5 x {3 x l0+6}
por parênteses, e verifique se você = 5 x 36
obtém o mesmo resultado. = 180.

• Propriedades da soma e da multiplicação


Foge ao objetivo deste livro definir as operações aritméticas elementares que su-
pomos conhecidas pelo leitor. Entretanto, nos deteremos nas propriedades dessas
operações, nem sempre bem exploradas no Ensino Fundamental.
Comecemos, então, analisando as propriedades mais importantes da soma e
da multiplicação.

Propriedades da soma e da multiplicação


Suponha que a, b e c sejam números reais .
Propriedades Exemplos
1. Comutatividade da soma
a+b=b+a 2+3=3+2

FlGURA 1.5 28 carteiras organizadas em 2. Associatividade da soma


(a+b)+c=a+(b+c) (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5)
4 fileiras de 7 carteiras.
3. Comutatividade da multiplicação
axb=bxa 15 X 9= 9 X 15
4. Associatividade da multiplicação
(a X b) X C =a X (b X c) (4 X 3) X 6= 4 X (3 X 6)
5. Distributividade
a x (b + c) =a x b +a x c 5(12 + 8) = 5 X 12 + 5 X 8

A Propriedade comutativa da multiplicação pode ser facilmente compreendi-


da se considerarmos, por exemplo, duas possibilidades de dispor as carteiras de
uma sala de aula. Como ilustrado nas figuras 1.5 e 1.6, não importa se formamos 4
fileiras com 7 carteiras ou 7 fileiras de 4 carteiras, pois o número total de carteiras
será sempre 28, ou seja,

4 X 7=7 X 4 = 28.
A Propriedade 5, formalmente conhecida como propriedade distributiva, é
populannente chamada de "regra do chuveirinho", pois costuma ser apresentada
da seguinte forma:
h\
a x (b + c) = a x b + a x c.

O problema a seguir, que também envo lve assentos, mostra uma aplicação
dessa propriedade.

Problema 1. Contagem das poltronas de um auditório


FIGURA 1.6 28 carteiras organizadas em Um pequeno auditório é formado por dois conjuntos de poltronas separados por
7 fileiras de 4 carteiras. um corredor, como mostra a Figura 1.7. Determine o número de poltronas da sala.
CAPÍTULO 1- Números rea is • 7

uuuuuu Fileira I
uuuu
uuuuuu Fileira 2
uuuu
uuuuuu Fileira 3
uuuu
uuuuoo Fileira 4
uuuu
UULAJUU Fileira 5
ULJUU
uuuuuu Fileira 6
uuuu
LDUOUO Fileira 7
uuuu
000000 Fileira 8
0000
FIGURA 1.7 Poltronas de um aud itório.

Solução
Podemos contar as poltronas de duas fonnas diferentes. A primeira consiste
em contar as poltronas de cada grupo e depois somá-las. Nesse caso, temos:
~ + ~ = 48 + 32 =80.
esquerda direita

A segunda maneira consiste em multiplicar o número de fileiras pelo número


de poltronas de cada fileira, ou seja,
8 x (6+4)=8 x 10= 80.
Como o número de poltronas é o mesmo, não importando o método usado
para contá-las, concluímos que
8 x (6+4) = 8 x 6 + 8 x 4,
que é exatamente aquilo que diz a propriedade distributiva.

Apesar de simples, a propriedade distributiva costuma gerar algumas dúvidas,


particularmente pela má interpretação do significado dos parênteses. Alguns erros
comuns são apresentados na Tabela 1.2.
TABELA 12 Aplicações incorretas da propriedade distributiva.
Expressão Errado Correto
2·(5· x) 2·5+ 2·x = 10 +2x 2 ·5 · x = 10x
4+ (15 +5) 4 + 15 + 4 + 5 = 28 4+ 15+5 = 24
9 +(10 ·8) 9 · 10 +9 ·8 = 162 9 +80 = 89
5 · (3 + 2 · x ) 5 ·3+5·2· 5 ·x = 15 + 50x 5 · 3 + 5 · 2x = 15 + 1Ox
3·4 + 6 3·4+3·6= 30 12+6=18

Observe que, no primeiro exemplo da Tabela 1.2, bá um sinal de multiplica-


ção dentro dos parênteses, de modo que a propriedade distributiva não pode ser
aplicada. De forma análoga, não podemos aplicar a propriedade distributiva no
segundo e no terceiro exemplos, pois há um sinal de soma fora dos parênteses.
No quarto, deve-se perceber que o produto de 5 por 2 · x fornece, simplesmente,
5 · 2 · x = 1Ox. Finalmente, a expressão do último exemplo não contém parênteses,
de modo que a multiplicação deve ser efetuada antes da soma, como vimos na
página 5, não cabendo o uso da propriedade distributiva.
8 • PRÉ-CÁLCULO - Operações. equações. funções e trigonometria

Voltaremos a essas dificuldades quando tratarmos das expressões algébricas.


Vejamos, agora, alguns problemas um pouco mais complicados sobre aProprie-
dade 5.

Problema 2. Propriedade distributiva


Note qu e o produto de a por b pode ser ex- Quando possível, aplique a propriedade distributi va às expressões a seguir:
presso de três maneiras di fere ntes: a x b,
a · b e simp lesmente ab. a) 2(x+8) c) 7+(ll+ x) e) 5[4+2(x+3)] .
b) 4(9 · x) d) 6(3+5x - 8y )

Solução
a) 2(x + 8) = 2 · x + 2 · 8
=2x +l6.

b) Nesse caso, não é possível aplicar a propriedade distributiva, já que há apenas


um produto dentro dos parênteses. De fato, os parênteses podem ser suprimi-
dos, de modo que:

4(9 ·X) = 4 · 9 ·X = 36x.

c) Nesse problema, também não é possível aplicar a propriedade distributiva, já


que há uma soma fora dos parênteses. Mais uma vez, os parênteses podem ser
suprimidos, ou seja,

7 + (11 +X) = 7 + lJ +X = 18 +X.


No problema (d) há uma soma de três ter-
mos dentro dos parênteses. Nesse caso, o d) 6(3+ 5x + 8y) = 6 · 3 + 6 ·5x +6 · 8y
va lor 6 é multiplicado por todos os termos. = 18+30x+ 48y .

Já no problema (e), a propri edade di stri-


butiva é aplicada duas vezes : uma consi- e) 5[4 + 2(x + 3)] = 5 ·4 + 5 · 2(x + 3)
derando os termos entre co lchetes, e outra =20+10(x+3)
incluindo os termos entre parênteses. = 20+10x+30
= 50+ LO x .

A propriedade distributiva também é muito usada na direção contrária àquela


apresentada nos Prob lemas 1 e 2, ou seja,

I Se a , b, e c forem números reais, podemos substituir ab + ac por a(b +c).

Quando essa substituição é feita, dizemos que o termo a é posto em evidência .


Esquematicamente, temos:
Vo ltaremos a pôr tem1os em ev idênc ia ao

~
tratarm os da fatoração de expressões a lgé-
bricas, na Seção 2.9 .
a· c+ a· b =a· (b +c).

Não se esqueça de que, nesse exemplo, as Exemplo 2. Pondo números em evidência


letras x, y , z, s e t representam números
rea is. a) 10x + 10y= IO(x+y)
b) 3x+3=3(x+l)

c) Sx+ xy=x(S+ y )

O bserve que 15 = 5 x 3 e 25 = 5 x 5 . d) 15x + 25 = 5(3x + 5)


CAPÍTULO 1 - Números rea is • 9

Observe que 8 = 2 x 4. e) 8s-2t=2(4s-t)


t) 7xy-7yz=7y(x-z)

Agora, tente o Exercício 4.

O número O (zero) é chamado elemento neutro da soma, pois, se a é um


número real, então:

E m uma soma, podemos e liminar as par- 1 a + 0 =a. Exemplo: 37 + O= 37.


celas iguais a O.
De forma análoga, o número 1 (um) é chamado elemento neutro da multipli-
cação, pois, se a é um número real, então:
Em um produto, podemos eliminar os fa-
tores iguais a I, mas não aqueles iguais
I a· 1 = a. Exemplo: 128 · I = 128.

a O. Pode parecer inútil definir esses elementos neutros, mas, como veremos ao
longo deste e dos próximos capítulos, eles são muito empregados na simplifica-
ção de expressões e equações.

• Números negativos
Todo número real a possui um número oposto ou simétrico (-a), tal que
a + (- a) = O. Assim, por exemplo,

o número - 3 é o simétrico de 3, pois 3 + ( - 3) =O ;


o número 3 é o simétrico de - 3, pois (- 3)+3 = O.

Observe que a operação de subtração equivale à soma de um número pelo


simétrico do outro, ou seja,

I a-b = a+(- b).

Usando essa equivalência, pode-se mostrar que a propriedade distributiva se


aplica à subtração:

a(b - c)=ab-ac.

As principais propriedades dos números negativos estão resumidas no quadro


a seguir.

Propriedades que envolvem o sinal negativo


Suponha que a e b sejam números reais.

Propriedades Exemplos
1. (-1)a = -a (-1 )32 = -32

2. -(-a)= a - (- 27) = 27

3. (-a)b =a(-b) = -(ab) (-3)4 = 3(- 4) = - (3 X 4) =- 12

4. (- a)(- b) = ab (- 5)(- 14) =5 X 14 = 70

5. - (a + b) = -a- b -(7 + 9) = - 7 - 9 = - 16
6. -(a - b) = -a + b = b -a - ( 1o - 3) = -1 o+ 3 = 3 -1 o= -7
10 • PRÉ-CÁ LCU LO- Operações. equações . Funçõe s e trigonometria

A primeira propriedade nos diz que, para obter o simétrico de um número,


basta trocar o seu sinal, o que corresponde a multiplicá-lo por -l. A segunda pro-
priedade indica que o simétrico do simétrico de um número a é o próprio a. Usan-
do essas duas propriedades, bem como as propriedades da soma e da multipli-
cação apresentadas na subseção anterior, podemos provar facilmente as demais .
Para provar a primeira parte da Propriedade 3, escrevemos:

(-a)b =[(-1) ·a] ·b Propriedade I.

= [a · ( -1)] · b Propriedade comutati va da multiplicação.

=a · [( -1) · b] Propriedade associati va da multiplicação.

=a · ( -b) Propriedade I.

Já a Propriedade 6 pode ser deduzida por meio do seguinte raciocínio:

-(a- b) = ( -1) · (a - b) Propriedade I.

= ( -1) a - ( - 1) b Propriedade di stributi va da multipli cação.

= ( - a) - ( -b) Propriedade I.

= -a + b Propriedade 2.

= b + (-a) Propriedade comutativa da soma.

= b- a Subtração como a soma do s imétrico.

Exemplo 3. Trabalhando com números negativos

a) ( - 1)12 + 30 =- 12 +30=30- 12 = 18 h) 56-( - 3)y = 56 + 3y

b) 52 - (- 10,5) = 52 + 10,5 = 62,5 i) 144,2 -(-4,2)(-w) = 144,2 - 4,2w

c) 70 + ( - 5)6=70 - 30 = 40 j) (-x)(-8)(- 11) =-88x

d) 70 - (- 5)6 = 70-(- 30) =70 + 30 = 100 k) (-3)( - 2y)(7) = 42y

e) 70+( - 5)(-6) = 70 + 30 = 100 I) (- 5z)( 3x)( 4y ) =-60xyz

f) 70 - ( - 5)( - 6) = 70- 30 = 40 m) - (18 +x ) =- 18 -x

g) 25 + ( - 2,75)x = 25 - 2,75x n) x-(18 - 3x) =x-18 + 3x = 4x -18


TABELA 1.3 Expressões incorretas com
números negativos. Agora, tente o Exercício 2.

Err ado Cor reto


Observe que, frequentemente, é necessário usar parênteses e colchetes em
3 +-2 3+ (-2) expressões que envolvem números negativos. A Tabela 1.3 mostra expressões nas
10 - (- 4) quais, por preguiça de incluir os parênteses, um operador(+,- ou x) foi erronea-
10 - -4
mente sucedido pelo sinal negati vo, o que não é adequado na notação matemática.
6 .-5 6 . (-5)
Problema 3. A escola de Atenas
Sócrates, que morreu em 399 a.C ., foi retratado por Rafael Sanzio em seu
famoso afresco A escola de Atenas, concluído em 151 O d.C. Quanto tempo após
a morte de Sócrates a pintura foi concluída?

Solução
O ano 399 a.C. , quando ocorreu a morte de Sócrates, é equivalente ao ano
- 398 da era comum (pois o ano 1 a C~_fo.Ls ucS!dido_p _C..,..sem_q.ue.-tenh
CAPÍTULO 1- Números reais • 11

FIGURA 1.8 A escola de Atenas, afresco do Museu do Vaticano,


pintado por Rafael Sanzio, 151 O d.C.

havido o ano O d.C.). Como o afresco foi concluído em 1510, os visitantes do


Vaticano puderam ver essa magnífica obra decorridos
1510 -(-398) = 1510 +398 = 1.908 anos
da morte do famoso filósofo ateniense.
Agora, tente o Exercício 8.

Problema 4. Propriedade distributiva com números negativos


Aplique a propriedade distributiva às expressões a seguir:

a) 7(6 - 5w- 2t) b) -3[(4-2x)-2(3x-l)]

Solução
a)
7(6 - 5w-2t) = 7 · 6 - 7 ·5w -7 · 2t
= 42- 35w-l4t.
b)
-3 [(4 - 2x)- 2(3x-1)] = -3 · (4-2x) + ( -3) · ( - 2)(3x - 1)
= - 3(4-2x) + 6(3x-1)
= - 3-4 + (- 3) · ( -2x) + 6 · 3x- 6 · 1
= - 12 + 6x + 18x - 6
= 24x-18.
Agora, tente o Exercício 3.

Exercícios 1.2

1. Calcule os pares de expressões a seguir, observando o c) 38-6x 4 -28-;-2 e [(38 -6)x 4 -28]-;-2
papel dos parênteses :
d) 2+10 x 2+10x2+10 x 2+10 e
a) 10 + 5 - 12+3 - 7 +23-6 e 10 +5-(12 + 3) - (7+23) - 6
b)10+6 x l2-8 -;-2 e (10+6) x( 12 -8)-;-2 2 + lü x {2 + 10 x [2 + lü x (2 + 10)]}
12 • PRÉ-CÁLCULO- Operações. equações. funções e trigonometria

2. Calcule as expressões a seguir:


d) xy - yz i) 35 -7x
a) -(-3,5) I) (-7x)·( - 4y) · (3) e) 2xw- 2xv j ) - lO - 2x
b) - (+4) m) (-12) ·(-6)
c) 2+( - 5,4) n) - ( 12 · 6) 5. Calcule as expressões a seguir:
d) 2 - ( -5,4) a) 2 + (x + 3) e) 4 + (3 · x) i) ( - 2x) · ( 8y)
o) - [12 ·(-6)]
e) ( - 32,5) + ( - 9,5) b) 6 - (5 + x) f) 8 - (y . 5) j) ( - 5x)·( - 2y )
p) -15 . ( - 6) + 15 . ( - 6)
f) -32,5-9,5 c) 3 · (8·y) g) 9 · X · ( 3 · y)
q) - 15 ·( - 6)-( - 10)·( - 3)
g) ( - 15,2) + ( + 5,6) d) 7 · ( -2 ·x) h) (3x) ·( - 6y)
h) (-15 ,2) + 5,6 r) 3-(5 + x)
i) 4·(-25) · 13 s) 24-(8 - 2y) 6. Você possui R$ 300,00 em sua conta bancária, que dis-
j) 13 . ( - 25) . 4 t) 2x - (6+x) põe do sistema de cheque especial. Se der um cheque no
valor de R $ 460,00, qual será seu saldo bancário?
k) -10·( - 18) ·( - 5) u) y- (8 - 2y)
7. Um termômetro marca 8 °C. Se a temperatura baixar
3. Aplique a propriedade distributiva e simplifique as ex-
12 °C, quanto o termômetro irá marcar?
pressões sempre que possível :
8. A câmara funerária de Tutancâmon foi aberta em 1923
a) 5 · (6+x) h) - 6(x - 2y + 7z - 9)
d .C. Sabendo que o famoso rei egípcio morreu em 1324
b) 7 · (5 - x) i) 3(x-6) + 2(4x - l)
a .C., quanto tempo sua múmia permaneceu preservada?
c) -3(x + 8) j) 4(6-5x)-2(2x - 12)
d) -4( 1O - 2x) k) (3-5x)·(2-4y) 9. Após decolar de uma cidade na qual a temperatura era
de 20,5 °C, um avião passou a viajar a 20.000 pés de al-
e) (3x - 4) · 2 I) 2 [x - 2 - 4( 5 - 2x)]
tura, a uma temperatura de - 32,2 °C. Qual foi a variação
f) - 2(3x- 4) m) - 5[4 - 2(2 - 3x)] de temperatura nesse caso? Forneça um número positi-
g) 15(2+5x - 6y) n) - 4[(2 - 3x)+3(x+l)] vo, se tiver havido aumento, ou um número negativo se
4. Aplicando a propriedade distributiva, ponha algum ter- tiver havido redução da temperatura.
mo em evidência: I O. Antes da sua última partida, na qual perdeu por 7 a O,
a) 5x + 5w f) xy + 2sx - 5xv o Chopotó Futebol Clube tinha um saldo de 2 gols no
b) 12x + 12 g) 2 + 2x campeonato da terceira divisão. Qual é o sa ldo atual do
c) 3x - 3y + 3z h) 30 + 5x glorioso time?

1.3 Divisão e frações


Divisão é a operação aritmética inversa da multiplicação . Ela representa a repar-
tição de certa quantidade em porções iguais.

Exemplo 1. Times de basquete


Em uma aula de Educação Física, o professor precisar dividir uma turma que
Observe que, multiplicando o número tem 30 alunos em times de basquete, cada qual com 5 alunos. O número de equi-
de jogadores em cada time pelo número pes a serem formadas será igual a
de equipes, obtemos 5 x 6 = 30, que é o
número de alunos da turma . 30..;-5 = 6.

Exemplo 2. Água para todos


Durante um período de seca, o prefeito de uma pequena cidade contratou um
caminhão-pipa para distribuir água potável aos 1.250 munícipes. Se o camjnhão-
-pipa comporta 16.000 litros e todos os habitantes receberão o mesmo volume,
caberá a cada habitante

16000 ..;-1250 = 12,8 litros.


CAPÍTULO 1- Números reais • 13

Supondo que a e b sejam números inteiros, com b *-O, podemos representar


a
a divisão de a em b partes iguais por meio da fração b• que também pode ser
Na fração ::!.., o termo a, que está acima do escrita como alb. São exemplos de frações :
traço , é ch~mado numerador. enquanto o
2 15 2 36
termo b, abaixo do traço, é chamado de-
3' 7 ' 1000 ' 4' 36
nominador.
Para efetuar divi sões ou trabalhar com frações que envolvem números nega-
tivos, usamos propriedades similares àque las apresentadas para a multiplicação.

Divisão envolvendo números negativos


Suponha que a e b sejam números reais, e que b :F- O.

Propriedades Exemplos

1. (- a) =-a-=_:!_ (- 7) = -7- = _2
b (- b) b 2 (- 2) 2

2. (-a) = !!._ (-3) = 2_


(-b) b (- 16) 16

• A divisão como um produto


Se dividirmos o número 1 em n parcelas iguais , cada parcela valerá 1/n do total ,
de modo que:

1 1 1 1 I 1
I = -+-+- + - + ···+- +-.
n n n n n n
n parcelas

Dessa forma ,
Você se lembra de que, ao dividirmos um
número por ele mesmo, obtemos sempre
o valor 1? 1 = n · ( _!_) = !!... .
n n

Embora a soma dada sugira que n deva ser um número natural, esse resultado
vale para qualquer n real , desde que n :F- O. O número 1/n é chamado inverso de n .
Se dividirmos o número 1 em n parcelas iguais e pegarmos a dessas parcelas,
teremos a fração a/n, ou seja,

Observe que, ao efetuam1os o produto de


_!_ + _!_ + _!_ + ... + _!_ = a . ( _!_) = :!.. .
a por lln, apenas o numerador da fração é n n n n n n
multip li cado por a . a parcelas

Assim , a divisão de um número a por outro n corresponde à multiplicação de


a pelo inverso de n. Novamente, a e n podem ser quaisquer números reais , desde
que n :F- O.

Exemplo 3. Partes de um terreno


Um terreno retangular muito comprido foi dividido em 6 partes iguais, como
mostra a Figura 1.9. Tomando cinco dessas partes, obtemos:

1/6 116 1/6 1/6 1/6 1/6

FIGURA 1.9 Cinco sextos de um terreno .


14 • PRÉ-CÁLCULO- Operações, equações, Funções e trigonometria

• Soma e subtração de frações com denominadores iguais


Um relógio de ponteiros marca exatamente meio-dia, como mostra a Figura
1.1 Oa. A cada hora transcorrida, o ponteiro das horas gira exatamente 1112 de
volta, de modo que, após 12 horas (ou seja, à meia-noite), o ponteiro das horas
volta a apontar o número 12.
Entre o meio-dia e as 4 horas da tarde, o ponteiro das horas do relógio gira
4112 de volta, como mostra a Figura 1.1 Ob. Transcorridas mais 5 horas , o ponteiro
das horas do relógio percorre mais 5/ 12 de volta, atingindo a marca de 9 horas,
que corresponde a 911 2 da volta completa, como mostra a Figura 1.1 Oc:

(a) me io-di a . (b) 4 horas. (c) 9 horas.

FIGURA 1.10 Um relógio marcando várias horas de um dia.


Observe que:

4 5 4+5 9
- + - = - - = -.
12 12 12 12

Também é possível usar a propriedade Ou seja, para somar duas frações com denominador 12, mantemos o denomi-
distributiva da mu ltip licação para mostrar nador e somamos os numeradores. Vamos mostrar, agora, que esse resultado vale
que a/n + bln = (a + b)/n . Observe: para quaisquer frações com o mesmo denominador.
Somando a/n com bln , obtemos;
:!... + !:._ = a · (_!_) + b · (_!_ )
n n n n

= (a+b) -
n (1) = -
a+b
n
- .
a parce las b parce las

O problema a segu ir ilustra o que acontece quando precisamos calcular a dife-


rença entre duas frações com um mesmo denominador.

Problema 1. Frações de um bolo


Uma confeitaria dividiu um bolo de chocolate em 8 fatias iguais. Em um de-
terminado momento do dia, restavam 5/8 do bolo (ou seja, 5 fatias) , como mostra
a Figura 1.11 a. Até o final do dia, foram servidos mais 3/8 do bolo (ou seja, outras
três fatias) , como ilustrado na Figura 1.11 b. Que fração do bolo sobrou ao final
do dia?

(a) Fração di sponí ve l. (b) Fração consumida. (c) Fração restante.

FIGURA 1.11 Frações de um bolo dividido em 8 pedaços iguais.


CAPÍTU LO 1- Números rea is • 15

Solução
Para obtermos a fração restante, devemos efetuar a subtração seguinte:

%- %=5 -(i )- 3 -(i )

=(5-3) -(i )

2
8

Assim, sobraram 2/8 do bolo, como representado na Figura 1. 11 c.

Como observamos, a estratégia usada para o cálculo da diferença entre duas


frações é simi lar àquela empregada na soma.

Soma e diferença de frações com o mesmo denominador


Sejam a, b e n números reais, tais que n :t= O. Neste caso,

a b a+b a b a-b
-+- = - - e
n n n n n n

Exemplo 4. Soma e subtração de frações com denominadores comuns


1 3 4 2 4 8 14 2 2 o
a) - + - = - d) - + - + - = - g) - - - = - = O
7 7 7 15 15 15 15 5 5 5

5 13 18 3 2 12 46 34
b) - + - = - = 2 e) --- = - h) - - - = - - = -2
9 9 9 7 7 7 17 17 17
3 4 7 4 5 1
c) - + - = - f) - -- -
5 5 5 9 9 9

• Multiplicação de frações
Passemos, agora, ao cálculo de produtos que envolvem frações. Vamos começar
com um problema simples.

Problema 2. Cobras peçonhentas


Em um grupo de 108 cobras,
há no grupo?
* são peçonhentas. Quantas cobras venenosas

Solução
O número de cobras peçonhentas é dado pelo produto

3
108 X - ,
4

Também podemos efetuar as operações que pode ser calculado em duas etapas. Inicialmente, dividimos 108 em 4 grupos,
em ordem inversa, calc ulando primeira- cada qual contendo 1 ~8 = 27 cobras. Em seguida, tomamos 3 desses grupos, o
mente o produto 108 · 3 = 324, e, depois, que corresponde a 27 · 3 = 81 . Assim, há 81 cobras venenosas.
a divisão 324/4 = 8 1.
Agora, tente o Exercício 2.
16 • PRÉ-CÁLCULO - Operações. equações , funções e trigonometria

Agora, vamos usar a definição de produto para multiplicar a fração 3/26 por 5.

Essa ideia pode ser generalizada para qualquer fração a/b e qualquer número
c natural:
Lembrete
c parcelas
Não se esqueça de que se c é um nú-
mero natural, então: .
c{~)= ~+~+~+ · +~+~= a+a+a: .. ·+a+a c~a · =
c ·d = d+d+d+ ·· ·+d +d. c parcelas
c parcelas
De fato, a regra dada pode ser aplicada mesmo quando c é um número real,
de modo que, para calcular o produto de a/b por c, usamos a seguinte fórmula:

Problema 3. Exploradores e exploradoras


Um grupo de pesquisadores partiu em uma excursão exploratória. Sabe-se
que os pesquisadores homens, que são 27, formam 3/7 do grupo. Q uantos explo-
radores partiram na excursão e qual é a fração do grupo composta de mulheres?

Solução
A Figura 1. 12a ilustra os 27 homens que formam o grupo de pesquisadores.
Como sabemos que os homens correspondem a 3/7 do grupo, podemos dividi -los
em 3 grupos, cada qual com

27 I 3 = 9 pessoas.

Assim, cada grupo de 9 pessoas corresponde a 1/7 do número total de explora-


dores, como mostrado na Figura 1.12b. Portanto, o grupo como um todo possui

9 x 7 = 63 pessoas.

(a) Os 27 homen s.

**t** **** *t*t*


ti ti t*t*t *ttt

••••• •••••.,•••
(b) Div isão do grupo em 7 parce las, cada qual com 9 pessoas .

~t*t* tttt
**** '***
*'ii*** t*t*t ttt t t ttt t t t ttttt
(c) O grupo de 63 ex pl oradores, dos quai s 3/7 são homens e 4/7 são mulh eres.
FIGURA 1.12 Figuras do Problema 3.
CAPÍTULO 1- Números reais • 17

Para descobrir a que fração do grupo as mulheres correspondem, devemos nos


lembrar de que o grupo completo equivale a 1, ou à fração 717, de modo que as
mulheres são
3 7-3 4
1-- = - - = - dos pesqu1sadores.
o

7 7 7

Agora, tente o Exercício 5.

Vamos investigar, agora, como calcular o produto de duas frações com nume-
rador igual a 1.

Problema 4. Bolinhas de gude


Minha coleção de bolinhas de gude é composta de 120 bolinhas, das quais
1/3 é vinho. Se 1/5 das bolinhas vinho tem cor clara, quantas bolinhas rosas eu
possuo? Que fração da minha coleção é rosa?

Solução
O número de bolinhas vinho da minha coleção é dado por:

120 {~) = I~O = 40.


Das 40 bolinhas vinho, as claras correspondem a:

40 · (51)=-5- =S =
40 · 1 40 o

8 bolmhas.

Observe que obtivemos o valor 8 calculando a seguinte expressão:

120 {~) o (~)


bolinhas vinho
FIGURA 1.13 I /3 das bolinhas é vinho. bolinhas ro as

Assim, do total de bolinhas, ( 113) · ( 115) são rosas. Para descobrir quanto vale esse
produto, vamos analisar as figuras 1.I3 e 1.14.
Na Figura 1.13 , dividimos o conjunto de bolinhas em três partes, das quais
uma era composta apenas de bolinhas vinho. Já na Figura 1.14, cada terça parte
do conjunto foi dividida em 5 grupos. Como se observa, o conjunto total das bo-
linhas foi dividido em 15 grupos, dos quais apenas um corresponde às bolinhas
rosas. Logo, as 8 bolinhas correspondem a 1115 do total.

No problema dado, para obter a fração correspondente às bolinhas vinho-cla-


ras, dividimos a coleção por 3 · 5, ou seja,
a aaeea
aeeeea~•
•••••a /5= (~) x (~)=3\·
•••e••a• De forma geral, podemos dizer que, se a o~= O e b o~= O, então:
FIGURA 1.14 I /5 das bolinhas vinho 1 I I
- X -=--.
é vinho-clara. a b a·b
A partir desse resultado, é fácil estabelecer uma regra para o cálculo do pro-
duto de duas frações :

Produto de frações
Dadas as frações a/b e c/d, em que b o~= O e do~= O,
a c ac
b d bd
Another random document with
no related content on Scribd:
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back
back

Você também pode gostar