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Impressao 6
Impressao 6
ARQUITETÔNICA,
URBANÍSTICA E PAISAGÍSTICA
AULA 3
CONTEXTUALIZANDO
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estruturada, e que valoriza o objeto arquitetônico em toda sua complexidade
em termos de adequação ao local e à transformação das possibilidades e
restrições no resultado final.
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Na Antiguidade Clássica, o refinamento das construções ganhou
destaque, utilizando os mesmos materiais que já eram encontrados na
natureza. Como mencionado anteriormente, as civilizações grega e romana
tinham concepções sociais mais complexas, mas as construções permaneciam
com caráter religioso e de culto aos deuses. Surge, então, o primeiro tratado de
arquitetura de Vitrúvio, com os princípios que abordamos nesse momento.
Estudos analisam que, provavelmente, para construir as obras que
conhecemos daquela época (como representado na Figura 2), foram utilizadas
técnicas precursoras dos guindastes: máquinas de elevação, que funcionavam
com o uso de força humana.
Crédito: EXTRADEDA/Shutterstock.
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para fazer cimento Portland, o mais comum atualmente, cuja produção teve
início no século XIX.
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Figura 4 – Templo Byodo-in (Japão)
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As proporções e os detalhes construídos na Idade Média eram
imponentes, assim como as concepções dos feudos (áreas ricas). Por isso,
eram fortemente muradas, para proteger-se de ataques inimigos em busca de
saquear ou conquistar territórios. As principais construções foram os castelos e
as catedrais. Estas simbolizavam o poder da Igreja na época; a carpintaria foi a
forma de construir mais importante por vários séculos, pois a madeira era muito
utilizada em construções pela população em geral e também nos edifícios mais
sofisticados.
Comumente, a cobertura das igrejas e as estruturas de suas torres
apresentavam problemas, principalmente com relação ao vão. As inovações
construtivas para suprir esse problema foram a criação de abóbadas com
nervura de pedra e preenchimento de tijolo, o uso de arco em forma ogival e
arcobotantes – espécie de meios arcos construídos por cima da cobertura das
naves laterais para sustentar o vão central. As estruturas vazadas permitiam a
implementação de rosáceas e vitrais (usados para narrar episódios religiosos);
naquele momento, predominava a verticalidade. As plantas seguiam o formato
da cruz latina, e as fachadas eram trabalhadas com esculturas e relevos.
A Basílica de São Marcos (Figura 6) é um exemplo desse tipo de
construção. Localizada na cidade de Veneza (Itália), na Praça de São Marcos,
sempre foi o ponto de encontro da vida pública e religiosa. É considerada uma
das catedrais europeias mais bonitas do mundo. Essa basílica é resultado da
combinação de vários estilos e, mesmo com reestruturações, conserva
características originais, inclusive, orientais, devido ao domínio mouro na
Europa e impressiona a muitos pelas suas particularidades. É uma combinação
de arquitetura e arte, simbolizando a riqueza e o poder da cidade Veneza, além
de fazer referência às aventuras de seus habitantes pelo mar Mediterrâneo.
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Figura 6 – Basílica de São Marcos (Veneza, Itália)
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burguesia. Hoje, o palácio faz parte do Museu Reina Sofia, e abriga exposições
de arte contemporânea.
Crédito: Ahau1969/Shutterstock.
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Figura 8 – Unité d’Habitation (Marseille, França)
Saiba mais
Para conhecer mais a história da Lina, assista ao vídeo “Especial – 100
anos de Lina Bo Bardi” (disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=z2mkutMCx3M&t=205s>.)
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Figura 9 – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, MASP
Crédito: XM4THX/Shutterstock.
Saiba mais
Visualize a construção em: <https://foresthistory.org/october-15-1934-
glued-laminated-timber-comes-to-america/>. Acesso em: 6 dez. 2021.
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Unidos em barcos, durante a Segunda Guerra Mundial. Sua aplicação foi
ampliada e hoje tem diversas finalidades como na construção civil, na
automobilística, em embalagens, entre outros. O isopor pode ainda ser utilizado
como isolante térmico e acústico.
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Figura 11 – Casa e wood frame
Crédito: FOTOGRIN/Shutterstock.
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Na lógica das construções mais eficientes, o sistema pré-moldado
funciona como um brinquedo de encaixe, pois as estruturas são fabricadas com
as medidas necessárias, então levadas ao local e montadas de acordo com o
projeto (Figura 13). As peças são de concreto armado, com instalações
elétricas e hidráulicas embutidas.
Crédito: Brookince/Shutterstock.
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Figura 14 – Construção em drywall
Crédito: ja-images/Shutterstock.
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Figura 15 – Loja da Starbucks construída com containers (Hualien, Taiwan)
Crédito: CYANGPIX/Shutterstock.
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Figura 16 – Community First! Village (habitações criadas em impressora 3D)
Para refletir
Ressaltamos ainda que os edifícios, materiais construtivos e tudo o que
aqui expomos, foi desenvolvido para atender pessoas e suprir uma demanda a
elas imposta. Por isso, propomos uma reflexão. Para isso, assista ao vídeo
“Why great architecture should tell a story” (disponível em:
https://www.ted.com/talks/ole_scheeren_why_great_architecture_should_tell_a
_story>. Acesso em: 6 dez. 2021).
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2.1 Aumentando o repertório
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Na antiguidade clássica, Grécia e Roma não ficaram distantes do desejo
de conquistar o maior vão e altura possíveis com os recursos da época,
utilizando, principalmente, pedra. Um dos edifícios mais simbólicos e melhor
preservados da época, como mostramos, é o Panteão (em Roma, Itália), com
43,4 m de altura e diâmetro da parte central (Figura 18).
Crédito: D-VISIONS/Shutterstock.
Crédito: DiegoMariottiniQ/Shutterstock.
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A partir do século XIX, o aço permitiu soluções mais ousadas para atingir
tal objetivo, principalmente com o concreto armado. Há inúmeros exemplos no
mundo e no Brasil. A Figura 20 retrata a parte interna da Catedral de Brasília,
com 30 m de altura, remetendo à mesma grandeza das igrejas e templos de
outras épocas.
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Figura 21 – Centro Pompidou, em Metz, França
Crédito: ANDERSPHOTO/Shutterstock.
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TEMA 4 – A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA NOS SISTEMAS PREDIAIS
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Figura 23 – Elevador elétrico Edoux (ilustração original da Enciclopédia
industrial E.-O. Lami, 1875)
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Figura 24 – Edifício Sampaio Moreira, em São Paulo
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A área da engenharia de Controle e Automação estuda projetos e
construção de equipamentos, além de algoritmos, que estimulem
automaticamente o comportamento de um objeto ou sistema. Dessa forma, o
funcionamento será automático, e sua resposta será definida pelo operador
humano, limitada por um conjunto de comportamentos admissíveis.
Por isso, as possibilidades automatizadas e sistemas integrados estão
cada vez mais presentes em nossas construções e residências. Desse modo,
pode ser chamado domótica ou casas inteligentes (smart houses). Esses
sistemas são aliados à capacidade de executar funções mediante comandos
humanos para cada um dos itens programáveis, como a possibilidade de
trancar e destrancar a casa, controlar a temperatura do ar-condicionado, abrir
ou fechar cortinas, entre tantas outras opções. Muitas vezes, esses recursos
podem ser ativados por celulares ou tablets.
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A tendência é que esse cenário melhore no futuro próximo, pois
estudiosos acreditam que as pessoas vão adquirir a automatização das
residências como uma necessidade, podendo ser projetadas tanto para quem
apresenta alguma dificuldade física (como de locomoção), ou por questões de
conforto, estética ou economia.
Crédito: Structuresxx/Shutterstock.
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Esses recursos mudaram completamente nossa percepção de
deslocamento dentro das cidades – assim como o rastreio e registro de todas
as nossas atividades. Por um lado, são entendidos como sistemas que
trabalham em prol da segurança e conforto; por outro, são ferramentas de
controle e vigilância.
No paisagismo, há recursos de automatização de irrigação, iluminação
entre outros, para a vegetação jardins, parques e de produtores. Uma busca
conjunta do urbanismo e do paisagismo está nas hortas comunitárias,
implantadas em espaços planejados, terraços de edifícios ou em áreas
subutilizadas das cidades, que são apropriados e então cultivados e cuidados
para produzir alimento para pessoas que moram na região.
Saiba mais
A horta comunitária Value Farm, na China, foi estabelecida em uma área
onde há uma antiga fábrica desativada. O projeto apresenta recursos de
irrigação automatizada, economia de energia e dispositivos de esverdeamento
vertical. Cria uma paisagem como um oásis verde em oposição ao caos
urbano, reconectando os moradores da cidade com a natureza e com a
experiência prática do cultivo de safras. A agricultura urbana oferece
suprimento de alimentos mais sustentável, seguro e acessível, apontando para
uma mudança do microclima, e respondendo concretamente ao imperativo
ecológico contemporâneo (disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/600615/value-farm-thomas-chung>. Acesso
em: 6 dez. 2021).
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Cidades e Comunidades Sustentáveis, da ONU, que pretende oferecer, até
2030, acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e
verdes, com prioridade para mulheres e crianças, pessoas idosas e com
deficiência.
Acreditamos que o aumento da necessidade de retomar espaços com
áreas verdes é um grande avanço para esse setor de atuação, em
contrapartida ao estresse urbano.
Crédito: DENISPRODUCTION/Shutterstock.
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recursos tecnológicos e estudos científicos disponíveis para implementar
estratégias para atingir tais objetivos e atender às nossas necessidades.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
Após ter assistido a essa aula com atenção, e de ter feito as reflexões
propostas, acreditamos que você estará pronto para aprofundar seus
conhecimentos de arquitetura. Continue estudando e pensando sobre esses
exercícios ao longo do curso.
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Posteriormente, você perceberá o quanto a arquitetura pode ajudar a
sociedade em todas as escalas, trazendo resultados mais satisfatórios.
Não deixe de pesquisar e observar o que acontece no Brasil e no
mundo.
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REFERÊNCIAS
COLE, E. The Grammar of Architecture. New York: Barnes & Noble, 2005.
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