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UC Sistema Nervoso e Órgãos dos Sentidos

Unidade Pedagógica 3

ATIVIDADE PRÁTICA

O ser humano está continuamente exposto a diferentes estímulos que ativam recetores
específicos. Estes podem ser dendrites de neurónios sensitivos ou células especializadas
associadas a neurónios sensoriais. Os recetores podem ser classificados em recetores gerais
(recetores da dor, calor, frio, pressão e tato) ou recetores especiais (recetores do gosto, olfato,
audição, equilíbrio e visão). Os sentidos especiais - visão, paladar, olfato, audição e equilíbrio
- possuem recetores altamente localizados em órgãos sensoriais (ex.: olhos e ouvidos) ou em
estruturas epiteliais distintas (ex.: epitélio olfativo), fornecendo ao sistema nervoso informação
específica sobre o ambiente.

Esta atividade prática tem como objetivo realizar experiências simples que ajudam a
compreender diversos aspetos do funcionamento de dois dos sentidos especiais, a AUDIÇÃO
e a VISÃO.

1. AUDIÇÃO

1.1. Testes com diapasão

O diapasão é um instrumento de metal em forma de forquilha que ao ser percutido produz um


som puro. A frequência desse som varia conforme a espessura das hastes do diapasão. Os
testes com diapasão são pouco usados atualmente, embora possam ser úteis na ausência de
recursos mais sofisticados devido ao seu baixo custo e simplicidade de execução. Permitem
avaliar a existência de perdas auditivas, discriminando entre perdas condutivas e perdas
neurossensoriais. Existem vários tipos de testes com diapasão, sendo os testes de Weber e
de Rinne os mais utilizados.

1.1.a. Teste de Rinne

Este teste compara a perceção de um som por via aérea e por via óssea. Permite suspeitar
de uma perda auditiva por condução.

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No ouvido normal, a perceção do som é melhor por via aérea (VA) que por via óssea (VO), ou
seja, VA > VO (teste Rinne positivo). O mesmo se verifica nas perdas auditivas
neurossensoriais, uma vez que nestas situações as conduções aérea e óssea estão
igualmente diminuídas, mantendo a diferença relativa. No entanto, nas perdas auditivas por
condução, a perceção de um som é melhor por via óssea que por via aérea, ou seja, VO>VA.
Visualize este vídeo (45s) para perceber melhor o procedimento.

1.1.b. Teste de Weber

Este teste compara a condução óssea de um som nos dois ouvidos e permite distinguir entre
perdas auditivas unilaterais por condução e neurossensoriais. Este teste confirma e fornece
informação complementar à obtida pelo teste de Rinne.
Durante a realização deste teste, um indivíduo com capacidade auditiva normal (ou com perda
auditiva bilateral semelhante) ouve o som igualmente nos dois ouvidos. Num indivíduo com
perda auditiva unilateral por condução, o som é lateralizado para o ouvido afetado. Num
indivíduo com perda auditiva unilateral neurossensorial, o som é lateralizado para o ouvido
não afetado.
Visualização este vídeo (25s) para perceber melhor o procedimento.

1.2. Avaliação da capacidade auditiva

1.2.a. Teste de Rinne

a. Percuta o diapasão e coloque-o sobre a porção mastoideia do osso temporal do lado


direito (transmissão por via óssea). Anote o tempo de perceção do som por via óssea (VO):
________ (Não falar durante a execução deste teste)
b. Assim que o som se tornar inaudível, aproxime a extremidade do diapasão a uns 2 cm de
distância do pavilhão auricular do ouvido do mesmo lado (perceção do som por via aérea). As
hastes do diapasão devem ser dispostas perpendicularmente ao pavilhão auricular. Anote o
tempo de perceção do som por via aérea (VA): ________
c. Repita o teste para o ouvido esquerdo.(VO: _______; VA: ________)
d. É possível ouvir o som por via aérea mesmo após se tornar impercetível por via óssea?
Interprete os resultados obtidos. ________________________________________________
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1.2.b. Teste de Weber

a. Percuta o diapasão e coloque a sua base na linha média da fronte.


b. Verifique se ouve o som igualmente nos dois ouvidos ou lateralizado para um dos ouvidos;
se houver lateralização do som, indique para que lado ocorre (não falar durante a execução
deste teste): _______________________________________________________________
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Relativamente à capacidade auditiva, que conclusões retira da realização dos testes de Rinne
e Weber? __________________________________________________________________
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1.3. Simulação de uma perda auditiva por condução

Simule uma perda auditiva por condução. Para tal, tape o ouvido direito e repita os testes de
Rinne e Weber, seguindo o procedimento descrito na secção 1.2. Anote os resultados nas
Tabelas 1 e 2.

Tabela 1 – Registo dos resultados obtidos com o teste de Rinne, após simulação de uma perda auditiva por
condução no ouvido direito.

VO VA
Ouvido esquerdo
Ouvido direito

Tabela 2 – Registo dos resultados obtidos com o teste de Weber, após simulação de uma perda auditiva por
condução no ouvido direito.

Lateralizado para Lateralizado para


Centro
a esquerda a direita
Oclusão direita

O que observa? Interprete os resultados obtidos. ___________________________________


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Que causas poderão estar na origem de uma perda auditiva por condução? ______________
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1.4. Audiometria

A audiometria tonal limiar (por via aérea) é uma prova que permite detetar o limite de audição
de uma pessoa, determinando a intensidade mínima à qual consegue ouvir sons de diferentes
frequências a testar. Para tal é necessário um audiómetro que emite sons de diferentes
frequências a diferentes intensidades.
Nesta parte do trabalho pretende-se registar os limites de audição no audiograma (Figura 1).
Para este procedimento são necessários dois alunos tendo, de cada vez, funções distintas:
um explorará o nível de audição e o outro será o alvo dessa exploração. Deverão ser testados
ambos os ouvidos.
No entanto, para que todos os alunos possam realizar o procedimento, vamos também
realizar a audiometria utilizando o telemóvel, auriculares compatíveis com o telemóvel e a
aplicação Teste de audição (que deve instalar e explorar previamente). Esta aplicação é
indicada para sistema androide; caso tenha um iphone deve pesquisar uma aplicação
semelhante, instalar e explorar previamente.

1.4.a Procedimento com o telemóvel

Cada aluno deve realizar sozinho a audiometria a ambos os ouvidos. Quando terminar de
realizar a audiometria deve ir ao menu da aplicação, no canto superior direito, selecionar a
opção Interpretação e de seguida a opção Graus de perda auditiva. De seguida, deverá fazer
uma captura de tela com o audiograma obtido, guardar e enviar para aqui com o seu nome e
número.

1.4.b. Procedimento com o audiómetro

O audiograma deverá realizar-se segundo os passos seguintes:

a. Explique à pessoa a explorar o que fazer quando ouvir o som (ex.: levantar a mão quando
ouve o som e não fazer nada quando não ouve nada).

b. Coloque os auriculares à pessoa a explorar e peça-lhe que se vire de costas relativamente


ao audiómetro.

c. Ligue o audiómetro.

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d. Determine o limite de audição, para cada ouvido, nas frequências de conversação que mais
intervêm na perda auditiva nas relações sociais (de 500 Hz a 4000 Hz).

e. Determine também o limite de audição para a frequência de 250 Hz.

f. Registe, na Figura 1, o limite de audição para o intervalo de frequências referido e que o


aparelho permitir. Para o ouvido direito as marcações no registo deverão ser feitas
desenhando um círculo e para o ouvido esquerdo uma cruz.

g. Tire os auriculares.

e. Desligue o audiómetro.

Figura 1 – Registo do audiograma.

1.4.c. Análise do audiograma

a. Observa alguma diferença significativa entre a audição no ouvido direito e no ouvido


esquerdo? _________________________________________________________________

b. Tendo em conta os níveis da qualidade da audição, como classifica a audição do ouvido


direito? E do ouvido esquerdo? _________________________________________________

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c. Caso exista uma perda de audição significativa em algum dos ouvidos, consegue relacionar
o audiograma com os testes feitos anteriormente com o diapasão? ____________________

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2. VISÃO

2.1. Formação das imagens na retina e perceção visual

As imagens dos objetos são focadas na retina dos olhos. A luz que chega à retina é convertida
em impulsos nervosos, via cones e bastonetes, que são enviados para o córtex visual primário
onde ocorre a perceção consciente das imagens visuais. Visualize o este vídeo para rever a
anatomia do globo ocular e como se formam as imagens na retina.

2.1.a. Experiência 1

a) Na Figura 2 estão desenhados uma cruz e um círculo. Segure a página a cerca de 40


cm dos olhos. Feche o olho direito e olhe fixamente para a cruz, apenas com o olho
esquerdo. Deverá ver também o círculo no mesmo campo visual.

Figura 2 – Teste a realizar para a Experiência 1 do sentido da visão.

b) Aproxime a página lentamente dos olhos, continuando a olhar fixamente com o olho
esquerdo para a cruz, até que o círculo preto deixe de se ver.
c) Continue a aproximar a página dos olhos até ver reaparecer o círculo.
d) Explique o sucedido. ___________________________________________________
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2.1.b. Experiência 2

a) Segure a página a cerca de 40 cm dos olhos. Feche o olho esquerdo e olhe fixamente
para o ponto negro da Figura 3 apenas com o olho direito.

Figura 3 – Teste a realizar para a Experiência 2 do sentido da visão.

b) Aproxime a página lentamente dos olhos, continuando a olhar fixamente com o olho
direito para o ponto negro.
c) O que observa? Explique. _______________________________________________
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2.2. Acomodação do cristalino

A luz emitida ou refletida pelos objetos que visualizamos atravessa várias estruturas do globo
ocular sendo finalmente focada sobre a retina para formar imagens. Ao atravessar essas
estruturas óticas, em particular a córnea e o cristalino, a luz sofre refração. Apesar de a maior
parte da refração da luz ser feita pela córnea, o cristalino tem um papel muito importante na
formação de imagens nítidas independentemente da distância a que os objetos se encontram.
Através da alteração da forma do cristalino (acomodação), controlada pelo músculo ciliar, é
possível ajustar o poder de refração desta lente e, com isso, manter as imagens de objetos
distantes ou próximos perfeitamente focadas na retina. Veja este vídeo e realize o

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procedimento seguinte para melhor compreender o processo de acomodação do cristalino e
discutir as alterações que ocorrem com a idade:

a) Segure um lápis na mão esquerda com o bico para cima, na vertical, com o braço
estendido. Feche o olho direito.
b) Aproxime o lápis do olho esquerdo, até que o bico do lápis deixe de estar focado (com
contornos nítidos).
c) Qual o ponto próximo do olho esquerdo? ________ Defina ponto próximo. ________
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d) Repita a experiência anterior, mas segurando o lápis na mão direita e com o olho
esquerdo fechado.
e) Qual é o ponto próximo do olho direito? ________
f) Relacione os resultados obtidos com os valores apresentados na Tabela 3. Comente
os resultados. ________________________________________________________
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Tabela 3 – Valores médios do ponto próximo em função da idade.

Idade (anos) Ponto próximo (cm)


10 9
20 10
30 13
40 18
50 50
60 83

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2.3. Acuidade visual e visão a cores

A acuidade visual consiste na capacidade de os olhos distinguirem entre dois pontos


próximos entre si. Depende de vários fatores particularmente da distribuição e densidade dos
fotorreceptores na retina e da precisão da refração do olho. A estrutura da retina varia desde
a fóvea até à periferia. Os cones encontram-se principalmente na fóvea; os bastonetes
encontram-se principalmente na retina periférica. Na fóvea, um reduzido número de cones
transmite informação diretamente para uma célula ganglionar; pelo contrário, na retina
periférica, muitos fotorrecetores fornecem sinais para uma célula ganglionar. Este arranjo
torna a retina periférica mais capacitada para detetar luz de fraca intensidade, embora com
menor resolução espacial; por outro lado, a fóvea está mais capacitada para a visão de alta
resolução, mas apresenta menor sensibilidade à luz. A existência de 3 tipos de cones, cada
um com sensibilidade máxima ao azul, verde ou vermelho, maioritariamente localizados na
fóvea, permite que possamos perceber as diferentes cores dos objetos. Para melhor
compreender o processo de perceção das cores visualize este vídeo e este vídeo (para este
último, de 4 min e 23 s até 6 min e 50s) e realize o seguinte procedimento:

a) Feche o olho esquerdo.


b) Coloque a Figura 4 a cerca de 10-15 cm e foque o sinal “+”.

C A K R + W H F O

Figura 4 – Teste para demonstração da acuidade visual dentro e fora da fóvea.

c) Sem mover os olhos, veja se consegue ler as letras à direita e à esquerda do sinal “+”.
Com que nitidez? Consegue distinguir as cores com facilidade? Explique porquê.
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2.4. Perceção da profundidade

Os nossos olhos veem o mundo de ângulos ligeiramente diferentes e, por isso, as imagens
formadas na retina dos dois olhos não são exatamente iguais. Pensa-se que estas
disparidades binoculares estão na base da estereopsia, a sensação de profundidade que
acontece quando observamos objetos próximos com os dois olhos em vez de um. Para melhor
compreender este processo veja este vídeo (até 1 min e 24 s) e este vídeo (de 2 min e 29 s
até 3 min e 18 s) e realize o seguinte procedimento:

a) Pegue numa agulha e numa linha (em alternativa, pegue em 2 lápis bem afiados).
b) Sem apoiar as mãos ou os cotovelos, enfie a linha na agulha (ou faça tocar os 2 bicos
dos lápis, um no outro). Anote a velocidade com que isso é feito.
c) Feche um olho e repita o passo descrito na alínea b).
d) Explique o sucedido (Nota: as mãos não se podem tocar durante o teste, pois o sentido
táctil reduz o efeito do mesmo). __________________________________________
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