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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

Andrey Alves de Araújo-202002140082


Isaac Gradim do Porto – 202202140050
Riquelme Arminio Cardoso - 202202140047
Rodrigo da Silva Gurjão - 202202140042
Samuel Portal Pinto - 202202140045

RELATÓRIO EXPERIMENTAL SOBRE A DETERMINAÇÃO DO EQUIVALENTE


EM ÁGUA DO CALORÍMETRO

Belém - PA
2023
Andrey Alves de Araújo-202002140082
Isaac Gradim do Porto – 202202140050
Riquelme Arminio Cardoso - 202202140047
Rodrigo da Silva Gurjão – 202202140042
Samuel Portal Pinto – 202202140045

RELATÓRIO EXPERIMENTAL SOBRE A DETERMINAÇÃO DO EQUIVALENTE


EM ÁGUA DO CALORÍMETRO

Relatório apresentado à Faculdade de


Engenharia mecânica do Instituto de
Tecnologia da Universidade Federal do Pará
como requisito parcial para a aprovação na
disciplina de Laboratório Básico I.
Professor: Dr. Marco Antonio Cunha Machado

Belém - PA
2023
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RESUMO
O relatório aborda a definição da unidade de calor como a quantidade de energia
necessária para elevar a temperatura de uma unidade de massa de água em um grau Celsius ou
Fahrenheit. Destaca-se a variação da quantidade de calor necessária conforme a substância em
questão, com a unidade térmica métrica adotada sendo a quilocaloria (Kcal). O foco da pesquisa
foi compreender as trocas de calor, considerando a massa de um corpo ou líquido, sua variação
e a mudança de temperatura associada. Utilizando um calorímetro, balança e termômetro, a
equipe realizou experimentos para calcular a quantidade de água equivalente ao calorímetro
fornecido. O resultado evidenciou a competência da equipe na análise das complexidades das
transferências de calor em líquidos.

Palavras-chave: Calor, Transferência, Líquidos, Calorímetro, Água.


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SUMÁRIO

1. OBJETIVO............................................................................................................................ 5
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 5
3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 6
3.1 Materiais Utilizados ...................................................................................................... 6
3.2 Métodos .......................................................................................................................... 7
3.2.1 Preparação e Pesagem ......................................................................................... 7
3.2.2 Medição de Temperatura .................................................................................... 8
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................ 8
4.1 Cálculo das Massas ....................................................................................................... 8
4.2 Informações Teóricas .................................................................................................. 10
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 12
REFERENCIAS...................................................................................................................... 13
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1. OBJETIVO

• Determinar o equivalente em água do calorímetro fornecido.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A calorimetria, um ramo essencial da termodinâmica, concentra-se no estudo das trocas de


calor entre corpos ou sistemas. No contexto dessas análises, a unidade térmica métrica
comumente empregada para quantificar tais trocas é a quilocaloria (Kcal). A quilocaloria,
definida como a quantidade de energia térmica necessária para aquecer um grama de água sem
ar de 14,5°C a 15,5°C à pressão atmosférica padrão (ISO 31-4), possui equivalências
significativas, sendo 1Kcal correspondente a 4186J de energia ou 1 cal equivalente a 4,18J.
(Costa, 2023)

A variação da quantidade de calor exigida para elevar a temperatura de uma massa


específica varia de acordo com a substância em análise. Introduzimos conceitos fundamentais,
como a capacidade térmica (C), definida como a razão entre a quantidade de calor (dQ)
fornecida ao corpo e o acréscimo correspondente de temperatura (dT), expressa pela equação
(1).

𝑑𝑄
𝐶= 𝑑𝑇
(1)

A capacidade térmica é o calor fornecido a um corpo para elevar sua temperatura em


uma unidade. O calor específico (c), representando a capacidade térmica por unidade de massa,
é introduzido pela equação (2).

𝐶
𝐶= (2)
𝑚

Ao explorar a relação entre calor, massa e temperatura, a equação (3) destaca a


quantidade de calor (Q) necessária para elevar a temperatura de um corpo com massa m e calor
específico c de Ti para Tf.

𝑄 = 𝑚𝑐𝛥𝑇 (3)
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À medida que a variação de temperatura (ΔT) se aproxima de zero, a formulação


integrada (4) emerge.

𝑇𝑓
𝑄 = ∫𝑇𝑖 𝑐𝑑𝑇 (4)

O conceito de equivalente em água de um corpo, abordado por Buglia (2016), é crucial


para determinar a massa de água que, ao receber a mesma quantidade de calor, sofreria a mesma
variação de temperatura. Esta determinação é alcançada empregando duas massas de água
destilada, uma cerca de 10°C abaixo da temperatura ambiente e outra 10°C acima. A Lei da
Conservação da Quantidade de Calor (equação 5) é essencial, assegurando que o calor recebido
seja igual ao calor fornecido durante a experiência.

QRecebida = QFornecida (5)

3. METODOLOGIA

3.1 Materiais Utilizados

Calorímetro: Teve função de medir a quantidade de calor envolvida em reações ou processos


físicos, isolando termicamente o sistema em estudo do ambiente externo.

Figura 1: Calorímetro

Fonte: Autoral
7

Termômetro: Medir a temperatura para os cálculos

Figura 2: termômetro químico de escala interna para laboratório

Fonte: Autoral

Balança: Medir a massa dos objetos.

Figura: medir a massa de objetos, substâncias ou materiais.

Fonte: Autoral

3.2 Métodos

3.2.1 Preparação e Pesagem

Para iniciar o procedimento, foram utilizados um calorímetro, água e gelo, pois com
esses elementos foi possível alterar tanto a temperatura quanto a massa da água. Posteriormente,
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foi necessário contar com uma balança digital para medir com precisão os instrumentos. Com
os equipamentos adequados, utilizou-se uma balança digital de alta precisão para medir a massa
do calorímetro vazio, obtendo assim, uma aproximação do seu volume (131,80g). Após
adicionar uma quantidade qualquer de água, pesou-se novamente para obter o volume inicial
(209,6g). Por fim, adicionou-se cubos de gelo ao calorímetro para a mudança de temperatura,
seguido de uma nova pesagem na balança (245,65g).

3.2.2 Medição de Temperatura

Antes de adicionar os blocos de gelo ao calorímetro contendo água, foi preciso utilizar
um termômetro químico de escala interna para laboratório, medindo a temperatura inicial do
corpo (25°C). Após a introdução dos cubos de gelo e o aguardo necessário para sua completa
fusão e a homogeneização do líquido no interior do calorímetro, realizou-se uma nova medição
da temperatura para obter o valor final do corpo (4,5°C).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Cálculo das Massas

Na etapa inicial, a massa (m) do calorímetro foi medida usando uma balança de precisão
no laboratório, resultando em m = 131,80g. Posteriormente, uma quantidade específica de água,
com massa (m1) e temperatura (T1) de 25 ºC, foi introduzida no calorímetro, sendo a
temperatura medida com um termômetro químico, aproximadamente 10 ºC abaixo da
temperatura ambiente da medição. Após essa adição, a massa total do sistema foi medida pela
balança de precisão, resultando em:

𝑚2 = 𝑚1 + 𝑚 → 209,6𝑔 = 𝑚1 + 131,80𝑔 (6)

A quantidade de massa de água adicionada (m1) foi então determinada como 77,80g,
usando a Equação (6).

𝑚1 = 209,6𝑔 − 131,80𝑔 = 77,80𝑔


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Em vez de aquecer uma certa massa de água até aproximadamente 10 ºC acima da


temperatura ambiente, denominado inicialmente de T2, foi adicionado massas de cubos de gelo
na água do calorímetro. A temperatura dos blocos de gelo encontra-se abaixo de 0 °C, ou seja,
aproximadamente 35°C abaixo da temperatura ambiente, que será denominado de T2’.
Colocou-se a massa de cubos de gelo (m2) na água e misturou-se as duas substâncias utilizando
uma haste misturadora embutida ao calorímetro, esse passo é útil para acelerar o processo de
derretimento do gelo, devido à transferência de calor por convecção, que é muito mais eficiente
quando o fluido é um líquido, no caso da solução de água, do que um gás – que seria o ar.
Quando o gelo está na água, as moléculas na água, que são mais compactadas do que as
moléculas no ar, permitem um maior contato com o gelo e uma maior taxa de transferência de
calor. Isso significa que o gelo derrete mais rapidamente na água do que no ar, se ambos
estiverem na mesma temperatura. Além disso, mexer o gelo na água aumenta a circulação da
água ao redor do gelo, o que pode acelerar ainda mais a transferência de calor e,
consequentemente, o derretimento do gelo. Ambos foram misturados até que o calor do sistema
de calorímetro com a água entrasse em equilíbrio térmico homogêneo com o calor dos blocos
de gelo, ou seja, até que as substâncias estivessem na mesma temperatura de equilíbrio térmico
(Tf) = 4,5 ºC e na mesma fase ou estado físico, nesse caso, no estado líquido, segundo a Lei
Zero da Termodinâmica.

Após o equilíbrio térmico homogêneo, a massa dos cubos de gelo derretidos (m3) foi
medida com a massa do sistema do calorímetro com água adicionada anteriormente (m2),
resultando em:

𝑚4 = 𝑚3 + 𝑚2 → 245,65𝑔 = 𝑚3 + 209,6𝑔

Assim como na questão de número 3, utilizou-se a Equação (6) para descobrir o valor
da quantidade de massa de água (m3) adicionada ao sistema de calorímetro com a água, através
da subtração das massas, portanto:

𝑚3 = 245,65𝑔 − 209,6𝑔 = 36,05𝑔

Dessa forma, descobriu-se que a massa dos blocos de gelo (m3) é igual a 36,05g.

Segundo a Lei da conservação da quantidade de calor, o calor recebido dentro de um sistema


fechado é igual ao calor cedido para o corpo. Como na equação (5):
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QRecebida = QFornecida (5)

Ec(Tf − T1 ) + m1 c(Tf − T1 ) = m3 c(T2′ − Tf ) (7)

No qual o “c” em questão, trata-se do calor específico da água, equivalente a 1 cal/g ºC,
portanto:

𝑚3 (𝑇2 ′ − 𝑇𝑓 ) − 𝑚1 (𝑇𝑓 − 𝑇1 )
𝐸=
(𝑇𝑓 − 𝑇1 )

(36,05𝑔)(0 − 4,5 °𝐶 ) − (77,80𝑔)(4,5 °𝐶 − 25 °𝐶)


𝐸= = −69,88𝑔
(4,5 °𝐶 − 25 °𝐶)

Dessa forma, usou-se a Equação (7) para calcular o equivalente em água do calorímetro que
lhe foi fornecido (E) igual a -69,88g.

4.2 Informações Teóricas

A temperatura de um corpo é uma grandeza física que mede o grau de agitação das
moléculas que compõem esse corpo. Quanto mais agitadas as moléculas, maior será a
temperatura do corpo, tornando-o mais quente.

Como a massa de água aquecida foi trocada pelas massas de cubos de gelo, a análise da
energia térmica será sobre estes. No caso dos cubos de gelo, como houve resfriamento em vez
que aquecimento térmico, ou seja, o corpo sofreu retirada de calor em vez de absorvê-lo, o
equipamento que foi usado para resfriá-lo, como um freezer, retirou calor das massas de água,
que se transformou em gelo ao atingir 0 °C. Quando um corpo é aquecido, suas moléculas e
átomos recebem energia na forma de calor. Isso faz com que eles se movam mais rapidamente,
o que pode ser interpretado como um aumento na temperatura do corpo. No caso de um líquido,
o aquecimento faz com que as moléculas se movam mais rapidamente e se afastem umas das
outras, o que pode levar à evaporação do líquido. Portanto, o aquecimento de um corpo
geralmente resulta em um aumento na agitação molecular e atômica e pode levar a mudanças
no estado físico do corpo.

Supondo que você estivesse sentado em uma molécula de água dentro de um Becker,
você não estaria em repouso em relação às paredes do Becker. Isso ocorre porque as moléculas
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de água estão constantemente em movimento devido à energia térmica cedida. Mesmo que a
água pareça estar em repouso do nosso ponto de vista macroscópico, em uma escala
microscópica, suas moléculas estão se movendo rapidamente em todas as direções. Esse
movimento é chamado de movimento browniano. Portanto, se você estivesse sentado em uma
molécula de água, você estaria se movendo junto com ela e não estaria em repouso em relação
às paredes do Becker.

A energia cinética é a energia que um objeto possui devido ao seu movimento. No caso
de uma molécula de água, mesmo que a água como um todo pareça estar em repouso, as
moléculas individuais estão constantemente em movimento. Esse movimento é causado pela
energia térmica, que é a energia cinética total das partículas que compõem um objeto. A energia
térmica faz com que as moléculas vibrem, girem e se movam de um lugar para outro. Portanto,
uma molécula de água individual teria energia cinética devido a esse movimento.

Na teoria cinética dos gases, a energia cinética média das moléculas de um gás é
diretamente proporcional à temperatura absoluta do gás. Isso significa que, em uma dada
temperatura, todas as moléculas de um gás têm a mesma energia cinética média. No entanto,
isso não significa que todas as moléculas tenham a mesma energia cinética em um dado
momento, as moléculas de um gás estão constantemente em movimento e colidindo umas com
as outras, durante essas colisões, a energia é transferida de uma molécula para outra. Portanto,
em qualquer momento, algumas moléculas terão mais energia cinética (estão se movendo mais
rápido) e outras terão menos energia cinética (estão se movendo mais devagar), então, embora
a energia cinética média das moléculas seja a mesma, as energias cinéticas individuais das
moléculas podem variar.

No item 5, haverá transferência de calor entre as massas dos cubos de gelo e da massa
de água do calorímetro, até que ambos entrem no estado de equilíbrio térmico homogêneo.
Segundo a Lei Zero da Termodinâmica, o calor é cedido do corpo de maior calor para o de
menor, até que o sistema entre em equilíbrio. Como as massas dos blocos de gelo se encontram
com uma quantidade menor de calor em relação as massas de água, o calor será cedido pela
água e recebido pelos cubos de gelo.
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CONCLUSÃO

No decorrer do experimento, foram explorados conceitos fundamentais relacionados à


termodinâmica e transferência de calor. A medição precisa da massa do calorímetro, juntamente
com a introdução controlada de água a diferentes temperaturas, proporcionou uma base para a
análise de processos térmicos.

Ao adicionar cubos de gelo à água no calorímetro, focou-se na compreensão dos


princípios de transferência de calor e nas mudanças de fase associadas. O estudo da busca pelo
equilíbrio térmico homogêneo alinhou-se com a Lei Zero da Termodinâmica, destacando a
importância dessa lei fundamental.

A aplicação da Lei da Conservação da Quantidade de Calor permitiu uma análise


profunda das trocas energéticas entre as massas de água e gelo, enriquecendo a compreensão
das mudanças de estado físico, desde o aquecimento até o resfriamento. A abordagem também
incluiu a consideração da energia térmica e sua relação com o movimento molecular, ilustrada
pelo conceito de movimento browniano.

Adicionalmente, foram exploradas as características da energia cinética e sua relação


com a temperatura em uma perspectiva macroscópica e microscópica. A análise da transferência
de calor entre as massas dos cubos de gelo e a água do calorímetro foi conduzida de acordo
com os princípios fundamentais estabelecidos pela Lei Zero da Termodinâmica.

Dessa forma, o experimento proporcionou uma compreensão mais aprofundada dos


princípios teóricos subjacentes aos fenômenos térmicos e de transferência de calor,
consolidando conceitos essenciais da termodinâmica.
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REFERENCIAS

1. BUGLIA, Fernando. Entenda o Equivalente em Água de Um Corpo. InfoEnem, 2016.


Disponível em: https://infoenem.com.br/entenda-o-equivalente-em-agua-de-um-corpo.
Acesso em: 13 Nov. 2023.
2. CAVALCANTE, Kleber. Calorimetria I. R7. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/calorimetria-i.htm. Acesso em: 13 Nov. 2023.
3. CONHECIMENTO CIENTÍFICO. (2022). Temperatura: o que é, como mede e escalas
termométricas. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/o-que-e-
temperatura/. Acesso em: 13 de novembro de 2023.
4. GREELANE. (2023). O que é mais rápido: derreter gelo na água ou no ar? Disponível
em: https://www.greelane.com/pt/ci%C3%AAncia-tecnologia-
matem%C3%A1tica/ci%C3%AAncia/does-ice-melt-faster-water-air-607868/. Acesso
em: 13 de novembro de 2023.
5. International Organization of Standardization. ISO 31-4: Calor. 1992.
6. MARSH, Allison. How Counting Calories Became a Science. Calorimeters defined the
nutritional value of food and the output of steam generators. History of technology,
2020. Disponível em: https://spectrum.ieee.org/how-counting-calories-became-a-
science. Acesso em: 13 Nov. 2023.
7. RESNICK, R.; HALIDAY, D. Fundamentos da Física, Volumes I e II. 9. ed. Editora
LTC. 2012
8. USP. (2022). QUÍMICA GERAL - Teoria Cinético-Molecular. São Paulo.

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