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TEMA 3

A FOTOGRAFIA ARTÍSTICA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO

A FOTOGRAFIA é um processo de produção de imagens através da fixação da luz


numa superfície impregnada de um produto sensível às radiações luminosas.

A principal matéria-prima para a realização de uma fotografia é a luz e depois o suporte


fotossensível, ou seja, a película ou rolo. É também necessária uma máquina fotográfica
que contenha o rolo e que controle a entrada de luz, assim como uma pessoa para
manusear a máquina.
Fig. 23 - Paisagem fotográfica de um imbondeiro.

A LUZ é o que permite que a realidade objectiva seja visível. Caso não houvesse luz na
Terra, não se poderia ver nada e com certeza não existiria vida. É através da luz que as
cores podem ser observadas e os objectos se reflectem nas superfícies sensíveis a ela.

Fig. 24 - A luz é a matéria-prima fundamental para uma boa fotografia.


Fig. 25 - A ausência de luz impede a nitidez dos motivos fotografados.

A PELÍCULA fotossensível ou ROLO é O material utilizado para registar a imagem


que depois vai ser impressa no papel. Sem a película não há negativo fotográfico.

Existem vários tipos de rolos de acordo com a sua sensibilidade, que se classificam
segundo vários sistemas: um europeu, que é o DIN; outro soviético, que é o GOST; e
outro americano, que é o ASA.

Cada um destes três sistemas utiliza o seu sistema numérico específico para designar a
sensibilidade de cada rolo numa escala também específica.

Mas, para evitar a confusão, a ISO (International Standard Association, o que em


português seria Associação Internacional de Normas) criou um sistema de classificação-
padrão que integra quase todos num só sistema, que se denomina ISO, e usa as duas
escalas ASA/DIN. Não utiliza a escala GOST porque o sistema soviético aplica a
mesma escala numérica que o sistema americano ASA.

Para entender a função destas escalas o importante é ter em conta que à medida que um
rolo tenha menor sensibilidade, necessitamos de maior quantidade de luz para
impressioná-lo e, portanto, obter uma boa fotografia e vice-versa.

A MÁQUINA FOTOGRÁFICA é uma espécie de câmara escura que tem como


função evitar que o suporte fotográfico se exponha à luz e, portanto, se danifique,
impedindo o registo fotográfico. A entrada de luz deve ser regulada; esta deve ser
doseada através do obturador e do diafragma que, conjuntamente com outros
dispositivos, constituem os componentes de uma máquina fotográfica.
Fig. 27 - Máquina fotográfica.
EXISTEM DOIS TIPOS DE MÁQUINAS FOTOGRÁFICAS

REFLEX: São as máquinas em que o enquadramento da imagem que se vê através do


visor é feito directamente pela objectiva, através de um conjunto de espelhos que
permitem que o mecanismo que capta a imagem possa impressionar a película.

NÃO REFLEX: O enquadramento da imagem não é feito através da objectiva, ou seja,


é feito à margem desta, pois tem um visor independente.

Uma máquina fotográfica é composta por várias partes, tais como:

CORPO DA MÁQUINA: é uma câmara escura onde se encontra a película, rolo ou


suporte fotossensível que deve ser impressionado pela luz, fazendo com que a imagem
se forme nele em forma de negativo.

OBJECTIVA: é constituída por um conjunto de lentes fixas, dispostas umas atrás das
outras com a função de captar a imagem formada pela incidência da luz que deve passar
através da mesma. Se a objectiva está tapada não há impressão da luz no suporte
fotossensível e, portanto, não há fotografia.

VISOR: é uma espécie de orifício coberto por um conjunto de cristais transparentes, do


lado em que se situa o olho do fotógrafo e de um conjunto de lentes ou também de
cristais pelo outro lado dependendo se a máquina for REFLEX ou NÃO REFLEX.

DISPARADOR: é um botão, alavanca ou cabo que tem a finalidade de accionar o


obturador, para que este abra as suas comportas com uma determinada velocidade de
exposição para, assim, regular a entrada de luz na câmara escura onde se encontra o
rolo.

OBTURADOR: é uma espécie de comporta existente em todas as máquinas


fotográficas constituída por um conjunto de cortinas dispostas como portas corrediças
de tipo chinês, que têm a função de regular o tempo que o rolo ou película é
impressionado pela luz através da sua abertura e que varia de acordo com a posição que
o fotógrafo selecciona; esta magnitude é conhecida como velocidade de obturação e
vem representada na máquina com os seguintes caracteres:

Cada número fraccionário significa fracções de segundos, ou seja, centésimas ou milési-


mas de segundo. E os números naturais representam segundos. Isto quer dizer que
quando
seleccionamos uma velocidade de obturação de 1/125 o obturador vai abrir somente
numa
fracção de 1 segundo a dividir por 125 vezes, ou seja, 125 avos de segundo. Portanto,
quanto maior for o denominador do número fraccionário, maior será a velocidade de
obturação e menor será o tempo de exposição durante o qual o rolo vai ser
impressionado pela luz.
DIAFRAGMA: é constituído por um conjunto de lâminas de metal sobrepostas
imitando a forma da íris do olho humano e que regula a quantidade de luz que entra na
câmara
escura através de uma escala.

onde quanto maior for o número, menor é a abertura do diafragma e quanto menor for o
número, maior é a abertura do diafragma.

A velocidade do obturador e a abertura do diafragma são dois parâmetros que devem


ser
bem combinados para a realização de uma boa fotografia.

Quando a iluminação é fraca, para fazer uma boa fotografia é necessária uma grande
aber-
tura do diafragma.

Quando a iluminação é muito forte, para fazer uma boa fotografia é necessária uma
pequena abertura do diafragma.
Quando as imagens a captar estão em repouso, pode seleccionar-se uma velocidade
lenta.
Quando as imagens a captar estão em movimento, deve seleccionar-se uma velocidade
alta, caso contrário a imagem sai tremida, com pouca definição.

FOTÓGRAFO: é o indivíduo que opera a máquina e de quem depende a boa qualidade


técnica e conceptual da fotografia.
o fotógrafo não é um puro mecânico que se limita a apertar o disparador para captar a
realidade. Ele é um indivíduo que expressa a sua criatividade através da fotografia, já
que interpreta realidade de maneira artística.

O fotógrafo é quem faz o enquadramento, prepara o ambiente, a iluminação, faz a


focagem, selecciona o plano, a velocidade do obturador e a abertura do diafragma.

ENQUADRAMENTO: consiste na selecção dos motivos que se pretende fotografar, de


acordo com o tema que se quer exprimir ou documentar.
o enquadramento inclui também seleccionar a orientação do formato, vertical ou
horizontal, de acordo com a posição do motivo principal que se vai retratar ou
fotografar.

AMBIENTE: é O fundo que acompanha os motivos a serem fotografados e que deve


estar em concordância com os mesmos, o que significa que não deve entrar em contradi-
ção com o tema a fotografar.

ILUMINAÇÃO: é a matéria-prima de uma fotografia e para tal devemos conhecer a


melhor maneira de a utilizar.
Existem dois tipos de iluminação: a natural e a artificial.
A iluminação natural é constituída pela luz do Sol e a artificial é constituída por todas
as fontes luminosas criadas pelo Homem.
Existem vários planos de luz que contribuem de maneira diferente para um mesmo
motivo
a ser fotografado e dão efeitos e leituras diferentes a uma mesma fotografia.

LUZ FRONTAL: ilumina o motivo de frente, de maneira uniforme ou homogénea, o


que se traduz numa imagem clara e com poucos detalhes ou pormenores.

LUZ LATERAL: é uma forma de iluminação que produz um agradável contraste de


luz e sombra, representando de maneira bem detalhada os motivos fotografados, ou seja,
sem
distorção das suas características.

LUZ ZENITAL ou ALTA: esta luz é chamada zenital porque, pela posição que ocupa
a sua fonte, faz-nos recordar o Sol quando está no seu ponto mais alto ou zénite. Esta
maneira de iluminar um motivo, que o faz na sua parte superior, provoca um contraste
de luz e sombra muito acentuado entre os pianos horizontais e os verticais, onde os
primeiros se iluminam e os segundos ficam em penumbra. Isto faz com que as
características dos motivos fotografados não sejam totalmente detalhadas.

LUZ BAIXA: esta forma de iluminação é o contrário da luz zenital em termos de


posição, mas em termos de definição e contrastes tem o mesmo efeito, ou seja, faz com
que as características dos motivos fotografados não sejam totalmente detalhadas. A luz
baixa faz com que os indivíduos retratados pareçam psicologicamente negativos. Por tal
razão, este plano de luz é utilizado nas cenas cinematográficas para caracterizar uma
personagem negativa ou um vilão.

CONTRALUZ: este plano de luz ilumina os motivos por trás, pelo que resulta, pela
posição da sua fonte, que os motivos iluminados sejam vistos como silhuetas sem
detalhes, apenas com os contornos acentuados.

FOCAGEM: fazer a focagem ou focar um motivo com a máquina fotográfica, é


calcular a distância entre o motivo e a máquina para que a imagem final fique nítida.
Geralmente, a focagem deve ser feita no centro do motivo a fotografar.

SELECÇÃO DO PLANO DE CÂMARA: é a posição em que a máquina fotográfica


deve ser colocada em relação ao motivo a ser fotografado.

Existem vários planos de câmara, usados tanto na fotografia, no cinema, como na


televisão, tais como o plano geral ou panorâmico, o plano médio, o plano americano, o
primeiro plano, o grande primeiro plano ou close-up, o plano picado e o plano
contrapicado .
A maior parte dos fotógrafos dedica-se apenas a tirar as fotografias. Quem as revela e as
imprime são outros indivíduos num laboratório especializado e/ou aparelhos altamente
sofisticados que fazem tudo o que um laboratório faz.
Depois que um rolo ou película é totalmente impressionado pela luz que entra na
câmara
escura operada pelo fotógrafo, este deve ser revelado, ou seja, passar por um conjunto
de
banhos químicos para que se possam ver as imagens nele contidas. O rolo passa, então,
a
ter o nome de negativo, já que as imagens, apesar de se distinguirem, não podem ser
vistas
da maneira que elas são realmente, porque como a base do rolo é um material
transparente
as imagens são vistas de forma invertida. É por isso que têm o nome de negativo.

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