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MACROLÍDEOS

Profa. Dra. Cristiane Fonteles

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Introdução
• Origem
– Eritromicina foi o primeiro macrolídeo
– Streptomyces erythreus (1952)
– Erythros = vermelho
• Farmacodinâmica
– Liga-se às unidades ribossômicas (50S) e previne a
translocação, com subseqüente bloqueio da síntese
peptídica, interferindo com a síntese de proteínas
bacterianas

Espectro de Ação
• Espectro semelhante à pen G, incluindo Mycoplasma,
Rickettsia e Chlamydia
• Maior sensibilidade contra gram +
– Staphylococcus e Streptococcus, Listeria monocytogenes

• Aeróbios Gram –
– Legionella pneumophilia, Parvobactérias: H. influenzae e
Bordetella pertussis, M. catarrhalis, N. gonorrhoeae

Resistência Bacteriana
• Staphylococcus (eritromicina); S. pneumoniae,
Streptococcus viridans, enterococcus,
Streptococcus pyogenes, H. influenzae
• Mecanismos
– Falta de afinidade no sítio de ligação; menor entrada
de antibiótico na célula ou hidrólise da molécula

Farmacocinética
• Destruída pelo suco gástrico
– Requer comprimidos revestidos
– Sais insolúveis em água (estearato) ou ésteres
(etilsuccinato e estolato)
• Sem alimentos: base de eritromicina ou sal
• Com alimentos: ésteres ou comp com
revestimento entérico

Farmacocinética
• Boa distribuição (inclusive abscessos)
• ½ vida plasmática: 1,5 - 2 horas
• Metabolização hepática
• Excreção biliar
• Somente 5% de excreção urinária

Efeitos Colaterais
• Muito seguro
• Problemas comuns
– TGI: desconforto epigástrico, náuseas, vômitos e diarréia
– Eritromicina – agonista dos receptores de motilina

• Hipersensibilidade rara
• A forma estolato pode induzir hepatite colestática
(10-12 dias)
• Perda de audição reversível

Interações Medicamentosas
• Digoxina e eritromicina
– Toxicidade pela digoxina
• Teofilina, anticoagulantes orais, carbamazepina
(anti-convulsivante), ciclosporina (anti-neoplásico),
alcalóides do ergot, triazolam, midazolam
(benzod.), metilprednisolona, bromocriptina (agon.
rec. dopam.), disopiramida (antiarrit.), alfentanil,
terfenadina (antihis.), astemizole (inibindo a
isoenzima 3A4 do citocromo P450)
– Potenciação do efeito dessas drogas

Formulações Farmacêuticas
• Estolato de Eritromicina (Ilosone)
– Cápsulas de 250 mg; drágeas de 500 mg;
solução oral (125 e 250 mg)
• Estearato de Eritromicina (Pantomicina)
– Drágeas de 250 e 500 mg; suspensão de
250 e 125 mg

Macrolídeos de 2a Geração

• Claritromicina
• Azitromicina
• Roxitromicina
– Mesma farmacodinâmica
– Diferem na farmacocinética e no espectro

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Espectro de Ação
• Claritromicina
– Mais eficaz contra anaeróbios: Bacteroides
melaninogenicus, Peptococcus niger, Clostridium
perfringens
– S. aureus, Strep. β-hemolítico do grupo A,
Helicobacter pylori, Klebsiella e Proteus
– 2-4 vezes mais eficaz que a eritromicina contra
Staphylococcus e Streptococcus

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Espectro de Ação
• Azitromicina
– Mais eficaz contra anaeróbios:
Peptostreptococcus e Clostridium perfringens
– 2-4 vezes menos eficaz que a eritromicina
contra Staphylococcus e Streptococcus

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Farmacocinética
• Claritromicina
– Boa absorção
– Não influenciada pela presença de alimentos
– Boa penetrabilidade em tecidos e células
• Macrófagos e leucócitos polimorfonucleares
– Metabolização hepática
• Presença no plasma > ½ vida (3-7 horas)
– 30-40% de excreção urinária (insuficiência renal)

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Farmacocinética
• Azitromicina
– Absorção influenciada pela presença de alimentos
– Boa penetrabilidade em tecidos e células
• Macrófagos e leucócitos polimorfonucleares
– Metabolização hepática
– Excreção biliar
– <10% de excreção urinária
– Extensa ligação com tecidos periféricos

½ vida de eliminação de 68 horas

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Usos Terapêuticos
• Alergia às penicilinas
• Infecções por Mycoplasma
• Claritromicina e Azitromicina
– Mesmas indicações que as eritromicinas
– Úlceras
– Infecções respiratórias
– Sinusites
– Infecções cutâneas

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Posologia
• Eritromicina Base, Estearato de Eritromicina
(Pantomicina), Estolato de Eritromicina (Ilosone)
– 250 – 500 mg 6/6 horas
– 30-50 mg/kg/24 hs ÷ 4
• Etilsuccinato de eritromicina
– 400 – 800 mg 6/6 horas
• Claritromicina
– 250 – 500 mg 12/12 horas
– Ped: 15 mg/kg/24 hs ÷ 2 (dose máx: 1gr/24 hs)
• Azitromicina
– 250 - 500 mg 24/24 horas
– 10 mg/kg no dia 1, seguido de 5 mg / kg / dias 2-5 ou 10-12 mg/
kg durante 3 dias (dose máx: 500 mg/24 hs)

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CLINDAMICINA

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Introdução
• Origem
– Lincomicina – 1965 (Streptomyces lincolnensis)
– Clindamicina – 1970 (derivado clorado)

A lincomicina assemelha-se à eritromicina


na sua atividade,
mas há pouca ou nenhuma indicação
válida para seu uso

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Mecanismo de Ação e
Resistência

• Liga-se à subunidade ribossômica 50 S,


inibindo síntese protéica (receptor 23S
RNAr)
• Resistência surge lentamente
– Metilação ou mutação do receptor
ribossômico
• Resistência cruzada com a eritromicina

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Espectro de Ação
• Bactericida
• Semelhança com a eritromicina
• Diferença
– maioria das cepas de S. aureus; maior eficácia contra
G+ e anaeróbios G- (Bacteroides fragilis)
• Cepas resistentes
– 15% das cepas de S. aureus, alguns pneumococcus, algumas
cepas de Streptococcus do grupo A, enterococcus,
Haemophilus, Neisseriae, Mycoplasma, C. difficile e
aeróbios G-

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Farmacocinética
• Boa absorção oral (90%)
• Pico de concentração plasmática: 1 hora
• ½ vida plasmática: 3 horas
• Boa distribuição
• Excelente penetração óssea
• Extensa metabolização hepática
• Excreção preferencialmente biliar

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Efeitos Adversos
• Distúrbios T.G.I.
– Diarréias, náuseas e vômitos
• Colite pseudomembranosa (3-5%)
• Superinfecções
• Reações alérgicas
– Erupções cutâneas, glossite e estomatite

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Efeitos Adversos
• Sistema hematopoiético
• Neutropenia, agranulocitose e
trombocitopenia
• Tromboflebite (E.V.)

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Usos Terapêuticos
• Infecções anaeróbias graves
(Bacteroides e outros)
• Infecções anaeróbias
pleuropulmonares
• Infecções intra-abdominais
• Infecções ginecológicas (abortos
sépticos e abcessos pélvicos)

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Usos Odontológicos
• Prevenção de endocardite bacteriana
• Infecções orodentárias (cocos G+ ou
anaeróbios G+ e G-)
• Osteíte purulenta
• Outras infecções ósseas
– Osteomielites causadas por
microorganismos anaeróbios

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Interações Medicamentosas

• Eritromicina
• Cloranfenicol
• Derivados do curare (bloqueio
neuromuscular)

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Posologia

• Cloridrato de clindamicina (Dalacin C)


-Cápsulas com 300 mg
– 150 – 450 mg 6/6 horas (900 – 1800 mg/
24 horas)
– 10-30 mg/kg/24 hs ÷ 3 ou 4
– 25-40 mg/kg/24 hs ÷ 3 ou 4

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AMINOGLICOSÍDEOS

Profa. Dra. Cristiane Fonteles

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Introdução
• Origem
– Streptomyces griseus – Estreptomicina
– Estreptomicina – 1944
– Características

1. Hidrossolúveis
2. Estáveis em solução
3. Maior atividade em pH alcalino
4. Possuem um núcleo de hexose
+ aminoaçúcares

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AMINOGLICOSÍDEOS
Canamicina
Neomicina
Amicacina
Gentamicina
Tobramicina
Netilmicina

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MECANISMO DE AÇÃO

Ligam-se à interface das subunidades 30S e 50S ou


diretamente às subunidades
Interferem no “complexo de iniciação” da síntese
peptídica
Ocasionam incorporação de aminoácidos incorretos
Causam ruptura dos polissomas em monossomas não-
funcionais
Inibição irreversível de síntese protéica
BACTERICIDA

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Espectro de Ação
• Amplo espectro
• Maior eficácia contra
– Microorganismos aeróbios G - : P. aeruginosa,
E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Serratia e
Proteus

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Resistência Bacteriana
• Anaeróbios estritos ou microorganismos
facultativos em condições anaeróbias
• Amicacina
– Maior resistência à inativação

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MECANISMOS DE RESISTÊNCIA

1. Alteração da superfície celular


2. Alteração ou supressão do receptor
ribossomial
3. Adenilação, acetilação ou fosforilação do
aminoglicosídeo

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Farmacocinética
• Pouco ou nenhuma absorção pelo T.G.I.
• Administração parenteral
• ½ vida plasmática – 1-3 horas
• Índice de ligação protéica – 10%
• Altamente polares
• Boa penetração óssea

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Farmacocinética
• Concentra-se no cortex renal (20-100 vezes)
• Eliminação por filtração glomerular
• Excreção urinária

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Efeitos Adversos
• Ototoxicidade (amicacina, canamicina e netilmicina)
• Lesões vestibular – vertigem, dificuldade de
concentração e leitura, perda de equilíbrio
• Nefrotoxicidade (gentamicina)
• Bloqueio neuromuscular
• Discrasias sangüíneas
• Superinfecções
• Reações alérgicas (febre, erupções cutâneas)

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Usos Terapêuticos
• Estreptomicina
– TUBERCULOSE

• Gentamicina
– ENDOCARDITE BACTERIANA, PERITONITE,
INFECÇÕES POR ENTEROCOCCUS, INFECÇÕES
URINÁRIAS REFRATÁRIAS

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Usos Terapêuticos
• Infecções de tecidos moles e peles (queimaduras)
• Otite externa
• Infecções genito-urinárias
• Osteomielites
• Infecções articulares

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Posologia
• Amikin (amicacina)
– Dose máxima: 5 mg/kg de 8/8 horas ou 7,5 mg/kg de
12/12 horas, IM ou IV durante 10 dias
• Garamicina (gentamicina)
– 1-1,7 mg/kg IM ou IV de 8/8 horas, durante 7-10 dias
• Tobramicina (tobramicina)
– 0,75-1,25 mg/kg IM ou IV de 6/6 horas, ou 1-1,7 mg/
kg de 8/8 horas durante 7-10 dias

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