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AMPLIFICADORES OPERACIONAIS

Objectivos
 Listar as características dos amp-ops ideais e do amp-op 741.
 Definir o parâmetro slew rate (taxa de variação) e usá-lo para determinar a largura de banda de grande sinal de um
amp-op.
 Analisar um amplificador inversor com amp-op.
 Analisar um amplificador não inversor com amp-op.
 Explicar como funcionam os amplificadores somadores e seguidores de tensão.
 Listar outros circuitos integrados lineares e discutir como são empregados.
OPAMPS

 Introdução aos opamps


 Amp-op 741
 Amplificador inversor
 Amplificador não inversor
 Duas aplicações de amp-ops
 CIs Lineares
 Amp-ops como dispositivos de montagem em superfície
Diagrama de bloco a
b

INTRODUÇÃO AOS OPAMPS


INTRODUÇÃO AOS OPAMPS – CONT.

 Para as nossas necessidades, a Figura de diagrama apresenta duas características importantes que se aplicam a
amp-ops típicos:
 a entrada diferencial e a saída com terminação simples.
 A Figura (a) mostra o símbolo esquemático de um amp-op.
 Ele possui entradas inversora e não inversora e uma saída com terminação simples.
 Idealmente, esse símbolo significa que o amplificador tem um ganho de tensão infinito, impedância de entrada
infinita e impedância de saída zero.
 O amp-op ideal representa um amplificador de tensão perfeito e é frequentemente denominado fonte de
tensão controlada por tensão (VCVS – voltage-controlled voltage source).
 Podemos visualizar um VCVS como mostra a Figura b, onde Rin é infinita e Rout é zero.
AMP-OP 741
O CI 741C

o μA741 teve
um enorme
sucesso. Outros
projetos de 741
surgiram de
diversos
fabricantes.
DIAGRAMA ESQUEMÁTICO SIMPLIFICADO DE UM 741
AMP-DIF NA ENTRADA

 O estágio de entrada é um amp-dif (Q1 e Q2). No 741, Q14 é uma fonte de corrente que substitui o resistor de
cauda. R2, Q13 e Q14 são um espelho de corrente que produz uma corrente de cauda para Q1 e Q2. Em vez de
usar um resistor comum como resistor de coletor do amp-dif, o 741 usa um resistor de carga ativa.
 Essa carga ativa Q4 atua como uma fonte de corrente com uma impedância extremamente alta. Por isso, o ganho
de tensão do amp-dif é muito maior do que seria com um resistor de carga passiva.
 O sinal amplificado do amp-dif aciona a base de Q5, que é um seguidor de emissor. Esse estágio aumenta a
impedância para evitar uma queda no sinal por efeito de carga no amp-dif. O sinal sai de Q5 e vai para Q6. Os
diodos Q7 e Q8 são parte da polarização do estágio final. Q11 é um resistor de carga ativa para Q6. Portanto,
Q6 e Q11 são como um estágio EC com um ganho de tensão muito alto.
O ESTÁGIO FINAL

 O sinal amplificado sai do estágio EC (Q6) e vai para o estágio final, o qual é um seguidor de emissor push-pull
classe B (Q9 e Q10). Devido à fonte ser dividida (tensões VCC positiva e VEE negativa iguais), a saída quiescente é
idealmente 0 V quando a tensão de entrada é zero. Qualquer desvio do 0 V é denominado tensão de erro de saída.

 Quando v1 é maior que v2, a tensão de entrada vin produz uma tensão de saída positiva vout. Quando v2 é maior que v1,
a tensão de entrada vin. produz uma tensão de saída negativa vout. Idealmente, vout pode ser tão positiva quanto + VCC e
tão negativa quanto –VEE antes que o ceifamento ocorra. A saída pode variar entre valores com uma diferença entre
1 e 2 V da tensão de cada fonte de alimentação por causa da queda de tensão interna ao 741.
CARGA ATIVA

 Na Figura acima apresentada, temos dois exemplos de carga ativa (usando transistores como carga em vez de
resistores). Primeiro, existe a carga ativa Q4 no amp-dif na entrada.
 Segundo, existe a carga ativa Q11 no estágio EC. Como as fontes de corrente têm altas impedâncias, as cargas ativas
produzem um ganho de tensão maior do que seria possível com resistores. Essas cargas ativas produzem um ganho
de tensão típico de 100.000 para o 741C. O uso de carga ativa é muito comum em circuitos integrados (CIs)
porque é mais fácil e mais barato fabricar um transistor num chip que em um resistor.
COMPENSAÇÃO DE FREQUÊNCIA

 Na mesma Figura acima apresentada , Cc é um capacitor de compensação. Devido ao efeito Miller, esse pequeno
capacitor (tipicamente de 30 pF) é multiplicado pelo ganho de tensão de Q5 e Q6 para se conseguir uma capacitância
equivalente muito maior de:
 Cin(M) = (Av +1)Cc
 onde Av é o ganho de tensão dos estágios Q5 e Q6.
 A resistência vista pela capacitância Miller é a impedância de saída do amp-dif. Portanto, temos um circuito de
atraso. Esse circuito de atraso produz uma frequência de corte de 10 Hz no 741C. O ganho em malha aberta do
amp-op cai 3 dB nessa frequência de corte.
 Então, AVOL diminui aproximadamente 20 dB por década até alcançar a frequência de ganho unitário.
 A Figura 16-5 mostra o gráfico de Bode ideal do ganho de tensão em malha aberta versus a frequência. O 741C
tem um ganho de tensão em malha aberta de 100.000, que equivale a 100 dB. Visto que a frequência de corte em
malha aberta é 10 Hz, o ganho de tensão muda de inclinação em 10 Hz com decaimento numa taxa de 20 dB por
década até ser 0 dB em 1 MHz.
POLARIZAÇÕES E OFFSETS

 Um amp-dif tem polarizações de entrada e offsets que produzem um erro de saída quando não existe sinal na
entrada.
 Em muitas aplicações, o erro de saída é suficientemente pequeno para ser ignorado.
 Mas quando o erro de saída não pode ser ignorado, o projetista pode reduzi-lo usando resistores de base iguais,
isso elimina o problema da corrente de polarização, mas não os problemas da corrente de offset e da tensão de
offset.
 Por isso é melhor eliminar o erro de saída usando o circuito de cancelamento apresentado na folha de dados. Esse
circuito de cancelamento recomendado funciona com um circuito interno para eliminar o erro de saída e também
para minimizar o drift térmico (deriva térmica), que é uma variação lenta na tensão de saída causada pelo efeito da
variação da temperatura nos parâmetros do amp-op. Algumas vezes, a folha de dados de um amp-op não inclui um
circuito de cancelamento. Nesse caso, temos que aplicar uma pequena tensão de entrada para cancelar a saída.
 A fonte CA que aciona a entrada inversora tem uma resistência de Thévenin de RB. Para neutralizarmos o efeito da
corrente de polarização de entrada (80 nA) que flui através da resistência da fonte, acrescentamos um resistor
discreto de igual valor na entrada não inversora, conforme mostrado.
 Para eliminar o efeito de uma corrente de offset de entrada de 20 nA e uma tensão de offset de 2 mV, a folha de
dados de um 741C recomenda o uso de um potenciômetro de 10 kΩ entre os pinos 1 e 5. Ajustando esse
potenciômetro sem sinal na entrada, podemos cancelar ou zerar a tensão de saída.
RAZÃO DE REJEIÇÃO EM MODO COMUM

 Para um 741C, a CMRR é 90 dB em baixas frequências. Dados sinais iguais, sendo um sobreposto ao sinal de
entrada e o outro como um sinal em modo comum, o sinal desejado será 90 dB maior na saída que o sinal em
modo comum.
 Em números comuns, isso significa que o sinal desejado será aproximadamente 30.000 vezes maior que o sinal em
modo comum. Em frequências maiores, efeitos reativos degradam a CMRR, como mostra a Figura 16-7a. Observe
que CMRR é aproximadamente 75 dB em 1 kHz, 56 dB em 10 kHz e assim por diante.
SAÍDA DE PICO A PICO MÁXIMA

 O valor do MPP de um amplificador é o valor máximo pico a pico da saída que pode ser produzido pelo
amplificador sem que ocorra o ceifamento do sinal. Como a saída quiescente de um amp-op é idealmente zero, a
tensão de saída CA pode variar positivamente ou negativamente. Para resistências de carga muito maiores que Rout,
a tensão de saída pode variar até próximo às tensões de alimentação. Por exemplo, se VCC = +15 V e VEE = –15V, o
valor MPP com uma resistência de carga de 10 kΩ é idealmente 30 V.
 Com um amp-op não ideal, a saída não pode variar de todo modo até os valores das tensões de alimentação porque
existe uma pequena queda de tensão no estágio final do amp-op. Além disso, quando a resistência de carga não é
grande em comparação com Rout, parte da tensão amplificada aparece como uma queda de tensão em Rout, o que
significa que a tensão de saída final é um pouco menor.
CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO

 Em algumas aplicações, um amp-op pode acionar uma resistência de carga de aproximadamente zero. Nesse caso,
precisamos saber o valor da corrente de saída em curto-circuito. A folha de dados de um 741C fornece um valor
de corrente de curto-circuito de 25 mA. Essa é a corrente de saída máxima que o amp-op pode produzir. Se usamos
pequenos resistores de carga (menores que 75 Ω), não espere conseguir grandes tensões de saída porque a tensão
não pode ser maior que 25 mA vezes a resistência de carga.
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA

 A Figura 16-7c mostra a resposta em frequência para pequenos sinais de um 741C. Na banda média, o ganho de
tensão é 100.000. O 741C tem uma frequência de corte fc de 10 Hz. Conforme indicado, o ganho de tensão é
70.700 (queda de 3 dB) em 10 Hz. Acima da frequência de corte, o ganho de tensão diminui a uma taxa de 20 dB
por década (resposta de primeira ordem).
 A frequência de ganho unitário ( funitário) é a frequência na qual o ganho de tensão é igual a 1. Na Figura 16-7c, funitário é
1 MHz. As folhas de dados geralmente especificam o valor de funitário porque ela representa o limite superior de
ganho útil de um amp-op. Por exemplo, a folha de dados de um 741C fornece uma funitário de 1 MHz. Além de 1
MHz, o ganho de tensão é menor que 1 e o 741C é inútil. Se um projetista necessita de uma funitário maior, existem
disponíveis amp-ops melhores.
 Por exemplo, o LM318 tem uma funitário de 15 MHz, o que significa que ele produz um ganho de tensão útil de todo
modo até 15 MHz.
SLEW RATE

 O capacitor de compensação interno ao 741C desempenha um função muito importante: ele evita oscilações que
poderiam interferir no sinal desejado. Porém existe uma desvantagem. O capacitor de compensação precisa ser
carregado e descarregado.
 Isso gera um limite de velocidade na mudança da tensão de saída do amp-op.
 A inclinação inicial da forma de onda exponencial é denominada slew rate (taxa de variação), simbolizada por SR .
A definição de slew rate é:

 onde a letra grega Δ (delta) significa “variação em”. Dito em palavras, a equação informa que a slew rate é igual à
variação na tensão de saída dividida pela variação de tempo.
SLEW RATE

 A slew rate representa a resposta mais rápida que um


amp-op pode ter.
 A folha de dados de um amp-op sempre especifica a
slew rate porque esse parâmetro limita a resposta a
grandes sinais de um amp-op. Se a onda senoidal de
saída for muito pequena ou a frequência for muito
baixa, a slew rate não será problema.
 Mas quando o sinal for grande e a frequência alta, a
slew rate provocará uma distorção na saída.
 Por meio de cálculo, é possível deduzir essa equação:

onde SS é a inclinação inicial da onda senoidal, f é a sua frequência e Vp, o seu valor
de pico. Para evitar a distorção por slew rate de uma onda senoidal, SS tem que ser
menor ou igual a SR.
EXEMPLO

 Qual o valor da tensão na entrada inversora do


circuito 741C, visto na Figura leva a saída à
saturação negativa?
AMPLIFICADOR INVERSOR

 O amplificador inversor é o circuito com amp-op mais básico. Ele usa realimentação negativa para estabilizar o
ganho de tensão total. O motivo da necessidade de estabilizar o ganho de tensão total é porque AVOL é demasiado
grande e instável para ser usado sem uma forma de realimentação. Por exemplo, o 741C tem um AVOL mínimo de
20.000 e máximo de mais de 200.000. Um ganho de tensão imprevisível dessa magnitude e variações é inútil sem
realimentação.
REALIMENTAÇÃO NEGATIVA – AMPLIFICADOR INVERSOR

 Para simplificar o desenho, as tensões das fontes de


alimentação não foram mostradas. Em outras palavras,
estamos observando o circuito equivalente CA.
 Uma tensão de entrada vin aciona a entrada inversora por
meio do resistor R1.
 Isso resulta numa tensão na entrada inversora de v2.
 A tensão de entrada é amplificada pelo ganho de tensão em
malha aberta para produzir uma tensão de saída invertida.
REALIMENTAÇÃO NEGATIVA – AMPLIFICADOR INVERSOR

 A tensão de saída é alimentada de volta na entrada por meio de um resistor de realimentação Rf. Isso resulta em
uma realimentação negativa porque a saída é 180º fora de fase em relação à entrada. Em outras palavras, quaisquer
variações em v2 produzidas pela tensão de entrada estão em oposição ao sinal de saída.
 Eis como a realimentação negativa estabiliza o ganho de tensão total: se o ganho de tensão em malha aberta AVOL
aumenta por qualquer razão, a tensão de saída aumenta e realimenta mais tensão na entrada inversora. Essa tensão
de realimentação oposta reduz v2.
 Portanto, ainda que AVOL tenha aumentado, v2 diminuiu e a saída final aumenta muito menos do que ocorreria sem a
realimentação negativa. O resultado geral é que o aumento na tensão de saída é tão pequeno que é difícil de ser
notado.
TERRA VIRTUAL

 O conceito de terra virtual é baseado no amp-op


ideal. Quando um amp-op é ideal, ele tem um ganho
de tensão em malha aberta infinito e uma resistência
de entrada infinita.
 Por isso, podemos deduzir as seguintes propriedades
ideais para o amplificador inversor:
 1. Como Rin é infinita, i2 é zero.
 2. Como AVOL é infinito, v2 é zero.

O conceito de terra virtual: um curto-circuito para a tensão e um


circuito aberto para a corrente.
TERRA VIRTUAL - CONT

 Como i2 é zero, a corrente através de Rf tem que ser igual à corrente de entrada através de R1, conforme mostrado.
Além disso, como v2 é zero, o terra virtual informa que a entrada inversora atua como um terra para a tensão, mas
um circuito aberto para a corrente!
GANHO DE TENSÃO
GANHO DE TENSÃO

Então, à direita de R1 existe um terra para a tensão, assim podemos escrever:

vin = iin R1

De forma similar, à esquerda de Rf existe um terra para a tensão, assim a


amplitude da tensão de saída é:

vout = –iin Rf

Divida vout por vin para obter o ganho de tensão onde Av = vout/vin = –
iinRf/iinR1. Então:
Impedância de entrada Largura de banda
 Em algumas aplicações, um projetista pode querer  A seguir a equação para a largura de banda em malha
uma impedância de entrada específica. fechada:
 Essa é uma das vantagens de um amplificador
inversor; é fácil estabelecer uma impedância de
entrada desejada. Veja por que: como o terminal
direito de R1 está virtualmente aterrado, a impedância
de entrada em malha fechada é:
 Na maioria das aplicações, Av(CL) é maior que 10 e a
 zin(CL) = R1 equação se simplifica para:
POLARIZAÇÃO E OFFSETS

 A realimentação negativa reduz o erro de saída provocado pela corrente de polarização de entrada, corrente de
offset de entrada e tensão de offset de entrada.
 Conforme discutido em capítulos anteriores, as três tensões de erro de entrada e a equação para a tensão de erro de
saída total:

 V = A (V + V + V )
erro VOL 1erro 2erro 3erro

 Quando a realimentação negativa é usada, essa equação pode ser escrita como:
 Verro @ Av(CL)( V1erro V2erro V3erro)
POLARIZAÇÃO E OFFSETS
 Na produção em massa, os erros de entrada podem
se somar a ponto de se ter o pior caso possível.
 Os erros de entrada já foram abordados e estão
repetidos aqui:

 Num amplificador inversor, RB2 é a resistência de


Thévenin vista quando se olha para trás a partir da
entrada inversora em direção à fonte.
 Essa resistência é dada por:
 RB2 = R1 ║ Rf
EXEMPLO

 Dada a Figura é um circuito equivalente CA, assim


podemos ignorar o erro de saída causado pelas
polarizações e offsets de entrada.
 Qual é o ganho de tensão de malha fechada e a
largura de banda? Qual é a tensão de saída em
1 kHz e em 1 MHz?
EXEMPLO DE APLICAÇÃO

 Qual é a tensão de saída na Figura 16-17 quando vin é


zero? Com os seguintes valores para 741C:Iin(bias) = 80
nA, Iin(off) = 20 nA e Vin(off) = 2 mV.
OBRIGADO
FCAPACHIUA@UZAMBEZE.AC.
MZ

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