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Classe: 13ª
ORIENTADOR:
VICTOR SPTHOPETRA HUAMBO
Benguela 2022/2023
CURSO TÉCNICO DE CONTABILIDADE E GESTÃO
ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
O COORDENADOR DO CURSO
_________________________________________
VICTOR SPTHOPETRA HUAMBO
A AUTORA O ORIENTADOR
__________________________ _______________________
Benguela 2022/2023
FOLHA DE APROVAÇÃO
Attie
DEDICATÓRIA
À minha mãe para mostrar a ela que a persistência e o tempo são recursos fundamentais
para o alcance de qualquer objectivo. O que de facto ela fez e continua fazendo em
mim.
AGRADECIMENTOS
À minha família, em particular a mãe por sua total entrega na minha formação
multinível.
Ao professpr Victor Spthopetra Huambo, orientador deste trabalho por seu esforço
alienado exclusivamente em benefício da ciência, sem medir o tempo e o custo de
oportunidade em detrimento do presente, os meus profundos e imortalizados
agradecimentos.
´
RESUMO
PENSAMENTO..............................................................................................................III
DEDICATÓRIA..............................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS.....................................................................................................V
INTRODUÇÃO...............................................................................................................10
1.6.1.Margem Bruta.................................................................................................29
Recomendações...............................................................................................................44
Referências bibliográficas...............................................................................................45
INTRODUÇÃO
Problema de investigação
Objectivo geral
10
Objectivos específicos
Hipótese
Justificaçãoda investigação
A escolha desta abordagem é fundamentada primeiramente por ser parte da nossa área
de formação técnico-profissional e por outro lado, porque a análise das demonstrações
financeiras é uma estratégia de gestão interna e controlo patrimonial, pois a partir dos
seus resultados é possível conhecer a real situação da empresa principalmente na sua
capacidade de gerar rendimentos face aos meios líquidos quer os próprios ou alheios
aplicados na sua estrutura e garantir excelente capacidade de cobertura das suas
obrigações e mais importante, traçar estratégias económicas conducentes a maximização
do seu valor no mercado, a partir das informações do seu passado.
Deste modo, o valor teórico e prático da presente abordagem está no facto de poder
influenciar a gestão da empresa Framinde, Lda a fazer recurso a avaliação económica
nos exercícios económicos subsequentes e concebe-la como um procedimento-padrão
de maneira que constantemente seja possível conhecer a sua posição económica,
sobretudo a capacidade com a qual são gerados os rendimentos para planear como
deverão ser aplicados os resultados e precaver-se de situações desagradáveis que podem
corromper o seu normal funcionamento, a integridade económica e financeira no curto,
médio e longo prazo.
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Em linhas gerais, é um assunto de particular importância porque irá ajudar-se enquanto
estudante da área de finanças a perceber mais o funcionamento e a actuação da função
financeira na gestão organizacional de modo a estar preparada para eventuais situações
sobre esta questão, dentro do mercado de trabalho.
Metodologia de investigação
Métodos teóricos
Indutivo-Dedutivo: Este método foi utilizado para construir uma cadeia de raciocínio
sobre o tema em questão, saindo do particular ao geral e do geral ao particular e vice-
versa, de modo a construir conclusões mais precisas.
Métodos empíricos
População e amostra
Estrutura do trabalho
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CAPÍTULO I-ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Para Braga (1987, p.17), ainda citado em Sousa e Martins (2007, p. 35):
Diante disto, fazendo recurso às acepções dos autores supra, podemos dizer que, a
análise das demonstrações financeiras tem como vital objectivo, extrair informações
para subsidiar a tomada de decisões. Ela permite conhecer os efeitos das decisões
adoptadas no passado e as causas determinantes do estado actual, servindo de orientação
para a elaboração de planos futuros.
Palepu et al. (2017), que destacam a importância da análise horizontal e vertical das
demonstrações financeiras para identificar tendências ao longo do tempo e comparar o
desempenho da empresa com o de seus concorrentes.
14
Além disso, Gitman e Zutter (2015) enfatizam a importância de utilizar técnicas como
índices financeiros, análise de fluxo de caixa e análise de riscos para avaliar o
desempenho financeiro para se tomar decisões informadas.
Por isto, Iudícibus (2009, p. 114) afirma que a análise das demonstrações financeiras
visa “relatar, com base nas informações contabilísticas fornecidas pelas empresas, a
posição económico-financeira actual, as causas que determinaram a evolução
apresentada e as tendências futuras”. Neste sentido percebe-se que, pela análise de
balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada)
de uma empresa. Este tipo de análise é um dos estudos mais importantes da
administração financeira e desperta um enorme interesse tanto para os administradores
internos como para analistas externos.
Para o analista interno a análise dos relatórios contabilísticos visa uma avaliação do
desempenho da empresa, como forma de identificar as consequências das diversas
decisões financeiras que foram tomadas.
De acordo com Silva e Souza (2011, p. 68) “as demonstrações financeiras são utilizadas
pela gestão da entidade para prestar contas e levar informações sobre o aspeto
económico-financeiro aos acionistas, credores, governo e outros interessados e
apresentam informações úteis que revelam suas operações durante um determinado
período de tempo, e quando analisadas facilitam a detenção dos pontos fortes e fracos
encontrados na realização da sua atividade quer operacional ou não operacional”. Os
autores (Silva e Souza, 2011, p. 69) afirmam, ainda, que as “demonstrações financeiras
são os instrumentos utilizados pela contabilidade para expor a situação económico-
financeira da empresa e prover aos diversos utentes internos e/ou externos as
informações que servem de base para a tomada de decisões”.
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da entidade gerar dinheiro e equivalentes de dinheiro e da tempestividade e certeza da
sua geração; Informar sobre os recursos económicos controlados pela entidade, estrutura
financeira, liquidez e solvência”.
Segundo Silva e Queirós, (2009), actualmente, a gestão financeira tem que ser
englobada num planeamento estratégico global, que direccione a organização num
caminho que assegure, a médio e longo prazo, vantagens competitivas, configurando os
seus recursos num ambiente de mudança contínua, de modo a satisfazer as necessidades
do mercado e a corresponder às expectativas dos interessados.
Rodrigues et al (2007) nos dias de hoje, o nível de risco financeiro das empresas é, de
uma forma geral, elevado, pelo que a busca da estabilidade e da sustentabilidade a
médio/longo prazo obriga a uma gestão muito rigorosa, de forma a garantir que os
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recursos disponíveis são suficientes para atender às necessidades da organização e
financiar as actividades de desenvolvimento e crescimento.
No entanto, esta informação não assume todo o seu potencial quando analisada de forma
isolada e fragmentada. É necessário contextualizá-la e interpretá-la num quadro global,
de acordo com a própria dinâmica organizacional interna. Assim, torna-se necessário
recorrer, adicionalmente, a variáveis de carácter qualitativo relativas à gestão da
empresa em questão, de forma a consolidar a informação obtida com base na análise
financeira (Menezes, 2017).
Por outro lado, na análise de uma organização, não deve ser esquecido o contexto
específico em que esta se insere, pelo que se torna essencial explorar as interacções
dessa organização com o meio que a envolve, de forma a perceber as implicações daí
decorrentes (Neves e Rodrigues, 2008).
Para Benzinho e Rodrigues (1995, p.25), “a função financeira é, então, responsável pela
preparação, execução, avaliação e controlo das decisões financeiras da empresa. Procura
analisar e interpretar a situação da empresa e decidir como aplicar os fundos que tem a
sua disposição”.
Segundo Teixeira (2013), a empresa é uma unidade económica autónoma que mantém
um contacto dinâmico com a envolvente. Logo, a natureza dos seus problemas não se
resume só a aspectos de natureza exclusivamente financeira.
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caixa futuros. Reconhece-se então que, apesar do equilíbrio financeiro ser um factor
indispensável, não é suficiente para a sobrevivência e crescimento de uma empresa.
Ainda com base em Gitman (2010), a primeira questão se refere ao estudo da situação
financeira, mais precisamente à análise dos conceitos relacionados com o
endividamento, ciclo de exploração, equilíbrio financeiro, em geral, e liquidez e
solvabilidade, em particular. A segunda questão pretende analisar a empresa do ponto
de vista económico, analisando o grau de eficiência, em termos de rendibilidade,
(lucro), e produtividade, (valor acrescentado). De forma simples e esquemática, a
análise económica e financeira das empresas consiste nas seguintes fases: Colecta;
preparação; análise e conclusão.
É feita com base num conjunto alargado de metodologias e instrumentos, entre os quais
a análise dos mapas financeiros, cálculo e análise dos indicadores julgados pertinentes.
Feita a análise, são apresentadas as conclusões, eventuais medidas correctivas e as
devidas recomendações.
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financeira permitindo, assim, a resolução de problemas de gestão. Esta análise é feita
com base num conjunto alargado de metodologias, instrumentos ou técnicas que se
baseiam fundamentalmente na análise do Balanço, da Demonstração de Resultados e
mais recentemente da Demonstração dos Fluxos de Caixa. Seu objectivo é avaliar e
interpretar a situação da empresa através do estudo da rendibilidade, produtividade,
crescimento e desenvolvimento, liquidez e solvabilidade.
Conforme Iudícibus (2010, p. 86) a análise vertical tem como papel “avaliar a estrutura
de composição de itens e sua evolução no tempo”.
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Para Neto (2012, p. 113) é uma forma de apurar facilmente “a participação relativa de
cada item contábil no ativo, no passivo ou na demonstração de resultados, e sua
evolução no tempo”.
De acordo com a Hoji e Masakazu, (2001, p. 273) citados em Soares (2015, p. 68), a
análise vertical “facilita a avaliação da estrutura do Ativo e do Passivo bem como a
participação de cada item da Demonstração de Resultado na formação do lucro ou
prejuízo”.
“A análise horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta
ou grupo de contas, em diferentes exercícios económicos” (Neto, 2012, p. 105).
Para Reis (2009, p.212) “é uma técnica de análise que parte da comparação do valor de
cada item do demonstrativo, em cada ano, com valor correspondente em determinado
ano anterior (considerado como base).”
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entre índices, coeficientes e outras grandezas, visando a avaliação comparativa do
desempenho de cada elemento ou grupo de contas ao longo de períodos sucessivos.
Para Marion (2010), esse método tem a vantagem de indicar a relação de grandeza
existente entre os itens comparados”. Através desses quocientes, ou índices, você pode
proceder à análise financeira da entidade, aí incluída a verificação da capacidade de
liquidez (capacidade de pagamento) ou solvência da entidade, assim como a
composição da estrutura do todo patrimonial.
Para Manaia e Moita (2016), a liquidez pode ser entendida como a capacidade de um
activo ser convertido em dinheiro de forma rápida, sem gerar perda significativa de
valor. Diante disto, pode-se dizer que a análise dos indicadores de liquidez é uma
actividade essencial do departamento financeiro que através das informações fornecidas
pela contabilidade e áreas similares, procura-se saber a capacidade da empresa em
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efectuar os pagamentos das suas obrigações e necessidades correntes através dos seus
activos.
O indicador de Liquidez imediata (Li) tem por fim avaliar a capacidade de pagamento
das entidades no curtíssimo prazo (prazo imediato, 30 ou 60dd) e consiste na relação
que se processa entre as disponibilidades, caixa e bancos, e o Passivo Circulante. A
fórmula e a interpretação são as que seguem:
disponibilidades
Liquidez imediata=
passivos correntes
Neto (2012, p.176) ressalta que esse quociente é normalmente baixo, pois as empresas
tem pouco interesse de conservar recursos monetários em caixa, alocando suas
disponibilidades em ativos que gerem maior rentabilidade. Quando o resultado for igual
ou maior que 1 significa que empresa possui capacidade de liquidar todos os seus
compromissos de curto prazo imediatamente.
Liquidez seca A Liquidez seca (Ls) contempla a relação que se processa entre o Ativo
circulante, deduzido dos valores relativos aos estoques de mercadorias para revenda,
dividido pelo passivo circulante, conforme a fórmula de cálculo abaixo:
Activo corrente−Existências
Liquidez Reduzida=
passivos correntes
Tal quociente, revela que a empresa possui X unidades monetárias de bens e direitos,
registrados no Activo circulante, excluídos as existências, para saldar cada kwanza de
dívida registrada no Passivo circulante.
Gitman (2010) diz que este índice trabalha com os elementos integrantes do Activo
Circulante, dele excluindo as existências, porque são activos em processo de venda para
que possam ser transformados em disponibilidades, ou seja, para que possam oferecer
capacidade efectiva de pagamento.
Lousã e Salgueirinho (2013), argumentam que para a Liquidez imediata, quanto maior
for este índice, melhor porque indica que a empresa não depende dos activos realizáveis
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para fazer o pagamento das suas obrigações correntes e considera-se a hipótese de se
estar diante das políticas do modelo just-in-time para o tratamento do stock.
A Liquidez corrente (Lc), toma por base os recursos correntes da entidade, ou seja,
aqueles em circulação e consiste na relação que se processa entre os elementos do
Activo circulante e aqueles registrados no Passivo circulante. Eis a fórmula:
Este quociente, revela que a empresa possui determinada quantida em dinheiro referente
aos bens e direitos, registrados no Activo circulante, para saldar cada kwanza de dívida
de curto prazo registrada no Passivo circulante.
Activo corrente
Liquidez Corrente=
passivos correntes
Activo
Liquidez Geral=
Passivo
A Liquidez geral (LG) não se limita a avaliar a capacidade de liquidez e/ou pagamento
da entidade no curto prazo; contempla, pois, a relação que se processa entre o Ativo
circulante, adicionado ao Ativo Realizável a Longo Prazo, dividido pelo Passivo
circulante mais o Passivo não circulante.
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Valor ideal Valor aceitável Valor crítico
Para Neto (2012, p.149) “este índice é obtido pela relação entre o capital de terceiros
(curto e longo prazo) e o capital próprio”, demonstrando quanto a empresa tomou de
empréstimo para cada 1 kwanza de capital próprio aplicado.
Conforme Iudícibus (2010, p.97) “estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre
si, procurando retratar a posição relativa do capital próprio em relação ao capital de
terceiros.”(Iudícibus, 2008, p. 94).
“As empresas, muitas vezes, não apresentam condições financeiras próprias suficientes
para atender o volume de recursos demandados por sua atividade atual ou prevista,
utilizando-se, nesses casos, de capitais de terceiros” (Neto, 2012, p. 146).
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Para Gitman (2010, p. 56) este índice representa “a proporção do aCtivo total financiada
pelos credores da empresa. Quanto mais elevado, maior o montante de capital de
terceiros usado para gerar lucros”.
Activo
Endivamente geral=
Passivo
Diante dessa constatação, portanto, quanto menor for o resultado encontrado para esse
índice, mais concentradas estarão as dívidas no longo prazo. Em relação à composição
de endividamento (curto prazo versus longo prazo), Neto (2010) comenta que, quando
o passivo circulante (dívidas de curto prazo) de uma empresa cresce de forma
desproporcional ao passivo não circulante (dívidas de longo prazo), poderá ocorrer uma
situação de instabilidade financeira, podendo fazer com que haja incapacidade de saldar
as dívidas.
Para Gitman (2010), a empresa que se encontra em processo de expansão deve procurar
financiar os seus investimentos, em grande parte, com endividamento de longo prazo,
para que, à medida que ganhe capacidade operacional, tenha condições de começar a
amortizar suas dívidas. Portanto, devem ser evitadas estratégias de financiamento
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baseadas em empréstimos de curto prazo. A formula para o calculo da composição do
endividamento é:
Passivo Circulante
Composição do Endividamento= x 100
Passivo
Activo fixo
Imobilização do património líquido=
Património líquido
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próprios (por exemplo através de capital social, reservas, resultados transitados ou do
resultado líquido do período).
Para Manaia et al (2017), maiores níveis de autonomia sugerem maior solidez financeira
e menor dependência de recursos alheios. Contudo, uma elevada autonomia financeira
pode limitar a rendibilidade da empresa. Assim, este indicador deve ser analisado em
conjunto com outros que permitam caracterizar a empresa ou o setor, como é o caso da
idade das empresas, tipo de atividade desenvolvida e classe de dimensão em que se
inserem, e enquadrado na estratégia de gestão adotada pela entidade.
Como ficou referido supra, um rácio baixo, inferior a 30%, pode ser crítico dado a
dependência de financiamento externo quando as margens são também baixas. Em
contrapartida pode ser benéfico quando as margens líquidas são superiores ao sector de
atividade, favorecendo assim a rentabilidade financeira da empresa. Um valor aceitável
pela generalidade para o rácio de autonomia financeira situa-se entre os 30% e os 60%.
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Segundo Nabais e Nabais (2011), a solvabilidade traduz a capacidade de uma
organização cumprir os seus compromissos a médio e longo prazo. O conceito de
solvabilidade contrapõe-se ao de liquidez, assumindo este último uma visão de curso
prazo e a solvabilidade uma perspectiva de médio-longo prazo.
Para Gitman (2010), A solvabilidade traduz o risco que os credores de uma organização
incorrem, através da comparação dos níveis de capital próprio investidos pelos sócios
ou accionistas com os níveis de capitais próprios alheios aplicados pelos credores.
Já quando o rácio é inferior a um, significa que o valor do capital próprio não é
suficiente para cobrir o valor do passivo. Tal situação leva-nos a concluir pela existência
de um risco elevado para os credores, uma vez que o capital aplicado na actividade
pelos sócios/accionistas não é suficiente para cobrir as responsabilidades da
organização.
28
Para Gitman (2010, p. 58) “essas medidas permitem aos analistas avaliar os lucros da
empresa em relação a um dado nível de vendas, um dado nível de ativos ou
investimentos dos proprietários.
1.6.1.Margem Bruta
Segundo Gitman (2010, p. 58) “a margem de lucro bruto mede a porcentagem de cada
unidade monetária de vendas que permanece após a empresa deduzir o valor dos bens
vendidos. Quanto maior a margem de lucro bruto, melhor (isto é, menor o custo das
mercadorias vendidas).”
Para Schmidt (2006) o índice de margem bruta é obtido pela razão entre o lucro bruto e
a receita líquida de vendas, identificando a margem remanescente para o pagamento das
despesas operacionais e não operacionais da empresa. O autor ainda destaca que “é
primordial que se compare o índice de margem bruta da empresa com o índice médio do
sector em que ela actua.”
Lucro Bruto
Margem Bruta=
Receita Líquida
De acordo com Gitman (2010, p.60) , “o retorno sobre o activo total (ROA), muitas
vezes chamado de retorno sobre o investimento (ROI), mede a eficácia geral da
administração na geração de lucros a partir dos activos disponíveis, Quanto mais
elevado o retorno sobre o activo total de uma empresa, melhor.”
Conforme Shmidt (2006, p.139) este índice evidencia quanto a empresa lucrou, após a
dedução de todas as despesas para cada, investido em ativos totais. No entanto, o autor
ressalta que este índice “somente deve ser utilizado para comparar empresas com a
mesma estrutura de capitais”.
R . L. E
ROA=
ACTIVO TOTAL
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1.6.3. Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE)
“O retorno sobre o capital próprio (ROE) mede o retorno obtido sobre o investimento
dos acionistas ordinários na empresa. De modo geral, quanto mais alto esse retorno,
melhor para os proprietários.” (Gitman, 2010, p. 60)
Segundo Schmidt (2006, p. 143) este índice “evidência o retorno proporcionado por
unidade de investimento dos accionistas”. No entanto, o autor explica que o índice
somente deverá ser utilizado para comparar empresas de mesma estrutura de capitais.
R.L.E
ROI=
Património Líquido
A decisão é o processo que determina o rumo quer da sociedade, quer do individuo e/ou
principalmente de uma organização. Mas para Miglioli (2006, p. 39) “tomar decisões
faz parte de qualquer atividade humana, desde a ação individual mais simples e
rotineira, à ação conjunta e complexa de qualquer organização. Em cada situação
poderão estar envolvidos problemas distintos com diferentes níveis de dificuldade para
se tomar uma decisão”.
Miglioli (2006, p. 43) defende que “as decisões de gestão afectam directamente a
sobrevivência das empresas assim como a vida de todos os que estão relacionados com
a mesma sejam eles empregados, acionistas, fornecedores, clientes ou até a
própriasociedade. Por este motivo, o processo de decisão numa entidade é importante a
uma escala maior do que apenas para o seu ambiente interno”.
Para Baron (2000, citados por Braga, 2010) tomar uma decisão não é mais do que fazer
escolhas dentre várias alternativas, é escolher entre o sim e o não, entre fazer e não
fazer, entre ir e não ir, e no campo financeiro é escolher entre investir e desinvestir,
entre vender e comprar, entre financiar-se com capitais próprios ou com capitais alheios.
Tomase decisões para se alcançar objetivos preconizados.
Segundo Miglioli (2006, p. 44) “as decisões são actos de poder uma vez que definem
estratégias, deslocam recursos, conduzem o destino de organizações e de pessoas, o que
significa que os decisores assumem uma dimensão política semelhante à de um
Governo. Este papel exige liderança, comunicação efetiva, partilha de objectivos e
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habilidade de negociação constante para contornar os diversos conflitos de interesses
que surgem ao longo do processo”.
Para Carvalho (2011) sempre que se fala em decisão empresarial, vem à mente a figura
dos gestores que são pagos para tomarem decisões e se forem sempre acertadas melhor;
tomar decisão significa correr riscos e os gestores têm que saber conviver com isto
mesmo sabendo que podem cometer erros a qualquer momento.
Para Gontijo e Maia (2004, p. 27) o sucesso no processo de tomada de decisão depende
fundamentalmente dos seguintes elementos: “responsabilidades, perante a lei e
penalidades; especialização, conhecimento teórico e experiência dos tomadores de
decisão; coordenação, a comunicação das diretrizes e especificações que devem ser
cumpridas e a coordenação do processo de decisão; respaldo, para garantir eventuais
fracassos; tempo, prazos exíguos podem minimizar a incerteza mas podem também
aumentar o risco de uma decisão apressada, mas longos prazos podem trazer novas
perspetivas de decisão e aumentar o nível de incerteza”. Para que se tome bem uma
decisão é necessário seguir determinadas etapas que variam de autor para autor.
31
Para Carvalho (2011, p. 189) essas etapas incluem: “(1) Definir o problema em função
da inadequação da situação presente ou expectante; (2) Identificar a causa do problema;
(3) Avaliar as medidas alternativas de decisão e suas consequências”.
Verifica-se, assim, que as decisões passam por diferentes etapas relativamente às quais
não existe unanimidade na literatura. Há três condições nas quais se pode tomar
decisões: condições de certeza, incerteza e risco. De acordo com Braga (2010, p. 19)
“toma-se uma decisão em condição de certeza quando o decisor está completamente
informado acerca do problema, conhece as soluções alternativas e estas são óbvias e os
resultados esperados para cada solução são facilmente antecipados”, a coisa mais fácil
do mundo é decidir nestas condições.
Nogueira (2004) refere que esta situação é frequente quando se entra em novos
mercados e se lança novos produtos, nomeadamente os que requerem o uso de novas
tecnologias ou atuam em setores altamente imprevisíveis.
Segundo Braga (2010), sob a condição de risco, o decisor pode estar informado sobre o
problema, conhecer alternativas e os resultados esperados para cada solução, por sua
vez esta condição implica estar entre os dois extremos: uma solução bem conhecida e
definida, ou uma solução invulgar e ambígua.
Toda a decisão deve ser muito bem analisada para que não se caia no supérfluo, isto é,
para que se possa resolver os problemas que realmente afetam ou que poderão afetar o
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funcionamento normal da entidade. Perante um mundo dinâmico, globalizado e perante
a nova sociedade de informação, os elementos anteriormente utilizados para tomar
decisões são alterados e substituídos por outros que espelham melhor a situação que se
quer resolver. Hoje a tomada de decisões é um dos processos mais complexos, pois são
inúmeros os elementos que intervêm na decisão.
Para Carvalho (2011, p. 187) “tomar decisão significa fazer alguma escolha que envolve
risco, e a informação permite mitigar o risco das escolhas não muito acertadas, de modo
a maximizar o resultado da decisão tomada”.
Mas quase sempre que se fala em informação estão implicitamente incluídos dados e
conhecimento, que são elementos correlacionados com a informação. Para Dantas
(2013, p. 4) “a informação tornou-se o diferencial não apenas para manter as entidades
no mercado mas, também, para auxiliá-las na organização das tarefas do dia-a-dia. Vale
a pena lembrar que o sucesso da organização não depende somente das informações
disponíveis, mas sim de saber recolher, organizar, analisar e implementar as mudanças
com base nas informações que serão utilizadas para a melhoria contínua das suas
atividades”.
E para que uma informação seja valiosa tem que comportar as seguintes caraterísticas:
“Pertinência, o interesse práticona preparação da decisão; Exatidão, traduzida no seu
grau de precisão e confiabilidade; Destinatário, sobretudo o principal utilizador da
informação; Convergência com outras informações ou dados complementares; Prazo de
transmissão ao destinatário” (Carvalho, 2011, p. 187).
Segundo Stroeher e Freitas (2008) e Angeloni (2003) para que uma informação seja
considerada útil na tomada de decisão deve ser relevante e fiável, isto é, deve traduzir o
verdadeiro estado da entidade e traduzi-la de forma ampla. As decisões financeiras
carecem de informações financeiras que, por sua vez, são fornecidas pela contabilidade
que funciona como um sistema de informação financeira.
33
relatórios contabilísticos” (Stroeher e Freitas, 2008, p. 5). Mas “tais informações teriam
de ser úteis para prever, comparar, avaliar a capacidade de uma entidade em gerar
riqueza futura e julgar a habilidade do administrador em utilizar os recursos da entidade
com eficiência no atendimento do seu objectivo principal” (Stroeher e Freitas, 2008, p.
6).
34
CAPÍTULO 2 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
14.00
12.11
12.00
10.00 9.25
8.00 LG
6.00 LR
LI
4.00 3.65 3.36
2.00 1.01
0.06
0.00
2022 2021
Fonte: Fonte: Fonte: Elaboração própria
35
assumidos com terceiros a curto prazo porque apresentava um déficit da sua tesouraria
de 0,06 e este valor passou para 1,01 no período subsequente.
45.00 43.01
40.00
35.00
30.00
Solvabilidade
25.00
Autonomia Financeira
20.00 Endividamento
15.00 13.06
10.00
5.00
0.98 0.02 0.93 0.07
0.00
2022 2021
Fonte: Fonte: Fonte: Elaboração própria
O gráfico nº 4 ilustra a situação dos indicadores financeiros de médio e longo prazo
resumidos na solvabilidade, autonomia financeira e endividamento. De acordo com este
gráfico, a empresa apresenta uma boa capacidade de cobertura das obrigações à
terceiros de médio e longo prazo pois houve uma evolução do indicador de
solvabilidade de 13,06 kwanzas apresentados em 2021 para 43,01 em 2022. A
autonomia financeira apresentou-se favorável porquanto o endividamento geral da
empresa de 2021 para 2022 decresceu de 0,07 para 0,02 o que se traduz num aumento
da autonomia financeira de 0,93 para 0,98, isto implica que a empresa apresenta uma
alta capacidade para financiar as suas operações com os recuros próprios e depende
pouco de terceiros.
Estes indicadores no geral apontam uma situação abonatória para a empresa em análise
na medida em que a médio e longo prazo os seus investimentos são cobertos por
capitais próprios e sem dependência significativa à terceiros para o efeito. No entanto, é
uma condição de risco pelo facto de considerar-se que a empresa concentrou o risco e
36
em situações de declínio ou mau retorno, perdi o seu capital e pode estar em posição de
desvantagem financeira.
Gráfico nº 3: Análise dos indicadores do prazo médio de recebimento e pagamento
140
123
120 115
100
80
Prazo Médio de Recebimento
60 Prazo Medio de Pagamento
40
27 23
20
0
2022 2021
Fonte: Fonte: Elaboração própria
Com base ao gráfico nº 5 é possível aferir que a eficiência operacional da empresa em
termos de cobranças e pagamentos terá evoluído de um período ao outro. Verifica-se
que no exercício económico de 2021, a empresa apresentava um prazo médio de
cobrança menos eficiente pelo facto de esperar em média, aproximadamente de 123 dias
para receber os seus direitos, porém, no exercício de 2022, este valor passou para
aproximadamente 27 dias.
37
Gráfico nº 4: Análise da composição do endividamento
1.20
1.00 1.00
1.00
0.80
0.60
Composição do endividamento
0.40
0.20
0.00
2022 2021
Fonte: Fonte: Elaboração própria
O presente gráfico apresenta a composição do endividamento da empresa em estudo e
apartir dele podemos perceber que a empresa possui 100% de obrigações de curto prazo
nos dois exercícios analisados. A empresa concentrou o risco do financiamento de
terceiros a curto prazo, o que implica dizer que os investimentos em activos fixos foram
realizados por capitais próprios e parte dos passivos de curto prazo.
50 46
40
Margem Bruta
30
20
10
0
2022 2021
Fonte: Fonte: Elaboração própria
Com base a este gráfico, verifica-se que a empresa apresenta uma dimuição da sua
margem bruta entre um período e o outro, isto é, em 2021 a empresa apresentava um
lucro bruto sobre as receitas na ordem de 59% e este valor passou para 46%, uma
variação decrescente de 13%.
38
Gráfico nº 6: Análise dos Indicadores de Rendibilidade
35% 32%
30%
25% 23%
21%
20% ROV
15% 14% RLV
RCP
10% 8%
5% 3%
0%
2022 2021
Fonte: Elaboração própria
O mesmo verificou-se na rendibilidade líquida das vendas e dos serviços, onde por cada
unidade de vendas e das prestações de serviços realizadas, gerou-se um retorno de 23%
em 2021, uma redução de 9% em relação período de 2022. De igual modo, o retorno
sobre os capitais próprios apresentou um decréscimo de 5% entre um período e o outro.
No geral a situação da rendibilidade apresenta-se como favorável visto que os
rendimentos apresentaram-se acima de 7% e tendo em conta a dimensão da empresa, é
uma situação economicamente favorável.
39
12%
10%
10%
8%
8%
6% ROA
4% ROI
4% 3%
2%
0%
2022 2021
Fonte: Fonte: Elaboração própria
O gráfico nº 2 evidencia a situação sobre o retorno gerado pelos activos e o retorno
sobre os investimentos. De acordo com esta informação é possível perceber que a
empresa apresentou uma capacidade de retorno sobre os activos e o retorno sobre o
investimento bastante decrescente de 2021 para 2022, o que demonstra pouca
produtividade visto que em 2021 por cada activo investido, houve um retorno de 8% em
2022 este valor declinou para 3%, uma variação de 5% entre um período ao outro. De
igual, o retorno sobre o investimento claudicou de 10% para 4%, uma variação de 6%,
isto demonstra fragilidades da empresa em gerar rendimentos com os seus
investimentos realizados pelo facto de se ter observado este decrescimento acima de 4%
em ambos indicadores.
40
Os indicadores de retorno sobre os activos e sobre os investimentos também
claudicaram bastante de um período para o outro, o que se traduz na
incapacidade de gerar retornos com os activos investimentos e com os seus
capitais;
CONCLUSÕES
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O principal objectivo deste trabalho consistiu em obter melhor compreensão sobre a
influência das demonstrações financeiras na tomada de decisões na empresa Framinde,
Lda, nos exercícios económicos de 2021-2022.
A empresa apresentou uma boa capacidade de criação de receitas visto que todos os
indicadores de rendibilidade apresentaram-se em intervalos numéricos aceitáveis sobre
o ponto de vista económico, a capacidade de retorno sobre os investimentos e sobre os
activos apresentou-se em intervalos numéricos aceitáveis, porém, registou-se um
decréscimo destes indicadores entre um período e o outro, o que demostra ineficiência
nas estratégias de vendas da empresa. De igual modo, concentrou o risco em ambos
exercícios económicos pelo facto de não ter registado obrigações a médio e longo prazo
para o financiamento dos seus investimentos e ampliou este risco ao fazê-lo com
recurso em capitais próprios, daí a razão de ter mantido em níveis altos estes valores.
No entanto, com recurso contínuo a análise do desempenho económico e financeiro e
sua utilização no processo de tomada de decisão, poderá melhorar a sua situação actual
e ampliar os seus níveis de investimentos e retorno esperado.
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Recomendações
Para a empresa:
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Referências bibliográficas
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Aplicação no âmbito do SNC. Lisboa: Edições Sílabo.
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