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Resumo
O presente trabalho aborda a análise de demonstrações contábeis, por meio da aplicação de indicadores
econômico-financeiros da empresa varejista Magazine Luiza. O objetivo deste estudo foi investigar a estrutura
financeira de uma organização do setor varejista, a Magazine Luíza, utilizando os indicadores
econômico-financeiros dos últimos cinco anos. A compreensão desses dados é importante para o entendimento
das estratégias adotadas pela empresa, assim como o conhecimento do setor. A pesquisa possui caráter descritivo
e quantitativo com corte longitudinal e levantamento de dados secundários. Dessa forma, para o
desenvolvimento deste estudo foram extraídos as demonstrações contábeis da empresa entre os anos de 2016 a
2020 que permitiram calcular os índices de liquidez, de endividamento e de rentabilidade, bem como análise
vertical e horizontal, considerados neste estudo como as variáveis analisadas.
Abstract
This work addresses the analysis of financial statements, through the application of economic-financial
indicators from the retailer Magazine Luiza. The aim of this study was to investigate the financial structure of an
organization in the retail sector, Magazine Luíza, using the economic-financial indicators of the last five years.
Understanding these data is important for understanding the strategies adopted by the company, as well as
knowledge of the sector. The research has a descriptive and quantitative character with a longitudinal cut and
secondary data collection. Thus, for the development of this study, the company's financial statements between
the years 2016 to 2020 were extracted, which allowed calculating the liquidity, indebtedness and profitability
ratios, as well as vertical and horizontal analysis, considered in this study as the variables analyzed.
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Bacharel em Administração. Ifes. karina_mendes987@hotmail.com
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Professora orientadora. Doutoranda em Administração. Ifes. cintia.espanhol@ifes.edu.br
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Professora orientadora. Mestre em Segurança Pública. Ifes. joanita@ifes.edu.br
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1 INTRODUÇÃO
O setor varejista é extremamente sensível às oscilações do mercado. Seus resultados, como as
vendas, respondem muito rápido às alterações na conjuntura macroeconômica e no poder
aquisitivo dos consumidores. Assim, as organizações deste setor devem recorrer a estratégias
que permitam incorporar características como flexibilidade e adaptação no ambiente onde
atuam (DONATO, 2012; REGERT, 2018).
Para desenvolver estratégias adequadas ao setor, as empresas devem conhecer sua estrutura
financeira e conhecer os seus indicadores econômico-financeiros, métodos usados para
avaliação e performance financeira de empresas. Assim, indicadores como esses, são
fundamentais no processo decisório, no gerenciamento de uma organização, pois permite a
análise periódica das empresas (REGERT, 2018).
As análises periódicas dos seus indicadores, apontam dados sobre a empresa que colaboram
com o desenvolvimento de controle e planejamento financeiro, e assim o fortalecimento da
otimização de lucros e da redução de impactos negativos sobre seus investimentos
(REGERT, 2018).
Assim, o objetivo deste estudo é investigar a estrutura financeira de uma organização do
setor varejista, a Magazine Luíza, utilizando os indicadores econômicos financeiros dos
últimos cinco anos. A compreensão desses dados é importante para o entendimento das
estratégias adotadas pela empresa, assim como o conhecimento do setor.
Considerando que a Magazine Luiza, uma das maiores organizações do setor varejista no
país, possui grandes investimentos na área de inovação e publicidade e destaca-se como um
dos principais e-commerces do país (BORINI, 2020; SALOMÃO, 2020), este estudo, traz
conhecimentos científicos e práticos sobre o setor já que permite o uso de indicadores
financeiros apontados pela literatura para o entendimento do desempenho empresa
(REGERT, 2018).
Neste contexto, é importante mencionar que de acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo
e Consumo - SBVC (2020), o setor varejista possui grande importância no cenário
empresarial brasileiro, representando cerca de 19,24% do PIB no varejo restrito; 7,8% do
PIB no varejo essencial e 26,20% de impacto no varejo ampliado. Apresenta um ritmo
acelerado de crescimento com destaque de empresas varejistas que aparecem na relação das
maiores empresas do Brasil (SALOMÃO, 2020). Além disso, o setor varejista emprega
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Varotto (2018), o varejo no Brasil iniciou-se desde o período da colonização,
mais especificamente com a exploração do ouro na região das Minas Gerais, que fez com que
aumentasse a população e desenvolvesse o comércio local. Além disso, outro acontecimento
histórico importante para impulsionar o comércio na época foi a vinda da família real
portuguesa ao Brasil, por ter sido concedido a abertura dos portos às outras nações,
favorecendo para o crescimento do comércio e para o desenvolvimento do país.
Compreende-se que o varejo no Brasil surgiu a partir da evolução do comércio desde o
período da colonização. Assim, percebe-se que o varejo é alvo de processos disruptivos de
inovação ao longo da história e foi a partir dessas mudanças que passamos a ter o comércio
varejista como é atualmente (VAROTTO, 2018).
Hoje, um importante desafio para o setor varejista relaciona-se ao uso cada vez mais intenso
da tecnologia no ambiente de venda, a inovação e a publicidade nas redes sociais são uma das
principais ferramentas para atrair o público para realização de novas compras no e-commerce
(BORINI, 2020).
De acordo com Galinari (2015), o e-commerce é responsável por conduzir uma verdadeira
mudança estrutural no varejo e que foi responsável por alterar toda lógica da organização do
mercado. Além disso, o uso da internet trouxe maior agilidade para o setor varejista e para os
consumidores que agora podem desfrutar de uma elevação do bem-estar e economia de tempo
e de custo de deslocamento até uma loja física e dentre outros benefícios.
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A Magazine Luiza ou Magalu é uma plataforma digital brasileira considerada uma das
maiores empresas varejistas do Brasil, a organização possui um sistema que contribui para
que vários outros negócios possam ingressar nas vendas online. A companhia opera com
1.113 lojas físicas, distribuídas por 819 cidades, de 21 estados (BORINI, 2020; site da
empresa).
Anteriormente, a Magazine Luiza era apenas uma rede de lojas no interior do estado de São
Paulo. Entretanto, com muito trabalho, Luiza Trajano, administradora da empresa, conseguiu
transformar a marca em uma das melhores e mais conceituadas do mercado a ponto de
concorrer com as principais lojas do mesmo segmento como: Casas Bahia, Ponto Frio e Lojas
Americanas (MARQUES, 2020).
Ademais, a Magazine Luiza foi uma das primeiras empresas no país a implementar um
sistema de computação nas lojas, este período foi marcado pela automação e informatização
do negócio, tornando-se empresa pioneira na implementação dessa inovação (MARQUES,
2020).
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Na década de 1990, foi criado o primeiro modelo de comércio eletrônico do mundo: as Lojas
Virtuais. Tal criação foi resultado de um projeto inovador e possibilitou que diversas lojas
vendessem seus produtos através de terminais multimídia, com a presença de vendedores
encarregados de atender os clientes da melhor forma, sem que necessariamente houvesse
produtos em estoque. Em 1999, o conceito de loja virtual foi levado para a internet, tornando
a Magazine Luiza um dos maiores representantes do e-commerce nacional (MARQUES,
2020; BORINI, 2020).
Para a Magazine Luiza, destacar-se por possuir vendedores realizando transações dentro de
um de seus canais digitais é uma aposta para aumentar a sua percepção no mercado, pois além
de receber uma porcentagem que varia de 10% a 20% da venda de terceiros, dependendo da
categoria do produto vendido, contribui para o aumento do lucro da empresa (BORINI, 2020).
Atualmente, a empresa encontra-se no 5º lugar das maiores empresas varejistas no país.
Assim, analisando todo o histórico da empresa é possível identificar que a Magazine Luiza
possui um posicionamento estratégico eficiente para estimular o crescimento do seu
e-commerce, oferecendo inovação, praticidade e rapidez ao consumidor (BORINI, 2020).
O setor varejista possui grande importância para a economia nacional. Assim, será realizada
uma análise financeira em uma das maiores empresas do setor: a Magazine Luiza. Tal
organização possui relevância pela sua participação no mercado há muitos anos. Assim, esses
indicadores são fundamentais para a tomada de decisão, para o gerenciamento e análise da
performance da organização (SALOMÃO, 2020; BORINI 2020).
Por muito tempo a análise financeira foi utilizada para identificar a solidez de uma empresa,
assim como seu desempenho. Assim, tal análise possui como objetivo organizar as
informações contábeis e, consequentemente, extrair orientações para a tomada de decisão. A
análise financeira é uma ferramenta muito importante, pois o levantamento e a interpretação
destas informações contribuem para o desenvolvimento das empresas (REGERT, 2018).
Assim, para realizar a análise financeira da empresa em estudo e identificar sua performance
nesses últimos cinco anos, será aplicado análises vertical e horizontal; análise de indicadores
de liquidez; indicadores de endividamento e indicadores de rentabilidade, que serão
apresentados a seguir.
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Uma forma de analisar as demonstrações contábeis é por meio da análise comparativa, através
da análise vertical (performance das atividades) e horizontal (performance temporal). Assim,
a comparação das demonstrações financeiras durante vários anos revela uma direção,
velocidade e extensão das linhas de tendência, comparando, além disso, as tendências entre os
itens relacionados (BAZZI, 2016).
Segundo Bazzi (2016), há quatro tradicionais tipos de indicadores de liquidez, são eles:
Liquidez Geral; Liquidez Seca; Liquidez corrente e Liquidez imediata. Listados no quadro
abaixo:
Liquidez Indica a relação existente do ativo circulante e do passivo Ativo Circulante – Estoque –
seca circulante, verificando a capacidade de pagamento da Despesas Antecipadas/ Passivo
empresa, sem considerar seus estoques. Circulante
Liquidez Indica a relação existente do ativo circulante e do passivo Ativo Circulante/ Passivo
corrente circulante, verificando a capacidade de pagamento da Circulante
empresa
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Bazzi (2016); Pereira (2018) e Blatt (2001).
O índice de liquidez geral está ligado a solidez financeira da empresa em longo prazo,
considerando tudo que é possível converter em dinheiro em curto e longo prazo e, ainda,
relacionando o total de dívidas que a organização já assumiu, também em curto e longo
prazos (BAZZI,2016). Já a liquidez seca, de acordo com Pereira (2018, p.39), “representa a
porcentagem de dívidas a curto prazo em condições de serem liquidadas com o uso de
disponível e valores a receber”.
Segundo Blatt (2001, p. 75), a liquidez corrente indica a solidez do “embasamento financeiro''
da empresa frente aos seus compromissos de curto prazo. Expressa quantas vezes os ativos
circulantes de uma empresa “cobrem” os passivos “circulantes”. E a liquidez imediata,
“representa a porcentagem de dívida a curto prazo em condições de serem liquidadas
imediatamente” (PEREIRA, 2018, p. 38).
Referente a análise do endividamento, Bazzi (2019) explana que o tal indicador visa avaliar
qual é o grau de endividamento da empresa. Assim, os indicadores que são calculados
demonstram a política de obtenção de recursos que a entidade adota, ou seja, como a empresa
tem financiado seu ativo, existindo duas possibilidades: com recursos próprios (patrimônio
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líquido) ou com capital de terceiros (passivo). O quadro 2 a seguir demonstra a fórmula dos
indicadores para a análise de endividamento.
De acordo com Pereira (2018), o giro do ativo indica quanto a empresa vendeu para cada
$1,00 de investimento total, enquanto isso, o ROA, analisa o retorno da empresa (lucro
líquido) com o nível de investimentos (ativos).
Ademais, tem-se o indicador de rentabilidade do patrimônio líquido (ROE), que analisa o
retorno obtido sobre o Capital Próprio, trata-se de uma medida de retorno dos acionistas. E
por fim, a margem de lucro sobre as vendas que compara o lucro obtido com o volume de
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vendas do período, sendo possível com esse indicador comparar o lucro bruto, operacional ou
líquido com as vendas (PEREIRA, 2018).
Dessa forma, com a utilização dos indicadores econômico-financeiros na análise da empresa
em estudo, será possível verificar o desempenho e comportamento da empresa nos últimos
cinco anos e compará-los com os resultados de empresas do mesmo ramo, a fim de evidenciar
se seus resultados estão dentro da normalidade. A utilização dos indicadores
econômico-financeiros é de grande importância, pois possibilita às empresas estabelecer
comparação do desempenho da empresa diante do cenário econômico no qual está inserido,
objetivando planejar seu futuro e potencializar suas capacidades competitivas (REGERT,
2018).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Diante do objetivo deste estudo, que é analisar a estrutura financeira da empresa Magazine
Luiza a partir de indicadores econômico-financeiros, optou-se por uma pesquisa de caráter
descritivo e quantitativo com corte longitudinal e levantamento de dados secundários.
Os dados coletados, foram extraídos dos relatórios anuais e da planilha de resultados
disponibilizados pela empresa referentes ao período de 2016 a 2020 e foram coletados no site
de relação com os investidores (RI) da Magazine Luiza [https://ri.magazineluiza.com.br/].
Por meio dos dados, foram calculados os índices de liquidez, de endividamento e de
rentabilidade bem como análise vertical e horizontal dos dados, considerados neste estudo
como as variáveis analisadas.
Após o apontamento dos resultados dos índices, é possível realizar uma análise da situação
financeira da Magazine Luíza, indicando como foi sua performance nos últimos 5 anos. Além
disso, identificar a situação das vendas no e-commerce e de sua influência no mercado
varejista em geral.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na análise do Ativo não circulante, apenas a conta direito de uso alcançou representatividade
acima de 10% em algum dos anos observados, mais precisamente nos anos de 2019 e 2020.
Na observação total do composto do ativo, verificou-se que o ativo circulante apresentou
crescimento de 2016 a 2018, ano que era 64,25% e chegou a 72,90% em 2018. Os anos
seguintes foram marcados por queda quando comparados a 2018, mas ainda assim
apresentaram valores superiores se comparados a 2016.Consequentemente, o ativo não
circulante que representa 60,20% em 2016 fechou 2020 com 54,43%.
Em relação ao Passivo Circulante, a conta que mais se destacou foi a fornecedores que em
2016 representava 38,77% do total do passivo e patrimônio líquido, em 2017 a conta possui
39,35%, em 2018 ficou com 46,67%, em 2019 atingiu o valor de 29,99% e no último ano
finalizou com 34,49%.
Referente ao passivo não circulante, a conta empréstimos e financiamentos também ganhou
destaque, em 2016 a conta possuía 16,57% em relação ao valor total e em 2020 a conta
finalizou com apenas 0,08%. Dessa forma, nota-se que a empresa obteve menor percentual de
empréstimos de longo prazo nos últimos anos.
Para a análise vertical da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), apresentada na
tabela 2, o elemento divisor é a receita líquida, e os percentuais vão indicar o quanto cada
elemento do resultado representa em relação a essa receita líquida (ASSAF,2014).
Para a análise horizontal da DRE, observou-se o crescimento das contas no período de 2016 a
2020. Verificou um crescimento de 206,85% na Receita Líquida no ano de 2020 em relação
ao de 2016, porém houve um crescimento também no custo dos bens, o que refletiu no lucro
bruto que apesar de demonstrar crescimento na análise horizontal, perdeu representatividade
na análise vertical. Semelhantemente o lucro operacional também perdeu representatividade,
impulsionado pelo crescimento das despesas operacionais que chegou a crescer 171,41% no
ano de 2020 em relação a 2016, isto refletiu no lucro líquido que apresentou o mesmo
comportamento, crescimento significativo no decorrer dos anos analisados, porém perdeu
representatividade no mesmo período.
4.1 INDICADORES
Com base nos dados da DRE e Balanço Patrimonial da Magazine Luiza foram realizados
cálculos dos indicadores econômico-financeiros da empresa. Primordialmente, foi exposto os
índices de liquidez que demonstram a capacidade da empresa de saldar suas obrigações com
terceiros (ASSAF, 2003), como pode ser visto na tabela 5.
Com a liquidez corrente mediu-se a relação existente entre o ativo circulante e o passivo
circulante, ou seja, a capacidade da empresa de financiar suas necessidades de capital de giro
(ASSAF, 2014). Assim, no ano de 2016 para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo, a
Magazine Luíza possuía R$ 1,07 para pagar tais dívidas. Houve uma variação nos resultados
nos anos seguintes, onde a empresa alcançou o valor de 1,27 em 2017, diminuindo para 1,19
no ano de 2018 e chegou a 1,60 em 2019 possuindo o maior índice do período observado. O
ano de 2020 foi encerrado com 1,25, demonstrando que mesmo com a variação dos resultados
a empresa melhorou sua capacidade de pagamento a curto prazo, ao longo do período
observado.
O índice de liquidez seca revelou o percentual de dívidas de curto prazo que pode ser
resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez, isto é, sem a presença de
estoques e de despesas antecipadas (NETO, 2014). Desta forma, percebeu-se que houve uma
variação nesse índice no decorrer dos anos analisados, no ano de 2016, para cada R$1,00 de
dívidas a curto prazo, a empresa mantinha R$ 0,63 de ativos monetários circulantes, no ano
seguinte, o resultado subiu para 0,80 e em 2018 diminuiu para 0,67, em 2019 apresentou o
resultado de 1,13 e em 2020 encerrou com 0,81. Assim notou-se uma elevação geral no
período analisado, destacando o melhor resultado no ano de 2019 como também visto nos
índices geral e corrente.
Já a liquidez imediata, foi determinada pela relação existente entre o disponível e o passivo
circulante, ou seja, o valor de quanto se dispões imediatamente para quitar as dívidas de curto
prazo, utilizando apenas as disponibilidades caixa, bancos e aplicações financeiras de resgate
imediato (NETO, 2014). Com base nos resultados, notou-se que no ano de 2016 foi o ano de
maior índice observado, período em que a Magazine Luíza possuía 16% de capacidade de
liquidar imediatamente suas dívidas. Os anos seguintes observados foram marcados por queda
na capacidade, chegando a 13% em 2020.
Desta forma, os índices de liquidez foram apresentados demonstrando a capacidade de
pagamento da Magazine Luíza, período que foi marcado por uma elevação dos resultados na
liquidez geral, corrente e seca, já a liquidez imediata apresentou queda.
superar o custo do endividamento pode ser interessante para a empresa elevar o índice para
realizar uma alavancagem financeira favorável (ASSAF, 2014).
O índice de Imobilização dos recursos não correntes, demonstra a porcentagem do passivo
permanente de uma empresa que se encontra imobilizada em ativos permanentes. Ou seja, se
o índice apresentar resultado superior a 1,0, indica que os recursos permanentes da empresa
não são suficientes para financiarem suas aplicações de permanentes, sendo utilizados fundos
provenientes do passivo circulante com reflexos negativos sobre o capital de giro. Isso
significa que a empresa estaria utilizando recursos de curto prazo (passivo circulante) para
financiar ativos permanentes, produzindo um desequilíbrio financeiro na organização.
Assim, caso ocorra o contrário, e o índice seja menor que R$1,00, indica a existência de folga
financeira, isto é, uma parcela do passivo permanente, que excede aos ativos permanentes,
está financiando ativos de curto prazo, produzindo maior liquidez.
De acordo com os resultados desse indicador, entre os anos analisados houve pouca variação,
em 2016 esteve com 0,22, no ano de 2017 e 2018 com 0,19, em 2019 com 0,26 e, por fim, em
2020 com 0,24. Ademais, percebe-se que em todos esses anos tiveram um indicador abaixo de
R$1,00, significando que a empresa conseguiu manter uma boa liquidez de seus ativos de
curto prazo.
Outro indicador a ser analisado é o de Composição do endividamento que indica o quanto que
a empresa possui de dívidas de curto prazo em relação ao total de dívidas (capital de
terceiros). Dessa forma, caso os indicadores sejam maiores que R$ 1,00, significa que a
empresa possui mais em dívidas de curto prazo e caso esse indicador possua resultado abaixo
de R$1,00, significa vantagem para a empresa, pois esta deve ser capaz de quitar seus débitos
no prazo estipulado bem como ser capaz de fazer com que, após quitado, esse se reverta em
lucros a longo prazo. Os indicadores desta pesquisa, apontaram que houve uma pequena
variação dos resultados no decorrer dos anos analisados, em 2016 houve resultado de 0,67,
terminando em 2020 com 0,77.
E por fim, o indicador de Imobilização do Patrimônio Líquido, que demonstra o grau de
Imobilização do capital de uma empresa, isto é, o equivalente a quanto do Patrimônio Líquido
é investido em ativo permanente. Cabe salientar que quanto maior o investimento em ativo
permanente menor será o recurso disponível para o ativo circulante, culminando na
dependência da empresa a capital de terceiros e a financiamentos para o ativo circulante.
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Margem líquida 1% 3% 4% 5% 1%
Margem operacional 1% 4% 5% 6% 1%
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
último ano, ambos se igualaram ao ano de 2016. Com a análise horizontal da DRE, percebe-se
grande crescimento na receita Líquida da empresa no decorrer dos anos, entretanto, também
houve um crescimento no custo dos bens o que refletiu no lucro bruto e, consequentemente, o
lucro operacional também perdeu representatividade, impulsionado pelo crescimento das
despesas operacionais que chegou a crescer 171,41% no ano de 2020, refletindo, por fim, no
lucro líquido que teve o mesmo comportamento, ou seja, queda.
Além disso, cabe salientar que a crise sanitária e econômica que o país vem enfrentando,
causada pela pandemia Covid-19, desde o fim de 2019, pode ter influenciado nos resultados
da empresa já que houve um aumento nas vendas online e paralelamente notou-se com a
Margem Líquida, Operacional e Bruta um aumento na Receita da organização no último ano,
porém houve também aumento nos custos e despesas, sendo desfavorável para a obtenção de
lucros.
Portanto, com esta pesquisa, pode-se verificar o quanto a análise de indicadores
econômico-financeiros são essenciais para seus usuários identificarem o desempenho de uma
empresa. Essas ferramentas são indispensáveis para que gestores possam tomar as melhores
decisões, proporcionarem o crescimento da organização e fazer com que empresas
mantenham sua concorrência e continuem no mercado em que atuam.
REFERÊNCIAS
BAZZI, Samir. Análise das Demonstrações Contábeis – 2ª Edição. 147 páginas. São Paulo.
Editora Pearson Education do Brasil, 2019.
___________. Análise das Demonstrações Contábeis. 123 páginas. São Paulo. Editora
Pearson Education do Brasil, 2016.
BLATT, Adriano. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações
financeiras e contábeis. Editora Pearson. 252 páginas. ISBN: 9788534612227. São Paulo:
MAKRON Books, 2001.
BORINI, A. S. et al. E-commerce: a influência do comércio eletrônico Magazine Luiza no
crescimento das vendas da empresa. IV Encontro Internacional de Gestão, desenvolvimento
e Inovação 2020. 06 de nov. de 2020. Disponível em
https://periodicos.ufms.br/index.php/EIGEDIN/article/view/11116. Acesso em 27 de maio de
2021.
DINIZ, Natália. Análise das Demonstrações Contábeis. 1ª Edição. Estácio. Rio de Janeiro:
SESES, 2015.
DONATO, Claudio. O conceito do varejo e a importância da tomada de decisão! 19 de
novembro 2012. Disponível em
26
https://administradores.com.br/artigos/o-conceito-do-varejo-e-a-importancia-da-tomada-de-de
cisao. Acesso em 12 de março de 2021.
ANEXOS
Provisão para Riscos T., C. e Trabalhistas 284,1 301,5 387,4 1 037,1 1 379,9
Receita Diferida 509,2 468,8 391,0 356,8 301,3
Outras Contas a Pagar 2,6 1,9 1,7 2,0 5,0
Total do Passivo não Circulante 1 806,6 1 209,5 1 105,3 4 223,5 3 905,8
TOTAL DO PASSIVO 5 479,0 5 345,5 6 493,9 12 226,1 17 321,9
Capital Social 606,5 1 719,9 1 719,9 5 952,3 5 952,3
Reserva de Capital 19,0 37,1 52,2 323,3 390,6
Ações em Tesouraria (28,7) (14,0) (87,0) (124,5) (603,7)
Reserva Legal 20,5 39,9 65,6 109,0 123,0
Reserva de Retenção de Lucros 3,1 288,4 546,9 1 301,8 1 451,9
Ajuste de Avaliação Patrimonial 1,2 2,7 5,3 3,2 11,2
Lucros (Prejuízos) Acumulados - - - - -
Total do Patrimônio Líquido (PL) 621,6 2 074,0 2 302,9 7 564,9 7 325,3
TOTAL DO PASSIVO E PL 6 100,6 7 419,5 8 796,7 19 791,1 24 647,2
- DRE (CONTINUAÇÃO)
DRE CONSOLIDADO (em R$ milhões) 2016 2017 2018 2019 2020
Receita Bruta 11 371,6 14 321,1 18 896,5 24 377,1 36 116,0
Impostos e Cancelamentos (1 862,9) (2 336,9) (3 306,1) (4 490,8) (6 938,9)
Receita Líquida 9 508,7 11 984,3 15 590,4 19 886,3 29 177,1
Custo Total (6 586,1) (8 378,2) (11 053,0) (14 332,3) (21 657,2)
Lucro Bruto 2 922,6 3 606,0 4 537,4 5 554,0 7 520,0
Despesas com Vendas (1 776,3) (2 120,0) (2 747,4) (3 444,1) (5 162,6)
Despesas Gerais e Administrativas (481,9) (536,0) (596,1) (701,6) (906,8)
Perda em Liquidação Duvidosa (26,1) (41,9) (59,7) (76,0) (118,1)
Outras Receitas Operacionais, líquidas 13,5 36,5 53,4 416,7 74,7
Equivalência Patrimonial 62,7 86,2 57,8 26,6 119,9
Total de Despesas Operacionais (2 208,1) (2 575,3) (3 292,2) (3 778,4) (5 992,9)
EBITDA 714,6 1 030,8 1 245,2 1 775,5 1 527,1
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- DRE (CONCLUSÃO)
Depreciação e Amortização (133,6) (143,1) (163,7) (487,0) (702,5)
EBIT 580,9 887,7 1 081,6 1 288,6 824,6
Resultado Financeiro (503,8) (410,8) (294,7) (70,4) (410,5)
Lucro (Prejuízo) Operacional 77,1 476,9 786,9 1 218,2 414,1
IR / CS 9,5 (87,9) (189,4) (296,3) (22,4)
Lucro Líquido 86,6 389,0 597,4 921,8 391,7