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 São substâncias para prevenir, destruir, repelir ou controlar pragas em


animais e plantas durante todo o processo de sua obtenção e
processamento – (inseticidas, parasiticidas, herbicidas)

Amitraz
Piretroides Organofosforado
Avermectinas Carbamato

CLASSE TOXICIDADE DL50 COR DA FAIXA


I Extremamente < 5mg/kg Vermelha
tóxico
II Altamente tóxico 5 – 50mg/kg Amarela
III Medianamente 50 – 500mg/kg Azul
tóxico
IV Pouco tóxico 500 – 5000mg/kg Verde

→ É necessário que na embalagem desses produtos tenha a classificação sobre


sua toxicidade e potencial letalidade
●●●●●●●●●●●● Amitraz ●●●●●●●●●●●

 Pertence ao grupo químico das formamidinas


 É um conhecido acaricida e inseticida
 Sua classificação toxicológica é classe III (medianamente tóxico)
 Nome comum: Amitraz
 O amitraz quando entra em contato com o organismo, sofre
biotransformação hepática se transformando em diversos metabolitos e são
esses metabolitos gerados que causam toxicidade importante

Triatox – nome comercial do amitraz utilizados em grandes animais


para controle de ácaros e carrapatos, possui fácil aplicação e bom
custo-benefício
Triatox 25% - utilização em pequenos animais para controle de
ectoparasitos
Preventic – nome comercial de uma coleira anti-ectoparasitas

• Muito utilizado no controle de ectoparasitas, como: carrapatos, piolhos,


pulgas
• Utilização nas diferentes espécies de animais (cão, bovino, suíno)
• Nos cães são feitos banhos com o amitraz, já nos grandes animais é feita
aspersão
• Em pequenos animais o amitraz pode ser utilizado no controle da demodicose
e da escabiose
• Vias de intoxicação: dérmica (absorção tanto pela pele integra dependendo
da quantidade de produto, quanto pele lesada), via oral, uso de via
inadequada
• O preparo inadequado pode causar intoxicação – correto: 2 a 4ml de amitraz
para cada litro de água
• Existem espécies que são muito mais sensíveis ao amitraz, como: equinos e
gatos
• O amitraz é considerado uma base fraca instável em altas temperaturas e
exposição a luz – após a diluição, o amitraz deve ser utilizado imediatamente
• Possui lipossolubilidade alta, possui biotransformação hepática e a excreção
de metabolitos inativos ocorre principalmente pela via urinaria e pela via
biliar
• Tem período de carência relativamente curto, pois não se deposita na carne
do animal – geralmente é de 3 dias da última aplicação, tanto para o abate
quando para o leite que será consumido

→ É uma substância que age nos receptores do sistema nervoso simpático


→ O amitraz é um agonista de alfa-2 adrenérgico e inibidor da MAO
(monoamina oxidase) o que resulta na diminuição de noradrenalina na fenda
sináptica e acúmulo de noradrenalina nas vesículas após serem recaptada
→ Há diminuição da atividade do sistema nervoso simpático e
consequentemente aumento da atividade do parassimpático

 Sistema nervoso central – sedação, letargia, diminuição reflexos, hipotermia,


excitabilidade, agressividade e depressão (manifestações
parassimpatomiméticas, pois o mecanismo de ação é simpatolítico, ou seja,
bloqueia a atividade do simpático)
 Olhos – midríase (pupila dilatada) – intoxicação com altas concentrações e
miose (contração da pupila) - intoxicação com concentrações baixas, além
disso pode haver prolapso de 3ª pálpebra
 Cardiovascular – hipotensão, bradicardia, arritmia com bloqueios
atrioventriculares importantes
 Renal e trato gastrointestinal – poliúria, vômito, sialorreia, impactação
intestinal (diminuição do peristaltismo principalmente em equinos)
 Hormonal – hipoinsulinemia = hiperglicemia transitória

• Anamnese
• Manifestações clínicas
• Avaliação bioquímica: hiperglicemia, hipoinsulinemia
• Análise histopatológica: não patognomônicas (cogestão
pulmonar, renal, hepática
• Cromatografia

 Se a aplicação do amitraz foi feita por via dérmica, uma boa maneira de
diminuir a absorção é por meio do banho – cuidado com a temperatura da
água do banho
 Quando o amitraz for ingerido, pode ser feita manobras como: provocar
êmese, lavagem gástrica, uso de carvão ativado, uso de catárticos osmóticos
 Suporte: fluídoterapia, aquecimento corporal, controle de bradiarritmias
 Pode-se intensificar a excreção dos metabolitos por via urinaria, por meio
da acidificação da urina com o uso de vitamina C

 Utilização de algumas substâncias que interfiram no mecanismo de ação do


toxicante
 Específicos: IOIMBINA e ATIPAMEZOL (são antagonistas alfa 2 adrenérgico,
promovendo a reversão de algumas das manifestações clínicas provocadas
pelo amitraz, como: reversão da depressão cardíaca e do SNC
 Há alguns trabalhos que mostram que esses fármacos são
capazes também de reverter os níveis da diminuição de
peristaltismo nos equinos

●●●●●●●●●●●● Piretroides ●●●●●●●●●●●

 Pertence ao grupo químico do piretróide


 Fazem parte da classe de inseticidas e formicidas
 Sua classificação toxicológica é classe II (altamente tóxico)

→ A origem de seu princípio ativo de uma flor


(Chrysanthemum sp.)
→ Anteriormente essas substâncias que vinham do
crisântemo eram denominadas piretrinas, mas ela se
mostrou ser muito instável com relação a luz solar,
temperatura e alguns outros fatores. Dessa maneira,
essa substância foi melhorada e atualmente existe os
Piretroides (possui maior estabilidade)
→ É uma substância usada como parasiticida externo, tenho ação contra:
carrapatos, pulgas, piolhos, moscas

Ultimate – nome comercial do piretróide que faz parte da família da


Alfametrina
Butox – nome comercial do piretróide que faz parte da família da
Deltametrina
→ Vias de intoxicação: dérmica, via oral, via respiratória
→ É uma substância lipossolúvel e tem biotransformação intestinal rápida
o É um piretróide que causa intoxicação
principalmente em pequenos animais
o Faz parte da família da deltametrina (tipo II)
o É uma substância liberada para grandes animais,
como: bovinos e equinos – e tem como função a
eliminação de: carrapatos, moscas e sarnas (é feita a pulverização
nesses animais)
o A diluição feita é de: 10ml para 10l (1ml por litro de água) – essa
diluição deve ser utilizada em animais de 300 a 500kg
o Não é recomendado banhos com Butox nos pequenos animais

 É uma substância que possui grande eficiência no controle de pragas


 Possui incidência de toxicidade mais baixa nos mamíferos, pois suas moléculas
possuem alta seletividade para agir nas pragas (ácaros, carrapatos,
moscas)
 Apresentam de forma geral alta biodegradabilidade
 Possui ausência de intoxicação cumulativa, quer seja no animal ou no solo
 Mecanismo de ação quando utilizados nas pragas: o piretróide age na bomba
de sódio e potássio

piretrina, permetrina

→ Prolonga a entrada de sódio para o interior da célula, suprimindo o efluxo


de potássio, o que promove a prolongação do período de despolarização
deltametrina, cipermetrina

→ Promovem a inibição da ativação dos canais de


Cl-, pois competem com receptor do GABA =
hiperexcitabilidade e convulsão

síndrome T (uso de piretrina, permetrina)

 Caracterizada pela atividade exacerbada do sistema nervoso periférico


 Animal apresenta: hiperexcitabilidade, agressividade, tremores e fraquezas
motora com aumento da sensibilidade aos estímulos externos

síndrome Coreoatetose (uso de deltametrina, cipermetrina)

 Está relacionada a alterações de movimentos de uma forma rítmica


 É caracterizada pela atividade do sistema nervoso central
 Animal apresenta: incoordenação, desorientação, convulsão, agitação dos
membros e salivação intensa

MANISFESTAÇÕES CLÍNICAS RELACIONADAS AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL


Hiperexcitabilidade, convulsão, tremores, hipo/hipertermia
Salivação, vômito, dispneia, broncoespasmos, fraqueza, prostração,
arritmias cardíacas e alguns casos óbito
• Anamnese
• Manifestações clínicas – que não são tão fidedignas nesse tipo de intoxicação
• É difícil a detecção de piretroides em tecidos biológicos

 Fluídoterapia
 Aquecimento ou esfriamento corporal
 Controle da sialorreia
 Controle da hipermotilidade intestinal
 Convulsão – uso de Diazepam
 Alcalinização do pH urinário – uso de bicarbonato de sódio, favorecendo a
excreção mais rápida
 Se o contato for dérmico, tentar diminuir a absorção por meio do banho
 Contato com o trato digestório, tentar diminuir a absorção por meio da
êmese, lavagem gástrica, carvão ativado e catárticos
 NÃO HÁ TRATAMENTO ESPECÍFICO

●●●●●●●●●●●● Avermectina e milbemicinas ●●●●●●●●●●●

 São substâncias derivadas dos macrocíclicos da lactona


 Possui alto peso molecular, o que o torna seguro e efetivo – esse peso
molecular faz com que a substância tenha difícil passagem em algumas
barreiras biológicas
 Sua classificação toxicológica é classe I (extremamente tóxico)

→ Usados em tratamento e profilaxia de endoparasitoses e ectoparitoses no


humano e nas mais diferentes espécies de animais
→ Utilizados também para prevenção e controle da dirofilariose
→ Usado como pesticida na agricultura
→ São compostos lipossolúveis – o que permitiria que atravessassem facilmente
algumas barreiras biológicos, porém é impedido pelo tamanho e peso de suas
moléculas
→ A excreção predominante é biliar (selamectina possui excreção totalmente
fecal)
→ A diferença entre as Avermectinas e as Milbemicinas são as famílias das
quais suas moléculas têm origem: Avermectina (Streptomyces avermilitis) e a
Milbemicina (Streptomyces hygroscopicur var. aureolacrimosus)

Ivermectina - Ivomec ® Moxidectina - Biodectin ®,


Abamectina - Abathor ®, Cydomec ®, Cydectin ®
Virbamax ® Milbemicina
Doramectina - DeclOIIHIX ®
Selamectina - Revolution ®
Eprinomectina - Eprinex ®

→ Intensificam (agonistas) o fluxo de Cl-, consequentemente intensificando a


atividade do GABA (inibe passagem de estímulos nervosos)
→ Nos insetos – há uma alteração neuromuscular importante, tendo atividade
principalmente no sistema nervoso periférico
→ Vermes redondos – ocasionam o aumento do fluxo dos íons cloreto nas
sinapses nervosas
 Ocorrem em até 24h após o contato com essa substância
 Pode ocorrer alterações mais genéricas, como: anorexia e êmese
 Pode ocorrer também alterações de locomoção, como: ataxia (dificuldade em
se manter em estação e andar)
 Podem apresentar comportamento anormal, depressão, midríase,
desorientação, hiperestesia, vocalização, sialorreia
 Dispneia, cianose, bradicardia, choque, coma e em alguns casos óbito
 Alguns animais apresentam hipotermia importante
 De maneira geral há excitabilidade muscular quando se trata do sistema
nervoso periférico e inibição central quando se trata do sistema nervoso
central

• Na espécie canina existem algumas raças que são mais


predispostas a terem intoxicação pela utilização das
Avermectinas e Milbemicinas, como: Border Collie, Pastor de
Shetland, Sheepdog
• Isso ocorre devido a uma deficiência genética no gene MDR1,
caracterizada pelo polimorfismo genético que altera a atividade de uma
proteína que está em membrana (glicoproteína P)
• Deficiência da glicoproteína P – essa glicoproteína tem como função
controlar a permeabilidade do meio extracelular para o meio intracelular de
algumas substâncias que são administradas. Nessas raças de cachorros, ao
invés dessa glicoproteína ser efetiva para “expulsar” alguns fármacos que
entram em contato com a célula, elas acabam deixando passar e permitindo
que atravessem algumas barreiras biológicas como a barreira
hematoencefálica
• Dessa maneira as moléculas de Avermectina e Milbemicina aumentam a
atividade dos receptores GABA, intensificando a inibição
• Administração errônea de altas doses dessas substâncias também
provocam a intoxicação
• Qualquer um dos parasiticidas possuem a determinação correta para
administração: mg/kg

• Nos animais jovens não se tem ainda atividade tão eficiente das
glicoproteínas e da membrana hematoencefálica em ser tão seletiva, para
não deixarem certas substâncias passarem
• Nesses animais essas moléculas podem atravessar muito mais facilmente a
barreira hematoencefálica causando intoxicação

• Animais que possuem doenças no sistema nervosos central: encefalite,


meningite ...
• Nesses casos pode haver alterações com relação a membrana que compõe a
barreira hematoencefálica
• Nessa situação as moléculas passam mais facilmente, aumentando a chance
de intoxicação

 O tratamento acaba sendo de suporte, usando alguns métodos para


diminuir a absorção: êmese, lavagem gástrica, carvão ativado, catárticos
salinos
 NÃO HÁ TRATAMENTO ESPECÍFICO
 Convulsão – uso de Diazepam (o Diazepam ativa a atividade inibitória do
GABA, que seria o mesmo mecanismo de ação da intoxicação que já está
acontecendo – nesse caso deve ser usado com muito cuidado para não
intensificar a atividade inibitória)
o Usar medidas preventivas que visem diminuir a intoxicação dos animais,
dessa forma é sempre importante se atentar a:
Espécie
Idade
Cuidados com dosagem
Período de carência em animais de produção – são períodos de carência
muito longo podendo chegar até 150 dias

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