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Quando pensamos em educação crítica e emancipatória devemos

primeiramente pensar em uma consciência crítica, a qual entende-se por ser


a capacidade pessoal pela oportunidade de estudos, de leitura e de visão,
podendo ser alteradas na discussão de problemas e localização ou resolução
desses. Ter consciência crítica é ter ousadia de procurar, questionar,
reconstruir e buscar os porquês das coisas.
Paulo Freire entende que educação não é uma mera transmissão de
conhecimento, mas uma possibilidade de o educando construir o seu
próprio conhecimento baseado nas suas vivências, portanto, a educação
deverá ser um processo que contribui para a sua formação e para sua
responsabilidade social e política. Ele defende que uma educação para o
desenvolvimento e para a democracia deve oferecer ao educando
“instrumentos com que resistisse aos poderes do desenraizamento” da
civilização industrial. A emancipação e a transformação social exigem o
conhecimento da realidade, portanto, deve-se considerar o homem, segundo
Freire (2001) um ser de relações que não apenas está no mundo, mas,
também, como o mundo. Neste contexto, é importante que reflitamos
sobre a concepção de escola que queremos, pautada na educação que
liberta e desperta o pensamento crítico sobre a realidade.
Vitor Paro defende a gestão coletiva como a forma de fazer com que todos
sejam corresponsáveis pela aprendizagem. O diretor que não decide tudo
sozinho, professores que trabalham em parceria e currículo que considera o
aluno sujeito de seu próprio aprendizado. Ele ainda cita implicações mais
do que importantes para uma educação escolar que tenha por finalidade a
formação humana. Em primeiro lugar, é preciso ter presente que não basta
formar para o trabalho, ou para a sobrevivência, como parece entender os
que veem na escola apenas um instrumento para preparar para o mercado
de trabalho ou para entrar na universidade (que também tem como
horizonte o mercado de trabalho). Se a escola deve preparar para alguma
coisa, deve ser para a própria vida, mas esta entendida como o viver bem,
no desfrute de todos os bens criados socialmente pela humanidade. Não
basta a escola “preparar para” o bem viver, é preciso que, ao fazer isso, ela
estimule e propicie esse bem viver, ou seja, é preciso que a escola seja
prazerosa para seus alunos desde já. A primeira condição para propiciar
isso é que a educação se apresente enquanto relação humana dialógica, que
garanta a condição de sujeito tanto do educador quanto do educando. Não
obstante a importância da educação para a constituição do indivíduo
histórico, mormente na sociedade atual, a escola é uma das únicas
instituições para cujo produto não existem padrões definidos de qualidade.
Isso talvez se deva à extrema complexidade que envolve a avaliação de sua
qualidade. Diferentemente de outros bens e serviços cujo consumo se dá de
forma mais ou menos definida no tempo e no espaço, podendo-se aferir
imediatamente sua qualidade, os efeitos da educação sobre o indivíduo se
estendem, às vezes, por toda sua vida, acarretando a extensão de sua
avaliação por todo esse período. É por isso que, na escola, a garantia de um
bom produto só se pode dar garantindo se o bom processo. Isto relativiza
enormemente as aferições de produtividade da escola baseadas apenas nos
índices de aprovação e reprovação ou nas tais avaliações externas que se
apoiam exclusivamente no desempenho dos alunos em testes e provas
realizados pontualmente.

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