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ESTUDO EM

TOXICOLOGIA
VETERINÁRIA
SUMÁRIO
Toxicologia de plantas...................................................................................................3
Plantas que causam morte súbita.................................................................................... 3
Plantas que causam mineralização................................................................................19
Plantas que causam degeneração e necroses musculares..............................................21
Plantas que causam intoxicação de evolução subaguda a crônica................................24
Plantas que contém glicosídeos cardiotóxicos..............................................................29
Plantas nefrotóxicas...................................................................................................... 31
Plantas que causam fotossensibilização primária......................................................... 34
Plantas que causam fotossensibilização secundária......................................................36
Plantas que causam intoxicação aguda com necrose de coagulação do fígado............ 43
Plantas que sob condições naturais causam cirrose hepática........................................56
Plantas que provocam perturbações nervosas em animais de produção.......................62
Toxicologia de plantas
Aspectos clínicos, epidemiológicos e anatomopatológicos que promovem morte súbita
em animais de produção

Plantas que causam morte súbita

Família Espécie Fotos


Rubuaceae ● Palicourea
marcgravii (1)
● Palicourea
aeneofusca (2)
● Palicourea juruana
(3)
● Palicourea (1)
grandiflora (4)
(2)

(3)

(4)
Malpighiaceae ● Mascagnia rígida
(1)
● Mascagnia elegans
● Mascagnia
pubiflora (3)
● Mascagnia aff
rígida
● Mascagnia
exotropica
(1)

(3)
Bignoniaceae ● Arrabidaea
bilabiata (1)
● Arrabidaea
japurensis
● Pseudocalymma
elegans

(1) )

(2) )
(3) )
Palicourea marcgravii
Conhecida como cafezinho, erva do mato, roxinha, dentre outras. É a planta
tóxica mais importante do Brasil por ter extensa distribuição, boa palatabilidade
e também por apresentar elevada toxidez e efeito acumulativo. Não é
encontrada na região Sul do Brasil.

Animais sensíveis: bovinos e búfalos


Dose tóxica: 0,6 g/kg (folhas e frutos)
A planta é encontrada principalmente como invasora em pastos ou em áreas
que antes eram mata ou capoeira, nos quais o animal tem acesso à orla.
Mecanismo de ação
Princípio tóxico: ácido monofluoroacético
O ácido monofluoroacético ao entrar em contato com acetil-coA se conjuga,
formando fluruoacetil-coA, esse se conjuga com oxalato, formando
fluorocitrato

Tratamento
O tratamento consiste na retirada de pasto e não provocar excitação nos
animais até 48 horas. Pode-se aplicar fenacetina IM e acetamida VO
Profilaxia
Cercar matas e capoeiras onde existe a planta
Sinais clínicos
● Vai depender da quantidade ingerida
● Pulso venoso positivo
● instabilidade
● Tremores musculares
● Animal deita-se ou caí em decúbito esterno-abdominal progredindo para
lateral
● Movimento de pedalagem
● Convulsão tônica
● Letalidade: 3 a 23 horas
Necropsia e histopatológico
● Congestão de grande vasos
● Rim: degeneração hidrópica vacuolar das células epiteliais

Palicourea aeneofusca
Conhecida como erva-de-rato, a planta é encontrada na região litorânea de
Pernambuco e Bahia distribuídas nas matas úmidas e capoeiras

Animais sensíveis: bovinos e caprinos


Dose tóxica: 0,75 g/kg (bovinos) e ,65 kg/kg (caprinos)
→ folhas frescas recém colhidas

Sinais clínicos, tratamento, profilaxia, anatomopatológicos e princípio tóxico


→ igual ao Palicourea marcgravii
Palicourea juruana
Conhecida como roxinha ou roxa, é encontrada somente no Pará, Amazonas e
Rondônia. Tem boa palatabilidade. Ausência de lesão macroscópica

Animais sensíveis: bovinos e búfalos


Dose tóxica: 0,25 g/kg (bovinos), 1 a 2 g/kg (búfalos)
istológico: leve a moderada degeneração hidrópica-vacuolar
Sinais clínicos: semelhantes a P.Marcgravii

Palicourea grandiflora
Encontrada somente em Rondônia. Tem boa palatabilidade. Ausência de lesão
macroscópica

Animal sensível: bovinos


Dose tóxica: 1 a 2 g/kg (12 a 24 horas)
Histológico: leve a moderada degeneração hidrópica-vacuolar
Sinais clínicos: semelhantes a P.Marcgravii

Arrabidaea bilabiata
Conhecida como gibata e chibata, é a segunda planta tóxica mais importante
do Brasil, depois da Panicourea marcgravii. Importante na região da várzea da
região amazônica. Não tem boa palatabilidade

Princípio tóxico: glicosídeos esteróides cardioativos e ácido fluoroacético


Animais sensíveis: bovinos e búfalos
Dose tóxica: 2,5 g/kg (bovinos)
→ Búfalos tem mais resistência

Tratamento e profilaxia
● Não há tratamento
● A profilaxia é não deixar os animais passarem fome em época de
mudanças climáticas

Lesões e histologia
● Não há lesões macroscópicas
● Histologia: há presença de vacuolização macro e microvesicular difusa no
citoplasma dos hepatócitos
● Lesões idênticas ao Panicourea marcgravii
Arrabidaea japurensis
Ocorrência em Roraima, principalmente nas margens dos rios da região, em
clareiras e na borda de matas. Ocorre em época de seca

Animal sensível: bovinos


Dose tóxica: 10 g/kg (brotação - uma única vez) e 1,25 g/kg (doses decrescente)
Princípio tóxico: não se sabe
Sinais clínicos
● Início: 6 a 22 horas após a ingestão
● Andar cambaleante
● Tremores musculares
● Súbita perda de equilíbrio
● Quedas
● Movimento de pedalagem

Lesões macroscópicas e histológicas


→ Lesões macroscópicas não são significativas
→ Rim: degeneração hidrópica-vacuolar, picnose nuclear das células dos
túbulos
Tratamento: não existe

Pseudocalymma elegans
Conhecida como a erva, se encontra no Rio de Janeiro, nas encostas do morro.
Acontece em épocas de seca.

Animais sensíveis: bovinos, equinos, caprinos e ovinos


Dose tóxica: ,8 g/kg (bovinos)
A intoxicação por Pseudocalymma elegans pode ser super-aguda ou durar
horas ou três dias

Sinais clínicos
● Andar rígido
● Instabilidade
● Tremores musculares
● Opistótono
● Nistagmo
● Taquicardia
Lesões macroscópicas e histológicas
→ Ausência de lesões macroscópicas
→ Lesão histológica em fígado e miocárdio com vacuolização citoplasmática
→ Rim: degeneração hidrópica-vacuolar associada à picnose nuclear a células
dos túbulos
Tratamento: não existe

Mascagnia rigida
Conhecida por vários nomes populares, como tingui, timbó, quebra-bucho,
dentre outros, essa planta é encontrada em todo o nordeste, Piauí, Bahia, Minas
Gerais e Espírito Santo. Ocorre em qualquer época do ano

Animais sensíveis: bovinos, caprinos e ovinos


Dose tóxica (folhas): 50 g/kg (bovinos), 20 g/kg (caprinos) e 10 g/kg (ovinos)

Sinais clínicos
● Não pode movimentar os animais quando intoxicados
● 24 a 48 horas para início dos sintomas
● Tremores musculares
● Lassidão
● Resistência a exercício
● Queda do animal e morte

Lesões macroscópicas e histológicas


● Lesões macroscópicas ausentes
● Rim: degeneração hidrópica-vacuolar associada à picnose nuclear das
células dos túbulos
● Coração: vacuolização e dilatação das fibras de Purkinje
Mascagnia elegans
Conhecida como rabo-de-tatu, encontrada em Pernambuco

Animais sensíveis: bovinos


Dose tóxica: 23 g/kg
→ A intoxicação se dá após a movimentação desses animais que ingeriram a
planta
→ a evolução é de 3 a 4 minutos
Sinais clínicos
● Micções frequentes
● Pelos arrepiados
● Sobrecarga de rúmen
● Falta de apetite
● decúbito esternal
Lesões macroscópicas e histológicas: não apresentam

Mascagnia pubiflora
Conhecida como corona e cipó-prata, a planta é encontrada no Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Pará
Animais sensíveis: bovinos
Dose tóxica: 5 g/kg (agosto → setembro) e 20 g/kg (abril → maio)
→ a ingestão tanto da forma glabra quanto pilosa

Sinais clínicos
● Após 16 a 25 horas
● Relutância para ficar em estação
● Andar rígido
● Tremores musculares
● Piora (caso movimente)
Lesões macroscópicas e histológicas
→ Não há lesões macroscópicas
→ Rim: degeneração hidrópica-vacuolar associada à picnose nuclear das células
dos túbulos
Tratamento: não há
Mascagnia exotropica
Planta encontrada em Santa Catarina e Rio Grande so Sul

Animais sensíveis: bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos


Dose tóxica: 5 g/kg a 10 g/kg

Sinais clínicos
● Cansaço
● Jugular ingurgitada
● Leves tremores
● Contração muscular brusca
● Caem bruscamente ou se deitam
● Recuperação ou morte
Tratamento: não há
Lesões macroscópicas e histológicas
→ Macroscópicas: intensa cor vermelha da mucosa do intestino delgado,
acentuada no jejuno e íleo, edema da subserosa da parede da vesícula biliar
→ Rim: degeneração hidrópica-vacuolar associada à picnose nuclear das células
dos túbulos
→ Fígado: congestão centrolobular
→ Intestino delgado: congestão e hemorragia na mucosa
Plantas que causam mineralização

Família Espécie Características


Solanaceae Solanum
malacoxylon (1)
Nierembergia
veitchii

(1)

Solanum malacoxylon
Tem como o nome popular espichadeira, causa a doença do espichamento. É
encontrada no pantanal matogrossense, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do
Sul. Essa planta tem como hábitat os palustre.

Animais sensíveis: bovinos (Brasil), equinos, ovinos e suínos (Argentina)


Dose tóxica: 0,16 g/kg/semana
Princípio tóxico: glicosídeo esteroidal (forma ativa da vitamina D)
Mecanismo de ação: o glicosídeo esteroidal se liga aos receptores das ´células
alvo → sofre modificações morfológicas e funcionais → produção de
osteopontina/osteonectina/osteoclastina
A intoxicação por Solanum malacoxylon é crônica.
Sinais clínicos
● Emagrecimento progressivo
● Dificuldade de locomoção
● Andar rígido
● Apoio nas pontas das unhas
● Decúbito
● Inanição
● Óbito
● Hipercalcemia e hiperfosfatemia em questão de horas
Necropsia
● Lesão macroscópica: mineralização de grandes vasos (menos artéria
pulmonar), endocárdio, válvulas, pulmão, medula, rins e tendões
● Microscopia: mineralização e metaplasia condroide do sistema
cardiovascular, rins, pulmão, tensão e medula.

Tratamento: não há.

Nierembergia veitchii
A Nierembergia veitchii é uma planta tóxica encontrada nos campos nativos
do Rio grande do Sul.
Animais sensíveis: ovinos e bovinos
Princípio tóxico e tratamento: igual a Solanum malacoxylon

Necropsia
● Macroscópica: mineralização de grandes vasos (exceto artérias
pulmonares), endocárdio (ventrículo esquerdo), pulmão, tendões e rins
● Microscopia: mineralização de tecidos moles juntamente a metaplasia
condroide e óssea, osteoporose, atrofia de células principais da
paratireoide, hiperplasia das células cardíacas

Plantas que causam degeneração e necroses musculares

Caesalpinoid Senna
eae occidentalis (1)
Senna
obtusifolia

(1)
(2)

Senna occidentalis
Conhecida como fedegoso ou manjerona, é encontrada distribuída por todo o
território brasileiro.
Animais sensíveis: bovinos, suínos, equinos, aves e caprinos
Dose tóxica: 10 g/kg (semente- bezerro)
Princípio tóxico: desconhecido
Tratamento não existe
Profilaxia: não deixar que os animais pastem onde tem essas plantas
Sinais clínicos
● Mioglobinúria
● Fraqueza muscular
● Tremores
● andar cambaleante
● Decúbito
● Morte
● Curso clínico: 2 a 7 dias

Necropsia
● Macroscópica: áreas pálidas nos músculos, urina marrom escura,
hepatomegalia com aspecto de noz-moscada, rins hiperêmico
● Microscópica: edema intersticial, tumefação e degeneração flocular e
hialina das fibras dos músculos esqueléticos, necrose individual de
hepatócitos e vacuolização difusa.
Senna obtusifolia
Conhecida como fedegoso, mata pasto, fedegoso branco, é também
amplamente distribuída no Brasil.
Animais sensíveis: bovinos
Dose tóxica: 8 g/kg por 4 dias (folhas e vagens verdes)
Curso clínico: 2 a 13 dias
Sinais clínicos, achados histopatológicos e tratamento idêntico a Senna
occidentalis
Plantas que causam intoxicação de evolução subaguda a crônica

Família Espécie Características


Malpighiaceae Tetrapterys acutifólia (1)
Tetrapterys
multiglandulosa (2)
Papilionoideae Ateleia glazioviana
Tetrapterys acutifólia e Tetrapterys multiglandulosa
Conhecidas por cipó-ruão, cipó-preto, cipó vermelho, encontrada no sudeste,
norte e centro-oeste. se torna tóxica na época de seca, onde a planta está em
brotação. Não se conhece o princípio tóxico e não há tratamento.

Espécie sensível: bovino


Dose tóxica: 20 g/kg durante 10 dias, por 1 a 4 meses

Sinais clínicos
● Edema de barbela e região esternal
● Veia jugular ingurgitada
● Dificuldade na locomoção
● Fraqueza
● Anorexia
● Tremores musculares
● Dispneia

Necropsia
● Macroscópica:
→ Coração: hipertrofia concêntrica e feixes esbranquiçados no miocárdio
→ Hidrotórax e ascite
→ Fígado noz moscada
● Microscópica:
→ Coração: edema intracelular, necrose massiva de fibras cardíacas,
fibrose extensiva e atrofia das fibras cardíacas
→ Fígado: congestão, tumefação, vacuolização, lise, fibrose de heptócitos
Ateleia glazioviana
Planta conhecida como timbó, maria-preta, é encontrada no território de
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. A intoxicação se dá em épocas de
outono e inverno, pela falta de alimentos. Não se conhece princípio tóxico e não
tem tratamento.
A intoxicação por Ateleia glazioviana pode causar aborto, quadro neurológico
ou insuficiência cardíaca.

Animais sensíveis: bovinos e ovinos


Dose tóxica: 2,5 a 7,4 g/kg diária
Sinais clínicos
● Edema de barbela e região esternal
● Veia jugular ingurgitada
Necropsia
● Macroscopia:
→ Coração: hipertrofia concêntrica e feixes esbranquiçados no miocárdio
→ Hidrotórax e ascite
→ Fígado noz moscada
● Microscopia:
→ Coração: edema intracelular, necrose massiva de fibras cardíacas e
fibrose extensa e atrofia das fibras cardíacas
→ Fígado: congestão, tumefação, vacuolização, lise e fibrose de
hepatócitos
→ Cérebro: status spongiosus
Plantas que contém glicosídeos cardiotóxicos

Nerium oleander

Nerium oleander
Conhecida como espirradeira, é uma planta ornamental. A intoxicação não
tem tratamento.
Animais sensíveis: bovino, ovinos, equinos, cisnes
Dose tóxica: 0,25 g a 0,50 g/kg (bovinos)
Princípio tóxico: glicosídeos cardíacos cardenolídeos

Sinais clínicos
● Arritmia
● Diarreia intensa
● Hematoquezia
● Sialorreia
Necropsia
● Macroscopia:
→ Hemorragia em serosas e mucosas endo e epicárdica
→ Hemorragia em serosas e mucosas do trato digestório. rins e pulmões
● Microscopia:
→ Necrose das fibras cardíacas
Plantas nefrotóxicas

Cobretaceae Combretum
glaucocarpa

Amaranthaceae Amaranthus
spp.
Combretum glaucocarpa
Conhecida como sipaúba, vaqueta, causa a doença da popa inchada, venta seca
ou mal de rama, essa planta é encontrada no Piauí, Ceará, Bahia e Minas Gerais.
Os surtos de intoxicação se dão na estação chuvosa, principalmente no outono.

Animais sensíveis: bovinos


Dose tóxica: 40 g/kg em uma dose única (folhas)
Princípio tóxico: taninos vascalagnia, castalagina, estaquirina e casurinina.

Sinais clínicos
● Edemas subcutâneo (coxa, períneo, supremamária, prepúcio,...)
● Perturbações digestivas
→ Anorexia
→ Parada de ruminação
→ Fezes secas
Necropsia
● Macroscopia
→ Edema subcutâneo
→ Rins pálidos com pontos vermelhos na superfície e ao corte
→ Hemorragias multifocais por vários órgãos
● Microscopia
→ Necrose coagulativa extensa dos túbulos renais e degeneração em
gotas hialinas
→ Fígado: necrose paracentral dos hepatócitos

Amaranthus spp
Conhecida como caruru, ocorre em todo o Brasil, os animais se alimentam
dessa planta quando estão invadindo o pasto ou pela falta de alimentos.
Animais sensíveis: bovinos, ovinos e suínos
Dose tóxica: consumir grande quantidade durante 3 a 30 dias
Princípio tóxico: desconhecido

Sinais clínicos
● Depressão
● Anorexia
● Diminuição ou ausência do trato gastrointestinal
● Epistaxe
● Diarreia
● Incoordenação motora
Necropsia
● Macroscopia
→ Edemas subcutâneos
→ Hidropericárdio e hidrotórax, ascite
→ Edema de mesentério, parede do íleo, cólon, perineal
→ Úlceras em esôfago, cólon, reto
→ Congestão e hemorragia em vários órgãos
● Microscopia
→ Necrose e regeneração dos túbulos renais com fibrose intersticial
→ Necrose do epitélio TGI com reação inflamatória de eosinófilos

Plantas que causam fotossensibilização primária

Umbelliferae Ammi majus

Amaranthaceae Froehlichia
humboldtiana

Ammi majus
Planta ocorre somente no sul do Brasil, é considerada uma planta invasora de
pasto, a intoxicação se dá pela presença da planta no pasto e a ingestão dela.
Animais acometidos: bovinos, ovinos, patos e gansos
Dose letal: 9,9 g/kg (dose única)
Princípio tóxico: furocumarinas

Sinais clínicos
● Fotossensibilização
● Cegueira
Tratamento
● Colocar o animal na sombra
● Antiinflamatórios associados a antibióticos para lesões de pele

Froehlichia humboldtiana
Conhecida como ervanço, ocorre em todo o nordeste, principalmente Bahia e
Piauí. Possui boa palatabilidade e é boa forrageira.

Animais sensíveis: equinos, ovinos, bovinos e caprinos


Princípio tóxico: naftodiantrona

Sinais clínicos
● Fotossensibilização
Tratamento
● Colocar em sombra
● Medicar lesões de pele com antiinflamatórios associados a antibióticos
● Retirar acesso a planta tóxica
Plantas que causam fotossensibilização secundária

Lantana spp
Brachiaria spp

Panicum
dichotomiflorum

Myoporum
laetum
Enterolobium
gummiferum

Mecanismo de ação
O que ocorre é que a clorofila no rúmen produz um pigmento chamado
filoeritrina, esse ao ser absorvido e adentrar na corrente sanguínea é depositado
diretamente na pele, ao invés de ir para fígado ser metabolizado e excretado.

Lantana spp
Lantana câmara, conhecida como chumbinho, camará, mal me quer ou bem
me quer. Tem distribuição cosmopolita. A intoxicação se dá pela falta de
alimento ou troca de pastos, onde o animal ingere folha frescas e dessecadas

Animais sensíveis: bovinos, búfalos, ovino, caprinos e coelhos


Dose tóxica: 10 a 40 g/kg por 15 a 30 dias
Princípio tóxico: triterpenos lantadene A e lantadene B
→ Provoca refluxo de bile por lesão nos canalículos biliares e paralisia da
vesícula biliar.

Sinais clínicos
● Fotossensibilização
● Icterícia
● Atonia muscular
● Fezes ressecadas
Necropsia
● Macroscopia: icterícia, urina marrom ou alaranjada, fígado amarelado a
esverdeado, bile repleta e edemaciada, rins enegracidos
● Microscopia: degeneração de hepatócitos e necrose individuais,
hiperplasia de células do ducto biliar, colestase, e degeneração de túbulos
renais

Tratamento
● Carvão ativado por sonda intra-ruminal (5g/kg - 20 l solução eletrolítica)
● retirada de conteúdo ruminal por ruminotomia

Brachiaria spp
Mecanismo de ação
A Brachiaria produz substâncias chamadas saponinas, essas irão se acumular
no fígado causando lesão hepática, o fígado já sobrecarregado não consegue
metabolizar o excesso de saponinas, chegando a atingir a pele em excesso,
causando a fotossensibilização.
Sinais clínicos: fotossensibilização
Tratamento: retirar do sol e oferecer sombra

Necropsia
● Macroscopia: icterícia, urina marrom ou alaranjada, fígado amarelado e
esverdeado.
● Microscopia: grande quantidade de macrófagos espumosos em grupos,
vacuolização e necrose individual dos hepatócitos, deposição de cristais
refrigerantes casuais.
Panicum dichotomiflorum
Conhecida como capim d’água, gama de castelã, capim boi, painço, canarana,
tem distribuição em diversas regiões do Brasil, principalmente em áreas
inundadas.

Animais sensíveis: ovinos


Dose tóxica:
Princípio tóxico: saponinas furostânicas
Tratamento: retirar do sol e oferecer sombra

Sinais clínicos
● Edema da cabeça
● Cegueira
● Corrimento ocular
● Opacidade de córnea
● Vermelhidão do rodete coronário dos cascos
● Fotossensibilização
Myoporum laetum
Conhecida como transparente ou cerca-viva, tem distribuição no Rio Grande
do Sul.

Animais sensíveis: bovinos e ovinos


Dose tóxica: folhas frescas podadas ou derrubadas por vento
Princípio tóxico: óleos essenciais furanossesquiterpenos

Sinais clínicos
● Anorexia
● Inquietação
● Estase ruminal
● Salivação
● Corrimento ocular
● Icterícia
● Fezes ressecadas com muco e sangue
● Ataxia
● Frequência respiratória aumentada
Necropsia
● Macroscopia: petéquias e edema de tecido subcutâneo, ascite do
mesentério, fígado noz moscado, vesícula biliar com parede edemaciadas
e hemorrágicas
● Microscopia: vacuolização de hepatócitos, fibrose portal, proliferação de
ductos biliares e necrose de hepatócitos periportais.

Enterolobium gummiferum
Conhecida como tamboril do campo, orelha de onça, tem ampla distribuição
em Minas Gerais

Animais sensíveis: bovinos


Dose tóxica: 20 g/kg (favas em época de seca)
Princípio tóxico: saponina - sapogenina: ácido 21 - cinamoilmacaerínico
Sinais clínicos
● Diarréia passageira
● Fotossensibilização
Necropsia
● Macroscopia: icterícia e leve aumento do fígado
● Microscopia: tumefação de hepatócitos e necrose individual de
hepatócitos
Plantas que causam intoxicação aguda com necrose de coagulação do fígado

Cestrum
laevigatum

Cestrum
corymbosum
Cestrum
intermedium

Vernonia
molíssima

Vernonia
rubricaulis
Xanthium spp

Dodonaea viscosa
Trema micrantha
Cestrum laevigatum
Conhecida como coreana, canema, tem distribuição no sudeste, centro-oeste e
litorânea do nordeste. Os animais se intoxicam principalmente em épocas de
seca e escassez de chuva, pois não possui boa palatabilidade.

Animais sensíveis: bovinos, búfalos, ovinos e caprinos


Dose tóxica: 10 a 50 g/kg
→ doses menores diárias pode causar cirrose
Princípio tóxico: saponinas (gitogenina e digitogenina) e cestrumida presente
no fruto, folhas secas e cascos.
Tratamento: glicose IV e purgante oleosos

Sinais clínicos
● Apatia
● Anorexia
● Atonia ruminal
● Dorso arqueado
● Constipação em formato de esfera (muco e estrias de sangue)
● Mioclonia
● Decúbito lateral → morte
Necropsia
● Macroscopia
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia
→ Necrose centrolobular com congestão e hemorragia
→ Estenose na periferia dos lóbulos
Cestrum corymbosum
Tem distribuição em Santa Catarina e Minas Gerais. Os animais se intoxicam
principalmente em épocas de seca e escassez de chuvas, pois não possui boa
palatabiidade.

Animais sensíveis: bovinos


Dose tóxica: 35 g/kg (dose única)
→ Tem efeito acumulativo (2,5 g/kg por 23 dias)
Princípio tóxico: desconhecido

Sinais clínicos
● Anorexia
● Congestão de esclera e conjuntiva
● Atonia ruminal
● Dificuldade de locomoção
● Salivação
● Posição de auto esculta
● Fezes pastosas com muco e sangue
● Decúbito lateral → opistótono → morte
Necropsia
● Macroscopia
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia
→ Necrose centrolobular com congestão e hemorragia
→ Estenose na periferia dos lóbulos
Tratamento: glicose IV e purgante oleosos

Cestrum intermedium
Nome popular mata-boi ou coreana, tem distribuição no oeste de Santa
Catarina, noroeste do Rio Grande do Sul e sudoeste do Pará. Os animais se
intoxicam em épocas de seca, escassez de chuvas, pois não possui boa
palatabilidade.

Animais sensíveis: bovinos


Dose tóxica: 25 a 30 g/kg (folhas frescas)
Princípio tóxico: desconhecido

Tratamento: glicose IV e purgante oleosos


Sinais clínicos
● Apatia
● Anorexia
● Atonia ruminal
● Dorso arqueado
● Constipação em formato de esfera (muco e estrias de sangue)
● Mioclonia
● Decúbito lateral → morte
Necropsia
● Macroscopia
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia
→ Necrose centrolobular com congestão e hemorragia
→ Estenose na periferia dos lóbulos

Vernonia molíssima
A planta tem distribuição no Mato Grosso do Sul. Os animais se intoxicam em
épocas de seca e queimada, em que as plantas se encontram em brotação

Animais sensíveis: bovinos, ovinos, caprinos e coelhos


Dose tóxica: 10 a 20 g/kg (bovino), 5 a 10 g/kg (ovinos) e 2,5 a 10 g/kg
(caprinos)
Princípio tóxico: desconhecido
Tratamento: glicose IV e purgante oleosos
Sinais clínicos
● Apatia
● Anorexia
● Atonia ruminal
● Dorso arqueado
● Constipação em formato de esfera (muco e estrias de sangue)
● Mioclonia
● Decúbito lateral → morte
Necropsia
● Macroscopia
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia
→ Necrose centrolobular com congestão e hemorragia
→ Estenose na periferia dos lóbulos

Vernonia rubricaulis
Tem distribuição no Mato Grosso do Sul, Pantanal

Animais sensíveis: bovinos


Dose tóxica: 3 g/kg (brotação), 20 g/kg (planta fresca)
Princípio tóxico: desconhecido

Tratamento: glicose IV e purgante oleosos


Sinais clínicos
● Anorexia
● Focinho seco
● Expiração com gemidos
● Apatia
● Incoordenação
● Tremores musculares pelo corpo
Necropsia
● Macroscopia:
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia:
→ Necrose coagulativa e hemorragia centrolobular difuso do fígado e no
rim
→ Degeneração hidrópica vacuolar dos túbulos renais e moderada
estenose das células tubulares

Xanthium spp
Conhecida como carrapicho de carneiro, carrapichão, figo bravo, dentre
outras. Essa planta está distribuída na região sul, caracterizada como planta
invasora, em beiras de lagos e áreas baixas inundáveis.

Animais sensíveis: bovinos, suínos e ovinos


Dose tóxica: 7,5 g/kg (brotação)
Princípio tóxico: hidroquinona e carboxiatractilisídeo (glicosídeo triterpenoide)

Tratamento: administração de substância gordurosas, como leite, óleo de


linhaça
Sinais clínicos
● Apatia
● Anorexia
● Atonia ruminal
● Dorso arqueado
● Constipação em formato de esfera (muco e estrias de sangue)
● Mioclonia
● Decúbito lateral → morte
Necropsia
● Macroscopia
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia
→ Necrose centrolobular com congestão e hemorragia
→ Estenose na periferia dos lóbulos

Dodonaea viscosa
Conhecida como vassoura vermelha, vassoura do campo ou erva de veado.
Tem distribuição em São Paulo ao Rio Grande do Sul.

Animais sensíveis: bovinos


Dose tóxica: 25 g/kg (brotação e folhas secas)
Princípio tóxico: flavonóides, polifenóis e diterpenoides

Tratamento: glicose IV e purgante oleosos


Sinais clínicos
● Anorexia
● Focinho seco
● Expiração com gemidos
● Apatia
● Incoordenação
● Tremores musculares pelo corpo
Necropsia
● Macroscopia:
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia:
→ Necrose coagulativa e hemorragia centrolobular difuso do fígado e no
rim
→ Degeneração hidrópica vacuolar dos túbulos renais e moderada
estenose das células tubulares

Trema micrantha
Conhecida como grandiúva, pau pólvora, crindiúva, dentre outras. Está
distribuída em todos os estados brasileiros. Possui boa palatabilidade.

Animais sensíveis: caprinos, pôneis, bovinos e coelhos


Dose tóxica: 54 a 106 g/kg (bovinos), 60 g/kg (caprinos)
Princípio tóxico: desconhecido

Sinais clínicos
● Fezes pastosas a líquida
● Anorexia
● Fraqueza progressiva
● Sialorréia
● Movimentos mastigatórios vazios
● Andar em circular
● Head press
● Hipertermia
● Decúbito lateral
● Coma → morte
Tratamento: glicose IV e purgante oleosos
Necropsia
● Macroscopia:
→ Fígado noz moscada
→ Parede da vesícula edemaciada
→ Fezes ressecadas no intestino grosso
→ Hemorragia
● Microscopia:
→ Necrose coagulativa e hemorragia centrolobular difuso do fígado e no
rim
→ Degeneração hidrópica vacuolar dos túbulos renais e moderada
estenose das células tubulares
Plantas que sob condições naturais causam cirrose hepática

Senecio brasiliensis
Echium plantagineum
Crotalaria spp
Senecio brasiliensis
Causa doença crônica, conhecida como maria-mole ou flor-das-almas, é
distribuída no Sul do Brasil.

Animais sensíveis: bovinos, búfalos e equinos


Dose tóxica:
Princípio tóxico: alcalóides pirrolizidínicos

Sinais clínicos
● Emagrecimento progressivo
● Presença de sangue nas fezes
● Fortes contrações abdominais
● Tenesmo
● Icterícia
● Andar em círculos
● Head press
● Agressividade
● Ascite
● Fotossensibilização
Necrópsia
OLHAR AULA

Diagnóstico e tratamento
● Epidemiologia
● Necropsia e histologia
● Tratamento: não têm
● Controle: uso de ovinos
Echium plantagineum
Conhecida como flor-roxa ou língua de vaca, tem distribuição no Rio Grande
do Sul e Santa Catarina. É uma planta palatável, causa doença crônica e invade
culturas e pastagens.
Animais sensíveis: bovinos

Sinais clínicos
● Emagrecimento progressivo
● Presença de sangue nas fezes
● Fortes contrações abdominais
● Tenesmo
● Icterícia
● Andar em círculos
● Head press
● Agressividade
● Ascite
● Fotossensibilização
Necrópsia
OLHAR AULA

Diagnóstico e tratamento
● Epidemiologia
● Necropsia e histologia
● Tratamento: não têm
● Controle: uso de ovinos

Crotalaria spp
Causa doença crônica, é encontrada em beiras de estrada, terrenos baldios e
lavouras abandonadas. Conhecida como xique-xique, guizo-de-cascavel ou
chocalho de cascavel.
Animais sensíveis: bovinos e equinos

Sinais clínicos
● Emagrecimento progressivo
● Presença de sangue nas fezes
● Fortes contrações abdominais
● Tenesmo
● Icterícia
● Andar em círculos
● Head press
● Agressividade
● Ascite
● Fotossensibilização
Necrópsia
OLHAR AULA

Diagnóstico e tratamento
● Epidemiologia
● Necropsia e histologia
● Tratamento: não têm
● Controle: uso de ovinos
Plantas que provocam perturbações nervosas em animais de
produção

Plantas que causam Causam glicoproteinose ● Ipomoea carnea


doenças do (subsp fistulosa)
armazenamento ● Ipomoea riedelii
● Ipomoea
serophylla
● Turbina cordata
● Sida carpinifolia
Causam neuropidiose ● Solanum
fastigiatum (var
Solanum
paniculatum
Causam ● Halimium
ceroide-lipofuscinose brasiliense
Plantas que causam Síndrome tremorgênica ● Ipomoea
síndrome tremorgênica asarifolia
Plantas que causam Lesões no SNC ● Prosopis juliflora
lesões localizadas no ● Phalaris angusta
sistema nervoso central
Plantas que contêm Contêm tiaminase ● Equisetum spp
tiaminase ● Pteridium
aquilinum

Plantas que causam doença do armazenamento

Plantas que causam glicoproteinose


Ipomoea carnea subsp fistulosa
Essa planta é conhecida como canudo e algodão-bravo (nordeste), capa-bode
(piauí) e algodão bravo (mato grosso).
Locais: bioma amazônia, pará, nordeste, pantanal de Mato Grosso
Habitat: margens de rio e lagoas, córregos e baixadas úmidas
Animais sensíveis: bovinos, ovinos, caprinos, ratos (apenas em experimento)
Princípio tóxico: swainonina, calisteginas B2 e c1 (impede a metabolização de
substratos que contém açucares)
→ Os animais que ingerem a planta estão sob condições de fome, escassez de
pastagem, vício (desenvolvem gosto pela planta).
Sinais clínicos:
● Depressão ● Paresia
● Desequilíbrio ● Postura de cavalete
● Hipermetria ● Opistótono com hiperextensão
● Tremores de intenção dos membros torácicos
● Ataxia
Tratamento: não existe
Profilaxia: evitar a ingestão da planta
Macroscopia:
● Sem alterações significativas
Microscopia:
● Vacuolização e tumefação de neurônios em diversas áreas do SNC, como
cérebro, córtex cerebral, núcleo basal e tálamo.

Ipomoea riedelii
Essa planta é conhecida como anicão, é encontrada em época de chuva no
semiárido do Nordeste. Os animais se alimentam da planta por dependência
(vício).
Animal sensível: caprinos
Princípio tóxico: swainonina e calisteginas bi, b2 e c1
Sinais clínicos:
● Depressão ● Membros afastados
● Desequilíbrio ● Paresia espástica
● Hipermetria ● Nistagmo
● Tremores de intenção ● Inapetência
● Ataxia ● Perda de peso
Dose tóxica:
● Planta fresca → 95 a 115 g/kg durante 22 dias
● Planta dessecada → 2,8 a 3 g/kg durante 18 a 26 dias
Tratamento: retirar do pasto no início dos sinais clínicos (animal se recupera)
Profilaxia: evitar a ingestão da planta
Macroscopia: sem alteração significativa
Microscopia: vacuolização e tumefação do pericárdio dos neurônios em
diversas áreas do SNC
→ Fina camada de vacuolização no pericárdio das células de purkinje

Ipomoea sericophylla
Essa planta é conhecida como salsa ou jitirina, é encontrada em época de
chuva no semiárido do Nordeste. Os surtos de intoxicação por esse planta
ocorrem em períodos de seca e de chuva.
Animal sensível: caprino
Princípio tóxico: igual Ipomoea riedelli
Sinais clínicos: igual Ipomoea riedelli
Tratamento: igual Ipomoea riedelli
Profilaxia: igual Ipomoea riedelli

Turbina cordata
Essa planta é conhecida como capoteira ou batata-de-peba. Encontrada em
regiões da Bahia, Pernambuco e Piauí. Os surtos ocorrem por invasão de
pastagens e deficiência de forragem.
Animais sensíveis: caprinos jovens, bovinos e cavalos
Dose tóxica: 62 g a 106 g/kg por 28 dias (capinos)
Princípio tóxico: swaisonina
Sinais clínicos:
● Depressão ● Ataxia
● Perda de peso ● Hipermetria
● Dificuldade em levantar ● Posição cavalete
● Ataxia ● Paresia espástica
● Perda de peso ● Tremores de intenção
● Dificuldade em levantar ● Quedas
Tratamento: cloreto de lítio
Profilaxia: evitar a ingestão
Macroscopia: não há alterações significativas
Microscopia: fina vacuolização no pericárdio de células de purkinje, de
neurônios de núcleos cerebelares e de neurônios do tronco encefálico.

Sida carpinifolia
Essa planta é conhecida como guanxuma, mata-pasto, vassourinha, relógio,
dentre outras. É encontrada em todo o Brasil. Os surtos ocorrem por invasão de
pastagens e deficiência de forragem.

Animais sensíveis: caprinos, bovinos, pôneis e ovinos.


Princípio tóxico: swaisonina
Sinais clínicos:
● Depressão
● Perda de peso
● Dificuldade em levantar
● Ataxia
● Hipermetria
● Posição de cavalete
● Paresia espástica
● Tremores de intenção
● Decúbito em posições atípicas
● Dificuldade de apreensão de alimentos
Tratamento: retirada de pastagens invadidas pela planta
Profilaxia: evitar a ingestão da planta
Macroscopia: sem alterações significativas
Microscopia:
● Vacuolização citoplasmática das células de purkinje, neurônios do tálamo,
mesencéfalo e medula espinhal;
● Tumefação e vacuolização nos ácinos pancreáticos, túbulos renais, células
foliculares da tireoide, hepatócitos e macrófagos do sistema linfóide.

Plantas que causam neurolipidose

Solanum fastigiatum var fastigiatum e Solanum


paniculatum
Planta conhecida pelo nome de jurubeba ou joá-preto. É encontrada em todo
o Brasil, teve surtos em Rio Grande do Sul, Paraíba e Pernambuco. Os surtos
ocorrem por falta de alimentação.
Animal sensível: bovinos
Dose tóxica: precisa da ingestão de altas doses por um longo período (76 a 155
dias)
Princípio tóxico: desconhecido

Sinais clínicos:
● Crises periódicas ● Hipermetria
epileptiforme ● Voltam ao normal após
● Marcha
Tratamento: não existe
Profilaxia: evitar a ingestão da planta
Teste: HRT
Macroscopia: sem alterações significativas
Microscopia:
● Vacuolização, degeneração e desaparecimento de células de purkinje do
cerebelo

Plantas que causam ceroide-lipofuscinose

Halimium brasiliense
É encontrada no Rio Grande do Sul. Os surtos são sazonais (agosto e
novembro, maio e julho).
Animal sensível: ovinos acima de 3 anos
Dose tóxica: 2577 g/kg por 170 dias
Princípio tóxico: não descoberto
Sinais clínicos:
● Crises periódicas epileptiforme
● Decúbito e evolução para óbito (após 1 a 3 meses)
Tratamento: remoção do rebanho das pastagens
Profilaxia: evitar a ingestão da planta
Macroscopia: sem alterações significativas
Microscopia:
● Vacuolização do cérebro e da medula, hepatócitos
● Pigmentação granular marrom amarelado em neurônios
(ceróide-lipofuscina).

Plantas que causam síndrome tremorgênica


Ipomoea asarifolia
Conhecida como salsa ou batatarana. Encontrada na região Norte e Nordeste.
Os surtos ocorrem por falta de alimentação.

Animais sensíveis: bovinos, búfalos, caprinos e ovinos.


Dose tóxica: ingestão de grande quantidade da parte aérea por longos períodos
Princípio tóxico: desconhecido
Sinais clínicos:
Bovinos
● Balanço de cabeça ● Desequilíbrio de posterior
● Tremores musculares ● Queda
Ovinos
● Tremores musculares ● Perturbações locomotoras
Caprinos
● Sonolência ● Opistótono
● Letargia
Tratamento: retirar o animal do pasto
Profilaxia: evitar a ingestão do pasto
Macroscopia; sem alterações significativas
Microscopia: degeneração e desaparecimento de células de purkinje do
cerebelo

Plantas que causam lesões localizadas no sistema nervoso central


Prosopis juliflora
Conhecida como algaroba ou algarobeira, causa a doença da cara torta em
bovinos. Considerada fonte proteica na região semiárida do nordeste e é
encontrada na região nordeste. Os surtos se dão pela ingestão exacerbada das
vagens por longos períodos.

Animais sensíveis: bovinos e caprinos


Princípio tóxico: não conhecido
Sinais clínicos:
bovinos
● Inclinação lateral da cabeça durante a mastigação
● Movimentos involuntários de abrir e fechar a boca
● Relaxamento da mandíbula
● atrofia dos músculos masseter
caprinos
● Tremores mandibulares
● Bocejos
● Mandíbula deslocada para o lado
Tratamento: não tem
Profilaxia: evitar a ingestão da planta
Macroscopia:
● Atrofia do músculo masseter e ● Fígado e rins pálidos
bucinador ● Congestão da meninge
● Língua flácida ● Hemorragia multifocal pelo
● Rúmen com conteúdo encéfalo
ressecado
Microscopia:
● Degeneração do núcleo motor ● Leve atrofia dos músculos de
do trigêmeo mastigação
● Degeneração walleriana do
nervo trigêmeo

Phalaris angusta
Conhecida como aveia-louca ou aveia de sangue, é encontrada na região sul do
Brasil, os surtos ocorrem pela ingestão da planta juntamente a leguminosa.

Animal sensível: bovino


Princípio tóxico: desconhecido
Sinais clínicos: aparecimento após 3 a 15 dias
● Tremores generalizados ● Convulsões
● Olhar atento ● Movimentação e sustos →
● Hipermetria animal caí
● Ataxia
Tratamento:
● Retirar a alimentação da planta
● Prevenção de cobalto (neutraliza toxinas)
Profilaxia: evitar ingestão da planta
Macroscopia:
● Coloração esverdeada do tálamo
● Mesencéfalo azul esverdeado em medula oblonga
Microscopia:
● Sem lesão significativa
● Pigmento granular marrom amarelado em citoplasma de neurônios

Plantas que causam lesões localizadas no sistema nervoso central


Equisetum spp
Conhecida como cavalinha, causa a doença “treme” ou “bugi”. Encontrada em
Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso.

Animal sensível: equinos


→ Criam vício em ingerir a planta
Princípio tóxico: tiaminase
Sinais clínicos: iniciam de 2 a 5 semanas após a ingestão
● Tremores
● Fraqueza
● Dificuldade em dar volta
Tratamento:
● Retirar o consumo da planta
● aplicação de tiamina
Profilaxia: evitar a ingestão da planta
Macroscopia e microscopia: não há lesões significativas

Planta de ação radiomimética


Pteridium aquilinum
Conhecida como samambaia ou samambaia do campo. Encontrada em Minas
Gerais, Goiás, Bahia e Mato Grosso. É uma planta invasora, os animais se
intoxicam em condições de fome, geada, roçagem da planta e vício.

Animais sensíveis: ovinos e equinos


Princípio tóxico: ptaquilosídeo
Importante: causa quadro clínicos patológicos, como:
● Diátese enzoótica
● Hematúria enzoótica
● Carcinoma das vias digestivas superiores
Diátese enzoótica (síndrome hemorrágica aguda)
Dose tóxica: 10 a 30 g/kg por 3 a 8 ● Hematúria
semanas Macroscopia:
Sinais clínicos: ● Hemorragias em todos os
● Hipertermia acentuada órgãos e tecidos
● Hemorragia em pele ● Úlceras na mucosa
● Mucosas e feridas ● Coágulos no intestino
● Epistaxe Microscopia:
● Diarreia com coágulos ● Hemorragias em todos os
sanguíneos órgãos e tecidos
● Úlceras na mucosa ● Transfusão sanguínea
● Rarefação de medula óssea ● Sulfato de protamina (10 ml a
Tratamento: 1% de sulfato de protamina)
● Antibióticos

Hematúria enzoótica
Dose tóxica: < 10 g/kg por 1 ano ou ● Formação neoplásica
mais Microscopia:
Sinais clínicos: ● Neoplasia de origem epitelial
● Hematúria intermitente ou mesenquimal
● Anemia ● Ectasia, congestão e
● Emagrecimento hiperplasia de capilares.
Macroscopia:
● Nódulos esbranquiçados a
avermelhados pela mucosa

Carcinomas do trato digestório superior


Dose tóxica: meses a anos comendo Macroscopia:
a planta ● Nódulos neoplásicos
Sinais clínicos: amarelados a acinzentados
● Tosse ● Nódulos ulcerados em língua,
● Regurgitação esôfago, cárdia e rúmen
● Timpanismo ● Metástase para linfonodos
● Diarreia Microscopia:
● Emagrecimento progresivo ● Carcinoma epidermoide
● Morte

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