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Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde – AESA

Escola Superior de Saúde de Arcoverde – ESSA


Graduação em Farmácia – Farmacologia III

FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS
Profa. Dra. Giani Cavalcante
Considerações Gerais
• As infecções fúngicas são denominadas MICOSES.
• MICOSES são doenças da pele, pêlos, unhas e cabelos, em áreas
• mais úmidas e ricas em queratinas.

• MICOSES exigem tratamentos prolongados e


persistentes. Produzem várias respostas imunes
celulares.
• A resposta imunológica frente as MICOSES está relacionada com
o estado imunológico do hospedeiro e o tipo de espécie de
fungo.
Certas populações de pacientes mostram-se particularmente
suscetíveis às infecções fúngicas:

. Pacientes cirúrgicos e na unidade de terapia intensiva (UTI).


. Pacientes com próteses
. Pacientes com comprometimento das defesas imunológicas
. Pacientes em quimioterapia

Certos fatores contribuem para aumento das infecções fúngicas:

. Uso indiscriminado de antibióticos


. Uso de cateteres e processos invasivos
. Infecções por HIV
Estrutura Fúngica
Classificação dos Fármacos Antifúngicos
1 – Antifúngicos parainfecção sistêmica
ANFOTERICINA B - FLUCITOSINA - AZOIS - EQUINOCANDINAS

2 – Antifúngicos parainfecção mucocutânea


GRISEOFULVINA

3 –Antifúngicos para terapias tópicas


AZÓIS TÓPICOS – ALILAMINASTÓPICAS
• Antibióticos antifúngicos produzido S. noodosus.
• É um macrolídeo poliênico anfotérico.
• Formulado como suspensão coloidal, desoxicolato sódico e na forma
lipossômica
• Uso IV, intratecal, tópico e intra-articular.

FARMACOCINÉTICA

• Pouco absorvida no TGI.


• Distribui-se amplamente pela maioria dos tecidos
• Baixa penetração no Humor vítreo, LCR e LA
• Baixa metabolização.
• Excreção lenta pelos rins e bile.
• Meia vida sérica é de cerca de 15 dias.
ANFOTERICINA B - MECANISMO DE AÇÃO

1. O fármaco liga-se ao ergosterol e altera


a permeabilidade da membrana.
2. O poro permite o extravassamento de
íons e macromoléculas intracelulares,
ocasionando a morte celular.
EFEITOS ADVERSOS
EFEITOSADVERSOS

• Elevada toxicidade
• Elevada disfunção renal
Isquemia renal (vasocontricção de arteriolas)
Acidose tubular renal

Hipocalemia e Hipomagnesemia
• Comprometimento da funçãohepática
• IV: flebite, febre,calafrios, cefaléia, náuseas, vômito.
• Cãibras, dores musculares,anemia

USO CLÍNICO

Criptococose e candidíase disseminadas, coccidioidomicose, blastomicose,


histoplasmose, aspergilose

Infecções graves pulmonares, renais e no SNC.


• Macrolídio tetraênico-Streptomycesnoursei
• Mesmo mecanismo de ação da Anfotericina B
FARMACOCINÉTICA
• Não é usada por via parenteral (toxicidade)
• Administração: tópica, VO (não é absorvida)
• Eliminada nas fezes de forma inalterada

EFEITOS ADVERSOS
• Raros
• VO: náuseas (altas doses)
• Tópico: dermatite

USO CLÍNICO
Tratamento de candidíase oral, esofagiana e intestinal
Infecções cutâneas por Candida sp.
• Fármaco fungistático e espectro estreito.
• Derivado de espécies de Penicillium.

FARMACOCINÉTICA
• Boa absorção VO (alimentos ricos em
gordura);
• Boa distribuição em tecidos queratinizados;
• Metabolização hepática
• Excreção renal
MECANISMO DEAÇÃO
EFEITOS ADVERSOS

• Cefaléia, náuseas, vômito, diarréia, azia;

• Hepatotoxicidade, urticária, fotossensibilidade

• Contra-indicada na gravidez

USO CLÍNICO

• Ativa contra várias espécies de dermatófitos


• Usada em micoses de pele, cabelo e unhas
• Descoberto em 1957 durante pesquisas de novos agente
antineoplásicos
• Análogo hidrossolúvel da pirimidina.
• Inibidor da síntese de DNA
• Normalmente usada em associação com outros antifúngicos
(anfotericina
B e fluconazol).

FARMACOCINÉTICA
• Administração VO e IV
• É bem absorvido (>90%)
• Ampla distribuição no tecidos
• Atravessa BHE
• É eliminada por filtração glomerular, sendo cerca de 89% excretada pelo rim.
MECANISMO DEAÇÃO

Síntesede
DNA
EFEITOSADVERSOS

• Toxicidade da medula óssea (anemia, leucopenia e trombocitopenia)


• Alterações das enzimas hepáticas
• Náuseas, vômito e diarréia;
• Contra-indicada na gestação (teratogênica);
• Redução da microbiota intestinal.

USO CLÍNICO

• Limita-se ao uso em micoses sistêmicas e meningites causadas por


Criptococcus neoformans e Candida sp.
• Usada em fungos que causam cromoblastomicose.
• Não é utilizada em monoterapia (Resistência secundária)
• Utilizadas nas terapias em associação com anfotericina B (meningite
criptocócica) ou com introcanozol (cromoblastomicose)
Inibidores da enzima fúngica
esqueleno epoxidase

• Terbinafina e Naftifina
• Se ligam aos queratinócitos
• Administração VO ou tópica
• Recomendada para uso em dermatofitoses cutâneas e
ungueais

MECANISMO DE AÇÃO

EFEITOS ADVERSOS

• Eritema, prurido e ardor local


• Cefaleia e hepatoxicidade
Inibidores da 14α-esterol desmetilase

• Imidazóis: cetoconazol, miconazol, clotrimazol


• Triazóis: itraconazol e fluconazol

Triazol
MECANISMO DE AÇÃO

• Diminuem a síntese de ergosterol através da inibição das enzimas do


citocromo P450 do fungo.
• Inibem a transformação da células leveduriformes de Candida em hifas.
IMIDAZÓIS - Cetoconazol
• Absorção rápida por via oral
• Ligação protéica: 99%
• Níveis séricos máximos em 2 a 4 horas –mantém [ ] ativa por 11
horas
• Boa distribuição nos tecidos e líquidos orgânicos
• Não atinge [ ] terapêutica no LCR, na saliva e urina
• Metabolismo hepático
• Eliminação na forma de metabólitos inativos na urina, na bile enas
fezes
• Alta incidência de interação medicamentosa
Rifampicina – [ ] reduzida em 50% (Hepatoxicidade)
Ciclosporina – [ ] aumentada (Nefrotoxicidade)
EFEITOS ADVERSOS

• Náuseas, vômitos, desconforto abdominal


• Tontura e cefaléia
• Alopécia
• Diminuição da libido
• Erupção maculopapular
• Hepatotoxicidade:  transaminases, Bilirrubinas
• Ginecomastia

USO CLÍNICO
Triazóis - Fluconazol

• Substância hidrossolúvel – absorção por via oral e parenteral

• Atinge elevada [ ] no fígado, intestino, baço, rim, cérebro, pele,


olho, vagina, secreção brônquica e saliva

• Atravessa a BHE – 50%

-70 a 90% nas meningites

• Ligação protéica: 12%

• Eliminação renal como droga inalterada.


EFEITOS ADVERSOS

• Náuseas e vômitos
• Cefaleia
• Dor abdominal,
• Elevação transitória de transaminases

USO CLÍNICO

Candidíase vulvo-vaginal, meningite criptocócica, meningite coccidióidica,


blastomicose, histoplasmose, esporotricose, dermatofitoses.
Triazóis - Itraconazol
• Pouco solúvel em água – absorvido por via oral quando formulado
• com polietilenoglicol
 Biodisponibilidade - jejum: 40%
• - junto com alimento: 100%
• Muito lipofílico – deposita-se nos tecidos da pele, fígado e mucosas
• Ligação protéica: 99%
• Meia vida: 17 a 21 horas
• Concentra-se na epiderme, epitélio vaginal, secreção sebácea e
• unhas
• Penetra muito pouco na BHE
• Atinge [ ] terapêutica no tecido cerebral
• Metabolismo hepático
• Eliminação: bile e fezes (metabólitos inativos)
EFEITOS ADVERSOS

• Náusea, dor abdominal, tontura, cefaléia


• Elevação de transaminases
• Leucopenia

USO CLÍNICO

Histoplasmose não meníngea, esporotricose cutânea, aspergilose,


criptococose, candidíase, dermatomicoses
• Pneumocandina semi-sintética solúvel em água
• Não é absorvida por via oral
• Administração IV na forma de acetato
• Ligação protéica: 80 a 96%
• Meia vida: 9 a 10 horas
• Eliminação hepática
• Bem tolerada – efeitos adversos mínimos
• Ação contra Candida, Aspergillus e
Histoplasma
MECANISMO DE AÇÃO

• Atuam a nível de parede celular


• Inibem a síntese de glucana sintetase (β1-3-glucano).
• Promove a ruptura da parede celular

Síntese de Glucano
da Parede celular
EQUINOCANDINAS
NOVOSANTIFÚNGICOS
Síntese de quitina
da Parede celular Síntese de Glucano
NICOMICINAS da Parede celular
• Papulocandinas EQUINOCANDINAS

• Muluncandinas
• Sordarinas
• Nicomicinas
• Triazóis de 3ªgeração
 Posaconazol
Síntese de protéica
 Ravuconazol SORDARINAS

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