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Governo do Distrito Federal

Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal

Subsecretaria de Educação Básica

Coordenação Regional de Ensino de Planaltina

Centro de Educação Profissional - Escola Técnica de


Planaltina

Angélica Neris
Fábio Marques
Gabriele Feitosa
Ilmaira Almeida
Iracema Barbosa

Dermatite ocasionada pela exposição ao cimento e solventes

PLANALTINA – DF
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta os riscos associados ao uso do cimento e
solventes na construção civil. Utilizando-se um método de pesquisa sobre a
dermatite de contato direto a exposição ao cimento e ao solvente. Busca alertar
sobre os riscos associados as estes produtos químicos que causam a doença
ocupacional (dermatite), quando utilizados de maneiras inadequadas, sem proteção
e higiene.
Das doenças mais comuns em trabalhadores que lidam com estes produtos,
estão as dermatites de contato. Afetando principalmente mãos e pés, podendo nos
casos mais graves, atingir toda a superfície do corpo.
Com base nas normas de segurança do trabalho vigentes, destacamos a
importância da utilização de medidas de controle a fim de evitar os danos à saúde
do trabalhador, a curto e longo prazo. Para tanto, buscamos levantar uma reflexão
quanto ao uso correto e consciente dos equipamentos de proteção por parte dos
trabalhadores.
2 DERMATITE OCASIONADA PELA EXPOSIÇÃO AO CIMENTO E SOLVENTE
Com o crescimento da construção civil torna-se cada vez mais sólida a
demanda por mão de obra, Inerente a isto, milhões de trabalhadores deste setor
estão expostos a diversos riscos existentes em canteiros de obras.
O cimento é uma das substâncias mais utilizadas na construção civil e, não
obstante, uma das grandes fontes de contaminação. Como agente químico, o
cimento é classificado como poeira inerte. Sua coloração é cinza e, quando
manuseado (depositado em betoneiras), dispersa uma grande quantidade de poeira
no ar. No momento em que ocorre a dispersão, o maior risco está no tamanho da
partícula (que pode ser inalado) e em sua composição (em contato com a pele).
Basicamente, o material é formado por álcalis, ou seja, uma mistura de argila e
calcário – rocha de carbonato de cálcio – também conhecido como farinha.
Nas indústrias de fabricação de artefatos de cimento, as atividades
desenvolvidas envolvem risco de grau 4 numa escala que varia de 1 (mínimo) a 4
(máximo), de acordo com o Quadro I da NR 4 que relaciona Classificação Nacional
de Atividades Econômicas (CNAE) com um correspondente grau de risco.
O cimento é uma matéria prima muito irritante para a pele em virtude de ser
abrasivo e altamente alcalino. Além disso, algumas impurezas presentes no cimento
tem efeito alergênico. Em contato com a pele do trabalhador pode provocar diversas
dermatoses que não tratada pode levar a complicações graves a saúde.
A argamassa de cimento ou concreto, quando em contato frequente com a
pele, podem ressecar, irritar ou ferir as mãos, os pés ou qualquer local da pele onde
a massa de cimento permanecer por determinado tempo, ou produzir reações
alérgicas, dependendo do contato do cimento com essas partes do corpo.
A dermatite de contato por irritação é a mais frequente, atingindo
principalmente as mãos e os pés dos trabalhadores e ocorre pela a ação alcalina do
cimento que exerce efeito agressivo sobre a camada epiderme da pele. As lesões
podem se iniciar com leve vermelhidão, descamação, fissuras, eczema, inchaços,
vesículas, bolhas e necrose do tecido.
A gravidade do quadro clínico é variável, dependendo da concentração do
agente, do tempo de exposição e de fatores individuais. Em condições especiais de
contato (como, por exemplo, a queda de calda de cimento ou concreto dentro da
bota, mais o atrito), o cimento pode provocar ulcerações e necrose na área atingida.
Devido à presença do pó, os trabalhadores que atuam no setor de
embalagem e transporte do cimento podem apresentar conjuntivite irritativa, focos
irritativos e coceiras na pele.

2.1 Dermatites
A dermatite é uma doença de pele, geralmente causada por fatores alérgicos,
de caráter inflamatório, identificada por seus sintomas de vermelhidão, coceira e
bolhas na pele.
Dermatites de contato por irritação: É a mais frequente, representando cerca
de 70% das dermatites de contato ocupacionais. Atingem principalmente as mãos,
antebraços, pescoço, face e pernas do trabalhador e decorre da ação de agentes
externos de natureza física e química. As lesões podem se iniciar com leve
vermelhidão na pele (eritema), inchaço (edema), vesículas, bolhas, acompanhadas
muitas vezes de intensa coceira (prurido). Com o passar do tempo, pode ocorrer o
espessamento da pele, com descamação e fissuras. A gravidade dos sintomas é
variável, dependendo da concentração do agente, do tempo de exposição e de
fatores individuais.
Dermatites de contato alérgicas: O efeito alergênico é produzido geralmente
por substâncias químicas em baixas concentrações e depende da suscetibilidade do
trabalhador. No Brasil, o cromo e a borracha constituem os dois agentes químicos
que mais produzem alergias de contato na área profissional. As lesões iniciais são
constituídas por vermelhidão na pele (eritema), inchaço (edema), vesiculação e,
posteriormente, exsudação e descamação nas áreas de contato. O prurido (coceira)
está sempre presente. As dermatites de contato alérgicas só podem ser curadas
quando identificada a substância alergênica e evitados novos contato com a pele. O
método de investigação alérgica indicado nestes casos é o teste epicutâneo.

2.3 Para evitar dermatite causada pela exposição a cimento e solventes:

1. Use equipamento de proteção: Sempre use luvas, roupas de manga


comprida e óculos de proteção ao lidar com essas substâncias.
2. Minimize a exposição: Tente limitar o tempo de contato com cimento e
solventes.
3. Lave-se bem: Após o contato, lave a pele com água e sabão
imediatamente.
4. Use cremes protetores: Aplique cremes barreira antes do trabalho para
ajudar a proteger a pele.
5. Consulte um dermatologista: Se os sintomas persistirem, busque
orientação médica.
Em resumo, prevenir a dermatite envolve medidas de proteção, higiene e
cuidados com a pele ao trabalhar com essas substâncias.

Se ocorrer dermatite devido à exposição a cimento e solventes:


1. Pare a exposição: Interrompa o contato com as substâncias irritantes
imediatamente.
2. Lave e hidrate: Lave a área afetada com água morna e sabão suave, seque
cuidadosamente e aplique um creme hidratante sem fragrâncias.
3. Evite coçar: Não coce a pele irritada para evitar piorar a situação.
4. Consulte um médico: Se os sintomas persistirem ou piorarem, procure um
dermatologista para diagnóstico e tratamento adequados.

A dermatite de contato irritante causa mais dor do que coceira. Os sintomas


geralmente diminuem de intensidade após um ou dois dias, logo que não haja mais
exposição à substância irritante. A dermatite de contato alérgica geralmente causa
mais coceira do que dor.

O cimento, a argamassa de cimento ou concreto, quando em contato


frequente com a pele, podem ressecar irritar ou ferir as mãos, os pés ou qualquer
local da pele onde a massa de cimento permanecer por determinado tempo, ou
produzir reações alérgicas, dependendo do contato do cimento com essas partes do
corpo.

Quanto mais jovens, por exemplo, maiores as chances de desenvolver


quadros alérgicos, tanto pela falta de treinamento quanto por terem pele e mucosas
mais delicadas.
As medidas preventivas devem começar com avaliações ambientais para
verificar a possibilidade de substituir os agentes alérgenos por outros. Caso não seja
possível, vale dar preferência a ações de proteção coletiva na segurança do
trabalho, adotando EPIs quando elas não forem suficientes.

A seguir, listo algumas medidas de proteção contra a dermatose ocupacional:

Conscientize os funcionários sobre rotinas de higiene, a exemplo de lavar as


mãos e outras partes do corpo que possam estar contaminadas, com frequência
Após a higienização, a pele deve ser hidratada com cremes sem fragrância
Roupas de trabalho devem ser mantidas limpas e secas
Equipes da construção civil podem tornar o cromo presente no cimento
menos sensibilizante, adicionando sulfato ferroso à mistura
Promova a utilização de EPIs como botas, aventais, luvas, gorros e máscaras
para afastar o empregado de substâncias irritantes
Trabalhadores que ficam horas ao ar livre devem usar proteções extras como
camisetas de manga comprida, chapéus e protetor solar
Na hora de escolher as luvas de proteção, leve em conta que os
colaboradores podem ter alergia ao látex ou acrilatos, exigindo materiais
diferenciados
Só compre EPI com Certificado de Aprovação (CA) ativo.
Garanta que todos os funcionários mantenham os exames periódicos em dia,
seguindo o planejamento determinado naNR-07 e no Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Quando a doença é detectada precocemente, 25% dos pacientes ficam


curados e 50% melhoram com algumas recaídas. Entretanto, há outros 25% que
não se curam de forma alguma. Nestes casos extremos, o paciente precisa mudar
de emprego.

O indivíduo poderá sofrer danos não só no trabalho, mas em qualquer lugar,


inclusive na família. Muitos, inclusive, relatam abandono pelo cônjuge. Ocorre perda
salarial, comprometimento estético, perda da capacidade de trabalho, dificuldades
para obtenção dos direitos trabalhistas, resultando em baixa auto-estima.

Cabe aos responsáveis pela segurança do trabalho nas empresas e


construções civil informar e fiscalizar os funcionários a respeito dos riscos, perigos e
cuidados que se deve ter ao trabalhar com cimento e solventes. O processo de
educar e conscientizar um só funcionário pode levar muito tempo, mas a qualidade
de vida e o bem estar das pessoas que trabalham deve ser sempre levados a sério.
BIBLIOGRAFIA

https://ehsseguranca.com.br/dermatose-ocupacional/

https://pt.scribd.com/presentation/151613118/Doencas-de-Pele-Relacionadas-ao-
Trabalho

https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/14627/1/Gaston%20e
%20Giovani%20-%20TCC%202%20%20P%C3%93S%20BANCA.pdf

https://siteantigo.faperj.br/?id=1507.2.2

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