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Engenharia Civil / Produção Civil

Disciplina: Fundações
Professor: Sandro Pinto

2023
CRONOGRAMA DA PRIMEIRA ETAPA:

Obs.:
Já disponível no SINEF, o cronograma com as datas de avaliações de todo o semestre;
Já disponível no Google Classroom, a documentação do curso, atividades de revisão e apresentações
das aulas;
SPT
COM MEDIÇÃO DE TORQUE
SONDAGENS À PERCUSSÃO COM MEDIÇÃO DE TORQUE:
No ano de 1988, segundo sugestão de Ranzini (Hachich & Falconi et al.,
2002), foi introduzida a possibilidade de se medir o torque após a execução do SPT, a
cada metro de solo ensaiado, procedimento que foi regulamentado e estudado por
Décourt e Quaresma Filho (1991, 1994). Neste caso, acrescenta-se a letra T à
nomenclatura do ensaio, que passa a ser designado SPT-T:

Medição de torque em execução Torquímetro


SONDAGENS À PERCUSSÃO COM MEDIÇÃO DE TORQUE:
São obtidos valores de momento torsor para condição de “pico” e “residual”,
podendo serem comparados, por analogia, os comportamentos dos solos dilatantes
sujeitos a tensões cisalhantes:

Τ Valor resistente
Tensão máximo à ruptura
cisalhante de do contato
“pico” “amostrador-solo”

Valor referente à
resistência do
Tensão contato
cisalhante “amostrador-solo”
residual após configurada
ruptura
ε
SONDAGENS À PERCUSSÃO COM MEDIÇÃO DE TORQUE:
Os valores de torque medidos para cada amostragem, são informados
lateralmente no boletim de sondagem:

Boletim SPT com medição de torque


SONDAGENS À PERCUSSÃO COM MEDIÇÃO DE TORQUE:

A utilização dos valores de torque nos permite, através de relações diretas,


correlações e métodos semi-empíricos:

• Para estimativa de resistência de atrito


em estacas, pode ser empregado Tres
(torque residual);

• Para estimativa de resistência de ponta


em estacas, pode ser empregado Tpico
(torque de pico) desde que ponderado
Medição de torque em execução os valores resistentes no atrito;
Fonte: Engestrauss

Apesar dos poucos trabalhos publicados sobre o emprego da modalidade, há


potencial para sua utilização, principalmente para comparação e correção dos valores
de NSPT.
SONDAGENS ROTATIVAS / MISTAS
SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS (SRM):
Em perfis onde a execução de sondagens à percussão não é possível
devido a presença de materiais impenetráveis ao amostrador ou quando se deseja
caracterizar perfis de maior resistência, empregam-se sondagens rotativas (SR) ou
mistas, (SM) quando alternadas com o SPT.

Coroa de wídia Coroa de diamante


SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS (SRM):

Vista lateral Equipamento de sondagem mista


SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS (SRM):

Processo de execução de sondagem mista


SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS (SRM):
Como há grande diferença entre os materiais, os critérios de classificação
de solos e rochas são distintos, não se empregando o NSPT para definição de
resistência de um horizonte rochoso. São utilizados então:

Porcentagem de recuperação:
Relação percentual entre o
comprimento total medido de amostras
recuperadas e o comprimento da
manobra realizada.

R.Q.D. (Rock Quality Designation):


Relação percentual entre o
comprimento de amostras recuperadas
com pedaços superiores ou iguais a 10cm,
e o comprimento da manobra realizada.
Desmonte do barrilete e remoção da manobra
SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS (SRM):
Porcentagem de recuperação x R.Q.D.:

z recuperado  pedaços 10 cm


(%) (%)
z manobra z manobra
SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS (SRM):
Apresentação dos resultados:

Nível de alteração da rocha


Número de
Grau de
fraturas por
fraturamento:
metro:
Ocasionalmente
≤1
fraturado
2a5 Pouco fraturado
Medianamente
6 a 10
fraturado
11 a 20 Muito fraturado
Extremamente
>20
fraturado
Pedaços
Em fragmentos
dispersos

Caixa de testemunhos
SONDAGENS ROTATIVAS E MISTAS (SRM):
Emissão de boletins de sondagens rotativas e mistas:

Boletim de sondagem mista Boletim de sondagem mista


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
Apesar de não tão “especiais” em outras sociedades geotécnicas
estrangeiras, podem ser citados adicionalmente aos procedimentos SPT e SRM, os
seguintes ensaios:

• CPT e CPTu

• FVT ou Ensaio da
Palheta

• PMT ou Penetrômetro
de Menard

• DMT ou Dilatômetro
de Marchetti
CONE PENETRATION TEST
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPT (Cone Penetration Test):

 Grande difusão mundial (ASTM D3441);


 Pouca difusão no Brasil (NBR12069/91);
 Estimativa de capacidade de cargas em
estacas facilitada pela similaridade na
inserção do instrumento de medição;
 Desenvolvido na Holanda em 1930,
consolidando-se mundialmente a partir de
1950;
 Qualidade dos ensaios é pouco
influenciada pelo operação;
 Oferece limitação de penetração em
materiais duros, alcançados pelo SPT.

Principais ponteiras do equipamento


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPT (Cone Penetration Test):

V. Penetração estática: 2cm/s


Intervalo leitura: 20 cm

Metodologia de ensaio
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPT (Cone Penetration Test):

Equipamento de penetração Equipamento de penetração


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
CPT (Cone Penetration Test):

Demonstração da execução Realização do ensaio


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
CPT (Cone Penetration Test):
Resistência de ponta qc (kPa):
Tensão necessária à penetração
contínua do instrumento no solo
sendo “alto” para areias e “baixo”
para argilas.

Atrito lateral fs (kPa):


Tensão lateral necessária ao
avanço contínuo no solo.

Razão de atrito Rf (%):


Relação entre as resistências
obtidas de atrito e ponta
fs
R f  (%)
Boletim de dados - ensaio CPT
qc
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPT (Cone Penetration Test):

Classificação dos solos (SCHNAID,2000)


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
CPTU (Piezocone):
Variação do ensaio CPT onde é
possível o monitoramento de poro-pressões
geradas durante o processo de penetração do
equipamento:
Investigação CPT CPTu
Perfil do solo Alta Alta
Moderada
Estrutura do solo Baixa
a alta
Moderada
Histórico de tensões Baixa
a alta
Variação espacial das propriedades
Alta Alta
mecânicas
Moderada Moderada
Propriedades mecânicas
a alta a alta
Características de adensamento - Alta
Condições do nível d’água - Alta
Potencial de liquefação Moderada Alta
Economia no custo das investigações Alta Alta
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPTU (Piezocone):
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPTU (Piezocone):

Mecanismo de medição de poro-pressões


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPTU (Piezocone):

Saturação em câmara Calibração da saturação


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

CPTu X SPT:

Comparação de leituras de ensaios CPTu e SPT em solo muito mole


ENSAIO DA PALHETA
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

FVT (Field Vane Test):

 Determinação direta da resistência ao


cisalhamento não-drenada (Su);
 Conhecido como Ensaio da Palheta;
Desenvolvido em 1919 na Suécia;
 Qualidade dos ensaios é influenciada pelo
processo executivo.

Instrumento para realização do ensaio da palheta Esquema de realização do


ensaio
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

FVT (Field Vane Test):

0,86  M
Su 
 d3
Onde:
Su = resistência
não drenada;

M= momento torsor
máximo medido
(kN x m)

d= diâmetro da
palheta
PRESSIÔMETRO
DE
MENARD
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

PMT (Penetrometer Test):

Desenvolvido em 1930 e aperfeiçoado na


década de 50 na França por Louis Menard,
sendo também conhecido como o
Pressiômetro de Menard;

 Conhecido como Pressiômetro;

 Ferramenta elaborada para fornecer o


comportamento tensão x deformação do solo
na cota ensaiada.

Esquema de realização do ensaio


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
PMT (Penetrometer Test):
O processo não possibilita a extração de amostras, havendo a
classificação através de correlações entre os parâmetros obtidos:

Módulo
Pressiométrico:

Perfil pressiométrico
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:

PMT (Penetrometer Test):


A partir do encontro do Módulo
Pressiométrico ou Módulo de Menárd (EM) e as medidas
de variação de volume da sonda e as respectivas
pressões, necessárias para inflar as células, é possível
obtenção dos seguintes parâmetros derivados:
Módulo cisalhante (G);
Tensões cisalhantes nos intervalos (τ);
Resistência não drenada (Su);
Ângulo de atrito (ø);
Ângulo de dilatância (ψ)
DILATÔMETRO
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
DMT (Dilatometer Test ):
O DMT ou Dilatômetro teve origem em meados da década de 1970, na
Europa, mais especificamente, na Itália, tendo sido desenvolvido pelo professor
Silvano Marchetti, sendo conhecido também como Marchetti Spoon.

Ilustração do DMT e do sistema de medição

Aparelho dilatométrico
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
DMT (Dilatometer Test ):

Esquema executivo do ensaio


ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
DMT (Dilatometer Test ):
ENSAIOS DE CAMPO ESPECIAIS:
DMT (Dilatometer Test ):

Consolidação dos dados


INTERPRETAÇÃO
E APLICAÇÃO
PRÁTICA
Diversidade de sondas empregadas em investigações geotécnicas
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA:
Profissionalmente, os resultados dos ensaios, tidos como “especiais”,
podem ser compilados em planilhas eletrônicas ou através de softwares, que
integram seus dados e os apresentam na forma de parâmetros geotécnicos:

Resultados CPTu interpretados


INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA:

Resultados CPTu interpretados


INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA:

Resultados CPTu interpretados


Identificação Parâmetros

Aplicabilidade: A = alta; B = moderada; C = baixa; - = inexistente


Grupo Equipamento
Tipo
Perfil u Ø’ Su Dr mv cv k Go σh OCR σ-ε
solo
Dinâmico C B - C C C - - - C - C -
Mecânico B A/B - C C B C - - C C C -

Elétrico (CPT) B A - C B A/B C - - B B/C B -

Piezocone
A A A B B A/B B A/B B B B/C B C
(CPTU)
Penetrômetro

Sísmico (SCPT /
A A A B A/B A/B B A/B B A B B B
SCPTU)

Dilatômetro
B A C B B C B - - B B B C
(DMT)

Standard
Penetration Test A B - C C B - - - C - C -
(SPT)

Resistividade B B - B C A C - - - - - -
Identificação Parâmetros
Grupo Equipamento Tipo

Aplicabilidade: A = alta; B = moderada; C = baixa; - = inexistente


Perfil u Ø’ Su Dr mv cv k Go σh OCR σ-ε
solo
Pré-furo
B B - C B C B C - B C C C
(PBP)
Auto-
Pressiômetro

perfurante B B A B B B B A B A A/B B A/B


(SBP)
Cone-
pressiômetro B B - C B C C C - A C C C
(FDP)

Palheta B C - - A - - - - - - B/C B
Ensaio de
C - - C B B B C C A C B B
placa
Placa
C C - C B B B C C A C B -
Outros

helicoidal
Permeabilidad
C - A - - - - B A - - - -
e
Ruptura
- - B - - - - C C - B - -
hidráulica

Sísmico C C - - - - - - - A - B -
INSPEÇÕES GEOTÉCNICAS E PATOLOGIAS:

Apresentam-se ainda, como desafios aos projetistas geotécnicos, os


resultados de sondagens e ensaios mal executados, sendo “relativamente
comuns” os seguintes eventos:
• Fraude na execução das serviços (relatórios de serviços não realizados);
• Erros na localização das sondagens (execução em local diferente);
• Adoção de procedimentos indevidos ou não padronizados;
• Uso de equipamentos defeituosos ou fora da especificação;
• Má descrição do tipo de solo;
• Falta de nivelamento dos furos em relação à referência externa;
• Deficiência na indicação da posição freática;
• Falsa impenetrabilidade da inspeção, entre outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
EXERCÍCIOS
SOBRE
INVESTIGAÇÕES
EXERCÍCIOS:

Analise o croqui de locação de sondagens e boletim SCM22 fornecidos e indique:


1. Localização da investigação na planta, fornecendo coordenadas e cota de
execução (croqui e boletim);
2. Estando o referencial de nível posicionado na cota 808m, estime a diferença
de cotas entre os pontos;
3. Previsão de compensação na análise (corte ou aterro), caso a região onde o
furo tenha sido realizado tenha previsão de implantação na cota 805,00m;
4. Posição do “NA” (cota e profundidade) em relação à cota de implantação da
edificação;
5. A provável origem do perfil geotécnico analisado;

6. A justificativa do emprego da sondagem rotativa nesse local;


7. O índice NSPT e materiais encontrados para a cota de investigação 802,85m
até 802,55m.
8. Os índices iniciais e finais das investigações que se iniciam nas cotas 795m,
794m e 793m.
EXERCÍCIOS:

Analise o croqui de locação de sondagens e boletim SCM22 fornecidos e indique:

9. Extrapolação dos parâmetros γ, c, ø, E e ν para os materiais amostrados do


4º ao 6º metro de investigação;
10. O percentual de recuperação dos matacões identificados na investigação;

11. O nível de alteração observado no 1º e 2º matacões;


12. Considerando o comprimento do barrilete rotativo como de 1,50m qual seria o
tamanho provável total das peças de testemunho indicadas na investigação
realizada entre as cotas 789,75m e 786,73m?
13. Analisando o resultado da investigação rotativa realizada entre as cotas 800m
e 799,30m, e supondo que os fragmentos, nesse mesmo intervalo, tenham
comprimentos equivalentes, especule sobre o valor provável do RQD.
14. Caso os preços praticados para a realização dos serviços, nessa praça,
sejam de R$120/m de investigação em solo e R$400/m de investigação em
rocha, estime qual o valor a ser pago para a execução da prospecção SCM22.
EXERCÍCIOS:

Mapa de locação de sondagens


BIBLIOGRAFIA:
•ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NBR 8036: Programação de
sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Rio de Janeiro,
1983. 3p.

•ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NBR 6484: Solo - Sondagens de


simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2020. 28p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NBR 16796: Solo – Método padrão
para avaliação de energia em SPT. Rio de Janeiro, 2020. 7p.

•CINTRA, José Carlos A.; AOKI, Nelson; ALBIERO, José Henrique. Fundações diretas – projeto
geotécnico. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos. 2011. 140p.

•SILVEIRA, José Ernani da Silva. Curso de Fundações – Volume 1. Belo Horizonte, 2000. Apostila.

•SILVEIRA, José Ernani da Silva. Curso de Fundações – Volume 2. Belo Horizonte, 2002. Apostila.

•HACHICH, Waldemar; et al. (Ed.). Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Editora Pini, ABMS /
ABEF, 1998. (Reimp. 2003). 751p.

•MILITISKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo Cesar; SCHNAID, Fernando. Patologias das Fundações. São
Paulo: Oficina de Textos, 2008. 207p.

•SCHNAID, Fernando. Ensaios de campo e suas aplicações à engenharia de fundações. São Paulo:
Oficina de Textos, 2000.

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