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Do quê
somos feitos?
Para início de conversa...
Febre puerperal
Nome dado à febre e dores abdominais que apareciam em mulheres no puerpério, ou
seja, no pós-parto, e que matava muitas delas.
Muitas das infecções que levaram à morte, naquela época, tinham causa
Assepsia
Meios de impedir que um microorganismo cause doenças em um organismo. Alguns
desses constituem hábitos de higiene, como lavar as mãos e tomar banho.
Parturientes
Mulheres que estão dando à luz ou que acabaram de fazê-lo.
combater as doenças. Uma delas foi a penicilina, descoberta em 1928 por Alexander Fleming, que, no entanto, apenas
A descoberta da penicilina foi uma grande contribuição para a humanidade. Apesar de não curar todas as in-
fecções, essa substância propiciou a cura de diversas doenças que levavam milhares de pessoas à morte. A penicilina
Esse é apenas um exemplo de como uma descoberta científica pode trazer grandes benefícios para a humani-
dade. É o desenvolvimento da ciência que propicia a criação de novos materiais e novas tecnologias.
E a Química é uma ciência que tem contribuído muito para a qualidade de vida dos seres humanos. Estudar do
que é feita a matéria, ou seja, quais são seus constituintes possibilita manipulá-las para uma determinada finalidade.
Por exemplo, a substância cloreto de sódio foi trabalhada de tal forma que pode ser usada para evitar infecções nos
seres humanos.
Mas o caminho das descobertas da Química, desde seus primórdios até as aplicações diretas para a melhoria
Por exemplo, para saber como criar substâncias, é preciso saber qual a sua composição. Em um nível mais de-
talhado, é necessário conhecer tudo que existe e por isso, uma pergunta não saía da cabeça dos cientistas: Do que é
Foi a busca por respostas a perguntas como essa e os métodos usados para respondê-las que impulsionaram a
humanidade na direção de inúmeras descobertas. Durante esse percurso científico, uma das maiores descobertas da
A partir daí, muitas realizações tornaram-se possíveis, inclusive a chegada da tecnologia. Exemplos são: ver TV,
ouvir rádio ou até mesmo se abrigar em um dia quente de verão num ambiente climatizado.
É um pouco sobre esse caminho da Química até a grande contribuição que ela faz para o nosso cotidiano, o
que vamos conversar nesta unidade. Esse caminho percorrido foi árduo e repleto de equívocos, já que os pensadores
e cientistas que o trilharam tentavam estabelecer relações sobre “objetos” que não eram visíveis a olho nu.
292
Figura 1: As descobertas científicas permitiram-nos chegar à era tecnológica.
Não é bom desfrutar de algumas horas de diversão na Internet?
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1260785 – Autor – Jakub Krechowicz
Objetivos da Aprendizagem
Relacionar argumentos que permitiram refutar a Teoria dos Quatro Elementos e aceitar a Teoria Atômica.
Na pré-história, o fogo servia para manter os animais afastados (e o frio também!). Mas esse elemento sempre
Figura 2: O fogo... A humanidade tem um fascínio por esse elemento desde as épocas
mais remotas.
Fonte: http://www.flickr.com/photos/28367511@N02/2714813027/ – Autor – Sérgio Pandeló.
E foi graças à observação de uma fogueira que os filósofos gregos chegaram a uma possível resposta à pergun-
Parece difícil acreditar, mas experiências simples como andar pela areia da praia ou ver um pedaço de madeira
queimando, ajudaram no avanço da ciência. Elas foram cruciais para o desenvolvimento das duas principais teorias
que tentaram explicar a matéria que constitui todas as coisas de nosso mundo e, por que não, de todo o universo.
Empédocles (Figura 4), no século V a. C, foi o primeiro filósofo a defender a existência de quatro elementos
básicos como as “partículas fundamentais de constituição da matéria”. Para ele, tudo ao seu redor era constituído a
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Figura 3: Os quatro elementos (terra, ar, fogo e água) seriam os formadores de toda a
matéria do universo?
Fonte: http://www.flickr.com/photos/dskley/6015118153/in/photostream/ – Autor – Dennis Skley
O objetivo desse filósofo grego era explicar os processos de transformações, observadas na Natureza. Veja um
Por quê? Ora, quando se queimava um pedaço de madeira, os mesmos elementos eram obtidos de forma iso-
lada o que poderia ser observado visualmente. Em outras palavras, a queima representava-se, macroscopicamente,
pelo aparecimento do fogo (elemento fogo), da fumaça (elemento ar), de um pouco de vapor (elemento água) e de
Na verdade, pode-se afirmar que a teoria de Empédocles baseia-se na observação dos três estados físicos da
matéria – sólido, gasoso e líquido – e os elementos terra, ar e água. Podemos afirmar que o último elemento – fogo –
Aristóteles (Século V a. C), utilizando-se das ideias concebidas por Empédocles, inseriu quatro qualidades
distintas que estariam relacionadas aos quatro elementos: quente, frio, úmido e seco. Esse grande filósofo argu-
mentava que todas as transformações ocorridas na Natureza passavam pela retirada ou inserção de uma ou mais
dessas qualidades.
No nosso exemplo anterior, a queima de um pedaço de madeira permitiria a retirada das qualidades “quente”
e “úmido”. O que restaria? As qualidades frio e seco, ou seja, as qualidades do elemento terra que se manifestavam na
fundamental (também chamado substrato). Ele era “embebido” em quatro qualidades primárias (quente, frio, úmido
ou seco), às quais, se combinadas duas a duas, formaria um dos quatro elementos. Por exemplo, se o substrato esti-
Assim, os diferentes tipos de matéria resultariam das diferentes proporções em que os elementos e os subs-
tratos se combinariam entre si. As transformações da matéria dependeriam apenas das proporções que estariam
Esta concepção filosófica prevaleceu até o século XVI e não admitia que a matéria pudesse ser dividida e que
Segundo Aristóteles, quando o ar aquecido se expandisse era porque suas menores partículas (elementos)
Na verdade, hoje sabemos que não são as partículas do ar que se dilatam quando aquecidas e sim a separação
entre elas que aumenta.
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O diagrama de transformação da matéria
A teoria dos quatro elementos (água, fogo, terra, ar) associada às quatro qualidades foi elaborada nas
obras de Platão e Aristóteles. As qualidades da matéria seriam quatro, sendo cada par correspondendo
a um elemento, como mostra o diagrama a seguir.
Podemos utilizar este diagrama para explicar as transformações naturais como, por exemplo, o aque-
cimento da água. Como o elemento água possui as qualidades frio e úmido, o aquecimento irá trans-
formar a qualidade frio na qualidade quente. O resultado seria a obtenção do elemento ar (qualidades
quente e úmido) o qual se manifestaria na forma de vapor de água.
uma excelente animação contando a evolução das ideias defendidas pelo elementaristas.
Como você acabou de ler, a preocupação com a constituição da matéria surgiu por volta do
século V a. C., na Grécia. O filósofo grego Empédocles, estabeleceu a “Teoria dos Quatro Elementos Imu-
táveis”, a qual acreditava que toda matéria era constituída por quatro elementos: água, terra, fogo e ar.
Aristóteles introduziu a ideia das quatro qualidades, quente, úmido, frio e seco.
Com base nesta teoria, identifique um fato comum do seu cotidiano que a relacione, como no
exemplo da madeira citado no texto.
Seção 2
“Dust in the Wind. All we are is dust in the
Wind”
A tradução do título desta seção é: “Poeira no vento. Tudo que somos é poeira ao vento.” Este é o título de uma
música dos anos 70, da banda americana de rock progressivo, chamada Kansas.
Não sei se isso acontece com você, mas quando observo uma bela praia, com suas grandes extensões de areia,
acabo me perguntando quantos grãos de areia seriam necessários para criar toda aquela extensão.
Antes de mim, porém, muitos se perguntavam qual seria o menor grão de areia encontrado. Também se pergun-
tavam se, depois de achá-lo, seria possível dividi-lo mais ainda até um ponto onde não conseguisse mais enxergá-lo.
Um filósofo grego, chamado Leucipo, no século V a.C. (Figura 5), imaginou que este padrão de organização da
matéria (divisão até a menor partícula possível) existente na areia poderia se repetir para todos os corpos existentes
no mundo.
Até aonde era possível avançar, dividindo-se as coisas indefinidamente? Ou será que chegaríamos a um ponto
Leucipo chegou à conclusão de que a segunda opção era a mais adequada e a estas partículas mínimas e in-
298
Figura 5: Leucipo: o descobridor do átomo!
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Leucippe_%28port
rait%29.jpg.
Muitos autores, hoje, creditam a autoria da teoria atômica a Demócrito (Século IV a. C.), discípulo de Leucipo.
Se ele não foi o idealizador do atomismo, pelo menos desempenhou importante papel na sistematização do pensa-
mento atomista.
Demócrito usava o conceito de átomos, para explicar as propriedades das substâncias: a água teria átomos
agrupados compactamente e que apresentavam forma esférica (o que permitira uma melhor compactação e fluidez);
já átomos de fogo teriam bordas agudas que possibilitariam seu espalhamento, como em um incêndio.
Bordas agudas
Para os atomistas da Grécia Antiga (Leucipo e Demócrito), o átomo era uma partícula indivisível, impenetrável
Sendo assim, a grande variedade de materiais encontrados na Natureza provinha dos diferentes tipos de áto-
mos. Estes, ao se movimentarem, chocavam-se e formavam conjuntos maiores, gerando diferentes corpos, com ca-
racterísticas próprias.
Que propostas sobre número, variedade e comportamento dos átomos foram feitas
por certos filósofos gregos, há cerca de 400 anos a. C.? Na mesma época, outros filósofos
defendiam outra ideia sobre a constituição da matéria. Que alternativa era essa?
Seção 3
Os Alquimistas estão chegando
Apesar das ideias atomísticas, a teoria de Aristóteles prevaleceu por mais de 2000 anos. A teoria dos Quatro Ele-
mentos propunha que a mudança na quantidade dos elementos constituintes da matéria podia levar à diferenciação
Essa concepção foi a base teórica para a crença na transmutação de metais menos nobres – como o chumbo
– em ouro, metal cuja combinação de qualidades seria a mais perfeita possível. Aqueles que perseguiam esta trans-
formação eram chamados de alquimistas. Eles prosperavam na Idade Média, trabalhando em segredo, protegendo o
Verbete
Transmutação – Transformação de um elemento químico em outro como, por exemplo, chumbo em ouro.
Criptogramas – São textos cifrados que obedecem a um código e a uma lógica pré-determinados para decifrar a mensagem. O
criptograma pode ser montado, envolvendo números; letras; números e letras; símbolos gráficos. É muito usado nos dias atuais
como passatempo em livros especializados, revistas e jornais.
300
Alguns classificam os alquimistas como místicos iludidos, tentando transformar chumbo em ouro. Ou talvez
golpistas, que usavam uma química simples para impressionar os crédulos. Mas as origens da investigação científica
Muitas destas tentativas foram empreendidas, durante o período medieval, usando-se vários procedimentos e
Figura 6: Representação de um laboratório da alquimia europeu. Os alquimistas trabalhavam escondidos em porões escuros
das casas e dos castelos.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/410469 – Autor – Adam Korzeniewski
Com tantas experiências, tudo o que eles aprenderam também os levaram a outras conquistas. Lembra-se da busca
por medicamentos que combatessem a febre pleural que matavam as mães no século XIX e que falamos no início da aula?
Com um alquimista chamado Philippus Theophrastus Bombast of Hohonheim ou simplesmente Paracelso. Foi o
primeiro a produzir remédios e fez isso através de técnicas da Alquimia, no início do século XVI.
Podemos citar alguns exemplos de histórias, envolvendo a pedra. Um deles é o livro de J.K. Rowling,
Harry Potter e a Pedra Filosofal, lançado no Brasil, em 2000, e transformado em filme, em 2001, tornan-
do-se um grande sucesso de bilheteria.
Podemos falar também da novela Fera Ferida da Rede Globo de Televisão, em 1993.
Um dos protagonistas da novela era um alquimista, chamado Flamel, representado pelo ator Edson Celu-
lari. Acesse o link a seguir e lembre-se da novela: http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27
723,GYN0-5273-229898,00.html e assista a uma cena inesquecível, quando Flamel provoca uma chuva
de ouro na cidade, acessando: http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1653927-
7822-REVEJA+CENA+INESQUECIVEL+DA+NOVELA+FERA+FERIDA,00.html
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Labo-
-Lavoisier-IMG_0501.jpg
Seção 4
Enfim a Química!
Um dos responsáveis por iniciar a transformação da Alquimia em algo menos esotérico e mais científico foi
o alquimista Boyle, em 1661. Ele achava que os alquimistas tinham descoberto segredos fundamentais da natureza,
Esotérico
Aquilo que é oculto, ou um conhecimento reservado para poucas pessoas, como um segredo. Pode ser definido ainda como
algo que poucos conseguem compreender.
Diferente dos outros alquimistas, ele compartilhava seus métodos e foi capaz de passar adiante as ferramentas
necessárias para ajudar a desvendar os mistérios da matéria. Foi uma verdadeira revolução!
302
Por toda a Europa, uma nova era de experimentação científica havia começado, onde as antigas doutrinas
Assim, ao adentrar o século XVIII, a ciência andava a passos largos e não dava mais para acreditar que tudo ao
Um cientista teve um papel fundamental nesta história: Joseph Priestley. Suas pesquisas baseavam-se no estudo dos
três tipos de gases, conhecidos na época: o ar comum (que respiramos), o ar inflamável (hoje conhecido como hidrogênio)
e o ar fixo (o gás carbônico). Mas, graças a um feliz acidente, ele conseguiu produzir um novo tipo de gás: o gás oxigênio.
Embora Priestley soubesse que tinha descoberto algo especial, ele não percebeu que havia isolado um ele-
mento. Isso porque, àquela época, acreditava-se que o fogo era causado por uma entidade chamada flogisto, uma
substância inodora, incolor, insípida e leve que fazia as coisas queimarem. Influenciado pela Teoria do Flogístico, ele
batizou a substância produzida em seu experimento de ar deflogisticado. Mas a sua descoberta chegaria aos ouvidos
Lavoisier tinha o laboratório melhor equipado da Europa, com vários tipos de vidrarias e equipamentos de me-
didas de grande precisão (Figura 7). Nesse local, ele pesava, media, repesava e calculava com precisão todas as etapas
dos seus experimentos. Dessa forma, repetindo e aperfeiçoando os experimentos de Priestley, ele compreendeu que
o gás produzido era um novo elemento químico: o oxigênio. Enfim, Lavoisier mostrara que o flogisto não existia, sen-
A Teoria dos Quatro elementos, então, teve o seu fim, uma vez que a própria água poderia ser dividida em:
oxigênio (o novo elemento) e mais um (que foi chamado de hidrogênio). Vários outros elementos foram sendo desco-
bertos pelos cientistas da época o que derrubou a ideia da existência de apenas quatro elementos.
o fogo... Bem, este não era um elemento. Foi dessa maneira, então, que a ciência Química entrava na era moderna, na
E Lavoisier, graças a incansáveis estudos, postulou que não eram mais 4 elementos e sim 33! Isso possibilitou
que antigos nomes alquímicos para as substâncias fossem substituídos. Enfim, tínhamos um vocabulário científico.
O açafrão de marte adstringente virou óxido de ferro; o óleo de vitríolo virou ácido sulfúrico; o vitríolo azul agora é
chamado sulfato de cobre; o litargírio passou a óxido de chumbo, o branco de Troyes é o carbonato de cálcio...
Lavoisier adquiriu uma participação na Ferme Général, o sistema utilizado na França para a taxa-
ção de impostos. A Ferme Général não era um sistema muito popular na época, principalmente
entre aqueles que tinham de pagar os impostos. Lavoisier morreu decapitado em 1794, após jul-
gamento sumário.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Antoine_Lavoisier
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Quer ir ao laboratório de Lavoisier?
Faça a uma visita ao laboratório virtual do Químico Antoine Lavoisier. O site está em Inglês, mas você
pode dar uma olhada nos instrumentos desenvolvidos por ele em seus experimentos.
Link: http://moro.imss.fi.it/lavoisier/
e. Filósofo grego que introduziu quatro qualidades à Teoria dos Quatro Elementos:
_____________
Por mais de dois mil anos, não tivemos meios para desvendar a natureza e não havia outra escolha, senão ba-
E foi assim que os filósofos gregos propuseram a ideia de quatro elementos básicos para tudo o que existia ao
redor. Mais tarde, essa teoria provaria ser um dos maiores erros do pensamento humano.
306
Com os alquimistas, essa teoria provocou o surgimento de várias técnicas de laboratório e deu origem a uma
ciência que mudaria a relação do homem com o meio em que vive – a Química. Mas o segredo da composição da
Na próxima unidade, você estudará os métodos, desenvolvidos por químicos, que nos permitem identificar as
substâncias que compõem os mais variados materiais, além das propriedades físicas e químicas que as caracterizam.
Resumo
A primeira ideia científica relativa à constituição de tudo que nos cerca remonta da Grécia antiga. Acredita-
va que tudo o que nos cerca – montanhas, árvores, computadores, cérebros, oceanos – é, de fato, constitu-
Empédocles e Aristóteles acreditavam que havia, somente, quatro elementos – terra, água, fogo e ar – que
poderiam produzir todas as outras substâncias quando combinados em proporções corretas.
Em paralelo, desenvolvia-se a teoria atômica – criada e defendida por Leucipo e seu discípulo, Demócrito
– ao se dividir um pedaço de matéria, qualquer que seja, chegaria- se a pequeníssimas partículas que não
poderiam mais ser divididas, mas que ainda manteriam as mesmas propriedades do corpo original. Para
denominar esta partícula última utilizou-se a palavra “átomo” que significa, literalmente, indivisível.
Durante séculos, no entanto, a ideia que prevaleceu foi a de Empédocles e Aristóteles (Teoria dos elemen-
tos), o que deu origem à Alquimia e aos seus mistérios. Mas o pensamento científico mudaria, principal-
mente, com o início do século XVIII e um francês teria um papel fundamental nesta história: Lavoisier. O seu
Surgia agora uma ciência chamada Química, a partir da ligação entre as habilidades práticas dos alquimis-
Veja Ainda...
http://condigital.ccead.puc-rio.br/condigital/index.php?option=com_content&view=article&id=390&Itemid=91
http://condigital.ccead.puc-rio.br/condigital/index.php?option=com_content&view=article&id=393&Itemid=91
E que tal uma boa leitura? Alguns livros bem interessantes abordam a Química de um modo que temos certeza
Alquimistas e Químicos: o Passado, o Presente e o Futuro – Jose Atilio Vanin. Editora Moderna.
Barbies, bambolês e bolas de bilhar: 67 deliciosos comentários sobre a fascinante química do dia a dia – Joe
Schwarcz. Editora Jorge Zahar.
O que Einstein disse a seu cozinheiro – vol. 1 e 2 – Robert L. Wolke. Editora Jorge Zahar.
Os Botões de Napoleão – As 17 Moléculas que Mudaram a História – Penny Le Couteur, Jay Burreson. Edi-
tora Jorge Zahar.
Referências
Bibliografia Consultada
BRAGA, Marco; GUERRA, Andréia & REIS, José Cláudio. Breve História da Ciência Moderna: convergência
BRAGA, Marco; GUERRA, Andréia & REIS, José Cláudio. Breve História da Ciência Moderna: das máquinas
HUILLIER, Pierre. De Arquimedes à Einstein: a face oculta da invenção científica, Rio de Janeiro, Jorge
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CHASSOT, Ático. Alquimiando a Química. Química Nova na Escola, n.1, 1995. P. 20-22.
CHASSOT, Ático. A Ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994. 189 p.
STHATHERN, Paul. O Sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da Química. 1ª. Edição. Rio de Janeiro:
Atividade 1
Um dos exemplos que você pode citar é o caso da chuva. As nuvens são constituídas do elemento ar,
o qual possui as qualidades úmido e quente. Já o resfriamento destas nuvens transforma a qualidade
quente na qualidade fria. Como a qualidade úmida permanece, o ar transforma-se em água.
Atividade 2
Para os atomistas da Grécia Antiga, em especial Demócrito e Leucipo, o átomo era uma partícula in-
divisível, impenetrável e invisível. Para eles, a grande variedade de materiais na natureza provinha
dos movimentos dos diferentes tipos de átomos, que, ao se chocarem, formavam conjuntos maiores,
No entanto, um grupo encabeçado por Empédocles e Aristóteles defendia que a matéria era conti-
tuida por quatro elementos básicos. Este elementos poderiam converter-se entre si, dependendo das
qualidades que possuiam, conforme descrito no quadro abaixo:
Elementos Qualidades
Terra Frio e seco
Fogo Seco e quente
Água Frio e úmida
Ar Úmido e quente
Atividade 3
a. Empédocles
b. Alquimia
c. Leucipo e Demócrito
f. Átomo
g. Química
310
CADERNO DE ESTUDOS
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Planeta
Terra ou
Planeta Água?
Para início de conversa...
À primeira vista, até pode parecer simples, mas há muito conhecimento im-
que se ligam tanto à “sujeira” quanto à água. Dessa forma, é possível que a água
retire das mãos todas as suas impurezas, dentro das quais se incluem muitos seres
Mas como foi possível chegar à tal conclusão sobre os efeitos da água e do
põem o sabão. Eles tiveram, também, de compreender melhor como é a estrutura da molécula da água, conhecer
Além disso, a água é um dos principais meios de transmissão de doenças. Seu tratamento é crucial para
a saúde pública e existem diversos componentes dissolvidos na água que podem não ser benéficos à saúde hu-
mana. Investigar previamente suas características, como estado físico e densidade, faz-se essencial no controle
de sua qualidade.
Quase toda a água potável que consumimos transforma-se em esgoto que é reintroduzido nos rios e lagos.
Estes mananciais, uma vez contaminados, podem conter microrganismos causadores de várias doenças, como a diar-
reia, hepatite, cólera e febre tifóide. Além dos microrganismos, as águas dos rios e lagos contêm muitas partículas que
também precisam ser removidas antes do consumo humano. Daí a necessidade de se tratar a água para que esta volte
Para descobrir se a água foi realmente purificada, vários testes químicos e físicos são realizados para comprovar
a sua qualidade.
Determinar as propriedades físicas é um dos principais métodos que os químicos possuem para descobrir qual
substância está presente em um determinado material. E mais, podem descobrir se essas substâncias são puras, ou
seja, se não estão misturadas com outras substâncias que podem ocasionar efeitos indesejáveis.
Em uma indústria farmacêutica, por exemplo, todas as matérias-primas utilizadas para a fabricação de medica-
mentos ou vacinas são analisadas para descobrir se estão dentro de padrões estabelecidos. E isso é feito, em alguns
E o mesmo procedimento é realizado com os alimentos que consumimos. Quando preparamos um refres-
co, juntamos várias substâncias (aromatizante, açúcar, água etc.) para formar uma mistura com propriedades
indefinidas. Por que indefinidas? Porque algumas características finais, como o sabor, a densidade ou a acidez
serão o resultado da soma de cada uma das substâncias individualmente, quer dizer, cada um participa um pou-
co do resultado final.
Nesta unidade, você aprenderá sobre os estados físicos e as propriedades específicas da matéria e como essas
Bons estudos!
312
Objetivos da aprendizagem
Identificar a densidade como sendo uma relação entre massa e volume de um material.
Você sabe a diferença entre os três estados físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso?
Imagine um copo, contendo um gostoso sorvete. O que acontece com ele, se o copo for deixado certo tempo
à temperatura ambiente?
No início, notamos que o tamanho e a forma do sorvete não sofrem influência do tamanho ou da forma do
copo. Por apresentar forma e volume definidos, dizemos que o sorvete encontra-se no estado sólido.
Volume
É a grandeza que representa o espaço ocupado por um corpo. Pode ser medido em litro, mililitro, centímetro cúbico, entre outras
unidades de medida.
No entanto, conforme o sorvete vai derretendo (Figura 2), a matéria passa a ter a forma do copo, mas continua
com um volume ainda definido. Assim, dizemos que o sorvete encontra-se no estado líquido. A passagem do estado
Figura 2: Ao derreter, o sorvete passa a tomar a forma não mais de uma bola, como
quando congelado, e sim a forma do copo onde está inserido.
314
Imagine agora uma panela com água, sendo aquecida com auxílio da chama de um fogão (Figura 3).
Com o passar do tempo, o líquido vai esquentando até o momento em que começa a se transformar em vapor.
Se o vapor for recolhido em um recipiente fechado, vamos observar que ele não apresenta forma (assume a forma do
recipiente) nem volume próprios (ocupa todo o volume do recipiente). Dizemos que o vapor encontra-se no estado
Se colocarmos uma tampa na panela com a água fervendo, verificaremos a formação de gotículas de água em
sua parte interna, devido ao resfriamento do vapor ao entrar em contato com uma superfície mais fria. A passagem
Ao resfriarmos ainda mais um líquido, por exemplo, colocando um copo com água em um congelador, o líqui-
No esquema, foi citado o termo “sublimação”. Você já ouviu falar nele? Ao colocarmos bolinhas de naftalina
em uma gaveta, observamos que com o passar do tempo, elas diminuem de tamanho. Isto ocorre, pois as mesmas
passam diretamente do estado sólido ao estado gasoso, sem passar pelo líquido, mudança de estado denominada
sublimação.
E agora, você saberia dizer qual a diferença entre os três estados físicos?
Veja:
Um material é sólido quando possui forma definida, independente do recipiente em que esteja,
e não pode ser comprimido à pressão de 1 atm para ocupar um volume menor, ou seja, também
possui volume definido.
Um material é líquido quando a sua forma depende do recipiente que ocupa, ou seja, não possui
forma definida, mas também não pode ser comprimido à pressão de 1 atm, possuindo volume
definido.
Um material é gasoso quando não possui nem forma nem volume definidos, ocupando todo o
volume disponível do recipiente que estiver contido. Ele pode ser comprimido.
Comprimido
Característica de uma substância que sofreu compressão, ou seja, diminuiu o seu volume graças à pressão.
316
Classificando materiais de nosso dia a dia em sólidos, líquidos
ou gasosos
Materiais e objetos: álcool, algodão, sal de cozinha, ar, tábua de madeira, palha de
aço, mel, neblina, gasolina, bolhas que desprendem de um refrigerante, xampu, farinha, gás
Aqueça a naftalina!
O que ocorre, quando aquecemos a naftalina? Veja um experimento bem simples sobre a sublimação.
Visite: http://www.pontociencia.org.br/experimentos-interna.php?experimento=440&MUDANCAS+DE+
ESTADO+FISICO
Seção 2
As propriedades físicas das substâncias
Agora, imagine que você precisasse diferenciar dois líquidos incolores, contidos em duas garrafas, e soubesse ape-
nas que um deles é constituído por água pura e o outro por água misturada com veneno. Você teria coragem de beber ou
cheirar os líquidos para diferenciá-los? Certamente não, pois é possível que você se intoxique com alguma substância.
priedades possuem valores medidos e, portanto, são mais precisas para identificar ou diferenciar os materiais. Dentre
as propriedades específicas físicas, podemos citar a densidade, a temperatura de fusão e a temperatura de ebulição.
Conseguiu responder à pergunta do título? Na verdade, os dois possuem a mesma massa: um quilo. Você ape-
nas precisará de um volume bem maior de algodão do que de chumbo para ter a mesma massa dos dois.
Massa
É uma grandeza que representa a quantidade de matéria que um corpo possui. A massa pode ser medida, principalmente, nas
seguintes unidades: em quilograma, grama, miligrama.
A densidade ou massa específica (d) é a propriedade que relaciona a massa e o volume de objetos que pos-
suem o mesmo material e são constantes a uma dada temperatura. Geralmente, essa grandeza é medida em gra-
mas por mililitro (g/mL), e é obtida, dividindo-se a massa (em g) de uma amostra da substância pelo seu volume
Densidade é uma grandeza que expressa quanto há de massa por unidade de volume de um dado
material.
massa (g)
densidade =
volume (mL)
A densidade de um material depende de sua temperatura.
A densidade é uma propriedade utilizada na identificação dos materiais. Em postos de gasolina, por exemplo,
são utilizados aparelhos chamados “densímetros”, que possibilitam ao consumidor comprovar a qualidade do etanol
que está sendo vendido. Quando o combustível está fora das especificações, com uma quantidade maior de água que
318
O etanol vendido como combustível é uma mistura (etanol + água) que deve ter densidade entre 0,8075 a
0,8110 g/cm3. Já o etanol puro possui densidade igual a 0,79 g/cm3 enquanto a água d = 1,00 g/cm3. Se o etanol esti-
ver adulterado, ou seja, com mais água que o limite permitido, terá uma densidade maior que a esperada.
O óleo vegetal (d = 1,4 g/cm3) é vendido, normalmente, por massa, enquanto o que-
a. A densidade da água é igual a 1,0 g/cm3, ou seja, 1,0 kg de água ocupa um volume
de 1,0 litro. Utilizando esse raciocínio, determine a massa existente em 2 litros de
b. Um agricultor foi à cidade comprar querosene para o seu trator. Passando por
duas lojas, identificou os preços do querosene conforme as placas a seguir:
Em qual loja ele irá comprar a maior quantidade de querosene com R$100,00?
Para comparar a densidade de dois líquidos, a água e o álcool, foram usadas esferas
Agora temos dois recipientes idênticos, como esquematizados abaixo. Um deles con-
Através da análise da primeira figura, você saberia dizer quem tem maior densidade,
o álcool ou a água? E, observando a segunda figura, qual das substâncias está no frasco A e
320
Banho-Maria: a química aplicada na cozinha
Você sabia que o banho-maria tem o objetivo de manter constante a temperatura de cozimento de alimentos
sensíveis ao calor? Por exemplo, ao cozinharmos um pudim, em banho-maria, temos a certeza que a temperatura do
cozimento não irá ultrapassar 100ºC. Mas por que podemos afirmar isso?
Como você estudou nessa unidade, a matéria muda o seu estado físico, dependendo das condições de tempe-
ratura e pressão. Quando a água é aquecida, ela só entrará em ebulição (passagem do líquido para gasoso) quando
atingir uma temperatura específica, que será de 100°C (ao nível do mar, ou seja, à pressão de 1 atmosfera). Da mesma
forma, o gelo só irá derreter (fusão), quando atingir 0°C. Esses valores de temperatura recebem nomes especiais: tem-
A temperatura de fusão – TF – indica a temperatura que o sólido passa para o estado líquido; já a tem-
peratura de ebulição – TE – é a temperatura que o líquido para o estado gasoso.
Maria e o banho-maria
O banho-maria é uma técnica de aquecimento, utilizada tanto em laboratórios de Química como nas
cozinhas das casas. Foi inventado, na Idade Média, por uma mulher conhecida por Maria, a Judia que
é considerada como um dos quatro maiores alquimistas da época. O seu trabalho destacou-se dos
demais alquimistas pelo grande desenvolvimento que ela trouxe às práticas de laboratório.
http://www.lapeq.fe.usp.br/labdig/simulacoes/fase.php
a. Você verificou uma mudança no estado físico após o início do aquecimento? Des-
b. Qual era a temperatura que o termômetro indicava, quando ocorreu esta mudança?
O gráfico que aparece na animação da atividade 4 representa todas as etapas de mudança do estado físico
da água, bem como de outras substâncias, de acordo com os suas diferentes temperaturas de fusão e ebulição. Esse
322
Na Figura 5, temos o diagrama de mudança de estado da água:
Agora você saberia dizer qual o estado físico da água em uma temperatura de 50°C?
Como se pode observar na Figura 6, a temperatura de 50°C é maior que a temperatura de fusão da água (0°C).
Isso quer dizer que água já está derretida, ou seja, no estado líquido. E como 50°C é uma temperatura abaixo de 100°C,
não será suficiente para “ferver” a água, ou seja, não ocorre a passagem do estado líquido para o estado gasoso.
Figura 6: E a 50°C, qual o estado físico da água? Pelo gráfico, podemos perceber
que nesta temperatura a água encontra-se no estado líquido.
a) o etanol:
b) o mercúrio:
E não se esqueça! As temperaturas de fusão e de ebulição das substâncias permanecem constantes, enquanto
ocorre a mudança de estado. Já em sistemas que contêm uma mistura de substâncias – como água e sal de cozinha –
324
Sólido, líquido ou Gasoso?
Qual o estado físico (sólido, líquido ou gasoso) das substâncias da tabela a seguir,
biente = 1atmosfera)?
Seção 3
As misturas
Imagine você, em um dia quente, entrando em uma lanchonete para pedir um pouco de água para beber. O
atendente dá o copo e você não percebe nenhuma sujeira na água. Você poderia afirmar que esta água é pura ou
Uma água potável é aquela adequada ao consumo humano. Ela até pode conter impurezas, desde que não
sejam nocivas à nossa saúde, ou seja, mesmo contendo outros componentes a água pode ser potável.
principalmente de cálcio, cobre, cromo, flúor, iodo, ferro, magnésio, manganês, molibdênio, fósforo, potássio, selênio,
sódio e zinco.
Misturas são combinações de duas ou mais substâncias diferentes em proporções fixas e definidas. Cada as-
pecto distinto que podemos observar em uma mistura, seja a olho nu, ou com auxílio de lentes de aumento ou mi-
Misturas homogêneas ou soluções: são as que apresentam uma única fase (monofásicas). Podemos citar
como exemplos: água e açúcar, o vinagre (Figura 7) e o ar atmosférico.
Misturas heterogêneas: são as que apresentam mais de uma fase (polifásicas). Podemos citar como exemplos:
326
Ligas Metálicas
As ligas metálicas são misturas sólidas de dois ou mais metais. Muitas delas estão presentes em nosso
cotidiano. Veja alguns exemplos:
Bronze, material usado na estátua de Marco Aurélio que vemos na imagem: mistura de
Seção 4
Água potável e a busca por novas fontes
O consumo de água doce no mundo cresce a um ritmo superior ao do crescimento da população. Resta, como
uma das saídas, a produção de água doce, retirando-a do mar ou das águas salobras dos açudes e poços.
Atualmente, muitos países e cidades estão se abastecendo totalmente da água doce, extraída da água salgada
do mar. A dessalinização de águas salobras acontece quando esta é aquecida até o seu ponto de ebulição, passando
para o estado gasoso, enquanto o sal fica no estado sólido, separando-se da água. O vapor d´água é, então, conden-
rendo ainda como uma das alternativas, com o transporte de água em navios tanques, barcaças e outros.
Um dos grandes desafios da química tem sido a obtenção de substâncias puras a partir de misturas, já que a
maioria dos materiais presentes na natureza é formada por misturas de substâncias. Vamos ver agora quais processos
Os processos de separação de misturas heterogêneas empregam ações mecânicas. Vamos destacar, a seguir,
Filtração: é um processo utilizado para separar um sólido de um líquido ou de um gás. Como exemplos de pro-
cessos de filtração empregados no dia a dia, podemos citar: a filtração da água em um filtro com vela de por-
celana ou carvão ativo e a separação do pó do café do líquido com um coador de pano ou de papel (Figura 9).
misturam. No caso do sólido e do líquido, o sistema é deixado em repouso até que o sólido deposite-se no
fundo por ação da gravidade. É um método muito empregado nas estações de tratamento de água para
328
Figura 10: Tanques de decantação de uma estação de tratamento de água.
Na separação dos componentes de misturas homogêneas, empregam-se processos físicos, que envolvem mu-
danças de estado, como a passagem do estado líquido para o gasoso. Vamos destacar, a seguir, um dos mais utilizados.
Destilação: é um processo utilizado para separar soluções, constituídas de duas ou mais substâncias lí-
quidas ou de sólidos totalmente dissolvidos em líquidos. Por meio do aquecimento da solução, é possível
bém são obtidos por destilação, que, neste caso, é chamada de destilação fracionada. Esse
Visite: http://www.labvirtq.fe.usp.br/simulacoes/quimica/sim_qui_zanzan.htm
http://www.infoescola.com/quimica/separacao-de-substancias-misturas/
330
Separando misturas...
recipiente com sal. Considerando que o sal não é solúvel no óleo, como será possível recu-
6
perar os dois?
Como você acabou de estudar, alguns materiais, como a água, precisam ser purificados para serem consu-
midos em nosso cotidiano. E para descobrir se eles estão realmente isentos de impurezas, precisamos determinar
algumas propriedades desses materiais, como a densidade, a temperatura de fusão e a temperatura de ebulição,
conceitos que você conheceu nesta aula. Na próxima unidade, retomaremos nossa viagem histórica pelo mundo da
Química e você aprenderá sobre como a teoria atômica foi se desenvolvendo ao longo do tempo. Acompanhando os
avanços tecnológicos, a ideia de átomo foi se aperfeiçoando, passando por vários modelos até chegar no que hoje
Resumo
A matéria pode ser encontrada sob a forma de três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
As substâncias são caracterizadas pelas seguintes propriedades específicas: densidade, temperatura de fu-
são e temperatura de ebulição.
A densidade ou massa específica (d) é a propriedade que relaciona a massa e o volume de objetos que
possuem o mesmo material e são constantes a uma dada temperatura. Tal propriedade é utilizada na iden-
tificação dos materiais e em procedimentos de separação de misturas.
Veja ainda...
Para quem gosta de aprender coisas novas, temos algumas sugestões para enriquecer o seu aprendizado! Você
poderá acessar os endereços a seguir para interagir melhor com esses conhecimentos:
www.pontociencia.org.br , na página do Projeto Ponto Ciência, você encontrará várias sugestões de expe-
http://qnesc.sbq.org.br, na página da revista Química Nova na Escola (QNEsc), publicada pela Sociedade
Brasileira de Química (SBQ), você encontrará vários artigos e também vários cadernos temáticos de forma
totalmente gratuita.
Referências
Bibliografia Consultada
CANTO, E. L.; PERUZZO, T. M. Química na abordagem do cotidiano (Projeto Moderna Plus). 1ª Edição, Edi-
GOMES, L. A. K. Propriedades específicas dos materiais. Química Nova na Escola, v.8, p.20-3, 1998. Dispo-
MORTMER, E. F.; MACHADO, A. H. Química 1 (Ensino Médio). 1ª Edição, Editora Scipione, São Paulo, 2010, 288p.
332
Atividade 1
Sólidos: possuem
Líquidos: possuem forma variável
forma e volume Gasosos: possuem forma e volume variáveis
e volume definido
definidos
algodão álcool Ar
sal de cozinha mel neblina
tábua de madeira gasolina bolhas que desprendem de um refrigerante
palha de aço xampu gás de cozinha
farinha leite nuvem
serragem
Atividade 2
a . Como a densidade do óleo vegetal é 1,4 g/cm3, podemos dizer que em 1 litro te-
remos 1,4 Kg. Como 1 mL é a mesma coisa que 1 cm3, multiplicando por mil, teríamos 1000
mL, ou seja, 1 litro. Após multiplicarmos 1,4 g por mil, obtemos 1400 g, ou seja, 1,4 kg.
Já a densidade do querosene é 0,8 g/cm3, ou seja, 1litro terá uma massa equivalente
a 0,8 Kg (800g). Em 3,2 Kg de querosene teremos:
3,2 ÷ 0,8 = 4
b . Na loja B, o querosene custa R$ 20,00 por quilo. Com R$ 100,00 ele comprará:
Já na loja A, o valor fornecido é R$ 20,00 por litro. E, aqui, vale a mesma proporção: R$
100,00 comprarão 5 litros de produto. Repare que na loja B ele poderá comprar 5 quilogra-
Atividade 3
água é maior que a do álcool. Logo, considerando uma mesma massa dos dois líquidos, o
álcool possuirá um volume maior que o da água. Assim, o frasco A contém álcool e o frasco
B contém água.
Atividade 4
a. A fusão do gelo.
c. Durante esse intervalo de tempo, ocorre a fusão da água, ou seja, enquanto o gelo
Atividade 5
Clorofórmio: líquido
Etanol: líquido
334
Fenol: líquido
Pentano: gasoso
Atividade 6
Primeiro, deve-se adicionar água a essa mistura, deixar decantar e depois retirar o
óleo que ficará na fase superior. Posteriormente, por aquecimento, evapora-se a água para
se recuperar o sal.
Questão 1
(Enem 2011)
Certas ligas estanho-chumbo com composição específica formam um eutético simples, o que significa que
uma liga com essas características comporta-se como uma substância pura, com um ponto de fusão definido, no caso
183ºC. Essa é uma temperatura inferior mesmo ao ponto de fusão dos metais que compõem esta liga (o estanho puro
funde a 232 ºC e o chumbo puro a 320ºC), o que justifica sua ampla utilização na soldagem de componentes eletrôni-
cos, em que o excesso de aquecimento deve sempre ser evitado. De acordo com as normas internacionais, os valores
mínimo e máximo das densidades para essas ligas são de 8,74 g/mL e 8,82 g/mL, respectivamente. As densidades do
Um lote, contendo 5 amostras de solda estanho chumbo, foi analisado por um técnico, por meio da determina-
ção de sua composição percentual em massa, cujos resultados estão mostrados no quadro a seguir.
a. I e II.
b. I e III.
c. II e IV.
d. III e V.
e. IV e V.
Gabarito: Letra C.
Comentário:
As densidades do estanho e do chumbo são 7,3 g/mL e 11,3 g/mL, respectivamente, a partir destas informa-
ções e das porcentagens de estanho (Sn), e chumbo (Pb), podemos calcular a densidade de cada amostra.
60 40
Amostra I (60 % de Sn e 40 % de Pb): dI = × 7,3+ ×11,3 = 8,9g / ml
100 100
mL e 8,82 g/mL, respectivamente. As amostras que estão dentro deste critério são a II (d = 8,82 g/mL) e a IV (de = 8,78 g/mL).
Questão 2
Em nosso cotidiano, utilizamos as palavras “calor” e “temperatura” de forma diferente de como elas são usadas no meio
científico. Na linguagem corrente, calor é identificado como “algo quente” e temperatura mede a “quantidade de calor de um
corpo”. Esses significados, no entanto, não conseguem explicar diversas situações que podem ser verificadas na prática.
Do ponto de vista científico, que situação prática mostra a limitação dos conceitos corriqueiros do calor e temperatura?
a. A temperatura da água pode ficar constante durante o tempo em que estiver fervendo.
b. Uma mãe coloca a mão na água da banheira do bebê para verificar a temperatura da água.
338
c. A chama de um fogão pode ser usada para aumentar a temperatura da água de uma panela.
d. A água quente que está em uma caneca é passada para outra caneca, a fim de diminuir sua temperatura.
e. Um forno pode fornecer calor para a vasilha de água que está em seu interior com menor temperatura
que a dele.
Gabarito: Letra A.
Comentário: Quando se aquece uma substância pura, inicialmente no estado sólido, a temperatura aumenta até atin-
gir a temperatura de fusão (TF), onde começa a “derreter”; neste ponto, a temperatura é constante.
Quando chega à temperatura de ebulição (TE), acontece o mesmo: a temperatura permanece constante. Isto ocorre
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Caminhando
pela estrada que
investiga do quê
somos feitos
Para início de conversa...
Na 1a unidade você viu que existiam duas teorias que tratavam sobre as
teoria atômica. Esta última, por tratar de fatos ainda abstratos à época, perdeu espaço
para a teoria dos elementos que estabelecia uma relação mais direta com os aspectos
práticos do dia a dia como, por exemplo, as mudanças de estado físico ou a combustão.
atividade empírica. Com isso, o experimento começa a suscitar uma nova forma
Alguns cientistas resgataram, junto a antigos manuscritos, as teorias de Demócrito e Leucipo. Dalton foi o mais
proeminente desses. Na realidade, sua teoria atômica (conhecida também como a da bola de bilhar) veio a confirmar
uma série de fatos químicos, conhecidos à época de sua proposição. Como por exemplo, a Lei da Conservação da
Matéria, elaborada por Lavoisier, ou a Lei das proporções definidas, elaborada por Proust as quais vocês estudarão na
Objetivos de aprendizagem
Diferenciar as teorias atômicas, associando-as aos diferentes contextos históricos nos quais surgiram.
342
Seção 1
O resgate das ideias de Demócrito
O primeiro cientista a resgatar as ideias de Leucipo e Demócrito chamava-se John Dalton (1766-1844) e
ocorreu em 1803. Dalton ressuscitou o conceito de Demócrito e disse que os compostos eram feitos de partícu-
las extremamente pequenas, indestrutíveis e indivisíveis, chamada de átomos. Ele os associou a pequenas bolas
de bilhar.
Era Químico e Físico. De nacionalidade inglesa, tinha excepcional pendor para o magistério,
dedicando-se ao ensino e à pesquisa. Nasceu em uma aldeia, chamada Eaglesfield, mas foi
para Manchester, em 1783, onde ficou. Iniciou seus trabalhos científicos, investigando fenô-
menos meteorológicos e comportamento dos gases. Foi o primeiro a perceber que o volume
ocupado por um gás está diretamente associado à temperatura.
Dalton também afirmou que um átomo de um determinado elemento tem sua própria massa e que esta é
invariável. Na época, já existiam balanças relativamente precisas e, por isso, surgia uma grande preocupação em rela-
ção à variação das massas em uma reação química. Atos comuns, como fazer um bolo ou até mesmo a preparar uma
massa de cimento, partem da condição de que a massa final será a soma de todos os componentes que você utilizou
Apesar desse raciocínio ser óbvio, a conservação da matéria não era uma concepção clara na época. Como
explicar, por exemplo, a diminuição da massa, verificada na queima de um pedaço de madeira? Assim, a teoria dos
quatro elementos já não era suficiente para explicar os fenômenos químicos sob o olhar da balança.
As ideias dos antigos filósofos gregos estabeleciam formas diferentes dos átomos em função de suas carac-
terísticas (como por exemplo, a fluidez da água que era causada pela forma esférica de seus átomos). Já as ideias
de Dalton tinham como base as diferenças existentes entre os pesos dos átomos. Os principais postulados desse
Todos os átomos de um dado elemento químico (como, por exemplo, o hidrogênio) são idênticos. Isso não
só quanto à massa, mas também quanto às outras propriedades. Átomos de elementos diferentes têm
Os átomos são as unidades das transformações da matéria. Uma reação química envolve apenas combina-
ção, separação e rearranjo de átomos. Durante uma reação química, os átomos não podem ser criados, nem
destruídos, nem divididos ou convertidos em outras espécies, durante uma reação química.
Figura 1: Dalton afirmou que os átomos não poderiam ser criados ou destruídos. Observe a decomposição da água (H2O)
em gás hidrogênio (H2) e gás oxigênio (O2). O que ocorreu de fato foi apenas um rearranjo de átomos, no entanto percebe-se
que os átomos continuam sendo os mesmos.
Dalton tentou organizar os elementos de acordo com suas massas (chamado por ele de pesos atômicos), crian-
do símbolos diferentes para os átomos. A tabela a seguir descreve estes símbolos e seus pesos. Observe que Dalton
344
Figura 2: A tabela acima foi elaborada por Dalton, representando os átomos de alguns elementos conhecidos na época.
Observe que ele manteve a forma esférica na representação destes átomos.
O final do século XVIII foi marcado pelo surgimento da Eletricidade. A primeira demonstração da existência da
eletricidade é atribuída ao cientista Luigi Galvani (1737 -1798). Anos mais tarde, o físico Alexandre Volta (1745-1827)
deu andamento ao trabalho de Galvani, criando a primeira bateria a qual se tornou fonte de energia (literalmente!)
Tanto quanto a massa, a carga elétrica é uma propriedade intrínseca da matéria. Basicamente, a eletricidade
é um fenômeno que ocorre entre dois pontos que tenham, entre si, uma diferença em sua carga elétrica, podendo
Carga elétrica
A maioria dos corpos é neutro, ou seja, não apresentam excesso de carga positiva ou negativa. Por isso, a percepção que temos
dessa grandeza não é tão clara como a que temos entre corpos que possuem diferentes massas. Em relação a essas cargas e
como elas surgem, você verá na próxima unidade.
O modelo de Dalton não admitia a divisão do átomo; logo, não conseguia explicar de onde surgiria esta dife-
rença de carga elétrica existente em alguns corpos. Observou-se, na época, que, em relação a estas cargas, quando
elas forem de mesmo sinal repelem-se e de sinais contrários, atraem-se. Ainda, percebeu-se que tais cargas podiam
Vamos observar de perto essa diferença de carga elétrica entre dois corpos? Para tal, você precisará ter em mão
os seguintes materiais:
Papel toalha;
Canudo de plástico;
Linha de costura;
Pente de cabelo.
346
Agora, faça as seguintes experiências e anote, após cada uma, o que você observou.
3. Pegue o canudo de plástico e a linha. Amarre uma ponta desta linha no meio do canudo
e a outra ponta amarre a uma torneira de água. Atrite tanto o canudinho como a carca-
ça e aproxime-os.
4. Agora pegue um pente, penteie seu cabelo e, após isso, aproxime o pente do canudi-
nho.
Agora, a partir das suas observações, tente responder a essas questões a seguir, ano-
a. Qual foi a diferença entre o ocorrido nas atividades descritas nos itens 1 e 2? Qual
b. O que ocorreu nas aproximações descritas nos itens 3 e 4. Sabendo-se que a carga
poderia afirmar a respeito das cargas dos outros dois corpos, envolvidos na atividade?
Se você realizou as experiências, pôde constatar que, em 1, nada acontece e, em 2, os pedaços de papel apro-
ximam-se da carcaça. Isto acontece em função do atrito provocado pela fricção do papel toalha.
Já na experiência 3, você deve ter visto que o canudinho e a carcaça repelem-se, uma vez que, em ambos, a
fricção com o papel toalha foi feita. Isso ocasionou nos dois objetos uma mesma carga elétrica. Na experiência 4, a
sua experimentação deve ter apontado que o pente também atraiu os pedacinhos de papel. O atrito do cabelo com
o pente provoca o mesmo efeito da fricção do papel, provocada pelo papel toalha no experimento 2.
mais adequado, uma vez que o mesmo não prevê a possibilidade da divisão do átomo. As fricções mencionadas nos
experimentos produzem nos corpos uma determinada carga responsável pela atração ou repulsão observadas, o que
Portanto, visando descrever um modelo atômico que explique tais fenômenos, Joseph John Thomson (1856-
1940), um físico inglês do famoso laboratório de Cavendish, em Cambridge (Reino Unido), fez experiências, usando
tubos de vácuo. Thomson observou que raios surgiam dentro destes tubos, quando uma corrente elétrica era acio-
nada. Ele chamou estes raios de “catódicos” e duas experiências que ele fez mostraram-se muito importantes. Obser-
Tubos de vácuo
Tubos de vidro dos quais a maior parte do ar é removido e que, em suas extremidades, existem contatos metálicos para li-
gar a energia elétrica. Alguns destes tubos são conhecidos como ampolas de Crookes e são, de certo modo, semelhantes às
lâmpadas fluorescentes que você tem em sua casa. Observe que a luminosidade que surge nestas lâmpadas está associada ao
acionamento da energia elétrica.
Raios catódicos
São feixes de partículas com carga negativa que estão contidas nos átomos (você aprenderá mais a frente que essas partículas
se chamam elétrons). Esses feixes surgem em consequência da diferença de energia elétrica entre dois polos existentes dentro
de um recipiente fechado. Estes raios vão sempre do polo negativo (-) em direção ao positivo (+).
Experiência 1
Ao aproximar o polo positivo de um imã dos tubos de vidro, observou-se que os raios catódicos sofriam um
desvio em sua trajetória, conforme a Figura 3. Uma vez que já se sabia que cargas contrárias atraiam-se, pode-se
348
A Tubo de raios catódicos
D A
C Ímã
B
Figura 3: Esquema representativo da Ampola de Crookes, submetida à ação de um ímã onde Thomson observou que, quan-
do uma corrente era acionada [A], surgiam raios que se dirigiam à parede oposta do tubo [D]. Com a proximidade de um ímã
[B], os raios catódicos [C] sofriam um desvio, indicando que possuíam carga negativa.
Experiência 2
Colocar um dispositivo no interior do tubo que, em contato com os raios, pudesse se movimentar. Uma vez
que, diferente dos raios catódicos, a incidência de luz (que é apenas energia) não ocasiona movimento nesse disposi-
Figura 4: Esquema representativo da Ampola de Crookes, com uma engrenagem em seu interior [E] posta em movimento
pela ação dos raios catódicos, indicando que esses possuíam massa.
menores. A existência dos raios catódicos era uma evidência disto, sendo uma das partes do átomo a qual ele chamou
de elétrons.
Além disso, como os materiais, em geral, não são carregados eletricamente, esse cientista formulou uma nova
ideia: se os elétrons eram negativos, deveria existir, no átomo, outra parte de carga positiva. Dessa forma, compensa-
ria as partículas observadas nos raios catódicos. Sendo assim, ele elaborou a sua hipótese:
O átomo possui uma forma esférica e consiste em uma nuvem tênue de material carregado positivamente com
algumas partículas espalhadas por todos os lados como passas espalhadas em um pudim.
Figura 5: À esquerda, você vê um modelo do átomo de Thomson, que pode ser comparado a um pudim de passas (ou amei-
xas, como na figura à direita). Nesse modelo, os elétrons seriam as “passas”, enquanto a carga positiva estaria espalhada por
todo o pudim, de forma dispersa.
Então, a partir dessa nova ideia, temos a substituição do modelo anterior (Dalton) pelo modelo de Thomson,
também conhecido por “modelo do pudim com passas”. Importante observar que este modelo explicava satisfatoria-
350
Figura 6: Substituição do modelo de Dalton pelo de Thomson.
Descobrir a estrutura dos átomos foi uma árdua tarefa, começada lá na Grécia antiga
Responda, abaixo, com base nos modelos de Dalton e Thomson, V para as proposi-
ções verdadeiras sobre os diferentes modelos atômicos e F para as falsas. As sentenças que
quatro elementos.
( ) Cada átomo do elemento cobre, por exemplo, tem peso variável conforme a ma-
téria que ele compõe.
mo, a carga positiva distribui-se por sua esfera, enquanto que as cargas negativas encon-
352
Seção 3
A ciência em constante evolução:
A descoberta das radiações e
o experimento de Rutherford
Um novo fato, no ano de 1895, veio revolucionar os estudos de investigação do átomo. Na noite de 8 de no-
vembro, Wilhelm C. Röntgen (1845-1923) descobriu os raios X. Estes raios possuem alta capacidade de penetração e
são capazes de atravessar quase todo o tipo de matéria. Eles são provenientes de alguns elementos radioativos, os
Apesar de descoberta apenas em 1895, o homem sempre conviveu com a radioatividade. Na superfície ter-
restre, pode ser detectada energia proveniente de raios cósmicos e da radiação solar ultravioleta. Nas rochas, encon-
tramos elementos radioativos (como o urânio-238) e até mesmo em vegetais e em nosso sangue, e ossos pode ser
detectada a radioatividade (as batatas e os nossos ossos, por exemplo, contêm potássio-40, um elemento radioativo).
A maioria dos elementos, no entanto, não apresenta esta característica. Porém, Röntgen percebeu que estes
raios atravessavam facilmente o corpo humano, só encontrando alguma resistência nos ossos. Hoje, estes raios são
de extrema importância na investigação de fraturas ósseas, permitindo um diagnóstico que antes só poderia ser feito,
Outra partícula radioativa, descoberta mais tarde, e de fundamental importância na investigação do átomo, foi
a partícula alfa. Esta partícula não tinha um grande poder de penetração, uma vez que era bem mais pesada que os
raios X (e por consequência que os elétrons também) e, além disso, era carregada positivamente.
Estas partículas, por serem tão pequenas quanto o átomo, poderiam ser de grande ajuda para compreender o
interior desse. Sendo assim, Ernest Rutherford (1871-1937), aluno de Thomson e um importante investigador destas
A ideia dele era utilizar as partículas alfa como minúsculos projéteis em átomos de ouro (ele utilizou uma lâmi-
na deste elemento). Ele esperava que estas passassem direto pelo “pouco compacto” átomo de Thomson e iluminas-
Os resultados mostravam que a maioria absoluta das partículas alfa passava pela placa, porém algumas poucas
ricocheteavam e outras eram refletidas em um ângulo de 180º. Estes resultados mostravam que a o átomo não era
tão “pouco compacto” como dissera Thomson. E mais: existia uma região pequena no seu interior responsável por
Ricochetear
Quando um projétil salta ou é refletido após um choque. No caso da experiência de Rutherford, as partículas alfa chocam-se
com a lâmina de ouro.
Figura 8: Representação esquemática do experimento de Rutherford. Pode-se observar (à esquerda) que, no modelo de
Thomson, não se esperava uma reflexão das partículas alfa. No entanto, Rutherford observou tal evento, permitindo uma
nova conclusão sobre a estrutura do átomo.
354
Face aos resultados de seu experimento, Rutherford elaborou uma nova proposta de modelo atômico que
explicasse estes novos fatos. Rutherford propôs que o átomo ainda fosse esférico, porém com uma pequena região
central que concentrasse toda sua carga positiva, denominada núcleo. Esta região seria a responsável pelos desvios (e
até mesmo reflexão total!!) das partículas alfa, uma vez que cargas de mesmo sinal repelem-se.
Além disso, propôs que os elétrons estariam ocupando a maior parte do espaço em uma região periférica,
denominada eletrosfera. Isto permitiria que as partículas alfa passassem facilmente, uma vez que sua massa era muito
maior que a dos elétrons. Este modelo, que em muito se assemelha ao sistema solar, no qual os planetas giram em
Periférica
postulados:
Átomos são constituídos por núcleos de carga positiva e pela eletrosfera de carga negativa.
Então temos a substituição do modelo anterior (de Thomson) pelo modelo de Rutherford:
Ao lado, segue uma foto intitulada Hand mit Ringen (Mão com
anéis): a primeira de Wilhelm Röntgen referente à mão de sua espo-
sa, tirada em 22 de dezembro de 1895 e apresentada ao Professor
Ludwig Zehnder, do Instituto de Física da Universidade de Freiburg,
em 1 de janeiro de 1896.
356
Reproduzindo a experiência de Rutherford
ford, uma série de experiências que envolveram a interação de partículas alfa com a maté-
ria. Às vezes, esse trabalho é referido como “Experiência de Rutherford”. O desenho a seguir
Uma amostra de polônio radioativo (Po) emite partículas alfa que incidem sobre
uma lâmina muito fina de ouro (Au). Um anteparo de sulfeto de zinco (ZnS) indica a traje-
tória das partículas alfa, após terem atingido a lâmina de ouro, uma vez que, quando elas
Cintilação
No caso do experimento de Geiger e Marsden, é a emissão de luz que se dá quando a partícula alfa
incide sobre a superfície de sulfeto de zinco.
A partir do século XIX, a concepção da ideia de átomo passou a ser analisada sob
uma nova perspectiva: a experimentação. Com base nos dados experimentais disponíveis,
os cientistas faziam proposições a respeito da estrutura atômica. Cada nova teoria atômica
Com base nos modelos atômicos, faça a correta associação entre o nome do cientis-
Muito do que se acreditava no século XVIII se mostrou incompleto na explicação de fatos, trazidos no desen-
volvimento de novas tecnologias. E, apesar das transformações pelas quais o modelo atômico sofreu, ainda não che-
358
gamos ao modelo atual. Sendo assim, é importante continuarmos com o desenrolar das pesquisas que se seguiram
a estas que você aprendeu nesta unidade, pois elas permitirão identificar as partículas que compõem os átomos e
Resumo
Os antigos filósofos gregos, a partir da observação dos processos de transformações na natureza, elabora-
ram concepções filosóficas que levaram à elaboração das primeiras teorias atômicas.
A partir daí, houve uma série de procedimentos e etapas que levaram a mudança dos modelos atômicos
desde Dalton até Ernest Rutherford, cada qual com suas características. São eles:
Modelo de Dalton – Os átomos são esferas, homogêneas, maciças, indivisíveis e sem carga.
Modelo de Thomson – Os átomos são esferas gelatinosas, carregadas positivamente com pequenos pon-
tos espalhados, uniformemente carregados negativamente. Estes pequenos pontos foram chamados de
elétrons.
Modelo de Rutherford – Os átomos são constituídos por duas regiões central e periférica. A região central
(denominada núcleo) é carregada positivamente e nela está localizada a maior parte de sua massa. A região
Veja ainda!
Aqui vai uma dica para você se aprofundar em um assunto importante desta unidade:
Referências
BRAGA, Marco; GUERRA, Andréia & REIS, José Cláudio. Breve História da Ciência Moderna: das máquinas
HUILLIER, Pierre. De Arquimedes à Einstein: a face oculta da invenção científica. Rio de Janeiro, Jorge
360
Atividade 1
Atividade 2
da matéria.
(V) Este é o primeiro postulado de Dalton, o qual foi apoiado por Thomson.
(F) De acordo com Dalton e Thomson, o que diferenciava os átomos eram suas res-
pectivas massas.
(F) Dalton ainda não tinha em mente a existência da eletricidade e das cargas elétri-
Atividade 3
em um ângulo de 180º.
c. Estes resultados mostravam que a o átomo não era tão “pouco compacto”
como dissera Thomson. E mais: existia uma região pequena no seu interior
362
O que perguntam por aí?
Questão 1
(Enem 2002)
“Quando definem moléculas, os livros geralmente apresentam conceitos como: “a menor parte da substância
capaz de guardar suas propriedades”. A partir de definições desse tipo, a idéia transmitida ao estudante é a de que o
É como dizer que uma molécula de água possui densidade, pressão de vapor, tensão superficial, ponto de
fusão, ponto de ebulição etc. Tais propriedades pertencem ao conjunto, isto é, manifestam-se nas relações que as
O texto evidencia a chamada visão substancialista que ainda se encontra presente no ensino da Química. A
II. Uma substância “macia” não pode ser feita de moléculas “rígidas”.
III. Uma substância pura possui temperaturas de ebulição e fusão constantes, em virtude das interações entre
suas moléculas.
IV. A expansão dos objetos com a temperatura ocorre porque os átomos se expandem.
Dessas afirmativas, estão apoiadas na visão substancialista criticada pelo autor apenas.
a) I e II
b) III e IV
c) I, II e III
e) II, III e IV
Respostas Esperadas
1. Resposta: Letra D.
Comentário: As afirmativas I, II e IV, estão baseadas na visão substancialista atrelada à teoria dos elementos,
que atribui as propriedades de uma substância também a moléculas individuais. A afirmativa III está fora do contexto,
pois se relaciona com as propriedades da substância como um todo e não com as suas unidades constituintes.
364
CADERNO DE ESTUDOS
www.visaoedu.com.br
Use protetor
solar!
Para início de conversa...
dou na unidade anterior, não levou em consideração uma força natural que nos
país, por se encontrar em uma posição geográfica próxima aos trópicos, recebe
uma grande incidência de raios solares. Por isso, em muitas cidades brasileiras, é
to dessa luz, pois existem diversos tipos de radiações que são emitidas pelo Sol.
zeamento. No entanto, caso seja recebida em excesso, pode causar queimaduras, e, a longo prazo, envelhecimento
Para evitar tais malefícios, sem deixar de receber a agradável presença da luz solar em sua pele, é recomendado
o uso do protetor solar. Ele contém diversas substâncias que agem como filtros, impedindo a ação destruidora dos
Em nosso dia a dia, lidamos com várias outras formas de radiações eletromagnéticas. Por exemplo, ao aque-
cermos um alimento no micro-ondas, usamos outra forma de radiação – as micro-ondas. Quando você vai ao hospital
fazer uma radiografia (ou “tirar uma chapa”), você entra em contato com outra forma de radiação – os raios X.
Nesta unidade, vamos verificar que o conhecimento da natureza dos diversos tipos de radiações foi importan-
Objetivos de aprendizagem
Identificar as principais características do modelo atômico de Bohr.
366
Seção 1
Neon
A Poesia de Pedro Du Bois retrata o fascínio que temos pelas luzes de neon (Figura 2). Mas qual a relação
existente entre elas e os modelos atômicos? Podemos afirmar que a existência destas luzes é uma comprovação do
modelo atômico de Bohr, desenvolvido pelo cientista Niels Bohr, em 1913. Quer saber o porquê?
Figura 2: Encontramos as luzes neon, por exemplo, colorindo as noites das cidades. São fascínios aos olhares perdidos!
Fonte: http://www.flickr.com/photos/mag3737/519410665/ - Tom Magliery
do quê somos feitos", pouco durou no meio científico, uma vez que não justificava o fato dos elétrons, em movimento
ao redor do núcleo, perderem energia, sendo atraídos diretamente pelo núcleo, o que causaria o colapso do átomo.
Além disso, os cientistas procuravam uma explicação para o fenômeno da emissão de luzes de diferentes cores, quan-
do os átomos eram estimulados por descargas elétricas. Você já deve ter observado alguns exemplos desse fenôme-
no, como o da Figura 2. Sendo assim, o modelo planetário de Rutherford tinha que ser revisto.
Em 1913, então, Niels Bohr (1885-1962) elaborou um modelo que poderia explicar essa emissão de luz. Segun-
do Bohr, existiriam diferentes órbitas para os elétrons; cada uma delas estaria associada a uma quantidade de energia
específica. Quando um determinado elétron recebesse um estímulo energético, ele saltaria para uma órbita diferente,
de maior energia.
Claro que essa nova condição não seria a mais “confortável” para o elétron, uma vez que essa não era sua situ-
ação original. Assim, tão logo o estímulo pare, o elétron volta à sua posição original, liberando a energia recebida na
forma de luz.
Você pode ter percebido, na Figura 2, que os letreiros possuem cores diferentes, certo? Isso se dá, pois os di-
ferentes átomos possuem quantidades diferentes de elétrons, que, por sua vez, se encontram em órbitas diferentes.
Os elétrons só podem se mover em órbitas determinadas e essa mudança só acontece se houver variação de
energia.
Graças ao modelo atômico de Bohr é possível explicar mais fenômenos químicos e físicos que o de Rutherford.
Assim, temos a substituição do modelo planetário pelo de Bohr. Como este último modelo estabelece quantidades
específicas de energia para as órbitas onde estão situados os elétrons, ele ficou conhecido como “modelo quântico”.
368
Figura 3: Substituição do modelo de Rutherford pelo de Bohr. Observe que os dois modelos são muito parecidos. A diferença
reside na possibilidade de o elétron mudar de órbita de acordo com a quantidade de energia contida nele. Em função da
semelhança entre estes dois modelos alguns autores denominam este modelo atômico, de Rutherford-Bohr.
Como você estudou até agora, nesta e na unidade anterior, diversos modelos atômicos foram propostos ao
longo do tempo. A Figura 4 representa a linha de tempo da evolução histórica dos modelos atômicos. Observe que
na linha de cima estão os modelos propostos na época e na linha de baixo os eventos que desencadearam a reformu-
Figura 4: Ao longo da história científica, novas experiências e achados foram realizados, novos modelos foram elaborados.
Fonte: Claudio Costa Vera Cruz
Uma aplicação prática do modelo de Bohr é o teste de chama. Ele consiste em aquecer determina-
dos materiais observando as cores emitidas de forma a identificar elementos existentes. O princípio é
o mesmo observado nos fogos de artifício. O link http://www.youtube.com/watch?v=qsNhxzFKh0I é
uma demonstração excelente desse método.
a emissão de energia pelos átomos, quando seus elétrons mudam de estados energéticos.
370
Sabendo disso e, após estudar esta primeira seção da unidade, responda: a qual mo-
delo atômico esse fenômeno está associado? Justifique brevemente a sua resposta.
Seção 2
Grandezas atômicas! Criando uma identidade
Ao longo da investigação dos modelos atômicos, muitos cientistas tiveram importante papel na sua confirma-
ção. Um deles, James Chadwick, descobriu, em 1932, uma terceira partícula, além do elétron e do próton, semelhante
a esse último, porém sem carga elétrica. Por esse motivo, tal partícula foi denominada nêutron.
O nêutron, assim como o próton, se encontrava no núcleo e a sua função estava relacionada à manutenção da
estabilidade deste. Uma grande quantidade de cargas positivas (prótons) em um reduzido espaço trazia uma enorme
instabilidade a este mesmo núcleo. Assim sendo, o modelo atômico do início do século XX fica da seguinte forma:
Tabela 1: Há três partículas formadoras do átomo, que apresentam massa, carga e localização próprias. Entenda que os
valores de massa são relativos, ou seja, a massa de um próton é igual à de um nêutron e é muito maior que a de um elétron.
Foi necessário atribuir massas relativas a essas partículas atômicas, uma vez que seus valores, em gramas, são infinitamente
pequenos!
Hoje sabemos que existem outras subpartículas no núcleo como quarks e glúons. A pesquisa destas partículas
como a massa do elétron é desprezível, podemos dizer que a massa de um átomo é a soma do total de prótons e
nêutrons. A massa de um átomo é chamada “número de massa” e tem o símbolo A como forma de identificação; en-
quanto que o número de prótons é chamado “número atômico” e seu símbolo é Z. Observe a Tabela 2:
Tabela 2: Há duas representações das grandezas atômicas: número de massa (A) e número atômico (Z).
A=p+n ou A=Z+n
Muito cuidado!
Os átomos são eletricamente neutros, por isso dizemos que:
Z=p=e
Isso significa que o número de cargas positivas (prótons) é igual ao número de cargas negativas
(elétrons).
partir deste dado, determine a quantidade de prótons existente neste átomo bem como
372
Seção 3
Alguns átomos podem parecer iguais, mas
são diferentes!
A seguir, você pode observar a representação de alguns átomos fictícios. Veja a possível localização dos núme-
ros de massa e atômico destes átomos. Estes números são uma importante informação que permite a identificação
de um átomo:
Z
XA; XZA ; A
Z
X
Observe que o símbolo X é utilizado para representar um átomo qualquer. Os químicos desenvolveram uma
linguagem própria para diferenciar os elementos através de seus símbolos. Os símbolos de um elemento químico são
siglas e estas devem conter, no máximo, duas letras sendo a primeira necessariamente maiúscula e a segunda, quando
Cobalto Co Sódio Na
Carbono C Potássio K
Oxigênio O Ouro Au
Sabendo disso, vamos fazer uma breve atividade com a Tabela 4. Ela apresenta alguns tipos de átomos com
as partículas constituintes de seus respectivos núcleos. Para certos átomos, no entanto, como você pode ver, faltam
dados. Então, baseado no que você acabou de estudar, que tal completar os espaços em branco da tabela? Siga o
Tabela 4: A tabela a seguir representa as principais características de alguns átomos. Observe que os espaços vazios podem
ser preenchidos através das informações fornecidas. Então, mãos à massa!
Carbono C 6 8 6 14 14
6
C
Oxigênio 8 8
Oxigênio O 8 17
8 O
Urânio U 92 235
Urânio 238
92
U
Você percebeu que foram colocados dois átomos de diferentes elementos químicos? Dois átomos do elemen-
Pense um pouco mais sobre a tabela que você preencheu. Você saberia dizer qual a semelhança entre as partí-
A Tabela 4 indica uma importante semelhança entre os átomos de um mesmo elemento químico. Eles pos-
374
Mas eles possuem também uma importante diferença entre si: o número de nêutrons. Isso, por sua vez, ocasio-
na diferentes números de massa. Nesses casos, dizemos que esses átomos são isótopos.
Isótopos
São átomos com o mesmo número atômico, mas com diferentes números de massa, devido a diferentes quantidades de nêu-
trons em seus núcleos.
São isótopos?
a. DeB
b. CeD
c. BeC
d. BeD
e. CeD
Como comentado anteriormente, o modelo atômico de Bohr estabelecia que cada elétron ocupa uma posição
definida e única no átomo. A princípio, as investigações científicas indicaram a existência de sete camadas (ou níveis)
possíveis para acomodar os elétrons em volta do núcleo. Estas camadas foram identificadas por letras e existe um
Figura 5: Observe a quantidade máxima de elétrons que podem existir em cada camada. É importante sabermos que, con-
forme o átomo possui mais elétrons, eles vão preenchendo mais camadas.
Isso significa que, se um átomo possuir três elétrons, dois deles estarão na camada K e o elétron restante ficará
Por exemplo, um átomo possuidor de 13 elétrons terá em sua distribuição eletrônica: 2 elétrons em K, 8 elé-
trons em L e 3 elétrons em M. Observe que a soma dos elétrons existentes nas três camadas (2+8+3) terá sempre de
Exemplo 1
Como o berílio possui apenas 4 elétrons, iremos preencher a primeira camada (K) com 2 elétrons restando,
apenas, dois elétrons que serão alocados na próxima camada (L). Portanto, sua distribuição ficará assim:
K- 2
L- 2
Exemplo 2
Como o sódio possui 11 elétrons, iremos preencher a primeira camada (K) com 2, restando, apenas, 9. Desses 9
376
K- 2
L- 8
M- 1
Pesquisas posteriores à de Bohr observaram que existiam, ainda, subdivisões dessas camadas, denominadas
subcamadas (ou subníveis). Elas foram identificadas por um número e uma letra conforme a tabela a seguir:
Tabela 5: A organização dos elétrons na eletrosfera se dá tanto por camadas (primeira coluna) quanto por subcamadas ou
subníveis (terceira coluna).
L 8 2s2 2p2
Q 2 7s2
A distribuição de elétrons é de fundamental importância, uma vez que ela determina as características quími-
a. Z= 6
b. Z= 13
c. Z= 18
No universo da Química, cada um dos elementos possui sua assinatura única e intransferível. É como se fosse uma
impressão digital que possibilitasse o reconhecimento deste elemento em qualquer situação, e é com base neste
princípio que os químicos irão organizar todos os elementos que compõem a matéria.
Mas apesar de você já saber como, não se preocupe em organizar esses elétrons nas subcamadas, ao menos
por enquanto. Apenas tenha em mente que é possível elaborar a distribuição eletrônica para cada elemento químico
existente no universo e que, dependendo do resultado, pode-se prever suas características em função dessa distribui-
Na unidade “Elementos Químicos: os ingredientes do nosso mundo”, você será apresentado à Tabela Periódica.
Em meio às descobertas de características que permitiam a identificação dos átomos, muitos deles foram sendo re-
conhecidos. Surgiu daí a necessidade de se buscar por padrões que permitissem desenvolver formas de organizá-los.
Resumo
O modelo atômico atual é o de Bohr (também conhecido como Rutherford-Bohr). Nesse modelo, os elé-
trons giram ao redor do núcleo em órbitas, as quais apresentam diferentes valores de energia.
A massa de um átomo (representada pelo símbolo A) é a soma da quantidade de prótons e nêutrons. Essas
partículas estão situadas no núcleo.
Os elétrons estão distribuídos em sete camadas denominadas por letras (K, L, M, N, O, P, Q) e essas camadas
Referências
378
QUIMICA, G. D. P. E. E. Interações e Transformações, V.3 – Livro do Aluno, Edusp, 2002.
BRAGA, Marco; GUERRA, Andréia & REIS, José Cláudio. Breve História da Ciência Moderna: convergência
BRAGA, Marco; GUERRA, Andréia & REIS, José Cláudio. Breve História da Ciência Moderna: das máquinas
HUILLIER, Pierre. De Arquimedes à Einstein: a face oculta da invenção científica. Rio de Janeiro, Jorge
Atividade 1
Ao modelo atômico de Bohr, uma vez que este prevê a possibilidade do elétron mu-
Atividade 2
ra, percebemos a existência de 8 elétrons. Logo, as bolas brancas são os prótons (lembre-se
A=9+8
A = 17
Letra A.
Observe que o átomo isótopo de A terá que apresentar o mesmo número de pró-
tons que ele, portanto este é o átomo D. Para achar o átomo com o mesmo valor de massa
de A devemos somar as duas colunas e verificar qual irá apresentar o mesmo valor (79);
Atividade 4
a. K- 2
L- 4
b. K- 2
L- 8
M- 3
c. K-2
L- 8
M- 8
380
O que perguntam por aí?
Questão 1
(UFG 2006)
Observe o trecho da história em quadrinhos a seguir, no qual há a representação de um modelo atômico para
o hidrogênio.
Comentário: O modelo atômico apresentado é o modelo de Rutherford-Bohr. Neste modelo, os elétrons giram
em torno do núcleo, em níveis específicos de energia, chamados camadas. No caso do modelo do átomo de hidro-
gênio apresentado, pode-se observar que a órbita não é elíptica, e o elétron gira em torno do núcleo, em uma região
(UFRGS 2001)
Uma moda atual entre as crianças é colecionar figurinhas que brilham no escuro. Essas figuras apresentam em
sua constituição a substância sulfeto de zinco. O fenômeno ocorre porque alguns elétrons que compõem os átomos
dessa substância absorvem energia luminosa e saltam para níveis de energia mais externos. No escuro, esses elétrons
retomam aos seus níveis de origem, liberando energia luminosa e fazendo a figurinha brilhar. Essa característica pode
a) Dalton.
b) Thomson.
c) Lavoisier.
d) Rutherford.
e) Bohr.
Resposta: Letra E
Comentário: Apenas o modelo de Bohr prevê a emissão de energia por um átomo quando seu elétron volta
382
CADERNO DE ESTUDOS
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Elementos
Químicos: os
ingredientes do
nosso mundo!
Para início de conversa...
O dilema era grande. Sabia-se que cada um desses elementos era formado
por átomos diferentes, com massas diferentes, mas alguns possuíam proprieda-
des químicas semelhantes. Tinha de haver um princípio norteador, um padrão,
que unisse as propriedades químicas e físicas.
as roupas dentro do seu armário ou alguma coleção que você tenha, ou as suas
beneficiar as indústrias.
propiciaria um desenvolvimento científico e tecnológico que al- Figura 1: A ordem dos elementos. A busca por um
padrão assolava alguma das mentes mais brilhan-
teraria substancialmente a vida das pessoas. tes da ciência no século XIX.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Peridic_sys-
Quer saber um pouco mais dessa história? tem_showcase.jpg - Eduardo de Eugene.
Objetivos de aprendizagem
Reconhecer a formulação da Tabela Periódica dos Elementos Químicos;
Identificar a Tabela Periódica como uma fonte de informações sobre os elementos químicos;
384
Seção 1
Organizando os elementos químicos
Nosso planeta foi criado a partir de 92 elementos químicos. Em unidades anteriores, você viu que tudo é in-
teiramente feito pela combinação desses elementos. No entanto, há um pouco mais de 200 anos, os cientistas não
tinham essa percepção. Eles não sabiam quantos elementos havia e quantos mais poderiam encontrar na Natureza.
Como você também viu na Unidade 3, John Dalton (1766 – 1844) foi o primeiro a tentar por ordem no mundo
O químico sueco Jöns Jacob Berzelius (1779 – 1848), um dos primeiros a aceitar a teoria atômica de Dalton, acha-
va que descobrir mais sobre a massa de cada elemento era, de alguma forma, de vital importância em sua ordenação.
Este solitário químico iniciou a sua busca: começou a medir a massa atômica de cada elemento conhecido
naquela época. Mas para isso, Berzelius teria de isolar e purificar cada um deles com extrema precisão. E isso estava
longe de ser um trabalho simples. Naquela época, muito pouco da aparelhagem química, necessária a um trabalho
Na altura de 1818, ele já havia determinado as massas atômicas de 45 dos 49 elementos conhecidos na época,
Alguns dos seus resultados foram extremamente precisos, quando comparamos com os dados atuais. Mas,
naquela época, quando outros cientistas tentavam determinar as massas atômicas, chegavam a resultados comple-
tamente diferentes.
Apenas em 1860, na conferência de Karlswhe, na Alemanha, o químico italiano Stanislao Canizzaro (1826 –
1910) esclareceu a distinção entre átomos e moléculas e estabeleceu uma padronização para as massas atômicas.
O interessante desta busca pela medição correta das massas atômicas é que vários elementos químicos foram
Da mesma forma que você se “pesa” em uma balança (determina a sua massa) comparando-a com um
padrão de referência (o quilograma), a determinação da massa do átomo é realizada através da com-
paração com um determinado padrão de referência (neste caso, outro átomo).
Vários padrões foram utilizados ao longo dos séculos: Dalton comparou o “peso” (a massa) de um de-
terminado átomo com o “peso” do átomo de hidrogênio. Já Berzelius escolheu o oxigênio como pa-
drão de referência. Hoje em dia, utilizamos o átomo de carbono isótopo 12 (ou seja, átomos de carbo-
no que possuem número de massa igual a 12). Você aprenderá mais sobre este assunto no módulo 2.
Para cada elemento descoberto, a mesma questão era proposta: como ordená-los, levando em consideração
as suas propriedades físicas e químicas? Os cientistas procuravam por padrões em toda a parte!
Ao procurar por tal resposta, muitos cientistas criaram teorias, ao longo do tempo. Alguns exemplos foram:
Esses e outros cientistas tentaram, mas não obtiveram muito sucesso perante a comunidade científica da épo-
ca, pois elas não se aplicavam a todos os elementos conhecidos até então.
Apesar dessas tentativas frustradas de organização dos elementos, uma ideia tinha sido reforçada: as proprie-
Periódicas
A ideia era simples: após certo número de elementos, chegava-se a um ponto em que as propriedades dos
elementos repetiam-se. As leis anteriores não funcionavam para todos os elementos conhecidos na época, pois nem
O homem que iria resolver esse dilema era um dos mais brilhantes químicos desde Lavoisier: Dmitri Mendeleev.
386
Uma pequena pausa para um vídeo...
Até aqui em nossa história, você viu que os cientistas descobriam vários elementos
Aprenda um pouco mais sobre essas teorias, vendo o vídeo que se encontra na pá-
gina: http://www.tabelaperiodica.org/historia-da-tabela-periodica-antes-de-mendeleev/
dos elementos e como algumas teorias, mesmo não aceitas pela comunidade científica,
Sendo assim, escreva algumas linhas sobre como essas teorias, apesar de não esta-
rem completamente corretas, foram uma importante contribuição para a construção da Ta-
bela Periódica de Mendeleev. Você também pode acessar outras páginas da Internet para
descoberta incrível!
busca por um padrão dos elementos, ele criou cartas dos elementos, com
Conta a história que, cansado, após três dias sem dormir, tentando desvendar o problema, ele teria cochilado
e sonhado com os 63 elementos conhecidos, dispostos em uma grande tabela que os relacionava na ordem correta.
Ao acordar, em 17 de fevereiro de 1869, ele fez o primeiro esboço da tão sonhada Tabela Periódica dos Elementos.
O incrível da sua obra era, que para que a sua tabela funcionasse, ele deixou espaços vazios para os elementos
ainda desconhecidos. Veja na Figura 3 uma cópia do primeiro desenho publicado da Tabela Periódica.
Empregando diferentes métodos e analisando um grande número de substâncias, os químicos iam descobrin-
388
Quem foi Mendeleev?
http://condigital.ccead.puc-rio.br/condigital/
index.php?option=com_content&view=article&id=647&Itemid=56
Seção 2
A Tabela Periódica Atual
A Tabela Periódica dos Elementos sofreu vários rearranjos, após a descoberta original de Mendeleev. No entan-
to, as suas versões modernas continuam incontestavelmente baseadas na estrutura essencial, concebida por ele. Esta
foi capaz de incorporar quase o dobro do número de elementos, inclusive um grupo inteiramente novo.
Um jovem e brilhante físico inglês, Henry Moseley (1887 – 1915), teria um papel fundamental nessa história.
Ele achava que o segredo do átomo estava dentro do seu núcleo, no centro de cada átomo. Ele foi o primeiro a deter-
minar a quantidade de prótons dos átomos, o que é chamado de número atômico, como você estudou na Unidade
Moseley percebeu que era o número atômico e não a massa atômica que determinava a ordem dos elementos.
Com isso, a Tabela Periódica sofreu uma grande transformação e passou a ser escrita em ordem crescente de número
atômico.
Ela apresenta, dentro do quadradinho de cada elemento, uma série de valores e cores diferentes. Para você
saber que informações são essas, você terá sempre de consultar a legenda. Veja na Figura 5 a legenda, disponibilizada
Figura 5 - A legenda de uma Tabela Periódica. Ela nos informa diversos dados sobre os elementos químicos. Neste caso, per-
ceba que o número atômico do elemento é o número encontrado na parte de cima do quadrado, o símbolo e o nome do
elemento no centro. Já a distribuição eletrônica encontra-se à direita.
E ainda há as diferentes cores! Isso nos permite identificar diversas informações, como: o estado físico do ele-
mento em condições padrões de temperatura e pressão pode ser percebido pela cor do símbolo de cada elemento:
gasoso (em azul), sólido (em preto) e líquido (em vermelho). Além disso, as cores de fundo dos quadradinhos diferen-
Perceba esta diferença na Figura 6. As cores informam-nos a classificação dos elementos, de acordo com as
Substâncias simples
São substâncias formadas com átomos de apenas um elemento químico. Por exemplo: gás oxigênio (O2) e gás hidrogênio (H2).
São diferentes das substâncias compostas que possuem átomos de diferentes elementos químicos, como a água – H2O – que é
formada por átomos do elemento químico hidrogênio (H) e átomos do elemento químico oxigênio (O).
Como você pode perceber, a maioria dos elementos é classificada como metais. Você pode conhecer ou, ao
menos, ter ouvido falar de alguns deles: ferro, cobre, alumínio, ouro, prata, estanho etc. Esses elementos formam
São sólidos à temperatura e pressão ambientes, com exceção do mercúrio, que é líquido;
São dúcteis (se moldam facilmente) e maleáveis, ou seja, com eles podem ser preparados/obtidos fios e lâminas
de diferentes espessuras.
Já os não metais podem ser sólidos, líquidos e gasosos, e alguns são utilizados como isolantes térmicos e
elétricos.
Lembra-se que uma das importantes modificações feitas na Tabela Periódica, a partir das pesquisas de Mose-
ley, foi a distribuição dos elementos em ordem crescente dos números atômicos? Repare na sequência de números
392
Figura 7: A ordem crescente dos números atômicos. Perceba a sequência crescente – do menor para o maior – dos números
atômicos.
Fonte: Andrea Borges
Você também deve ter notado duas linhas separadas do corpo principal da Tabela (que estão representadas, na
Figura 7, pelas cores rosa e roxo). Eles correspondem a duas séries distintas de elementos: a dos lantanídeos (elemen-
tos de número atômico de 57 a 71) e os actinídeos (elementos de números atômicos de 89 a 103). Eles pertencem,
respectivamente, às quinta e sexta linhas; foram retirados apenas por uma questão de apresentação.
Em sua versão mais longa, a tabela periódica pode apresentar esses elementos como mostrado na Figura 8.
Figura 8: Tabela Periódica no formato mais longo. As séries dos lantanídeos e actinídeos estão inseridas no corpo principal
da tabela.
Fonte: Andrea Borges
Os elementos ainda podem ser classificados como elementos representativos (Famílias A) e elementos de tran-
sição (Famílias B). Os elementos pertencentes à série dos lantanídeos e actinídeos são chamados de elementos de
transição interna.
Seção 3
Localizando um elemento químico
São jogos onde você usa um tabuleiro, dividido em quadrados. Cada um deles pode ser identificado pela linha
394
Figura 9: Em um jogo de xadrez, determina-se a localização de
uma peça de acordo com o quadrado que ele ocupa, identifi-
cando a linha (representada por um número) e a coluna (repre-
sentada por uma letra) que este está.
Fontes: http://www.sxc.hu/photo/1019383 - Kriss Szkurlatowski
Com a Tabela Periódica ocorre o mesmo. Cada elemento químico possui uma localização que indica alguma
As sete (7) linhas horizontais da tabela são chamados períodos. Veja alguns exemplos:
Na primeira linha horizontal, no 1° período, temos apenas dois elementos: o hidrogênio (1H) e o hélio (2He).
Figura 10: Os elementos do primeiro período da Tabela Periódica. Apenas os elementos hidrogênio e o hélio fazem parte
deste período.
Fonte: Andrea Borges
Figura 11: Os elementos do segundo período da Tabela Periódica. Nesse período, podemos encontrar os elementos lítio
(3Li), berílio (4Be), boro (5B), carbono (6C), nitrogênio (7N), oxigênio (8O), flúor (9F) e neônio (10Ne).
Fonte: Andrea Borges
Figura 12: Os elementos químicos presentes no quarto período da Tabela Periódica. Nesse período, são encontrados os
elementos: potássio (19K), cálcio (20Ca), escândio (21Sc), titânio (22Ti), vanádio (23V), crômio (24Cr), manganês (25Mn), ferro (26Fe),
cobalto (27Co), níquel (28Ni), cobre (29Cu), zinco (30Zn), gálio (31Ga), germânio (32Ge), arsênio (33As), selênio (34Se), bromo (35Br) e
criptônio (36Kr).
Fonte: Andrea Borges
396
E no nosso último exemplo na Figura 13: o sexto período, com 32 elementos químicos.
Figura 13: Os elementos químicos do sexto período. Não esqueça que os elementos da série dos lantanídios pertencem a
esta linha, resultando em um total de 32 elementos químicos.
Fonte: Andrea Borges
As linhas verticais são chamadas Grupos ou Famílias de elementos químicos, indicando que os elementos pre-
Podem ser indicados por duas formas: por uma numeração de 1 a 18, ou pelo conjunto de números e letras: 1A,
Algumas dessas famílias de elementos recebem nomes especiais, devido as suas características químicas. Veja
Tabela 1: Alguns Grupos (ou Famílias) de elementos químicos possuem um nome específico.
16 (6A) Calcogênios
17 (7A) Halogênios
Uma observação importante é que o hidrogênio não é um metal alcalino, não pertencendo à categoria dos
metais. Na verdade, este elemento possui características únicas, diferentes de todos os grupos da Tabela Periódica.
Como dissemos, os elementos de cada grupo possuem características semelhantes entre si. Veja alguns exem-
398
Figura 15: Grupo 1 ou Família 1A da Tabela Periódica: corresponde ao metais alcalinos; são sólidos prateados e bem ma-
leáveis, podendo ser cortados com uma faca. Os metais alcalinos terrosos correspondem ao Grupo 2 (Família 2A); são mais
duros, mais densos e fundem-se a temperaturas mais altas que os elementos do grupo 1. Os Calcogênios pertencem ao
grupo 16 da Tabela Periódica que contém um dos elementos mais importantes para as nossas vidas: o oxigênio. Já os outros
elementos são sólidos na temperatura ambiente. Os halogênios – grupo 17 - o cloro (gasoso), bromo (líquido) e o iodo (sóli-
do) são elementos tóxicos e apresentam um odor característico.
Fontes: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alkalimetalle.jpg – Tomihahndorf; http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Erdalkali.jpg -
Tominanndorf; http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Chalkogene.jpg - Tominanndorf; http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Chlor_amp.
jpg?uselang=pt-br; http://commons.wikimedia.org/wiki/File:BrBrom.JPG?uselang=pt-br – Dnn87; http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Iodine-
evaporating.jpg?uselang=pt-br - Jurii
Agora que você já sabe o que são os períodos e os grupos da Tabela Periódica, já pode localizar um elemento
químico.
Alumínio - 13
Al – 3° período do grupo 13.
Silício (14Si)
Bromo (35Br)
Tungstênio (74W)
400
Palavras cruzadas dos Elementos Químicos
ções na Tabela Periódica dos elementos, e escreva os seus nomes – colocando uma letra
Linhas horizontais:
do grupo 13.
como na água.
turas.
10. Estou presente tanto no carvão como no diamante. Sou o primeiro elemento do
grupo 14.
16. Estou presente na composição do ATP e do ADP, tendo uma função essencial no
20. Meu símbolo é Pb. Sou um metal tóxico e com alta densidade, usado em baterias
22. Sou da série dos actinídeos e tenho número atômico 94. Fazem bombas atômi-
cas comigo.
Linhas verticais:
2. Sou o último elemento químico natural da Tabela. Tenho número atômico 92.
4. Sou usado no enchimento de balões e dirigíveis. Quem sou eu? O gás nobre de
6. Fui descoberto por Marie Curie e o seu marido, em 1898. Sou um elemento radio-
estou no 5° período.
11. Tenho um nome difícil. Sou usado no aço inoxidável, em lentes fotográficas, na
402
14. Sou um halogênio do 2° período. Um dos meus compostos é utilizado na pre-
18. Você pode me encontrar no 4° período. Sou um metal alcalino terroso presente
19. Sou muito instável por ser radioativo. Quem sou eu? O metal alcalino de maior
número atômico.
Seção 4
A distribuição eletrônica e a Tabela Periódica
Esta pergunta só seria respondida no século seguinte à construção por Mendeleev da Tabela Periódica, através
Como você estudou na Unidade “Use protetor solar!” , existem sete camadas (ou níveis) possíveis para acomo-
dação dos elétrons, em volta do núcleo. Realizando as distribuições eletrônicas dos elementos, contidos na Tabela
Periódica, algumas semelhanças foram encontradas. Veja como exemplo o Grupo 2 da Tabela Periódica, na Figura 17.
a. o berílio (Be) possui apenas duas camadas; logo, está localizado no 2° período;
c. o cálcio (Ca) possui 4 camadas; logo, está no 4° período e assim por diante.
Os elementos de um mesmo grupo possuem a mesma quantidade de elétrons em sua última camada
eletrônica, que é chamada de camada de valência. Isso justifica o fato de terem propriedades químicas
semelhantes.
cas para os seguintes elementos do Grupo 17, preencha os espaços em branco da tabela
404
Grupo Distribuição eletrônica
Período
17 K L M N O P Q
2° 9
F
3° 17
Cl
4° 35
Br
5° 53
I
6° At
85
Enfim, esta é a versão completa da Tabela periódica dos elementos proposta por Mendeleev, em 1869, em
função da pesquisa de vários outros pesquisadores que buscavam, na ordenação dos elementos químicos, uma forma
de ordenação da natureza.
A Tabela Periódica dos elementos químicos, proposta por Mendeleev e seu aperfeiçoamento posterior, condu-
ziram à descoberta de novos elementos, auxiliando também o desenvolvimento da física quântica e a estrutura do
Mas se não ajudaram muito os médicos a salvar vidas no século XIX, o modelo atômico e a Tabela Periódica
ajudaram os químicos a fazer muitas outras coisas. Olhe ao seu redor: muitas das coisas que estão com você foram
balho de várias mentes brilhantes, que se dedicaram, ao longo de 2500 anos de história, a explicar como a Natureza, ao
É o fim da nossa viagem, mas não dos nossos estudos! A partir da próxima unidade nos aprofundaremos cada vez
mais no mundo da Química. Agora que você já está por dentro dos átomos, descobrirá que eles são capazes de reagir
uns com os outros por meio de diferentes tipos de ligações. E assim, formarão substâncias que apresentarão caracterís-
ticas diferentes daquelas dos átomos que as formam isoladamente. Nos veremos por lá!
Resumo
Em 1869, Mendeleev desenvolveu uma Tabela com os elementos dispostos de acordo com as suas massas,
revelando a periodicidade de suas propriedades, ou seja, certas propriedades dos elementos repetiam-se
É a partir do trabalho de Moseley e a determinação do número atômico do átomo que a Tabela Periódica
passa a ser escrita em ordem crescente do número atômico.
A Tabela Periódica atual é uma importante fonte de consulta. Ela não só apresenta o número atômico, sím-
bolo e nome de todos os elementos químicos conhecidos, como apresenta propriedades físicas e químicas
desses elementos, além da classificação como metais e não metais, e, em alguns casos, a distribuição ele-
Você também deve saber localizar um elemento químico, ou seja, determinar o período (as linhas horizon-
tais) e o Grupo ou Família (as linhas verticais) onde ele está colocado na Tabela Periódica.
Alguns grupos recebem nomes especiais, como: os metais alcalinos (Grupo 1), metais alcalinos terrosos
(Grupo 2), Calcogênios (Grupo 16), Halogênios (Grupo 17) e Gases Nobres (Grupo 18).
Podemos obter alguns dados interessantes sobre a distribuição eletrônica de um elemento químico em fun-
ção de sua localização da Tabela Periódica: os períodos indicam o número de camadas existentes nos átomos
daquele elemento químicos e todos de um mesmo Grupo, de uma forma geral, possuem a mesma quantida-
de de elétrons em sua última camada, justificando o fato de terem propriedades químicas semelhantes.
406
Veja ainda!
Quer aprender um pouquinho mais sobre a classificação de substâncias simples e compostas? Então acesse a
animação: http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/software/objetos/T2-08/T2-08-sw-a1/Condigital.html
Outra boa pedida é: tabela Periódica: o mundo em 114 blocos! Este é o título de um infográfico da revista Veja
da-tabela-periodica.
Referências
MORTINER, E.F.; MACHADO. A.H. Química, 1: ensino médio (ou será Química para o ensi-
no médio). 1ª edição, Scipione , São Paulo, 2010, 288 p.
MÓL. G.S.; SANTOS, W.L.P. Química cidadã: materiais, substâncias, constituintes, química
ambiental e suas implicações sociais, volume 1. 1ª edição, Nova Geração, São Paulo, 2010.
175p.
Atividade 1
mais sobre a origem da Tabela Periódica. Acesse o link sugerido ou pesquise em outras
fontes de consulta.
Atividade 2
é líquido.
Quer saber um pouco mais sobre esses dois elementos. Veja os vídeos disponíveis em
408
Atividade 3
Silício (14Si) 3° 14
Bromo (35Br) 4° 17
Tungstênio (74W) 6° 6
Atividade 4
2° 9
F 2 7
3° 17
Cl 2 8 7
4° 35
Br 2 8 18 7
5° 53
I 2 8 18 18 7
6° At
85
2 8 18 32 18 7
410
O que perguntam por aí?
Questão 1
(UERJ 2012)
Segundo pesquisas recentes, há uma bactéria que parece ser capaz de substitr o fósforo por arsênio, em seu
DNA. Uma semelhança entre as estruturas atômicas desses elementos químicos que possibilita essa substituição é:
a. número de elétrons;
Resposta: Letra D
Comentário: Uma semelhança entre as estruturas atômicas desses elementos químicos que possibilita essa
substituição é o fato de pertencerem à mesma família ou grupo da Tabela Periódica (VA ou 15) e apresentarem a mes-
Questão 2
(UERJ 2002)
A tabela de Mendeleiev, ao ser apresentada à Sociedade Russa de Química, possuía espaços em branco, reser-
Dois dos elementos, então representados pelos espaços em branco, hoje são conhecidos como gálio (Ga) e
germânio (Ge).
Mendeleiev havia previsto, em seu trabalho original, que tais elementos teriam propriedades químicas seme-
lhantes, respectivamente, a:
Resposta: Letra B
Comentário: Já que são, respectivamente, do mesmo Grupo da Tabela Periódica do gálio (Ga) e do germânio (Ge).
Questão 3
(UFRJ 2003)
O carbono apresenta diferentes formas cristalinas alotrópicas. O diamante, de ocorrência natural rara, tem a
mesma estrutura cristalina do silício e do germânio, os quais podem ser empregados na fabricação de dispositivos
semicondutores. Recentemente, foi descoberto como produzir diamante com pureza suficiente para, também, ser
Identifique, entre os três elementos químicos mencionados, aquele que pertence ao terceiro período da tabela
periódica. Escreva seu símbolo e o número total de elétrons do seu nível mais energético.
412
CADERNO DE ESTUDOS
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Anexo 1 • Volume 2 • Módulo 2 • Química
Lista de exercícios
Aqui estamos disponibilizando uma lista com exercícios para você testar seus novos conhecimentos. Os exer-
Lembre-se, praticar é uma das melhores maneiras de aprender. As respostas você encontrará ao final, mas dei-
xe para consultá-las apenas depois de resolver os desafios. Mas não deixe de tentar, ok? Mãos à obra!
1 - (ENEM 2003)
Os acidentes de trânsito, no Brasil, em sua maior parte são causados por erro do motorista. Em boa parte deles,
o motivo é o fato de dirigir após o consumo de bebida alcoólica. A ingestão de uma lata de cerveja provoca uma con-
A tabela a seguir mostra os efeitos sobre o corpo humano, provocados por bebidas alcoólicas em função de
Uma pessoa que tenha tomado três latas de cerveja provavelmente apresenta:
2 - (ENEM 2003)
O botulismo, intoxicação alimentar que pode levar à morte, é causado por toxinas produzidas por certas bac-
térias, cuja reprodução ocorre nas seguintes condições: é inibida por pH inferior a 4,5 (meio ácido), temperaturas
próximas a 100ºC, concentrações de sal superiores a 10% e presença de nitritos e nitratos como aditivos.
A ocorrência de casos recentes de botulismo em consumidores de palmito em conserva levou a Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a implementar normas para a fabricação e comercialização do produto.
As informações do rótulo que têm relação com as medidas contra o botulismo estão contidas em:
a. II, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.
400
3 - (ENEM 2002)
A chuva em locais não poluídos é levemente ácida. Em locais onde os níveis de poluição são altos, os valores
do pH da chuva podem ficar abaixo de 5,5, recebendo, então, a denominação de chuva ácida. Este tipo de chuva
causa prejuízos nas mais diversas áreas: construção civil, agricultura, monumentos históricos, entre outras. A acidez
da chuva está relacionada ao pH da seguinte forma: concentração de íons hidrogênio = 10-pH , sendo que o pH pode
Ao realizar o monitoramento do pH da chuva em Campinas (SP), nos meses de março, abril e maio de 1998, um
centro de pesquisa coletou 21 amostras, das quais quatro têm seus valores mostrados na tabela:
a. I e II
b. II e IV.
c. I, II e IV.
d. I, III e IV.
A água sanitária é um agente desinfetante que contém a substância hipoclorito de sódio. A equação química
a seguir representa o equilíbrio do íon hipoclorito com o ácido hipocloroso, um agente desinfetante ainda mais efi-
ciente.
Em um processo de limpeza, quantidades iguais de água sanitária foram adicionadas a volumes iguais de líqui-
a. 1
b. 2
c. 3
d. 4
5 – (ENEM 2002)
Quando definem moléculas, os livros geralmente apresentam conceitos como: “a menor parte da substância
capaz de guardar suas propriedades”. A partir das definições desse tipo, a ideia transmitida ao estudante é a de que o
402
É como dizer que uma molécula de água possui densidade, pressão de vapor, tensão superficial, ponto de
fusão, ponto de ebulição etc. Tais propriedades pertencem ao conjunto, isto é, manifestam-se nas relações que as
O texto evidencia a chamada visão substancialista que ainda se encontra presente no ensino da Química. A
II. Uma substância “macia” não pode ser feita de moléculas “rígidas”.
III. Uma substância pura possui pontos de ebulição e fusão constantes, em virtude das interações entre suas
moléculas.
IV. A expansão dos objetos com a temperatura ocorre porque os átomos se expandem.
Dessas afirmativas, estão apoiadas na visão substancialista criticada pelo autor apenas:
a. I e II
b. III e IV
c. I, II e III.
d. I, II e IV
e. II, III e IV
6 - (ENEM 1999)
A gasolina é vendida por litro, mas em sua utilização como combustível, a massa é o que importa. Um aumento
da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da gasolina. Para diminuir os efeitos práticos dessa varia-
ção, os tanques dos postos de gasolina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos:
I. Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais quente do dia pois estaria comprando mais massa
II. Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria comprando mais massa de combustível para cada
litro.
a. I é correta.
b. II é correta.
c. III é correta.
d. I e II são corretas.
7 - (ENEM 1998)
A tabela a seguir registra a pressão atmosférica em diferentes altitudes, e o gráfico relaciona a pressão de vapor
404
Um líquido, num frasco aberto, entra em ebulição a partir do momento em que a sua pressão de vapor se igua-
la à pressão atmosférica. Assinale a opção correta, considerando a tabela, o gráfico e os dados apresentados, sobre as
seguintes cidades:
b. menor em Natal;
O amianto, conhecido também como asbesto, é um material constituído por fibras incombustíveis. É empre-
gado como matéria-prima na fabricação de materiais isolantes usados na construção civil, como fibrocimento. O uso
dessas fibras vem tendo queda desde a década de 1960, quando estudos confirmaram os efeitos cancerígenos desse
Entre seus componentes, além do SiO2, estão o óxido de magnésio (MgO) e o óxido de alumínio (Al2O3).
I. A ligação entre o magnésio e o oxigênio se dá por transferência de elétrons, sendo classificada como liga-
ção iônica.
III. Após a ligação entre os átomos de magnésio e oxigênio, há formação de um cátion Mg2+ e um ânion O2–.
Dados: Mg (Z = 12); O (Z = 8)
a. I.
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. I e III.
9 - (Covest-2004)
Compostos covalentes possuem, em geral, propriedades muito diferentes de compostos iônicos. Consideran-
406
1. São compostos de alto ponto de fusão.
10 - (Covest-1998)
A análise química de uma amostra de rocha do planeta Marte mostrou que a mesma é uma substância pura.
Se dois elementos “A” e “B” dessa amostra apresentam eletronegatividades (escala de Pauling) de 0,8 e de 3,0, respec-
a. Não existe ligação química entre os dois elementos da rocha, pois as eletronegatividades diferem bas-
tante.
Dê nomes às reações (reação de síntese, decomposição, simples troca ou dupla troca), de acordo com os rea-
a) Zn + Pb(NO3)2 → Zn(NO3)2 + Pb
c) 2 NaNO3 → 2 NaNO2 + O2
d) N2 + 3 H2 → 2 NH3
12 - (UFLA)
1ª coluna 2ª coluna
( ) Dupla troca
I. CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)
( ) Oxidorredução
II. HCl(aq) + AgNO3(aq) → AgCl(s) + HNO3(aq)
( ) Decomposição
III. N2(g) + O2(g) → 2NO(g)
( ) Síntese
Assinale a alternativa que apresenta a associação na ordem CORRETA de classificação das reações.
a. I; III; II; I
d. I; II; III; II
408
13 – (Ufscar 2007)
No dia a dia, estamos em contato com diferentes tipos de substâncias químicas como vinagre, produtos de
limpeza pesada à base de amoníaco, água sanitária, lava-louças. Esses produtos são exemplos, respectivamente, de:
14 - (UFRJ-2002)
Usando o diagrama de solubilidade, determine a quantidade (em mols) de sal que precipita quando são adi-
Uma mistura constituída de 45 g de cloreto de sódio e 100 mL de água, contida em um balão e inicialmente a
20ºC, foi submetida à destilação simples, sob pressão de 700 mm Hg, até que fossem recolhidos 50 mL de destilado.
b. Qual a massa de cloreto de sódio que está dissolvida, a 20ºC, após terem sido recolhidos 50L de desti-
lado? Justifique.
c. A temperatura de ebulição durante a destilação era igual, maior ou menor que 97,4ºC? Justifique.
16 - (UNICAMP-SP)
À temperatura ambiente, o cloreto de sódio (NaCl) é sólido e o cloreto de hidrogênio (HCl) é um gás. Essas duas
410
a. Por que, no estado líquido, o NaCl é um bom condutor de eletricidade, enquanto no estado sólido não
é?
17 - (UNICAMP-SP)
A irrigação artificial do solo pode ser feita de várias maneiras. A água utilizada para a irrigação é proveniente de
lagos ou rios e contém pequenas quantidades de sais dissolvidos. Sabe-se, desde a mais remota antiguidade, que a
irrigação artificial intensa pode levar à salinização do solo, tornando-o infértil, principalmente em locais onde há pou-
cas chuvas. Em regiões onde chove regularmente, de modo a não ser necessária a irrigação, a salinização não ocorre.
18 - (Vunesp-2003)
No descarte de embalagens de produtos químicos, é importante que elas contenham o mínimo possível de
resíduos, evitando ou minimizando consequências indesejáveis. Sabendo que, depois de utilizadas em cada embala-
gem de 1 litro de NaOH sólido restam 4 gramas do produto, considere os seguintes procedimentos:
b. Considerando que, após cada lavagem, restam 0,005 L de solução no frasco, determine a concentração
de NaOH, em mol/L, na solução resultante da segunda lavagem da embalagem II e responda: qual dos
aquáticos. Uma das fontes de oxigênio em águas naturais é a dissolução do oxigênio proveniente do ar atmosférico.
Esse processo de dissolução leva a uma concentração máxima de oxigênio na água igual a 8,7mg/L, a 25ºC e 1atm.
Um dos fatores que reduz a concentração de oxigênio na água é a degradação de matéria orgânica. Essa redução
pode ter sérias consequências - como a mortandade de peixes, que só sobrevivem quando a concentração de oxigê-
a. Calcule a massa de oxigênio dissolvido em um aquário que contém 52 litros de água saturada com
b. Calcule a massa de oxigênio que pode ser consumida no aquário descrito, no item 1 desta questão, para
Calcule a maior massa de glicose que pode ser adicionada ao mesmo aquário, para que, após completa decom-
20 - (FUC – MT)
a. F
b. Cl
c. Br
d. I
e. At
412
21- (UFPE)
1. “ O reflexo da luz nas águas onduladas pelos ventos lembrava-lhe os cabelos de seu amado”.
3. “Desolado, observava o gelo derretendo em seu copo e ironicamente comparava-o ao seu coração.”
4. “Com o passar dos tempos começou a sentir-se como a velha tesoura enferrujando no fundo da gaveta.”
a. 1 e 2
b. 2 e 3
c. 3 e 4
d. 2 e 4
e. 1 e 3
Questão 1
Gabarito: A
Comentário: Se uma lata leva a uma concentração de 0,3 g/L, então três latas levarão ao triplo desta concen-
tração: 3 x 0,3 g/L = 0,9 g/L. Olhando na tabela, vemos que o indivíduo poderá apresentar os efeitos das três primeiras
linhas da tabela.
Questão 2
Gabarito: C
Comentário: Veja que, na informação 1, é dito que a presença de sal é superior a 10%, bem como, a existência
de ácido cítrico (para aumentar a acidez). Esses ingredientes, como nos disse o enunciado do problema, inibem a
Questão 3
Gabarito: E
Comentário:
I. Quanto maior o pH menor é a acidez. A 6ª amostra tem pH = 4, enquanto, a 14ª amostra tem pH = 6. Por-
II. A 18ª tem o maior pH, por isso ela é a menos ácida. Na verdade, uma substância com pH = 7 não é conside-
III. Sim. A 8ª amostra tem pH = 5 e a 14ª pH = 6. O enunciado do problema nos diz que a fórmula da concentra-
1
8ª amostra = 10 −5 =
100.000
−6 1
14ª amostra = 10 =
100.000.000
IV. O enunciado diz que a chuva só é considerada ácida quando seu pH é menor que 5,5. Portanto, somente as
Questão 4
Gabarito: A
Comentário: Quanto maior o pH do líquido ao qual foi adicionada água sanitária, maior será a concentração
de OH-. O aumento da concentração de OH- desloca o equilíbrio da reação no sentido de consumir esse íon (sentido
inverso) e, em conseqüência, de consumir também o HCℓO. Logo, o líquido de menor valor de pH é o que tem a maior
Questão 5
Gabarito: D
características dos átomos que as compõem, exatamente como diz a visão substancialista. Já a afirmativa IV explica a
característica da substância a partir da interação de suas moléculas, ou seja, não está baseada nas características dos
átomos componentes.
Questão 6
Gabarito: E
Comentário:
I. O mais importante é a quantidade de gasolina, portanto, o que interessa é a massa. Se você compra um litro
de gasolina quente, ela estará com o volume aumentado e, em um mesmo volume, haveria menos massa.
II. Agora se você comprar a gasolina com a temperatura mais baixa, o volume é menor, ou seja, ela estará mais
concentrada e, em um mesmo volume, haverá mais massa. Neste caso, sim, é vantajoso comprar.
III. O quilo é a medida de massa, e independe do volume. Usando o quilo, portanto, você está comprando o
416
Questão 7
Gabarito: C
Comentário: A pressão atmosférica é a pressão exercida pela camada de moléculas de ar sobre qualquer su-
perfície, inclusive sobre nós, ou seja, é a força exercida pelo ar sobre todas as coisas. Se essa força aumenta em um
Sendo assim, a pressão diminui com a altura, pois a quantidade de ar sobre um lugar alto é menor. Neste caso,
fica mais fácil para a água espalhar, pois ao passar do estado líquido para o gasoso, as moléculas se afastam. Assim,
quanto maior a altitude, menor é a temperatura de ebulição. É isso que as tabelas do enunciado mostram. Por isso, a
água ferve mais rápido (temperatura de ebulição menor) no Pico da Neblina (mais alto) que em Natal ou Campos do
Questão 8
Gabarito: E
Comentário:
I. A diferença de eletronegatividade entre os dois átomos é 2,3 (Mg = 1,2 e O = 3,5). Sendo assim, a ligação
possui 74% de caráter iônico, ou seja, é uma ligação iônica.
II. O problema nos informa dos números atômicos (Z) do Mg e do O, a partir daí é possível montar suas distri-
buições eletrônicas.
Mg - 1s² 2s² 2p6 3s². Na sua camada de valência existem 2 elétrons (3s), que são perdidos, ficando com a confi-
O - 1s² 2s² 2p4. Na sua camada de valência existem 4 elétrons, mas pode chegar a 6 (2p), portanto, ele recebe 2
elétrons e também fica com a mesma configuração do gás Ne.
III. Correta, pois como vimos no item II, o Mg perde 2 elétrons e vira Mg+2; enquanto o O ganha 2 elétrons,
virando O-2.
Questão 9
Gabarito: C
Gabarito: B
Comentário: O elemento A tem baixo valor de eletronegatividade, está à esquerda da tabela periódica e é,
portanto, um metal. Já o elemento B tem alto valor de eletronegatividade, está à direita da tabela sendo um ametal.
Questão 11
Comentário:
a. A equação acima se refere a uma reação de simples troca (ou deslocamento): uma substância simples
(Zn) reagiu com uma composta Pb(NO3)2 e originou uma nova substância simples (Pb) e outra composta
Zn(NO3)2.
b. Reação de dupla troca: duas substâncias compostas reagiram entre si, originando duas novas substân-
cias compostas.
c. Reação de decomposição (ou análise): uma única substância (NaNO3) originou dois produtos.
d. Reação de síntese (ou adição): duas substâncias originaram um único produto (NH3).
Questão 12
Gabarito: C
Questão 13
Gabarito: B
Questão 14
418
Questão 15
Comentário:
a.
b.
c. Quando um solvente contém partículas dispersas, o seu ponto de ebulição aumenta (ebuliometria).
Como o ponto de ebulição da água pura a 700 mmHg é 97,4°C, o ponto de ebulição da água na solução
é maior.
Questão 16
Comentário:
a. No estado sólido, os íons estão presos no retículo cristalino. No estado líquido, existem íons livres.
b. Porque no estado líquido o HCl é molecular, portanto, não existem íons livres.
Questão 17
Comentário:
a. As águas dos rios e lagos contêm sais dissolvidos. Com a evaporação da água, os sais permanecem no
solo.
Questão 18
Comentário:
x ______ 4g
x= 0,1 mol
Cálculo da concentração da solução resultante da lavagem da embalagem I (vamos admitir o volume da solu-
M = 0,1 mol/ 1L
Cálculo da concentração da solução resultante da segunda lavagem (diluição da solução) da embalagem II.
M1 x V1 = M2 x V2
O procedimento usado na embalagem II é mais eficiente porque teremos uma solução final com menor con-
centração de NaOH.
M2 = 0,002 mol/L
Questão 19
Comentário:
420
a.
x mg ______ 52L
x = 452mg de O2
b.
m ______ 52 L
c.
m ______ x 10-3g
m = 0,18 g de C6H12O6
Questão 20
Gabarito: A
mais eletropositivo.
Questão 21
Gabarito: D
Comentário: O Item 1 fala apenas de um reflexo, que é um fenômeno físico, em que não ocorre nenhuma
transformação química. O mesmo ocorre também no Item 3, que trata de uma mudança de estado físico.
www.visaoedu.com.br
Como os
compostos
químicos são
formados
Para início de conversa...
nes, dentre outros. Muitas vezes, ele é usado para acentuar o sabor ou até mes-
Como toda substância química que vai à mesa, o sal de cozinha também
selha um consumo máximo diário de 6 gramas de sal, ou uma colher de chá, para
uma pessoa adulta. E essa precaução deve ser ainda maior com aquelas pessoas
tensão. Ela é uma doença agravada, por exemplo, pelo hábito alimentar não
picos de pressão arterial acima do normal e, muitas vezes, não pode ingerir
nenhuma quantidade de sal, pois este elevaria ainda mais a pressão, provocan-
já na infância.
Para se levar uma vida saudável, o ideal é fazer uma alimentação rica em frutas e vegetais, e evitar alimentos
com excesso de gordura. Deve-se também reduzir o consumo de alimentos com grande quantidade de sal embutido
O sal de cozinha é uma mistura de várias substâncias, sendo que a principal delas é o cloreto de sódio (NaCℓ).
Este é formado pela combinação de dois elementos altamente reativos: o sódio e o cloro! Eles são tão reativos que se
fossem ingeridos separadamente poderiam matar qualquer pessoa. Porém, o cloreto de sódio, em pequenas quanti-
Figura 1: O sal é usado como tempero em sua cozinha. Mas ele é retirado de lagos salgados, como na figura, e refinado até che-
gar à sua mesa. Em sua composição há dois importantes elementos, muito reativos, que se ligam entre si: o sódio e o cloro.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/975791 - Diana Myrndorff
Mas como e por que a combinação de dois elementos altamente reativos dá origem a uma substância tão estável?
Objetivos de aprendizagem
Identificar as combinações entre os átomos.
260
Seção 1
Reatividade dos elementos
Como você pôde observar no exemplo do cloro e do sódio, os elementos químicos têm a capacidade de se
ligar. Mas será que existem átomos de elementos que não se combinam?
Quase todos os elementos químicos podem se combinar, por meio de uma transformação química, ou seja,
uma reação. Porém alguns são tão estáveis (difíceis de reagir) que os consideramos elementos inertes. Esses elemen-
tos são usualmente representados pelos gases nobres. E, justamente pelo fato de raramente se combinarem, esses
Elementos inertes
São elementos que reagem com dificuldade ou não reagem de modo algum com outros elementos.
Um fato muito importante a ser considerado é que, quando um elemento sofre uma transformação da matéria,
ocorre uma alteração no número de elétrons que ele possui em sua eletrosfera. Uma transformação da matéria faz com
Por isso, no estudo das transformações da matéria, daremos atenção especial aos elétrons dos átomos envol-
Comparemos a distribuição eletrônica de um gás nobre (inerte) com a de outro elemento qualquer. Vamos
tomar como exemplos o neônio (gás nobre) e o sódio, respectivamente com 10 e 11 elétrons (Figura 2).
Figura 2: a) Distribuição eletrônica do neônio, que apresenta 8 elétrons na última camada (L). b) Distribuição eletrônica do
sódio, o qual apresenta 1 elétron na última camada (M).
Fonte: Marcus André
nio ser um elemento inerte e o Sódio não? Bom, para isso, é melhor tomarmos outro exemplo.
Figura 3: a) distribuição eletrônica do cloro apresenta 7 elétrons na última camada (M). b) distribuição eletrônica do Argônio
apresenta 8 elétrons na última camada (M).
Fonte: Marcus André
Nas duas comparações, colocamos sempre um gás nobre junto a um elemento não inerte. Será que a partir
delas veremos alguma diferença na distribuição eletrônica que indique porque os gases nobres são praticamente
inertes?
Verifique nas Figuras 2 e 3 o número de elétrons na última camada de cada átomo e observe a Tabela 1:
Tabela 1: Comparação entre o número de elétrons da camada mais externa e a reatividade dos átomos.
Sódio 1 Reativo
Cloro 7 Reativo
Talvez esteja aqui a resposta. Os gases nobres são estáveis (praticamente inertes), pois possuem a última
E os outros elementos que não possuem os oito elétrons na última camada? Por que eles reagem (combinam-se)?
262
Os átomos desses elementos ligam-se uns aos outros, através da perda, ganho ou compartilhamento de elé-
trons, para adquirir estabilidade, ou seja, a última camada semelhante à de um gás nobre.
Chamamos essa busca por distribuições eletrônicas idênticas às dos gases nobres de regra do octeto.
A regra do octeto diz que para um átomo alcançar a estabilidade, ele deve possuir, em sua camada
mais externa, oito elétrons, ou dois quando há apenas uma camada. Os gases nobres são ditos inertes
(estáveis), pois possuem tal configuração eletrônica.
Seção 2
Ligação iônica
O sódio (Na) e o cloro (Cℓ) não são estáveis, pois não possuem oito elétrons na última camada. Eles possuem 1
Quando reagem, o sódio cede um elétron para o cloro. Temos, então, a formação do cloreto de sódio (NaCℓ).
Figura 4: a) O sódio apresenta 8 elétrons na última camada (L) após ceder 1 elétron para o cloro. b) O cloro apresenta 8 elé-
trons na última camada (M) após receber 1 elétron do Sódio.
Fonte: Marcus André
O sódio cedeu o elétron da última camada. Agora, sua última camada é a L, que está com oito elétrons. O cloro tam-
bém se torna mais estável quimicamente, pois, após a transformação, também fica com oito elétrons na última camada.
combinações. Nele, um elemento cede um ou mais elétrons a outro e os dois permanecem juntos, formando os íons
Você estudou na Unidade “Caminhando pela estrada que investiga do quê somos feitos” que o elétron possui
carga negativa e os átomos, antes de se combinarem, possuíam carga neutra (zero), lembra-se? Pois então, quando o
sódio cede um elétron, ele fica positivo (Na+), chamado de sódio; já o cloro, que recebe um elétron, torna-se negativo
(Cℓ-), chamado de cloreto.
As cargas elétricas contrárias atraem-se; portanto, após a transferência de elétrons, ocorrida na reação, o sódio
Inicialmente, um átomo transforma-se, cedendo elétron(s) para outro, para que possam ficar quimicamente mais
estáveis. Então, quem doa elétrons adquire carga positiva (mais prótons do que elétrons), passando a ser um cátion.
Em contrapartida, o átomo que os recebe adquire carga negativa (mais elétrons que prótons) passando a ser um ânion.
Chamamos esse tipo de ligação, resultante da transferência de um ou mais elétrons, de ligação iônica.
As espécies positiva e negativa se atraem e elas permanecem juntas, formando uma nova substância. No caso
do cloreto de sódio, os íons Na+ e Cℓ- estão juntos quando o composto está no estado sólido. Como os íons envolvidos
no processo “ficaram juntos”, dizemos que estão ligados. No caso do NaCℓ, cada cátion Na+ é cercado por 6 ânions
Retículo cristalino
É uma rede formada pela distribuição, de forma geométrica, dos átomos em materiais sólidos, como é o caso, por exemplo, dos
cristais do nosso sal de cozinha (Figura 5). Essa distribuição é resultante do balanço entre as forças de atração e repulsão que
acaba por definir a disposição final dos íons nessa rede, bem como a distância entre eles.
264
Figura 5: Microscopicamente, podemos observar que uma pedra de sal é formada por retículos cristalinos do cloreto de sódio.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/913569 - Bruno Sersocima
Desse modo, os compostos iônicos não são formados por moléculas individuais. Quando escrevemos NaCℓ
para designar o cloreto de sódio, estamos apenas indicando que, nos cristais desse composto, a relação sódio: cloro é
Uma regra pode ser usada para identificar uma ligação iônica: ela se dá entre um metal (doador de elétrons) e
elevadas temperaturas de fusão e ebulição; sendo assim, são sólidos à temperatura ambiente (25ºC). O clo-
reto de sódio (NaCℓ), por exemplo, a nível do mar, apresenta temperatura de fusão de 801ºC e temperatura
de ebulição de 1465ºC;
condutividade elétrica. Essa característica dá-se apenas quando o composto está na fase líquida ou em
solução aquosa, pois nas duas situações os íons estão livres (separados). Os íons em movimento passam a
Figura 6: Condutividade elétrica do cloreto de sódio. a) No NaCℓ sólido, os íons não possuem mobilidade, sendo assim, não
conduz corrente elétrica. b) Na solução aquosa de NaCℓ, os íons possuem mobilidade, sendo assim, conduz corrente elétrica.
266
Seção 3
Ligação covalente
No gás cloro (Cℓ2), existe a combinação de dois átomos, no entanto eles são iguais. Se os elementos são iguais,
Para ficarem estáveis, segundo a regra do octeto, os dois átomos de cloro devem ganhar apenas um elétron
cada. No entanto, se qualquer um dos átomos perder elétrons para o outro, não ficará estável. Sendo assim, como
Nesse caso, dois átomos aproximam-se e compartilham os elétrons necessários para completar os seus octetos
em suas eletrosferas. Vamos ver como isso acontece na formação da molécula de gás cloro.
O átomo de cloro precisa de apenas mais um elétron para ter oito elétrons em sua camada de valência. Então,
Figura 8: A figura mostra os elétrons (bolinhas azuis) na última camada. Constate que, ao final (lado direito da seta), os dois
átomos de cloro estão compartilhando 2 elétrons, totalizando oito elétrons em sua última camada.
Fonte: Marcus André
ligação covalente. Nesse caso, diferente da ligação iônica, os átomos não são positivos ou negativos, pois não há per-
da ou ganho de elétrons.
do molécula.
do número de elétrons que ele dispõe em sua última camada para formar outros pares;
Tabela 2: Comportamento dos ametais de cada grupo em termos de ligações covalentes , de acordo com a regra do octeto.
17ou 7A 7 1 1
16 ou 6A 6 2 2
15 ou 5A 5 3 3
14 ou 4A 4 4 4
Os átomos de hidrogênio possuem um elétron na última camada e precisam de mais um elétron para ficarem
estáveis. Os átomos de oxigênio (grupo 16 ou 6A) têm seis elétrons na última camada e, portanto, precisam de mais
dois elétrons para ficarem estáveis. A Figura 9 mostra o compartilhamento de elétrons entre os átomos de hidrogênio
Figura 9: O compartilhamento de um par de elétrons entre um átomo de oxigênio e um de hidrogênio satisfaz este último, mas
o oxigênio necessita de outro elétron para ficar estável. Então, é necessário, outro átomo de hidrogênio. Temos, portanto, o
compartilhamento de elétrons do átomo de oxigênio com dois átomos de hidrogênio, formando duas ligações covalentes.
Fonte: Marcus André
268
Nas ligações covalentes, usamos uma fórmula mais simples para representar as moléculas: cada par de elétrons
compartilhados entre dois átomos são substituídos por barras e os elétrons não compartilhados não são representa-
dos, como indica a fórmula da molécula de água abaixo (Figura 10). Esta indica como os átomos estão arranjados nas
Figura 10: A fórmula estrutural da molécula de água mostra as ligações covalentes (cada barra é igual a uma ligação cova-
lente) entre os átomos de hidrogênio e o átomo de oxigênio. A água é uma molécula angular, ou seja, as ligações entre os
hidrogênios e o oxigênio formam sempre o mesmo ângulo. Isso ocorre devido aos elétrons existentes na camada de valência
dos átomos, que se repelem produzindo o que chamamos de geometria molecular.
Uma regra pode ser usada para uma ligação covalente. Ela se dá entre ametais (ametal - ametal), um ametal e
não conduzem corrente elétrica, quando puros em nenhum estado físico. Mas são capazes de conduzir
professor Beakman ensinava como reproduzir experiências científicas em casa e tinha uma
com a seguinte pergunta: Será que a água salgada conduz corrente elétrica?
Para fazer o experimento, Beakman usou uma bateria, fios condutores de eletricida-
Experência 1
Ao colocar os fios condutores na água com sal (NaCℓ + H2O), Beakman verificou que
a lâmpada acendeu, concluindo que a mistura de água e sal conduz corrente elétrica.
Mas para concluir que apenas a mistura de água e sal conduz corrente elétrica, Be-
270
Experência 2
Ao colocar os fios condutores no sal “puro” (NaCℓ ), Beakman verificou que a lâmpa-
da não acendeu, concluindo que o sal não conduz corrente elétrica, no estado sólido.
Experência 3
também não acendeu, concluindo que a água também não conduz corrente elétrica.
watch?v=YwJZmOEgF8w
Após os experimentos, Beakman pôde afirmar que apenas a mistura de água e sal
Como vimos, alguns elementos possuem tendência a ganhar elétrons (ametais) e outros tendem a perdê-los
(metais).
Linus Pauling, um importante químico, fez uma escala de eletronegatividade com objetivo de quantificar essa
tendência. A eletronegatividade é definida como a tendência do átomo atrair elétrons para perto de si, quando se liga
Tabela 3: A escala eletronegatividade mostra que o Flúor (F), é o elemento mais eletronegativo, ou seja, possui maior ten-
dência de atrair elétrons.
Elementos F O Cℓ N C H Ca Na Fr
Eletronegatividade 3,98 3,44 3,16 3,04 2,55 2,20 1,00 0,93 0,70
Uma decorrência importante do estudo da eletronegatividade dos elementos é que, em função da diferença
de eletronegatividade entre os átomos que estabelecem uma ligação, podemos classificá-las em:
Diferença de eletronegatividade maior que zero e menor que 1,7 → ligação covalente polar.
Com aumento da diferença de eletronegatividade entre os átomos, o caráter da ligação passará de 100% covalente
(diferença de eletronegatividade entre dois átomos igual a zero) para covalente polar até chegar a acentuadamente iônico.
272
Diferença de eletronegatividade entre os átomos
N2
HCℓ
Seção 5
Ligação metálica
Se um pedaço de metal é conectado aos polos de uma bateria, ocorre um fluxo de elétrons, ou seja, uma corrente
elétrica. A consideração de que a corrente elétrica é um fluxo de elétrons, levou os cientistas a estabelecerem um modelo
de ligação de natureza elétrica, baseado na atração dos íons positivos (cátions do metal) e dos elétrons livres.
Normalmente, os átomos dos metais têm de 1 a 3 elétrons na última camada eletrônica; essa camada está nor-
malmente afastada do núcleo. Quando os átomos dos metais ligam-se entre si, os elétrons escapam facilmente dos
átomos e transitam livremente pelo metal. Desse modo, os átomos que perdem elétrons transformam-se em cátions.
Concluindo, podemos dizer que, o metal seria um aglomerado de cátions, mergulhados em uma nuvem (ou
mar) de elétrons livres (Figura 11). Assim, a “nuvem” de elétrons funcionaria como uma ligação metálica, mantendo
os átomos unidos.
Ligas metálicas
São matérias com propriedades metálicas que contêm dois ou mais elementos químicos.
Exemplos:
- Aço → constituído por Fe e C, sendo que, o aço inox é constituído por Fe, C, Cr e Ni.
Posso apostar que, a partir desta aula, você começará a olhar o mundo a sua volta de outro jeito. Imaginar que
estamos cercados por partículas que podem interagir umas com as outras e, ainda por cima, formar novos compostos
muda nossa perspectiva, não é verdade? Isso também intrigou os químicos e, por esse motivo, eles se dedicaram a
estudar o que está por trás dessas ligações que chamamos de reações químicas. Você também irá conhecê-las, mas
274
Resumo
Quadro comparativo entre os compostos iônicos, moleculares e metálicos:
Veja ainda!
A animação mostra a estrutura do cloreto de sódio, a dissolução do sal em água e a condução de corrente
elétrica.
http://www.quimica.net/emiliano/dissolucao-nacl.html
Referências
FELTRE, Ricardo. Química volume 1 – Química Geral. São Paulo, Editora Moderna, 2009.
REIS, Martha. Ciências, Tecnologia & Sociedade. São Paulo, FTD, 2001.
Atividade 1
A água salgada (experiência 1) conduz corrente elétrica, pois os íons estão livres
(separados). Tais íons em movimento passam a ser responsáveis pela condutividade elé-
trica. Nos casos das experiências com o sal no estado sólido (experiência 2) e com a água
Atividade 2
276
O que perguntam por aí?
Questão 1 (UFMG 2005)
Nas Figuras 1 e 2, estão representados dois sólidos cristalinos, sem defeitos, que exibem dois tipos diferentes
de ligação química:
Resposta: Letra b
Comentário: A figura I mostra uma “nuvem de elétrons”, ou seja, os elétrons são livres para movimentar-se,
A tabela apresenta algumas propriedades medidas, sob condições experimentais adequadas, dos compostos
X, Y e Z.
Resposta: Letra d
O composto X não conduz corrente elétrica na fase sólida nem na fase líquida, o que caracteriza ser um
composto covalente;
O composto Y conduz corrente elétrica na fase sólida e na fase líquida, o que caracteriza ser um composto
metálico;
O composto Z não conduz corrente elétrica na fase sólida, mas conduz na fase líquida, o que caracteriza ser
um composto iônico.
Alguns materiais, quando submetidos a baixas temperaturas, podem apresentar supercondutividade, isto é,
278
um fenômeno em que a resistência elétrica iguala-se a zero. Um material com essa característica é uma cerâmica que
Disponha os óxidos HgO, CaO, BaO e CuO em ordem crescente de caráter covalente das suas ligações. Justifi-
Dados:
Resposta comentada: Quanto maior a diferença das eletronegatividades dos elementos que compõem cada
Desta forma, a disposição dos compostos, de acordo com o critério solicitado, é: BaO< CaO < CuO < HgO
Questão 4 (PUC-MG)
Resposta: Letra c
Questão 5 (UFMG)
Leia o texto a seguir. Esse texto, apesar de conter vários erros conceituais, faz parte de matéria publicada em
“Jogue um punhado de sal grosso numa calçada coberta de gelo (comum em países muito frios no inverno, por
Sabemos, no entanto, que o sal não é quente. Na verdade, o sal gelado causaria o mesmo efeito. Como o gelo
derrete? A resposta está na Química. Em estado líquido, as moléculas de água estão em movimento. Mas quando a
Um pedaço de gelo sempre tem moléculas passando de um estado para o outro. Se você pudesse ver cada
molécula de água, veria dois átomos de hidrogênio ligados a um de oxigênio, formando um triângulo. Por causa da
Cada molécula de sal é formada por átomos de sódio e cloro interligados. Quando sal grosso é jogado no gelo,
ocorre uma reação imediata. Uma molécula de sal normal não tem carga elétrica, mas quando se separa uma molécu-
la de sal, os átomos liberados ficam eletricamente carregados (átomos carregados são chamados de íons).
Moléculas de água são eletricamente atraídas por íons. Por isso, grupos de moléculas de água que ainda estão
em estado líquido começam a se aglomerar em torno dos íons sódio e cloro. Enquanto isso, as outras moléculas de
água libertam-se do gelo e também ficam em volta dos átomos de sódio e cloro.
Resposta:
a. Molécula de Sal.
280
b. O sal, por ser iônico, não forma molécula; os íons agrupam-se, formando cristais.
Comentário: O sal em questão é formado pelos elementos sódio e cloro, ou seja, metal + ametal. Então o sal é
um composto iônico e não uma molécula (molécula = composto formado por apenas ligações covalentes).
www.visaoedu.com.br
Transformando
a matéria – as
reações químicas
Você sabe o que ocorre no nosso organismo, quando fazemos uma ativi-
dade física?
mento, dado por um atleta: “Aprendi que uma alimentação balanceada é funda-
mental para melhorar meu desempenho e ter uma vida saudável. E ela está direta-
mente relacionada às reações químicas que ocorrem dentro de mim, pois são elas
que me movem.”.
elementos químicos. É tal combinação que proporciona o funcionamento do nosso organismo, o qual depende de
Mas espere um pouco! Você sabe o que é uma transformação química? Não!?!? Não se preocupe, pois este é o
Objetivos de aprendizagem
Reconhecer as reações químicas que acontecem ao seu redor.
284
Seção 1
Afinal, o que é uma transformação química?
Vá até a sua cozinha... Quantas misturas e transformações você realiza para dar gosto, aroma e aspecto visual
Na verdade, o mais simples preparo do alimento já envolve uma série de transformações. Qual a diferença, por
exemplo, entre o ovo cru e o ovo cozido? Ou a diferença de um delicioso pedaço de carne cozida para a crua? Ou a
Nesses três casos, podemos observar nitidamente uma mudança nas estruturas iniciais do ovo, da carne e da
massa do pão. Todas elas, como já apontado, são formadas por substâncias químicas que, com a intervenção do calor,
se transformaram em outras.
Portanto, uma simples receita contém todos os ingredientes necessários, além de todo um passo a passo, para
você fazer uma série de transformações químicas! Algumas delas darão origem, por exemplo, àquele delicioso doce,
como mostrado na Figura 2. Não seguir a receita, pode levá-lo a obter uma coisa não muito gostosa.
Figura 2: Que delícia... No laboratório químico, que é a sua cozinha, você pode criar maravilhas como essas!
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:CristinaGonzalez.jpg - Centurion249
Uma maneira bem simples de você reconhecer a ocorrência de uma transformação química é a observação de alte-
rações que ocorrem nas substâncias como um todo. Há várias evidências perceptíveis aos seus sentidos que indicam
Figura 3: Durante a preparação dos alimentos, podemos distinguir a ocorrência das transformações químicas em função
das modificações, ocorridas na matéria. Quando fazemos pães, observamos que os ingredientes iniciais, como o queijo e a
farinha, transformam-se em um delicioso e quentinho pão. Logo, podemos dizer que ocorreram transformações químicas
em função das modificações ocorridas.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1360961 - Ariel da Silva Parreira
Para melhor ilustrar tal questão, observe o que ocorre, quando você cozinha uma batata; os componentes do
sistema são batata crua e água. O estado inicial do sistema deve descrever a batata com textura sólida e consistente e
a água na temperatura ambiente. As condições seriam o aquecimento e o tempo de cozimento. E o estado final seria
No caso descrito, definitivamente houve uma reação química, pois houve a transformação da matéria. No
entanto, há algumas transformações onde ocorrem apenas mudanças no estado físico das substâncias químicas en-
Em uma transformação química, também chamada de reação química, um ou mais tipos de substâncias
transformam-se em uma nova – ou em várias novas – substâncias.
286
Sendo assim, como podemos reconhecer se, em um sistema, ocorre uma transformação química ou apenas
Vamos, para facilitar o entendimento, fazer uma atividade. Nela, você irá analisar algumas transformações, com
o objetivo de caracterizar os materiais antes e depois de sofrerem transformações, evidenciando ou não a ocorrência
de reações químicas.
os componentes do sistema;
Condições para a
Componentes do Estado inicial
Processo ocorrência da Estado final do sistema
sistema do sistema
transformação
Queima da gaso-
lina
A sublimação da
naftalina
Adição de compri-
mido efervescente
à água
Oxidação de um
prego
A formação do gelo (Figura 4) e a sublimação da naftalina são exemplos de transformações onde ocorre a mo-
dificação do estado físico e não a formação de novas substâncias. Neste caso, dizemos que houve uma transformação
física da matéria.
Nos outros casos, novos materiais são formados, ou seja, as características do sistema inicial foram alteradas,
indicando a ocorrência de uma transformação química. Se você teve alguma dificuldade para preencher a tabela,
Figura 4: A solidificação da água indica uma transformação física, pois a matéria continua a mesma: a água.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Estalactite_e_estalagmite_de_gelo.jpg?uselang=pt-br - gcardinal
Mas em determinadas transformações, não podemos ter certeza de que uma reação química ocorreu, baseada
apenas nessas evidências. Uma forma segura de comprovar a ocorrência da transformação é isolar as substâncias
produzidas e determinar as suas propriedades físicas. Algumas delas são a temperatura de fusão e de ebulição ou a
288
As evidências de uma transformação
química!
A ida a uma feira livre nos permite verificar a ocor-
rência de várias reações químicas. Quer saber como?
Como você estudou, a química possui uma linguagem especial: as substâncias são representadas por fórmulas.
Estas indicam os elementos constituintes por meio de símbolos e as quantidades de átomos através de índices.
Com as reações químicas ocorre o mesmo, para que sejam interpretadas universalmente, utilizamos os símbo-
Veja um exemplo:
Em uma churrasqueira, você utiliza a queima do carvão para assar a carne (Figura 5). Neste caso, o carvão (que
é formado por átomos de carbono - C) reage com o gás oxigênio (O2) presente no ar atmosférico, transformando-se
Primeiro, representam-se os ingredientes da transformação – chamados de reagentes - através dos seus sím-
bono (CO2):
Além disso, os estados físicos das substâncias podem ser indicados entre parênteses:
Lembre-se de que os reagentes de uma reação química devem aparecer antes da seta da transformação e os
reagentes → produtos
Figura 5: A queima do carvão. Na presença do gás oxigênio, contido no ar atmosférico, o carvão queima, produzindo gás
carbônico. Essa transformação química pode ser representada pela seguinte equação química: C(s) + O2(g) CO2(g)
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1000908 - Dariusz Chyla
290
As equações químicas podem nos apresentar outras informações importantes através da presença de
símbolos, colocados ao lado das substâncias. Eles podem ser:
• Os estados físicos das substâncias: sólido (s), líquido (l), gasoso (g) e vapor (v).
• A formação de um gás: ↑.
• A formação de um sólido: ↓.
A “leitura” de uma reação química fornece muitas informações importantes, como a proporção entre os átomos
e moléculas para a ocorrência da transformação. Observe a reação a seguir cuidadosamente, pause um momento a
Agora, vamos ver se você acertou ou chegou perto? Na equação, podemos ler que 1 átomo de carbono, no
estado sólido, reage com 1 molécula de gás oxigênio, produzindo 1 molécula de gás carbônico.
Repare que antes e após a reação química, os átomos são os mesmos. Eles só foram combinados de forma dife-
uma transformação química ou reação quími- A reação química é um rearranjo dos átomos;
ca, os átomos permanecem os mesmos, sendo logo, a quantidade de átomos presentes nos
reagentes é a mesma que a dos produtos.
apenas ligados de forma diferente.
Na queima do gás natural – gás metano (CH4) – na presença do gás oxigênio (O2), forma-se dióxido de carbono
(CO2) e vapor d’água (H2O). Nesta transformação, a energia liberada na forma de luz e calor indica a ocorrência de uma
Você reparou que agora apareceram números antes das fórmulas das substâncias?
292
Dessa forma, interprete-os assim: 1 molécula de gás metano reage com duas moléculas de gás oxigênio, pro-
duzindo 1 molécula de dióxido de carbono e 2 moléculas de água. Repare que, quando não vier número especificado
Os números colocados na frente das fórmulas, denominados “coeficientes”, fornecem a quantidade de molécu-
Lembre-se de que uma reação química representa o rearranjo dos átomos, por isso, a quantidade destes deve
ser a mesma antes e após a reação química. Perceba a importância dos coeficientes na Figura 8.
Esquema 1: a reação química com os coeficientes – repare que a quantidade dos átomos participantes é a
Esquema 2: a reação química sem os coeficientes – neste caso, as quantidades dos átomos são diferentes, o
Figura 8: Os esquemas de átomos em uma equação química com e sem os coeficientes, respectivamente. Da mesma forma
que em uma receita culinária aparecem a quantidade de xícaras e colheres de um dado ingrediente, nas equações químicas
representamos a proporção das substâncias de uma reação química, pelos coeficientes da equação. Abaixo das equações
químicas, veja uma representação esquemática dos átomos, a qual não possui escala e cujas cores são fantasiosas.
Autora: Andrea Borges
Represente esta reação através de uma equação química, sabendo que todas as substân-
cias estão no estado gasoso. Depois, faça a sua leitura, utilizando a seguinte legenda de esferas:
átomo de hidrogênio
átomo de nitrogênio
Obs: Representação esquemática dos átomos, sem escala e usando cores fantasiosas.
294
Seção 3
Os diferentes tipos de reações químicas
Podem-se ter diferentes tipos de reações químicas, dependendo das substâncias participantes das reações
• Reação de adição
• Reação de decomposição
• Reação de deslocamento
• Reação de dupla-troca
As reações de adição
Você já comeu aqueles doces de frutas cristalizadas com aquela casquinha crocante? É uma delícia, não?! Um
dos ingredientes para a fabricação desses doces é a cal viva (ou água de cal) – óxido de cálcio (CaO) - que também é
Acesse: http://www.youtube.com/
watch?v=1w7yIQ0owfk
Em uma das etapas de fabricação do doce, os pedaços de frutas ficam mergulhados na água de cal, quando o óxido
de cálcio reage com a água, produz o hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 - que é pouco solúvel em água. Por isso, deve-
mos coar a mistura, ficando em contato com a fruta, apenas a porção de hidróxido de cálcio que é dissolvida.
Repare que nessa equação juntamos as duas substâncias reagentes para forma apenas uma. Esse é um exem-
Uma reação que apresente dois ou mais reagentes e apenas um produto é denominada reação de
adição ou síntese.
Reações de decomposição
Você conhece o bicarbonato de sódio? Ele é um dos componentes do fermento químico, utilizado nas receitas
Quando aquecido, o bicarbonato de sódio decompõe-se e libera vários gases que são responsáveis pelo au-
mento do volume da massa do bolo. Veja a equação química que representa esse fenômeno:
Repare que, neste processo, teremos uma substância sendo dividida em outras substâncias menores. Esse tipo
296
A mágica do crescimento
do bolo!
http://www.labvirtq.fe.usp.br/simu-
lacoes/quimica/sim_qui_magicado-
crescimento.htm
Vulcão Químico
do a sua resposta.
watch?v=WQapnvEtRX8&feature=player_embedded
Você precisará da palha de aço para limpar as panelas. Mas o problema é que você a deixou em cima da pia e
Na composição da palha de aço está presente o ferro. Este sofre um processo, chamado de corrosão, processo
natural de desgaste dos metais. Isto ocorre devido a vários fatores como: exposição à água, ácidos, bactérias, ar.
Mas será que todos os metais sofrem o mesmo tipo de processo? Imagine se a palha de aço fosse feita de ouro.
Ela seria corroída? Digo a você: não seria! Outros metais, no entanto, como o sódio, não podem sequer entrar em
Por isso, dizemos que os metais possuem diferentes reatividades. Antes de continuar com a explicação sobre
Para responder a essa atividade, você precisará acessar a animação: Reatividade dos
http://condigital.ccead.puc-rio.br/condigital/index.php?option=com_content&view=article&id=519&Itemid=91
Realize todas as atividades propostas. Assim, você estará mais preparado para res-
a. Quando você reagiu os metais com ácido clorídrico, o zinco (Zn) foi o primeiro
Depois foi o ferro. Seguindo esse exemplo, escreva a reação do ferro com o ácido
clorídrico.
298
b. Você percebeu que o zinco reagiu assim que foi adicionado o ácido clorídrico,
Perceba, na explicação da animação, que nas reações de metais com ácidos, uma substân-
cia simples reage com uma composta, originando uma nova simples e outra composta. Esse tipo
Para o exemplo do zinco (Zn) com o ácido clorídrico (HCℓ), o metal desloca o cátion da subs-
tância composta, trocando de lugar com ele. Isso só ocorre, se o metal for mais reativo (Figura 9).
o Zn desloca o H
Figura 9: Na reação do Zn (substância simples) com o ácido clorídrico (substância composta), o Zn deslo-
ca o H, formando uma nova substância composta (ZnCℓ2) e liberando uma nova substância simples (H2).
Essa reação só ocorre porque o zinco é mais reativo que o hidrogênio na fila de reatividade.
dificilmente sofrem a corrosão, sendo por isso mais caros, financeiramente, que os outros metais. São, dessa forma,
Alguns metais sofrem corrosão lentamente na presença de ar e umidade. Estes metais de reatividade inter-
mediária compõem o grupo da família B (caso do ferro, zinco, níquel, cromo, manganês), além de alguns da família A
Existe também o grupo dos metais reativos, como os das famílias dos metais alcalinos (Grupo 1 Tabela Periódi-
ca), que possuem uma reatividade tão alta que reagem com a água e com o oxigênio do ar atmosférico. Estes são, por
isso, guardados em líquidos inertes, como o querosene. Como exemplo, podemos citar o potássio, o sódio e o rubídio.
Mediante a realização de uma série de reações semelhantes, é possível escrever uma sequência de compara-
Metais alcalinos e alcalinos terrosos > outros metais > H > metais nobres
A reatividade dos metais tem grande importância para a indústria que, através de seus pesquisadores, promo-
Lembra-se do churrasco que você preparou? Ainda teve o doce de mamão cristalizado, o bolo de aniversário...
Você logo procura tomar um antiácido efervescente. Antiácido!!!! Que nome Suco gástrico
Secreção de natureza ácida,
estranho, não? produzida pelas células do es-
tômago que têm como princi-
Chama-se assim porque ele consegue diminuir o excesso de ácido clorídrico,
pal função participar do proces-
presente no suco gástrico, que dá a sensação de “queimação” no seu estômago. so de digestão dos alimentos.
300
Você já deve ter reparado que, quando você dissolve um desses comprimidos efervescentes em água, ocorre a
Uma reação química muito usada por pedreiros é a limpeza de mármore (CaCO3) com ácido muriático (HCl).
Nela, pode ser verificada a mesma produção de efervescência, que nada mais é do que a produção do dióxido de
Veja abaixo como podemos representar essa reação com o uso de uma equação química:
Mas e o desprendimento gasoso? Ele ocorre porque o ácido carbônico formado é uma substância instável. Ou
seja, logo que ele é produzido na reação química, decompõe-se em água e dióxido de carbono. Veja:
Repare também na equação que as novas substâncias são formadas através da troca dos átomos entre os dois
reagentes, que são substâncias compostas. Neste caso, dizemos que houve uma reação de dupla troca.
Em uma reação de dupla troca, duas substâncias compostas dão origem a outras duas substâncias com-
postas através da troca dos cátions e dos ânions existentes.
Durante uma reação de dupla troca, pode ocorrer a formação de uma substância
Um exemplo desse tipo de reação, é a reação entre uma solução incolor de nitra-
to de chumbo II [Pb(NO3)2] com uma solução também incolor de iodeto de potássio (KI).
Nessa reação, forma-se o nitrato de potássio (KNO3) em solução aquosa e o iodeto de
Dizem que essa reação era muito usada por espiões durante a Segunda Guerra Mun-
dial. Eles enviavam mensagens com uma tinta invisível, contendo uma solução de nitrato
Agora que você já sabe como a reação ocorre, descreva a equação química que re-
Como você acabou de estudar, os átomos interagem entre si, realizando o que chamamos de reações químicas
As substâncias geradas a partir dessas reações podem, muitas delas, apresentar propriedades que são comuns
umas às outras. Ao perceber esse detalhe, os químicos resolveram reunir as substâncias com características seme-
lhantes em grupos que receberam o nome de funções químicas. Na próxima unidade, veremos quais os critérios
utilizados para essa classificação, quais os tipos de funções existentes, e a importância delas para os diversos ramos
302
Resumo
As transformações químicas ou reações químicas ocorrem quando há modificação da matéria e podem ser
Nas equações químicas, os átomos que estão do lado dos produtos são os mesmos que do lado dos reagen-
As reações químicas são classificadas em quatro modos principais: adição, decomposição, deslocamento e
dupla troca.
As reações de adição ocorrem quando duas ou mais substâncias formam apenas uma nova substância.
Nas reações de deslocamento, uma substância simples reage com uma substância composta formando uma
nova substância simples e uma nova substância composta. Um exemplo importante é a reação dos metais
com os ácidos, que só ocorrem quando o metal é mais reativo que o hidrogênio na fila de reatividade.
As reações de dupla troca ocorrem entre duas substâncias compostas, havendo a formação de novas subs-
tâncias compostas. Um exemplo importante é a reação de precipitação que ocorre quando uma das subs-
Veja ainda...
No portal do projeto Condigital da PUC – RJ, existem vários vídeos e animações sobre Reações Químicas, den-
BARROS, Augusto Aragão. BARROS, Elisabete Barbosa de Paula. A Química dos Alimentos: produtos fermen-
tados e corantes. Coleção Química no Cotidiano – Volume 4. São Paulo – SBQ. 2010. Disponível em: http://www.
HARTWIG, Dácio Rodney. SOUZA, Edson de. MOTA, Ronaldo Nascimento. Química: Química geral e inor-
LEMBO, Antônio. Química: Realidade e Contexto. V. 1: Química geral. São Paulo: Editora Ática, 1999. 472 p.
MÓL, Gerson de Souza. SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos Santos. Química Cidadã: volume 1. São Paulo:
NARCISO Jr., Jorge L. JORDÃO, Marcelo P. Projeto Escola e Cidadania: Química. São Paulo: Editora
do Brasil, 2000.
NOVAIS, Vera Lúcia Duarte de. Química. volume 1. São Paulo: Atual, 1999. 422 p.
PERUZZO, Francisco Miragaia. CANTO, Eduardo Leite. Química na abordagem do cotidiano. 4ª Edição,
REIS, Martha. Química: química geral: textos e atividades complementares. São Paulo: FTD, 2007. 144p.
SILVA, Eduardo Roberto da. NÓBREGA. Olímpio Salgado. SILVA. Ruch Rumiko Hashimoto. Química:
USBERCO, João. SALVADOR, Edgard. Química, volume único. 7.ed.reform. São Paulo: Saraiva, 2006.
304
Resposta da Tabela 1
Atividade 1
Equação química:
Leitura: uma molécula de gás nitrogênio reage com 3 moléculas de gás hidrogênio
A equação 2 representa uma reação de adição, pois ocorre a união de duas substân-
Atividade 3
a)
b) Como o zinco reagiu mais rapidamente, ele será um metal mais reativo que o ferro.
Atividade 4
306
O que perguntam por aí?
“Cientistas da Austrália descobriram um meio de produzir roupas que se limpam sozinhas. A equipe de pesqui-
sadores usou nanocristais de dióxido de titânio (TiO2) que, sob ação da luz solar, são capazes de decompor as
partículas de sujeira na superfície de um tecido. O estudo apresentou bons resultados com fibras de algodão e
seda. Nesses casos, foram removidas manchas de vinho, bastante resistentes. A nanocamada protetora poderá
ser útil na prevenção de infecções em hospitais, uma vez que o dióxido de titânio também mostrou ser eficaz na
destruição das paredes celulares de microrganismos que provocam infecções. O termo “nano” vem da unidade
de medida nanômetro, que é a bilionésima parte de 1 metro.”
A partir dos resultados obtidos pelos pesquisadores em relação ao uso de nanocristais de dióxido de titânio na
produção de tecidos e considerando uma possível utilização dessa substância no combate às infecções hospitalares,
Gabarito: Letra A.
superfície de um tecido, através de uma reação química, sob ação da luz solar. Sendo assim, são pouco eficientes em
“Produtos de limpeza, indevidamente guardados ou manipulados, estão entre as principais causas de aciden-
tes domésticos. Leia o relato de uma pessoa que perdeu o olfato por ter misturado água sanitária, amoníaco e sabão
A MISTURA FERVEU E COMEÇOU A SAIR UMA FUMAÇA ASFIXIANTE. Não conseguia respirar e meus olhos, nariz
e garganta começaram a arder de maneira insuportável. Saí correndo à procura de uma janela aberta para poder
voltar a respirar.“
O trecho destacado no texto poderia ser reescrito, em linguagem científica, da seguinte forma:
d) Com a mistura, houve transformação química que produziu rapidamente gases tóxicos.
Gabarito: Letra D.
Comentário: O trecho destacado no texto poderia ser reescrito, em linguagem científica, da seguinte forma:
Com a mistura, houve transformação química que produziu rapidamente gases tóxicos, pois é citada uma “fervura”
308
Questão 3 (Enem 2003)
Entre os procedimentos recomendados para reduzir acidentes com produtos de limpeza, aquele que deixou
b) Leia atentamente os rótulos e evite fazer misturas cujos resultados sejam desconhecidos.
d) Verifique, nos rótulos das embalagens originais, todas as instruções para os primeiros socorros.
Gabarito: Letra B
Comentário: Devemos evitar misturas de componentes desconhecidos que podem reagir produzindo subs-
tâncias tóxicas.
Ferramentas de aço podem sofrer corrosão e enferrujar. As etapas químicas que correspondem a esses proces-
Uma forma de tornar mais lento esse processo de corrosão e formação de ferrugem é engraxar as ferramentas.
Comentário: A graxa forma uma camada de proteção (camada apassivadora) que dificulta o contato do ferro
310
CADERNO DE ESTUDOS
www.visaoedu.com.br
Funções Químicas
Inorgânicas
Para início de conversa...
Você já deve ter ouvido, alguma vez na vida, alguém dizer que “Nós somos
o que nos comemos!”. Mas afinal, o que as pessoas querem dizer com isso?
ser classificadas por suas funções biológicas. Isso quer dizer que elas atuam de uma
dada maneira no corpo, seja providenciando energia, seja fazendo parte da sua
a melhor combinação alimentar é aquela que permite que seu corpo se molde à
atividade que ele exerce e também que funcione 100% de sua capacidade.
Tal substância é formada por três átomos, sendo dois do elemento químico
humana e que aposto como você conhece muito bem, é a vitamina C. O nome
so sistema imunológico. Quem, estando com aquela gripe, nunca ouviu alguém dizer: “já tomou a sua vitamina C hoje?”
Sistema imunológico
Figura 1: No suco de laranja, há uma boa quantidade de vitamina C, uma substância ácida, usada por nosso organismo para
se fortalecer contra algumas doenças, como a gripe e o resfriado.
Fonte: http://www.flickr.com/photos/viajeados/6824725595/ - María Durán
Bom, mas creio que falei demais sobre dois tipos de funções químicas que você ainda não conhece, os óxidos
e os ácidos, não estou certo? Então, vamos ao estudo desta unidade, onde além destas, você aprenderá sobre outras
Objetivos de aprendizagem
Reconhecer a importância das mais diversas substâncias químicas quando de seus usos na vida cotidiana, na Me-
Correlacionar as fórmulas químicas das diversas substâncias com as suas respectivas nomenclaturas.
312
Seção 1
Ácido e base, o que são exatamente?
Ácidos são os compostos químicos inorgânicos, formados por dois ou mais elementos químicos, sendo que
na sua parte positiva só se encontra o cátion hidrogênio (H+). Do ponto de vista técnico, temos que ácido é toda e
qualquer substância que, em solução aquosa, é capaz de sofrer ionização e formar como único íon positivo, o cátion
Ionização
Fenômeno pelo qual as substâncias, em solução aquosa, são capazes de formar íons. E o exemplo clássico são os ácidos. Convém
ressaltar que os íons podem se associar, regenerando os compostos iniciais.
Exemplos de ácidos:
Alguns ácidos são possíveis de ser ingeridos. Por exemplo, quem nunca adicionou vinagre numa salada às
refeições? Ele, na verdade, é uma solução de ácido acético, um ácido fraco. E quem nunca bebeu uma limonada? O
Repare que foi falado em ácido fraco. Existem ácidos fracos e fortes. O ácido forte é aquele que é ionizado
muito, ou seja, apresenta grande concentração do cátion hidrogênio (H+) em solução e ácido fraco ioniza-se pouco,
possui baixa concentração desse cátion.
Mas é importante que você saiba que existem muitos ácidos que não podem ser manuseados, pois podem
provocar graves lesões na pele, então tome bastante cuidado! E para evitar quaisquer acidentes, é importante saber
Antes de responder a essa pergunta, conheça outro composto químico inorgânico: as bases. Elas são formadas
por três elementos químicos, sendo que na sua parte negativa só se encontra o ânion hidroxila (OH−). Portanto, do
ponto de vista técnico, temos que base ou hidróxido é toda e qualquer substância que em solução aquosa é capaz de
sofrer dissociação iônica e formar como único íon negativo o ânion hidroxila ou hidróxido.
Dissociação iônica
Fenômeno pelo qual as substâncias iônicas, em fusão ou em solução aquosa, são capazes de separar os seus íons. E os exemplos
clássicos são os hidróxidos ou bases e os sais. Nesse processo, também ocorre a reversibilidade, ou seja, os íons podem regenerar
as substâncias iniciais.
Exemplos de bases:
Algumas bases podem até ser ingeridas. Por exemplo, o hidróxido de magnésio, conhecido comercialmente
como leite de magnésia, pode ser usado como laxante ou até mesmo, em doses moderadas, como um antiácido, isto
Do ponto de vista farmacêutico, o hidróxido de alumínio pode ser ingerido para combater a azia estomacal ao
neutralizar a acidez neste órgão, podendo, até mesmo, evitar a formação de úlceras.
Convém ressaltar que bases fortes são aquelas que se dissociam muito, apresentando uma alta concentração de
ânion hidroxila (OH−) em seleção e bases fracas dissociam-se pouco, resultando em baixa concentração do ânion hidroxila.
314
KOH (hidróxido de potásio);
Exemplos de bases fracas (as bases dos outros metais e do cátion amônio (NH4+)):
De maneira análoga aos ácidos, muitas bases não podem ser manuseadas, pois podem provocar lesões na
pele. E, para evitar quaisquer acidentes, é importante também saber reconhecer uma base. Mas como?
Pode-se identificar um ácido ou uma base de algumas maneiras. Uma delas é pela utilização de uma das
propriedades organolépticas.
Propriedades organolépticas
São as propriedades das substâncias que podem ser caracterizadas pelos órgãos dos sentidos. Servem de exemplos: o brilho, a
cor, o estado físico, o cheiro, o paladar, a textura etc.
Por exemplo, para diferenciar o cloreto de sódio (sal de cozinha: NaCℓ) da glicose (açúcar: C6H12O6) basta provar
um pouco dos dois. O primeiro tem um sabor salgado, enquanto o segundo tem um sabor doce. Para diferenciar uma
barra de prata (Ag) de uma barra de ouro (Au) basta perceber as colorações das duas barras, a primeira tem uma cor
No entanto, você tem de concordar que fica mais complicado de se diferenciar duas soluções líquidas e in-
colores, sendo uma de ácido clorídrico (HCℓ) e outra de hidróxido de sódio (NaOH). E, para tal, podemos lançar mão
de outros de nossos sentidos: o sabor ou o tato. Provando-se uma solução diluída do ácido, percebe-se um sabor
azedo, enquanto provando-se uma solução diluída de hidróxido nota-se um sabor amargo. Ainda, usando-se o tato,
percebe-se que a solução da base é gordurosa e escorregadia, enquanto que a solução do ácido não é gordurosa.
Convém ressaltar para você, que está estudando os ácidos e as bases, que solução diluída é aquela que apresen-
ta uma grande quantidade de água. Ninguém pode tocar uma solução de ácido clorídrico puro, conhecido comercial-
mente como ácido muriático. Essa substância é tão forte que é usada para limpezas de metais e no desentupimento
de esgotos. Por outro lado, ninguém pode tocar uma pastilha de hidróxido de sódio puro, conhecido comercialmente
como soda caústica. Tal substância é usada na indústria na fabricação de papel, tecidos, sabões e detergentes e, do
ponto de vista doméstico, é usada na desobstrução de encanamentos domésticos porque consegue dissolver gordu-
ras. Além dessas, muitos ácidos e bases estão presentes no nosso dia a dia, como você pode ver na Tabela 1.
Outra maneira de diferenciar o ácido da base, com muito mais segurança do que a com base no sabor é a uti-
lização de outras substâncias, denominadas indicadores, como, por exemplo, o repolho roxo e o tornassol. Vamos ver
Seção 2
Uma verdura como o repolho tem alguma
aplicação na Química?
Uma das maneiras mais usadas, do ponto de vista químico, para diferenciar um ácido de uma base é pela utili-
zação dos chamados indicadores. Eles são substâncias que, mesmo em pequenas quantidades, são capazes de mudar
316
O indicador tornassol, por exemplo, é uma substância que apresenta uma coloração vermelha em presença de
um ácido e uma coloração azul em presença de uma base. O papel vermelho de tornassol continuará vermelho em
meio ácido, mas passará a azul, quando em meio básico. Em contrapartida, o papel azul de tornassol permanecerá
com esta coloração em meio básico, mas passará a vermelho, quando em meio ácido.
O indicador denominado fenolftaleína, em uma solução alcoólica incolor, permanecerá desta maneira quando em
presença de um ácido. Porém, quando em presença de uma base passará a assumir uma coloração rósea-avermelhada.
Um dos indicadores mais naturais que se tem conhecimento é o suco do vegetal repolho roxo que, em meio
neutro, apresenta-se roxo-azulado. Ao se adicionar um ácido, ele se torna avermelhado e pela adição de uma base
produz uma coloração que varia do azul ao amarelo, passando pelo verde.
pH
pH é uma escala numérica que irá apontar a acidez ou a alcalinidade (basicidade) de uma substância
ou de uma solução. A água, por exemplo, e a solução de cloreto de sódio são sistemas considerados
neutros e, portanto, o valor do pH será igual a 7.
Uma solução de ácido clorídrico, por sua vez, apresentará um pH menor que 7, pois esta é a região da escala
que caracteriza as soluções ácidas (entre 0 e 7). Quanto menor for o valor do pH, mais ácida será a solução.
Uma solução de hidróxido de sódio irá apresentar um pH maior que 7, pois esta é a região da escala
que identifica as soluções básicas (entre 7 e 14). Pode-se afirmar que quanto maior for o valor do pH,
mais básica será a solução.
-se azulado.
nada aconteceu.
usar um vegetal bastante conhecido e que foi já mencionado para testar o pH de alguns
itens que você usa no dia a dia. Sendo assim, vamos ao preparo da solução de repolho roxo.
318
Separe o material necessário:
Amostras necessárias:
• vinagre incolor
Procedimento:
4. Aqueça a panela com o repolho até a fervura, agitando, de vez em quando, durante 20
9. Adicione a cada copinho algumas gotas do suco de repolho roxo (indicador) a cada
Seção 3
Uma nova função: os sais
Você já deve ter escutado a expressão “neutralizar a acidez”, comum em propagandas de medicamentos contra má-
-digestão e xampus. Mas ao que ela se refere? Para responder a isso, vamos começar fazendo um experimento bem simples?
copo de água. Em seguida, misture a essa solução o indicador de repolho roxo que você
preparou na Atividade 2. Em seguida, adicione gotas de vinagre até que você obtenha uma
a. Através da adição do indicador, você pode dizer que a solução resultante na dis-
320
O que você acabou de fazer é um exemplo de um dos mais importantes tipos de reações químicas que ocor-
rem na Natureza: a reação de neutralização! Esse tipo de reação é classificado como reação de dupla troca, como você
Quando se adiciona um ácido a uma base, um tende a anular a ação do outro, por isso, essa transformação é
Como vimos, em meio aquoso, os ácidos liberam íons H+, e as bases íons OH‑:
Portanto, quando um ácido reage com uma base, seus íons (H+ e OH-) são capazes de formar água, caracteri-
H+ +OH- → H2O
Veja outro exemplo na Figura 3: a reação do ácido clorídrico (HCℓ) com o hidróxido de sódio (NaOH), que
Figura 3: Na reação do ácido clorídrico com o hidróxido de sódio, forma-se cloreto de sódio e água, devido à neutralização
do ácido pela base e vice-versa.
Fonte: Andrea Borges
Se após essa reação, evaporarmos toda a água, restará no fundo do recipiente um sólido branco, que nada
Observando com atenção a fórmula do cloreto de sódio (NaCℓ), constatamos dois fatos importantes:
Em toda a reação de neutralização, o cátion proveniente da base e o ânion proveniente do ácido formam um
Os sais geralmente apresentam sabor salgado, são sólidos, pois são compostos iônicos, e são compostos de
fundamental importância no nosso dia a dia (Tabela 2). No mar, existem vários sais dissolvidos, como cloreto de sódio,
cloreto de magnésio, sulfato de magnésio e sais não dissolvidos, como o carbonato de cálcio, que forma os corais e as
conchas. Em média, cada litro de água do mar, quando evaporada, produz 35 g de sais dissolvidos, sendo desse total,
322
O nome dos sais
Como todos os sais são compostos iônicos, para nomeá-los, basta conhecer o nome do cátion e do
ânion.
Exemplos:
Os sais
http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/video/ai%20tem%20quimica/funcoes%20inorganicas/acidos-
Bases/video%20para%20web/video.html
Seção 4
Como classificar as substâncias
água e gás carbônico?
Óxidos são compostos químicos inorgânicos binários oxigenados, isto é, compostos formados por dois ele-
Existem vários tipos de óxidos, dentre os quais se destacam os óxidos ácidos ou anidridos e os óxidos básicos.
Os primeiros são aqueles que, quando hidratados, ou seja, quando adicionada água em seu meio, produzem com-
postos denominados ácidos. Já os últimos produziriam, pelo mesmo processo de hidratação, os compostos deno-
minados hidróxidos ou bases. Os hidróxidos são os compostos químicos inorgânicos formados por três elementos
químicos (compostos ternários) sendo que na sua parte negativa só se encontra o ânion hidroxila (OH−).
324
Óxidos ácidos + H2O è Ácidos
Os óxidos ácidos podem ser reconhecidos quando o elemento oxigênio se combina com não-metais ou me-
tais, principalmente, os de transição (Famílias B). Os óxidos básicos são reconhecidos porque o elemento oxigênio se
combina com metais, principalmente, os alcalinos (grupo 1A) e os alcalinos terrosos (grupo 2A).
óxidos anfóteros - são aqueles que comportam-se ora como óxidos ácidos ora como óxidos básicos. Os mais
importantes são aqueles em que o metal ligado ao oxigênio sejam o zinco (Zn), o alumínio (Aℓ), o chumbo
e ainda, outros tipos de menor importância, como os óxidos salinos, peróxidos e superóxidos.
abaixo:
Um dos fatos mais marcantes e trágicos, relacionados com a inflamabilidade do gás hidrogênio, repor-
ta-se ao início de século XX. Aconteceu um acidente com o dirigível, nomeado Hindenburg.
Um dirigível é uma aeronave que pode ser controlada, ou seja, não voa ao sabor do vento. Ela se sus-
tenta no ar através do uso de uma grande cavidade que é preenchida com um gás menos denso do
que o ar, por exemplo, o gás Helio ou gás Hidrogênio.
Hindenburg era um exemplo de dirigível que se sustentava no ar completamente, cheio com o gás
hidrogênio, o menos denso de todos os gases. Mas, em pleno voo sobre New Jersey, no ano de 1937,
aconteceu um vazamento de hidrogênio. Este gás inflamou-se rápida e completamente, “lambendo”
em chamas todo o dirigível, acarretando inúmeras mortes.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hindenburg_burning.jpg
Seção 5
O ar que respiramos encontra-se puro?
Você já parou para se perguntar o que é o ar atmosférico? Não podemos vê-lo, mas ele é uma mistura homo-
326
21% de gás oxigênio (O2);
Mas será que essa mistura contém sempre os mesmos gases e estes, por sua vez, nas mesmas proporções?
Vamos ver...
Imagine-se sentado, por exemplo, em uma clareira de uma floresta praticamente virgem, isto é, sem que o
homem exercesse alguma influência no Meio Ambiente. Será que você poderia afirmar que o ar daquela região en-
Poluentes
São substâncias produzidas pela atividade humana que são lançadas no Meio Ambiente e causam poluição, ou seja, alteram o
Meio Ambiente, contaminando-o ou deteriorando seus recursos (seja o ar, a água, o solo etc.).
Agora, imagine-se às margens de uma grande avenida de carros, localizada em uma região bastante industria-
lizada, como a capital de São Paulo. É possível que você, até mesmo de uma maneira visual, observe que o ar encon-
tra-se, nesse último local, “carregado”. Isso quer dizer que o ar encontra-se poluído por uma série de substâncias, das
quais se destacam óxidos de enxofre e de nitrogênio, e alguns hidrocarbonetos. Tais substâncias podem ou não se
encontrar também no ar da floresta e em quantidades diferentes. Isso quer dizer que há diferenças tanto na qualidade
Hidrocarbonetos
São compostos binários hidrogenados, isto é, formados apenas pelos elementos químicos carbono e hidrogênio. Servem de
exemplos: o gás metano: CH4, o gás etano: C2H6, o gás eteno: C2H4, o gás acetileno: C2H2 etc.
Dentre os óxidos de enxofre, destacam-se o dióxido de enxofre ou anidrido sulfuroso (SO2) e o trióxido de
enxofre ou anidrido sulfúrico (SO3). Esses dois compostos são caracterizados como óxidos ácidos ou anidridos e re-
cebem esta denominação porque, quando em presença de água, produzem ácidos, ou melhor, oxi-ácidos (ácidos
oxigenados).
Um fato interessante é que estes óxidos de enxofre podem ser facilmente encontrados no ar de regiões in-
dustriais. As indústrias liberam para a atmosfera a substância enxofre (S) que, em contato com o gás oxigênio do ar,
SO2 + ½ O2 è SO3
Além disso, o carvão, material rico em carbono, apresenta o enxofre como um dos seus componentes que será
liberado para a atmosfera quando é queimado. O carvão mencionado é o tipo carvão mineral, material largamente
Já dentre os óxidos de nitrogênio, destacam-se o óxido nítrico (NO), um óxido neutro, e o dióxido de nitrogênio
(NO2), um óxido ácido. O primeiro pode ser obtido a partir da reação do gás nitrogênio com o gás oxigênio, ambos os
gases presentes no ar atmosférico, enquanto o segundo, a partir do NO quando o ambiente está com excesso de gás
N2 + O2 è 2 NO
NO + ½ O2 è NO2
O dióxido de nitrogênio, em contato com a água presente na atmosfera, poderá provocar uma reação que forma-
rá ácido nítrico (HNO3) e óxido nítrico. Este último, por sua vez, poderá ser oxidado pelo oxigênio e regenerar o dióxido.
NO + ½ O2 è NO2
Os ácidos derivados dos anidridos do enxofre e o ácido nítrico derivado do dióxido de nitrogênio promovem
a ocorrência do fenômeno que se denomina chuva ácida. Ela é uma precipitação atmosférica (ou chuva) cujo pH é
geralmente menor do que 5. Tal acidificação da água é causada pelos compostos de N e S já falados, geralmente li-
berados para atmosfera pela queima de combustíveis fósseis. A chuva ácida pode causar muitos malefícios ao meio
Combustíveis fósseis
São materiais minerais formados pela decomposição de matéria orgânica (animal e vegetal) através de processos provocados,
principalmente, pela ação de pressão e temperatura ao longo de milhões de anos. Servem de exemplos para esse tipo de com-
bustível, o carvão mineral e o petróleo.
Outro óxido ácido ou anidrido merece destaque: o gás carbônico ou anidrido carbônico (CO2). Este gás, por
exemplo, é o resultado da queima do carvão em duas etapas. Na primeira, há a formação do monóxido de carbono
2 C + O2 è 2 CO
2 CO + O2 è 2 CO2
328
É importante você saber que o gás carbônico é o gás resultante da respiração dos animais, inclusive nós, os se-
res humanos. Nesse processo, nós inspiramos gás oxigênio e, após a sua utilização biológica na produção de energia,
Este também é o gás essencial ao processo da fotossíntese. Tal processo é feito por alguns seres vivos, como
as plantas, e nele há a conversão de energia solar em alimento. Mas para que haja tal conversão, o CO2 precisa estar
presente, pois ele é o reagente das reações químicas que terminam por produzir gás oxigênio, água e glicose. Observe
Óxido de ferro III ou óxido férrico Presente no mineral hematita, material de onde se extrai o ferro, impor-
Fe2O3
(ferrugem: metal ferro oxidado) tante metal usado nos processos aplicados à siderurgia e metalurgia.
Óxido básico também conhecido como cal viva ou cal virgem que, em
presença de água, produz o hidróxido de cálcio; largamente usado em
CaO Óxido de cálcio
pinturas de fachadas, em um processo denominado caiação, e na indús-
tria da construção civil.
Além de ser matéria-prima para produção de gasolina, vários produtos são derivados do petróleo
como, por exemplo, a parafina, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, óle-
os combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível de aviação.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Oilfield_Installation.jpeg
A figura acima mostra parte de uma instalação petrolífera que normalmente é conhecida como refina-
ria. Neste tipo de instalação, processa-se o beneficiamento do petróleo, isto é, através de um processo
conhecido como destilação fracionada o petróleo é separado em diversas frações onde se destacam:
GLP, gasolina, querosene e vários tipos de óleos.
330
Para que essa substância é utilizada?
É de suma importância que você, que se propõe a estudar o fascinante mundo da Química, tenha o conheci-
mento das principais substâncias químicas, quer nas suas estruturas, quer nas suas nomenclaturas. Assim, você pode
caracterizar as reações químicas, montar as suas equações químicas, devidamente ajustadas ou balanceadas, e ter
A partir do momento em que estudamos as funções químicas inorgânicas, óxidos, ácidos, bases e sais, nos
encontramos preparados para aplicarmos os nossos conhecimentos no estudo das Reações Químicas como um todo,
no estudo das Leis Gerais que regem as Combinações Químicas e, principalmente, nos cálculos que envolvem as
Estequiometrias das Reações Químicas. Mas não vamos começar a discutir esses temas agora, pois são assunto da
Ácidos são as substâncias que em solução aquosa são ionizadas, produzindo o cátion hidrogênio (H+) como
Hidróxidos são as substâncias que em solução aquosa são dissociadas, produzindo o ânion hidroxila (OH−)
Propriedades organolépticas são as propriedades das substâncias que podem ser caracterizadas pelos ór-
gãos dos sentidos. Servem de exemplos: o brilho, a cor, o estado físico, o cheiro, o paladar, a textura etc.
Indicadores são substâncias que mesmo em pequenas quantidades são capazes de mudar de coloração
quando se altera a acidez ou a basicidade de um sistema químico. Servem de exemplos, o tornassol, a fe-
Os sais são compostos formados a partir de um cátion originário de uma base, com um ânion originário de
um ácido.
Os óxidos são compostos binários oxigenados, isto é, formado por dois elementos e um deles é o oxigênio.
Dependendo do tipo de óxido, a sua reação com a água poderá dar formação a duas novas funções quími-
Os óxidos classificados como óxidos básicos são aqueles em que o metal ligado ao oxigênio podem ser, por
exemplo, os metais alcalinos (grupo 1A) e os metais alcalinos terrosos (grupo 2A) e que pela adição de água
produzem hidróxidos ou bases, umas mais solúveis e outras menos solúveis.
Exemplos:
Os óxidos classificados como óxidos ácidos ou anidridos são aqueles em que o oxigênio está ligado a um ame-
tal ou metal, geralmente, de transição, e que pela adição de água produzem ácidos, ou melhor, oxi-ácidos.
Exemplos:
332
N2O5 + H2O → 2 HNO3 (ácido nítrico)
Veja ainda!
Lembra quando falamos do indicador de ácido e base feito do suco de repolho roxo? Pois bem, se você
ficou curioso e quer saber mais sobre como prepará-lo, utilizá-lo e que tipo de informações extraímos dele,
Nesta aula você aprendeu o que é o fenômeno da chuva ácida e por que ela acontece, não é mesmo? Mas,
quimicamente falando, você entendeu o que acontece? Para reforçar sua percepção do tema, que tal en-
tos-interna.php?experimento=165&OXIDOS+E+CHUVA+ACIDA#top
No portal do projeto Condigital da PUC – RJ existem vários vídeos e animações, como: A animação - No-
Referências
FELTRE, R., Fundamentos da Química. 4 ed. São Paulo: Editora Moderna, 2005
JONES, L.; ATKINS, P. W. Chemistry: molecules, matter and change. 4 ed. New York: Freeman, 2000
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G. C. Química Geral e Reações Químicas. 6 ed., volume 1, São Paulo:
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; Química Geral e Reações Químicas. 5 ed., volume 2, São Paulo: Cengage Learning, 2009
LEE, J. D. Química Inorgânica não tão concisa. 4 ed. São Paulo:Edgard Blücher, 1996
RUSSEL, J. B., Química Geral. 2 ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1994 vol 1 e 2
SOUZA, A. C.; GONÇALVES, A. Química Geral e Inorgânica – Coleção Química Hoje. 3 Ed. Vol 1, Rio de Janeiro:
papel de Tornassol vermelho. Este fato indica a presença de um meio neutro, isto é, água.
Atividade 2
sentaram colorações para o indicador repolho roxo que vão do azul até o amare-
apresentaram colorações para o indicador repolho roxo que vão do azul até o
Atividade 3
a. A adição do extrato de repolho roxo faz com que a solução adquira cor verde,
adquirindo cor roxa e em seguida rósea, indicando que o meio irá se tornando
básico a ácido.
334
Atividade 4
Atividade 5
Atividade 6
Um dos danos ao Meio Ambiente diz respeito à corrosão de certos materiais. Considere as seguintes obras:
a. I, apenas.
b. I e II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.
Resposta: Letra E.
Comentário: O principal ácido presente na chuva ácida é o ácido sulfúrico que reage facilmente com o carbonato
de cálcio (CaCO3) dando formação a sulfato de cálcio, gás carbônico e água, segundo a seguinte equação química:
H2SO4 (aq) + CaCO3 (s) → CaSO4 (s) + CO2 (g) + H2O (ℓ)
E, este mesmo ácido, reage com o ferro e com o alumínio dando formação aos sulfatos de ferro III e de alumínio
O suco extraído do repolho roxo pode ser utilizado como indicador do caráter ácido (pH entre 0 e 7) ou básico
(pH entre 7 e 14) de diferentes soluções. Misturando-se um pouco de suco de repolho e da solução, a mistura passa a
apresentar diferenes cores, segundo sua natureza ácida ou básica, de acordo com a escala abaixo:
Algumas soluções foram testadas com esse indicador, produzindo os seguintes resultados:
Material Cor
I Amoníaco Verde
De acordo com esses resultados, as soluções I, II, III e IV têm, respectivamente, caráter:
Gabarito: Letra E.
Comentário: Soluções de caráter ácido apresentam pH abaixo de 7 (sete), enquanto que as básicas possuem pH
338
maior que 7 (sete). Dessa maneira, o amoníaco e o leite de magnésia, verde e azul, respectivamente, encontram-se na fai-
xa de caráter básico, enquanto vinagre e leite de vaca, vermelho e rosa, respectivamente, estão na faixa do caráter ácido.
Questão 3 (ENEM-2000)
Utilizando o indicador citado em sucos de abacaxi e de limão, pode-se esperar como resultado as cores:
a. rosa ou amarelo.
b. vermelho ou roxo.
c. verde ou vermelho.
d. rosa ou vermelho.
e. roxo ou azul.
Gabarito: Letra D.
Comentário: As frutas limão e abacaxi são frutas ricas em ácido cítrico e, portanto, deve-se esperar a cor ver-
melha ou rosa como resultado do teste.
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Quantidades nas
transformações
Químicas
Para início de conversa...
número atômico (Z) e não seu número de massa (A). Prova disso é a existência
na natureza.
Átomo de C12 1
12 do Átomo de C
12
relativas destes átomos na Natureza. Observe a Tabela 2, que descreve estes dados:
O fato de esses diferentes átomos de carbono pertencerem ao mesmo elemento químico significa que,
apesar de possuírem diferentes massas, irão reagir da mesma maneira. Ou seja, formarão, em uma reação química,
compostos iguais, independentes de sua massa. Por exemplo, se tivermos 1000 moléculas de CO2 (gás carbônico) em
um recipiente, podemos dizer que existe uma grande probabilidade de que 11 moléculas de CO2 possuirão o C13 e as
outras restantes apresentarão o C12 em sua composição. Tanto um quanto o outro tipo de C poderá reagir com outras
moléculas como a da água. Neste caso, formarão um produto, chamado de ácido carbônico (H2CO3).
A consequência disso é que estas onze moléculas (aquelas que carregam o carbono 13 na sua fórmula) serão
um pouco mais pesadas que as outras 989. Na verdade, elas possuirão um nêutron a mais.
Mas talvez você esteja pensando que “esta quantidade de C13 é muito pequena e não deve causar grande
diferença”, estou certo? Bem, se tratarmos de uma pequena amostra como essa, isso está correto. No entanto, se
lidarmos com milhões e milhões destas moléculas, esta diferença deixa de ser pequena para ser relevante.
Pode não parecer, mas na maioria das vezes lidamos com quantidades enormes de átomos e moléculas. Para se ter
uma ideia, um copo de água de 300 mL apresenta algo em torno de 10.000.000.000.000.000.000.000.000 (10 setilhões ou
Nas transformações químicas, presentes no nosso dia a dia, é fundamental que possamos prever as quantidades,
seja em massa ou volume, necessárias para a produção de um determinado composto. Por exemplo, um atleta precisa
comer um número “X” de alimentos (ou seja, uma dada massa de comida) para que seu corpo produza um número
“Y” de energia, usada em suas atividades esportivas. Tal produção se dá através de diversas reações químicas que
A determinação destes números “X” e “Y” pode ser prevista através de cálculos químicos os quais serão
342
Objetivos de aprendizagem
Reconhecer a importância dos diferentes tipos de átomos, pertencentes a um mesmo elemento químico
no cálculo de massa atômica.
Seção 1
Massa atômica e número de massa.
Você sabe qual é a diferença?
Anteriormente, você viu que a utilização do número de massa para representar a massa de um elemento não é
adequada, uma vez que ele pode ser composto por vários átomos diferentes. Sendo assim, para calcularmos a média
da massa de uma quantidade qualquer de um composto químico, usamos a média ponderada.
A média ponderada é calculada através do somatório das multiplicações entre valores e pesos, divididos pelo
somatório dos pesos.
Um caso clássico é quando o aluno faz uma prova com peso 2 e um teste com peso 1. Como o peso da prova é
maior será ele que irá contribuir mais significativamente para a média do aluno.
Por exemplo, um aluno que tirou 8 na prova e 5 no teste, terá média igual a 7. Observe o cálculo:
Peso da prova
Média = 7
A média ponderada, portanto, permite o cálculo da massa média dos átomos que constituem um elemento
Para o caso dos elementos químicos, podemos considerar que cada átomo deste elemento contribui de acordo
com a sua ocorrência na natureza e por isso, estas ocorrências equivalem aos seus pesos.
(iremos desconsiderar o C14 neste cálculo, uma vez que sua ocorrência é próxima a zero). Para calcularmos a massa
representativa, de todos os átomos de carbono que existem na Natureza, teremos de multiplicar estas ocorrências
Ocorrência do C12
O resultado desta conta será igual a aproximadamente 12,01 u. Este valor será a massa média do átomo (ou
simplesmente massa atômica) pertencente ao elemento químico carbono. Observe que são estes valores numéricos
A unidade u que você vê acima é equivalente a massa de um próton ou de um nêutron uma vez que, conforme
média ponderada. Considerando que o peso das notas esteja relacionado ao bimestre em
questão (ou seja: 1° bimestre tem peso 1, o 2° tem peso 2 e assim em diante), determine a
1º Bimestre: 7,0
2º Bimestre: 6,0
3º Bimestre: 8,0
4º Bimestre: 7,5
344
Calculando a massa atômica de um elemento
número de massa igual a 11 u. Com base nestes dados, qual o valor numérico da massa
Seção 2
O coletivo de átomos: Moléculas!
Agora sabemos que a massa de um elemento químico é denominada de massa atômica. Os valores de massa
atômica estão, para todos os elementos químicos conhecidos, descritos na tabela Periódica.
Na Natureza, os elementos encontram-se, normalmente, na forma de substâncias sejam elas simples (H2 e O2,
por exemplo) ou compostas (H2O e CO2, por exemplo). Dizemos que combinações de átomos formam moléculas e que
a massa de uma molécula é a soma das massas dos elementos que a constitui. As figuras abaixo são transcrições dos
Os valores das massas atômicas destes elementos encontram-se na parte de baixo do quadrado. Logo, podemos
afirmar que os valores de massa para as moléculas de água (H2O) e de gás carbônico (CO2) serão, respectivamente:
Para chegar a esse resultado, temos de somar as massas dos átomos presentes na molécula, como a seguir:
H2O: 2 x H = 2 x 1,0
O = 16,0
CO 2: C = 12,0
2 x O = 2 x 16,0
H = 1 C = 12 O = 16
346
Qual a massa do sal hidratado?
“Um composto hidratado é todo aquele que possui moléculas de água (H2O) em
sua composição. A expressão “sal hidratado” indica um composto sólido que possui quan-
tidades bem definidas de moléculas de H2O, associadas aos íons de sal. Por isso, a massa
Ca = 40,0 u
Cℓ = 35,5 u
H = 1,0 u
O = 16,0 u
Seção 3
Amedeo Avogadro – Contando
grãos de areia
foi um advogado e físico italiano. Obcecado pela contagem dos átomos recém
propostos por Dalton, Avogadro contribuiu fortemente para o avanço dos Figura 1: Retrato de Amedeo
Avogadro
processos que possibilitavam a medição das quantidades de átomos e moléculas.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Avogadro_Amedeo.jpg
Graças a Avogadro e aos cientistas que continuaram o seu trabalho, sabemos hoje que o número de átomos
presentes em uma amostra de 0,012 kg de C12 é dado por uma constante física denominada de constante de Avogadro
(Na). Atualmente, esta constante possui o valor de 6,02214179 x 1023.
Isto significa que 0,012 kg (ou seja, 12 gramas!) de uma amostra de C12 contêm uma quantidade enorme de
Este número é, nos dias atuais, denominado mol e ele define uma quantidade de átomos. Tal medida é análoga
à dúzia, que define doze unidades de qualquer coisa (como, por exemplo, de ovos). No entanto, para lidarmos com
unidades infinitamente pequenas utilizamos mol, por outro lado usamos a dúzia, o quilograma, o litro para definirmos
Mol
O mol é definido como a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares (mol, moléculas, íons etc.)
quantos são os átomos contidos em 0,012 kg de C12 que corresponde a aproximadamente 6 x 1023 unidades.
Você concorda que não é adequado falarmos de um mol de laranjas. Até porque, para você ter uma ideia, esta
quantidade daria para cobrir todo o planeta Terra de laranjas ou peras, por vários e vários metros de altura!
Pelo mesmo motivo, também não é adequado falarmos de uma dúzia de átomos, uma vez que é impossível
medir tal quantidade nas reações químicas do nosso dia a dia ou na Indústria. Isso ocorre em função de não podermos
medir as massas destas amostras nem com a mais sensível das balanças!
Existe uma coisa muito curiosa sobre a constante de Avogadro que fez com ela fosse amplamente aceita por toda
a comunidade científica mundial. Ela é uma ferramenta importante no balanço de massas de uma reação química.
Balanço de massas
Procedimento que possibilita o cálculo das massas, envolvidas em qualquer processo de transformação, seja ele físico ou químico.
Acontece que sempre que pegamos o valor numérico da massa atômica de um determinado átomo e trocamos
a unidade u pela unidade grama, obtemos um punhado de átomos. Apesar de 1 mol equivaler ao gigantesco número
de 600.000.000.000.000.000.000.000 átomos, saiba que todos eles cabem na palma da sua mão!
O mesmo acontece quando pegamos um punhado de moléculas. A diferença entre átomos e moléculas é que
ao invés de usarmos a massa atômica, devemos utilizar a massa molecular. Conforme vimos na Seção 2, esta é a soma
Portanto, podemos dizer que para qualquer substância ou elemento, uma massa, em gramas, numericamente
igual à massa molecular (MM), contém exatamente 6,022 x1023 moléculas ou aproximadamente igual a 6 x 1023.
348
Observe os exemplos abaixo:
Vá no link a seguir e leia sobre o número que chamamos de mol. Nele você encontrará a descrição de
um experimento que permite a visualização de quantidades iguais, em mol, de diferentes substâncias.
Não deixe de assistir ao vídeo que está dentro deste arquivo!
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/15573/Moldecadacoisa.pdf?sequence=1
para expressar quantidades de matéria, como por exemplo: 1 kg de batata, Uma das sete grandezas fundamentais
convencionadas pelo Sistema Internacio-
1 litro de leite, 1 dúzia de bananas. Na Química, também é preciso trabalhar nal (SI) e que define uma determinada por-
com um valor fixo que represente as quantidades de partículas existentes ção de matéria. Por exemplo, uma garrafa
de volume interno igual a 1,8 L contém 1,8
em uma determinada amostra. Isso porque as reações químicas processam-
kilogramas de água ou 100 mol de água.
se em proporções de acordo com as suas unidades.
Por exemplo, como você viu na unidade "Caminhando pela estrada que investiga do quê somos feitos", Dalton
concluiu que, para formar duas moléculas de água (2 H2O), ele precisava de duas moléculas de hidrogênio (2 H2) e
uma molécula de oxigênio (O2). É importante você perceber que para descobrir a proporção desta reação é necessário
que saibamos montar a equação química balanceada que representa esta transformação, conforme visto na Unidade
Podemos afirmar então que a obtenção de 2 mol de água (36 g) se dá a partir da reação de 2 mol de hidrogênio
Já ficou claro para você o que exatamente a unidade de medida que chamamos de mol é capaz de quantificar?
Então, voltemos ao que vimos lá na Seção 3. Lembra que estudamos que 12 g de C12 correspondem a 1 mol de C12? E
que, em 1 mol, nós temos 6 x 1023 unidades do elemento que estamos medindo?
350
Observe o esquema abaixo que representa diversas formas de apresentação da matéria:
Esquema 1:
Esquema 2:
Figura 2: Representação da matéria, utilizando diversas grandezas químicas (mol, massa e número de moléculas)
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:HGmer.JPG; http://www.sxc.hu/photo/1071033.
De uma maneira geral, temos a seguinte relação entre estas grandezas químicas:
Contêm Constitui
Massa Molecular 6,0 x 1023 moléculas 1 mol
Dois eventos foram importantes para o desenvolvimento da Química: a descoberta de que a água não era
um elemento, por Lavoisier; e a sua obtenção, através da reação entre os gases oxigênio e hidrogênio! Os trabalhos
de Lavoisier foram tão importantes que alguns o consideram o “pai da química”. Dentre suas contribuições, a mais
conhecida é a Lei da Conservação das Massas enunciada após a realização de inúmeros experimentos (reações
químicas), ocorridos em recipientes fechados.
Lavoisier realizou um experimento com óxido de mercúrio o qual, antes de ser submetido ao aquecimento,
teve sua massa determinada. Em seguida, ele foi colocado em um pote de vidro fechado e aquecido, observando-se a
formação de dois produtos: mercúrio e oxigênio. Esses, ao final da reação, também tiveram suas massas identificadas.
Ao analisar os valores destas massas, Lavoisier verificou que não houve perda e ganho de massa durante a
Ao escolher recipientes fechados, Lavoisier eliminou dúvidas sobre a possível entrada e saída de gás no sistema.
Isso porque o gás tende a evaporar e sair do sistema, o que poderia “enganar” o resultado final.
352
Então, Lavoisier pôde concluir que a massa final de um recipiente fechado, após a ocorrência de uma reação
química é sempre igual à massa inicial do sistema. Pois não há a possibilidade de absorção ou liberação de gases
Sendo assim, ele enunciou a Lei da Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier:
Essa foi a primeira das leis das combinações químicas ou leis ponderais e,
Ponderais
a partir dela, outras foram surgindo para explicar as regularidades que ocorrem
Ponderal significa massa.
nas combinações químicas.
Sabe-se que 12 g de carvão, ao reagir com uma determinada quantidade de gás oxigênio, em um sis-
tema fechado, produz 44 g de gás carbônico. Com base nessas informações, calcule a massa utilizada
de gás oxigênio na reação.
http://condigital.ccead.puc-rio.br/condigital/index.php?option=com_content&view=article&id=116
&Itemid=91
Seção 6
Joseph Louis Proust – Proporções constantes
Em 1799, Joseph Louis Proust descobriu que toda reação química ocorre entre quantidades fixas. Por exemplo, ao
formar água a partir dos gases oxigênio e hidrogênio, Proust descobriu que 2 g de hidrogênio reagem 16 g de oxigênio,
formando 18 g de água. Se refizermos esta reação com 4 g (o dobro da quantidade anterior) de hidrogênio a quantidade
de oxigênio a ser consumida será de 32 g. Isto significa que a água é formada por uma quantidade fixa de elementos
químicos que pode ser expressa em termos percentuais, conforme descrito abaixo:
354
Assim, por exemplo, no caso da água, temos:
Proporção 1 : 8
A composição da água apresentará sempre uma mesma relação entre as massas de hidrogênio e oxigênio,
qualquer que seja a massa de água considerada. Ou seja, na formação de água, deveremos combinar hidrogênio e
Dividindo a massa de hidrogênio pela massa de oxigênio de cada uma dessas experiências, chegamos a uma
mesma fração.
Esses dados mostram-nos que a proporção entre os elementos que compõem a água permanece constante,
ou seja, em qualquer um dos casos acima a razão entre massa de hidrogênio e massa de oxigênio é 0,125.
Em função desses resultados, Proust enunciou a seguinte lei ponderal, conhecida como lei das proporções
constantes:
matéria possíveis de serem “pesadas” nas balanças existentes na época. Ou seja, eram observações realizadas em
nível macroscópico. Ainda não existia nenhuma explicação para os fatos relacionados à composição da matéria em
nível microscópico.
3
3:5= = 0,6 = 60%
5
1
1 : 10 = = 0,1 = 10%
10
Exemplo1:
Solução:
40
Temos 40 homens para 50 mulheres, então: que simplificado (nesse caso, ambos os números divi-
4 50
didos por 10) fica . Concluímos, então, que a cada cinco mulheres existem quatro homens.
5
A proporção entre duas razões iguais, portanto, é um valor que exprime uma relação matemática. Veja
o próximo exemplo.
356
Exemplo2:
Rogério e Jéssica passeiam com seus cachorros. Rogério pesa 120 kg, e seu cão, 40 kg. Jéssica, por sua
vez, pesa 48 kg, e seu cão, 16 kg. Observe a razão entre o peso do casal:
24
120 kg 5
=
48 kg 2
24
40 kg 5
=
16 kg 2
120 kg 40
Verificamos que as duas razões são iguais. Nesse caso, podemos afirmar que a igualdade =
48 kg 16
é uma proporção.
Você já sabe a relação que existe entre a quantidade de átomos/moléculas, a massa e o mol. Mas como
Assim como cada grão de arroz ocupa um determinado volume, as substâncias químicas, sólidas ou líquidas,
iguais em quantidade, ocupam diferentes volumes. Mas, CUIDADO! Essa analogia não pode ser aplicada aos gases!
Em relação a eles, medidas experimentais observaram que o volume ocupado por um mol de qualquer gás,
na temperatura de 0° C e pressão de 1 atm, é igual a 22,4 L. Este volume, então, é definido como volume molar (Vm).
As condições de temperatura e pressão descritas acima são denominadas condições normais de temperatura
e pressão (CNTP).
Volume Molar
É o volume ocupado por um mol de qualquer gás, a uma determinada pressão e temperatura.
Em condições idênticas de temperatura e pressão, o volume ocupado por um gás é diretamente proporcional
à sua quantidade de substância, ou seja, ao seu número de mol. Assim, se dobrarmos seu número de mols (n), seu
volume também irá dobrar. Portanto, a relação entre o volume e o número de mols é constante.
Relembre que, em um mol de qualquer gás, o número de moléculas é sempre 6 x 1023. Este, nas mesmas
condições de pressão e temperatura, ocupará sempre o mesmo volume.
O volume molar de um gás depende das condições em que ele se encontra. Assim, quando nos referimos ao
358
Seção 8
Lei volumétrica de Gay-Lussac
Uma das maiores contribuições de Gay-Lussac à Química foi sua Lei da Combinação de Volumes, publicada em
1808, e baseada numa série de experimentos. Um deles envolvia a reação entre o gás hidrogênio e o gás oxigênio,
Nas mesmas condições de pressão e temperatura, os volumes dos gases participantes de uma reação química
têm entre si uma relação de números inteiros e pequenos. Vejamos a relação que existe entre estes componentes:
Para formação de 1 mol de vapor de água, ém preciso reagir 2 mols de gás hidrogênio com 1 mol de gás
oxigênio, isto é:
Podemos dizer que 2 volumes de hidrogênio, reagem com 1 volume de oxigênio, produzindo 2 volumes de
Isto acontece porque o volume dos gases está associado aos coeficientes que equilibram uma equação! Como
a soma dos coeficientes dos regentes é igual a três e do produto é igual a 2, podemos afirmar que existirá uma
Vamos analisar agora a reação de síntese do gás cloreto de hidrogênio, a partir do gás hidrogênio e do gás cloro.
Ao utilizarmos 10 litros de hidrogênio, com 10 litros de cloro obteremos 20 litros de cloreto hidrogênio. Isto
acontece também por causa dos coeficientes de balanceamento da equação. Observe que neste caso este sistema
conservados, podendo aumentar, diminuir ou até mesmo permanecerem constantes. Esta variação dependerá
exclusivamente dos coeficientes de balanceamento da equação química que representam este processo de transformação.
Conhecendo essa Lei, observe esse exemplo. O trióxido de enxofre (SO3) é um gás utilizado na fabricação do
ácido sulfúrico e um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. Para produzir 30 L de SO3, quantos litros de gás
2 : 1 : 2
30 L
SO3 = = 2 ∴ x = 15 L
x
30 15 30
15 15 15
2 : 1 : 2
360
Quanto será produzido?
Nesta unidade, observamos que medindo a massa de uma amostra, através de uma balança precisa, podemos
calcular a quantidade de átomos ou moléculas existentes nela. Além disso, vimos que as massas e volumes de
substâncias envolvidas em uma reação química podem ser previstas através de cálculos que seguem determinadas
Leis. Estas Leis podem ser do tipo “ponderal” ou do tipo “volumétrico” e elas auxiliam na previsão das massas (Leis
Mas afinal, por que entender esses cálculos é importante? A resposta a essa pergunta não é muito simples...
Pense comigo, ao misturarmos uma substância com outra, você acha que ao final teremos o quê? Isso mesmo, uma nova
substância! E essas misturas estão presentes em todas as áreas de nossa vida. Desde o remédio que tomamos até os
produtos de limpeza que usamos em nossa casa. Mas, para que eles realizem seu propósito, é preciso que as substâncias
estejam nas quantidades corretas. Na próxima unidade, falaremos também das quantidades das substâncias, mas nas
Resumo
A massa atômica é calculada através da média ponderada da massa média dos átomos que constituem um
elemento químico.
A massa molecular corresponde ao somatório das massas atômicas de cada átomo que constitui a molécula.
Para qualquer substância molecular, existem 6,022 x 1023 moléculas em uma massa, em gramas, numerica-
Lei da Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier é determinada quando uma reação química é realizada
em um recipiente fechado, a massa total dos produtos é igual à massa total dos reagentes.
Lei da Proporção Constante ou Lei de Proust é determinada quando a composição química das substâncias
Volume Molar é o volume ocupado por um mol de qualquer gás, a uma determinada pressão e temperatura.
Lei Volumétrica de Gay-Lussac é determinada nas mesmas condições de pressão e temperatura, os volumes
dos gases participantes de uma reação química têm entre si uma relação de números inteiros e pequenos.
Veja ainda...
O Princípio da conservação das massas, de Lavoisier, é um tema muito importante da Química. Se você qui-
ser se aprofundar mais, aqui vai uma boa dica de leitura que requer disposição, pois não é um material fácil,
Um excelente artigo que trata das idas e vindas históricas relacionadas ao conceito de mol pode ser encon-
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc01/atual.pdf
Referências
Livros
BRAGA, Marco; GUERRA, Andréia & REIS, José Cláudio. Breve História da Ciência
FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: Físico-Química. São Paulo: FTD, 2007. 408 p.
362
USBERCO, João; SALVADOR, Edgar. Eletroquímica. In:______. Química. 5 ed. Reform. São Paulo: Saraiva, 2002.
PERUZZO, F.M. CANTO, E. L.: Química na abordagem do cotidiano. Volume único. 2.ed. São Paulo. Moderna ed. 2002.
SANTOS, W. MÓL, G.: Química Cidadã. 1.ed. São Paulo. Nova Geração ed. 2010.
Atividade 1
seguir:
(7 x 1) + (6 x 2) + (8 x 3) + (7,5 x 4) 7 + 12 + 24 + 30
Média = =
1+2+3+4 10
73
= = 7,3
10
A média de Arlindo é 7,3. Observe que a nota mais importante para Arlindo é a do
Atividade 2
Podemos afirmar que a ocorrência percentual do B10 é igual a 20% (1 átomo em cinco
representa 20% do total de átomos, certo?). Já a ocorrência do B11 é igual a 80%, uma vez
que a soma das ocorrências dos átomos de um elemento químico deverá ser sempre igual a
100%. Com isso, podemos calcular a massa atômica do boro, conforme a fórmula:
Sabemos que a massa molecular é soma das massas atômicas dos elementos que
7 átomos de carbono
6 átomos de hidrogênio
1 átomo de oxigênio
b. Sacarose – C12H22O11
12 átomos de carbono
22 átomos de hidrogênio
11 átomos de oxigênio
364
Atividade 4
Para calcularmos a massa molecular deste sal, temos que levar em consideração a
quantidade de moléculas de água existentes. Como o nosso sal é dihidratado, isso significa
que ele possui duas moléculas de água, ou seja, 4 átomos de hidrogênio e 2 átomos de
oxigênio.
guintes átomos:
1 átomo de cálcio
2 átomos de cloro
4 átomos de hidrogênio
2 átomos de oxigênio
Atividade 5
Pela lei de conservação das massas ou Lei de Lavoisier, sabemos que quando uma
reação ocorre em um sistema fechado, a massa dos produtos é igual à massa dos reagen-
342 g = 144 g – X
X = 342 – 144
X = 198 g
198 g
=2
99 g
342 g 342
=2 Y= Y = 171 g
Y 2
144 g 144
=2 Z= Z = 72 g
Z 2
Atividade 7
2:1:3
366
Aplicando a Lei volumétrica de Gay-Lussac, poderemos calcular quantos de litros de
500 L
Amônia = =2 x = 250 L
x
2NH3(g) → N2(g) + 3H2(g)
2 : 1 : 3
500 250 750
: :
250 250 250
O ferro pode ser obtido a partir da hematita, minério rico em óxido de ferro, pela reação com carvão e oxigênio. A tabela a
seguir apresenta dados da análise de minério de ferro (hematita) obtido de várias regiões da Serra de Carajás.
No processo de produção do ferro, dependendo do minério utilizado, forma-se mais ou menos SO2, um gás
que contribui para o aumento da acidez da chuva. Considerando esse impacto ambiental e a quantidade de ferro
produzida, pode-se afirmar que seria mais conveniente o processamento do minério da (s) região (ões):
a. 1, apenas.
b. 2, apenas.
c. 3, apenas.
d. 1 e 3, apenas.
e. 2 e 3, apenas.
Gabarito: Letra C
O minério da região (3) é o que apresenta menor quantidade de enxofre, que é o elemento químico que dará
origem ao SO2, além de ter um teor de ferro próximo do da região (2), tornando-se, portanto, o recomendado.
No processo de produção do ferro, a sílica é removida do minério por reação com calcário (CaCO3). Sabe-se,
teoricamente (cálculo estequiométrico), que são necessários 100 g de calcário para reagir com 60 g de sílica.
Dessa forma, pode-se prever que, para a remoção de toda a sílica presente em 200 toneladas do minério na
a. 1,9
b. 3,2
c. 5,1
d. 6,4
e. 8,0
Gabarito: Letra B
Comentário:
Dados:
? 1,94 toneladas
370
Questão 3 (ENEM 2000)
Determinada Estação trata cerca de 30.000 litros de água por segundo. Para evitar riscos de fluorose,
a concentração máxima de fluoretos nessa água não deve exceder a cerca de 1,5 miligrama por litro de água. A
quantidade máxima dessa espécie química que pode ser utilizada com segurança, no volume de água tratada em
a. 1,5 kg.
b. 4,5 kg.
c. 96 kg.
d. 124 kg.
e. 162 kg.
Gabarito: Letra E
Comentário:
www.visaoedu.com.br
A Química
tem solução!
Para início de conversa...
Você sabe o que uma barra de aço, os fluidos do seu corpo (como o sangue
uma solução nada mais é do que uma mistura homogênea de substâncias quími-
cas. Você lembra o que é uma mistura homogênea, certo? Mas caso não, releia a
como é a mistura dos diversos metais que compõem a liga. A variação na quanti-
ou a urina dão aos médicos pistas valiosas sobre a saúde de um paciente. Por
quantitativamente.
Quantitativamente
Verbete
mento que está abaixo do valor mínimo para que seja obtido algum efeito benéfico? O tratamento seria ineficiente,
podendo ocasionar a piora no seu quadro clínico ou até mesmo a sua morte!
Figura 1: Comprimidos são manipulados de forma a exercerem determinada função em nosso organismo.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/391471 - Adam Ciesielski
Nesta unidade, nós iremos aprender como, em nosso dia a dia, manipulamos as soluções para que elas nos
beneficiem.
Objetivos da aprendizagem
Conceituar soluções e solubilidade;
374
Seção 1
O que são soluções?
Na Natureza, somos rodeados por sistemas, formados por mais de uma substância, as chamadas misturas,
Como disse, uma solução é uma mistura de duas ou mais substâncias que existem em uma única fase, poden-
do esta ser classificada como gasosa, sólida ou líquida. Na Tabela 1, são listados os exemplos mais comuns destas
soluções.
Diferentes combinações de sólidos, líquidos e gases atuam como solvente ou soluto. O soluto é o componente
de uma solução que é dissolvido no solvente, e é geralmente presente em menor quantidade. O solvente é o com-
concentração. Dissolver
As soluções mais comuns são aquelas cujo solvente é um líquido, sendo diluir ou solubilizar completamen-
te uma substância num solvente.
denominadas soluções aquosas, quando a água é o solvente.
Uma forma simples de identificar o soluto e o solvente é a partir da observação do aspecto físico da solução. O
solvente sempre será a substância que possui o mesmo estado físico da solução. No exemplo anterior, como a solução
é líquida, o solvente será a água. A Figura 2 é uma representação ilustrativa dos componentes de uma solução aquosa.
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/lagoa-rodrigo-de-freitas-tem-mortandade-de-pei-
xes-3048224#ixzz1zg2jvNXN
Até aqui, você aprendeu que estamos a todo momento em contato com diversas
soluções químicas. Para onde quer que olhemos, temos exemplos de soluções e alguns
376
Sabendo que esses três são exemplos de soluções aquosas de diversas substâncias,
Seção 2:
Por que as substâncias misturam-se?
Por que será que conseguimos dissolver o açúcar na água e ao tentarmos dissolver o óleo de cozinha nesta
mesma água, isso não acontece? Por que será que os mecânicos utilizam gasolina para limpar a graxa de suas mãos?
As respostas a perguntas simples do nosso cotidiano são facilmente obtidas a partir de alguns conceitos bá-
sicos da ciência. Nestas observações, nós temos de levar em conta uma regra simples que diz: “semelhante dissolve
semelhante”. Isto significa que um solvente dissolverá um soluto se eles tiverem polaridades semelhantes. Ou seja,
solventes polares tendem a dissolver solutos polares, enquanto que, solventes não polares tendem a dissolver solutos
Tanto as moléculas do açúcar quanto as da água são polares. Isso permite que a força de atração entre elas seja
Forças similares não existem em misturas gordura-água. Isso porque essas substâncias possuem polaridades
diferentes e por isso necessitamos, por exemplo, utilizar um sabonete para removermos a gordura da nossa pele.
Sabões e detergentes têm essa característica, graças a sua estrutura molecular. Eles possuem em suas molé-
culas regiões polares e apolares, as quais fazem com que essas substâncias sejam capazes de remover a gordura. Para
Molécula de água
Microgotícula de gordura
Figura 3: Representação da estrutura formada na solubilização de uma gota de gordura por moléculas de um sabão ou
detergente. A parte polar do sabão interage com as moléculas de água (também polar), enquanto que sua parte apolar
interage com a gordura (que é apolar).
Ao afirmarmos que duas substâncias misturam-se, estamos nos referindo ao termo solubilidade. Esta é defi-
nida como a quantidade máxima de uma substância que se dissolve em uma dada quantidade de solvente a uma
temperatura específica.
Solubilidade refere-se a propriedade de uma substância ser solúvel ou ser capaz de se dissolver em
uma solução.
378
Com uma experiência bem simples, você pode ter mais informações sobre o processo de solubilização. O que
acontece se tentamos dissolver cada vez mais açúcar em um copo de suco de fruta?
Geralmente, adicionamos duas ou três colheres de açúcar e agitamos o suco para auxiliar na sua solubilização.
Porém, o açúcar sempre será dissolvido à medida que aumentamos a sua quantidade? Caso você tente realizar isso,
irá descobrir que há uma quantidade limite de açúcar que você adicionará sem que tenha um depósito no fundo
do copo. E como podemos saber quanto de açúcar devemos colocar no copo para que seja totalmente dissolvida?
Todo soluto tem uma capacidade máxima de solubilização em um solvente. Esse limite é medido através da
massa de soluto que se dissolve em uma quantidade (massa ou volume) de solvente. Tal quantidade máxima é de-
nominada coeficiente de solubilidade. Depois de alcançar esse limite, não será possível dissolver mais o soluto na
A solução com quantidade de soluto inferior ao coeficiente de solubilidade é denominada solução insaturada
ou não saturada. Já uma solução supersaturada é a que contém uma quantidade de soluto superior ao coeficiente de
solubilidade a uma dada temperatura. Por ser instável, a mínima perturbação em uma solução supersaturada faz com
que o excesso de soluto dissolvido precipite e a solução torna-se saturada com presença de soluto não dissolvido,
Normalmente, são formadas soluções supersaturadas ao aquecer uma solução saturada que tenha corpo de
fundo. Após aquecer essa solução até que todo o soluto dissolva, um resfriamento lento até a temperatura inicial
pode permitir a obtenção de uma solução supersaturada, desde que o soluto não tenha precipitado.
O conceito de solução saturada está diretamente relacionada com o de solubilidade. Consequentemente, não
há sentido em falar sobre solubilidade entre o álcool e a água, já que essas duas substâncias misturam-se em todas as
É importante salientar que todas as substâncias possuem um certo grau de solubilidade. A saturação ocor-
re em altas quantidades para solutos muito solúveis e a baixas quantidades para solutos pouco solúveis. Não há
substância que não possua algum grau de solubilidade. Neste caso, o termo insolúvel costuma ser utilizado para
Você já parou para pensar no quanto estamos em contato com a química das solu-
ções? Já percebeu que todos os refrigerantes quando abertos liberam gás? Esse gás é o di-
http://pontociencia.org.br/experimentos-interna.php?experimento=269&PILULAS
+DE+CIENCIA+O+GAS+NOS+REFRIGERANTES#top
Como vimos no vídeo, a fim de permitir que mais gás seja dissolvido na água, esta é
faz com que o gás saia da solução, sob a forma de bolhas. Como o gás é mais leve do que o
líquido, logo que ele sai da solução, carrega consigo uma pequena quantidade de líquido
solução supersaturada nos primeiros segundos após a garrafa ou a latinha ser aberta.
380
Seção 3
A Temperatura e a solubilidade
A temperatura é um dos fatores ambientais que mais influenciam os seres vivos. Um exemplo são os orga-
nismos aquáticos, os quais utilizam o oxigênio dissolvido na água. O grau de solubilidade do gás na água é menor,
conforme o aumento da temperatura. O teor de oxigênio na água cai pela metade, quando a temperatura da água
A maioria das substâncias dissolve-se mais depressa em elevadas temperaturas. Contudo, como podemos ver
Temperatura ° C
Ao observarmos o gráfico, podemos obter algumas informações. Por exemplo, o nitrato de sódio (NaNO3) pos-
sui a 60° C um coeficiente de solubilidade de cerca de 110 g em 100 g de solvente. A solução em questão é saturada.
Já o sulfato de lítio (Li2SO4) é um sólido que se apresenta menos solúvel quando é exposto à temperaturas elevadas do
que a baixas temperaturas, enquanto que o sulfato de sódio (Na2SO4) apresenta um comportamento misto, aumen-
tando a sua solubilidade até cerca de 40° C, mas decrescendo a partir deste valor.
Uma solução supersaturada é um exemplo da influência da temperatura na solubilidade. Como você já leu, ela
contém uma quantidade de soluto maior do que o seu limite de solubilidade. Essas soluções podem ser preparadas
a partir do resfriamento de soluções saturadas preparadas a elevadas temperaturas. Se deixar a solução resfriar lenta-
mente, à temperatura ambiente e sem agitação, uma solução supersaturada é formada. Ela, porém, é instável.
túrbio, podemos “destruir” a supersaturação. Esses eventos são suficientes para que o que está acima do limite de
solubilidade deposite-se no fundo do recipiente e uma solução saturada seja novamente obtida.
http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_821736&feature=iv&src_vid=MKwlNj8
cIZw&v=7d4GhLCHQ20
Um exemplo prático para as soluções supersaturadas são as compressas instantâneas, quentes ou frias, nor-
malmente utilizadas pelos atletas para primeiros socorros de problemas musculares. Esses dispositivos são feitos a
partir de uma bolsa de água dentro de outra bolsa, contendo algum sal, ou vice-versa. Ao pressionar firmemente a
No caso da solução de acetato de sódio, uma pequena perturbação acarreta no aumento da temperatura do
pacote até aproximadamente o ponto de fusão do sal (neste caso, 58° C). Esse efeito é utizado em “soluções instan-
tâneas quentes”. Já a solução de nitrato de amônio é utilizado para compressas frias instantâneas. Neste processo, a
382
Resolvendo um problema...
ta de um problema de Química. Você tem uma solução, contendo 28,0 g de nitrato de po-
tássio (KNO3) dissolvidos em 50,0 g de água a 30° C. Sabendo que a solubilidade do nitrato
de potássio é de 40,0 g/100 g de água, nessa mesma temperatura, a solução formada será
Graficamente falando...
sentadas por A, B e C:
Solubilidade (g soluto / 100 g água)
Temperatura ° C
Como mensurar as relações existentes entre as quantidades de soluto por solvente ou solução? Há diversas
maneiras de expressar essas grandezas. Quando estudamos as soluções, devemos ser capazes de conhecer sua com-
O termo concentração é utilizado para definir a correlação entre a quantidade de um componente com outro
A concentração de mol/L, ou em quantidade de matéria, é de longe a unidade mais utilizada, dentre as descri-
tas na Tabela 2. Quando mencionamos que a concentração de uma solução aquosa de permanganato de potássio
(KMnO4) é 0,1 mol/L, por exemplo, estamos afirmando que existe 0,1 mol (15,8 g) do sal dissolvido em um litro de
solução. Esse cálculo em gramas você aprendeu na unidade "Quantidades nas transformações químicas", referente à
massa molecular.
É possível calcular a quantidade de matéria (n) contida numa determinada massa (m) de uma substância, cuja
m
n =
M
Denomina-se n como número de mols. Assim, o valor de n para uma amostra contendo 7,3 g de cloreto de
7,3
n = = 0,125 mol
58,4
Quando a quantidade (em massa ou volume) de soluto é muito pequena, o teor é expresso em partes por mi-
lhão. Essa é mais uma unidade de concentração. Por exemplo, um teor em massa de 0,0001 % é comumente expresso
384
Tipo de medida Unidade Observação
concentração em quantidade
mol/L mols de soluto por litro de solução
de matéria
concentração comum g/L massa do soluto em gramas por litro de solução
partes por milhão (por massa) ppm ( por massa) massa do componente em miligramas por quilograma de amostra
partes por milhão (por volume) ppm ( por volume) volume em microlitros (0,001 ml) por litro de amostra
alcoólicas, teimou em conduzir o seu veículo. Ao chegar próximo de sua residência, foi
abordado em uma blitz da ‘Lei Seca’. Ao realizar o teste do bafômetro, foi encontrada uma
concentração de álcool no sangue equivalente a 400 ppm (em massa). Claudio tinha condi-
Seção 5
Diluindo para resolver...
Imagine você tendo de preparar um suco de fruta a partir de outro suco já pronto na sua geladeira. O suco está
“forte” demais? O que fazer? Simples! Dilua o suco e faça outro! Mas qual deve ser a quantidade de suco a ser utilizada?
386
Um problema comum ao trabalharmos com soluções é a necessidade de converter a sua concentração,
diminuindo-a. O que você acha que ocorre com o número de mols de soluto? Aumenta? Diminui?
Temos de ter em mente que, nesse processo de diluição, o volume da solução aumenta, mas a quantidade de
soluto permanece inalterada. Em outras palavras, o número de mols de soluto na solução é a mesma antes e após a
diluição. O que muda é que a quantidade de soluto por volume de solução diminui.
Já que o número de mols não altera com a diluição, podemos calcular o valor da concentração da solução
Como mencionado anteriormente, o número de mols tanto da solução concentrada quanto na diluída perma-
O volume pode ter qualquer unidade, desde que as unidades dos dois lados da equação sejam as mesmas. O
mesmo princípio pode ser utilizado no cálculo da concentração. Nós podemos utilizar ppm, g/L ou qualquer outra
unidade de concentração que expresse massa ou mols por unidade de solução ou solvente.
Outra forma de prepararmos soluções é diluindo uma parcela da solução de concentração conhecida com o
acréscimo de solvente até que uma concentração final e um volume desejado sejam alcançados. Como sabemos a
concentração inicial e a parcela retirada da solução, podemos determinar facilmente a concentração da nova solução.
Na Figura 5 está representado um esquema de como é feita uma diluição, utilizando um suco de frutas
como exemplo.
m1 = Ci Vi m1= Cf Vf
Figura 5: Como diluir uma solução (no caso um suco) a partir de dados conhecidos como: concentração e volume.
Agora que você aprendeu sobre diluição de soluções, que tal colocar esta teoria em
prática? Para isso, você irá precisar de materiais simples como copos descartáveis, um suco
6 de fruta bem “forte” e água.
diferentes, ou seja, soluções diluídas. Observe o resultado e descreva o que você observou
no experimento.
388
Seção 6
Misturando tudo!
Assim como visto inicialmente nesta unidade, as misturas de soluções também estão bastante presentes no nosso
dia a dia. São atos cotidianos que acabam passando despercebidos por nós mesmos que praticamos a ação de “misturar”.
Ao acordarmos e sentarmos para tomar nosso café da manhã, misturamos café com leite, ou até mesmo em
um simples encontro com os amigos, misturamos o suco de limão com cachaça para fazermos uma caipirinha. Este
ato de misturar as soluções é também muito comum em laboratórios, onde a análises de produtos exigem dos quími-
Quando misturamos soluções de mesmo soluto, porém de concentrações diferentes, obtemos uma nova solu-
Ao fazermos um suco de fruta, imaginemos que um copo contenha um suco "fraco" e outro um suco mais
O que ocorre na realidade é que a quantidade de soluto presente na solução resultante será igual à soma das
Solução C1
1
V1 { Solução C2
2
V2 { Solução C3
3
V3 {
Figura 6: Esquema ilustrativo de uma mistura de soluções. A concentração final é determinada pela fórmula: C1.V1 + C2.V2 = C3.V3
Olhe ao seu redor e perceba a quantidade de soluções químicas que você utiliza por dia e que inconsciente-
mente passaram a ser necessárias no nosso cotidiano. Em atividades simples, como escovar os dentes, utilizamos
uma solução. Para tomar banho, utilizamos outra solução. Ao fazer um refresco, utilizamos mais uma solução. Enfim,
porque uma solução aquecida pode solubilizar uma substância de forma mais rápida ou lenta. Ao colocar o seu conhe-
cimento em prática, você é capaz de fazer suas próprias soluções, bem como diluí-las, misturá-las, enfim, trabalhá-las.
O Fascículo 4 termina por aqui, mas nosso estudo da Química, não. Você deve estar percebendo que os conteú-
dos estão ficando mais complexos, no entanto, também mais interessantes. O tema da próxima unidade fará você per-
ceber o quanto a Química está presente no nosso dia a dia, pois trabalharemos conceitos como calor e temperatura;
bem como discutiremos sobre a obtenção de energia a partir de processos químicos, algo tão importante e presente
em nossas vidas, não é verdade? Nos encontraremos por lá, não perca!
Resumo
No nosso cotidiano, estamos cercados por sistemas formados por mais de uma substância, as chamadas misturas. Uma
solução é uma mistura de duas ou mais substâncias que existem em uma única fase, ou seja, é uma mistura homogênea.
Uma solução é composta de soluto e solvente, onde o soluto é a substância em menor quantidade.
O fato de duas ou mais substâncias se misturarem ou não depende do fator ‘solubilidade’. Esta é definida como a
quantidade máxima de uma substância que se dissolve em uma dada quantidade de solvente a uma determinada
temperatura.
A quantidade máxima de soluto capaz de se dissolver totalmente numa determinada quantidade de solvente é
A solução insaturada é aquela na qual o soluto dissolvido não atingiu o valor de seu coeficiente de solubilidade,
enquanto que uma solução saturada atingiu este valor. Ambas as soluções são estáveis. Uma solução supersatura-
da possui uma quantidade de soluto dissolvido superior ao máximo permitido, tornando-a instável.
A diluição de uma solução consiste em diminuir a concentração da solução inicial pela adição de mais solventes.
390
Veja ainda...
Aprenda um pouco mais sobre os conceitos de soluções neste artigo da revista Química Nova na Escola:
Link: qnesc.sbq.org.br/online/qnesc28/09-AF-1806.pdf
Referências
Whitten, K. W.; Gailey, K. D.; Davis, R. E.; General Chemistry with Qualitative Analysis; Saunders College
Kotz, J. C.; Purcell, K. F.; Chemistry & Chemical reactivity; Saunders College Publishing; Orlando – Florida;
Brescia, F.; Arents, J.; Meislich, H.; Turk, A.; General Chemistry; Harcourt Brace Jovanovich International
Urbesco, J.; Salvador, E.; Química – Físico-química; volume 2; 10ª edição; São Paulo: Saraiva, 2005. 512p.
Urbesco, J.; Salvador, E.; Conecte Química – Físico-química; volume 2; 1ª edição; São Paulo: Saraiva, 2011.
461p.
Peruzzo, F. M.; Canto, E. L.; Química 2: Química na abordagem do cotidiano; volume 2; 5ª edição; São
(solvente).
Atividade 2
uma quantidade muito maior do que o que se dissolveria na pressão atmosférica. O gás
saída de algumas bolhas de gás. Mas essa saída não ocorre de uma só vez. Nos instantes
iniciais, é formada uma solução supersaturada e, por ser instável, o gás dissolvido que está
acima do coeficiente de solubilidade é liberado. Após todo o gás excedente sair do refrige-
Atividade 3
calcula-se a quantidade de nitrato de potássio que pode saturar em 50,0 g de água. Então
teremos:
x = 20,0 g de KNO3
392
Atividade 4
a. Substância A, pois é a única curva descendente o que indica que sua solubilida-
d. Em 100º C:
x = 400 g de C.
Atividade 5
Como a concentração utilizada para estimar o efeito do álcool do sangue é g/L, ini-
metro feito pelo Claudio. A unidade ppm (em massa) é equivalente a miligramas de soluto
0,4
g de álcool etílico = 0,4 g de álcool etílico
kg de solução L de solução
Esse valor (0,4 g/L) está dentro da faixa 0,30 – 0,50 mostrada na tabela. O efeito
causado pelo álcool nessa faixa de concentração indica risco do condutor causar algum
acidente de trânsito, ou seja, Claudio não tinha condições de estar conduzindo o veículo.
Ao observar o experimento com o suco de fruta, você irá perceber a variação das
394
O que perguntam por aí?
Questão 1 (Cesgranrio-RJ)
Ordenada = solubilidade,
em gramas, por 100 gra-
mas de água
temperatura em 0 C
A quantidade de água necessária para dissolver 30 gramas do sal a 35° C será, em gramas:
a. 45
b. 60
c. 75
d. 90
e. 105
30 gramas _______ x
50 g em 100 gramas de água. Se queremos dissolver 30 g do sal, então serão necessários 60 g de água.
Questão 2 (UFRJ)
Os frascos a seguir contêm soluções saturadas de cloreto de potássio ( KCℓl ) em duas temperaturas diferentes.
Na elaboração das soluções foram adicionados, em cada frasco, 400 mL de água e 200 g de KCℓ.
Frasco I Frasco II
sal depositado
O diagrama a seguir representa a solubilidade do KCℓ em água, em gramas de soluto / 100 mL de H2O, em
diferentes temperaturas.
Solubilidade
temperatura em (º C)
b. Sabendo que a temperatura do frasco II é de 20º C, calcule a quantidade de sal (KCℓ) depositado no
fundo do frasco.
396
Gabarito comentado:
x = 50 g de KCℓ
Observando o gráfico temos que para uma solubilidade de 50 g/100 g de água, a temperatura é de 80º C.
x = 120 g de KCℓ
Evapora-se totalmente o solvente de 250 mL de uma solução aquosa de cloreto de magnésio (MgCℓ2) de con-
a. 8,0
b. 6,0
c. 4,0
d. 2,0
e. 1,0
Gabarito: Letra D
temos:
massa
8,0 g/L = massa = 8,0 x 0,25 = 2,0 g
0,25 L
Logo, a massa de cloreto de magnésio presente na solução é de 2,0 g.