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01.

O fato de uma planta possuir um ativo tóxico para determinada espécie, não garante que
está seja tóxica do ponto de vista pecuário. Explique tal afirmativa

Para ser considerada uma planta tóxica esta deve ser ingerida naturalmente, causando danos à
saúde, como morte do animal ou gerar debilidade até a morte do mesmo.

Para comprovação de toxidade é necessário realizar experimento na própria espécie, visto que
em outra espécie, a mesma planta pode ser refratária. Além disso é necessário haver
administração oral da planta fresca, recém colida.

Além disso, uma planta tóxica que não é consumida pelos animais não deve ser considerada
tóxica do ponto de vista agropecuário.

02. Cite as principais crendices relacionadas a intoxicação por plantas e discuta pq não é
verdade

Plantas lactescentes são tóxicas - a maioria das plantas tóxicas não são lactescentes

Pouca quantidade pode matar o animal – não existe planta tão tóxica. O que pode acontecer é
um efeito acumulativo, gerando toxidade no organismo e ao ingerir mais algumas folhas
atingiu a toxidade máxima causando a morte

Sempre causam timpanismo/diarreia. É crendice pq poucas plantas causam distúrbios


digestivos, a maioria das plantas tóxicas tem efeito indireto (toxina é absorvida e age em outro
sistema). Além disso, na necropsia, as alterações digestivas podem significar alteração
cadavérica e não alteração por planta tóxica.

Instinto protege da ingestão – na realidade causa efeito caustico, o animal comeu 1 vez uma
dose não letal, que irritou muito o TGI e ele não come mais.

Morte logo após ingestão, as únicas plantas capazes de provocar isso são as cianogênicas, e
são incomuns.

Tinguis e Timbos – plantas ictiotóxicas, que são plantas aquáticas tóxicas para os peixes,
utilizadas por índios para pescar. Não tem efeito em bovinos.

03. As plantas causadoras de morte súbita são motivo de alarde junto aos produtores devido
a gravidade de sua ação. Ideal seria que houvesse tratamento, mas não há. Algumas plantas
mesmo q intoxiquem permitem formas peculiares de lidar com os possíveis animais que a
consumiram. Cite as plantas q são assim

Palicourea marcgravii, é a planta mais tóxica do Brasil, sendo bastante palatável, um jeito de
evitar que cause morte súbita é movimentar o rebanho o mínimo possível durante alguns dias,
visto que a movimentação causa estresse no gado, acelerando metabolismo causando ação
direta no ciclo de Krebs, interrompendo a produção energética e o animal morre na hora.
Também é possível cercar matas em volta do terreno que apresente essas plantas, além de
acerar ao redor e arrancar a planta

Palicourea jurua; Pseudocalymma elegans; ascagnia rígida; Ateleia glaziovana


04. Diferencie plantas cardiotoxica de ação aguda e crônica

As plantas cardiotóxicas são aquelas que causam morte súbita, especialmente quanto
induzidos a se movimentar e morrem em poucos minutos. Sem alterações cardíacas
morfológicas significativas ou sinais antes da morte.

Sub-aguda ou crônica, apresentam sinais clínicos e lesões macro e microscópicas.

05. Cite as plantas pertencentes ao grupo das que afetam o sistema nervoso e descreva
quais são os principais sintomas

Ipomoea (carnea) subsp fistulosa (vacuolização neuronal) – primeiramente ocorre o


emagrecimento, esgotamento e pelos ásperos, evolui para sintomatologia nervosa, como se
fosse embriaguez (vacuolização neuronal). Evolução crônica, sem recuperação. Se há comida,
os animais não a comem

Ipomoea asariolia (treme-treme) – apatia, queda, desequilíbrio, tremor, ranger de dentes,


excitabilidade, apatia e hiperemia (tremores característicos). Se retirar o animal de onde a
planta está ele se recupera em 7 a 15 dias – passagem pelo leite

Gênero sida – ataxia, nistagmo, sonolência, tremores, posição de cavalete, emagrecimento e


hipermetria. – Vacuolização de neurônios

Solanum paniculatum (jurubeba – tratamento hepático em humanos) – crises epileptiformes,


hipermetria, nistagmo, opistótono (posição de arco), queda lateral, tremores musculares

Ricinus communis (manona) – principio ativo ricinina presente nas folhas acomete sistema
nervoso. Desequilíbrio, dificuldade em deitar-se, salivação, tremores musculares, decúbito
lateral e morte.

Prosopis juliflora – Afeta nervo trigêmeo (cara torta), além de mastigação continuada,
nervosismo, disfagia, atonia ruminal, anemia, edema submandibular, emagrecimento
progressivo

06. Cite das plantas estudadas as que o princípio ativo e conhecido, qual é o princípio ativo e
qual o sistema afetado

- Palicourea marcgravii e Arrabidae bilabiata – princípio ativo ácido monofluracético, sistema


afetado é o cardíaco

- Gênero Sida, principio ativo conhecido é swainsonina e o sistema afetado é o sistema


nervoso

- Ricinus communis – principio ativo é a ricina presente na semente e atinge o sistema


digestório, além da ricinina presente na folha que atinge o sistema nervoso

- Dieffenbachia picta (comigo ninguém pode) – Afeta animais de produção e os pets. O


principio tóxico são os cristais de oxalato de cálcio e saponinas, afetando o sistema digestivo
desses animais. Os sinais clínicos são irritação, edema em mucosas da boca, faringe e laringe,
náusea e vômitos, sensação de queimação, sialorreia, disfagia, asfixia e lesão de córnea
- Plumbago scandens (louco) – principio ativo plubagina, afeta sistema digestivo. Animal morre
de 1-4 dias após intoxicação. Sintomas: anorexia, atonia ruminal, timpanismo, salivação
excessiva, dor abdominal, urina marrom.

07. Cite as plantas pertencentes ao grupo das neurológicas e descreva quais são os principais
sintomas

08. Algumas plantas das estudadas afetam mais de 1 sistema... cite essas plantas e faça um
breve resumo das mesma

Recinus communis – Ocorrencia em todo território nacional. Afeta tanto o sistema digestório
como o nervoso.

A semente de ricina é responsável por atingir o sistema digestório. Já a ricinina presente nas
folhas, afetam o sistema nervoso, e é necessário a ingestão de 10 a 30g por kg do animal. As
espécies mais acometidas são principalmente os equinos, mas também pode acomenter
ovinos e caprinos.

Os sinais clínicos são desequilíbrio, dificuldade em deitar, salivação, tremores musculares,


decúbito lateral e morte.

Quando atinge o sistema digestivo, os sinais clínicos são tenesmo (prolapso retal), diarreia,
falta de apetite, paralisia ruminal, fezes com sangue.

Geralmente acomete os dois sistemas pois o animal acaba comendo a folha e a semente
juntas.

Não há tratamento específico, apenas de suporte, sendo o controle e prevenção a retirada do


animal do local onde a planta se encontra para impedir o consumo

Tetrapterys spp – Conhecida também como cipó-ouro, possui folhas da base até o ápice.
Encontrada no sudeste do Brasil. Causa degeneração necrosante no tecido cardíaco e hepático,
além de causar aborto. Os sintomas são eia jugular ingurgitada e pulsando, por causa da estase
venosa), edema generalizada (hidrotórax), edema de barbela.

Foi realizado experimentos em vacas prenhes, e todas abortaram e morream

Ateleia glazioviana – Conhecida como Maria Preta, presente no Sul do Brasil. Sua toxicidade
está ligada a produção de sementes, sendo as mortes ocasionadas nos anos em que produz
mais sementes. Os sintomas são letargia, edema de barbela, pulso jugular. Além disso,
costuma ocasionar morte súbita em animais de tração, visto que estes fazem muito esforço.

09. E possível baseado nos sintomas, desconfiar de algumas plantas presentes na região.
Algumas atitudes devem ser adotadas no campo para que se conclua o caso de intoxicação
por planta. Explique tal afirmativa
Vasculhar a área atras da existência de plantas tóxicas. Se existir, verificar se estão
consumidas.

10. Por mais estranho que pareça existem plantas tóxicas para animais que não são para
humanos. Faça um breve resumo de uma planta das estudadas que apresenta a
característica descrita acima

Solanum paniculatum, mais conhecida como Jurubeba. É consumida por humanos em forma
de vinho, em conserva e para tratamento de problemas hepáticos. Já para os animais, o seu
consumo causa desordens neurológicas, tremores de cabeça, incoordenação, nistagmo, crises
epileptiformes , hipermetria, opistótono, queda lateral e tremores musculares. As folhas são a
parte tóxica e acomete ovinos e principalmente caprinos.

A prosopis juliflora é amplamente utilizada na culinária humana, porém o consumo em animais


gera sinais como mastigação continuada, nervosismo, disfagia, atonia ruminal, anemia, edema
submandibular emagrecimento progressivo. Porém a dose toxica é muito alta, o animal precisa
consumir 50% de sua alimentação por longos períodos.

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