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Com o mesmo raciocínio podemos fazer a aplica-

ção de um desconto nessa mercadoria, sendo agora o


empresário fazendo uma promoção para alavancar
as vendas desse produto, assim dando um desconto

MATEMÁTICA FINANCEIRA de 10% no valor dessa mercadoria de R$500,00 reais,


temos então que o valor de referência dela continua
sendo 100%. Se vai dar desconto, então a ideia ago-
ra não é de soma, mas sim de subtração, fazendo
a diferença temos, 100%-10%=90%, então o valor
CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO a ser pago pelo produto é 90% do valor original,
DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO, 90%=90/100=0,90, assim basta multiplicar o valor de
CAPITAL, JUROS, TAXAS DE JUROS, referência da mercadoria por 0,90 e obtenha o valor
CAPITALIZAÇÃO E REGIMES DE dela corrigida com um desconto de 10% promocional.
Logo, R$500,00*0,90=R$450,00, ou seja, um desconto
CAPITALIZAÇÃO
de R$50,00 reais.
O valor do dinheiro no tempo é um conceito que
sustenta que o dinheiro no presente vale mais do que JUROS SIMPLES - DOS JUROS, DA TAXA DE
a mesma soma de dinheiro a ser recebida no futuro. JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO
Assim, um dólar hoje vale mais que um dólar amanhã. FINANCEIRA, EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA
Analogamente, um real hoje tem mais valor do que
um real no futuro. Alguns conceitos são importantes para o bom
Perceba, que o valor do dinheiro também pode ser entendimento da Matemática Financeira. Assim,
relacionado aos conceitos de inflação e poder de com- tem-se o conceito de juros (J) que é a remuneração
pra. Ambos os fatores, podem, ser levados em con- do capital emprestado, podendo ser entendido, de
sideração, junto à qualquer taxa de retorno em que
forma simplificada, como sendo o aluguel pago pelo
possa ser obtida com o investimento do dinheiro. Pois,
uso do dinheiro, ou seja, é o rendimento pelo uso do
a inflação corrói o valor do dinheiro e, assim, analoga-
mente, corrói o poder de compra. capital financeiro em um determinado tempo a uma
Um exemplo é o preço do Gasolina, se você rece- dada taxa. Outro conceito é o de valor presente ou
besse um vale gasolina de R$100,00 reais em 2010, capital (PV) que é qualquer valor expresso em moe-
poderia ter comprado vários galões. Agora, se você da corrente e disponível em determinada época; valor
recebesse o mesmo vale de R$100,00 reais em 2021, atual, valor de aquisição, valor na data zero, valor do
conseguiria, provavelmente, comprar bem menos empréstimo, valor financiado, capital, ou seja, valor
litros de gasolina que em 2010. do capital inicial.
Além dos juros, temos também a taxa de juros (i)
AUMENTO E DESCONTO que é a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no
final de certo período de tempo e o valor inicialmente
Esse tipo de operação com porcentagens é muito
aplicado (ou emprestado). Estas se referem sempre a
usado no nosso dia-a-dia em muitas situações. Como
clientes, buscamos negociar preços de mercadorias uma unidade de tempo (mês, semestre, ano, etc.). As
ou produtos, com a intensão de ganhar um desconto taxas podem ser representadas percentualmente ou
no valor final. Ou ainda, como empresário, queren- em decimal (por exemplo: 10%=0,10). O tempo, núme-
do fazer um movimento no comércio de seu estabe- ro de períodos, quantidade de prestações, é chamado
lecimento você pode fazer inúmeras promoções com de prazo (n), e deverá sempre estar compatível com
desconto nos produtos oferecendo diversas taxas ou a periodicidade da taxa de juros, assim, n=0 é a data
porcentagem de desconto. Em outra situação, pode- atual (hoje) ou início do 1º período, já n=1 é o final do
-se também ter a intenção de aumento, devido algum 1º período. De modo geral, o mercado trabalha com
reajuste nos valores de insumos utilizados para pro-
o ano comercial de 360 dias e o ano civil de 365 dias.
dução de seus produtos. Essas são algumas situações
O valor futuro ou montante (FV) é um valor
possíveis para uso de métodos percentuais de corre-
ção numérica. nominal de um título, valor residual de um bem, valor
Vamos analisar as seguintes situações hipotéticas do capital acrescido de seus rendimentos, ou seja, é o
MATEMÁTICA FINANCEIRA

para melhor fixarmos a teoria: valor acumulado ao final de n períodos de capitaliza-


Supondo que você, como empresário, precisa rea- ção, à taxa de juros i. O pagamento (PMT) é o valor
justar uma mercadoria que de acordo com a inflação de cada parcela, prestação ou depósito. Normalmente
do período sofreu um reajuste de 11% e sua mercado- é utilizado quando trabalhamos com série de paga-
ria atualmente tem um custo para o cliente de R$500,00 mentos. A data focal é a data que se considera como
reais, então o custo atual tem uma referência em por- base de comparação para valores referidos a datas
centagem de 100%. Se o ajuste será para aumentar o diferentes.
valor do produto em 11%, desta forma, o novo valor
O diagrama de fluxo de caixa, Figura 19, é de
do produto corresponderá em 100%+11%=111%, onde
111%=111/100=1,11, assim basta multiplicar o valor de grande utilidade na Matemática Financeira, permitin-
referência da mercadoria por 1,11 e obtenha o valor do que se visualize no tempo o que ocorre com o capi-
dela corrigida com um aumento de 11% inflacionário. tal (PV). Fluxo de caixa são movimentos monetários
Logo, R$500,00*1,11=R$555,00, ou seja, um aumento que são identificados temporalmente através de um
de R$55,00 reais. conjunto de entradas e saídas de caixa. 195
1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
FV = PV · (1 + in)
n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 0) = 2000 · 1 = 2000
n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 1) = 2000 · 1,1 = 2200
1 n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 2) = 2000 · 1,2 = 2400
0 2 3 4 5 6 7 8 9 10
n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 3) = 2000 · 1,3 = 2600
n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 4) = 2000 · 1,4 = 2800
2000 n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 5) = 2000 · 1,5 = 3000
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 6) = 2000 · 1,6 = 3200
3000 n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 7) = 2000 · 1,7 = 3400
n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 8) = 2000 · 1,8 = 3600
Figura 19. Exemplo de diagrama de fluxo de caixa.
n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 9) = 2000 · 1,9 = 3800
Os critérios de capitalização de juros, demons- n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 10) = 2000 · 2 = 4000
tram como os juros são formados e sucessivamente
incorporados ao capital no decorrer do tempo. São No juro simples o valor de incremento mensal refe-
rente à taxa de juro é constante, ou seja, mês a mês, o
dois os regimes: simples (ou linear) e composto (ou
valor de aumento é o mesmo, basta fazer a diferença
exponencial). Começaremos a falar do Juro simples, e
entre os montantes de um mês com o anterior, FVj – FVj-1.
posteriormente do juro composto. O regime de capitalização simples é muito utiliza-
No regime de capitalização simples os juros cres- do por países com baixo índice de inflação. No entan-
cem de forma linear ao longo do tempo. Neste critério, to, em países com alto índice de inflação, a exemplo do
os juros incidem somente sobre o capital inicial (PV) Brasil, a sua utilização só faz sentido para curto prazo.
da operação, não se registrando juros sobre o saldo
dos juros acumulados. Na utilização da capitalização JUROS COMPOSTOS - CÁLCULO DO MONTANTE,
simples, definimos os Juros (J) em função do valor pre- DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E
sente (PV), da taxa de juro (i) e prazo (n): DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA
J = PV · i · n O regime de juros compostos considera que os
juros formados em cada período são acrescidos ao
O valor futuro ou montante (FV) a ser pago então
capital formando o montante (capital mais juros) do
é dado pela soma do valor presente com o juro no período. Este montante, por sua vez, passará a render
período: juros no período seguinte formando um novo mon-
tante (constituído do capital inicial, dos juros acumu-
FV = PV + J
lados e dos juros sobre os juros formados em períodos
Substituindo J em FV temos: anteriores), e assim por diante.
Na utilização da capitalização composta, devemos
FV = PV + J = PV + PV · i · n = PV · (1 + in) utilizar a seguinte fórmula para o valor futuro:
FV = PV · (1 + in)
FV = PV · (1 + i)n
No caso do regime de capitalização simples, o cál-
culo dos juros é feito apenas sobre o Principal. Neste 1
Sendo (1 + i)n o fator de capitalização e o
caso os juros serão sempre constantes, pois são calcu- (1 + i)n
fator de atualização.
lados sobre a mesma base de cálculo (capital inicial Neste caso, note que o crescimento da capitalização
ou Valor Presente). Assim, não há acúmulo de juros composta não é linear como na capitalização simples,
ao capital para o cálculo dos novos juros dos perío- como pode ser observado na Figura 21, o crescimento
dos seguintes, por isso, dizemos que o crescimento do é exponencial.
capital é linear (Figura 20).

Figura 20. Capitalização simples, com PV = R$2000,00 e i = 10% ao


mês, por 10 meses.

Assim, para encontrar os resultados da Figura 20,


utilizamos a fórmula do Montante (FV) anterior e
obtemos os valores mensais a serem pagos em cada
mês à taxa de juros de 10%. Figura 21. Capitalização composta, com PV=R$2000,00 e i=10% ao
196 mês, por 10 meses.
Assim, para encontrar os resultados da Figura 21, 2. (FCC – 2019) Em uma determinada data, Henrique
utilizamos a fórmula do Montante (FV) anterior e recebeu, por serviços prestados a uma empresa, o
obtemos os valores mensais a serem pagos em cada valor de R$ 20.000,00. Gastou 37,5% dessa quantia e o
mês à taxa de juro de 10%, com correção composta, restante aplicou a juros simples, a uma taxa de 18% ao
ou seja, juro do tempo j em relação ao montante j – 1. ano. Se no final do período de aplicação ele resgatou
o montante correspondente de R$ 14.000,00, significa
PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} que o período dessa aplicação foi de:
FV = PV · (1 + i)n
n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1)0 = 2000 · 1 = 2000 a) 1 trimestre.
n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1)1 = 2000 · 1,1 = 2200 b) 10 meses.
n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1)2 = 2000 · 1,21 = 2420 c) 1 semestre.
n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1)3 = 2000 · 1,331 = 2662 d) 8 meses.
n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1)4 = 2000 · 1,464 = 2928,2 e) 1 ano e 2 meses.
n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1)5 = 2000 · 1,6105 = 3221,02
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1)6 = 2000 · 1,7716 = 3543,122 Sabe-se que o montante (FV) é de R$14000,00 reais,
n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1)7 = 2000 · 1,9487 = 3897,434 o capital (PV) é de R$12500,00 reais, pois, se ele rece-
n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1)8 = 2000 · 2,1463 = 4287,178 beu R$20000,00 reais e gastou 37,5%, significa que
n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1)9 = 2000 · 2,3579 = 4715,895 sobrou (20000 * (1-0,375) = 20000 * 0,625 = 12500), o
n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1)10 = 2000 · 2,5937 = 5187,485 juro de 18% ao ano, ao mês basta dividir por 12 e irá
dar 1,5% ao mês, o prazo (n) é dado por:
O regime de capitalização composta é amplamen-
te adotado por todo mercado financeiro e de capitais. M = FV = PV · (1 + in)
Sua importância é fundamental para o entendimento 14000 = 12500 · (1 + 0,015n)
de praticamente todas as operações financeiras que 14000 = 12500 + 12500 · 0,015n
são realizadas. Cabe destacar que, em comparação 14000 – 12500 = 187,5n
com o regime de capitalização simples, para o primei-
1500
ro período de capitalização indifere a escolha de juros n= = 8 meses
simples ou compostos, pois ambos os juros produzi- 187,5
dos se igualam. Resposta: Letra D.

CÁLCULO DO MONTANTE 3. (FCC – 2016) Uma pessoa deseja investir em um imo-


bilizado para a sua loja e o fornecedor lhe ofereceu as
Resumindo então temos a fórmula do montante seguintes condições:
para juros simples:
a. Preço à vista = R$1.800,00;
M = FV = PV · (1 + in) b. Preço a prazo = entrada de R$300,00 e R$ 1.650,00 em
60 dias.
E o montante para juros compostos:
A taxa de juros simples mensal cobrada pelo fornece-
M = FV = PV · (1 + i)n dor, na venda a prazo foi de:

a) 5,5% a.m.
b) 4,88% a.m.
EXERCÍCIOS COMENTADOS c) 4,17% a.m.
d) 5,00% a.m.
1. (FCC – 2019) Um barril, quando está 20% vazio, con- e) 8,33% a.m.
tém 48 litros a mais do que quando está 60% cheio. A
capacidade desse barril, em litros, é: Sabe-se que o montante (FV) é de R$1650,00 reais,
como empréstimo, o capital (PV) é de R$1500,00
a) 240. reais, pois, ele pagou R$300,00 reais de entrada, o
b) 180. prazo foi de 2 meses (n=2), assim, a taxa de juro (i)
c) 320. é dada por:
d) 360.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

e) 120. M = FV = PV · (1 + in)
1650 = 1500 · (1 + 2i)
Deseja-se saber o volume do barril em litros, sendo 1650 = 1500 + 3000i
que quando ele está 20% vazio significa estar 80% 1650 – 1500 = 3000i
=100%-20%=0,8 cheio, se x é o volume do tanque
100% cheio, assim temos: 150
i= = 0,05 = 5,00% a.m
3000
0,8x = 48 + 0,6x → 0,8x – 0,6x = 48 → 0,2x = 48 Resposta: Letra D.

48 4. (FCC – 2018) A Cia. Endividada tinha que liquidar uma


x= → x = 240 dívida no valor de R$ 200.000,00 em determinada
0,2 data, porém precisou negociar a prorrogação do pra-
zo de pagamento por não dispor de liquidez. O credor
Resposta: Letra A. aceitou prorrogar o pagamento por 90 dias e negociou 197
a remuneração com uma taxa de juros compostos de FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE
2% ao mês. O valor devido pela Cia. Endividada, no CAIXA
final do prazo de prorrogação, foi, em reais:
Conceitos e Objetos
a) 216.486,43.
b) 212.000,00. A estrutura e composição do Balanço Patrimonial
c) 212.241,60. demonstração estática, sintética e ordenada do patri-
d) 208.080,00. mônio da empresa, responsável pela evidenciação da
e) 216.000,00. composição qualitativa e quantitativa do patrimônio.
Ao ser elaborado, o BP evidencia quais itens fazem
Sabe-se que o capital (PV) foi de R$200.000,00 reais, parte do patrimônio (bens, direitos e obrigações), bem
o prazo foi de 90 dias, em meses é 3 (n=3), a taxa de como qual o valor monetário de cada um desses itens.
juro composto foi de 2%=0,02 ao mês, assim, o mon- A forma mais conhecida de se obter o fluxo de cai-
tante (FV) é dado por: xa a partir de um balancete que aprenderemos mais
a frente.
M = FV = PV · (1 + i)n No balanço, as contas serão classificadas segundo
FV = 200000 · (1 + 0,02)3 os elementos do patrimônio que registrem, e agrupa-
FV = 200000 · (1,02)3 das de modo a facilitar o conhecimento e a análise da
FV = 200000 · 1,06121 situação financeira da companhia.
FV = 212.241,60 Resposta: Letra C. Como você já sabe, o conjunto de bens e direitos é
classificado no ativo do balanço patrimonial. Segundo
a norma CPC 00 – Estrutura Conceitual para o Rela-
5. (FCC – 2017) Um empréstimo com juros compostos
tório Financeiro, ativo é um recurso econômico pre-
de 1,2% ao mês corresponde a uma taxa anual de:
sente controlado pela entidade como resultado de
eventos passados.
a) (1,1212 − 1) × 100%.
O ativo, dentro do balanço patrimonial, é divido
b) (1,10212 − 1) × 100%.
em dois grandes grupos: ativo circulante e ativo não
c) (1,01212 − 1) × 100%. circulante, sendo que as contas serão dispostas em
d) (1,001212 − 1) × 100%. ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos
e) (1,1001212 − 1) × 100%. nelas registrados, vale dizer, o ativo que possui maior
liquidez (se “transforma” em dinheiro mais rápido)
Sabe-se que a taxa de juro mensal é de aparece primeiro.
i=1,2%=1,2/100=0,012, com prazo de 1 ano temos A Lei das S/A determina que o ativo deve ser apre-
n=12 meses. Assim sabemos que o juro é dado por J sentado nos seguintes grupos:
= FV – PV e por ser composto temos também:
z Ativo Circulante: disponibilidades; direitos rea-
FV = PV · (1 + i)n → FV = PV · (1 + 0,012)12 → FV = lizáveis no curso do exercício social subsequente;
PV · (1,012)12 aplicações de recursos em despesas do exercício
então: seguinte.
z Ativo Não Circulante: realizável a longo prazo;
J = FV – PV investimentos; imobilizado; intangível.
J = PV · (1,012)12 – PV
J = PV · (1, 01212 –1) Decore essa estrutura, isso vai auxiliar bastante
no seu estudo. Veja que há uma divisão em ativo cir-
Assim, a taxa anual é dada por (1,012 –1) · 100%.
12
culante e não circulante. Vejamos o que diz o CPC 26
Resposta: Letra C.
para diferenciar esses dois grupos.
O ativo deve ser classificado como circulante quan-
REFERÊNCIAS
do satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e
z Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que
aplicações. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v.
seja vendido ou consumido no decurso normal do
ciclo operacional da entidade;
IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de Matemática z Está mantido essencialmente com o propósito de
Elementar. 3. ed. São Paulo: Atual, 1977. 10 v. ser negociado;
z Espera-se que seja realizado até doze meses após a
IEZZI, Gelson et al. Matemática: ciência e aplica- data do balanço; ou
ções. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 3 v. z É caixa ou equivalente de caixa (conforme defini-
do no Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demons-
LEONARDO, Fabio Martins de et al. Conexões com tração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca
a Matemática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3 ou uso para liquidação de passivo se encontre
v. vedada durante pelo menos doze meses após a
data do balanço.
PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São
Paulo: Moderna, 2010. 3 v. Todos os demais ativos devem ser classificados
como não circulantes.
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline Merece destaque o item “Espera-se que seja reali-
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São zado até doze meses após a data do balanço”. Vejamos
198 Paulo: FTD, 2016. 3 v. um exemplo.
Caso uma entidade faça uma venda no dia 01/09/2020 Os direitos pessoais são identificados pelos crédi-
para receber a prazo em 18 parcelas, podemos afirmar tos que a entidade possui contra outras pessoas, como
que esse direito de receber (ativo) é não circulante? vendas a prazo (clientes, duplicatas a receber) ou mes-
Cuidado. O prazo de 12 meses é a contar da divul- mo adiantamentos concedidos a fornecedores.
gação do Balanço Patrimonial e não da venda propria- Já os direitos reais são identificados como bens
mente dita. Veja só esse esquema que pode facilitar o conversíveis em dinheiro da entidade, como o esto-
entendimento: que de material para venda e estoque de material de
Observe que na data da venda, a entidade rece- consumo.
berá 3 parcelas dentro do exercício de 2020, além de Por último temos os recursos aplicados em despe-
12 parcelas no exercício de 2021. Como, em regra, o sas do exercício seguinte, também conhecido como
Balanço é publicado no dia 31/12, contamos 12 meses
despesas antecipadas. Nesse caso, temos aluguéis
partir desse momento para acharmos o limite para
antecipados, prêmio de seguro a vencer (seguros ante-
identificar o que entra no ativo circulante.
cipados) e assinatura de periódicos.
Portanto, teremos 15 parcelas no ativo circulante
Bastante cuidado que esses itens são ativos circu-
(3 em 2020 + 12 em 2021), e as outras 3 restantes no
ativo não circulante realizável a longo prazo. lantes quando realizados em até 12 meses da data do
Portanto, bastante cuidado com o prazo do ativo. balanço. Caso uma despesa antecipada seja realizada
Podemos ter uma ativo a receber em 20 parcelas total- após esse prazo, será classificado no ativo não circu-
mente no ativo circulante, bastando, por exemplo, que lante realizável a longo prazo.
seja feita uma venda a prazo no mês de abril ou antes,
dessa forma teremos 8 parcelas no exercício corrente Ativo Não Circulante
da venda mais 12 parcelas no exercício seguinte.
Existe um detalhe importante na classificação do Segundo a Lei 6.404/76 e o CPC 26, o ativo não cir-
ativo circulante: o ciclo operacional. culante é divido em 4 subgrupos: realizável a longo
A regra geral é o prazo de 12 meses a contar da prazo, investimentos, imobilizados e intangível.
data do balanço. Porém, caso o ciclo operacional da
entidade seja superior a 12 meses, devemos classifi- z Ativo não circulante realizável a longo prazo:
car o ativo em circulante e não circulante levando em o ativo não circulante realizável a longo prazo é
consideração esse prazo do ciclo operacional. formado pelos direitos realizáveis após o término
O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a do exercício seguinte, assim como os derivados de
aquisição de ativos para processamento e sua realização vendas, adiantamentos ou empréstimos a socieda-
em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacio- des coligadas ou controladas, diretores, acionistas
nal normal da entidade não for claramente identificá- ou participantes no lucro da companhia, que não
vel, pressupõe-se que sua duração seja de doze meses. constituírem negócios usuais na exploração do
Por isso utilizamos o prazo de 12 a contar do balanço.
objeto da companhia.
Porém, na situação em que o ciclo operacional da
empresa tiver duração maior que o exercício social,
Observe que a regra geral é que os ativos que fo-
a classificação no circulante ou longo prazo terá por rem realizados após 12 meses do balanço sejam clas-
base o prazo desse ciclo. sificados como realizável a longo prazo. Porém, no
caso de empréstimos ou adiantamentos a empresas
COMPOSIÇÃO coligadas ou controladas, diretos, acionistas ou parti-
cipantes dos lucros, não importa o prazo, são direitos
Ativo Circulante classificáveis no ativo não circulante.
Veja um exemplo, a AMBEV fez um empréstimo ao
O primeiro item a ser incluído no ativo circulan- Diretor de Vendas para que seja pago em 6 parcelas a
te são as disponibilidades. “Disponibilidades” é uma contar de dezembro. Veja que é curto o prazo. Mesmo
classificação do ativo que envolve três itens: caixa, assim, quando o balanço for elaborado dia 31/12, esse
banco e aplicação financeira de liquidez imediata. direito de receber da AMBEV será evidenciado no ati-
Caixa é uma conta do ativo que representa o vo não circulante realizável a longo prazo.
dinheiro disponível na entidade.
Banco representa os depósitos bancários da entidade. z Investimentos: outro subgrupo do ativo não
Já aplicação financeira de liquidez imediata corres- circulante são os investimentos. Aqui você deve
ponde a aplicações financeira de alta liquidez, que são tomar cuidado, pois a palavra investimentos não
prontamente conversíveis em montante conhecido de
MATEMÁTICA FINANCEIRA

tem correlação com investimentos financeiros na


caixa, sujeitas a um insignificante risco de mudança
linguagem informal.
de valor e prontamente conversíveis em moeda no
prazo de até 3 meses ou 90 dias.
Para a Lei 6.404/76, investimentos são as partici-
Veja que esses itens representam, basicamente, o
próprio dinheiro da entidade, portanto sendo o ativo pações permanentes em outras sociedades e os direi-
mais líquido à disposição da entidade. Bastante cui- tos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo
dado com cheques, pois os cheques recebidos e não circulante, e que não se destinem à manutenção da
depositados em conta são classificados como equiva- atividade da companhia ou da empresa.
lentes de caixa. Cuidado com aquisição de ações. Caso a entida-
Outro item classificado no ativo circulante são os de compre as ações com a finalidade de especulação
direitos realizáveis no curso do exercício social subse- (esperar valorizar e vender), essas ações não podem
quente. Os direitos realizáveis no curso do exercício ser consideradas como participação permanente.
social representam direitos que podem ser classificados Como está disponível para a venda, devem ser classifi-
em reais ou pessoais, segundo o próprio Código Civil. cadas como ativo circulante. 199
Então você deve levar para a prova que se a aqui- Como exemplo de passivo, temos as contas a pagar,
sição de ações ou títulos representativos do capital tributos a recolher, salários a pagar, empréstimos e
social for de caráter permanente, será classificada financiamentos, aluguel a pagar, seguros a pagar,
como ativo não circulante. adiantamentos recebidos (afinal a entidade recebe
Outro exemplo de investimentos são obras de arte antes de cumprir sua parte), receita antecipadas (bas-
e ouro, desde que esses itens não estejam no objeto tante semelhante aos adiantamentos recebidos).
da entidade, ou seja, a Ambev comprar um quadro de
Monet é investimento, já um museu não irá classificar
dessa forma. Patrimônio Líquido (Passivo Não Exigível)

z Imobilizado: ativo imobilizado é outro subgrupo O patrimônio líquido (passivo não exigível) corres-
do não circulante. São classificados como “imobili- ponde ao saldo residual do ativo, depois de deduzidos
zados” os direitos que tenham por objeto bens cor- os passivos exigíveis.
póreos destinados à manutenção das atividades Segundo a Lei 6.404/76, o patrimônio líquido é
da companhia ou da empresa ou exercidos com dividido em capital social, reservas de capital, ajustes
essa finalidade, inclusive os decorrentes de ope- de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações
rações que transfiram à companhia os benefícios, em tesouraria e prejuízos acumulados.
riscos e controle desses bens.

Entra nesse subgrupo os veículos utilizados pela PATRIMÔNIO LÍQUIDO


entidade, móveis, equipamentos, computadores, imó-
veis destinados ao uso da atividade. Cuidado com os Capital Social
imóveis, pois se forem destinados a aluguel, a depen- (-) Capital a integralizar
der do destino do aluguel, imóvel pode ser classifica-
do como propriedade para investimento e não ativo Reservas de Capital
imobilizado.
Aqui vale entender que não apenas aqueles de Reservas de lucro
propriedade da entidade, mas aqueles oriundos de
arrendamento mercantil também. (+/-) Ajuste de Avaliação Patrimonial
Sabe os aviões da EMBRAER? Eles não são de pro- (-) Ações em tesouraria
priedade da AZUL Cia Aéreas por exemplo. A AZUL faz
um contrato de arrendamento e a EMBRAER transfere (-) Prejuízo acumulado
os aviões para a AZUL. Como os riscos e benefícios da
aeronave são “transferidos” para a AZUL, quem regis-
A conta Ajuste de Avaliação Patrimonial é uma
tra, do ponto de vista contábil, como ativo o avião é a
AZUL e não a EMBRAER, mesmo que, juridicamente, conta que pode ser retificadora do PL ou não.
o avião seja de propriedade da EMBRAER. Para ser
ativo, não precisa da propriedade jurídica, apenas do
controle do item. Cuidado com isso.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Intangível: por último, temos o ativo intangível no
ativo não circulante. São classificados como ativo 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A classificação de ativos
não circulante os direitos que tenham por obje- e passivos como circulantes ou não circulantes deve
to bens incorpóreos destinados à manutenção obedecer ao ciclo operacional da empresa.
da companhia ou exercidos com essa finalidade,
inclusive o fundo de comércio adquirido. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Como exemplo de ativo intangível, temos marcas, Na verdade, somente devem observar o ciclo opera-
patentes, direitos de exploração econômico (luva de
cional quando esse for maior do que 12 meses. Se o
livros, direitos de exploração de imagem de terceiros
por exemplo), softwares, fundo de comércio e goo- ciclo operacional for menor, deve-se observar o pra-
dwill (cuidado, pois ele pode ser classificado tanto zo de 12 meses a contar do balanço para classificar
como investimentos quanto intangível). Quando for os ativos e passivos em circulante e não circulante.
no balanço individual será investimentos, já no balan- Resposta: Errado.
ço consolidado será intangível.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Assinale a opção que
Passivo Exigível apresenta apenas contas integrantes do ativo do
balanço patrimonial de uma empresa.
Agora que já estudamos o grupo do ativo, vamos
passar a estudar o grupo do passivo exigível. a) estoques; contas a receber
O passivo compreende obrigações da entidade, b) caixa; empréstimos
seja com terceiros (passivo exigível), seja com os c) empréstimos; debêntures
sócios (passivo não exigível ou patrimônio líquido). d) capital social; fornecedores
O passivo exigível é formado pelo passivo circu-
e) obrigações tributárias; caixa
lante e o passivo não circulante. A distinção entre pas-
sivo circulante e não circulante leva em consideração
o prazo de pagamento do passivo. Das alternativas, apenas a letra A possui contas
Caso uma obrigação de pagamento seja paga em do ativo. Empréstimos, debêntures, fornecedores e
até 12 meses a contar da data do balanço, será classifi- obrigações tributárias fazem parte do passivo exigí-
cada como passivo circulante. Caso o prazo seja supe- vel. Já o capital social é conta do patrimônio líquido.
200 rior, será passivo não circulante. Resposta: Letra A.
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A tabela a seguir repre- de verificação. É importante destacar que o balancete
senta, em reais, o balancete de verificação de uma não é uma demonstração contábil prevista na legis-
sociedade anônima em 31/12/20x0. lação, bem como não é obrigatório. Consiste em um
demonstrativo auxiliar elaborado pela entidade para
SALDO simplesmente verificar a correção da partida dobra-
CONTAS da, ou seja, se o total de débitos corresponde ao total
DEVEDOR CREDOR de créditos.
O prazo de elaboração do balancete não está pre-
Caixa 25.300 visto em nenhuma norma. Porém, existe a recomen-
Aplicação financeira 5.700 dação da elaboração mensal do balancete.
O balancete pode ser elaborado em modelos que
Estoques 4.000 vão de 2 até 8 colunas. Vamos verificar cada um des-
ses modelos.
Móveis e utensílios 10.000
MODELOS E TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO
Despesa de aluguel 3.000

Duplicadas a pagar 8.200 z Balancete de Verificação de 2 Colunas

Aluguel a pagar 3.000 Veja só:

Capital social 30.000 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO


Receita de serviços 6.800 Saldo Atual
Conta
Saldo devedor Saldo Credor
Nessa situação hipotética, o balanço patrimonial
elaborado a partir dos dados constantes do balan-
Caixa 300,00
cete deverá apresentar um passivo de R$ 48.000.
Vamos identificar as contas do passivo:
Banco 11.900,00

Duplicadas a pagar 8.200 Móveis 3.200,00


Aluguel a pagar 3.000
Veículos 10.000,00
Total 11.200
Mercadorias 1.400,00
Resposta: Errado.
Clientes 300,00
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O BP apresenta as contas
de resultado da entidade, correspondentes a um exer- Fornecedores 400,00
cício financeiro coincidente com o ano civil.
Financiamentos 6.500,00
( ) CERTO ( ) ERRADO

O balanço patrimonial representa as contas patri- Capital Social 20.000,00


moniais. As contas de resultado aparecem na DRE
(Demonstração do Resultado do Exercício). Respos- Vendas 300,00
ta: Errado.
Custo da Mercadoria
50,00
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O BP permite ao usuá- Vendida
rio da informação a análise da situação financeira da
companhia em dado momento. Despesas 50,00

( ) CERTO ( ) ERRADO Total 27.200,00 27.200,00


MATEMÁTICA FINANCEIRA

O BP possibilita a análise da situação financeira,


bem como a composição qualitativa e quantitativa Veja que ao analisarmos as contas, podemos cons-
do patrimônio da entidade. Resposta: Certo. tatar se o saldo total de débitos está igual ao saldo de
créditos. Se houver erro no saldo total, deve ser verifi-
CONCEITOS, MODELOS E TÉCNICAS DE cada a escrituração realizada para encontrar o motivo
ELABORAÇÃO do erro. Vale dizer que olhando apenas o balancete,
não é possível saber qual tipo de erro de escrituração
Balancete De Verificação foi cometido, mas apenas constatar o erro.
Outro ponto importante desse balancete de duas
Após todos os registros realizados durante o exer- colunas é que ele apresenta o saldo final de cada con-
cício social, é necessário fazer o levantamento dos ta, ou seja, não é possível saber qual era o saldo ini-
saldos contábeis de todas as contas para que seja veri- cial do caixa no exercício, por exemplo, mas apenas
ficado se houve algum erro de saldo devedor ou cre- sabemos que o saldo ao final do exercício social era
dor. Esse levantamento é feito através do balancete de 10.000. 201
z Balancete de Verificação de 4 Colunas

Vamos ver o balancete de 4 colunas:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Saldo Inicial Saldo Atual
Contas
Devedor Credor Devedor Credor
Caixa ------------ ------------ 300,00
Banco 13 mil 11,9 mil
Móveis 3 mil 3,2 mil
Veículos 10 mil 10 mil
Mercadorias 1,5 mil 1,4 mil
Clientes ------- ------ 300,00
Fornecedores 500,00 400,00
Financiamentos 7 mil 6,5 mil
Capital Social 20 mil 20 mil
Vendas ------- ------ 300,00
Custo da Mercadoria
------- ------ 50,00
Vendida
Despesas ------- ------ 50,00
Total 27,5 mil 27,5 mil 27,2 mil 27,2 mil

Veja que a diferença entre o balancete de 2 e 4 colunas está nas colunas do saldo inicial. Portanto, no balancete
de 4 colunas, além do saldo final de cada conta, temos também o saldo inicial, ou seja, no início do exercício social.
Observe que o saldo das receitas e despesas estão zerados, o que não está errado, já que no final do exercício
anterior essas contas são zeradas para a apuração do resultado do exercício passado.

z Balancete de Verificação de 6 Colunas

Agora vamos para o balancete de 6 colunas:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Saldo Inicial Movimento do Período Saldo Atual


Conta
Devedor Credor Débito Crédito Devedor Credor

Caixa ------------ ------------ 500,00 200,00 300,00


Banco 13.000,00 1.100,00 11.900,00
Móveis 3.000,00 200,00 3.200,00
Veículos 10.000,00 ------- ------- 10.000,00
Mercadorias 1.500,00 ------- ------- 1.400,00
Clientes ------- ------ 300,00 300,00
Fornecedores 500,00 100,00 400,00
Financiamen-
7.000,00 500,00 6.500,00
tos
Capital Social 20.000,00 ------- ------- 20.000,00
Vendas ------- ------ 300,00 300,00
Custo da
Mercadoria ------- ------ 50,00 50,00
Vendida
Despesas ------- ------ 50,00 50,00
Total 27.500,00 27.500,00 1.700,00 1.700,00 27.200,00 27.200,00
202
Observe que nesse modelo de balancete inclui-se o movimento contábil de cada conta no período, ou seja,
quanto foi debitado e creditado em cada conta. Dessa forma podemos verificar o saldo inicial, o quanto de débito
e crédito e o saldo final da conta. Um balancete bastante detalhado.

z Balancete de Verificação de 8 Colunas

Por último temos o balancete de 8 colunas. Vejamos com ele é elaborado:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Saldo Inicial Movimento do Período Saldo Atual
Conta Saldo do movimento
Devedor Credor Débito Crédito Devedor Credor
Débito Crédito
Caixa ------------ ------------ 500,00 200,00 300,00 ------- 300,00 -------
Banco 13 mil ------- ------- 1,1 mil ------- 1,1 mil 11,9 mil -------
Móveis 3 mil ------- 200,00 ------- 200,00 ------- 3,2 mil -------
Veículos 10 mil ------- ------- ------- ------- ------- 10 mil -------
Mercadorias 1,5 mil ------- ------- ------- ------- ------- 1,4 mil -------
Clientes ------- ------ 300,00 ------- ------- 300,00 300,00 -------
Fornecedores ------- 500,00 100,00 ------- 400,00 ------- ------- 400,00
Financiamentos ------- 7 mil 500,00 ------- 6,5 mil ------- ------- 6,5 mil
Capital Social ------- 20 mil ------- ------- 20 mil ------- ------- 20 mil
Vendas ------- ------ ------- 300,00 ------- 300,00 ------- 300,00
Custo da Merca-
------- ------ 50,00 ------- ------- 50,00 50,00 -------
doria Vendida
Despesas ------- ------ 50,00 ------- ------- 50,00 50,00 -------
Total 27.500,00 27.500,00 1.700,00 1.700,00 ------- ------- 27.200,00 27.200,00

No balancete de 8 colunas, acrescentam-se duas colunas referentes aos saldos dos movimentos, ou seja, a dife-
rença entre os débitos e créditos do período.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verificação deve ser obrigatoriamente elaborado a cada mês.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O levantamento do balancete é feito mensalmente, mas não de forma obrigatória. O que existe é uma recomen-
dação. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A apresentação de determinado balancete de verificação com valores diferentes para o
total de débitos e créditos constitui evidência de inversão entre a conta credora e a conta devedora em pelo menos um
dos lançamentos contábeis.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Se o saldo das contas devedoras for diferente do saldo das contas credoras, diversos são os erros que causaram
MATEMÁTICA FINANCEIRA

essa anomalia, não necessariamente inversão entre contas. Pode, simplesmente, ter havido erro no valor de uma
ou outra conta em um lançamento. Resposta: Errado.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verificação inclui as contas patrimoniais e as contas de resultado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O balancete apresenta o rol das contas utilizadas na contabilidade da entidade, incluindo contas patrimoniais e
de resultado. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verificação pode ser levantado em modelos que vão de um mínimo de
duas colunas a um máximo de seis colunas.

( ) CERTO ( ) ERRADO 203


Os modelos de balancete podem ser feitos de 2 até 8 Consumidor Amplo) que julgar mais econômico no
colunas. Resposta: Errado. momento da assinatura do contrato do financiamento.
Contudo, é válido ressaltar que, quando se neces-
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verifica- sita de financiamento, optar por um prazo mais curto,
ção é uma demonstração financeira obrigatória pela se possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso, porque,
legislação societária, e sua finalidade restringe-se a em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre
fornecer aos usuários internos da entidade informa- o saldo devedor. Logo, quanto mais amortização hou-
ções sobre a evolução dos saldos das contas devedo- ver, menos gastos com juros terá o comprador.
ras e credoras em determinado período. Pensando nisso, o sistema SAC (Sistema de Amorti-
zação Constante) pode ser mais vantajoso que a Tabe-
( ) CERTO ( ) ERRADO la Price, porque representa uma economia de cerca de
10%, em média. A Tabela Price possui como vantagem
Balancete de verificação não é demonstração finan- sua parcela inicial, que, normalmente, é bem menor.
ceira, mas apenas relatório financeiro gerencial. No entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem
Resposta: Errado. maiores no começo, há uma amortização maior da
dívida, que leva a uma economia significativa no final.
Para melhor ilustrar esse comparativo entre as
vantagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - e Price), veja o quadro a seguir representando um
SISTEMA PRICE, SISTEMA SAC financiamento de R$ 200 mil parcelado em 20 anos,
com juros de 7% ao ano e correção pela TR. Perceba
TABELA PRICE E SAC que a prestação do SAC começa a R$ 439 mais cara,
mas o valor total pago no final é quase R$ 30 mil mais
Ao financiar o sonho da casa própria, tem-se que baixo.
escolher um sistema de pagamento. Para isso, existem
as seguintes opções: tabela price ou SAC. Aqui, discu- SAC PRICE
tiremos um pouco a respeito de tais sistemas, para
entendermos o que de fato eles são, se há alguma dife- Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89
rença, vantagem e/ou desvantagem entre eles e se um
deles é mais barato/acessível que o outro. Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89
Esses sistemas, basicamente, são formas de amor-
tização e financiamento a longo prazo, acertadas ao Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34
banco ou à construtora durante o financiamento da
compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Fran-
cês de Amortização) e o SAC (Sistema de Amortização Outra Forma de Correção Possível das Prestações de
Constante). Ambos, segundo José Mansini, planejador um Financiamento
financeiro pela Planejar: “São dois cálculos distintos
que determinam de que forma o comprador do imó- A Caixa Econômica Federal divulgou em agosto de
vel irá pagar [amortizar] o empréstimo que ele fez 2019 uma nova linha de crédito para aquisição de casa
para este fim. Nestes dois sistemas, será definido o própria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao ano,
valor da parcela mensal a ser paga”. mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Disponível
somente para contratos novos, esse novo modelo pode
Diferenças entre Tabela Price e SAC ser usado para financiar até 80% do valor de imóveis
novos e usados, com prazo de até 360 meses.
Há diferenças entre esses dois sistemas de amor-
tização, mas a diferença que mais se destaca diz res-
peito à forma e rapidez de amortização (diminuição Importante!
gradativa da dívida).
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até A prestação terá seu valor corrigido mensalmen-
a quantidade total de juros. No Sistema SAC, tem-se, te, o que é, geralmente, feito pelo sistema SAC. O
incialmente, prestações com valores mais altos e que valor da parcela, por sua vez, pode ou não dimi-
ficam menores no final, pois (como dito anteriormen- nuir com o decorrer do tempo, pois depende da
te) há amortização mensal do valor financiado. Ou trajetória da inflação. Ao passo que, na tabela
seja, da primeira parcela até a última, o valor vai cain- Price, a correção feita por meio do IPCA desca-
do, porque há uma diminuição progressiva dos juros. racteriza totalmente o conceito de parcelas fixas.
Na Tabela Price, no entanto, as parcelas começam
mais baixas, mas são estáticas, não sofrem alteração
durante todo o período de financiamento. A título de exemplo, leve em consideração o mesmo
valor utilizado na situação que vimos anteriormente,
Vantagens Oferecidas pela Tabela Price e pelo SAC de R$ 200 mil financiado em 20 anos, diferenciado
apenas a taxa, que passa a ser de 4,95% e uma estima-
A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe a tiva de IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata
ele optar pela forma de pagamento que mais se ade- apenas de uma situação hipotética/simulada, já que
qua à realidade financeira. A escolha, notadamente, não é certo a previsão da trajetória da inflação por um
deve levar em consideração o fator de correção (TR período tão longo.
204 – Taxa Referencial ou IPCA – Índice de Preços ao
A taxa bimestral de juros realmente cobrada é de
SAC PRICE

Parcela inicial R$ 1.645,56 R$ 1.306,69 a) 20%


b) 25%
Parcela final R$ 1.833,30 R$ 2.853,77 c) 11%
d) 16%
Total pago R$ 433.014,03 R$ 475.426,66
e) 22,5%

Simulação de Financiamento 3. (CESGRANRIO — 2015) Considere que hoje é uma


segunda-feira e um carnê de pagamentos apresenta
Para fazer simulações de financiamentos com um vencimento em atraso desde a última terça-feira,
Tabela Price e/ou com o SAC, basta acessar sites de para um valor de R$ 100,00, e ainda prevê multa de 2%,
bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e e mora de 12% a.m.
Santander e fazer as simulações.
O valor a pagar, em reais, é de

a) 104,40
HORA DE PRATICAR! b)
c)
114,00
104,00
d) 103,60
1. (CESGRANRIO — 2015) Um microempresário preci-
e) 104,45
sa aumentar seu capital de giro e resolve antecipar 5
cheques de 10.000 reais cada um, todos com data de
4. (CESGRANRIO — 2013) Um cliente contraiu um
vencimento para dali a 3 meses.
empréstimo, junto a um banco, no valor de R$
20.000,00, a uma taxa de juros compostos de 4% ao
DADOS mês, com prazo de 2 trimestres, contados a partir da
liberação dos recursos. O cliente quitou a dívida exa-
X X³ tamente no final do prazo determinado, não pagando
nenhum valor antes disso.
1,042 1,131

1,045 1,141 Dados


1,047 1,148 1,04² ≅ 1,082
1,049 1,154 1,04³ ≅ 1,125
1,044 ≅ 1,170
1,052 1,164 1,045 ≅ 1,217
1,046 ≅ 1,265
O gerente do banco informa que ele terá exatamente 1,047 ≅ 1,316
dois custos para realizar a antecipação, conforme des-
critos a seguir. Qual o valor dos juros pagos pelo cliente na data da
quitação dessa dívida?
Custo 1 – Um desconto sobre o valor dos cheques a
uma taxa de 4% ao mês. Esse desconto será direta- a) R$ 5.300,00
mente proporcional ao valor dos cheques, ao tempo b) R$ 2.650,00
de antecipação e à taxa de desconto anunciados. c) R$ 1.250,00
Custo 2 – Custos operacionais fixos de 500 reais para d) R$ 1.640,00
antecipações de até 100 mil reais. e) R$ 2.500,00

Assim, comparando o valor de fato recebido pelo 5. (CESGRANRIO — 2013) As capitalizações oferecidas
microempresário e o valor a ser pago após 3 meses por dois fundos de investimento foram simuladas
(valor total dos cheques), o valor mais próximo da por uma operadora financeira. A aplicação inicial em
taxa efetiva mensal cobrada pelo banco, no regime de ambos os fundos foi a mesma. Na simulação, a capi-
juros compostos, é de talização no primeiro fundo de investimento durou
48 meses e se deu a juros mensais de 1%, no regi-
MATEMÁTICA FINANCEIRA

a) 5,2% me composto. No segundo fundo de investimento, a


b) 4,5% capitalização durou 24 meses apenas. A operadora
c) 4,7% buscava determinar qual deveria ser a taxa mensal
d) 5,0% de juros oferecida pelo segundo fundo, em regime
e) 4,3% composto, para, ao final dos 24 meses, gerar o mesmo
montante gerado pelo primeiro ao final dos 48 meses.
2. (CESGRANRIO — 2015) Uma instituição financeira
efetua o desconto de um título de valor de face de R$ Essa taxa é de:
25.000,00 dois meses antes do vencimento, utilizando
taxa de desconto simples bancário (por fora) de 9% a) 2% a.m.
ao mês. A instituição exige o pagamento de 2% do b) 2,01% a.m.
valor de face do título como taxa de administração no c) 2,02% a.m.
momento de desconto do título. d) 2,1% a.m.
e) 2,2% a.m.
205
6. (CESGRANRIO — 2013) Um refrigerador custa, à vis- 10. (CESGRANRIO — 2015) Uma conta de R$ 1.000,00
ta, R$ 1.500,00. Um consumidor optou por comprá-lo foi paga com atraso de 2 meses e 10 dias. Conside-
em duas parcelas. A loja cobra uma taxa mensal de re o mês comercial, isto é, com 30 dias; considere,
juros (compostos) de 2%, atuante a partir da data da também, que foi adotado o regime de capitalização
compra. O valor da primeira parcela, paga pelo con- composta para cobrar juros relativos aos 2 meses, e
sumidor 30 dias após a compra, foi de R$ 750,00. que, em seguida, aplicou-se o regime de capitalização
Um mês após o primeiro pagamento, o consumidor simples para cobrar juros relativos aos 10 dias.
quitou sua dívida ao pagar a segunda parcela.
Se a taxa de juros é de 3% ao mês, o juro cobrado foi de
Qual foi o valor da segunda parcela?
a) R$ 64,08
a) R$750,00 b) R$ 79,17
b) R$765,00 c) R$ 40,30
c) R$780,00 d) R$ 71,51
d) R$795,60 e) R$ 61,96
e) R$810,00
11. (CESGRANRIO — 2015) Aplicaram-se R$ 2.000,00 em
7. (CESGRANRIO — 2013) Considerando-se a mesma um fundo de investimento, por um ano, que rende à
taxa de juros compostos, se é indiferente receber R$ taxa bruta de 18% ao ano. O imposto de renda é de
1.000,00 daqui a dois meses ou R$ 1.210,00 daqui a 22,5% sobre o ganho nominal. Em um ano em que a
quatro meses, hoje, esse dinheiro vale inflação foi de 7,5%, a taxa real de juros anual obtida
nesse investimento foi de:
a) R$ 909,09
b) R$ 826,45 a) 5,5%
c) R$ 466,51 b) 6,5%
d) R$ 683,01 c) 5,0%
e) R$ 790,00 d) 4,5%
e) 6,0%
8. (CESGRANRIO — 2015) Arthur contraiu um financia-
mento para a compra de um apartamento, cujo valor 12. (CESGRANRIO — 2013) Uma pessoa que vive de rendi-
à vista é de 200 mil reais, no Sistema de Amortização mentos do mercado financeiro aplicou todos os seus
Constante (SAC), a uma taxa de juros de 1% ao mês, recursos, o que lhe rendeu um retorno nominal de 20%
com um prazo de 20 anos. Para reduzir o valor a ser no ano.
financiado, ele dará uma entrada no valor de 50 mil Considerando-se que a inflação da cesta básica foi de
reais na data da assinatura do contrato. As prestações 6% nesse mesmo ano, quantas cestas básicas a mais,
começam um mês após a assinatura do contrato e em termos percentuais, ela poderá comprar após o
são compostas de amortização, juros sobre o saldo retorno da aplicação?
devedor do mês anterior, seguro especial no valor
de 75 reais mensais fixos no primeiro ano e despesa a) 12,8%
administrativa mensal fixa no valor de 25 reais. b) 13,2%
c) 14,0%
A partir dessas informações, o valor, em reais, da
d) 14,8%
segunda prestação prevista na planilha de amortiza-
e) 15,0%
ção desse financiamento, desconsiderando qualquer
outro tipo de reajuste no saldo devedor que não seja a
13. (CESGRANRIO — 2015) Um cliente foi a um banco
taxa de juros do financiamento, é igual a
tomar um empréstimo de 100 mil reais, no regime
de juros compostos, a serem pagos após 3 meses
a) 2.087,25
por meio de um único pagamento. Para conseguir o
b) 2.218,75
dinheiro, foram apresentadas as seguintes condições:
c) 2.175,25
d) 2.125,00
I - taxa de juros de 5% ao mês, incidindo sobre o saldo
e) 2.225,00
devedor acumulado do mês anterior;
II - impostos mais taxas que poderão ser financiados jun-
9. (CESGRANRIO — 2013) Um empréstimo deverá ser
tamente com os 100 mil reais.
pago em quarenta e nove prestações mensais e con-
secutivas, vencendo a primeira prestação trinta dias
Ao fazer a simulação, o gerente informou que o valor total
após a liberação do dinheiro. O financiamento foi fei-
de quitação após os 3 meses seria de 117.500 reais.
to pelo Sistema de Amortização Constante, SAC, com
taxa mensal de juros de 1%. O valor mais próximo do custo real efetivo mensal, ou
Se a vigésima quinta prestação é de R$ 5.000,00, o sal- seja, a taxa mensal equivalente desse empréstimo,
do devedor, em reais, após o pagamento da quadragé- comparando o que pegou com o que pagou, é de
sima oitava prestação é de
a) [(1,1751/3 - 1) x 100]%
a) 4.000 b) [(1,1931/3 - 1) x 100]%
b) 4.080 c) [(1,051/3 - 1) x 100]%
c) 4.800 d) [(1,1581/3 - 1) x 100]%
d) 4.880 e) [(1,1891/3 - 1) x 100]%
206 e) 5.000

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