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30/08/2023 e 06/09/2023 Tratamento e Profilaxia I

AULA 4 – ANTIBIOTICOS

• Gram + e Gram -
• Aeróbias, Anaeróbicas e Anaeróbias
Facultativas
• Fatores de virulência...
Lipopolissacaríedo (LPS): envolvidos com propriedades antigênicas;
possível papel reconhecimento hospedeiro
Mecanismos de ação
❑Beta-lactâmicos:
❖Agem na parede celular: anel betalactâmico impede a síntese da parede celular.
- a supressão da sua síntese conduz à desintegração da célula => bactericidas
• Penicilinas
• Cefalosporinas
✓Penicilinas naturais: não agem em bactérias que produzem betalactamases (penicilinase)

❖ Vários grupos
✓ Associações – rapidez e prolongamento de ação
✓ Potencializações
Penicilinas de Amplo espectro
❑Amoxicilina: ativa contra cocos gram-positivos e gram-negativos e grande número de gêneros de bacilos gram-
negativos.
✓Indicações: infecções do sistema respiratório alto, otite média, infecções de pele, pneumonias, infecções do trato
urinário - para bactérias sensíveis
Penicilinas - pouco tóxicas - atuam na parede celular;
✓Reações alérgicas mais comuns em humanos;
✓Administração oral - pode romper o equilíbrio da microbiota intestinal e permitir a proliferação intestinal de
Clostridium;
✓Não são consideradas hepatotóxicas; não há relatos de problemas fetais relacionados ao uso – pesar custo benefício;
✓Recomenda-se fazê-la junto com a alimentação ou logo após para evitar possíveis efeitos adversos gastrointestinais.

Amoxicilina + Clavulanato
✓Amplo espectro: contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas (inclusive cepas
produtoras de beta-lactamases)
-Infecções cutâneas (causadas por Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli, Proteus spp).
-Infecções respiratórias (causadas por Staphylococcus spp, Pasteurella spp, Bordetella bronchiseptica, Haemophilus
spp, Streptococcus spp).
-Infecções do trato gastrintestinal (Escherichia coli, Klebsiella spp, Proteus spp, Salmonella spp).
-Infecções genitourinárias e outros tecidos moles tais como piodermites, dermatites, abscessos, feridas
infectadas (Streptococcus spp, Corynebacterium spp, Bacillus spp, Fusobacterium necrophorum, Moraxella spp ou
outra bactéria citada anteriormente).
-Infecções periodontais causadas por cepas de bactérias aeróbicas e anaeróbicas susceptíveis.
✓Altas doses ou tratamento prolongado podem causar neurotoxicidade (ex: ataxia em cães).
❑Aminopenicilina potencializada: Amoxicilina + Clavulanato

Cefalosporinas
✓Atualmente, 5 gerações
✓Assim como as penicilinas, as cefalosporinas são antibióticos pouco tóxicos
➢Atenção às interações
✓indicações: Infecções de pele, infecções trato urinário em cães e gatos, antes e após procedimentos cirúrgicos - para
bactérias sensíveis

❑Cefalexina:
✓Infecções por Staphylococcus, Streptococcus e alguns bacilos Gram-negativos, como Pasteurella, E. coli e Klebsiella -
para bactérias sensíveis
✓Não é ativa contra Pseudomonas aeruginosa
✓Reações de hipersensibilidade, anorexia, vômito, diarreia. Em altas doses ou
tratamentos prolongados, neurotoxicidade, distúrbios hematológicos, hepatite e nefrite intersticial
✓Na administração, recomenda-se fazê-la junto com a alimentação ou logo após para evitar possíveis efeitos adversos
gastrointestinais

❑Cefovecina: amplo espectro


- Injetável SC
• Cães: infecções de pele por cepas suscetíveis de Staphylococcus intermedius,
Streptococcus canis (Grupo G) e Escherichia coli e para o tratamento cistites causadas por cepas suscetíveis
de Escherichia coli e Proteus mirabilis;

Tratamento
auxiliar a terapia periodontal, tratamento de infecções graves da gengiva e tecidos periodontais associadas a
Porphyromonas spp. e Prevotella spp.
• Gatos: tratamento de infecções de pele (feridas e abscessos) causadas por cepas suscetíveis de Pasteurella
multocida e para o tratamento de infecções do trato urinário associadas à Escherichia coli.

Sulfas e Quinolonas

Sulfas
❖Sulfas: sulfonamidas, sulfonamídicos ; tópico/sistêmico
❖Mecanismo de ação: síntese de ácido fólico; funcionam como um antimetabólito
✓Atravessam as barreiras hematoencefálica e placentária;
✓Precipitação nos túbulos renais – nefrotoxicidade
✓Produtos de oxidação- reações tóxicas sistêmicas como lesões cutâneas e fenômenos de hipersensibilidade;
• Cães: pode provocar ceratoconjuntivite seca - mecanismo desconhecido
- machos: redução de espermatozoides
✓Outros efeitos tóxicos com o uso prolongado das sulfas (raros):
- reações de hipersensibilidade (poliartrite e febre), anemia aplástica, trombocitopenia e eosinofilia
SULFONAMIDAS
Sulfadiazina, Sulfametoxazol, Sulfadoxina)

TRIMETOPRIMA - INIBIDORA DE REDUTASE


❖Trimetoprima (uma diaminopirimidina ); ormetoprim:
❖Mecanismo de ação: atua inibindo a enzima di-hidrofolato redutase.
✓pode ser usada isoladamente; entretanto, a associação com as sulfas é muito mais vantajosa; há efeito
sinérgico
• A associação entre sulfa e trimetoprima tem amplo espectro de ação:
✓Atua em bactérias gram-positivas e gram-negativas, sendo seus principais usos nos animais domésticos:
infecções dos sistemas respiratório, digestório e urinário, infecções do SNC, infecções de pele
=> Associação entre sulfa e trimetoprima, diminui o risco de toxicidade => diminui a dose de sulfas

Sulfa + Trimetoprima
✓Não administrar em fêmeas prenhes ou recém-nascidos, pacientes com lesões
hepáticas ou problemas renais;
✓Não administrar o produto com outros que contenham cálcio
✓A administração de antiácidos junto à sulfadimetoxina tende a inibir a absorção deste
fármaco no trato gastrintestinal

QUINOLONAS E FLUORQUINOLONAS
❖Mecanismo de ação – inibe a DNA girase bacteriana: topoisomerase II – enzima que enrola e desenrola as
fitas de DNA durante a replicação
-Bactericidas
-4 gerações / Fluorquinolonas
QUINOLONAS E FLUORQUINOLONAS

• Infecções do sistema urinário, prostatites; gastrenterite bacteriana grave; pneumonia causada por bacilos
gram-negativos; otite por Pseudomonas; infecções dérmicas; osteomielite por gram-negativos;
meningoencefalites bacterianas e endocardite estafilocócica. pele: marbofloxacina, enrofloxacina,
pradofloxacina

• Efeitos tóxicos - de maneira geral, bem toleradas:


✓Podem provocar danos na cartilagem articular de cães jovens;
✓Algumas podem causar efeitos teratogênicos;
✓Em felinos: degeneração da retina, levando à cegueira (enrofloxacino em idosos e com falência renal) -
associada a altas doses de enrofloxacino, recomenda-se que a maior dosagem deste medicamento em
felinos seja de 5 mg/kg/dia.
✓Pode ser administrada diretamente na boca dos animais ou misturado a alimentos que facilitem a ingestão;
cálcio, ferro, zinco, magnésio e cobre prejudicam absorção

Bacteriostáticos que Interferem na Síntese Proteica:


Macrolídios, Tetraciclinas e Anfenicóis

Macrolídios
❖Mecanismo de ação: impedem a síntese proteica bacteriana ao se ligarem à subunidade
50 S do ribossomo.
• Eritromicina, oleandomicina, carbomicina (= magnamicina), roxitromicina, claritromicina, fluritromicina,
diritromicina, azitromicina, tulatromicina, gamitromicina, espiramicina, tilosina, josamicina, quitasamicina
(=leucomicina), roquitamicina, midecamicina, miocamicina ,tilmicosina e clindamicina
✓Para pele - clindamicina
❑Clindamicina - ativa contra bactérias Gram-positivas aeróbicas e anaeróbicas, Toxoplasma sp, Mycoplasma
sp e Neospora caninum.
✓Tratamento de osteomielite, piodermites, doenças periodontais e infecções profundas de tecidos moles
causadas por bactérias Gram-positivas
Clindamicina
✓Tópica/sistêmica
✓Contraindicada em nefropatas, hepatopatas;
✓Risco de esofagite quando administrado sem água por via oral, sempre administre com alimento;
✓Em cães e gatos são pouco tóxicas: pode ocorrer êmese e diarreia

TETRACICLINAS
❖Tetraciclinas:
❖Mecanismo de ação: inibem a síntese proteica dos microrganismos sensíveis, ligandose aos ribossomos
(subunidade 30S)
✓bacteriostáticos
- Demeclocilina, rolitetraciclina, metaciclina e limeciclina, doxiciclina, minociclina e lauraciclina .
✓amplo espectro de ação
- bactérias gram-positivas e gram-negativas, incluindo micoplasmas, Ehrlichia/anaplasma, clamídias,
riquétsias, e até em alguns protozoários parasitas como Plasmodium falciparum, Entamoeba histolytica,
Giardia lamblia, Trichomonas spp. e Toxoplasma gondii. Doxiciclina e minociclina, de modo geral, são mais
ativas contra Staphylococcus aureus.
- Pele – doxiciclina

TETRACICLINAS
✓Podem provocar manifestações gastrintestinais - alteração da microbiota
- Náuseas, vômitos, anorexia e/ou diarreia
✓Esofagite com estenose em felinos
- Os efeitos gastrintestinais podem ser minimizados através da administração do produto junto às refeições
sem que a absorção do medicamento seja significativamente afetada
- Não administrar ferro e doxiciclina na mesma tomada; administrar em períodos diferentes

✓A absorção das tetraciclinas é reduzida na presença de antiácidos contendo alumínio, cálcio ou magnésio,
por preparações contendo ferro e sais de bismuto
✓Devido à capacidade que as tetraciclinas têm em ligar-se com o cálcio – podem provocar efeitos
cardiovasculares (arritmias), deposição no tecido ósseo e dentes.
- evitar a administração de tetraciclinas em animais jovens ou em fase de crescimento e fêmeas prenhes
(podem produzir deformidades ósseas no feto);
• Podem causar efeitos hepatotóxicos e renais
❑Doxiciclina: pode produzir reações nefrotóxicas quando utilizada após o vencimento do prazo de validade.
✓Fenômenos de fotossensibilização poderão eventualmente ocorrer. O tratamento deverá ser interrompido à
primeira evidência de eritema, indicando este tipo de reação.
Agentes antimicrobianos

Clorexidina
✓Antisséptico biguanídico
- Xampu, spray, pomada
- Associações
- Atenção! Cuidado com os olhos
- Otite externa, gengivite – doença periodontal, infecção cutânea superficial, desinfecção tópica, de
feridas, antissepsia pré-cirúrgica

PVPI- Iodopovidona
✓Complexo - polivinil pirrolidona iodo
✓Maior estabilidade e liberação gradual do iodo
✓Ação germicida sobre bactérias grampositivas e gram-negativas, fungos e vírus.
• Oxida enzimas e proteínas essenciais ao metabolismo microbiano, bem como os ácidos graxos insaturados
das membranas celulares destes microrganismos

Piodermite

• Piodermite: infecção cutânea bacteriana piogênica


✓Superficial (+ comum) ou Profunda; Primária (dificilmente) ou Secundária
✓Mais comuns em cães
✓Staphylococcus spp. => S. pseudointermedius (+ prevalente); S. aureus e S. schleferi (+ difícil)
- Agente comensal da pele e folículo piloso
- Aparecimento de cepas multirresistentes
Multiplicação bacteriana => infecção
- Camada córnea + fina no cão
✓É quase sempre secundária a uma doença subjacente - se a causa subjacente não for identificada e
corrigida, haverá recidiva da piodermite.
o Causas de Piodermite Secundária:
✓Ectoparasitismo (p. ex., demodicidose, escabiose, pulgas)
✓Doença cutânea alérgica (p. ex., hipersensibilidade a pulgas, atopia, alergia alimentar)
✓Endocrinopatia (p. ex., hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo, desequilíbrio de hormônios sexuais)
✓Distúrbios de queratinização - seborreia
✓Terapia imunossupressora (p. ex., glicocorticoides)
✓Trauma (p. ex., mordedura, ferida); ETC
✓De modo geral, distribui-se de forma assimétrica pelo corpo - O prurido pode ou não estar presente

Classificação e Tratamento
• Tratamento:
✓Tópico em todos os casos e sistêmico em alguns
✓Duração mínima do tratamento:
- Piodermite superficial: mín. 21 dias + 1 após resolução clínica
- Piodermite profunda: mín. 6 – 8 semanas + 2 semanas após a resolução clínica
• Tratamentos tópicos: xampus, sprays, pomadas, cremes, géis...antibacterianos
✓Ingredientes ativos geralmente incluem: clorexidina 2% a 4% (rompe membrana das bactérias - também em
combinação com o miconazol), peróxido de benzoíla e produtos à base de prata, solução de iodopovidona a
0,4%
Xampu => pelo deve estar curto; deixar agir por 10 minutos; 2x/semana - Frequência maior se não houver
tratamento sistêmico. Se houver, diminui-se a frequência
- Atenção! Clorexidina no olho causa lesão córnea.
Tratamento
• Antibioticoterapia sistêmica : antimicrobianos adequados, em dose e posologia
corretas
Empírico:
Cefalosporinas
Amoxiciclina com clavulanato de potássio
Clindamicina => Quando resistência/Cultura:
Clindamicina
Tetraciclinas – Doxiciclina
Fluorquinolonas – Enrofloxacina, Marbofloxacina, Pradofloxacina
Rifampicina – CUIDADO (hepatotóxico)
Cloranfenicol – CUIDADO (hepatotóxico; mielotóxico)
Aminoglicosídeos – CUIDADO (nefrotóxico)
CULTURA E ANTIBIOGRAMA!
Tratamento
• Se prurido for brando: creme ou solução contendo corticosteroide a cada 8 a 12 horas por 5 a 10 dias.
• Se prurido intenso: oclacitinib (Apoquel ®- cães) - 3-7 dias em favor dos glicocorticoides.
• Se prurido grave:
✓Oclacitinib (Apoquel®- cães) ou
✓Corticosteroides (cães e gatos):
- Dexametasona injetável (0,1 – 0,3mg/kg - SC ou IM)
- Prednisona/prednisolona (0,5-1 mg/kg - VO), BID/SID, por 5 a 10 dias
• Assegurar a resolução clínica da piodermite ou sua ausência

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