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PAPEL E CELULOSE

LOSE 119

VISÃO 2035:
Brasil, país desenvolvido
Agendas setoriais para o desenvolvimento

PAPEL E CELULOSE

PAPER AND CELLULOSE

André da Hora
Leonardo Nader
Rodrigo Mendes*

P. 119-142

* Respectivamente, gerente, administrador e economista do Departamento de Indústria de Base Florestal Plantada,


Papel e Celulose da Área de Insumos Básicos do BNDES.
120 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

Resumo:
O Brasil, embora tenha posição de destaque na produção mundial de celulose de mercado,
ocupa posição menos relevante no elo seguinte da cadeia, a produção de papéis. Nesse
contexto, as agendas de desenvolvimento desses setores têm enfoques distintos. Na celulo-
ĴÕʞ²²ëÕčѲÕĴļ³˲Ć˲ѲčĔÑÕĴÕčŕĔĆŕõČÕčļĔÕč²²ĭĆõ˲ÎÈĔÑĔËĔčËÕõļĔÑÕÊõĔİİÕţč²İõ²Ĵ
integradas às plantas de produção de celulose, de modo a criar novos produtos e proces-
sos que possam manter a competitividade da indústria no longo prazo. Já nos segmentos
ÑÕĭ²ĭÖõĴʞ²ĆëŁČ²ĴѲĴįŁÕĴļīÕĴĴÈĔÑÕËŁİļĔĭݲşĔÕİÕįŁÕİÕČ²ÎīÕĴČ²õĴÕĴĭÕË÷ţ˲Ĵʞ
enquanto outras são de cunho estrutural e mais complexas, como buscar a integração de
novas máquinas de papel às grandes fábricas de celulose já instaladas.

Palavras-chave: ŕ²čÎĔĴļÕËčĔĆĕëõËĔĴʣĔČĭÕļõļõŕõѲÑÕʣõĔİİÕţč²İõ²ʣ&ĴË²Ć²ʣ&čÕİëõ²ʣ
"ÕĴ²ţĔĴʣ|ĔļÕčËõ²Ćõş²İʣEčŕÕĴļõČÕčļĔĴʣ

Abstract
Brazil, despite its prominent position in the world production of pulp, occupies a more timid
position in the next link of the chain, the production of paper. In this context, the development
agendas of these industries have different approaches. For cellulose, the agenda is based on
WKHGHYHORSPHQWDQGDSSOLFDWLRQRIWKHFRQFHSWRILQWHJUDWHGELRUHāQHULHVWRFUHDWHQHZ
products and processes that can maintain the competitiveness of the industry in the long run.
,QWKHVHJPHQWRISDSHUVRPHRIWKHLVVXHVDUHVKRUWWHUPDQGUHTXLUHPRUHVSHFLāFDFWLRQV
while others are more complex and of structural nature, such as seeking the integration of
new paper machines in large pulp mills.

Keywords: 7HFKQRORJLFDO$GYDQFHV&RPSHWLWLYHQHVV%LRUHāQHU\6FDOH(QHUJ\&KDOOHQJHV
Optimize. Investments.
PAPEL E CELULOSE 121

Introdução
De acordo com dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o Brasil contava, em
ɿɽɾʃʞËĔČŁČ²³İÕ²ŤĔİÕĴļ²ĆĭĆ²čļ²Ñ²ÑÕʄʞʅʁČõĆñīÕĴÑÕñÕËļ²İÕĴʞĔįŁÕÕįŁõŕ²ĆÕ²ČÕčĔĴ
ÑÕɾ˫ÑĔļÕİİõļĕİõĔč²ËõĔč²ĆʞČ²ĴİÕĴĭĔčĴ³ŕÕĆĭĔİʆʅ˫ÑÕļĔѲ²Č²ÑÕõݲĭİĔÑŁşõѲĭ²İ²
ţčĴõčÑŁĴļİõ²õĴčĔĭ²÷ĴʰEʞɿɽɾʄÊʱʣ&ĴĴ²²ļõŕõѲÑÕČ²ÑÕõİÕõݲѳĔİõëÕČ²ŁČ²ĴÖİõÕÑÕ
produtos: celulose, diversos tipos de papéis, painéis de madeira, pisos laminados, carvão
ŕÕëÕļ²Ćʞ²ĆÖČÑÕĔŁļݲĴÊõĔČ²ĴĴ²Ĵĭ²İ²ţčĴÕčÕİëÖļõËĔĴʣ
"ÕčļİÕ²ĴÑõŕÕİĴ²Ĵţč²ĆõѲÑÕĴõčÑŁĴļİõ²õĴѲČ²ÑÕõݲʞĔݲĴõĆĴÕÑÕĴļ²Ë²ëĆĔʲĆČÕčļÕ
na produção de celulose, em especial na pasta química branqueada de eucalipto. Em 2016,
o Brasil foi o segundo maior produtor global de celulose, ultrapassando Canadá e China,
ļÕčÑĔĭİĔÑŁşõÑĔɾʅʞʅČõĆñīÕĴÑÕļĔčÕĆ²Ñ²ĴʰļʱÑÕËÕĆŁĆĔĴÕʰËĔčĴõÑÕݲčÑĔļĔÑĔĴĔĴļõĭĔĴʱʞʃʆ˫
ÑÕĴļõč²čÑĔʴĴÕÃÕŗĭĔİļ²ÎÈĔʰEʞɿɽɾʄÊʱʣËĔČĭÕļõļõŕõѲÑÕÊݲĴõĆÕõݲÖĔİõŁčѲÑÕËĔčÑõÎīÕĴ
edafoclimáticas altamente favoráveis e de um longo histórico de investimento em pesquisa,
ÑÕĴÕčŕĔĆŕõČÕčļĔÕõčĔŕ²ÎÈĔʰ|"˯EʱŤĔİÕĴļ²ĆʞİÕ²Ćõş²ÑĔļ²čļĔĭÕĆ²ĴĭİõčËõĭ²õĴÕČĭİÕĴ²ĴÑĔ
setor quanto por órgãos de pesquisas.
Entretanto, considerando a entrada de grandes volumes de capacidade instalada de
celulose em regiões de baixo custo, os avanços tecnológicos ocorridos nos últimos dez
anos e o aumento real de custos de produção da madeira no Brasil, principal componente
ÑÕËŁĴļĔĴѲËÕĆŁĆĔĴÕʰ;ݳţËĔɾʱʞĭ²İ²Č²čļÕݲ²ļŁ²ĆËĔČĭÕļõļõŕõѲÑÕʞ²ĴÕČĭİÕĴ²ĴÊݲ-
sileiras deverão reposicionar-se mercadologicamente, em especial no desenvolvimento
de bioprodutos em fábricas de celulose, com potencial de substituir derivados de fontes
êĕĴĴÕõĴʞĔįŁÕÖÑÕčĔČõč²ÑĔÑÕÊõĔİİÕţč²İõ²ʣ"Õ²ËĔİÑĔËĔČ²EʳʞĔĴÕļĔİÑÕ³İŕĔİÕĴ
plantadas é aquele com maior potencial para o desenvolvimento de uma economia verde.

Gráfico 1 | Aumento do custo de produção da madeira versus Índice Nacional de Preços ao


Consumidor Amplo (IPCA)
450

400

350

300

250
Índice

200

150

100

50

0
2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Índice Nacional de Custos da Incaf – US$ IPCA – R$


Atividade Florestal (Incaf) - R$

Fonte: Ibá (2017b).


122 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D ES E NVOL VI D O

Já nos diversos segmentos de papel, a situação competitiva é distinta. As particularidades


ÑÕ˲ѲĴŁÊĴÕëČÕčļĔčÈĔĭÕİČõļÕČÑÕţčõİݲşīÕĴŁčõŕÕİĴ²õĴĭ²İ²²ʲõŗ²ËĔČĭÕļõļõŕõѲÑÕ
das empresas brasileiras (com exceção de grandes players, tais como Suzano e Klabin).
Entretanto, alguns fatores estruturais ajudam a explicar essa baixa competitividade, com
destaque para o baixo consumo per capita de papéis no Brasil e no restante da América
Latina, principal mercado para as exportações brasileiras. O baixo consumo é um problema,
pois a escala é um importante fator competitivo em muitos tipos de papéis.
A produção de papéis tende a concentrar-se próxima aos mercados consumidores,
em razão da:

• complexidade da cadeia de distribuição com alto número de unidades de


manutenção de estoque (SKU, do inglês stock keeping unit);

• necessidade, nos mais diversos tipos de papéis, de prestar assistência técnica


²ĔĴËĔčĴŁČõÑĔİÕĴčĔĭĕĴʴŕÕčѲʰËĔČĔ²Ĵëݳţ˲Ĵʱʨ

• ŕÕčѲÑõİÕļ²²ĔËĔčĴŁČõÑĔİţč²ĆÑÕ²ĆëŁčĴļõĭĔĴÑÕĭ²ĭÖõĴʳËĔČĔĭ²ĭÖõĴĭ²İ²
õČĭİõČõİÕÕĴËİÕŕÕİʰE˯&ʱÑĔļõĭĔʁĔŁĭ²ĭÖõĴĴ²čõļ³İõĔĴŕÕčÑõÑĔĴčĔŕ²İÕāĔʳʞ
elevando a necessidade e a importância do branding; e

• baixa densidade ou valor agregado, encarecendo o frete para longas distâncias


(em especial no caso dos papéis sanitários e do papelão ondulado produzido a
partir do papel reciclado).

Deve-se considerar ainda que a concentração da produção próxima aos mercados


consumidores elevou a escala desses produtores em relação aos localizados em mercados
com baixo consumo (notadamente os emergentes). Como a escala é um importante fator
competitivo em muitos tipos de papéis, os produtores localizados próximos a grandes
mercados consumidores aumentaram ainda mais sua competitividade em relação aos lo-
˲Ćõş²ÑĔĴÕČČÕİ˲ÑĔĴĭÕįŁÕčĔĴʞÕČÕĴĭÕËõ²ĆčĔĴĭ²ĭÖõĴëݳţËĔĴʞįŁÕ²ĭİÕĴÕčļ²ČČ²õĔİ
volume no comércio internacional.
Essas razões ajudam a explicar a baixa participação brasileira na produção mundial de
ĭ²ĭÖõĴʞÑÕ²ĭÕč²Ĵɿʞʂ˫ʳËĔčļݲʁɿ˫ÑÕĭ²İļõËõĭ²ÎÈĔč²ËÕĆŁĆĔĴÕÑÕČÕİ˲ÑĔÑÕţÊݲËŁİļ²
(BHKP, do inglês bleached hardwood kraft pulpʱʳʞčÈĔĴÕčÑĔʞĭĔİÖČʞ²Ĵłčõ˲ĴʣĴÑÕČ²õĴ
razões, que ajudam a complementar o quadro e serão exploradas ao longo deste capítulo, são:

• ÑÕţËõÙčËõ²ĴĆĔë÷Ĵļõ˲Ĵʨ

• alta e complexa carga tributária;

• elevada fragmentação produtiva, com maquinário antigo e de baixa escala;

• ÕČĭİÕĴ²ĴËĔČʲõŗĔëݲŁÑÕĭİĔţĴĴõĔč²Ćõş²ÎÈĔÕÑÕİÕÑŁşõÑĔĭĔİļÕʨ

• ÑÕĴŕõĔĴÑÕţč²ĆõѲÑÕÑĔĭ²ĭÕĆõČŁčÕʞê²ËõĆõļ²čÑĔ²õČĭĔİļ²ÎÈĔÑÕĭ²ĭÖõĴëݳţËĔĴʨ
PAPEL E CELULOSE 123

• elevado custo das aparas de papel no país, em função do maior poder de barga-
nha dos aparistas;

• custos também elevados de energia; e

• competição por recursos com a celulose, que tem melhores margens e possibi-
lidade de expansão da produção via exportações.

:õëŁİ²ɾČĔĴļݲËĔČĔ²ËĔČĭÕļõļõŕõѲÑÕÊݲĴõĆÕõݲč²ËÕĆŁĆĔĴÕčÈĔĴÕİÕŤÕļÕčĔĴ
segmentos de papéis. Enquanto o Brasil produz por ano 13 milhões de t de celulose de
BHKP, sendo responsável por 21% do total de celulose de mercado produzida no mundo
Õʁɿ˫ѲËÕĆŁĆĔĴÕÑÕţÊݲËŁİļ²ʞčĔĴĴÕëČÕčļĔĴÑÕĭ²ĭÖõĴÕĆÕĭİĔÑŁş²ĭÕč²ĴɾɽČõĆñīÕĴ
ÑÕļʩ²čĔʞĔįŁÕÕįŁõŕ²ĆÕ²ɿʞʂ˫ÑĔËĔčĴŁČĔëĆĔʲĆÑÕĭ²ĭÖõĴʞÑÕʁɽʆČõĆñīÕĴÑÕļʩ²čĔʣ

Figura 1 | Produção global de papel e celulose e participação brasileira em 2015 (milhões de t)

252
57%
Aparas de papel

443 22

Produção total 5% Celulose não


de fibra madeira 106
63%
Celulose integrada
169
409 38% Celulose de 63
madeira virgem
Consumo global 37% Celulose de
de papéis mercado

10 7
2,5% do Demais
91 Demais total global
Produção brasileira
de papéis BSKP
25
(longa)
Papelão
156
ondulado
21% do total
13 de mercado
35 Sanitários 42% de BHKP BHKP
24 imprensa 31 (curta)
Produção brasileira
102 I&E de BHKP mercado

Consumo global de papéis Produção global de


celulose de mercado

Fonte: Elaboração própria, com base em dados da Risi constantes de apresentação institucional da Suzano (dez. 2016).

O objetivo deste estudo, então, é apresentar uma visão especializada em relação


²ĔĴĭİõčËõĭ²õĴÑÕĴ²ţĔĴʞÕčļݲŕÕĴÕĔĭĔİļŁčõѲÑÕĴİÕĆ²ËõĔč²ÑĔĴ²ĔĴÕļĔİÑÕĭ²ĭÖõĴ
e celulose, assim como abordar as condições necessárias para potencializar a compe-
titividade das empresas brasileiras.
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²č³ĆõĴÕÑĔĴÑÕĴ²ţĔĴÕÕčļݲŕÕĴ²Ê²İ˲ĔĴĴÕëČÕčļĔĴÑÕĭ²ĭÖõĴÕÑÕËÕĆŁĆĔĴÕʞČ²Ĵ
concentra-se no primeiro, no qual o Brasil é pouco competitivo. Nesse caso, as propostas
visam potencializar ambos os segmentos, incluindo questões que podem ser tratadas
no curto prazo. Já a agenda de transformação tem como foco o setor de celulose. Como
será visto adiante, a organização industrial mundial deverá mudar com a criação de
novos produtos e processos.

Os entraves aos investimentos no setor


Previamente à análise do segmento de papel, é importante destacar um ponto crucial
para destravar os investimentos no segmento de celulose, intensivo em capital e com
ĆĔčëĔĭݲşĔÑÕČ²ļŁİ²ÎÈĔʰõčÕİÕčļÕ²ĭİĔāÕļĔĴÑÕʲĴÕŤĔİÕĴļ²ĆĭĆ²čļ²Ñ²ʱʝ²ĴÕëŁİ²čβ
āŁİ÷Ñõ˲ʣõčËÕİļÕş²˲ŁĴ²Ñ²ĭĔݲĆļÕݲÎīÕĴÕČİÕëݲĴÕĆÕõĴİÕÑŁşÑÕêĔİČ²Ĵõëčõţ˲ļõŕ²
o potencial do investimento no segmento.
Um caso emblemático é a aquisição de imóveis rurais/terras por estrangeiros no
Brasil. A aquisição de imóvel rural por pessoa natural ou jurídica estrangeira é regula-
ѲĭÕĆ²VÕõʂʣʄɽʆʞÑÕʄÑÕĔŁļŁÊİĔÑÕɾʆʄɾʞįŁÕÑõĴĭīÕÕČĴÕŁ²İļõëĔɾŦʝʼcÕĴļݲčëÕõİĔ
residente no País e a pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil só
ĭĔÑÕİÈĔ²ÑįŁõİõİõČĕŕÕĆİŁİ²Ćč²êĔİČ²ĭİÕŕõĴļ²čÕĴļ²VÕõʽʞÕĴÕëŁÕčĔ˱ɾŦʝ
Fica, todavia, sujeita ao regime estabelecido por esta Lei a pessoa
jurídica brasileira da qual participem, a qualquer título, pessoas es-
trangeiras físicas ou jurídicas que tenham a maioria do seu capital
social e residam ou tenham sede no Exterior.

&ČāŁčñĔÑÕɾʆʆʁʞËĔČʲĴÕč²İÕѲÎÈĔÑĔ²İļõëĔɾʄɾʞõčËõĴĔEʞѲĔčĴļõļŁõÎÈĔ:ÕÑÕݲĆ
ÑÕɾʆʅʅʞĴĔÊİÕŕÕõĔĔ|²İÕËÕİѲÑŕĔ˲Ëõ²ʴ;ÕݲĆѲčõÈĔʰ;ʱ;~ɿɿʩɾʆʆʁʞČ²čõêÕĴļ²č-
ÑĔįŁÕĔ˱ɾŦʞ²İļõëĔɾŦʞѲVÕõʂʣʄɽʆʩɾʆʄɾčÈĔñ²ŕõ²ĴõÑĔİÕËÕĭËõĔč²ÑĔĭÕĆ²ĔčĴļõļŁõÎÈĔʣ
Com essa nova interpretação, as pessoas jurídicas brasileiras, ainda que tivessem controle
acionário de estrangeiro, não estavam sujeitas aos limites impostos pela referida lei.
&ČɾʆʆʂʞĔ²İļõëĔɾʄɾÕĴÕŁĴõčËõĴĔĴêĔݲČİÕŕĔë²ÑĔĴĭÕĆ²&ČÕčѲĔčĴļõļŁËõĔč²Ćʃʞ
de 15 de agosto de 1995, e, 15 anos depois, em novo parecer, o Parecer 1, de 19 de agosto
ÑÕɿɽɾɽʞ²;²ĆļÕİĔŁĔÕčļÕčÑõČÕčļĔ²čļÕİõĔİʞİÕĴĴ²Ćļ²čÑĔįŁÕĔ˱ɾŦʞ²İļõëĔɾŦʞѲ
VÕõʂʣʄɽʆʩɾʆʄɾñ²ŕõ²ĴõÑĔĴõČİÕËÕĭËõĔč²ÑĔĭÕĆ²čĔŕ²ĔİÑÕČËĔčĴļõļŁËõĔč²ĆʣĴĴõČʞ²Ĵ
pessoas jurídicas brasileiras que tivessem controle acionário de estrangeiro estavam
novamente sob as restrições dessa lei.
Por meio do referido parecer, a AGU impôs às empresas brasileiras com
capital estrangeiro:

• necessidade de aprovação prévia para a aquisição de terras;

• limites de dimensão de suas propriedades; e


PAPEL E CELULOSE 125

• limitações quanto a sua representatividade em relação à dimensão de seus


municípios de atuação.

EĴĴĔĭĔĴļĔʞŕ²ĆÕČÕčËõĔč²İ²õčѲįŁÕÑÕ²ËĔİÑĔËĔČEʳʰɿɽɾʄÊʱʝ

• os procedimentos prévios necessários perante o Instituto Nacional de Coloni-


zação e Reforma Agrária (Incra) são incompatíveis com a agilidade necessária
aos investimentos e burocratizam o processo;

• os limites de dimensão são incompatíveis com a economia de escala necessária


à competitividade de diversos setores; e

• as limitações em função do território dos municípios são incompatíveis com a


dinâmica dos processos produtivos, especialmente em projetos agroindustriais.

ĔčĴõÑÕݲčÑĔįŁÕ˲ѲËõËĆĔʰÑĔĭĆ²čļõĔ²ĔËĔİļÕѲ³İŕĔİÕʱÑÕŁČĭİĔāÕļĔŤĔİÕĴļ²ĆÑÕĴ-
tinado à produção da celulose dura entre sete e 12 anos (a depender da espécie plantada), tais
alterações nas regras põem em risco investimentos diretos em atividades produtivas, estima-
ÑĔĴĭÕĆ²EʳÕČÑÕşÕč²ĴÑÕÊõĆñīÕĴÑÕİÕ²õĴʞčĔĴĴÕļĔİÕĴÑÕʲĴÕŤĔİÕĴļ²ĆÕÑĔ²ëİĔčÕëĕËõĔʣ
Outro caso relativo à instabilidade de regras, refere-se ao Regime Especial de Reinte-
gração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), um programa
Ëİõ²ÑĔĭĔİČÕõĔÑĔ"ÕËİÕļĔʄʣʃʀʀʞÑÕɾŦÑÕÑÕşÕČÊİĔÑÕɿɽɾɾʞËĔČĔĔÊāÕļõŕĔÑÕÑÕŕĔĆŕÕİ
de forma parcial ou integral o resíduo tributário existente na cadeia de produção de bens
exportados estabelecido em 3% sobre a receita decorrente da exportação.
&ČɿɽɾʁʞĭĔİČÕõĔÑĔ"ÕËİÕļĔʅʣʀɽʁÑÕɾɿÑÕĴÕļÕČÊİĔÑÕɿɽɾʁʞ²²Ć÷įŁĔļ²ĭ²ĴĴĔŁ²ĴÕİ
ÑõêÕİÕčËõ²Ñ²ĭĔİÊÕČÕŕ²İõ²ŕ²ÑÕɽʞɾ˫²ʀ˫ʣQ³ÕČɿɽɾʂʞčĔŕĔÑÕËİÕļĔʰ"ÕËİÕļĔʅʣʁɾʂʞÑÕɿʄ
de fevereiro de 2015) estabelecia as alíquotas que iriam incidir anualmente até dezembro
ÑÕɿɽɾʅʣ&čļİÕļ²čļĔʞÑĔõĴĔŁļİĔĴÑÕËİÕļĔĴĭĔĴļÕİõĔİÕĴʰʅʣʂʁʀʞÑÕɿɾÑÕĔŁļŁÊİĔÑÕɿɽɾʂʞÕ
ʆʣɾʁʅʞÑÕɿʅÑÕ²ëĔĴļĔÑÕɿɽɾʄʱ²ĆļÕݲݲČčĔŕ²ČÕčļÕ²Ĵ²Ć÷įŁĔļ²Ĵʣ
Talvez seja necessária uma reforma tributária muito mais profunda para destravar
a competitividade da indústria brasileira e que o Reintegra seja apenas um paliativo.
Porém, mesmo sem analisar se há ou não mérito no Reintegra, é imprescindível que
haja estabilidade de regras, principalmente em indústrias intensivas em capital.
Em relação ao segmento de papel, o universo de empresas é composto, em sua
maioria, por empresas de pequeno e médio portes, muitas das quais denominadas
ËĔčŕÕİļÕÑĔݲĴʞõĴļĔÖʞÕČĭİÕĴ²ĴįŁÕËĔČĭݲČĔʼõčĴŁČĔʽĭ²ĭÕĆÑÕĔŁļݲĴÕČĭİÕĴ²Ĵ
e então convertem o papel em produtos finais, como as companhias que apenas con-
vertem jumbo rolls em rolos de papel higiênico, ou folhas de papelão em caixas de
papelão ondulado.
Das estimadas 220 empresas existentes no setor de papel e celulose brasileiro,
ɾʀÕČĭİÕĴ²ĴĭİĔÑŁşÕČĴĔČÕčļÕËÕĆŁĆĔĴÕÕ²ĴÑÕČ²õĴɿɽʄ²ļŁ²Čč²ê²Êİõ˲ÎÈĔĔŁËĔčŕÕİ-
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ĴÈĔÑĔĭ²ĭÕĆʣ&ČɿɽɾʃʞĴÕëŁčÑĔѲÑĔĴÑÕEʳʰɿɽɾʄ²ʱʞĔݲĴõĆĭİĔÑŁşõŁɾɽʞʀČõĆñīÕĴÑÕļ
de papéis, classificando-se como o oitavo maior produtor mundial nesse segmento.
Do total produzido, apenas 20% destinam-se à exportação, em claro contraste com a
competitividade brasileira na celulose.
A seguir serão abordadas as questões que limitam o potencial de investimentos nos
diversos segmentos de papéis no Brasil. Algumas dessas questões abarcam todos os seg-
ČÕčļĔĴÕĔŁļݲĴĴÈĔÕĴĭÕË÷ţ˲ĴÑÕ˲ѲļõĭĔÑÕĭ²ĭÕĆʣ
O primeiro fator que explica a baixa competitividade brasileira está relacionado à
demanda, já que um dos pontos importantes para ser competitivo na produção e comer-
cialização de papéis é localizar-se próximo a um grande mercado consumidor, de modo a
ŕõ²ÊõĆõş²İÕËĔčĔČõ˲ČÕčļÕ²õčĴļ²Ć²ÎÈĔÑÕČ³įŁõč²ĴÑÕëݲčÑÕÕĴË²Ć²ʞÑõĆŁõİËŁĴļĔĴţŗĔĴ
e não incorrer em elevados custos de frete e logística. Conforme pode ser observado na
Tabela 1, a seguir, a demanda do mercado regional potencial brasileiro (América do Sul)
é bastante reduzida.

Tabela 1 | Produção e consumo de papéis em 2016 (milhões de t)

País/região Produção Consumo aparente

China ɾɾɾʣʂɾʁ ɾɽʄʣʀɾʂ

Europa ɾɽʃʣʄʀɾ ʆʄʣɾʂɽ

Estados Unidos da América ʄɾʣʆʂʅ ʄɽʣɾʂɾ

Ásia* 51.022 ʂʁʣʆʂʁ

Japão 26.063 ɿʃʣʂʁʃ

Canadá e México ɾʂʣɿʅɽ ɾʀʣʅʁʃ

Brasil 10.333 ʆʣɽʄʅ

América do Sul** ʃʣɾɽʅ 11.133

África ʁʣʅɿʃ 9.506

Oceania ʀʣʅʃʄ ʁʣʀɽɽ

Outros ʀʣʂʆʅ ʅʣɿʂʅ

Total 411.300 412.237

Fonte: Elaboração própria, com base em informações disponíveis no portal da Risi.

* Exclui China e Japão.

** Exclui Brasil.
PAPEL E CELULOSE 127

Box 1 | Crescimento mundial da demanda por papéis

Historicamente, o consumo global de papéis apresentou grande correlação com o crescimento


econômico. Porém, nesta última década, o crescimento no consumo de papel tem sido inferior
²ĔĭİĔÑŁļĔõčļÕİčĔÊİŁļĔʰ|EʱʞËĔČĔČĔĴļݲĔ;ݳţËĔɾʣ&ĴĴÕËĔČĭĔİļ²ČÕčļĔÖÕŗĭĆõ˲ÑĔĭÕĆ²
İÕļݲÎÈĔ č² ÑÕČ²čѲ ĭÕĆĔĴ ĭ²ĭÖõĴ ëݳţËĔĴʞ ÕČ êŁčÎÈĔ Ѳ ËĔčËĔİİÙčËõ² ËĔČ ²Ĵ Č÷Ñõ²Ĵ Ñõëõļ²õĴʞ
como tablets, smartphones e leitores digitais (por exemplo, Kindle).

Gráfico B1 | Crescimento médio anual da demanda por papéis e PIB mundial


1992-1999 2000-2009 2010-2015

PIB mundial 3,1% 3,5% 3,3%

I&E 4,1% 0,1% -1,5%

Imprensa 2,3% -2,3% -5,5%

Tissue 4,1% 3,4% 3,4%

Papelão ondulado 4,4% 3,3% 2,4%

Demais 1,8% 1,2% 1,7%

Total 3,4% 1,3% 0,7%

Múltiplo PIB 1,10x 0,38x 0,21x

Fonte: Elaboração própria, com base em informações disponíveis no portal da Risi.

EĴĴĔĭĔĴļĔʞĭ²ĴĴ²ʴĴÕ²²č²ĆõĴ²İ²ĴįŁÕĴļīÕĴÕĴĭÕË÷ţ˲ĴÑÕ˲ѲĴÕëČÕčļĔÑÕĭ²ĭÕĆʣ

Papéis para embalagens: papelão ondulado e papel-cartão


Tipo de papel mais consumido no mundo, cerca de 200 milhões de t/ano, os papéis
ĭ²İ²ÕČÊ²Ć²ëÕČļÙČ²ĭİÕĴÕčļ²ÑĔËİÕĴËõČÕčļĔËĔčĴõĴļÕčļÕÑÕÑÕČ²čѲʰŕÕİ;ݳţËĔɾʱʞ
em função da alta correlação com o desenvolvimento econômico e comércio interna-
cional. Do lado negativo, a pressão pela redução da gramatura (peso) das embalagens e
a concorrência com outros materiais (vidro, madeira, alumínio e plástico, com destaque
para este último) têm inibido um aumento da demanda de maneira mais acelerada.
128 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

No Brasil, existe um número reduzido de empresas no setor que integram seu processo
ĭİĔÑŁļõŕĔÑÕĴÑÕ²ŤĔİÕĴļ²²ļÖ²Ĵ˲õŗ²ĴÑÕĭ²ĭÕĆÈĔĔčÑŁĆ²ÑĔʣ&ĴĴÕê²ļĔÖÑÕËĔİİÕčļÕѲĭİÕĴÕčβ
ÑÕëݲčÑÕĴʲİİÕõݲĴÃÕčļݲѲʞįŁÕĴÈĔ˲ŁĴ²Ñ²ĴĭÕĆ²ÕĴĭÕËõţËõѲÑÕÑĔ²ļõŕĔʼŤĔİÕĴļ²ʽʞ²ĆÖČѲ
alta escala com que essas indústrias operam, levando à necessidade de grandes investimentos
iniciais. Além das grandes empresas integradas verticalmente, existem inúmeras médias e
pequenas empresas que adquirem no mercado o kraftlinerʰĔİõëõč²ÑĔѲţÊݲŕõİëÕČʱÕʩĔŁĔ
testlinerʰĔİõëõč²ÑĔѲţÊݲİÕËõËĆ²Ñ²ʳ²ĭ²İ²Ĵʱĭ²İ²ê²Êİõ˲İĔĭ²ĭÕĆÈĔĔčÑŁĆ²ÑĔʣ
De modo geral, o Brasil dispõe de algumas plantas (Rigesa e Klabin) competitivas, em
ÕĴĭÕËõ²Ćč²įŁÕĆ²ĴįŁÕŁļõĆõş²ČČ²āĔİõļ²İõ²ČÕčļÕ²ţÊݲŕõİëÕČʣ|ĔİÖČʞčĔ˲ĴĔÑĔĭ²ĭÕĆÈĔ
ĔčÑŁĆ²ÑĔʞįŁÕŁļõĆõş²²ţÊݲİÕËõËĆ²Ñ²ʞĔİÕĴŁĆļ²ÑĔÖČŁõļĔ²įŁÖČÑĔÕĴĭÕݲÑĔʣʲõŗ²ÕĴË²Ć²
das plantas, o maquinário antigo e o alto custo da energia e das aparas de papel no Brasil
fazem com que os produtores nacionais estejam entre os menos competitivos do mundo.

Gráfico 2 | Custo caixa, sem frete, do papelão ondulado – testliner, 2015


700

600

500 US$ 475/t


Custo caixa (US$/t)

US$ 70/t ou -15%


400
Custo médio (exceto Brasil): US$ 405/t

300

200

100

0
0 10 20 30 40 50

Capacidade acumulada (milhões t/ano)

Fonte: Elaboração própria, com base em informações disponíveis no portal da Risi.

Nota: Azul = Brasil.

]Ĕĭ²ĭÕĆʴ˲İļÈĔʞ²ĴõļŁ²ÎÈĔÖĴÕČÕĆñ²čļÕʝčĔĴĭ²ĭÖõĴįŁÕĴÕŁļõĆõş²ČÑÕţÊݲŕõİëÕČʞ
ĔݲĴõĆļÕČ²ĆëŁČ²ĴѲĴĭĆ²čļ²ĴČ²õĴÕţËõÕčļÕĴÑĔČŁčÑĔʰSĆ²ÊõčÕČtetrapak, ou longa
ŕõѲʱʨā³čĔĴįŁÕŁļõĆõş²ČţÊݲİÕËõËĆ²Ñ²ʞ²ËĔČĭÕļõļõŕõѲÑÕĴÕİÕÑŁşĴŁÊĴļ²čËõ²ĆČÕčļÕʣ
razão da baixa competitividade do país nos papéis de embalagem reciclados também é
İÕŤÕŗĔÑõİÕļĔÑĔ²ĆļĔËŁĴļĔѲĴ²ĭ²İ²ĴÕѲÕčÕİëõ²čĔĭ²÷ĴʞÊÕČËĔČĔѲĭÕįŁÕč²ÕĴË²Ć²
ÕѲʲõŗ²įŁ²ĆõѲÑÕÑĔČ²įŁõč³İõĔŁļõĆõş²ÑĔč²ĭİĔÑŁÎÈĔʰŕÕİ;ݳţËĔʀÕ‹²ÊÕĆ²ɿʱʣ
PAPEL E CELULOSE 129

O elevado custo das aparas no Brasil pode ser parcialmente explicado pela grande concen-
tração de poder de mercado nas mãos dos aparistas, que, não obstante, desempenham papel
fundamental na cadeia de reciclagem. De acordo com o Relatório Estatístico Anual 2015-2016
da Associação Nacional dos Aparistas de Papel (Anap), das estimadas novecentas empresas
aparistas, 12% foram responsáveis por 69% de todo o material coletado em 2015 no Brasil
ʰʁʞʄʅČõĆñīÕĴÑÕļʱʣcÑĔËŁČÕčļĔĔÊĴÕİŕ²²õčѲįŁÕʞčĔČÕĴČĔ²čĔʞñĔŁŕÕŁČ²ŁČÕčļĔÑÕ
33,5% nas coletas efetuadas por grandes aparistas, enquanto os médios e pequenos do setor
²ĭİÕĴÕčļ²İ²ČİÕÑŁÎīÕĴÑÕʀʃʞɾ˫Õʀʅʞʁ˫ÕČĴŁ²ĴĔĭÕݲÎīÕĴʞİÕĴĭÕËļõŕ²ČÕčļÕʰ]|ʞʮɿɽɾʃʯʱʣ
Em que pesem a logística complexa e custosa da coleta e demais atividades associadas,
ļ²õĴËĔČĔ²ĴÕĆÕÎÈĔÕįŁ²Ćõţ˲ÎÈĔѲĴŁË²ļ²ʞŁČ²ĴĔĆŁÎÈĔ²ĴÕİÕĴļŁÑ²Ñ²ĭÕĆ²Ĵĭ²ĭÕĆÕõݲĴ
seria a possibilidade de verticalizar suas cadeias produtivas para trás, incorporando as
atividades do aparista a seu processo produtivo, apropriando-se de suas margens. É impor-
tante mencionar, entretanto, que há outros fatores relevantes na formação de preços das
²ĭ²İ²ĴʞÕčļİÕĔĴįŁ²õĴʝʰõʱĔêÕİļ²ÕÑÕČ²čѲĆĔ˲ĆĭÕĆĔĴõčĴŁČĔĴʨʰõõʱĭİÕÎĔѲţÊݲŕõİëÕČʨ
(iii) taxa de câmbio; e (iv) aspectos regulatórios.1

Gráfico 3 | Capacidade (total e média) e idade tecnológica (média) das plantas de papelão ondulado
(testliner) no mundo
300.000
América do Norte

250.000

Coreia do Sul
China
Capacidade instalada média (t/ano)

200.000
Alemanha
Japão
Chile Oceania
150.000

Indonésia Outros Europa


100.000

Outros Ásia
50.000
Outros
África Brasil América Latina

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade tecnológica média (anos)

Fonte: Elaboração própria, com base em informações disponíveis no portal da Risi.

Nota: O tamanho das bolas denota a capacidade instalada total em cada país/região.

1 No Brasil, por exemplo, pode-se citar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305,
de 2 de agosto de 2010, que tem como objetivo implementar mudanças em relação ao reaproveitamento, reciclagem,
ÑÕĴļõč²ÎÈĔÕÑõĴĭĔĴõÎÈĔţč²Ć²ČÊõÕčļ²ĆČÕčļÕ²ÑÕįŁ²Ñ²ÑĔĴİÕĴ÷ÑŁĔĴĴĕĆõÑĔĴŁİʲčĔĴʣ
130 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

Tabela 2 | Máquinas típicas de papelão ondulado reciclado instaladas no Brasil e na Europa/Ásia

Brasil Europa/Ásia

Máquinas de simples largura Máquina de tripla largura Unidades


com baixa tecnologia com alta tecnologia

Produto Testliner/miolo Testliner/miolo

Range gramaturas 110-200 ʄʂʴɾʁɽ g/m2

Largura papel acabado 2.500 ʄʣʂɽɽ mm

Velocidade média operação 600 ɾʣʁɽɽ m/min

Produção média diária 250 1.350 t/dia

Produção média anual ʅɽʣɽɽɽ ʁʂɽʣɽɽɽ t/dia

|İĔÑŁÎÈĔÕĴĭÕË÷ţ˲ĭÕĆ²Ć²İëŁİ² 100 ɾʅɽ t/dia/m

ĔčĴŁČĔÕĴĭÕË÷ţËĔŕ²ĭĔİ 1,9-2,2 ɾʞʁʴɾʞʂ kg de vapor/


kg de papel

ĔčĴŁČĔÕĴĭÕË÷ţËĔÕčÕİëõ² 500-600 ʀʁɽʴʀʅɽ kWg/t papel

Fonte: A competitividade... (2012).

A questão do custo de energia agrava-se ainda mais, pois muitas máquinas são pe-
įŁÕč²Ĵʞ²čļõë²ĴÕõčÕţËõÕčļÕĴʰŕÕİëݳţËĔĴʀÕʂʱʞËĔČËĔčĴŁČĔÑÕÕčÕİëõ²ĭĔİŁčõѲÑÕ
produzida bastante superior ao que outras máquinas novas e maiores, disponíveis no
mercado, poderiam oferecer. Ocorre que a maioria das empresas de papel de embalagem
čĔݲĴõĆčÈĔļÕČêėĆÕëĔţč²čËÕõİĔĭ²İ²õčŕÕĴļõİÕČČ²įŁõč³İõĔĴčĔŕĔĴʝČŁõļ²ĴĴĔÊİÕŕõ-
vem à base de raras melhorias feitas paulatinamente no equipamento ou em expansões
ÃʲĴÕÑÕÕįŁõĭ²ČÕčļĔČÕčĔĴÕţËõÕčļÕʣëݲčÑÕÑõĴĭÕİĴÈĔÑÕĴĴÕČÕİ˲ÑĔļ²ČÊÖČ
ÑõţËŁĆļ²ĔõčŕÕĴļõČÕčļĔÕČŁČ²ÕĴË²Ć²Č²õĔİÑÕČ³įŁõč²ĴʝĔõčŕÕĴļõČÕčļĔĴĔČ²ÑĔÑÕ
ČŁõļ²ĴĭÕįŁÕč²ĴÕČĭİÕĴ²ĴĴÕİõ²ČŁõļĔČ²õĴÕţËõÕčļÕĴÕêĔĴĴÕËĔčËÕčļݲÑĔÕČ²ĭÕč²Ĵ
uma máquina, de grande porte.
A elevada fragmentação produtiva traz consigo um quadro de empresas familiares de
ĭÕįŁÕčĔĭĔİļÕʞʲõŗĔëݲŁÑÕĭİĔţĴĴõĔč²Ćõş²ÎÈĔÕËĔČʲõŗ²˲ĭ²ËõѲÑÕÑÕõčŕÕĴļõČÕčļĔʣ
Os resultados desse cenário são escala de produção reduzida e maquinário distante do
estado da arte, em contraponto às líderes globais do setor, que têm escala de produção
adequada e máquinas e equipamentos atualizados tecnologicamente.
Nesse contexto, um movimento moderado de consolidação empresarial do setor
seria bem-vindo. Os efeitos esperados desse processo seriam um aumento da escala de
produção e da capacidade de investimento, resultando em menores custos de produção e
maior produtividade, o que por sua vez elevaria a competitividade das empresas do setor.
ÑõËõĔč²ĆČÕčļÕʞËĔČĔİÕŤÕŗĔÑÕĴĴÕĭİĔËÕĴĴĔʞÕĴĭÕݲʴĴÕļ²ČÊÖČįŁÕ²ĴÕČĭİÕĴ²Ĵ
ËĔčĴĔĆõѲÑĔݲĴʞ²ĔÑõêŁčÑõİÕČčĔŕ²ĴļÖËčõ˲ĴÑÕëÕĴļÈĔʞÕĆÕŕÕČĔëݲŁÑÕĭİĔţĴĴõĔč²Ćõş²ÎÈĔ
PAPEL E CELULOSE 131

das consolidadas, reforçando ainda mais a tendência de aumento da competitividade que


um movimento de consolidação provocaria.

Papéis gráficos: imprensa e de I&E


]Ĕ˲ĴĔѲįŁÕĴļÈĔļİõÊŁļ³İõ²ʞÕĆ²čÈĔĴĔČÕčļÕÑõţËŁĆļ²²ĴÕŗĭĔİļ²ÎīÕĴËĔČĔê²ËõĆõļ²
²ĴõČĭĔİļ²ÎīÕĴʣ'Ĕ˲ĴĔÑĔËñ²Č²ÑĔʼĭ²ĭÕĆõČŁčÕʽʞįŁÕʞĴÕëŁčÑĔĔÕĆ²ļĕİõĔɿɽɾʄѲEʳʞ
é todo aquele que, destinado à impressão de livros, jornais e periódicos,
conforme estabelece o Artigo 150 da Constituição Federal, é imune de
impostos, como Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto de Impor-
tação (II). O objetivo é viabilizar e ampliar o acesso à informação, difundir
ĔËĔčñÕËõČÕčļĔÕĔñ³ÊõļĔѲĆÕõļŁİ²ʞÕêĔİļ²ĆÕËÕݲÕÑŁË²ÎÈĔʰEʞɿɽɾʄÊʱʣ

A carga tributária sobre o papel imune é 36% menor do que a que incide sobre o papel
ËĔČÕİËõ²ĆʣEĴĴĔÕĴļõČŁĆ²ĔÑÕĴŕõĔÑÕţč²ĆõѲÑÕʞê²şÕčÑĔËĔČįŁÕĔĭ²ĭÕĆõČŁčÕÑÕõŗÕÑÕĴÕİ
ŁļõĆõş²ÑĔč²ĭİĔÑŁÎÈĔÑÕĆõŕİĔĴÕĭÕİõĕÑõËĔĴÕĴÕā²ÑÕĴļõč²ÑĔ²ĔŁĴĔËĔČÕİËõ²ĆʣEʳʰɿɽɾʄÊʱ
calcula que o Governo Federal, os estados e municípios deixaram de arrecadar mais de
ˇɿʃɽČõĆñīÕĴÕČõČĭĔĴļĔĴËĔČĔÑÕĴŕõĔÑÕţč²ĆõѲÑÕÑĔËñ²Č²ÑĔĭ²ĭÕĆõČŁčÕʞÕČɿɽɾʃʣ
A questão do papel imune, uma vez equacionada, pode impulsionar os investimentos
č²ĭİĔÑŁÎÈĔÑÕĭ²ĭÖõĴÑÕE˯&čĔĭ²÷ĴʞļÕčÑĔÕČŕõĴļ²įŁÕĭ²İļÕĴõëčõţ˲ļõŕ²ÑĔĴÑÕĴŕõĔĴ
ÑÕţč²ĆõѲÑÕÑÕËĔİİÕČѲõČĭĔİļ²ÎÈĔÑÕĭ²ĭÖõĴʣ|ĔİÖČʞčĔĭ²ĭÕĆõČĭİÕčĴ²ʞčĔŕĔĴõčŕÕĴ-
timentos no país são altamente improváveis, uma vez que:

• a demanda local está se reduzindo e esse movimento é estrutural;

• a concorrência internacional está cada vez mais acirrada, em especial por causa
do forte declínio do consumo em mercados maduros;

• os produtores locais não podem utilizar os créditos tributários no momento da


venda e não contam com a proteção natural do mercado interno encontrada em
outros tipos de papéis pelos tributos de importação, em função da imunidade
tributária garantida pela Constituição; e

• os produtores locais são pouco competitivos, uma vez que esse tipo de papel se
utiliza basicamente de aparas de papel e pasta mecânica em sua composição,
além de consumirem muita energia elétrica.

ĔČʲĴÕÕČѲÑĔĴÑÕɿɽɾɿÑõĴĭĔč÷ŕÕõĴč²ʲĴÕÑÕѲÑĔĴѲõĴõʞĭĔÑÕʴĴÕŕÕİõţ˲İ
įŁÕĔĭ²İįŁÕê²ÊİõĆÊݲĴõĆÕõİĔÖţĴõ˲ČÕčļÕĭÕįŁÕčĔʞįŁ²čÑĔËĔČĭ²İ²ÑĔ²ĔŁļݲĴİÕëõīÕĴ
no mundo, tem idade tecnológica de 22 anos, mais antigo que o da China (12 anos) e dos
demais asiáticos (vinte anos), e que o porte médio das plantas é pequeno (100 mil t/ano),
²ļݳĴÑÕĭ²İįŁÕĴ²õčѲČ²õĴ²čļõëĔĴËĔČĔĔĴѲ&ŁİĔĭ²cËõÑÕčļ²ĆʰɾʁʅČõĆļʩ²čĔʱʞѲČÖ-
İõ˲ÑĔ]ĔİļÕʰɾɿʄČõĆļʩ²čĔʱÕÑĔQ²ĭÈĔʰɾɽʅČõĆļʩ²čĔʱʣ
132 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

Gráfico 4 | Capacidade (total e média) e idade tecnológica (média) das plantas de I&E no mundo
180.000
Europa Ocidental
160.000
América do Norte
140.000
Capacidade instalada média (t/ano)

África e Oceania
120.000

Brasil
100.000
Japão
80.000
Europa Oriental
China
60.000 Demais Ásia

40.000
Demais América Latina

20.000

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade tecnológica média (anos)

Fonte: Elaboração própria, com base em informações disponíveis no portal da Risi.

Nota: O tamanho das bolas denota a capacidade instalada total em cada país/região.

Papéis para fins sanitários (tissue) – higiênico,


lenço, papel-toalha e guardanapo
cĴĭ²ĭÖõĴĭ²İ²ţčĴĴ²čõļ³İõĔĴĴÈĔČ²õĴİÕĴõĆõÕčļÕĴčĔËĔčĴŁČĔʞѲÑĔįŁÕʞŁČ²ŕÕş
²ÑĔļ²ÑĔĴĭĔİŁČ²ĭĔĭŁĆ²ÎÈĔʞÑõţËõĆČÕčļÕÑÕõŗ²ČÑÕĴÙʴĆĔʣ|ĔİĴŁ²ʲõŗ²ëİ²Č²ļŁİ²ʞÖŁČ
papel pouco consumido quanto à tonelagem, 35 milhões de t globalmente (Figura 1), mas
įŁÕŕÕČ²ĭİÕĴÕčļ²čÑĔļ²ŗ²ĴÕĆÕŕ²Ñ²ĴÑÕËİÕĴËõČÕčļĔčĔËĔčĴŁČĔʰ;ݳţËĔɾʱʣ
Papéis tissueÑÕĴļõč²ČʴĴÕ²ĔËĔčĴŁČõÑĔİţč²ĆʞÕčÈĔ²ŁČõčļÕİČÕÑõ³İõĔİÕĴĭĔčĴ³ŕÕĆ
ĭĔİļݲčĴêĔİČ³ʴĆĔĴÕČĭİĔÑŁļĔţč²Ćʣ"ÕĴĴ²êĔİČ²ʞĔbranding é importante, o que faz com
que haja maior foco na diferenciação em marketing do que na liderança em custos. E a
destinação do consumo, se residencial ou institucional, também cria uma clara distinção
no tipo de estratégias de marketing com que a empresa deve atuar.
No segmento residencial, a logística de distribuição é indireta, sendo a maioria das
ŕÕčѲĴĭ²İ²ĔËĔčĴŁČõÑĔİţč²ĆİÕ²Ćõş²Ñ²ĴĭĔİĴŁĭÕİČÕİ˲ÑĔĴÕê²İČ³Ëõ²Ĵʣ"ÕĴĴ²êĔİČ²ʞ²
indústria negocia com poucos clientes (atacadistas e grandes varejistas), porém o público
ţč²ĆÖÑõĴĭÕİĴĔʞĔįŁÕê²şËĔČįŁÕ²Č²İ˲ĴÕā²êŁčѲČÕčļ²ĆËĔČĔêĔİČ²ÑÕÑõêÕİÕčËõ²ÎÈĔʣ
Já no segmento institucional, a venda pode ser feita por meio direto, indireto ou hí-
brido. A diferenciação pela marca ainda existe, porém em menor intensidade do que no
segmento residencial. Assistência técnica e oferta de soluções completas para o cliente
PAPEL E CELULOSE 133

são os reais diferenciais. Rapidez na captura do mercado é importante, pois os clientes não
ËĔĴļŁČ²ČļİĔ˲İÑÕêĔİčÕËÕÑĔİʞÕ²ÕčļݲѲÑÕŁČËĔčËĔİİÕčļÕÕţËõÕčļÕÕİëŁÕʲİİÕõݲĴ
ÑÕÕčļݲѲĴõëčõţ˲ļõŕ²Ĵʣ
Importante mencionar que a baixa gramatura, ou densidade, desse tipo de papel faz
com que as unidades produtivas tenham escala reduzida quando comparada com outros
tipos de papel, visto ser importante estar ainda mais próximo ao consumidor para que o
custo relativo do frete não inviabilize economicamente o negócio.
Esse é o principal problema para a expansão produtiva no Brasil, visto que, em 2016,
o país apresentou um modesto consumo anual per capitaʞÑÕ²ĭÕč²Ĵʂʞʁăëʩñ²Êõļ²č-
te, superior à média global (5,0 kg), mas inferior à média observada na América Latina
(6,5 kg) e muito abaixo dos Estados Unidos da América (EUA), maior consumo per capita,
com quase 25 kg/habitante.
Č²õĔİĭ²İËÕĆ²ÑĔËĔčĴŁČĔčĔĭ²÷Ĵʰʄʁ˫ʱËĔčËÕčļݲʴĴÕčĔĭ²ĭÕĆñõëõÙčõËĔʞËĔČ²Ĵ
ļĔ²Ćñ²ĴİÕĴĭĔčÑÕčÑĔĭĔİɿɿ˫ÕĔĴëŁ²İѲč²ĭĔĴĭĔİʁ˫ʣcĴĆÕčÎĔĴ²õčѲİÕĭİÕĴÕčļ²Č
ŁČ²ĭ²İËÕĆ²÷čţČ²ѲÑÕČ²čѲʣ|Ĕİļ²čļĔʞ²ĆÖČÑÕČÕĆñĔİõ²Ĵč²įŁ²ĆõѲÑÕÑĔĭ²ĭÕĆ
higiênico, existe muito espaço para ampliar a demanda via incremento do consumo dos
demais produtos.
Nesse contexto, tomando por base projeções da Risi acerca das expansões de capa-
cidade instalada no Brasil, realizou-se um exercício de cenários baseado na premissa de
que grande parte dos entraves aos investimentos tratados nesta seção seria equacionada.
Nesse exercício, os segmentos de papéis e celulose demandariam investimentos anuais da
ordem de R$ 5,6 bilhões até o ano de 2035, o que representa um crescimento médio anual
na capacidade instalada em papéis de 3,1%.

Como potencializar o setor

Aprofundamento do controle do papel imune

De acordo com informações do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), os


ĴõĴļÕČ²ĴÑÕËĔčļİĔĆÕĭ²İ²õčõÊõİĔÑÕĴŕõĔÑÕţč²ĆõѲÑÕÑĔĴĭ²ĭÖõĴëݳţËĔĴËĔČÕβݲČ
ÕČêÕŕÕİÕõİĔÑÕɿɽɾɽʰƒ]&VʮɿɽɾʤʯʱʞįŁ²čÑĔ²ƒÕËİÕļ²İõ²Ѳ:²şÕčѲÑĔ&Ĵļ²ÑĔÑÕƒÈĔ
|²ŁĆĔĭŁÊĆõËĔŁ²|Ĕİļ²İõ²‹ɾʁʞÑÕɾɽÑÕêÕŕÕİÕõİĔÑÕɿɽɾɽʞÕõčĴļõļŁõŁĔƒõĴļÕČ²ÑÕÕ-
conhecimento e Controle das Operações com Papel Imune (Recopi). O objetivo do Recopi
ÖÕĴļ²ÊÕĆÕËÕİĔËĔčļİĔĆÕÑĔŤŁŗĔÑÕĭ²ĭÕĆõČŁčÕÕČļÕČĭĔİÕ²ĆʞËĔČļĔÑĔĔČĔŕõČÕčļĔ
sendo feito pela internet: cada empresa operadora de papel imune se inscreve no sistema
e declara estimativas de consumo e de vendas. Posteriormente, o Conselho Nacional de
|ĔĆ÷ļõ˲:²şÕčѳİõ²ʰĔčê²şʱĭŁÊĆõËĔŁĔĔčŕÙčõĔʁʅʞÑÕɾɿÑÕāŁčñĔÑÕɿɽɾʀʞįŁÕËİõĔŁĔ
Recopi Nacional, ampliando para outros estados brasileiros o sistema que vigorou em São
|²ŁĆĔʣļÖĔţČÑÕɿɽɾʃʞĔËĔčŕÙčõĔËĔčļ²ŕ²ËĔČ²²ÑÕĴÈĔÑÕɿʀŁčõѲÑÕĴêÕÑÕݲļõŕ²Ĵʞ
134 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

das quais 19 haviam incorporado as regras do Recopi Nacional a suas legislações locais.
Recentemente, a Ibá, em conjunto com outras entidades da cadeia produtiva do
papel, incluiu o tema entre as ações prioritárias da Receita Federal para o ano de
ɿɽɾʄʣ|²İ²õčļÕčĴõţ˲ݲţĴ˲Ćõş²ÎÈĔÕĔËĔČʲļÕÃõİİÕëŁĆ²İõѲÑÕÕê²şÕİËĔČįŁÕĔ
programa se transforme de fato em sistema com alcance nacional, é fundamental a
²ÑÕĴÈĔÕİÕëŁĆ²ČÕčļ²ÎÈĔÑĔĴÕĴļ²ÑĔĴįŁÕ²õčѲčÈĔţč²Ćõş²İ²ČĔĭİĔËÕĴĴĔʣ&čļİÕĔĴ
signatários, apenas Maranhão, Mato Grosso, Paraíba e Rio Grande do Sul ainda não
editaram os decretos estaduais, mas ainda é preciso que Acre, Amazonas, Roraima e
Tocantins assinem o convênio.

Uma proposta de estrutura industrial para a questão da energia


|İĔÑŁļĔİÕĴÊݲĴõĆÕõİĔĴÑÕËÕĆŁĆĔĴÕÑÕČÕİ˲ÑĔĴÈĔ²ŁļĔĴĴŁţËõÕčļÕĴÕČÕčÕİëõ²ʞ
proveniente do reaproveitamento da biomassa (madeira) não utilizada no processo pro-
dutivo, processada na caldeira de biomassa, ou da queima do licor negro, um subproduto
da produção de celulose, na caldeira de recuperação. Posteriormente, as empresas
empregam turbinas para a transformação de parte da energia do vapor em energia
elétrica, cujo excedente é destinado à venda ao sistema.
"Õ²ËĔİÑĔËĔČ²ËĔčĴŁĆļĔİõ²|ĝŘİŘʰ&VVcƒ&ʣʣʣʮɿɽɾʤʯʱʞŁČ²Ćõčñ²ÑÕĭİĔÑŁÎÈĔÑÕ
ËÕĆŁĆĔĴÕËĔČ˲ĭ²ËõѲÑÕĭİĔÑŁļõŕ²ÑÕɾʞʂČõĆñÈĔÑÕļʩ²čĔĭĔÑÕëÕݲݲļÖɿʄɽ\¥ʞĔŁɿʣʀɽɽ
GWh/ano, com excedente de 1.200 GWh/ano para comercialização no sistema.
Já para a fabricação de papéis não integrados, ABTCP e Bachmann & Associados (2011)
ÕĴļõČ²ČŁČËĔčĴŁČĔČÖÑõĔÑÕÕčÕİëõ²ÕĆÖļİõ˲ÑÕʃɿʅʞɿă¥ñĭĔİļĔčÕĆ²Ñ²ĭİĔÑŁşõѲÑÕ
papel. Considerando uma máquina de 50 mil t/ano de capacidade, pode-se estimar um
consumo de 30 GWh/ano.
Isso posto, entende-se que a integração da máquina de produção de papel à li-
nha de produção de celulose traria sinergias no uso dessa energia, garantindo maior
competitividade ao fabricante de papel. Sem citar a economia de custos derivada da
ÕĆõČõč²ÎÈĔÑĔĭİĔËÕĴĴĔţč²ĆÑÕĭİĔÑŁÎÈĔѲËÕĆŁĆĔĴÕ²ļÖ²ĭİõČÕõݲÕļ²ĭ²ÑÕĭİĔÑŁÎÈĔ
de papel, a saber: secagem da celulose, corte, enfardamento, estocagem no produtor,
transporte, estocagem no cliente e preparação da massa para a máquina de papel.
Novamente, tomando por base projeções da Risi acerca da capacidade instalada
no Brasil, em um exercício de cenários em que, além da implementação das propostas
mencionadas, o país realize reformas estruturais importantes, alcançando um ritmo de
ËİÕĴËõČÕčļĔČ²õĴ²ËÕĆÕݲÑĔʞÑÕËÕİ˲ÑÕʁ˫²Ĕ²čĔʰ²ʣ²ʣʱʞÕĴļõČ²ČʴĴÕõčŕÕĴļõČÕčļĔĴ
ČÖÑõĔĴ²čŁ²õĴĭ²İ²ĔĴĴÕëČÕčļĔĴÑÕĭ²ĭÖõĴÕËÕĆŁĆĔĴÕÑÕËÕİ˲ÑÕˇʅÊõĆñīÕĴ²ļÖ
ɿɽʀʂʞĔįŁÕİÕĭİÕĴÕčļ²ŁČËİÕĴËõČÕčļĔČÖÑõĔ²čŁ²ĆÑÕʁʞʁ˫ʞč²˲ĭ²ËõѲÑÕõčĴļ²Ć²Ñ²
em papéis.
PAPEL E CELULOSE 135

Uma agenda de transformação do setor


]²õčÑłĴļİõ²ÑÕʲĴÕŤĔİÕĴļ²ĆĭĆ²čļ²Ñ²ʞÕčįŁ²čļĔĔĴĭ²÷ĴÕĴĆĔ˲Ćõş²ÑĔĴčĔñÕČõĴêÖ-
rio norte vêm passando por uma perda constante de competitividade em decorrência
ÑĔÕĆÕŕ²ÑĔËŁĴļĔÑÕĭİĔÑŁÎÈĔʞĭİõčËõĭ²ĆČÕčļÕÕČêŁčÎÈĔÑÕĴŁ²ĴŤĔİÕĴļ²ĴËĔČʲõŗ²
ĭİĔÑŁļõŕõѲÑÕʞÕČĭ²÷ĴÕĴËĔČĔĔݲĴõĆʞËĔČŤĔİÕĴļ²ĴÑÕ²ĆļĔİÕčÑõČÕčļĔÕëݲčÑÕ
disponibilidade de terras, o futuro é bem mais promissor, e a rentabilidade do negócio
é mais elevada.

Gráfico 5 | Custo caixa, sem frete, da celulose de fibra curta branqueada de mercado

500

400
Custo caixa (US$ /t)

Custo médio (exceto Brasil): US$ 332/t


300

US$ 127/t ou -38%

200

US$ 205/t

100

0
0 10 20 30
Capacidade acumulada (milhões t/ano)

Fonte: Elaboração própria com base em dados disponíveis no site da Risi.

Nota: Azul = Brasil.

Tal competitividade no Brasil é, em parte, explicada pela elevada produtividade


ŤĔİÕĴļ²Ćʞĭ²İ²ĔËŁĆļõŕĔļ²čļĔÑÕpinus quanto de eucalipto. Como ilustração, pode-se
²č²ĆõĴ²İčĔ;ݳţËĔʃ²ĭİĔÑŁļõŕõѲÑÕѲĴŤĔİÕĴļ²ĴÕČÑõêÕİÕčļÕĴİÕëõīÕĴʞѲѲĭÕĆ²İĔ-
tação e pelo incremento médio anual (IMA).2

2 Medido em m3/hectare/ano, refere-se ao volume médio anual de madeira (em m3) obtido em determinada área de
ŤĔİÕĴļ²ĭĆ²čļ²Ñ²ʰÕČñÕËļ²İÕĴʱ²ĔţČÑĔËõËĆĔÑÕËİÕĴËõČÕčļĔʰĔŁč²Ѳļ²ÑĔËĔİļÕѲĴ³İŕĔİÕĴʱʣ
136 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

Gráfico 6 | Produtividade e rotação média (anos) de florestas plantadas no Brasil e em países/


regiões selecionados

40 80

35 70
Produtividade (m3/ha./ano)

30 60

Rotação (anos)
25 50

20 40

15 30

10 20

5 10

0 0
China
Brasil

América do Sul
(exceto Brasil)

Sudeste da Ásia

Moçambique

Oceania

EUA

Europa Centro-Leste

Rússia

Escandinávia

Países Baixos

Canadá
Europa Oeste

Eucalipto Pinus Rotação em anos - Eucalipto Rotação em anos - Pinus

Fonte: Ibá (2017b).

&ĴĴ²ŕ²čļ²ëÕČÊݲĴõĆÕõݲÖİÕŤÕļõѲʞļ²ČÊÖČʞč²³İÕ²čÕËÕĴĴ³İõ²ĭ²İ²²ĭİĔÑŁÎÈĔÑÕ
ɾʞʂČõĆñÈĔÑÕļʩ²čĔÑÕËÕĆŁĆĔĴÕʞįŁÕÖÑÕʝɾʁɽČõĆñÕËļ²İÕĴ3 no Brasil, 300 mil na China e de
ʄɿɽČõĆč²&Ĵ˲čÑõč³ŕõ²ʣEĴĴĔê²şËĔČįŁÕĔõčŕÕĴļõČÕčļĔÕČļÕİݲĴčĔݲĴõĆĴÕā²ʲĴļ²čļÕ
reduzido se comparado ao das outras regiões.
Além do menor custo das terras, a menor quantidade de área requerida pelos projetos
ŤĔİÕĴļ²õĴÊݲĴõĆÕõİĔĴļݲşëݲčÑÕŕ²čļ²ëÕČčĔĴËŁĴļĔĴÑÕËĔĆñÕõļ²ÕļݲčĴĭĔİļÕѲČ²ÑÕõݲʞŁČ²
vez que o raio médio dos plantios até as unidades industriais acaba sendo inferior no Brasil.
Não surpreende que o hemisfério norte enfrente estagnação nesse setor há algum
ļÕČĭĔʞĭİõčËõĭ²ĆČÕčļÕčĔįŁÕļ²čëÕ²ĔĴõčŕÕĴļõČÕčļĔĴÕČĭİĔÑŁÎÈĔÑÕËÕĆŁĆĔĴÕÑÕţÊݲ
curta. De fato, o que se percebe é que a América Latina e a Ásia foram as regiões que mais
ë²čñ²İ²ČČÕİ˲ÑĔčĔĴłĆļõČĔĴÑÕş²čĔĴʞËĔČÑÕĴļ²įŁÕĭ²İ²ĔݲĴõĆʣ&čļİÕɿɽɽʄÕɿɽɾʃʞ
partindo de uma base de 19 milhões de t de capacidade instalada, foram instaladas cerca
de 21 milhões de t em escala competitiva de produção, e outros 11 milhões de t em plantas
de menor porte e/ou localizadas em regiões de alto custo foram fechadas. Do total líquido
adicionado em capacidade instalada, 10 milhões de t, 63% ocorreram no Brasil.
Esse movimento de expansão do setor de celulose no Brasil deverá continuar a
ser observado nos próximos anos, de acordo com projeções disponíveis no site da Risi.

3 Área útil de plantio, desconsiderando áreas de reserva legal e de preservação permanente.


PAPEL E CELULOSE 137

Tomando como base os dados dessa consultoria, estimam-se investimentos em adição


de capacidade da ordem de R$ 3 bilhões a.a., em média, até 2035, o que representa um
crescimento médio anual de 3,6% na capacidade instalada de celulose.

Gráfico 7 | Aberturas e fechamentos de plantas produtoras de celulose de eucalipto branqueada de


mercado entre 2006 e 2015 – (milhões de t)

Aberturas Fechamentos Aberturas/fechamentos líquidos


-145 -15
130
-565
2.080 -1.495
2.430

5.635 2.020 -3.555


-3.925
3.575
4.095 6.070
-200
6.270
-520 -2.585

América do Norte Europa América Latina (exceto Brasil) Brasil Ásia Outros

Fonte: Elaboração própria, com base em dados disponíveis no site da Risi.

Dessa forma, em função da perda de rentabilidade enfrentada pelas empresas de base


ŤĔİÕĴļ²ĆõčĴļ²Ć²Ñ²Ĵ²ĔčĔİļÕÑĔëĆĔÊĔʞ²ÊŁĴ˲ĭĔİčĔŕ²ĴĔĭĔİļŁčõѲÑÕĴõčļÕčĴõţËĔŁʴĴÕ
nessas regiões. Atrelado a isso, a mudança estratégica observada nesses países encontra
reforço em diversos fatores, como:

• na busca pela redução na dependência do petróleo, o que incentiva a utilização


de novas fontes de energia, entre elas, a biomassa;

• no potencial de crescimento dos biocombustíveis;

• nas oportunidades de crescimento da chamada química verde; e

• na redução gradativa do consumo per capita de alguns tipos de papel (CGEE, 2013).

Atualmente, a criação de negócios associados à produção de papel e celulose é con-


ÑõÎÈĔčÕËÕĴĴ³İõ²ÃĴŁĴļÕčļ²ÊõĆõѲÑÕţč²čËÕõݲÑÕĆĔčëĔĭݲşĔÑĔĴÕļĔİʣ"ÕĴĴ²êĔİČ²ʞĔ
maior potencial para desenvolvimento/manutenção de competitividade no futuro reside
č²²ĭĆõ˲ÎÈĔÑĔËĔčËÕõļĔÑÕÊõĔİİÕţč²İõ²ĴõčļÕëݲѲĴÃĴĭĆ²čļ²ĴÑÕĭİĔÑŁÎÈĔÑÕËÕĆŁĆĔĴÕʣ
ĴŁčõѲÑÕĴõčÑŁĴļİõ²õĴÑÕÕŗļݲÎÈĔѲĴţÊݲĴĴÈĔĭĆ²čļ²ĴįŁ÷Čõ˲ĴĭĔİÑÕţčõÎÈĔʞĔ
įŁÕĴõëčõţ˲įŁÕ²õčļİĔÑŁÎÈĔÑÕčĔŕĔĴĭİĔËÕĴĴĔĴĭ²İ²ËĔčŕÕİļÕݲÊõĔČ²ĴĴ²čÈĔļݲİõ²
grandes alterações em suas rotinas operacionais. Ainda, para obtenção da celulose kraft, a
biomassa, no caso, a madeira, obrigatoriamente deve ser desconstruída. Ou seja, boa parte
ѲČ²ļÖİõ²ʴĭİõČ²ŁļõĆõş²Ñ²čÕĴĴ²ĴÊõĔİİÕţč²İõ²ĴĴÕİõ²ĭİĔŕÕčõÕčļÕÑÕŁČ²ÊõĔČ²ĴĴ²įŁÕʞ
138 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

além de ser um resíduo de um processo produtivo maior, já estaria pré-tratada, o que gera
grande economia de custos.
ĔČĔÑÕĴÕčŕĔĆŕõČÕčļĔÑÕÊõĔİİÕţč²İõ²ĴÕČê³Êİõ˲ĴÑÕËÕĆŁĆĔĴÕʞ²Ĕİë²čõş²ÎÈĔ
õčÑŁĴļİõ²ĆÑÕŕÕݳČŁÑ²İʣ|²İËÕõİĔĴÑÕŕÕİÈĔŁļõĆõş²İ²ê³Êİõ˲ÑÕËÕĆŁĆĔĴÕËĔČĔʲĴÕÑÕ
insumos para o desenvolvimento de seus produtos em plantas anexas.

Figura 2 | Arranjo produtivo de uma biorrefinaria integrada à planta de celulose

Fonte: Sunlibb [2017].

"Õ²ËĔİÑĔËĔČ²|ĝŘİŘʰɿɽɾʂʱʞļ²õĴČŁÑ²čβĴĆÕŕ²İÈĔ²ŁČ²ËĔčţëŁİ²ÎÈĔõčÑŁĴļİõ²Ć
distinta da atual.

Figura 3 | Configuração industrial da fábrica de celulose, atual e futura

Fábrica de
Ontem Hoje Amanhã celulose do futuro

Um produto principal +
Um produto Um produto Um produto vários produtos de
valor agregado

Maximixação das Balanceamento do valor


Venda de
Compra de energia de venda de energia versus
alguma energia vendas de energia
valor dos novos produtos

Uma matéria-prima Uma matéria-prima + Uma matéria-prima + Várias matérias-primas +


alguns resíduos mais resíduos vários resíduos

Fonte: Pöyry (2015).


PAPEL E CELULOSE 139

"Õ²ËĔİÑĔËĔČĔÕĆ²ļĕİõĔɿɽɾʄѲEʳʞ²õčÑłĴļİõ²ļÕČ
potencial para ser fonte de mais de cinco mil produtos e subprodutos
inovadores originários da madeira, no futuro as árvores plantadas abas-
tecerão outras indústrias, como farmacêutica, química, cosmética, aero-
č³Łļõ˲ʞļÙŗļõĆʞ²ĆõČÕčļ÷Ëõ²ʞÕĆÕļİėčõ˲Õ²ŁļĔČĔÊõĆ÷Ĵļõ˲ʰEʞɿɽɾʄÊʞĭʣɿʁʱʣ

Ainda segundo o documento,


suas aplicações na substituição de derivados do petróleo incluem a fabri-
cação de termoplásticos moldáveis, fundíveis e mais resistentes a partir da
Ćõëčõč²ʞŁČĴŁÊĭİĔÑŁļĔÑĔĭİĔËÕĴĴĔÑÕê²Êİõ˲ÎÈĔÑÕËÕĆŁĆĔĴÕʳİÕĴŁĆļ²ÑĔ
ÑĔĭİĔËÕĴĴĔÑÕËĔşõČÕčļĔѲČ²ÑÕõݲʳʨ²ĴŁÊĴļõļŁõÎÈĔÑĔÑõÕĴÕĆĭĔİÊõĔʴ
ʴĕĆÕĔĴʨĔ²ŁČÕčļĔѲÕţËõÙčËõ²ÕİÕÑŁÎÈĔÑÕËŁĴļĔĴč²ĭİĔÑŁÎÈĔÑÕÕļ²čĔĆ
de segunda geração; a utilização do tall oil ʳ ĴŁÊĭİĔÑŁļĔ Ѳ ËÕĆŁĆĔĴÕ ÑÕ
ţÊݲĆĔčë²ʳʞč²ËĔČĭĔĴõÎÈĔÑÕİÕŕÕĴļõČÕčļĔĴÑÕĴŁĭÕİê÷ËõÕĴʞĭİĔÑŁļĔĴ²Ĵ-
fálticos, desinfetantes e detergentes, entre outros; a produção de bioplásti-
cos mais leves, renováveis e resistentes do que os polímeros convencionais;
e até a produção de suplementos alimentares, cosméticos, embalagens e
ËõČÕčļĔÑÕ²ĆļĔÑÕĴÕČĭÕčñĔ²ĭ²İļõİÑÕč²čĔţÊݲĴʰEʞɿɽɾʄÊʞĭʣɿʂʱʣ

Entre as rotas tecnológicas mais promissoras, que já estão em aplicação ou podem vir a ser
ÑÕĴÕčŕĔĆŕõѲĴčĔݲĴõĆčÕĴĴ²čĔŕ²ËĔčţëŁİ²ÎÈĔʞčĔËŁİļĔʞČÖÑõĔÕĆĔčëĔĭݲşĔĴʞĭĔÑÕČʴĴÕËõļ²İʝ

• Em aplicação: produção de eletricidade e vapor por cogeração para utilização nos


processos produtivos e para venda a terceiros, sobretudo nas plantas mais mo-
dernas de produção de celulose. Entretanto, existe oportunidade de ampliação e
utilização de novas tecnologias, bem como a possibilidade de se estender seu uso
para as fábricas de papel.

• Curto e médio prazos:

• ë²ĴÕõţ˲ÎÈĔѲÊõĔČ²ĴĴ²ŤĔİÕĴļ²Ćĭ²İ²ŁļõĆõş²ÎÈĔčĔĭİĔËÕĴĴĔĭİĔÑŁļõŕĔʨ

• produção de biogás de resíduos sólidos orgânicos das fábricas;

• ĭõİĕĆõĴÕݳĭõѲѲÊõĔČ²ĴĴ²ŤĔİÕĴļ²Ćĭ²İ²ĔÊļÕčÎÈĔÑÕÊõĔʴĕĆÕĔËĔČÊŁĴļ÷-
vel para uso no processo ou para coprocessamento com o petróleo, além
de gás combustível;

• extração da lignina do licor negro para uso interno como combustível do


forno de cal e desgargalamento do sistema de recuperação do licor, permi-
tindo aumentar a capacidade produtiva da fábrica; e

• ĭÕĆÕļõş²ÎÈĔĔŁÊİõįŁÕļ²ëÕČÑÕİÕĴ÷ÑŁĔĴŤĔİÕĴļ²õĴʣ

• Médio e longo prazos: utilização da lignina extraída para fabricação de produ-


ļĔĴÑÕČ²õĔİŕ²ĆĔݲëİÕë²ÑĔʞļ²õĴËĔČĔţÊݲĴÑÕ˲İÊĔčĔʞŕ²čõĆõč²ʞ²İĔČ³ļõËĔĴʞ
˲İŕÈĔ²ļõŕ²ÑĔÕİÕĴõč²ĴêÕčĕĆõ˲ĴʞÕčļİÕĔŁļİĔĴʣĔÊļÕčÎÈĔÑÕč²čĔËÕĆŁĆĔĴÕţ-
140 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

brilar (NCF) e cristalina nanocelulose (NCC) também se mostra potencialmente


promissora, tanto para a melhoria no revestimento e na resistência de papéis
ʰ]:ʱʞįŁ²čļĔĭ²İ²ŁļõĆõş²ÎÈĔč²ÕĆÕŕ²ÎÈĔѲêĔİβʞİÕĴõĴļÙčËõ²ʞİÕŤÕļõŕõѲÑÕÕ
impermeabilidade de materiais (NCC).
A utilização de processos mais complexos para a obtenção de produtos de maior
valor agregado dependerá não somente dos avanços tecnológicos e mercadológicos,
mas também da estruturação de parcerias comerciais entre as empresas produtoras
de celulose e papel e as indústrias química, automobilística, de bens de capital, de
biotecnologia, entre outras. De fato, o setor no Brasil já busca se mover nesse sentido.
Em âmbito global, a liderança atual é das empresas europeias, que despontam
como principais fornecedoras de equipamentos e de consultorias de engenharia. Nas
pesquisas de biorrefinaria, além das europeias, também vêm se destacando empresas
norte-americanas. Além do maior porte tecnológico e educacional de seus países de
origem, essas empresas se veem mais pressionadas a buscar novos negócios, em razão
do declínio de sua rentabilidade ante a competição de empresas produtoras de celulose
do hemisfério sul, o que deve garantir a liderança dessas companhias.
As empresas brasileiras deverão atuar como seguidoras, buscando adotar as tec-
nologias que se mostrarem vencedoras, em suas plantas industriais, ou pela atração
de parceiros estratégicos.

Considerações finais e conclusão


Conforme demonstrado neste artigo, enquanto o Brasil aparece em posição de
destaque na produção mundial de pastas químicas de celulose de mercado, no elo
seguinte da cadeia, na produção de papéis, o país ocupa posição mais tímida.
Na celulose, além dos aspectos ligados à estabilidade jurídica, que geram imen-
so impacto para um segmento de capital intensivo e com longo prazo de maturação
dos investimentos, a agenda atual está calcada no desenvolvimento e na aplicação do
ËĔčËÕõļĔÑÕÊõĔİİÕţč²İõ²ĴõčļÕëݲѲĴÃĴĭĆ²čļ²ĴÑÕĭİĔÑŁÎÈĔÑÕËÕĆŁĆĔĴÕʞÑÕČĔÑĔ²
criar novos produtos e processos que possam manter a competitividade da indústria
no longo prazo.
Já nos segmentos de papéis, algumas das questões são de curto prazo e requerem
²ÎīÕĴČ²õĴÕĴĭÕË÷ţ˲ĴʞËĔČĔ²ĭİĔêŁčѲİĔËĔčļİĔĆÕÑĔĭ²ĭÕĆõČŁčÕʞÕčįŁ²čļĔĔŁļݲĴ
são de cunho estrutural e mais complexas, como buscar a integração de novas máquinas
de papel às grandes fábricas de celulose já instaladas.
ĆÖČÑĔĴĭİĔÊĆÕČ²ĴÑõŕÕİĴĔĴʞËĔČĔļİõÊŁļĔĴĔŁõčêݲÕĴļİŁļŁİ²ÑÕţËõÕčļÕʞįŁÕ²êÕļ²Č
todas as indústrias do país, no setor de papéis existem problemas adicionais, tais como:
ÕĆÕŕ²Ñ²êݲëČÕčļ²ÎÈĔĭİĔÑŁļõŕ²ʞÕČĭİÕĴ²ĴËĔČʲõŗĔëݲŁÑÕĭİĔţĴĴõĔč²Ćõş²ÎÈĔÕÑÕ
PAPEL E CELULOSE 141

reduzido porte, baixo consumo per capita de papéis, tanto no Brasil quanto no restante
da América Latina, principal mercado potencial para as exportações brasileiras, desvios
ÑÕţč²ĆõѲÑÕÑĔĭ²ĭÕĆõČŁčÕįŁÕê²ËõĆõļ²Č²õČĭĔİļ²ÎÈĔÑÕĭ²ĭÖõĴëݳţËĔĴÕÕĆÕŕ²ÑĔ
custo das aparas de papel e de energia.

Referências
‹|ʳƒƒcEcƒEV&E‹']E"&&VVcƒ&&||&VʨA\]]˯ƒƒcE"cƒʣ Análise
comparativa do desempenho de fábricas de celulose e papel 2010. Curitiba, 29 jul. 2011. Disponível em: <http://
ŖŖŖʣʲËñČ²ččʣËĔČʣÊİʩŖÕÊĴõļÕʩÑĔËŁČÕčļĴʩ‹ʃÕĆ²ļĔİõĔ¤ÕİɾÊʣĭÑê˚ʣËÕĴĴĔÕČʝɿʃāŁĆʣɿɽɾʅʣ

]|ʳƒƒcEc]Ec]V"cƒ|Eƒ‹ƒ"&||&l. 5HODW´ULR(VWDW®VWLFR$QXDO.
ƒÈĔ|²ŁĆĔʞʮɿɽɾʃʯʣ

CELULOSE avança na cogeração e pode atingir 20 mil GWh até 2020. Portal da Bracier – Comitê Brasileiro
ѲõÕİʣʮɿɽɾʤʯʣ"õĴĭĔč÷ŕÕĆÕČʝ˛ñļļĭĴʝʩʩŖŖŖʣÊݲËõÕİʣĔİëʣÊİʩčĔļõËõ²ĴʩÊݲĴõĆʩʂʀɽɽʴËÕĆŁĆĔĴÕʴ²ŕ²č˲ʴ
na-cogeracao-e-pode-atingir-20-mil-gwh-ate-2020.html>.
ËÕĴĴĔÕČʝɾʃČ²İʣɿɽɾʅʣ

CGEE – &]‹c"&;&ƒ‹c&&ƒ‹"cƒ&ƒ‹‹';Ecƒ. (āFL«QFLDHQHUJªWLFD: recomendações de


²ÎīÕĴÑÕ‹˯EÕČĴÕëČÕčļĔĴĴÕĆÕËõĔč²ÑĔĴʳËÕĆŁĆĔĴÕÕĭ²ĭÕĆʣݲĴ÷Ćõ²ʞɿɽɾʀʣƒÖİõÕ"ĔËŁČÕčļĔĴ‹ÖËčõËĔĴʣ

EʳE]"‘ƒ‹EƒEV&E"&¤c&ƒʣ Cenários IbáʣݲĴ÷Ćõ²ʞ":ʞÕÑʣʀɿʞā²čʣɿɽɾʄ²ʣ

______. Relatório 2017ʣݲĴ÷Ćõ²ʞ":ʞɿɽɾʄÊʣ

|l§§ʣ²êÖѲČ²čñÈѲ|ĝŘİŘʣ\²ļÕİõ²ĆѲ²ĭİÕĴÕčļ²ÎÈĔʣƒÈĔ|²ŁĆĔʞʄÑÕĔŁļŁÊİĔÑÕɿɽɾʂʣ

A COMPETITIVIDADE do setor de papel e embalagem no Brasil. Revista O Papel, São Paulo, Associação
ݲĴõĆÕõݲ‹ÖËčõ˲ÑÕÕĆŁĆĔĴÕÕ|²ĭÕĆʞĭʣʄʞ²ëĔʣɿɽɾɿʣ

ƒ]&VʳƒE]"E‹c]Ec]V"cƒ&"E‹c&ƒ"&VE¤cƒʣHistórico do controle do papel com


imunidade tributáriaʣʮɿɽɾʤʯʣ"õĴĭĔč÷ŕÕĆÕČʝ˛ñļļĭʝʩʩŖŖŖʣĴčÕĆʣĔİëʣÊİʩŖĭʴËĔčļÕčļʩļñÕČÕĴʩĴčÕĆʩÑĔËĴʩ
ĆÕëõĴĆ²Ë²Ĕʴĭ²ĭÕĆʴõČŁčÕʣĭÑê˚ʣËÕĴĴĔÕČʝɾʃČ²İʣɿɽɾʅʣ

SUNLIBB - 6867$,1$%/(/,48,'%,2)8(/6)520%,20$66%,25(),1,1*>@ Disponível em:


˛ñļļĭĴʝʩʩŖŖŖʣŘĔİăʣ²ËʣŁăʩĔİëʩËč²ĭʩƒ]VEʩĭ²İļčÕİʪɽʅʣñļČĆ˚ʣËÕĴĴĔÕČʝɾʃČ²İʣɿɽɾʅʣ

Legislação consultada
ƒEVʣ|İÕĴõÑÙčËõ²ѲÕĭłÊĆõ˲ʣVÕõʂʣʄɽʆʞÑÕʄÑÕĔŁļŁÊİĔÑÕɾʆʄɾʣ
Regula a aquisição de imóvel rural por estrangeiro residente no país ou pessoa jurídica estrangeira
²ŁļĔİõş²Ñ²²êŁčËõĔč²İčĔݲĴõĆʞÕѳĔŁļݲĴĭİĔŕõÑÙčËõ²ĴʣݲĴ÷Ćõ²ʞ":ʞɿɽɾʄʣ"õĴĭĔč÷ŕÕĆÕČʝ
˛ñļļĭʝʩʩŖŖŖʣĭĆ²č²ĆļĔʣëĔŕʣÊİʩËËõŕõĆʪɽʀʩĆÕõĴʩVʂʄɽʆʣñļČ˚ʣËÕĴĴĔÕČʝɿʀČ²İʣɿɽɾʅʣ

______. Supremo Tribunal Federal. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,
DFʞ˃ɾʆʅʅʣ"õĴĭĔč÷ŕÕĆÕČʝ˛ñļļĭʝʩʩŖŖŖʣĭĆ²č²ĆļĔʣëĔŕʣÊİʩËËõŕõĆʪɽʀʩËĔčĴļõļŁõ˲ĔʩËĔčĴļõļŁõ˲ĔʣñļČ˚ʣ
ËÕĴĴĔÕČʝɾʂČ²İʣɿɽɾʅʣ

ʪʪʪʪʪʪʣÑŕĔ˲Ëõ²ʴ;ÕݲĆѲčõÈĔʣ|²İÕËÕİ;~ʴɿɿʞÑÕɾʆʆʁʣįŁõĴõÎÈĔÑÕļÕİݲĴĭĔİÕĴļݲčëÕõİĔĴʣ

ʪʪʪʪʪʪʣĔčĴļõļŁõÎÈĔʰɾʆʅʅʱʣ&ČÕčѲĔčĴļõļŁËõĔč²ĆʃʞÑÕɾʂÑÕ²ëĔĴļĔÑÕɾʆʆʂʣ
ĆļÕݲĔõčËõĴĔE¦ÑĔ²İļʣɾʄɽʞĔ²İļʣɾʄɾÕĔ˱ɾŦÑĔ²İļʣɾʄʃѲĔčĴļõļŁõÎÈĔ:ÕÑÕݲĆʣݲĴ÷Ćõ²ʞ":ʞɾʆʆʂʣ
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc06.htm>.
ËÕĴĴĔÕČʝɿʃČ²İʣɿɽɾʅʣ
142 VI S ÃO 203 5 : B R AS I L , PAÍ S D E S ENVOL VI D O

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ÕĴ÷ÑŁĔĴƒĕĆõÑĔĴʨ²ĆļÕݲ²VÕõʆʣʃɽʂʞÑÕɾɿÑÕêÕŕÕİÕõİĔÑÕɾʆʆʅʨÕѳĔŁļݲĴĭİĔŕõÑÙčËõ²ĴʣݲĴ÷Ćõ²ʞ":ʞ
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ɿʃāŁĆʣɿɽɾʅʣ

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ñļČ˚ʣËÕĴĴĔÕČʝɿʃČ²İʣɿɽɾʅʣ

ʪʪʪʪʪʪʣ|İÕĴõÑÙčËõ²ѲÕĭłÊĆõ˲ʣ"ÕËİÕļĔʄʣʃʀʀʞÑÕɾŦÑÕÑÕşÕČÊİĔÑÕɿɽɾɾʣ˃ÕëŁĆ²ČÕčļ²ĔÕëõČÕ&ĴĭÕËõ²Ć
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":ʞ˃ɿɽɾʀʣ"õĴĭĔč÷ŕÕĆÕČʝ˛ñļļĭĴʝʩʩŖŖŖʣËĔčê²şʣê²şÕčѲʣëĔŕʣÊİʩĆÕëõĴĆ²Ë²ĔʩËĔčŕÕčõĔĴʩɿɽɾʀʩËŕɽʁʅʪɾʀ˚ʣ
ËÕĴĴĔÕČʝɿʀČ²İʣɿɽɾʅʣ

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ɿɽɾʁʣ"õĴĭĔč÷ŕÕĆÕČʝ˛ñļļĭʝʩʩŖŖŖʣĭĆ²č²ĆļĔʣëĔŕʣÊİʩËËõŕõĆʪɽʀʩʪ²ļĔɿɽɾɾʴɿɽɾʁʩɿɽɾʁʩÑÕËİÕļĔʩÑʅʀɽʁʣñļČ˚ʣ
ËÕĴĴĔÕČʝɿʀČ²İʣɿɽɾʅʣ

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Tributários para as Empresas Exportadoras - Reintegra. Brasília, DF, 2015. Disponível em:
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2010. Disciplina o prévio reconhecimento da não-incidência do imposto sobre as operações com
papel destinado à impressão de livro, jornal ou periódico e institui o Sistema de Reconhecimento
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