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Sabrina Jeffries
Um Demônio em sua Cama
Demônios de Halstead Hall 2
Tradução/Pesquisa: GRH
Revisão Inicial: LWL
Revisão Final: Célia/Ana Paula G
Formatação: Ana Paula G
Resumo
Furioso com o ultimato de sua avó para se casar ou perder a sua
herança, Jarret Sharpe aposta sua sorte e seu coração na mesa de
jogo contra um adversário dos mais improváveis. Imerso em
escândalo após a misteriosa morte de seus pais, o notório jogador
Lord Jarret Sharpe se compromete a executar a cervejaria da família
por um ano, se sua avó maquiavélica não rescindir seu ultimato.
Mas o jogador que há nele não consegue resistir quando sedutora
Annabel Lake propõe uma aposta. Se ela ganhar num jogo de cartas,
deve ajudar a salvar cervejaria de sua família. Mas se ele ganhar, ela
deve passar uma noite em sua cama. O resultado desencadeia uma
série de eventos que ameaça destruir todos os seus planos. . . E
revela o segredo que Annabel tem mantido por muito tempo. Quando
Jarret descobre o motivo sombrio por trás da aposta, ele a convida a
outro jogo, e desta vez tem a intenção de ganhar não apenas seu
corpo, mas seu coração.
Comentário de LWL: História bonitinha, o mocinho não é tão
mau quanto gostaria e a mocinha é bem impetuosa, enfim, só digo
que nunca vou ver um baralho de cartas da mesma forma, em
particular o valete e o ás de espadas.
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Ela não tinha certeza do que a chocou mais, que ele soubesse
o nível de produção da Lake, ou que ele falasse com ela como a um
igual. Foi gratificante que não tenha sugerido a ela que fosse para
casa ou que a mandasse buscar seu irmão. Então novamente,
devido a sua avó, ele provavelmente estava acostumado que uma
mulher conheça tais assuntos.
—Antes de me explicar, eu gostaria que você provasse algo.
— Deitando a caixa sobre a mesa, ela retirou sua preciosa carga,
uma garrafa de cerveja e um copo. Ela abriu a cerveja e encheu o
copo até a metade, com cuidado para não deixar muito colarinho.
Quando ela ofereceu a ele, ele olhou de soslaio.
—Pensando em envenenar a competição?— Ela riu. —
Dificilmente. Mas se isso te faz sentir melhor, eu vou beber um pouco
primeiro. —Ela tomou um gole, e o olhar dele desceu para sua boca.
Não havia dúvidas quanto ao brilho em seus olhos quando ele seguiu
sua língua, a varrer a espuma de seus lábios.
—Sua vez— disse ela friamente. Ela empurrou o copo para
ele, esperando que ele fizesse algum comentário impertinente sobre
sua boca antes de avançar em direção a sugestões que não teriam
nada a ver com cerveja.
Em vez disso, ele levantou o vidro para examinar o líquido
âmbar.
—É uma pale ale?
—Sim.
—Ah. Cor clara, agradável. —Ele rodou-o no vidro, em
seguida, meteu o nariz para sentir o aroma, respirando
profundamente.—Aroma agressivo de lúpulo. Algumas notas
frutadas.
Enquanto ele bebia, ela torcia o anel de sua mãe que levava
no dedo. Ele sempre lhe trouxera sorte, por isso nunca o tirava,
mesmo na cervejaria.
Seus olhos se aprofundaram para um azul cobalto enquanto
ele deixava a cerveja descansar em sua boca por um breve segundo
antes de engolir. Ele tomou um novo gole, como que para confirmar
suas impressões.
Então, esvaziou o copo.
—É muito bom. Encorpado, com um bom amargor no final.
Não muito maltado, porém. É do estoque da Lake Ale?
Ela soltou um suspiro de alívio.
—Sim. Fabricada por mim mesma.
Ele se endireitou em toda sua altura, que era considerável em
comparação com o metro e meio dela própria.
—Eu ainda não vejo como isso diz respeito à Plumtree.
—Eu quero que você me ajude a vendê-la.
Retomando seus modos de negociante, ele entregou-lhe o
copo.
—Eu vou ser sincero com você, Miss Lake. Esta não é boa
hora para novos empreendimentos no negócio da cerveja. Com o
mercado russo indo devagar
—É exatamente por isso que estou aqui. Com o meu irmão
doente, nós também temos tido dificuldades. Mas eu posso ajudar
ambas as empresas a compensar a perda dos russos. —Ela arrumou
o vidro em sua caixa, deixando a garrafa de cerveja sobre a mesa. —
Você já ouviu falar na Cervejaria Hodgson?
—É claro. Ele domina o comércio da Índia.
—Não desde que ele se juntou com Thomas Drane. Eles
decidiram cortar a Companhia das Índias Orientais e embarcar
diretamente para lá por conta própria.
Os olhos dele se arregalaram.
—Idiotas.
—Exatamente. Ninguém corta a Companhia e sai ganhando.
—Embora a empresa lucre com os produtos trazidos da Índia para a
Inglaterra, isso permitia que os seus capitães lucrassem encima dos
bens levados à Índia e vendidos aos ingleses lá. A cerveja tornara-se
a carga privada primária dos capitães, principalmente a cerveja de
outubro fabricada por Hodgson. A cervejaria cortou os capitães e
agora está sofrendo por isso.
—Hodgson também parou de dar crédito e elevou seus preços
—, continuou ela. —Assim, os capitães da Companhia das Índias
Orientais decidiram cortar Hodgson encontrando um fabricante de
cerveja para preparar o mesmo tipo de cerveja para eles. Eles
escolheram a cervejaria Allsopp em Burton. Sua primeira remessa
saiu há dois anos, e eles recebem nada menos que brilhantes
relatórios. É um mercado enorme que a Cervejaria Lake quer
explorar. Mas precisamos de ajuda.
—Minha avó tentou competir no mercado da Índia anos atrás,
sem sucesso.
—Ela estava tentando vender a cerveja Plumtree de outubro,
certo?— Ele hesitou, depois assentiu.
—Descobrimos que a água de Burton produz uma cerveja de
outubro melhor que a água de Londres. Allsopp está colocando
metade da produção de sua Índia Pale Ale para exportação. Eu
poderia fazer o mesmo se os capitães da Companhia das Índias
Orientais aceitassem lidar com a Lake, mas eles não aceitam, por
causa da – doença - do meu irmão—- ela parou um pouco, quase
dizendo— instabilidade —E porque eu sou mulher. Eles não confiam
em nós para exportar, e eu não me atrevo a iniciar a produção, se
não houver compradores. É por isso que eu preciso de você.
Seus olhos se estreitaram.
—Você quer que eu venda sua cerveja para os capitães da
Companhia.
Ela sorriu para ele.
—Exatamente. Poderia ser vantajoso para nós dois,
compensando-nos das perdas que sofremos desde que os russos
aumentaram as tarifas sobre a cerveja inglesa.
—O que faz você pensar que nós sofremos perdas?— Ele
inquiriu.
—Toda cervejaria sofreu perdas, e você sabe disso.
Desviando o olhar, ele passou a mão pelo queixo.
—É uma proposta interessante.
—Então você vai considerar?
Seu olhar encontrou o dela, cheio de remorso.
—Não.
Seu coração se afundou. A Cervejaria Plumtree tinha sido sua
única esperança!
—Por que não?
—Para começar eu só estou aqui há uma semana, e ainda
estou avaliando a situação. Então, eu não vou lançar-me em nenhum
experimento imprudente e, certamente, não apenas porque uma
jovem cervejeira apareceu com um esquema qualquer.
—Não é um esquema qualquer!— E com quase trinta anos,
ela não era tão jovem. Esse era o problema de ser baixinha,
confundia as pessoas quanto a sua idade. —Pergunte a qualquer um
sobre o sucesso do Allsopp. Tenho certeza de que outros cervejeiros
em Londres terão notado. E eu distribuo uma cerveja de outubro
excelente, você mesmo admite isso!
—Há outros fatores— disse ele em tom condescendente que
ela estava tão acostumada em lidar com os donos de cervejaria
masculinos em Burton.
Ela ergueu o queixo.
—Você está querendo dizer, porque eu sou uma mulher.
—Porque é cervejeira. Cervejeiros não enxergam além de
seus narizes. Eles criam uma bebida superior, e acham que é tudo o
que importa. Mas há fatores além da qualidade da cerveja. Tenho
certeza que seu irmão sabe disso, pois que ele não veio sozinho.
—Ele não veio porque ele está doente—, ela exclamou.
—Então, certamente ele enviou uma carta de apresentação,
colocando-a a frente como seu representante.— Ela engoliu. É claro
que não. Hugh pensava que ela e Sissy estavam em Londres para
procurar escolas para Geordie. —Ele estava muito doente para isso.
— Lord Jarret meramente arqueou uma sobrancelha.
Exasperada, ela tentou outra tática.
—Para um homem que joga tanto, você está certamente
cauteloso em relação a investir.
Os cantos de seus lábios se contraíram.
—Vejo que minha reputação me precede.
—Quando gasta o seu tempo escandalizando a sociedade,
deve esperar que as pessoas falem sobre você. Embora eu não
possa imaginar por quê. Se hesita diante de um investimento certo
como este, você não pode ser um jogador muito imprudente ou
corajoso.
Para seu grande aborrecimento, um sorriso apareceu no rosto
dele, expondo não apenas uma, mas duas covinhas.
—Minha querida Miss Lake, tais táticas podem funcionar no
seu infeliz irmão, mas eu tenho duas irmãs. Eu não posso ser
incitado tão facilmente. Paus e pedras e tudo isso.
Amaldiçoando-o por ser um... um homem.
—Sua avó enxergaria o lucro potencial neste plano. Ela
entenderia.
O sorriso desapareceu. Ele se aproximou pairando sobre ela,
do alto de seu metro e oitenta.
—Minha avó não está administrando esta empresa no
momento. Mesmo que estivesse duvido que aprove.
Ela lutou para não ser intimidada por seu tamanho.
—Como sabe, se não perguntou a ela?
—Eu não preciso perguntar-lhe.
—Você disse que só está aqui há uma semana, e ainda está
avaliando as coisas.— Ela tentou olhá-lo de cima, mas sua altura
possibilitava apenas olhá-lo de baixo. —Poderia estar errado sobre
isso, você sabe. Pelo menos gostaria de ouvir dela mesma que a
Cervejaria Plumtree não está interessada.
—Isso é impossível. No momento, ela está.
—Indisponível. Eu sei. Que conveniente. —Ela olhou para ele.
—Você ignorar uma oportunidade perfeitamente boa para ganhar
dinheiro, porque não quer se incomodar. Eu me pergunto o que sua
avó pensaria se ouvisse isso.
—Ameaças não funcionam para mim, Miss Lake. Agora, se
me dá licença...
Quando ele foi até a porta, o pânico tomou conta dela.
— Lake Ale está em uma posição precária— ela exclamou, —
e tudo que peço é que você apresente minha proposta para a sua
avó. Por que é tão difícil? Se Lake falir, quarenta homens perderão
seus empregos. Minha família vai sofrer, e...
—Oh, pelo amor de Deus.— Ele virou-se para encará-la. —
Você vai ficar satisfeita se eu falar com a minha avó sobre sua
proposta?
Esperança surgiu dentro dela.
—Sim. Embora possa ser melhor se eu .
—Sem chance. Eu vou apresentar a ideia hoje à noite. Mas
quando ela se recusar a segui-lo, como eu tenho certeza que ela vai
– você vai aceitar essa resposta como definitiva. Está entendido?
Ela hesitou, depois assentiu. Realmente, ele dera-lhe pouca
escolha.
Ele abriu a porta.
—Volte amanhã, e eu a informarei de sua resposta. Tenha um
bom dia, Miss Lake .
Ela mordeu o lábio para não protestar contra a despedida
sumária. Isto era o máximo que conseguiria dele, agora ela
simplesmente teria de manter a esperança de que ele faria o
prometido.
Enquanto descia as escadas, no entanto, ela não tinha
certeza do que ele faria. Ele parecia determinado a abrir mão de seu
plano. Como ele ainda não tinha ouvido falar sobre a situação
desastrosa de Hodgson! Ele provavelmente pensou que ela
exagerava a coisa toda.
Mas se ele falasse com sua avó, ele saberia... Ela suspirou.
Era um grande se.
Fora da cervejaria, ela encontrou Sissy e Geordie esperando-
a nos degraus. Sissy pulou no momento que Annabel se aproximou,
o capuz da capa caindo para expor seus lindos cachos loiros.
—Bem—, ela perguntou esperançosa. —O que disse a Sra.
Plumtree?— Annabel suspirou. —Ela não estava lá. Falei com seu
neto.
—Você conheceu um dos famosos Demônios de Halstead
Hall?— Os olhos azuis de Sissy iluminaram de emoção.
—Qual deles?
—Lorde Jarret.
—O jogador? Ele é tão bonito como dizem? Tem ele tem ares
de devassidão?
—Agora, pensando bem, não.— Isso era estranho, dadas as
histórias escandalosas sobre ele, como ele uma vez teria jogado por
dois dias seguidos sem dormir, como teria perdido mil libras em uma
única hora... como trocava de mulheres tanto quanto trocava de
gravatas.
O que não era surpreendente, tendo ele olhos da cor do
oceano e um sorriso preguiçoso feito para provocar arrepios em uma
mulher. Não que tivesse esse efeito sobre ela. Não mesmo.
—Lorde Jarret tem um jeito de patife irresponsável— disse
Annabel resolutamente.
—Então por que diabos sua avó permite que administre sua
cervejaria?
—Porque é homem, é claro. Ele me deu poucas esperanças
dela estar interessada em minha proposta, mas prometeu falar com
ela sobre isso.
—Acha que ele vai?
—Eu não sei. Ele é um indivíduo irritante e arrogante. Duvido
que ele possa ser confiável para fazer qualquer coisa. Ele agiu como
se eu estivesse impondo-lhe quando simplesmente sugeri uma
maneira perfeita para sua empresa ganhar dinheiro.
—Isso porque você não deve dizer-lhe o que fazer, tia
Annabel — Geordie interviu. —É como papai sempre diz, as
mulheres...
—Eu sei o que o seu pai sempre diz.— Que a cervejaria não é
assunto para mulheres. E se ela parasse de ir à cervejaria, um
homem poderia realmente chegar a se casar com ela.
Ela desejou sinceramente que Hugh não falasse essas coisas
na frente de Geordie. Agora o rapaz estava tomando aquelas
opiniões para si, sendo que Hugh sabia por que ela não queria se
casar. Porque ela teria de deixar Geordie. Como poderia fazer isso?
Ele era seu filho.
Claro, Geordie não sabia disso. Ele não sabia que o noivo de
Annabel, Rupert, o gerou e que Annabel deu-lhe à luz pouco depois
de Rupert morrer no campo de batalha. Geordie foi levado a crer que
ela era sua tia. E não havia nada que Annabel pudesse fazer a
respeito – nada que fosse livrá-lo do estigma da bastardia.
Mas certamente ia assegurar-se que ele era amado e cuidado,
mesmo que a mulher que chamava de mãe não era ela.
Um soluço entupiu sua garganta, que ela sufocou, como
sempre. Seu filho estava crescendo tão rapidamente. Um dia, ela,
Sissy e Hugh teriam de lhe contar a verdade. Quando ele era
pequeno, os três acharam melhor manter segredo, por medo de que
ele deixasse escapar a alguém. Mas ultimamente Sissy dizia que
eles deveriam contar. Era chegado o momento.
E o era, mas ela simplesmente não suportava ter de fazê-lo.
Ele ficaria tão magoado quando percebesse que toda a sua vida era
uma mentira, que seu verdadeiro pai estava morto e sua verdadeira
mãe era uma devassa. Então ele ia culpá-la, e ela podia perdê-lo
para sempre. Simplesmente não podia arriscar. Ainda não. Não até
que as coisas ficaram resolvidas com Hugh.
Uma carranca formou-se em sua testa. O que eles fariam
quanto a Hugh? Ele ficava mais desesperado a cada dia. Quanto
mais melancólico ficava, mais bebia e menos se importava com a
cervejaria. Eles mantiveram segredo até agora, mas eventualmente,
as pessoas iam descobrir que ele perdia dias de trabalho e
compromissos com fornecedores importantes, porque ele estava
embebedando-se a um estado de estupor em seu escritório de casa.
—Você devia ouvir papai, — disse Geordie no tom pomposo
que adotou após completar seus doze anos. —Ele só está tentando
ajudar você a conseguir um marido antes que fique velha demais,
você sabe.
—Geordie!— Sissy repreendeu. —Não seja rude.
—De qualquer modo, eu não quero um marido, Geordie—
Annabel disse cansada.
Isso era uma mentira deslavada. Ela queria marido e filhos e
uma casa própria, como qualquer outra mulher. Mas que homem a
aceitaria quando soubesse que ela já não era casta? E mesmo que
algum homem fosse compreensivo quanto seu amor juvenil por
Rupert, não aceitaria seu bastardo. Ela teria que deixar Geordie,
para poupá-lo das crueldades de ser marcado ilegítimo.
Ela não poderia deixá-lo.
E ela não tinha desejo de trazer escândalo para Sissy e Hugh;
que tinham sido bons para ela. Outras famílias a teriam abandonado
inteiramente, pelo seu... erro.
—Então, o que faremos agora?— Sissy perguntou.
—Não temos escolha além de esperar até amanhã e ver se
Lorde Jarret cumpre o prometido. Embora eu me sentiria melhor se
pudesse falar com a Sra. Plumtree em pessoa.
—Por que não pode? Certamente podemos descobrir onde
ela mora.
—Se pudéssemos descobrir.— Ela pensou sobre o que havia
dito Lorde Jarret. —Não tenho certeza se ela está em casa, de
qualquer maneira. Ele disse algo sobre lidar com as preocupações
da família. Ela pode estar em qualquer lugar.
—Bem, se ele vai consultá-la, terá de ir para onde ela está,
não? Nós podemos simplesmente segui-lo.
Annabel olhou boquiaberta para Sissy, em seguida, pegou-a
em um abraço.
—Você é brilhante! Sim, faremos. Ou melhor, eu farei. Ele com
certeza notará três de nós seguindo-o. Não vai notar uma mulher.
—Você devia deixar-me fazê-lo— disse Geordie, estufando o
peito.
—Absolutamente não!— Sissy e Annabel disseram em
uníssono. Em seguida, elas riram.
Elas sempre estavam em perfeito acordo quando se tratava
de Geordie. Annabel não podia desejar melhor mãe para seu filho.
Sissy e Hugh tinham seus próprios filhos - atualmente estavam com
a mãe de Sissy em Burton - mas Sissy nunca tratava Geordie de
forma diferente aos outros.
Outra mulher poderia ter-se ressentido com uma cunhada a
impingir-lhe semelhante golpe um ano após seu casamento, mas não
Sissy. Ela idealizou o ardil dizendo a todos que ela e Annabel
estavam indo para o norte em auxílio a uma prima que sofria de uma
longa enfermidade. Sissy se levou ao ponto de escrever cartas para
a família na cidade a respeito da criança que carregava. Então, ela
acalentou o bebê com alegria absoluta, acolhendo em sua família
também a uma sofrida Annabel.
Em troca, Annabel adotou o papel de tia coruja, ajudando a
cuidar das crianças quando ela não estava na cervejaria tentando
ocupar o lugar de Hugh.
—Geordie— Sissy disse, bagunçando o penteado cabelo
castanho do menino, —Vamos deixar esta tarefa para Annabel, sim?
—Aww, mãe, pare com isso!— Ele retirou os ombros das
mãos de Sissy com uma carranca. —Eu não sou mais criança, você
sabe.
—Oh, és um grande homem agora, não é?— Annabel brincou.
—Eu sou um homem.— Ele fez uma careta para as duas. Ele
tinha a carranca de Rupert. —Pai diz isso.
—Bem, então, — Annabel disse, —você poderá cuidar de sua
mãe no caminho de volta para a pousada.— Eles estavam
hospedados perto, graças a Deus. —Eu ficarei aqui.
—Sozinha? Até o anoitecer? — Disse Sissy, uma pontada de
alarme em sua voz.
—Eu vou ficar bem. Lorde Jarret certamente sairá em um par
de horas, ele não é exatamente do tipo diligente. Há muitas lojas em
toda a rua que me darão uma boa visão da cervejaria. Vou demorar-
me neles até vê-lo sair. Como Sissy ainda parecia preocupada, ela
acrescentou:— Serei cuidadosa, prometo.
—Pelo menos vista meu casaco.— Sissy despojou-se dele e
entregou a ela. —Talvez, mantendo-o abotoado, com o capuz sobre
a cabeça, ninguém perceba que você é mulher. Sendo tão pequena,
cobrirá até mesmo a parte inferior de suas saias.
No mínimo, daria alguma proteção contra o frio mordente após
o pôr do sol.
—Isso pode levar algo tempo, sabes. — ela disse enquanto
tirava o gorro e dava-o a Sissy, em seguida, vestiu o manto. —
Quando eu descobrir onde a Sra. Plumtree está, entrarei para falar
com ela.
—Depois que você terminar, tome um coche— Sissy
empurrou algum dinheiro em sua mão, junto com a chave extra do
quarto da pousada. —Nem pense em voltar para a pousada a pé.
Annabel olhou as moedas, um caroço formando-se em sua
garganta.
—Me desculpe por arrastá-la nisso, Sissy. Lamento que o meu
irmão...
—Shh— Sissy disse suavemente. —Não é culpa sua. De
qualquer forma, Hugh é um bom homem, quando ele não está... no
marasmo. —Ela lançou um furtivo olhar em Geordie, que ouvia
avidamente como de costume. —Eu tenho certeza que você vai ser
capaz de convencer a Sra. Plumtree a nos ajudar. E se você puder
dar um novo propósito para a Cervejaria Lake, isso poderá
impulsionar Hugh para fora de seu estado de melancolia.
—Nós só podemos rezar. — disse Annabel enquanto
deslizava o dinheiro e a chave para o bolso da capa. Esse era seu
plano, deficiente que era. Hugh parecia interessado em entrar no
mercado indiano quando ela o mencionava, mas ele estava muito
afundado na bebida para ir atrás. Então, ela e Sissy esperavam
apresentar o plano como fato consumado quando a Cervejaria
Plumtree concordasse em fazer a intermediação. Talvez então ele
despertasse para levar o esquema a frutificar. Isso deveria bastar
para mudar a situação da Lake Ale, ou ao menos levantar o ânimo
de Hugh.
Eles obtiveram a bênção do gerente da cervejaria, e ela
esperava ganhar a ajuda da Sra. Plumtree, não importando o que o
arrogante neto da mulher dissesse.
Ela ajeitou os ombros. Ia obter a ajuda da mulher, com ou sem
a aprovação de Lorde Jarret. Porque esta poderia ser a única forma
de garantir a sobrevivência de sua família.
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Jarret estava cansado de ser tratado com a fria polidez que
alguém mostrava a um parceiro de negócios qualquer. Naquele dia
toda a animação dela tinha sido para seus planos da cervejaria.
Todas as suas palavras suaves e sorrisos tinham sido para o
sobrinho e a cunhada.
Ela agia como se a noite passada no salão nunca tivesse
acontecido, e isso o irritou. Ele queimava por lembrá-la que ela tinha
sido nada profissional com ele na noite passada. Que, quando ele a
beijou, ela se derreteu. Como ela estava derretendo agora. Ele
exultou quando ela se arqueou contra ele, agarrou seu casaco, e
deixou-o mergulhar em sua boca sedosa com a língua. Gemendo
baixo em sua garganta, ele arrastou todo seu esplendor contra ele. O
aroma quente e doce dela o intoxicava. Era diferente de qualquer
outra mulher, não era um perfume enjoativo, mas flores ou apenas
algo suculento e delicioso. Laranjas e mel ... algo em que um homem
podia cravar os dentes.
Ele queria afundar seus dentes dentro dela. Movendo a boca
ao longo de sua mandíbula, ele mergulhou no perfume inebriante
que era Annabel. Ele procurou a pele macia de seu pescoço, então o
tentador lóbulo de sua orelha. Quando ele mordeu de leve, ela deu
um suspiro a plenos pulmões, e suas mãos apertaram a lapela do
seu casaco.
—Certamente eu já dei graças o suficiente por toda sua...
ajuda, meu senhor ...— ela sussurrou.
—Então é a minha vez de lhe agradecer por sua ajuda.—
Seus beijos abriram uma trilha pelo seu pescoço. —Eu não fiz nada
para merecer tal agradecimento extravagante.
—Você está me beijando.— E fazendo seu sangue ferver e
seu corpo enrijecer.
—Dar beijos... em agradecimento por beijos...— Ela respirava
pesadamente contra sua bochecha. —Isso pode ser perigoso. Onde
é que isso acaba, afinal?
Ele sabia onde ele gostaria que acabasse. Com ela em sua
cama, suas coxas pálidas se separando para deixá-lo entrar, seu
corpo pressionando-se contra o seu para encontrar o prazer. Seu
prazer mútuo.
Ele se decidiu por encher uma mão com seu seio.
Ela congelou. —Aí não é onde isso deve acabar— disse ela,
agarrando a mão para movê-lo de lado.
Com um grunhido, ele tomou sua boca novamente, desta vez
mais rudemente, sentindo que apesar de suas palavras, era ousadia
que ela queria, não hesitação ou ternura. Ele devia ter adivinhado
corretamente, pois a mão dela suavizou, em seguida, moldou-se ao
seu junto ao seio.
Por Deus, ela estava tão ansiosa quanto ele, o que aumentou
sua febre. Ela podia ser fria com ele em torno de sua família, mas ali
sozinha, ela estava quente e disposta, levando-o à loucura.
Ele massageou o seio até a sua doce pedrinha do mamilo se
ergueu contra a palma da sua mão, palpável em sua excitação,
mesmo através de suas camadas de roupas. Seus baixos gemidos
provocaram-lhe uma sensação dolorosa, até que ele se viu
pressionando-a contra a parede do lado da porta semi-fechada,
cobrindo seu corpo com o seu, empurrando entre suas pernas.
—Tia Annabel? Lorde Jarret? Vocês estão aí?— Veio uma voz
do outro lado da porta, a centímetros de distância deles.
Ele mal teve tempo para libertá-la e afastar-se antes que
George entrasse pela porta e os visse.
Annabel ficou vermelha, seu olhar acusador pulando para
Jarret.
Droga, droga, droga. O mais discretamente possível, ele tirou
o chapéu para esconder sua evidente ereção.
—O que está acontecendo aqui?— George perguntou
abruptamente.
Com um sorriso forçado, Annabel disse: —Sua senhoria e eu
estávamos discutindo... sua mãe.— Os lábios de George estavam
pressionados em uma linha. —A mãe está doente. Você tem que vir.
—É claro.— Annabel tocou uma mão em seu cabelo
irremediavelmente despenteado, então empurrando Jarret passou ao
redor da porta. Ela parou no corredor para olhar para trás, a seu
sobrinho. —Você vem, Geordie?
Os olhos escuros do rapaz de nunca deixaram Jarret. —Eu
estarei lá em um momento.
Jarret sufocou uma maldição. Ele estava agora a ser
censurado por uma criança? Não era malditamente possível. Não era
da conta do rapaz o que ele e Annabel faziam em privado.
George fechou a porta e olhou para ele. —Eu gostaria de
saber, meu senhor, quais são suas intenções para com a minha tia.
Suas intenções? Bem, isso certamente colocou um freio sobre
sua excitação.
Ele jogou seu chapéu sobre uma cadeira. —Eu não sei o que
você acha que viu, rapaz, mas...
—Eu consigo ver quando um homem acaba de beijar uma
mulher— disse George veemência.
Se o menino não parecesse tão sério, Jarret teria rido
abertamente. —Oh, você consegue, mesmo?— Ele nivelou George
com um olhar cético. —Você tem uma grande experiência no
assunto, suponho.
Embora George corasse, ele se manteve firme. —Não é
preciso experiência não sou cego. E você tem uma certa reputação
com mulheres.
—Também já ouvi.— Ele olhou o rapaz do alto. —Mas a
reputação de sua tia é irrepreensível. Certamente você não acha que
ela permitiria.
—Permitir? Não. Isso não significa que você não poderia ter...
bem...
— Você está me acusando de forçar atenções a sua tia?
George enrijeceu. —Eu sei o que vi.
—Você não sabe droga de coisa nenhuma, menino — Jarret
devolveu. —O que ocorreu entre eu e sua tia é negócio nosso, e
você não tem direito a nenhuma palavra a respeito.
—Você é quem disse que eu devia começar a pensar como
homem.— O rapaz endireitou os ombros. —Então é isso que eu
estou fazendo. Se o pai estivesse aqui, ele faria a mesma coisa. E se
suas intenções não são honestas
—E se elas forem?— Jarret estalou. Por que diabos que ele
disse isso?
George olhou para ele, uma luz de esperança em seus olhos.
—Bem, então, seria diferente.— Quando não respondeu Jarret,
George olhou-o com cautela. —Então você está dizendo que suas
intenções são honrosas?
Jarret fez uma careta, sentindo-se encurralado. Por que ele
tinha de se defender diante a um deslambido filhote, pelo amor de
Deus? Ele fazia o que queria, maldição, como sempre fazia, e usaria
a sugestão do filhote chato para sua própria vantagem.
—Sua tia e eu temos algumas coisas para acertar, então eu
agradeceria se você puder manter minhas intenções em segredo,
George.
Ele não poderia aceitar que o menino fosse correndo a
Annabel e dizer-lhe que Jarret estava a cortejá-la, por amor de Deus.
O menino assentiu.
—Bom. — Jarret apontou para a porta. —Agora é melhor
irmos ver sua mãe.
—Sim, senhor.— Como eles começaram a chegar à porta,
George olhou para Jarret. —Você sabe, se você casar com a minha
tia, você vai ser meu tio.
Ele abafou um gemido. —Sim, creio que vou.
Deus o ajude, que provavelmente exista um inferno especial
reservado para um homem que deliberadamente mente para um
menino de doze anos de idade. E que cobiça a tia virginal do menino.
E não tinha intenção de parar de mentir ou de cobiçar.
Enquanto caminhavam para o quarto dos Lake — ouviu sons
de vômito violento. George apressou seus passos, o rosto lívido.
Quando o rapaz abriu a porta, Annabel correu ao encontro deles. Ela
fechou a porta atrás dela, mas não antes de Jarret vislumbrar a Sra.
Lake debruçada sobre um penico.
Uma onda de raiva o fez cerrar os dentes. Se ele tornasse a
ver aquela maldita cadela fofoqueira da Sra. Cranley novamente, ela
teria um inferno a pagar.
—Como ela está?— Ele perguntou a Annabel.
—Temo que não muito bem.
—Há algo que possamos fazer?— Jarret perguntou.
—Se você pudesse fazer ao estalajadeiro que busque um
médico.
—Feito. — disse Jarret.
O medo se espalhou sobre as bochechas pálidas de George.
—Eu quero vê-la.
—Não agora, Geordie.— Annabel bagunçou o cabelo do
rapaz com uma ternura que fez apertar a garganta de Jarret. —Ela
quer ficar sozinha comigo agora. Vai ficar bem, uma vez que a carne
ruim sair dela.
Mas Jarret podia dizer pelo seu tom de voz que ela não estava
totalmente convencida.
—Digo a você, rapaz— disse ele —por que não vamos achar
um médico para sua mãe e em seguida jantar?— Ele olhou para
Annabel. —Você quer alguma coisa?
Ela balançou a cabeça. —Eu não conseguiria comer agora.
Você dois vão.
O estalajadeiro imediatamente mandou chamar um médico,
então insistiu em oferecer-lhes o jantar de graça. Eles comeram em
silêncio.
Quando o servo trouxe uma torta de groselha, George ferrou a
cara, parecendo que poderia chorar. —Mãe adora torta de groselha.
—Então vamos nos certificar de conseguir-lhe um pedaço
assim como ela se sentir melhor.
George ergueu o olhar para Jarret. —Não há nada que
possamos fazer?— Sua expressão tornou-se feroz. —Nós
poderíamos voltar e fazer o policial punir a Sra. Cranley.
Jarret certamente compreendia o impulso. —E o que
aconteceria se sua mãe precisar de nós enquanto estamos fora? E
se a sua tia tiver que enviar-nos a buscar o seu pai? Temos de ficar
aqui no caso de sermos necessários.
—Eu suponho.— Ele olhou abatido em seu prato. —Tia
Annabel não vai chamar papai, no entanto. E ele não viria, mesmo
que ela o fizesse.
—Por que não? Ele está muito doente para viajar? —Jarret
perguntou.
George lançou-lhe um olhar feroz. —Eu não quero falar sobre
ele, que exploda! Já é ruim o suficiente que mamãe esteja doente, e
ela poderia m-morrer, mas o Pai ...
O menino começou a chorar, alarmando Jarret. —Olhe aqui,
ela não vai morrer.— Não sabendo mais o que fazer, ele colocou o
braço sobre os ombros ossudos de George e apertou. —Ela vai ficar
bem. Ela só precisa de descanso, e então ela vai estar nova em
folha.
Tudo que George parecia ser capaz de fazer era acenar com
a cabeça. Jarret conseguia entender o pânico de George em relação
à sua mãe, mas sua reação à menção da doença de seu pai parecia
descabida, dada a declaração de Annabel de que não existia risco de
vida.
Jarret ficou tenso. E se esse fosse o segredo que Annabel
estava escondendo? Se seu irmão estivesse morrendo, isso
explicaria a incapacidade do homem de enviar uma carta de
apresentação com ela e por que todos eles ficavam tão inquietos
sempre que seu nome era citado.
Mas por que manter esse silêncio? Talvez porque ela temesse
que Jarret fosse se recusar a uma aliança com uma cervejaria que
estava prestes a ser vendida? Ou preocupada que ele pudesse
tentar comprar o lugar a um preço baixo se ele descobrisse o quão
ruim Lake Ale estava?
Ele bufou. Ela não tinha nada a temer quanto a isso. Plumtree
Brewery não tinha liquidez agora para comprar outra cervejaria.
Mas ele também não poderia envolver-se no esquema de
Annabel se o proprietário legal não tiver condições de conduzir o
projeto. Isso seria um pesadelo contratual.
Ele olhou para George, agora furtivamente esfregando o
restante de suas lágrimas, e se perguntou se ele devia pressionar
ainda mais o menino.
—Por que não jogamos cartas, rapaz? Vai passar o tempo até
sua tia ou o médico poder dar-nos um relatório.
—Uh, está bem. E talvez você possa me contar sobre o seu
irmão? Você sabe, aquele que corre com cavalos?
—Absolutamente— disse Jarret.
George lançou-lhe um sorriso largo, e Jarret foi levado de
volta para as horríveis semanas que seguiram a morte dos pais,
quando ele tinha encontrado sustento na bondade, mesmo que
mínima, de estranhos.
Dane-se tudo para o inferno. Ele não podia atormentar o rapaz
ainda mais, seria cruel no momento. George estava para estar em
pânico, com medo de ver ambos os pais perecerem, deixando-o
sozinho no mundo. Jarret teria de enfrentar Annabel sobre isso
quando o resto desta bagunça se resolver.
Cinco horas mais tarde, quando ela desceu procurando por
eles, ela teve o prazer de encontrá-lo divertindo George. Ela deu um
leve sorriso, enquanto observava-os jogar Pope Joan, mas sua
aparência alarmou-o. Mechas de cabelo estavam espalhadas por
suas bochechas pálidas, e seus olhos estavam entorpecidos de
preocupação.
—Tia Annabel!— Geordie gritou, saltando da mesa. —Como
está a Mãe?
—Ela está dormindo agora. — disse ela, lançando um olhar
velado a Jarret.
Isso não era resposta, e ambos sabiam disso. Ele se levantou
e estendeu uma cadeira para ela. —Venha, sente-se. Você está
horrível.
Ele estremeceu no minuto que as palavras saíram de seus
lábios. Era uma demonstração do quão frustrante era a situação para
fazê-lo dizer algo tão rude.
Ela arqueou uma sobrancelha. —Que adulador. Você vai me
fazer desmaiar.
—Desculpe, — disse ele. —Eu não quis dizer do modo como
soou. Mas você precisa comer. Sente-se, e vou pedir alguma coisa.
—Ainda não. Sissy ainda está febril. Talvez mais tarde,
quando tiver certeza que ela vai ficar bem.
—Não, agora— ele disse com firmeza e pressionou-a para a
cadeira. —Você não vai ajudar sua cunhada se você também cair
doente.
Ela relutantemente concordou, mas, quando o servo trouxe-
lhe pombo e ervilhas, ela só brincou com eles. —Na verdade, eu
desci para pedir um favor a você, meu senhor.
Ele queria que ela parasse com o meu senhor, um disparate.
Sua mão estava sustentando seus seios apenas algumas horas
atrás. —Tudo o que você precisar.
—Estaria bem se Geordie dormir em seu quarto esta noite?
Ele hesitou meio segundo, mas seria um bastardo se
recusasse. —É claro.— Jarret forçou um sorriso.
—Mas tia Annabel, eu quero dormir com você e Mãe!— O
rapaz protestou.
—Você vai descansar melhor se dormir no quarto de sua
senhoria. — disse ela, cansada. —E também ela.— Isso
provavelmente era verdade. Jarret não iria descansar muito bem,
sem dúvida, mas ele não devia reclamar, sob as circunstâncias.
—Vamos, rapaz, seja homem. Homens não dormem com suas
mães, não é?
George engoliu, depois estreitou os ombros. —Não, creio que
não.
—Não se preocupe conosco. — disse Jarret a Annabel. —Nós
podemos nos entreter. Vamos drenar um par de jarras de cerveja,
apostar no vinte-e-um com os rapazes daqui, e cair em cima de uma
ou duas empregadas da chouperia.
Uma risada explodiu de Annabel. —Eu suponho que você
acha que é engraçado. — disse ela, tentando recuperar sua cara
séria.
—Tirei uma risada de você, não é?— Ele demorou.
—Só porque eu estou tão cansada que qualquer coisa me
faria rir. — ela admitiu. Mas olhava com carinho para ele, o que fez
algo inquietante em seu interior.
—Tente dormir um pouco. — disse ele em voz baixa, tentando
não pensar como ela ficaria deliciosa em uma camisola transparente
e pés descalços. —Nós vamos ficar bem, eu juro.
—Obrigada por cuidar dele.— Annabel levantou-se. —É
melhor eu ir para cima. O médico me deu um elixir para administrar a
cada duas horas.
Ela dirigiu-se para as escadas, então virou-se para lançar-lhe
um olhar de desculpas. —Oh, e eu devia avisá-lo. Geordie chuta.
—Então eu vou chutá-lo de volta. — respondeu Jarret. Com o
grito horrorizado de Geordie, ele riu. —Estou brincando, rapaz. Eu
me viro.
Ainda assim, parecia que seria uma maldita de uma longa
noite.
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Jarret mal abafou uma maldição. Mas a verdade era que fosse
um milagre o rapaz manter sua boca fechada por tanto tempo.
Meninos de doze anos de idade não eram conhecidos por serem
discretos.
Sra. Lake agora considerou Jarret com essa expressão que
tem todas as matronas quando elas pensam ter um peixão no
gancho.
Annabel apenas olhou estupefato.
Então é claro que George tinha que piorar. —Sinto muito,
senhor. E-eu não queria deixar o gato sair do saco.
Os olhos de Annabel se estreitaram em Jarret. Que o diabo
carregasse o garoto.
—Eu estava prestes a procurar uma tenda de chá, Geordie. —
Sra. Lake disse suavemente, apertando a mão no ombro do rapaz.
—Por que você não me ajuda?
—M-Mas eu preciso explicar.
—Eu acho que você já fez o bastante. Agora venha.— Dando
um olhar significativo para Annabel, Sra. Lake acrescentou: —Não se
afaste muito, minha querida. Parece que uma tempestade está se
formando.
Mais que um tipo, infelizmente. Depois que a Sra. Lake levou
o menino, Annabel colocou as mãos nos quadris. —Do que Geordie
estava falando?
Confrontado sem nenhuma escolha melhor, Jarret decidiu
fazer o que seu falecido pai sempre fazia quando confrontado pela
sua mãe. Fugir.
—Não sei do que você está falando.— Ele foi para a rota de
fuga mais próxima, caminhando cegamente trilha abaixo.
Apanhando as saias, ela se apressou para acompanhar seus
passos largos. —Responda-me! De onde Geordie tirou a ideia que
você deseja se casar comigo?
—Por que você não pergunta para ele?— Ele estalou,
estranhamente relutante em mentir para ela.
—Eu estou perguntando a você! Você disse algo para ele, não
foi? Depois dele nos encontrar juntos?— Droga, droga, e droga. Pior
ainda, o céu escurecia acima das cabeças.
Hora para outra das táticas do Pai, o contra-ataque. Ele parou
para encará-la com um olhar frio. —Eu vou responder a sua
pergunta, se você responder a minha. Seu irmão está morrendo?
Funcionou. Ela empalideceu, em seguida, adiantou-se a ele
pela trilha. Então ela que pensava escapar agora, não era? O diabo
que ia.
Ele alcançou-a em um par de passos. —Bem. — ele
pressionou.
—O que lhe deu a ideia de que Hugh está morrendo?— ela
perguntou em tom tenso.
—George parecia excessivamente preocupado com a doença
de sua mãe. E quando eu mencionei que seu pai poderia ser
buscado, ele disse que você não iria querer fazê-lo. E disse que seu
irmão não viria mesmo que você o buscasse.
Ela olhou horrorizada. —Eu não posso acreditar que ele disse
isso! Claro que Hugh viria.
—Eu tenho a impressão, — insistiu ele—que o pai dele pode
estar muito doente para vir. E ocorreu-me que se o Sr. Lake está
morrendo.
—Ele não está morrendo, está bem? Seu problema é
meramente temporário, como eu disse a você. Ele vai estar pronto e
ativo a qualquer momento.
Apesar de suas palavras soarem à verdade, ele precisava de
mais. —Então por que George parece pensar diferente?
—Eu não tenho ideia. Ele sabe das coisas. — Ela franziu o
cenho. —Mas, como a maioria dos meninos de sua idade, ele tende
a exagerar para o efeito dramático.
Bem, isso era certamente verdade. Jarret lembrava bem
daqueles dias. —Ele não exageraria tanto se você e a mãe dele
parassem de mimá-lo tanto. Não é bom um rapaz dessa idade ser
mimado. Eles começam a pensar que estão no centro do universo, e
tudo relacionado a eles torna-se uma questão de grande importância.
—Isso é ridículo. Nós não o mimamos nem um pouco.
—Sério?— Eles tinham deixado o mercado e estavam
caminhando ao longo de uma estrada rural deserta, cercada com
casas muito pequenas e celeiros de madeira envelhecida cinza. —
Ele já é velho o suficiente para entrar em Eton, mas ele ainda não
sabe quando está sendo enganado.
—Nem eu sabia que ele estava sendo enganado. Eu nunca
tinha ouvi falar do golpe da ervilha.— Seu tom ficou ácido. —Nós não
temos trapaceiros e fraudes em cada esquina, em Burton, como você
aparentemente vê por Londres.
—Ele deveria estar na escola agora, aprendendo como
funciona o mundo.
— Eu concordo. Infelizmente, eu... não podemos nos dar ao
luxo de mandá-lo para a escola. Não com a cervejaria sofrendo.
—Então diga a seu irmão para contratar um tutor, pelo amor
de Deus. E dar-lhe algum espaço para respirar e ser um menino.
Pare de prendê-lo.
Ela fungou. —Esse é um grande conselho, vindo de um
homem que cresceu selvagem, porque não tinha ninguém cuidando
dele. Um homem que ainda se comporta como um garoto, porque
tem medo de crescer.
Ele parou no meio da rua. Ela o via como um estudante? —Eu
sinto muito. — ela continuou apressadamente. —Eu não devia ter
dito isso.
Ele olhou para ela. —Eu não pedi para servir de babá para
seu condenado sobrinho. Isso foi ideia sua. Então, se você não gosta
de como eu faço isso, Deus sabe que eu tenho coisas melhores para
fazer.
A consternação mostrou-se em seu rosto. —Tudo bem. Não
vou mais impô-lo a você.— Tentando não se reter no incômodo que
sentia com a reação dela, ele começou a andar novamente. Ela
seguiu. —Você tem alguma ideia de onde está indo?
—Não. — ele rosnou. —Nem me importo.
Como se a natureza conspirasse para fazê-lo se importar, as
primeiras gotas de chuva caíram grossas em seu casaco. Maravilha.
—Talvez devêssemos voltar para a cidade. — ela se
aventurou.
Mesmo enquanto falava, a chuva começou a bater sobre eles.
—É muito tarde para isso. — ele murmurou. Enxergando um celeiro
próximo, ele puxou-a para lá. O cheiro de cavalos e feno fresco
assaltou-os enquanto adentravam a estrutura mal iluminada. —
Parece estar vazio. Todo mundo já deve ter ido para o mercado.
— Bom,— disse ela com sarcasmo. —Agora você pode
responder à pergunta que está evitando. O que disse à Geordie para
fazê-lo pensar que você e eu vamos nos casar?
Ele amaldiçoou sob sua respiração. Ele devia ter percebido
que suas distrações não funcionariam por muito tempo. —George
não é uma criança pelo qual o trata. Ele compreende muitas coisas.
—Ah, eu estou bem ciente disso. Então, o que exatamente ele
entende?
— O suficiente para adivinhar que você e eu andamos nos
beijando. —
Ela empalideceu. —Oh, Deus!
—Ele me perguntou se minhas intenções para com você são
honradas. —,Jarret disse entre dentes. —Tinha que lhe dizer algo.
—Você poderia ter tentado lhe dizer a verdade. — disse ela no
tom elevado que usava quando achava que tinha a moral em alta.
Ele sentiu seu temperamento subindo. —A verdade?— Ele se
virou para ela. —Que a minha única intenção em relação a sua tia
era carnal: é isso que você queria que eu dissesse?
Ela piscou. — Eu... bem... não, eu não acho que teria sido
uma boa ideia.
Ele andou em sua direção. —Eu poderia ter dito que se as
coisas fossem do meu jeito, você já teria passado uma noite em
minha cama.
Um rubor se espalhou sobre o rosto bonito. —Não, eu
certamente não gostaria que você...
—Eu poderia ter dito a ele que não posso manter minhas
mãos longe de você.— Ele a pegou pela cintura, seu rumor intenso
inflamou seus sentidos, excitando-o. —Eu poderia ter dito que só
penso em fornicar com você até deixá-la sem sentidos. Que eu fico
acordado à noite imaginando como seria tê-la debaixo de mim. Isso
teria satisfeito seu senso de verdade e honra?
—Isso definitivamente não teria...
O som de vozes do lado de fora do celeiro deteve a gagueira.
—Danação. — ele murmurou. —É só o que precisamos,
alguém encontrar-nos aqui e pensar que estamos tentando roubar
seus cavalos.— Ele viu a escada que conduz ao mezanino. —Vamos
lá. — ele rosnou e arrastou-a em direção a ele, em seguida,
empurrou-a para cima.
Felizmente, ela era uma escaladora ágil. Eles tinham só
chegado ao topo quando ele ouviu a porta do celeiro abrir. Arrastou-a
para debaixo da palha, ele segurou um dedo sobre os lábios.
Os homens estavam discutindo a venda de um cavalo, mas
Jarret não prestou nenhuma atenção à conversa. Ele estava muito
consciente do fato de que Annabel estava por baixo dele, o rosto
corado na luz fraca e seu cabelo um redemoinho escuro contra a
palha dourada. A chuva fria tinha tornado seu vestido fino quase
translúcido e ele podia ver as pontas duras de seus mamilos tensos
contra o pano.
De repente, ele não se importou com George ou a cervejaria,
ou o que ela estava escondendo sobre seu irmão, ou qualquer outra
coisa. Ele se importou apenas com aquele olhar morno, ciente sobre
ele, tentando-o à loucura.
Incapaz de se conter, ele traçou sua boca suave com o dedo,
o sangue rugindo em suas veias. Ela era a menina do interior em seu
elemento, madura para uma queda no feno, perfeitamente em casa
em um celeiro. A tentação era muito potente para resistir. Com o
cheiro de terra e de cavalos misturado com seu perfume doce como
mel, ele substituiu seu dedo com os lábios, exultante quando ela
abriu-se a ele, e em seguida, ergueu os braços para rodear seu
pescoço.
Então ele estava perdido para tudo, menos a ela. Abaixo deles
o murmúrio de vozes continuou, mas ele estava muito ocupado
devorando a boca para se incomodar.
Deus, ela era maravilhosa para beijar. Não houve nenhuma
hesitação, nem timidez virginal. Ela oferecia ao homem tudo -
jogava-se de corpo e alma, aberta e entregue. Nada como ele
esperaria de uma virgem. Sua necessidade flagrante espelhava a
sua própria, alimentando seu desejo ainda mais. Ele se esforçou
para pensar, para respirar, para encontrar o caminho através da
névoa de encantamento que ela colocou sobre ele a cada movimento
de seu corpo delicioso.
Aproveitando-se da necessidade de silêncio, ele beijou
trilhando a coluna do seu pescoço até onde apenas uma espuma de
rendas escondia pela metade os montes superiores de seus seios.
Ele levantou a cabeça para trocar olhares com ela e soltou o laço,
em seguida, empurrou para baixo seu vestido úmido e o bojo do
espartilho, deixando-a de camisa.
Sua respiração ficou irregular, mas ela não resistiu, nem
mesmo quando ele abaixou a boca para capturar um mamilo através
da camisa. Enquanto ele lambia seu mamilo, ela soltou um suspiro
suave.
Mas suas mãos o puxavam perto, e esse era todo convite de
que precisava. Enquanto agradava um mamilo com a boca, ele
acariciava o outro com a mão. O corpo dela estava tenso contra ele,
suas mãos o ancoravam para ela. Ela queria mais. Ele precisava de
mais, queria dar-lhe muito mais.
Quando ele puxou e soltou os laços de sua camisa, ela olhou
fixamente para ele, seus olhos tão escuros quanto a luxúria profana
e furiosa que sentia. Baixando a camisa, ele olhou seus seios nus, e
seu coração estremeceu.
Maldição, ela era linda. Seus seios eram tão generosos
quanto ele pensava, com grandes mamilos rosados implorando para
serem chupados e provocados. Ele inclinou a cabeça para lamber
um, depois o outro, antes de acariciar a carne úmida com os dedos.
Os sons suaves eram meio suspiro, meio gemido.
Era a coisa mais erótica que ele já tinha ouvido. Seu pênis
endureceu como pedra contra sua coxa. —Meu Deus, Annabel ...—
ele gemeu contra seu peito.
As vozes de baixo pararam, e por um momento de pânico, ele
pensou que tinha sido ouvido. Então a porta se abriu e fechou abaixo
deles. Os homens haviam deixado o estábulo.
Ela empurrou-o com um olhar incerto.
—Talvez você devesse... deixe-me agora ...— ela sussurrou,
embora ela não tentasse arrumar suas roupas.
—Sem chance. — ele murmurou. Seus olhos se arregalaram.
—Por quê?
Ele deu uma risada estrangulada. —Por que você acha?—
Ignorando as mãos contra o peito dele, ele abaixou a cabeça para
esfregar duramente seu mamilo, fazendo-a arquear-se contra ele.
—Nós não deveríamos estar fazendo isso... — ela murmurou,
mas suas mãos escorregaram para agarrar seus ombros.
—Eu quero tocar em você.— Erguendo seu corpo sobre dela,
ele puxou para cima suas saias. —Deixe-me tocar em você.
Um tremor percorreu-a, então seus olhos se fecharam. —Sim
... por favor ...
Annabel sabia que era perigoso encorajá-lo. Isso poderia
facilmente sair de mão, e ela podia encontrar-se na mesma situação
de 13 anos atrás. Só que desta vez o homem que a engravidava ia
quebrar seu coração, pois Jarret era o tipo que a levaria para cama e
a esqueceria.
Até o momento, ela conseguiu resistiu a seu charme. Mas se
partilhasse intimidade com ele, isso seria impossível. Ela não podia
compartilhar a cama com um homem e esquecê-lo.
Ainda assim, havia muito que um homem a tinha tocado desta
forma, e ele incitava-a a revoltar-se. Era difícil não responder.
Especialmente depois das coisas doces que ele dissera, sobre como
ele pensava nela, como a desejava. Nem mesmo Rupert nunca havia
a cortejado com tais palavras, e ela não tinha percebido o quanto
ansiava por isso.
Ninguém sabia que eles estavam ali, depois de tudo. Ninguém
sabia que ele estava fazendo essas coisas. Dera-lhe licença para ser
seduzida.
Seus lábios sussurravam em seu rosto. —Eu prometo não
arruiná-la.— As palavras a assustaram. Como ele poderia arruiná-la?
Oh, sim. Ele pensava que ela era virgem. E a verdade era que
se sentia como uma virgem com ele. Ou pelo menos uma mulher que
tinha meio que esquecido de como era a sensação de estar com um
homem tão intimamente.
—Tudo bem. — ela murmurou.
—Eu só quero ver você chegar ao seu arrebatamento.
—,disse ele com voz rouca, e enfiou a mão dentro de suas calções
para tocá-la entre as pernas.
Seus olhos se abriram. —O que?
Seu ofuscante rosto bonito mostrava uma fome crua que
clamava pela dela. —Durante três noites, eu tenho ficado acordado
na cama imaginando-a enquanto a possuo. Quero ver se
corresponde a minha imaginação. — Quando ela enrijeceu, ele
acrescentou, — Eu sei que eu não posso te tomar ... mas posso dar-
lhe prazer.
Ele esfregou seu lugar mais privado, e ela soltou um gemido
de puro prazer. Com um sorriso, ele acariciou seu ouvido. —Deixe-
me vê-la desmoronar em minhas mãos, querida.
O tratamento carinhoso fez crescer uma emoção perigosa em
sua garganta. — Eu suponho que seria... tudo bem. — disse ela,
terminando a palavra em um guincho quando ele tocou-lhe a carne
com um golpe particularmente hábil.
—Tudo bem?—disse, mostrando o riso no rosto. —Eu
prometo a você, minha linda duende, será muito melhor do que bem.
— Com cintilantes olhos, ele deslizou para baixo de seu corpo.
—O que você está fazendo?— Ela sussurrou, perplexa.
—Eu quero provar você.
—Onde?
Em resposta, ele inclinou a cabeça para lamber a parte onde
sua mão havia acariciado.
—Ohhhh...— ela respirava. Que espantoso! Quem diria que
um homem podia fazer uma coisa tão escandalosa?
Quem diria que seria tão bom?
Segurando suas coxas abertas, ele metralhou suas partes
íntimas com a língua. Um grito de prazer e surpresa escapou. Era
tão... intenso. Ela não tinha sentido nada tão intenso com Rupert.
Mas, então, Jarret não era um menino desastrado do interior.
Ele sabia exatamente como inflamar os sentidos de uma mulher. E
que mal faria permiti-lo? Quando ela iria ter outra oportunidade como
essa, de ser livre, selvagem, e desejar?
Sua língua mergulhou e rodou, fazendo-a ansiar, desejar. Ela
lembrava-se do desejo, mas não que podia ser tão intenso. Apenas
metade ciente do que fazia, ela girou seus quadris para cima para
ganhar mais, sentir mais.
Ele riu. —Você gosta disso, não é?— Ela corou, mas de
alguma forma conseguiu um aceno de cabeça.
—E isso?— Ele chupou em uma parte particularmente
sensível de sua carne, e ela quase enlouqueceu. —Você gosta
disso?
— Você... sabe... que sim. — ela engasgou enquanto a
sensação a inundou, feroz e quente, fazendo-a se contorcer debaixo
de sua boca.
—Queria ter certeza. — ele murmurou, em seguida, saqueou-
a com seus lábios e língua e dentes mais a sério.
Oh, bom Deus, o que ele estava fazendo com ela? Suas
memórias com Rupert eram de sensações vagamente prazerosas,
uma sensação de proximidade, uma espécie de prazer silencioso.
Isto era descaradamente, abertamente, corajosamente carnal.
Ele a fez querer saltar, subir, explodir de suas roupas, de sua pele.
— Jarret, por favor...— ela gemeu, enterrando os dedos em
seu cabelo úmido, segurando a cabeça entre as pernas.
—Pegue o que quiser, Annabel. É seu. Você apenas tem que
entender isso.
De alguma forma, ela entendeu exatamente o que ele quis
dizer. Ela podia sentir o crescimento de um prazer que estava
brilhante pouco além de seu alcance. Cada golpe da língua trazia
mais perto... se ela pudesse esticar... mais ... mais...
Oh, sim!
Uma sinfonia de sensações trespassou seu corpo, arrastando
um grito de lamento de seus lábios. Bom Deus no Céu! Era
glorioso... incrível... Foi além de qualquer coisa que ela já sentiu. Seu
corpo tremia com a força de sua libertação, ela apertou os dedos no
emaranhado lindo de cabelos negros e sedosos.
Levou um tempo para recuperar o fôlego e sua sanidade.
Quando ela confiou-se a olhá-lo, encontrou-o seus olhos nela. Calor
subiu em suas bochechas.
Ele deu aquele sorriso malandro, que mostrou suas covinhas.
—Você é tão adorável quando atinge o pico de seu prazer. Toda
rosada e vermelha. — Ele deu um beijo em sua coxa. —Aqui.— Ele
deslizou para cima ao lado dela para beijar o peito exposto. —E aqui.
— Ele beijou sua garganta. —Mesmo aqui.
—E você?— Ela sussurrou, envergonhada pela atenção que
ele estava dando à resposta de seu corpo. —Como você parece
quando você atinge o pico de seu prazer?
Quando ele empurrou de volta para olhá-la, ela amaldiçoou
sua língua rápida. Uma virgem não diria isso. Virgens eram muito
ansiosas para se preocupar se o homem tinha prazer. Elas não eram
cientes de que um homem podia ter prazer sem arruiná-las.
Ele não devia perceber que ela era casta, ou ele aproveitaria
ao máximo. A única coisa entre ela e outro filho ilegítimo era a
crença de Jarret que ela era virgem.
— Eu-eu...
—Minha proposta é... — disse ele, com os olhos virando em
um verde brilhante enquanto ele pegava sua mão e colocou-a em
suas calças. —Por que você não descobre por si mesma?
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Uma hora depois, quando Jarret chegou, Hugh ainda estava
desacordado em sua cama, graças aos céus. Annabel havia se
assegurado de que Dr. Paxton, que relutantemente concordou em
ajudar, estivesse na porta do quarto de Hugh quando Jarret
apareceu.
Ela fez um leve sinal ao médico, que clareou a garganta. —
Dei láudano para seu irmão, para ajudá-lo a dormir, Miss Lake. Se
sentirá melhor esta noite.
—O que ocorre?— perguntou Jarret.
—Oh, você chegou!— ela fez as apresentações, depois pôs
uma expressão preocupada, que não era inteiramente fingida. —
Temo que Hugh esteja sendo difícil. Quando contamos que você
estaria no jantar, ele insistiu em ir também. Mas Dr. Paxton esta
preocupado que seja demais para ele. Em realidade, opôs
completamente a menos que Hugh descanse esta tarde.
—E quanto à nossa reunião?— A voz de Jarret estava imersa
em desconfiança.
Ela abriu a porta, mostrando um Hugh que roncava. Ela e
Sissy haviam pegado umas misturas do Dr. Paxton e pulverizado
pelo quarto, fazendo-o cheirar a quarto de doente. Agora ela só tinha
de rezar para que Hugh não acorde antes de Jarret ir embora.
—Como pode ver, ele não está em condições de discutir
negócios. Mas de manhã estará perfeitamente bem. Além disso,
você terá uma ideia melhor que poderá planejar e propor após
conhecer a cervejaria esta tarde, não concorda?
Ele considerou. —Imagino que sim.
—Ele não deve ser sobrecarregado, meu senhor.—
Intrometeu-se Dr. Paxton. —Uma reunião de negócios seguido de
um jantar de negócios será demais para sua constituição.
— Obrigada Dr. Paxton.— disse Annabel, dando a este senhor
um olhar grato. — Agradeço sua ajuda.
—É claro, Miss Lake.
Ela pegou o braço de Jarret e conduziu-o escada abaixo. —
Lamento atrapalhar seus planos, mas Hugh estava inflexível para
comparecer ao jantar.Sentiu que seria rude deixa-lo ir só, uma vez
que se considera seu anfitrião.
Chegaram ao saguão. —Vou levá-lo a cervejaria,— ela
continuou—e poderá passar a tarde na companhia de Mr. Walters.
Depois, de noite o encontraremos no jantar, se tiver arranjado um
convite.
Jarret pegou seu casaco do valete e ajudou-a a vestí-lo. —
Bass foi gentil o bastante para me incluir, sim.
Claro que foi, pensou ela, ácida. Mr. Bass estava
provavelmente pulando de alegria por ter a companhia do filho de um
marquês.
Enquanto deixavam a casa, Jarret deu-lhe um olhar sombrio.
—Estou-lhe avisando Annabel, não deixarei a cidade antes de falar
com seu irmão.
—Claro que não. Ele também quer falar com você.— Disse
calmamente. De qualquer modo ele iria querer depois que ela e
Sissy tivessem falado com ele.
Andaram por um curto trecho em silêncio. —Me diga,— falou
ele enfim. —Pediu-me para ficar na estalagem por temer estar
comigo na casa? Teme que eu... tentasse beijá-la novamente?
Ela aspirou, esta certamente não era a pergunta que
esperava. Estranhou que ele interpretasse a situação daquela forma.
Mas funcionava a seus propósitos, de modo que deixaria que
continuasse pensando assim.
Ao invés, ela ouviu-se dizendo, —Honestamente, não tinha
me ocorrido. Mais agora que mencionou...
—Não se preocupe. Deixou-me clara sua posição. Não
costumo forçar mulheres a fazer nada.
—Nunca pensei que o fizesse.
—Nem mesmo quando propus a aposta?
—Não estava forçando. Eu poderia ter recusado.
—Esperava que o fizesse.
Ela não pôde evitar um sorriso. —Eu sei.
O ar realmente estalava entre os dois. Ela estava
dolorosamente consciente de como em seu último encontro, ele a
elevara sua paixão a um patamar que lhe fora desconhecido. Do
ardor em seu rosto ao declarar que não pensava em nada além de
possuí-la...
Oh, Deus, sempre que estava por perto, ele a fazia desejar
que as coisas fossem diferentes. Mas não eram. E ainda havia
Geordie.
Sua garganta estreitou. Sempre devia pensar em Geordie.
—Annabel, eu...
— Aqui estamos. — disse alegremente, não querendo escutar
as mentiras que ele falava para fazer-se sentir melhor quanto a
apenas querê-la em sua cama.
Ele lançou-lhe um olhar enigmático, depois olhou para a
cervejaria. —Estamos mesmo.
Ela apressou-se a entrar, e os aromas do lúpulo e malte a
atingiram,tão docemente familiar que acalmou seus nervos. Sempre
fora assim. O crepitar do fogo sob as caldeiras, o borbulhar do mosto
nos tonéis de cobre, e o aroma de ervas a acalmavam. Ali, sentia-se
em casa.
Ali, ela podia ser ela mesma.
Mr. Walters estava no pequeno escritório atrás do prédio.
Quando ele viu-a da janela, saiu para cumprimentá-la com um
sorriso. Ela apresentou Jarret, explicando o porquê de sua presença
e o que ele gostaria de ver. Afortunadamente, Mr. Walters estava a
par do plano e o aprovara desde o início, de modo que adaptou-se
com pouco incômodo à mudança de planos.
—Bem, então, — ela disse—Vou deixá-los a se conhecerem
melhor.
— Espere. — respondeu Jarret. —Aonde vai?
—Alguém tem de ficar com Hugh enquanto Sissy buscar as crianças
na casa de sua mãe.—Ela sorriu —Mas nos veremos à noite no
jantar.
Sem dar-lhe chance para protestar, ela dirigiu-se para fora da
cervejaria. Lá fora, apressou o passo. Tinham apenas umas poucas
horas para convencer Hugh.
Ao entrar na casa, gemeu ao escutar vozes altas. Hugh
estava acordado.
Encontrou ele e Sissy discutindo no escritório. Graças aos
céus que ela e Sissy haviam concordado em deixar as crianças na
casa da mãe de Sissy até depois da discussão estar encerrada, pois
Hugh estava em um estado digno de ser amordaçado. Estava de
roupão, andando para cima e para baixo pelo quarto, gesticulando
ferozmente. Com seu desbastado cabelo castanho todo arrepiado na
cabeça como um bólide de dente-de-leão e a barba de um dia por
fazer, mais parecia um trabalhador desalinhado que o quieto e
tranquilo estudioso que ela conhecia e amava.
No instante em que entrou, ele voltou-se para ela. —Isto é
tudo sua ideia, não é? Não acredito que foste a Londres pelas
minhas costas para procurar os Plumtree! Você disse que a viagem
era para arrumar uma boa escola para Geordie...
Não temos condições de conseguir uma boa escola para
Geordie, não vê?— ela devolveu aos gritos —Não do modo como
estamos indo.
Um olhar ferido atravessou seu rosto. Desabou na cadeira
atrás da mesa e enterrou o rosto nas mãos. —Eu sei, eu sei, Annie.
— Hugh e papai eram os únicos que a chamavam assim. —A
cervejaria não rende o bastante e falhei com nossa família.
—Não é isso que estou dizendo!— Era assim que todas as
discussões terminavam, com ele recriminando sua inabilidade de
cuidar da família e prometendo mudar. O que nunca acontecia. —
Estou dizendo que devemos fazer algo em relação às nossas
dificuldades.
Ele ergueu a cabeça para encará-la, parecendo um menino
perdido. —Então você se dispôs a fazê-lo, como sempre.
—Não me deixou escolha.— Disse suavemente. —Vi um
modo de salvar-nos e segui.— Quando ele olhou-a com expressão
de desespero, ela aproximou-se, pondo sua mão na dele. —Veja,
estivemos falando sobre isso por meses. ‘Se ao menos pudéssemos
entrar no mercado indiano’, você disse. ‘O negócio com a Índia nos
daria alento’ você disse. O plano era seu.
—Um plano estúpido.
—Não, é um bom plano. Tudo que fiz foi pô-lo nos trilhos.
—Fazendo um pacto com um demônio.
—Ele não é um demônio,— disse resoluta, —e não fizemos
um pacto.
Será que Hugh sabia da aposta? Ela dirigiu um olhar furtivo à Sissy,
que negou com a cabeça. Graças aos céus. —Lord Jarret Plumtree
está disposto a ajudar-nos com os capitães das Índias Orientais. Ele
é um cervejeiro competente e muito familiar com os negócios.
Hugh bufou. —Não foi o que eu ouvi.
—Pois ouviu errado. Sua avó tem confiança nele o bastante
para pô-lo no comando da operação.— Ela segurou sua mão na
dela. —E tenho confiança em você para crer que poderá fazer isso
funcionar. Se você ao menos...— Segurou-se muito tarde.
Os olhos dele escureceram. —Vá em frente, diga. Se eu fosse
mais como nosso pai.
—O quê? Não! Não era isso que quis dizer.— Amaldiçoou o
pai por tudo que havia feito para tornar Hugh assim.
—Claro que foi.— Arrancou suas mãos das dela, levantou-se,
voltando a caminhar.—Pensa que não sei o desapontamento que fui
para ele? Sei o que você e Mr. Walters estão pensando. Que não
consigo salvar a cervejaria por não conseguir lidar com tipos como
Bass e Allsopp, e tampouco com os capitães da Índias Orientais.
Ela olhou-o espantada, chocada por ele acreditar que ela se
sentia assim. Tinha razão em relação ao pai, mas ela? —Juro que
não fazia ideia que pensava...
—Poupe-me Annie.— Sombrio, Hugh aproximou-se da garrafa
de whisky na mesa. —Vejo em seus olhos toda vez que me olha.
Incomoda você que não seja mais como o grande Aloysius Lake...
— O que a incomoda. — disse uma voz baixa da porta, — É a
mesma coisa que incomoda a todos nós, pai.
Ela girou para encontrar Geordie parado à porta com
aparência desesperada.
—É a bebida.— O olhar de Geordie atingiu a mão de Hugh
que erguia a garrafa. —Sempre foi a bebida.
Oh não, porque céus havia Geordie decidido confrontar Hugh
agora?
Cruzando os braços sobre o magro peito, Geordie encarou
Hugh. —Tive de mentir por você, pai. Elas tiveram que dizer à Lord
Jarret que você está doente para fazê-lo ajudar-nos, então tive que
mentir, pois elas tiveram que mentir.
Hugh congelou, o rosto pétreo. Annabel e Sissy tentaram falar
com ele sobre a bebida antes, mas isso sempre fizera piorar sua
atitude de afastar-se do mundo, então desistiram.
Ignorando Geordie, Hugh mirou em Sissy um olhar traído. —
Disseram àquele maldito lorde que eu estou doente?
Geordie não deixou-se ser ignorado. —Não se irrite com elas.
O que mais poderiam ter dito? Que estava bêbado?— O rosto
avermelhou-se de ira. —Que nada lhe importa que não essa.essa
maldita garrafa de whisky em sua mão?
Desta vez Hugh olhou para Geordie, realmente enxergando-o,
e o sangue fugiu-lhe do rosto. —Isso é o que lhe disseram, garoto?
Que sou um bêbado?
—Não me disseram nada. Mas não sou cego. Vejo como
passa suas noites. Todos vemos.— Aspirou lamentosamente. —
Costumava fazer coisas com nós, as crianças. J-jogava cartas, nos
levava a passear e... agora só b-bebe.
Hugh largou a garrafa. —Venha aqui garoto.
Engolindo com dificuldade, Geordie aproximou-se, —Sim,
senhor.
—Então seguiu as mentiras de sua tia e sua mãe, não?
Geordie tinha um olhar teimoso no rosto. —Não parecia que
tinha escolha. Até eu sei que a cervejaria está falindo e tia Annabel
disse que tínhamos que fazer alguma coisa.
—E você acha que esse Lord Jarret pode ajudar. — Hugh
disse, com um pouco de desprezo.
—Ele parece um cara legal.—Geordie disse. —Nos tratou
muito bem na estrada. Chamou um médico quando mamãe ficou
doente, e pagou-o também.
—Esteve doente?— Hugh perguntou para Sissy, alarmado.
—Apenas uma indisposição estomacal.— Ela respondeu
gentilmente. —Passou em um ou dois dias.
—Um dia!— A preocupação transtornou-lhe as feições.
—Mas Annabel cuidou bem de mim, e sua senhoria foi muito
gentil.
—Foi?— Seus lábios estreitaram. —Foi muito prestativo,
suponho.
—Você não estava lá, Hugh.— Annabel cortou antes que seu
temperamento disparasse. —De modo que prestou-nos um serviço
como o faria qualquer cavalheiro.
— Aposto que o fez. — resmungou Hugh. —Eu deveria ter
estado lá para cuidar dela.
—Sim, deveria— Sissy murmurou.
As palavras resolutas afetaram-no. Passou os dedos pelo
cabelo bagunçado, olhando novamente para Geordie. —Esse filho
de marquês. Acha que ele pode fazer algum bem?
—A mim parece que não temos nada a perder solicitando-lhe
ajuda.
—Já vejo.— Hugh voltou-se para encarar Annabel. — O que
exatamente quer que eu faça agora que conseguiu que sua senhoria
viesse a Burton?
Aliviada por Hugh estar disposto a ouvir, Annabel disse, —
Esta noite, apenas o conheça. Se não o aprovar, esqueceremos essa
história toda.— Embora ela fosse fazer o possível para que tal não
ocorra. —Se estiver disposto a arriscar-se com ele, então poderá
discutir negócios com ele pela manhã e entender como ele pode nos
ajudar a vender nossa cerveja para os capitães da Companhia das
Índias Orientais.
Ante sua careta, ela completou rapidamente, —Mas esta
noite, apenas o conheça.
Passou-se um longo momento, em que Sissy e Annabel
prendiam suas respirações, até que ele respondeu, —Está certo.
Elas soltaram a respiração. Talvez as coisas terminem bem,
afinal.
—Mas não irei me fazer de doente, entenderam?— Quando
ela e Sissy pareciam estar em pânico, e acrescentou—Não irei
contradizer o que disseram a ele, mas eu não mentirei. Deixe-o
pensar o que queira.
Sissy aproximou-se da mesa.—E não irá se embebedar hoje?
Havia uma nota dura como aço em sua voz, que Annabel
raramente ouvia. Mas ele ouviu e pareceu acatá-la. Ele escrutinou
seu rosto, os olhos suaves.
—Farei o possível, meu amor.
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Annabel olhou para ele, mal conseguindo acreditar no que
ouvia. Uma hora atrás, ela teria saltado para a oferta e se
considerado a sortuda por ser poupada de passar uma noite com um
homem que estava tão claramente furioso com ela.
Mas ao longo da noite, alguma coisa tinha mudado. Ele tinha
mudado. E depois de tudo que ele disse, e o modo como se
suavizou...
—Você não tem que fazer isso. — disse ela. —Eu pago as
minhas dívidas.— Quando ele se encolheu com a palavra dívidas,
ela acrescentou rapidamente: —Você pode não me considerar
honrada, mas...
—Não tem nada a ver com honra, Annabel.— Cada linha de
seu corpo estava tenso, sua aparência parecia esculpida em pedra.
—Estou absolvendo-a de qualquer responsabilidade por suas
dívidas. Como o vencedor, posso fazer isso, você sabe.
—Eu não quero que você faça isso!— Ela protestou. —Escolhi
fazer a aposta, e não vou deixar você me 'absolver' da
responsabilidade, simplesmente por ter pena de mim.
—E eu não vou tê-la na minha cama como parte de um
negócio tolo.— Levantou-se, e inclinou sobre a mesa, com os olhos
tempestuosos. —Se eu levá-la para a cama, vai ser porque você
escolheu ir, não por um truque inútil para salvar a sua família ou seu
irmão ou sua maldita cervejaria.— Em um flash, ela compreendeu.
Ela tinha ferido seu orgulho. Devia tê-lo percebido quando ele disse
aquelas palavras cortantes sobre ela usar beijos e carícias para
‘envolvê-lo’. Ele podia não querer se casar com ela, mas era
evidente que ele não gostava de pensar que ela o via apenas como
um meio para atingir um objetivo. Inexplicavelmente, isso a suavizou.
Se ele se importava, mesmo que pouco... —E se eu não estiver
fazendo isso como parte do negócio?
Ele congelou, e por um momento ela não teve certeza se ele
tinha entendido. Então ela viu o músculo pulsando em seu maxilar.
Ah sim, ele entendeu.
—Que outra razão que você teria?— Ele perguntou em voz
enganosamente suave. Calor subiu em suas bochechas. —Tem
que... me fazer dizer?
Sua expressão era firme, mas seus olhos queimavam com a
fome. —Sim. Temo que sim.— Por um momento ela considerou fugir.
Ele a deixaria ir se ela quisesse, sabia disso. E o desejo que a sua
necessidade acendia nela a aterrorizava. Ela nunca tinha sentido
nada parecido com Rupert. A última coisa que ela precisava era
deste bonito lorde arrogante arrastando-a para dentro das chamas
luxuriantes com ele, para ser consumida em um incêndio que tinha
evitado por metade de sua vida.
Mas o fogo já estava fora de controle dentro dela, e duvidava
que fugindo o extinguiria. E ela havia prometido, depois de tudo.
Ela se levantou para dar a volta ao redor da mesa sobre as
pernas trementes. —Tem quase 13 anos desde que estive com um
homem, e em todo esse tempo, eu disse a mim mesma que não
sentia falta. Eu disse a mim mesma que estava contente, que não
tinha necessidade de beijos ou carícias de um homem. E então você
veio e ... e ... tudo mudou ...
Sua voz vacilou quando ele empurrou longe a mesa para
alcançá-la. —Continue. — disse ele em uma rouca que transformou
seus joelhos em gelatina.
Ele estava a centímetros de distância agora, estendendo a
mão até escovar seu rosto, em seguida, o pescoço, em um processo
lento, uma carícia sensual que tornou quase impossível para ela
pensar.
—E-Eu quero você. — ela admitiu quando seu olhar travado
encontrou o dele, fumegante. —Eu quero que você me toque. Eu
quero você na minha ca...
Seus lábios estavam sobre os dela antes que pudesse
terminar. Ele colocou os dedos em toda a volta da cabeça dela para
segurá-la para um beijo que era tão ardente e demorado quanto
suave. Seu beijo era devastador, como um conquistador de outrora,
queimando a terra que deixava para trás enquanto reivindicava todas
as partes da boca dela.
Enrolando os dedos nas lapelas de seu casaco, ela o puxou
para mais perto, que só o fez mais voraz, até que ele começou a
fazer coisas em sua boca que eram uma imitação franca do que eles
estavam indo em breve fazer na cama.
Enquanto sua boca saqueava a dela, ele ergueu a mão livre
para puxar a manga para baixo. Custou-lhe pouco esforço, uma vez
que seu vestido fora feito quando a moda eram corpetes que mal
agarravam a um dos ombros, e dentro de instantes, ela teve seu
peito descoberto por uns dedos brincalhões.
O choque de prazer que sua carícia enviou através dela fez
com que se lembrasse de onde estavam. Embora soubesse que a
cervejaria estava vazia, ela não gostava da ideia de ser tocada em
frente a uma janela por onde alguém pudesse ver. —Espere! —,ela
recuou para sussurrar.
—Não nesta vida, minha pequena duende. — ele rosnou. —
Você teve sua chance de escapar, e não a aproveitou.
—Quem falou em fugir?
Seu olhar ficou muito quente, queimando-a em sua
intensidade. Com o coração trovejando de antecipação, ela tomou
um castiçal e tomou-o pela mão para levá-lo a uma porta em uma
extremidade da sala. Quando ela a abriu para puxá-lo para dentro,
ele deu uma risada baixa, sem dúvida surpreso em encontrar uma
pequena sala equipada com uma cama de solteiro e uma
escrivaninha.
—Quando a cervejaria estava funcionando durante a noite—
ela explicou enquanto acendia um fogo na lareira. —o Sr. Walters
costumava cochilar aqui. Nós não temos o usado recentemente, mas
é limpo. E deve ser mais confortável do que a mesa.
Ela caminhou de volta para colocar a vela sobre a
escrivaninha, e ele veio por trás dela deslizando seu braço sobre sua
cintura. —Não é à toa que você queria esse jogo de cartas na
cervejaria.— Ele deu um beijo em seu cabelo. —Você tinha tudo
planejado, já vejo.
Sua respiração ficou irregular quando a boca encontrou a pele macia
logo abaixo de sua mandíbula, onde o pulso batia num ritmo
frenético. —Se você lembrar ...— ela engasgou—Eu não esperava
que ganhasse.
—Acho que esperava, sim.— Ele deslizou suas mãos até seus
seios, fazendo seu sangue correr ainda mais depressa. —Diga-me,
senhorita Lake, me deixou ganhar esse jogo?
—O quê?— Ela girou em seus braços para encará-lo, uma
réplica quente brotando em seus lábios até que ela viu o brilho
escuro nos olhos. Em um instante, lembrou-se do que ela tinha dito a
ele naquele dia na pousada em Londres.
Encolhendo os ombros para fora de suas mangas, ela
arqueou uma sobrancelha. —Agora, por que eu faria isso, meu
senhor?
Seu olhar queimava em seu espartilho exposto. —Porque
você quer o diabrete em sua cama mais do que gostaria de admitir.
—Você é realmente tal diabrete?— ela perguntou a sério. —
Eu acho que você é mais cavalheiro do que gostaria de admitir.
Ele virou-a para que ele pudesse soltar o fecho de seu
vestido. —Você é a primeira mulher a pensar assim.— Ele arrastou
seu vestido fora dela, deixando-a cair ao chão.
Quando ele roçou beijos ao longo de seus ombros
descobertos, ela estremeceu deliciosamente. — Mas não sou a
primeira mulher a... compartilhar sua cama.
Seus dedos pausaram no curso de desatar o espartilho. —
Não.
—Quantas já houve?— Ela perguntou, querendo lembrar-se
que não era nada especial para ele. Porque se ela se deixasse
acreditar que o era, tinha certeza de que se sentiria ferida quando
descobrisse que não.
—Centenas. — disse sarcasticamente enquanto ele libertava
seu espartilho e jogava-o de lado. —Milhares.
—Quantas?— Disse ela, combinando o tom da voz com o
dele.
—Metade das mulheres de Londres, se acreditar nas fofocas.
— Ele deslizou as mãos pelas laterais de seu corpo, para baixo, para
seus quadris, e sua voz caiu para um sussurro irregular. —Mas
nenhuma tão linda como você.
—Agora esta é uma mentira, se alguma vez eu ouvi alguma.
— disse ela enquanto girava para encará-lo.
Mas a intensidade negra de seus olhos enquanto ele os
passeava para baixo de seu corpo mal e mal vestido fazia ela
desejar não fosse mentira. —Eu nunca minto para uma mulher. —
disse ele em voz baixa.
Seu coração batia na garganta. —Nunca?
—Nunca tive necessidade.— Sua expressão era muito séria.
—As mulheres que levo para cama são muito frequentemente
empregadas de salões e mulheres de vida fácil que não esperam ou
exigem promessas e palavras doces.— Ele acariciou sua bochecha
com as costas da mão. —É tudo prazer para elas. Ou dinheiro.
Ela achou difícil respirar. —E qual sou eu? Uma empregada
de chouperia ou uma senhora de pouca virtude?
—Nenhuma das duas.— Ele lhe deu um sorriso triste. —Você
está em uma categoria própria.—Ele estendeu a mão para enfiar os
dedos pelos cabelos, soltando-os de seus pinos. —Deusa do campo.
Deusa da Colheita, talvez, Ceres ou Demeter.
—Elas também são as deusas da fertilidade, então não acho
que seja uma boa escolha, tendo em vista o que estamos prestes a
fazer. — disse ela secamente.
Ele riu.
—Se tiver que ser uma divindade, eu prefiro Minerva. Ela é
inteligente e bonita, e ela é a Deusa do Comércio.
—Desculpe, mas essa não é uma opção. — ele disse
enquanto espalhava seus cabelos pelos ombros. —Porque ela é
virgem?— Disse ela, desapontada.
—Porque é o nome de minha irmã.— Ele desamarrou sua
camisa. —E o que eu sinto por você não é nem um pouco fraternal,
querida.
Querida. O uso carinhoso, mesmo depois de tudo o que tinha
acontecido, fez um nó em sua garganta.
Ele começou a empurrar sua camisa de seus ombros, mas ela
pegou suas mãos. —Ainda não. Sua vez.
Olhos brilhantes, ele arrancou seu casaco moleskin e o colete
listrado, em seguida, jogou sobre a escrivaninha. Sua gravata e
suspensórios rapidamente seguiram. Quando ele tirou a camisa, ela
prendeu a respiração ao ver o peito nu com esparsos cabelos
escuro, os músculos bem definidos. Não era o corpo do aristocrata
indolente que ela esperava. Ele era enxuto e em forma, um deus
grego de carne. O próprio Apolo não poderia rivalizar com o corpo
bem talhado.
—Gosta do que vê?— Ele perguntou asperamente. Ele jogou
sua camisa para o lado e sentou-se na cadeira para puxar as botas.
—Talvez. — ela brincou.
Seus olhos escureceram. Inclinando-se para trás na cadeira,
ele abriu as pernas. —Vem cá, sua tímida sirigaita.
Sua garganta ficou seca com a visão de sua excitação
desenfreada lutando contra as calças. —Eu pensei que fosse uma
deusa— disse ela levemente enquanto o obedecia.
—Ah, mas ainda não decidimos qual.— Quando ela chegou
perto o suficiente, ele se inclinou para puxá-la entre as pernas. —Eu
começo a pensar que Vênus lhe convém.— Ele brincava com seus
seios nus. —A Deusa da Beleza.
E a deusa do amor, ela pensou, mas não se atreveu a dizê-lo.
Como a boca dele fechada sobre seu seio, ela nem sequer me
atrevia a pensar isso. Porque ele estava sendo tão carinhoso, tão
apaixonado, a fazia querer chorar. Tornando-o ainda mais perigoso
para ela do que quando estava com raiva.
Apertando a cabeça dele contra seus seios, ela rezava poder
passar esta noite com ele e não perder seu coração. Ele não iria
querer isso, e ela não podia suportar a tê-lo pisoteado.
Ele lambeu seu mamilo, em seguida, puxou-o com os dentes,
enviando um choque de prazer de seu peito até a barriga. Como se
soubesse o efeito que tinha sobre ela, ele enfiou a mão debaixo de
suas calcinhas, para descobrir o local onde já estava úmida e
ansiosa por ele.
—Meu Deus! — ele murmurou contra seu peito—você parece
seda quente, quente e pronta para o meu toque.
Ela não era a única pronta. Ela trouxe seu joelho para
acariciá-lo através de suas calças. Com um gemido baixo, ele puxou-
a para senta-la montada nele até que suas partes macias estavam
alinhadas com sua excitação presa. Ele balançou contra ela, e a
sensação era requintada, o tecido de seda de suas calças como uma
carícia.
Ele voltou a sugar seu seio, provocando-a com os dentes e a
língua, depois sugando o outro com a mesma intensidade. Enquanto
isso, ele empurrou contra ela mais e mais, aumentando seu prazer,
deixando-a fluida e quente.
Quando viu, ele curvara suas costas o suficiente para que ele
pudesse alcançar o botão de carne entre suas pernas que ansiava
por seu toque. Sua boca e mãos a acariciaram em conjunto,
despertando um prazer tão intenso em seu ventre, que ela pensou
que poderia gritar. Logo ele a tinha ofegante e inclinando-se contra
sua mão, querendo mais, precisando de mais.
—Definitivamente Venus! — ele rosnou quando ele tocava-a
como Apollo tocaria sua lira dourada. —Jarret ...— ela respirava. —
Oh, céus!
—Eu vou te dar o céu, minha bela Vênus. É ali que uma
deusa pertence.— Ele deslizou um dedo, e depois outro em seu
interior liso. —Deus, você é apertada. E tão tentadora, eu não sei
quanto tempo mais eu posso esperar para estar dentro de você.
—Você não tem que esperar.— Ela chegou até a se atrapalhar
com o fecho das calças. —Não há necessidade.
Sua respiração vinha em grandes e suspiros duros, ele a
colocou de volta e levantou-se para lançar suas calças, calções e
meias. Seus olhos se arregalaram com a visão dele – quadris
estreitos, musculoso, com uma fina camada de cabelos pretos. E
entre suas coxas bem forjadas...
Que o Senhor a salvasse. Ela não tinha visto o seu membro
tão bem na penumbra do celeiro, mas agora estava vendo bastante
bem. Totalmente ereto, sua carne rígida erguia-se pesada e escura
de um denso emaranhado de cachos.
Rupert tinha sido magro, seu membro longo, com pouco mais
de uma polegada de espessura. Jarret tinha facilmente o dobro, e
sob o seu olhar, parecia crescer ainda mais.
—Tire tudo. — ordenou com voz gutural. —Eu quero olhar
para você, também.
Embora ela deslizasse para fora de suas calcinhas e as
jogasse de lado, ela hesitou em retirar o seu último pedaço de
modéstia. Será que ele era capaz de ver as linhas tênues que sua
gravidez havia deixado em sua barriga? E se o fizesse, ele iria
perceber o que queriam dizer?
Não que ela tivesse escolha. Se ela se recusava, teria de
responder o porquê. Talvez a luz fraca escondesse seus pecados.
Antes que ela pudesse agir, ele se adiantou para liberá-la do
resto de suas roupas. —Nunca pensei que a veria tímida, querida.—
Ele a escrutinou com uma apreciação franca que fez sua respiração
parar na garganta. —E não há dúvida nenhuma que não precisa se
sentir tímida. Você é ainda mais bonita do que eu imaginava.
Ele deslizou o braço ao redor da cintura para puxá-la para
perto, e sua carne excitada pressionou-a embaixo, lembrando-lhe
que havia uma coisa da qual ela devia ter certeza antes de irem mais
longe.
—Você disse que iria tomar as devidas precauções. — ela
sussurrou.
—Ah, sim.— Liberando-a, ele foi até a mesa e remexeu no
bolso do seu casaco.
—O que está fazendo?— Ela perguntou, confusa.
Ele tirou algo e ergueu-a contra a luz. —Tomando precauções.
Ela olhou em confusão ao tubo longo de seda pendurado em
seus dedos. —Mas não é isso que Rupert ... Quero dizer, ele...
— Deixe-me adivinhar. — Jarret observou enquanto ele
deslizava o tubo sobre seu membro ereto. —Ele retirou de você
antes de derramar a semente.
—Sim! Ele disse que iria me proteger... de ter um filho.
—Não é o melhor método. — ele disse a ela enquanto
amarrava o tubo, em seguida, veio em sua direção. —Você teve
sorte que funcionou. Nem sempre funciona.
Ela certamente sabia que isso era verdade. Engolindo em
seco, ela abaixou a cabeça para indicar o membro masculino
estranhamente vestido. —E isso funciona?
Um sorriso esvoaçou sobre os lábios. —Camisinhas sempre
funcionaram para mim.— Quando ele chegou a ela, a puxou para
seus braços. —Não se preocupe. Eu sei o que estou fazendo.
Ela certamente esperava que sim. Toda a sua conversa sobre
as deusas da fertilidade a deixava nervosa. Ela não precisava de
nenhum excesso de fertilidade esta noite.
No entanto, como ele apoiou-a contra a cama, a boca
procurando a dela novamente, ela se perguntou como seria dar-lhe
um filho e ser sua esposa. Será que ele ficaria ao seu lado, como
Hugh tinha feito com todos os filhos de Sissy, ou se ele andaria pelos
corredores em frenesi? Será que ele se deliciaria com um bebê, ou
irritaria que seus prazeres seriam cerceados pelas exigências de um
bebê? Tinha certeza de que ele seria um bom pai e ela só tinha que
lembrar como tinha sido com Geordie para perceber isso.
Pare de pensar nessas coisas, ela disse a si mesma enquanto
lembrava de certo conto de carochinha sobre se sonhasse com um
bebê, poderia conceber um. Só Deus sabia o que aconteceria se
sonhasse em conceber enquanto deitava com um homem. Isso
certamente era pedir por problemas.
Depois que ele a tombou sobre a cama, ela não teve nenhum
problema de tirar o pensamento de sua mente, pois ele estava
ajustando o corpo entre as pernas dela e acariciando-a para baixo, a
boca espalhando beijos sobre os seios e os ombros e garganta. —Eu
poderia te provar toda a noite, minha doce Vênus, — ele sussurrou—
Você tem gosto de mel.
A reverência na voz dele fez lágrimas queimarem no fundo da
garganta. Será que algum outro homem teria esse cuidado com uma
mulher que ele sabia não ser pura? Sua ternura estava prestes a
destruí-la.
Nem tudo nele era terno, no entanto. Seu membro estava
quente e rígido contra sua coxa, o que provocou um pouquinho de
medo em sua barriga. Ela não tinha certeza de poder aceitá-lo todo
dentro de si. O eixo delgado de Rupert tinha sido bastante difícil de
gerir. Embora soubesse que a dor que ela sofreu tinha sido um
produto de sua inocência, uma... uma coisa tão grande quanto a de
Jarret iria machucá-la?
Se o fizesse, ela iria suportá-lo da melhor maneira possível.
Essa parte só duraria alguns momentos, de qualquer maneira,
graças a Deus. Isso era o que ela gostava, os beijos, o toque, a
carícia.
Ela estava feliz enquanto ele continuasse a acariciar, e
acariciar, e beijar, e acaricia-la. Ele encorajou-a a fazer o mesmo
com ele, explorando os cachos finos em seu peito, flexionando os
músculos das coxas, até a carne firme de suas nádegas.
Quando ele ficou tenso, ela sussurrou, —Você se importa que
eu o toque?
—Deus, não. Toque o que quiser. Mas vai encurtar isso
consideravelmente.
—Bom.— Ela queria acabar rapidamente com o ato
propriamente dito, para não começar a se preocupar com a
possibilidade de dor. Assim, eles poderiam fazer mais a parte
agradável. —Eu quero você, Jarret. Estou pronta para você.
Algo em seu tom de voz deve tê-lo alertado de seus medos,
pois ele se afastou para olhá-la. —Você está bem?
Ela forçou um sorriso. —É apenas que... faz muito tempo.
Seu olhar se estreitou sobre ela. —E você era jovem, ele era
jovem, e nenhum dos dois sabia o que estava fazendo. Certo?
Ela assentiu com a cabeça.
—E machucou.
—Sei que não vai doer neste momento, — disse ela
apressadamente. —Não tenho medo.
Um sorriso amargo tocou seus lábios. —Você parece com
medo. Mas não há nada a temer, querida. Confie em mim.—Ele
abaixou a cabeça para acariciar o queixo enquanto se erguia e
pressionava a ponta de sua carne desperta dentro dela. — Confie
em mim...— ele murmurou, deslizando muito lentamente dentro dela
— Confie em mim...— ele sussurrou e entrou nela com um impulso
sedoso.
—Ohhh! — ela murmurou, sentindo uma onda de alívio. A
plenitude estranha foi inesperada, mas certamente não dolorosa. E a
intimidade daquilo despertou um calor nela que era quase tão bom
quanto os beijos. — Isso não é... é mau de todo.
Ele riu contra seu pescoço. —Estamos apenas começando,
minha Vênus.— Ele retirou-se, em seguida, empurrou para dentro.
Calor redemoinhou de seu baixo ventre e se espalhou pelos seus
membros.
Pressionando a boca contra sua orelha, ele sussurrou: —
Antes desta noite acabar, prometo ter você implorando por mais.
—Arrogante como sempre. — respondeu ela, suas palavras
provocando uma emoção em suas veias. —Mas eu nunca imploro.
—Você vai. — prometeu, e mergulhou nela novamente. E
mais uma vez. E mais uma vez, cada feroz golpe, mais forte, mais
rápido. Apoiando-se em um cotovelo, ele estendeu a mão entre eles
e colocou o dedo nela, alimentando o calor de seu ventre, tornando-o
chamas.
—Coloque suas pernas em volta de mim, querida. — ele
ordenou.
Quando ela o fez, ele entrou mais profundamente, e o fogo
queimou por ela, acendendo-a em uma massa de calor. — Oh, céus,
que doce...— ela engasgou, o corpo dela cantando na cadência de
seus impulsos.
—Melhor?— ele murmurou.
—Sim ... oh sim ... Jarret, palavra ...
Seu hálito quente veio forte contra seu ouvido. —Você é tão
apertada, tão doce e apertada e quente. Está me deixando louco...
Ela estava perdendo seu coração. Sentiu-o esvair a cada
palavra dele. Ele estava tomando tanto cuidado com ela quando não
tinha nenhum motivo para fazê-lo, e isso fez seu coração doer e
ansiar tanto quanto seu corpo ansiava.
— Annabel, minha deusa...— ele respirou. —Deixe-me levá-la
para o céu.
—Eu já estou lá ...
Ele deu uma risada abafada. —Ainda não, mas você vai.
Depois disso, ele falou com o corpo, batendo dentro dela,
provocando incansavelmente aquele lugar sensível entre suas
pernas. Logo a dolorosa sensação em seu ventre se tornou um
prazer profundo, e, em seguida, uma fome que se aprofundou e que
a fez contorcer-se contra ele, passando os dedos pelas costas. Ela
mal conseguia pensar com as sensações ascendendo dentro dela
até que um prazer glorioso saltou de repente dela, alto e doce,
levando-a aos céus.
Ela gritou até sua garganta ficar em carne viva devido ao
êxtase, enquanto ele afundava-se nela e também soltava um grito.
Erguendo-se sobre ela, ele jogou a cabeça para trás com um olhar
de satisfação extasiada enquanto seu corpo atingia o sua liberação.
Foi magnífico. Foi aterrorizante. Enquanto ela apertava-se
contra ele e deixava os choques de percorrerem-na, sabia que
estava em perigo de cometer um grande erro.
Perder o seu coração para um ladino.
Capítulo Dezoito
Capítulo Vinte
Jarret tinha pensado que era certeza que Annabel cederia nos
dias que se seguiram. Todos os dias, ele esperava pegá-la sozinha
de novo para ouvi-la dizer que tinha mudado de ideia, que iria
encontrá-lo para uma noite de prazer mútuo. Todas as noites na
pousada, metade dele esperava ela aparecer em seu quarto.
Ela nunca o fez.
A parte racional dele entendia o porquê. Ela vivia a vida de
uma mulher respeitável. A comunidade parecia tê-la em alta conta,
mesmo que seus vizinhos, por vezes, não entendiam seus esforços
para a cervejaria de seu irmão. E apesar de Hugh Lake não ter
cuidado de sua família como deveria, eles pareciam unidos e
claramente gostavam um do outro.
Ele era o intruso. Pela primeira vez em sua vida, ele se
ressentiu disso. Ele odiava ter Annabel tratando-o como um
conhecido de negócios quando eles haviam sido muito mais um para
o outro.
Eles ainda poderiam ser muito mais, se ela não fosse tão
teimosa. Tudo bem, então ele não deveria ter se oferecido para levá-
la com ele para Londres. Tinha passado dos limites, pedindo-lhe para
rebaixar-se, quando ela não tinha nenhum motivo para fazer isso.
Mas, caramba, ele queria tê-la novamente! E, mais uma vez,
sempre que pudesse. Pior ainda, ele sabia que ela queria ficar com
ele. Em momentos de descuido, ele via a maneira como ela olhava
para ele.
Mas ela sempre se certificava de que eles nunca ficavam
sozinhos, não havendo nenhuma chance de seduzi-la
descaradamente, e ela cortou seus esforços mais sutis quando ele
tentou-os. Se ele passava-lhe os dedos enquanto ela entregava-lhe
alguns papéis, ela parava de entregar-lhe documentos. Se ele a
acariciava a perna por baixo da mesa, ela pisava em seu pé.
À medida que os dias passavam, ele via cada vez menos
dela, já que ela estava ocupada supervisionando a preparação da
pale ale. Enquanto isso, ele, Lake, e Walters continuaram a forjar um
contrato adequado a ambas as empresas, de modo que ele estava
cada vez mais ocupado com isso.
Graças a Deus ele podia vê-la à noite, que passava com os
Lake. Os jantares tinham começado tensos, porque Lake tinha se
ressentido de sua presença. Mas, como eles tinham vindo a
conhecer um ao outro com as negociações, Lake tinha relaxado, e
agora o tratava como um convidado de honra.
Depois do jantar, todas as noites ele e Lake retiravam-se para
seus Portos, mas o homem bebia pouco, sem dúvida consciente dos
olhos de Jarret sobre ele. Passavam pouco tempo longe das
senhoras antes delas juntarem a eles na sala de estar, onde a noite
geralmente consistia em ler ou jogar charadas. Toda noite ele sofria a
tortura de ver Annabel, sabendo que não podia tocá-la.
Esta noite estava ainda pior. Ele e Lake tinham feito
progressos sérios sobre o acordo. Amanhã eles teriam mais alguns
detalhes para cuidar, e depois já não haveria qualquer razão para ele
ficar. Na verdade, ele já tinha recebido uma carta de Gran
repreendendo-o por descuidar do negócio em Londres. Até depois do
dia seguinte, ele teria de estar na estrada.
E ele não queria ir.
Ele fez uma careta. Isso era o que dava deixar uma mulher
entrar sob sua pele. Ela tentaria induzi-lo a querer coisas que eram
efêmeras. Ela o faria ansiar.
Esta noite ela o estava deixando lentamente insano. O vestido
deixava apenas o suficiente de seus ombros cremosos nus para
lembrá-lo de como era a sensação de acariciá-los. Toda vez que ela
inclinava a cabeça em direção a uma das crianças, expondo a coluna
esbelta de seu pescoço, ele tinha um desejo feroz para agarrá-la e
plantar um beijo em seu pescoço, a lamber o pulso lá até que
saltasse ao ritmo selvagem que mostraria que sentia mais por ele do
que ela ousava demonstrar.
Porém não era apenas isso. Esta noite as crianças estavam
com eles, já que a babá tinha a noite de folga. Enquanto ele e Lake
sentavam a um lado jogando, e a Sra. Lake bordava uma almofada,
Annabel e as crianças brincavam pela sala.
Adoravam a voz de sua tia Annabel, e com razão, já que era
uma voz clara, como doce soprano, bem adequada para canções
infantis. Pediam cantiga que envolvia pular como macacos ou
contorcer os corpos de formas ridículas. Mesmo Geordie, que
afirmava ser muito velho para tal absurdo, estava balançando os
mais jovens e levantando seu irmão mais novo sobre seus ombros.
A cena familiar e acolhedora lembrou a Jarret de forma
dolorosa de sua própria família antes de seu mundo se desmoronar.
Ele não conseguia desviar o olhar, Suas palhaçadas e sua alegre
perseverança com eles o cativou a tal ponto que ele prestou pouca
atenção às cartas. Era estranho ver uma mulher que ele desejava
tão ferozmente fazendo de babá a um punhado de moleques rindo.
Ele não devia achar isso encantador, mas o fazia.
Suas palavras de poucos dias atrás surgiu em sua mente: e
filhos de quem eu estaria cuidando então, seus?
Até aquele momento, ele ainda não tinha pensado em ter seus
próprios filhos. Ele não tinha necessidade de ter um herdeiro, não
tinha necessidade de uma esposa quando havia empregadas de
taberna em grande quantidade, e não desejava alterar seu modo de
vida por alguma harpia brusca que não aprovava suas noites tardas
e jogos de azar imprudentes.
Mas o pensar em ter crianças com Annabel roubou sua
respiração. Todas as crianças que ele e Annabel poderiam ter
provavelmente seriam semelhantes ao grupo heterogêneo que
causavam agora estragos na sala - de olhos brilhantes e coradas
bochechas, com as pernas nos quadris e risadas derramando de
suas bocas. Só que eles teriam seus olhos ou seu cabelo ou seu
nariz. E eles iriam chamá-lo de Pai.
Um pensamento terrível. Ter filhos dependentes dele, olhando
para ele para obter orientação, esperando grandes coisas dele ... sua
mente confundiu-se. Como ele poderia viver de acordo com essas
expectativas?
—Basta!— Annabel caiu em uma cadeira e achatou a mão
contra o peito. —Estou cansada de cantar.
—Por favor, tia Annabel. — implorou a mais nova, uma
menina de cinco anos chamada Katie. —Só mais uma.
—É sempre só mais uma com vocês, crianças. — disse a Sra.
Lake. —Deixe sua tia em paz. Você vão deixá-la rouca.
—Talvez você possa convencer Lorde Jarret a cantar.—
Annabel olhou-o, travessa. —Partindo da suposição que ele conheça
músicas que possam ser cantadas de forma educada.
—Eu conheço um par dessas. — ele respondeu—mas você
estaria melhor se pedisse a um peixe para tocar piano. Confie em
mim, ninguém iria querer me ouvir cantar.
— Eu mal posso acreditar nisso. — Annabel protestou. —Você
tem uma voz tão linda.— Ele mal teve tempo de registrar que ela
achava sua voz encantadora antes de as crianças correram até ele,
clamando por uma performance. Ele protelou o tempo que pôde, mas
cedeu quando a pequena Katie enfiou o polegar na boca e olhou
como se fosse chorar. —Tudo bem. — disse ele. —Mas você vai se
arrepender.
Levantando-se, ele fez uma cena para limpar a garganta,
proferindo ruídos como os que ele tinha visto cantores profissionais
fazerem. Então ele lançou-se a cantar a única música infantil que ele
pôde lembrar: —Hot Cross Buns...
Nas primeiras notas, as crianças se abriram para ele como se
alguém na sala houvesse peidado. Mesmo Annabel piscou, e a Sra.
Lake parecia completamente atordoada.
Ele seguiu adiante com grande entusiasmo de qualquer
maneira. Não era como se ele não tivesse avisado-os, e a ele não
fora permitido cantar para ninguém desde que sua família tinha
descoberto pela primeira vez a sua deficiência. Felizmente —Hot
Cross Buns— era curta, então ele só teve de torturá-los por um
minuto ou dois.
Quando terminou, um tenso silêncio caiu sobre a sala. Em
seguida, Annabel disse, com os olhos brilhando: —Essa tem que ser
a pior interpretação de Hot Cross Buns que eu já ouvi.
—Annabel— Sra. Lake disse.
—Acredite-me, não estou ofendido. — disse ele com um
sorriso presunçoso. —Conheço minhas limitações.
— Seu canto é como gatos brigando. — Geordie arriscou.
—Mais como gatos gritando, me tem sido dito. — disse Jarret.
—Gabe diz que eu soo como um violino que foi pisoteado.
—Ou uma flauta com uma noz dentro. — uma das crianças
forneceu.
—Faça isso de novo!— Katie gritou. —Eu gosto!
Atônito, Jarret ajoelhou-se para olhar para o rosto dela. —
Você gostou, pirralha?— Ele olhou para a Sra. Lake. —Você
esqueceu de avisar, minha senhora, que a insanidade é de família.
Os outros riram, mas Katie não seria ignorada. —Eu não sei o
que 'sanidade' significa, senhor, mas seu canto me lembra a coruja
que grita fora do berçário todas as noites. Eu gosto de corujas. Você
pode cantar outra?
Jarret riu e acariciou-a sob o queixo. —Desculpe, querida,
mas seus pais me jogariam piche e penas.
Ela bateu palmas. —Isso parece divertido, também!
Lançou a Annabel um olhar divertido sobre a cabeça de Katie.
—Sua tia certamente o apreciaria.— Ele se inclinou para sussurrar
em voz alta: —Ela gosta de me fazer sofrer.
O rubor de Annabel enviou um rugido de sangue para suas
veias. Então ela lhe lançou um olhar repreendendo-o, enquanto
estendia as mãos para seus sobrinhos e sobrinhas. —Venham,
crianças, é quase hora de dormir. Vamos deixar sua senhoria e seu
pai em paz para terminar o seu jogo de cartas, vamos?
—Mas eu quero ver sua senhoria com piche e penas!— Katie
chorou. —Mamãe, o que ‘piche’ quer dizer?
Enquanto os adultos riam, Annabel recolheu as crianças.
Ignorando seu choramingar, ela e a Sra. Lake enxotou-os para as
escadas enquanto Jarret subia para tomar o seu lugar na mesa de
cartas novamente. Mas quando ele pegou suas cartas, ele notou
Lake olhando para ele com um olhar avaliativo.
—Alguma coisa em sua mente, senhor?— Ele perguntou.
Lake deixou sua mão. —Perdoe-me por ser franco, meu
senhor, mas por que você decidiu vir aqui e nos ajudar? Mesmo que
este esquema funcione, haverá pouco benefício para Plumtree
Brewery.
Jarret arranjou suas cartas. —Eu discordo. Já vi o suficiente
do sucesso de Allsopp para saber que pode ser benéfico para nós
dois.
—Se eu puder mantê-lo. — disse Lake, uma expressão
preocupada cruzando a testa. —O que não é de forma nenhuma
certeza.
Jarret pesou cuidadosamente suas palavras. —Tendo
passado grande parte do tempo com você esta semana, eu vim a
perceber que o que sua irmã diz sobre você é verdade. Você tem
bons instintos para negócios. Simplesmente não confia neles.
—Você vê o quão perto Lake Ale está do limite. — respondeu
Lake. —Isso parece indicativo de um homem com bons instintos de
negócios?
—Não são seus instintos que o problema. É a sua tendência
em afogá-los em uma garrafa.— Para crédito de Lake, embora a
raiva explodisse de seu rosto, ele não tentou negar nada. —Meu
hábito de beber não criou problemas com o mercado russo. Meu
hábito de beber não aumentou o preço dos barris lúpulo.
—Verdade. Mas a força de um homem é medida pela forma
como ele reage aos desafios da vida. E até agora, você não reagiu
muito bem.
— Você deve saber o que é isso.—Lake disparou de volta. —
Pelo que entendo, você reage aos ‘desafios da vida’, evitando-os
totalmente na mesa de jogos.
Jarret rangeu os dentes, mas não podia negar a acusação.
Com certeza, ele não tinha família para sustentar, não havia razão
para intervir na cervejaria quando Gran segurava as rédeas, mas ele
poderia ter tentado.
Como sua vida teria sido diferente se ele tivesse abordado
Gran há dez anos e pedido que lhe fosse dado outra chance? Na
época, ele pensou ser tolice investir sua vida em tal esforço, quando
tudo o que ele tivera por seus esforços tinha sido tristeza.
Agora ele começava a se perguntar se essa decisão tinha sido
tola. Não tentar não o tinha feito ganhar nada, pois aí estava ele, dez
anos mais tarde, administrando a cervejaria de qualquer maneira. Se
ele tivesse começado naquela época, poderia ter evitado alguns dos
problemas com o mercado russo. Ele poderia até ter mantido Gran
de ficar com tanta raiva de seus netos que ela se sentisse compelida
a estabelecer seu ultimato fatal.
Esse pensamento o decepcionou.
—Você está certo. — disse ele. —Eu não estou qualificado
para dar conselhos sobre como lidar com a mão que o destino nos
traz. Mas estou aprendendo com meus erros, e uma coisa que estou
aprendendo é que se esconder não resolve nada. Só atrasa o
inevitável. É melhor fazer uma tentativa e falhar, do que não fazer
uma tentativa de todo.
Era verdade. Ele tinha encontrado mais esperança, mais
prazer durante esta semana, a criar um futuro para as duas
empresas que ele tivera em anos de jogos de azar. A mão que um
homem recebia podia ser imprevisível, mas como nas cartas, o que o
homem fazia com essa mão podia mudar tudo.
A raiva havia desaparecido das feições de Lake, mas ele
ainda estava observando Jarret tão cautelosamente como uma
raposa vigia o caçador. —Você não respondeu minha pergunta. Por
que veio até aqui? Como Annie convenceu-o a considerar?
—Sua irmã pode ser muito persuasiva. — ele fugiu.
Lake assentiu. —Ela também é muito bonita, algo que eu
acredito que você tenha notado.
—Um homem teria que ser cego para não perceber isso.—
Ele não se atreveu a dizer mais até saber onde Lake estava
conduzindo.
—Tenho notado que você ficou mais tempo em Burton do que
o estritamente necessário para negociar os termos do nosso acordo.
Existe uma razão para isso?
Jarret ficou irritado com este jogo de gato-e-rato. —Diga tudo
o que você gostaria de dizer para mim, senhor.
—Muito bem.— Deixando qualquer pretensão de continuar o
seu jogo, Lake recostou-se na cadeira e cruzou os braços sobre o
peito. —Se você tem boas intenções para com a minha irmã, você
deve falar. Se não, eu sugiro que você a deixe em paz.
O aviso não era totalmente inesperado, mas o irritou de
qualquer forma. —O que o faz você pensar que eu tenha quaisquer
intenções honrosas, ou não, em relação a ela?
—Por um lado, você tem uma incrível capacidade de fazê-la
corar. Eu nunca vi Annie corar tanto quanto durante o tempo que
esteve aqui.
Jarret forçou um sorriso. —Eu faço muitas mulheres corar,
Lake. Isso não quer dizer nada.
—Esse é exatamente o meu ponto. Não quero ver o coração
da minha irmã quebrado por um canalha.—Os olhos de Jarret se
estreitaram. —Sua irmã é perfeitamente capaz de proteger seu
coração de qualquer um.
—Ela teve o coração partido por um patife antes.
Pegou Jarret desprevenido. —Certamente você não está se
referindo ao heroico Rupert.
Lake bufou. —Um herói não corteja uma mulher acima de sua
posição, quando sabe que a família dela não aprova.
—Seu pai não aprovava Rupert?
Um olhar exasperado atravessou o rosto de Lake. — Meu pai
sabia, como eu, que Rupert era um jovem impetuoso com mais
músculos que cérebro. Ele não tinha dinheiro para sustentar uma
mulher e não era provável que nunca o tivesse. Seu pai deixou, ele e
seu irmão, sem nada, e embora eles trabalhassem duro, não tinham
ambição. Com o tempo, suspeito que Annie teria visto isso, e o
romance teria terminado por conta própria.
—Então é por isso que seu pai pediu-lhes para esperar para
se casar?
Lake assentiu. — Ele sabia que se ele a proibisse de ver
Rupert, minha irmã intencionalmente faria o oposto. Então ele tomou
uma abordagem mais sutil, esperando que se atrasasse o
casamento, ela acabaria por recobrar o bom senso.
—Mas a abordagem sutil não funcionou.
—Funcionou melhor do que o meu método, que era tentar
separá-los.— Ele olhou ao redor da sala, uma pitada de remorso em
seu rosto. —Isso revelou-se desastroso.
—Como?— Perguntou Jarret, curioso para saber o quanto
Lake iria revelar sobre o que tinha acontecido entre Annabel e
Rupert.
Olhar afiado de Lake voltou-se para ele. —O homem partiu
para a guerra e levou seu coração com ele. Em seguida, foi morto. E
ela não tem sido a mesma desde então.
O pensamento dela suspirar por Rupert foi como um punhal
no peito. Ela tinha falado de sua culpa pela morte de Rupert, a dor
por ele talvez não a ter querido. Mas ela nunca dissera se ainda
amava o homem. Isso o incomodou.
—Bem, se seu coração ainda está com Rupert, você não
precisa se preocupar que ela vá entregá-lo a mim.
—Você quer seu coração?— perguntou Lake.
Outra questão contundente. Ele merecia uma resposta
contundente. —Eu não sei.
Isso não pareceu surpreender Lake. —Até que você saiba,
sugiro que a deixe sozinha.
Era quase engraçado, Jarret tinha dito algo muito semelhante
a Masters não havia uma semana. Lake tinha todos os motivos para
avisá-lo, e era uma marca da integridade do homem que ele era, se
preocupar tanto por sua irmã. Jarret admirou isso.
Mas nada disso fazia absolutamente nenhuma diferença na
forma como ele pretendia tratar Annabel. Depois de vários dias sem
poder chegar perto dela, ele queimava ainda mais por ela do que
antes. Ele tinha que vê-la novamente a sós.
Fazer amor com ela deveria ter atenuado sua necessidade,
como sempre tinha acontecido antes com as mulheres que entravam
e saíam de sua vida. Então, de novo, Annabel não era como essas
mulheres. Ele a desejava intensamente.
Ruídos inesperados na entrada fizeram-no e a Lake virar em
direção à porta. Em seguida, uma voz feminina conhecida soprou a
ele. —Me disseram que eu poderia encontrar Lorde Jarret Sharpe
aqui. Isso é verdade?
Jarret se levantou da cadeira com um suspiro. Que vá tudo
para o inferno. Ele tinha uma suspeita de que o seu tempo em Burton
tinha acabado de chegar ao fim.
Capítulo vinte e um
Fim
Demônios de Halstead Hall
1 – A Verdade sobre Lorde Stoneville
2 – Um Demônio em sua Cama
3 – How To Woo a Reluctant Lady
4 – To Wed a Wild Lord
5 – A Lady Never Surrenders
N.T.
A Pale Ale é uma cerveja de coloração âmbar, de paladar e amargor mais encorpados e complexos e com teor
alcoólico de 4,8%. É muito parecida com as Ales belgas e a temperatura ideal para seu consumo é entre 3 e 5
graus. A Eisenbahn é uma das únicas Pale Ale brasileiras - uma jóia rara para os apreciadores das melhores
cervejas.
O termo Pale Ale, que significa uma Ale Palha, ou clara. Foi criado na Inglaterra para descrever as cervejas
mais claras da época, que tinham cor de cobre. As cervejas do tipo Ale representam a melhor tradição
européia, especialmente as belgas e inglesas.
No Brasil os "Scones" não são muito conhecidos ainda, mas se falarmos em "Pãozinho de Minuto", este sim,
vai ser encontrado em muitos livros de receitas, com muitas variações. Assim são os scones para os
americanos, ingleses e australianos.
[←1]
Nota da Revisora: Como era chamado o dormitório dos estudantes, e cenário de
bullyings.
[←2]
Nota da Revisora: diminutivo para Grandmother
[←3]
Nota da revisora: Os Bow Street Runners são conhecidos como a primeira força
policial profissional de Londres.
[←4]
Nota da revisora: dança em que os bailarinos trançam fitas em torno de um
poste.
[←5]
Nota da revisora: pequena loja que vende artigos femininos.
[←6]
Nota da revisora: no original ‘long in the tooth” ditado que refere-se a cavalos, se
observava a idade de um cavalo pelo comprimento de seus dentes, quanto mais
novo, menos desgastado, logo, mais longos.
[←7]
Nota da revisora: Estilo de botas de couro
[←8]
Nota da revisora: primeiro perfume europeu com base a álcool.
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