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FÍSICA

Ribeirão Preto - SP

ii
Elaboração

Nivaldo de Oliveira Gregio

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração

Todos os direitos reservados.


IPEBJ - Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos.
Av. Sen. Cézar Vergueiro, 505- Sl.16
Ribeirão Preto, SP
Tel.: (16) 3043-5638
www.ipebj.com.br
juridico@ipebj.com.br

iii
Sumário
APRESENTAÇÃO .............................................................................................. XVIII

ÍCONES APRESENTADOS NA APOSTILA INTERATIVA ................................... XIX

INTRODUÇÃO À DISCIPLINA ............................................................................. XXI

UNIDADE I ................................................................................................................ 1

FÍSICA ...................................................................................................................... 1

CAPÍTULO I .............................................................................................................. 2

FÍSICA ...................................................................................................................... 2

UNIDADE II ............................................................................................................... 3

MECÂNICA ............................................................................................................... 3

CAPÍTULO I .............................................................................................................. 4

CINEMÁTICA ............................................................................................................ 4

Movimento e Repouso ........................................................................................... 4

Trajetória Orientada ............................................................................................... 6

Deslocamento Escalar (s) .................................................................................... 8

Composição de Movimentos ................................................................................ 15

Aceleração Escalar Média (am) ............................................................................ 17

Movimento Uniformemente Variado (MVU) .......................................................... 20

Função Horária de Velocidade ............................................................................. 21

Função Horária de Espaço .................................................................................. 22

Equação de Torricelli ........................................................................................... 24

Queda Livre ......................................................................................................... 26

Lançamento Vertical ............................................................................................ 27

Classificação dos Movimentos ............................................................................. 29

Propriedade dos Gráficos .................................................................................... 31

Lançamento Horizontal ........................................................................................ 35

Lançamento Oblíquo ............................................................................................ 37

Movimento Circular Uniforme (MCU) ................................................................... 40


iv
Velocidade Angular () ....................................................................................... 40

CAPÍTULO II ........................................................................................................... 47

DINÂMICA .............................................................................................................. 47

Força ................................................................................................................... 47

F
Força Resultante ( R ) ......................................................................................... 48

Soma de Vetores ................................................................................................. 48

Vetores de Mesmo Sentido .................................................................................. 49

Vetores de Sentidos Opostos............................................................................... 49

Vetores Perpendiculares ...................................................................................... 49

Regra do Paralelogramo – Lei dos Cossenos ..................................................... 50

Regra da Poligonal .............................................................................................. 50

Força Peso (𝑷)..................................................................................................... 50



Força de Tração ( T )............................................................................................ 51

Força Normal ( N ) ............................................................................................... 51

F
Força de Contato Entre Dois Corpos ( AB ) ......................................................... 52

Força de Atrito ( at ) ............................................................................................ 52
f

Inércia .................................................................................................................. 56

3ª Lei de Newton – Ação e Reação...................................................................... 58

Força Elástica (Fel) ............................................................................................... 62

Força Peso .......................................................................................................... 63

Equilíbrio de Ponto Material ................................................................................. 64

Resistência do Ar (Rar) ......................................................................................... 69

Sistemas de Polias .............................................................................................. 71

Balança ............................................................................................................... 73

Elevador .............................................................................................................. 73

Decomposição de Forças ................................................................................... 75

v
Plano Inclinado ................................................................................................... 76

Sistemas de Blocos ............................................................................................. 80

Equilíbrio de Corpo Extenso ................................................................................ 82

Torque ou Momento de Força (MF) ...................................................................... 83

Condições de Equilíbrio de Corpo Extenso .......................................................... 85

CAPÍTULO III .......................................................................................................... 89

ENERGIA E TRABALHO ........................................................................................ 89

Trabalho de uma força (W F) ................................................................................. 89

Trabalho da Força Peso...................................................................................... 92

Trabalho da Força Elástica .................................................................................. 92

Potência (P) ......................................................................................................... 93

Energia Cinética (Ec) ........................................................................................... 94

Teorema da Energia Cinética .............................................................................. 95

Energia Potencial Gravitacional (Epg).................................................................. 95

Energia Potencial Elástica (Epel) ......................................................................... 96

Energia Mecânica (Em)........................................................................................ 96

CAPÍTULO IV........................................................................................................ 101

HIDROSTÁTICA ................................................................................................... 101

Pressão (p) ........................................................................................................ 103

Lei de Stevin ...................................................................................................... 105

Experiência de Torricelli ..................................................................................... 107

Vasos Comunicantes ......................................................................................... 109

Pascal ................................................................................................................ 110

CAPÍTULO V......................................................................................................... 116

DINÂMICA IMPULSIVA ........................................................................................ 116

Quantidade de Movimento (Q) ........................................................................... 116

Impulso (I) .......................................................................................................... 117

Teorema do Impulso .......................................................................................... 119

vi
Sistema Isolado ................................................................................................. 121

Conservação da Quantidade de Movimento ...................................................... 122

UNIDADE III .......................................................................................................... 129

ÓPTICA................................................................................................................. 129

CAPÍTULO I .......................................................................................................... 130

ÓPTICA GEOMÉTRICA ........................................................................................ 130

Fonte de Luz ...................................................................................................... 130

Raio de Luz........................................................................................................ 130

Meios de propagação ........................................................................................ 131

Princípios da Óptica Geométrica ........................................................................ 132

Ângulos de Visão (α).......................................................................................... 132

Fenômenos Ópticos .......................................................................................... 133

CAPÍTULO II ......................................................................................................... 136

REFLEXÃO DA LUZ ............................................................................................. 136

Espelhos Planos ................................................................................................ 137

Campo Visual .................................................................................................... 139

CAPÍTULO III ........................................................................................................ 141

REFRAÇÃO DA LUZ ............................................................................................ 141

Índice de Refração Absoluto (n) ......................................................................... 141

Dioptro Plano ..................................................................................................... 145

Lâmina de Faces Paralelas ................................................................................ 146

Prismas.............................................................................................................. 149

Decomposição da Luz ....................................................................................... 150

CAPÍTULO IV........................................................................................................ 152

SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS ...................................................................... 152

Espelhos Esféricos ............................................................................................ 152

UNIDADE IV ......................................................................................................... 172

ONDULATÓRIA .................................................................................................... 172

vii
CAPÍTULO I .......................................................................................................... 173

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 173

Ondas ................................................................................................................ 173

Natureza ............................................................................................................ 173

Classificação...................................................................................................... 173

Frequência (f) .................................................................................................... 174

Período (T)......................................................................................................... 175

Comprimento de Onda (λ) .................................................................................. 175

Velocidade de Propagação (v) ........................................................................... 175

Amplitude (A) ..................................................................................................... 176

CAPÍTULO II ......................................................................................................... 180

FENÔMENOS ONDULATÓRIOS.......................................................................... 180

Reflexão de Ondas ............................................................................................ 180

Ressonância ...................................................................................................... 184

Difração ............................................................................................................. 186

UNIDADE V .......................................................................................................... 193

TERMOLOGIA ...................................................................................................... 193

CAPÍTULO I .......................................................................................................... 194

TERMOMETRIA.................................................................................................... 194

Variação de Temperatura .................................................................................. 196

CAPÍTULO II ......................................................................................................... 198

CALORIMETRIA ................................................................................................... 198

Calor Sensível ................................................................................................... 198

Calor Latente ..................................................................................................... 199

CAPÍTULO III ........................................................................................................ 203

DILATAÇÃO TÉRMICA ........................................................................................ 203

Dilatação dos Sólidos ........................................................................................ 203

Dilatação de Líquidos ........................................................................................ 205

viii
CAPÍTULO IV........................................................................................................ 209

GÁS IDEAL ........................................................................................................... 209

Equação de Clapeyron ...................................................................................... 209

CAPÍTULO V......................................................................................................... 214

TERMODINÂMICA................................................................................................ 214

Energia Interna (U) ............................................................................................ 214

Trabalho numa Transformação Gasosa ............................................................. 215

Primeira Lei da Termodinâmica ......................................................................... 216

Transformação Adiabática ................................................................................. 217

Entropia ............................................................................................................. 217

Máquina Térmica ............................................................................................... 218

Máquina de Carnot ............................................................................................ 220

UNIDADE VI ......................................................................................................... 224

ELETROMAGNETISMO ....................................................................................... 224

CAPÍTULO I .......................................................................................................... 225

ELETRODINÂMICA .............................................................................................. 225

Cargas Elétricas ................................................................................................ 225

Corrente Elétrica (i) ............................................................................................ 225

Tensão Elétrica .................................................................................................. 225

Potência Elétrica (P) .......................................................................................... 229

Energia Elétrica ................................................................................................. 239

Amperímetro ...................................................................................................... 240

Voltímetro .......................................................................................................... 240

CAPÍTULO II ......................................................................................................... 243

ELETROSTÁTICA ................................................................................................ 243

Eletrização ......................................................................................................... 243

Quantidade de Carga (Q)................................................................................... 244

Lei de Coulomb .................................................................................................. 244

ix
Campo Elétrico (E)............................................................................................. 246

Campo Elétrico Uniforme (CEU) ........................................................................ 247

Potencial Elétrico (V) ......................................................................................... 249

CAPÍTULO III ........................................................................................................ 254

MAGNETISMO...................................................................................................... 254

Imãs ................................................................................................................... 254

Campo Magnético Terrestre .............................................................................. 254

Bússola .............................................................................................................. 255

Experiência de Oersted...................................................................................... 255

Campo Magnético (B) ........................................................................................ 256

Força Magnética ................................................................................................ 258

Introdução Eletromagnética ............................................................................... 260

Fluxo Magnético () .......................................................................................... 260

Lei de Faraday ................................................................................................... 261

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 264

x
Índice de Ilustrações
Figura 1 - Sistema de eixos cartesianos respresentando um referencial. .................. 4

Figura 2 - Queda de uma bomba a partir de um avião. .............................................. 5

Figura 3 - Trajetória orientada positivamente para a direita. ...................................... 7

Figura 4 - Marco quilométrico no km 348 de uma rodovia. Ele está 348 km do marco
zero (km 0). ............................................................................................................... 7

Figura 5 - Regra de transformação de m/s para km/h e vice-versa............................ 9

Figura 6 - Movimento uniforme de uma bicicleta. .................................................... 12

Figura 7 - Móvel se movimentando com velocidade variável. .................................. 17

Figura 8 - Bicicleta em movimento uniformemente variado...................................... 20

Figura 9 - Objeto em queda livre. ............................................................................ 26

Figura 10 - Objeto lançado verticalmente para cima. ............................................... 27

Figura 11 - Classificação do movimento segundo o sinal da velocidade do móvel. . 29

Figura 12 - Movimento acelerado. Observe que o produto da aceleração pela


velocidade é um número positivo (a . v > 0). ........................................................... 29

Figura 13 - Movimento retardado. Observe que o produto da aceleração pela


velocidade é um número negativo (a . v < 0). .......................................................... 29

Figura 14 - Gráficos do movimento uniforme. .......................................................... 30

Figura 15 - Gráficos do movimento uniformemente variado..................................... 30

Figura 16 - No gráfico velocidade contra o tempo, o deslocamento é numericamente


igual à área A. ......................................................................................................... 31

Figura 17 - A velocidade do móvel 2 é maior que a velocidade do móvel 1, pois seu


gráfico possui uma inclinação maior. ....................................................................... 31

Figura 18 - A aceleração do móvel 2 é maior que a aceleração do móvel 1, pois seu


gráfico possui uma inclinação maior. ....................................................................... 32

Figura 19 - Lançamento horizontal. ......................................................................... 35

Figura 20 - Movimento Circular Uniforme. ............................................................... 40

Figura 21 - Sistema de transmissão de movimento numa bicicleta. ......................... 44

Figura 22 - Duas polias acopladas por uma correia. ................................................ 44

xi
Figura 23 - Força de direção vertical e sentido para cima........................................ 47

Figura 24 - Ponto material sob ação de 4 forças. .................................................... 48

Figura 25 - Soma de duas forças horizontais para a direita. .................................... 49

Figura 26 - Soma de duas forças horizontais, uma para a direita e outra para
esquerda. ................................................................................................................ 49

Figura 27 - Soma de duas forças perpendiculares, dada por Pitágoras. .................. 49

Figura 28 - Regra do paralelogramo, soma dada pela lei dos cossenos. ................. 50

Figura 29 - Regra da poligonal. ............................................................................... 50

Figura 30 - Força peso, força de atração gravitacional, vertical para baixo. ............ 51

Figura 31 - Força de tração em cabo tensionado. ................................................... 51

Figura 32 - Força normal, uma foça de contato, perpendicular à superfície de contato.


................................................................................................................................ 52

Figura 33 - Força de contato entre dois corpos. ...................................................... 52

Figura 34 - Força de atrito. ...................................................................................... 52

Figura 35 - Exemplos de aplicação da 3ª lei de Newton. ......................................... 58

Figura 36 - Força resultante e aceleração são dois vetores que possuem a mesma
direção e o mesmo sentido...................................................................................... 60

Figura 37 - Mola não deformada.............................................................................. 62

Figura 38 - Mola deformada. ................................................................................... 62

Figura 39 - Exemplos de força atrito, atuando no deslocamento de uma pessoa e de


um carro. ................................................................................................................. 65

Figura 40 - Força de atrito estática, atuando num corpo em repouso, empurrado por
uma pessoa. ............................................................................................................ 66

Figura 41 - Gráfico da força de atrito. ...................................................................... 68

Figura 42 - Máquina de Atwood, montagem realizada pelo físico inglês Atwood no séc.
XVIII, para estudar os corpos em queda.................................................................. 71

Figura 43 - Sistema de polia formado por uma polia fixa e duas polias móveis. ...... 71

Figura 44 - Pessoa sobre uma balança colocada numa superfície horizontal. A


balança mede a intensidade da força normal (N). No equilíbrio N = P. .................... 73

Figura 45 - Elevador, que pode ter aceleração ascendente ou descendente. .......... 74

xii
Figura 46 - Decomposição da força F nas direções X e Y. ...................................... 75

Figura 47 - Plano inclinado e a decomposição da força peso. ................................. 76

Figura 48 - A Lua se mantém girando em torno da Terra devido à atração gravitacional


Terra-Lua. ............................................................................................................... 77

Figura 49 - Equilíbrio estático de uma gangorra. ..................................................... 82

Figura 50 - Duas situações em que as gangorras não permanecerão em equilíbrio na


horizontal, pois entrarão em rotação. ...................................................................... 83

Figura 51 - Força F girando a barra em torno do ponto O. ...................................... 83

Figura 52 - Uma força F, de intensidade maior, fazendo a barra girar em torno do


ponto O. .................................................................................................................. 84

Figura 53 - Forças de mesma intensidade, aplicadas a igual distância do polo O. .. 84

Figura 54 - Torque ou momento de uma força......................................................... 85

Figura 55 - Forças atuando sobre um corpo extenso............................................... 86

Figura 56 - Principais unidades de energia. ............................................................. 89

Figura 57 - Força realizando trabalho sobre um objeto............................................ 90

Figura 58 - A área A do gráfico é numericamente igual ao trabalho realizado pela


força. ....................................................................................................................... 90

Figura 59 - Trabalho da força peso no deslocamento da massa m.......................... 92

Figura 60 - Força elástica realizando trabalho no deslocamento de um corpo......... 92

Figura 61 - Corpo de massa m com velocidade v. ................................................... 94

Figura 62 - Objeto de massa m, numa altura h, numa região de campo gravitacional


g. ............................................................................................................................. 95

Figura 63 - Mola deformada. ................................................................................... 96

Figura 64 - Força normal F, exercendo uma pressão sobre uma placa de área A. 103

Figura 65 - O ponto 1, situado numa profundidade h. ............................................ 105

Figura 66 - Dois pontos no mesmo nível, no interior do mesmo líquido, ficam sujeitos
a pressões iguais. ................................................................................................. 106

Figura 67 - Tubo e recipientes com mercúrio, preparados para a experiência de


Torricelli................................................................................................................. 107

Figura 68 - Experiência de Torricelli. ..................................................................... 108

xiii
Figura 69 - Quantidade de movimento com diferentes massas. ............................ 116

Figura 70 - Quantidade de movimento com massas iguais.................................... 116

Figura 71 - Os vetores velocidade e quantidade de movimento possuem sentidos


iguais. .................................................................................................................... 117

Figura 72 - Força de impulso. ................................................................................ 117

Figura 73 - Impulso de força constante.................................................................. 118

Figura 74 - Impulso de força variável. .................................................................... 118

Figura 75 - Choque frontal unidimensional entre dois objetos. .............................. 123

Figura 76 - Ângulo de visão. .................................................................................. 133

Figura 77 - Fenômenos ópticos. ............................................................................ 133

Figura 78 - Reflexão da luz.................................................................................... 134

Figura 79 - Leis da reflexão da luz......................................................................... 136

Figura 80 - Objeto puntiforme. ............................................................................... 138

Figura 81 - Objeto extenso. ................................................................................... 138

Figura 82 - Campo visual. ..................................................................................... 139

Figura 83 - Num dioptro plano, a imagem está sempre acima da posição do objeto.
.............................................................................................................................. 145

Figura 84 - Lâminas de faces paralelas. ................................................................ 147

Figura 85 - Prisma. ................................................................................................ 149

Figura 86 - Prisma de ângulo de abertura A. ......................................................... 149

Figura 87 - Decomposição da luz. ......................................................................... 150

Figura 88 - Espelho esférico côncavo e convexo. .................................................. 152

Figura 89 - Arco de circunferência. ........................................................................ 152

Figura 90 - Elementos geométricos dos espelhos esféricos. ................................. 153

Figura 91 - Foco principal. ..................................................................................... 154

Figura 92 - Distância focal. .................................................................................... 154

Figura 93 - Foco secundário. ................................................................................. 155

Figura 94 - Raios notáveis. .................................................................................... 156

Figura 95 - Raios notáveis II. ................................................................................. 156


xiv
Figura 96 - Imagem. .............................................................................................. 156

Figura 97 - Imagens formadas por um espelho côncavo. ...................................... 157

Figura 98 - Imagens formadas por um espelho esférico convexo. ......................... 157

Figura 99 - Grandezas físicas e espelhos esféricos............................................... 158

Figura 100 - Seis formatos diferentes das lentes esféricas delgadas. ................... 165

Figura 101 - Representação esquemática das lentes esféricas. ............................ 166

Figura 102 - Elementos geométricos das lentes esféricas. .................................... 167

Figura 103 - Raios notáveis das lentes esféricas. .................................................. 167

Figura 104 - Formação de imagens. ...................................................................... 168

Figura 105 - Onda transversal numa corda. .......................................................... 173

Figura 106 - Onda longitudinal numa mola. ........................................................... 174

Figura 107 - Onda mista na superfície da água. .................................................... 174

Figura 108 - Comprimento de onda. ...................................................................... 175

Figura 109 - Amplitude. ......................................................................................... 176

Figura 110 - Reflexão da luz. ................................................................................. 180

Figura 111 - Reflexão de uma onda plana. ............................................................ 180

Figura 112 - Refração da luz. ................................................................................ 181

Figura 113 - Refração de uma onda plana. ........................................................... 182

Figura 114 - Ponte de Tacoma, sofrendo colapso devido à ressonância com o vento.
.............................................................................................................................. 185

Figura 115 - Difração de ondas. ............................................................................ 186

Figura 116 - Orientação positiva da trajetória, para uso no efeito Doppler. ............ 188

Figura 117 - Comparação entre as escalas Celsius e Fahrenheit de temperatura. 194

Figura 118 - Comparação entre as escalas Celsius e Kelvin. ................................ 195

Figura 119 - Transformações de estado. ............................................................... 199

Figura 120 - Dilatação linear de uma barra sólida. ................................................ 203

Figura 121 - Gráfico p x V de uma transformação gasosa isotérmica. Quanto mais


afastado estiver a curva dos eixos, maior será a temperatura da transformação. .. 211

xv
Figura 122 - Gráfico V x T de uma transformação isobárica. Quanto mais inclinada é
a reta, menor a pressão da transformação. ........................................................... 211

Figura 123 - Gráfico p x T de uma transformação isométrica. Quanto mais inclinado


for o gráfico, menor o volume da transformação.................................................... 212

Figura 124 - Energia interna. ................................................................................. 215

Figura 125 - Transformação adiabática. ................................................................ 217

Figura 126 - Máquina térmica. ............................................................................... 219

Figura 127 - Rendimento da máquina de Carnot. .................................................. 221

Figura 128 - Representação das transformações durante o ciclo de Carnot. ......... 221

Figura 129 - Símbolo de uma bateria ou pilha ideal. .............................................. 226

Figura 130 - Símbolo de um resistor. ..................................................................... 226

Figura 131 - Circuito elétrico simples. .................................................................... 227

Figura 132 - Segunda Lei de Ohm......................................................................... 228

Figura 133 - Associação em série de três resistores. ............................................ 231

Figura 134 - Associação em paralelo de três resistores. ....................................... 232

Figura 135 - Série triboelétrica. ............................................................................. 243

Figura 136 - Lei de Coulomb. ................................................................................ 245

Figura 137 - Cargas puntiformes. .......................................................................... 245

Figura 138 - Campo elétrico de afastamento de uma carga puntiforme positiva e


campo elétrico de aproximação de carga uma puntiforme negativa. ..................... 247

Figura 139 - Símbolo de um capacitor. .................................................................. 250

Figura 140 - Gráfico U x Q de um capacitor sendo carregado. .............................. 251

Figura 141 - Polos dos imãs. ................................................................................. 254

Figura 142 - Campo magnético terrestre. .............................................................. 255

Figura 143 - Bússola. ............................................................................................ 255

Figura 144 - Na figura 1), a bússola encontra-se orientada pelo campo magnético da
Terra. Na figura 2), o campo gerado pelo fio percorrido por uma corrente elétrica altera
a orientação da bússola. ....................................................................................... 256

Figura 145 - Representação do campo magnético b, gerado por uma corrente elétrica.
.............................................................................................................................. 257
xvi
Figura 146 - Espira circular percorrida por uma corrente elétrica no sentido anti-
horário. Essa corrente gera um campo magnético que sai da parte interna e entra na
parte externa da espira. ......................................................................................... 257

Figura 147 - Fluxo magnético. ............................................................................... 260

Figura 148 - Fluxo magnético através de uma espira circular. ............................... 261

Índice de Tabelas
Tabela 1 - Unidades fundamentais da mecânica no SI. ............................................. 2

Tabela 2 - Massa específica de algumas substâncias. .......................................... 102

Tabela 3 - Tipos de choques. ................................................................................ 124

Tabela 4 - Convenção de sinais utilizada no estudo analítico dos espelhos esféricos.


.............................................................................................................................. 159

Tabela 5 - O comportamento óptico de uma lente esférica. ................................... 166

Tabela 6 - Convenção de sinais aplicada ao estudo analítico das lentes esféricas.


.............................................................................................................................. 168

Tabela 7 - Calor específico de algumas substâncias. ............................................ 199

Tabela 8 - Coeficiente de dilatação linear de alguns sólidos.................................. 205

Tabela 9 - Comparação entre coeficientes de dilatação de sólidos e líquidos. ...... 206

Tabela 10 - Sinais da primeira lei da termodinâmica. ............................................ 216

xvii
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,

Há quase 20 anos atuando nas áreas Jurídica, Humana, Biológica e da Saúde, em


2006, a atual Diretoria fundou em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, o Instituto Paulista
de Estudos Bioéticos e Jurídicos – IPEBJ.

Somos uma escola tradicional, formada por professores renomados, qualificados e


profissionais atuantes reconhecidos no mercado. O IPEBJ é inovador ao trabalhar de forma
interdisciplinar e multidisciplinar, sendo frequentemente requisitado por empresas, juristas e
governo brasileiro para a realização de perícias e cursos.

Não somos um curso preparatório regular, somos um sistema de ensino desenvolvido


para o sucesso dos nossos alunos. A proposta do sistema de ensino IPEBJ é proporcionar,
em conjunto com nosso corpo editorial, uma forma de aprendizagem única e interativa,
mediada por uma tecnologia que permita ao professor e ao aluno estarem em ambientes
físicos diferentes, mas preservando a sensação da interação presencial.

Visando combater a monotonia do estudo individual, as aulas são gravadas e editadas


para proporcionar ao aluno um aprendizado diferenciado em uma plataforma digital, exclusiva,
moderna e adequada à metodologia de Educação a Distância do IPEBJ.

Agradecemos a confiança e nos colocamos à disposição para eventuais


esclarecimentos, dúvidas e sugestões.

Sejam bem-vindos e bons estudos,

Conselho Editorial

xviii
ÍCONES APRESENTADOS NA APOSTILA
INTERATIVA
Olá, aluno. Elaboramos o conteúdo desta apostila de forma objetiva, didática e
coerente. Esta apostila é interativa e os temas são abordados de forma direta, com questões
e pensamentos elaborados pelo professor visando à reflexão do aluno. Além disso, nosso
sistema de ensino utiliza recursos editoriais como a inserção de ícones, com finalidade de
tornar sua leitura agradável e produtiva. Os cursos IPEBJ são, na realidade, um sistema de
ensino em que o material didático proporciona ao aluno uma imersão nos conteúdos
propostos, visando aumentar a concentração, a capacidade de raciocínio e reduzir a
necessidade de leituras repetidas de um mesmo tema.

Para isso, usaremos ícones que estão inseridos ao longo do texto para proporcionar
uma melhor fixação do conteúdo.

Se liga!
Lembrete dos professores para que você preste atenção em determinados
assuntos que frequentemente são cobrados em concursos públicos.

Brainstorming
Quando este ícone aparecer no texto, indicará que você terá uma
oportunidade de interação com o professor, seu domínio e capacidade de
análise crítica do conteúdo será testado. Questões reflexivas serão
inseridas para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Neste
momento, você estará livre para não se preocupar com o conteúdo do texto
e sim interligar assuntos correlatos com alta probabilidade de serem
cobrados no concurso público, em que o domínio de um assunto correlato
será fundamental para o entendimento do contexto da questão
pontencializando seu aprendizado e análise crítica. A reflexão é o ponto de
partida do verdadeiro aprendizado.

Similaridade
O professor irá sugerir a leitura do mesmo conteúdo da apostila
proveniente de outras fontes literárias (sites de pesquisas, fluxogramas e

xix
resumos do conteúdo básico) proporcionando uma nova visão sobre o tema
abordado no texto básico.

Sugestão de vídeos e filmes


Conteúdo similar ao que foi ministrado em aula, disponível gratuitamente
no formato de vídeos de curta duração e filmes, visando o aprofundamento
do estudo.

Tem que ser agora!


Exercícios no decorrer de determinado conteúdo, inseridos antes de
finalizar o capítulo, com o objetivo de fixar o conteúdo abordado.

Choque de realidade
Texto motivacional ao final da apostila, em que o professor fala de forma
franca e direta com o aluno sobre a importância de sua disciplina. O objetivo
deste texto é tranquilizar os alunos que estão atingindo as metas propostas
e chamar para a realidade os que estão no caminho oposto.

Referências bibliográficas
Bibliografia utilizada durante a elaboração da apostila.

Obs: O professor tem a liberdade de optar pela não utilização de alguns ícones durante a elaboração da apostila.

xx
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA
Para formar cidadãos, nesses novos tempos, a Física deve apresentar-se como um
conjunto de competências específicas que permitam perceber e lidar com os fenômenos
naturais e tecnológicos, presentes tanto no cotidiano mais imediato quanto na compreensão
do universo distante, a partir de princípios, leis e modelos por ela construídos (PCN+, 2002).

O ensino de física deve desmistificar o conhecimento científico, interligando-o com o


que está à volta do estudante, as causas e as consequências dos fenômenos físicos nas mais
diversas áreas e no mundo real.

Um curso de física, para um futuro perito policial, tem como objetivo fornecer
conhecimento, instrumentos, técnicas, que possam auxiliá-lo na futura profissão, pois os
fenômenos físicos estão nas mais diversas áreas do mundo real, portanto, importantíssimo na
análise científica realizada por um perito policial.

A física tem muito a contribuir para um perito policial, na sua tarefa de “encontrar ou
proporcionar a chamada prova técnica ou prova pericial, mediante a análise científica de
vestígios produzidos e deixados na prática de delitos. Os peritos criminais de local de crime
realizam a análise da cena de crime, identificando, registrando, coletando, interpretando e
armazenando vestígios, são responsáveis por estabelecer a dinâmica e a autoria dos delitos
e realizar a materialização da prova que será utilizada durante o processo penal.” (WIKIPEDIA)

Bons estudos!

xxi
UNIDADE I
FÍSICA
1
UNIDADE I | FÍSICA

CAPÍTULO I
FÍSICA
Para uma melhor compreensão, a física é dividida em várias partes. No ensino médio
ela é dividida, normalmente, em mecânica, termologia, óptica, ondulatória e eletromagnetismo.
Vamos iniciar o nosso curso pela mecânica, que estuda o movimento dos corpos.

A física preocupa-se em medir ou calcular as grandezas físicas. Uma grandeza


física pode ser escalar ou vetorial. Uma grandeza escalar é aquela que fica completamente
definida pelo seu valor (intensidade ou módulo) e por uma unidade. Tempo, massa, energia,
temperatura, corrente elétrica, carga elétrica e densidade são exemplos de grandezas
escalares.

Uma grandeza vetorial, para ficar completamente definida, precisa, além de seu
valor e de sua unidade, de uma orientação espacial. Essa orientação espacial é dada por um
vetor. Deslocamento, velocidade, aceleração, força, campo elétrico e impulso são exemplos
de grandezas vetoriais.

As unidades são extremamente importantes na física, sem elas uma grandeza física
perde totalmente o seu sentido. O principal sistema de unidades utilizado cientificamente é o
Sistema Internacional de Unidades, ou simplesmente SI. Na tabela abaixo, temos as unidades
fundamentais do SI para a mecânica, com seus respectivos símbolos.

Grandeza Física Unidade

Deslocamento metro (m)

Tempo segundo (s)

Massa quilograma (kg)

Tabela 1 - Unidades fundamentais da mecânica no SI.

Além dessas unidades, são usados também o quilometro (km), o minuto (min), a hora
(h), a tonelada (ton), o grama (g) e outras.

1 km = 1000 m. 1 min = 60 s. 1 h = 60 min = 3600 s. 1 kg = 1000 g. 1 ton = 1000 kg.


2
UNIDADE II
MECÂNICA
3
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

CAPÍTULO I
CINEMÁTICA
A cinemática é uma das partes da mecânica, ela descreve os movimentos, sem se
preocupar com suas causas. As causas dos movimentos são as forças e a energia necessárias
para manter ou não o corpo em movimento. Essas causas serão estudadas na dinâmica. A
cinemática descreve os movimentos utilizando as grandezas físicas espaço (s), velocidade
(v), aceleração (a) e tempo (t).

Movimento e Repouso
Um corpo ou objeto está em movimento quando sua posição variar em relação a um
dado referencial e estará em repouso quando sua posição não variar em relação a um dado
referencial. Referencial é um ponto ou um sistema de eixos cartesianos, figura 1, em relação
ao qual a posição de um objeto é definida.

Figura 1 - Sistema de eixos cartesianos respresentando um referencial.

O referencial seria a posição do observador que está estudando o movimento do


objeto. Normalmente o referencial será o solo. Por exemplo, quando afirmamos que a
velocidade máxima de um carro numa estrada é de 120 km/h, está implícito que essa
velocidade é em relação ao solo.

Dependendo do referencial escolhido, um objeto pode estar em repouso ou em


movimento. Um passageiro no interior de um carro em movimento está em movimento em

4
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

relação ao solo, mas está em repouso em relação ao próprio carro. Concluindo, movimento e
repouso são definições relativas, que dependem do referencial escolhido.

Quando um objeto está em movimento ele descreve uma certa trajetória. Uma
trajetória representa as posições que o objeto ocupa ao longo do tempo conforme se
movimenta. Por exemplo, quando um carro viaja de Ribeirão Preto para Campinas, sua
trajetória seria a Via Anhanguera. A trajetória que um móvel descreve também depende do
referencial, ou seja, a forma da trajetória depende do referencial adotado.

Por exemplo: a trajetória descrita pela queda de uma bomba, figura 2, será diferente
se vista de dentro do avião ou se vista por uma pessoa no solo. Para o piloto localizado no
interior do avião, a trajetória é uma reta vertical para baixo, enquanto que para uma pessoa
fixa no solo a trajetória será curvilínea.

Figura 2 - Queda de uma bomba a partir de um avião.

1. Analise as proposições que se seguem.

I. A Terra está em movimento.

II. O Sol está em repouso absoluto.

III. Um poste está em movimento em relação a uma moto que


trafega numa rodovia.

IV. Um cadáver, em um avião, voando de São Paulo a Brasília,


está em repouso.

a) Apenas a I está correta.

b) Apenas a II está correta.

c) Apenas a III está correta.

5
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

d) Apenas II, III e IV estão corretas.

e) Apenas II e IV estão corretas.

2. UFMS Uma das leis sobre segurança no trânsito, principalmente


para os caminhões que transitam carregados com pedriscos, obriga que a
carga seja coberta com lona, para evitar a queda de pedras soltas pela
traseira, colocando em risco veículos que transitam atrás do caminhão.
Considere que um caminhão, carregado com essas pedras e sem a
cobertura de lona, está transitando em uma pista plana e horizontal e que,
num certo instante, cai uma pedra da traseira do caminhão de uma altura h
com relação ao solo. Considere também que um observador em repouso,
ao lado da pista, vê o caminhão movimentando-se da direita para a
esquerda no momento da queda da pedra. Assinale corretamente qual dos
esboços abaixo melhor representa a trajetória da pedra vista pelo
observador. Despreze efeitos de resistência do ar.

Gabarito:

1- C 2-D

Trajetória Orientada
Um objeto em movimento varia sua posição, em relação a um dado referencial,
conforme o tempo passa. Para medir a posição de um móvel numa trajetória, seja numa
estrada ou na rua ou avenida de uma cidade, essa trajetória deve ser orientada positivamente
num dado sentido.
6
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

Uma trajetória orientada possui uma origem, a origem dos espaços, que é a posição
zero dessa trajetória. A partir da origem são definidas as posições dos móveis, que aumentam
num sentido e diminuem no sentido oposto. A posição (s) de um móvel, figura 3, nessa
trajetória orientada é dada pela distância (d) do móvel até essa origem.

Figura 3 - Trajetória orientada positivamente para a direita.

Uma estrada é uma trajetória orientada, assim como as avenidas e ruas de uma
cidade. Numa estrada, como a Via Anhanguera, as posições são dadas pelos marcos
quilométricos, que são placas colocadas na margem da estrada. Um objeto que se encontra
no quilômetro 348 de uma estrada, figura 4, está a 348 km do marco zero (km 0) dessa estrada.
Nas estradas que começam em São Paulo, o marco zero está localizado na praça da Sé, na
região central de São Paulo.

Figura 4 - Marco quilométrico no km 348 de uma rodovia. Ele está 348 km do marco zero (km 0).

Numa estrada, a placa 300 km está a 48 km da placa 348 km da mesma estrada.

Numa rua ou avenida, a numeração das casas é dada pela distância aproximada em
metros(m) da casa até o começo da rua. Se uma pessoa caminhando passa pela casa de
número 705 e depois passa pela de número 1140, da mesma rua, significa que ela andou,
aproximadamente, 435m. Numa rua ou avenida, as posições não são tão precisas quanto

7
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

numa estrada, mas podem dar uma ideia da distância percorrida por um carro ou pessoa, por
exemplo.

Deslocamento Escalar (s)


Deslocamento escalar é a variação de posição de um móvel qualquer numa trajetória
orientada. Apesar de deslocamento ser uma grandeza vetorial, por estarmos trabalhando com
trajetória orientada, só nos preocuparemos com o valor e a respectiva unidade desse
deslocamento, então, teremos um deslocamento escalar.

Quando um carro se desloca do km 300 para o km 320 da mesma estrada, significa


que ele se deslocou 20 km. O deslocamento escalar (s) é dado pela equação:

s  s final  sinicial
O deslocamento escalar é dado por uma unidade de comprimento: m, km, cm ou mm.
Ele poderá ser positivo, negativo ou mesmo nulo. Será positivo quando o deslocamento
escalar for no mesmo sentido positivo da trajetória e negativo quando for no sentido contrário.
Poderá ser nulo em duas situações: quando o objeto está em repouso ou quando ele retorna
à posição inicial pelo mesmo caminho de ida.

Velocidade Escalar Média (vm)

Quando um objeto sofre um deslocamento, ele gasta um certo


tempo nesse deslocamento. A razão entre o deslocamento escalar (s) e
o tempo gasto (t) nesse deslocamento é chamada de velocidade
escalar média (vm). A velocidade escalar média é dada pela equação:

s
vm 
t
A velocidade escalar média é medida em m/s no SI e, usualmente,
no cotidiano, em km/h, mas também pode ser dada em cm/s ou em cm/min,
por exemplo. Nos carros americanos, a velocidade é dada em milhas por
hora, onde uma milha = 1,6 km, então se um carro está a 100 milhas/h ele

8
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

está a 160 km/h. Uma outra unidade de velocidade muita usada é o nó,
onde 1 nó = 1,852 km/h.

Sendo 1 km = 1000 m e 1 h = 3600 s, podemos mostrar que 1 m/s = 3,6


km/h, ou seja, para transformarmos m/s para km/h, multiplicamos por 3,6,
e para transformarmos km/h para m/s, dividimos por 3,6. Por exemplo: 10
m/s equivale a 36 km/h e 90 km/h equivale a 25 m/s. A figura 5 resume a
regra de transformação de m/s para km/h e vice versa.

Figura 5 - Regra de transformação de m/s para km/h e vice-versa.

1. Perito DF – 2012 A velocidade média, em km/min, de um


automóvel que se desloca em linha reta, cuja quilometragem e cujo tempo
são dados na tabela, é de, aproximadamente:

a) 1,43

b) 1,38

c) 0,85

d) 0,79

e) 0,75

2. Perito PE Um carro de policia partiu do Recife às 10 h e 40 min


e chegou a Vitória de Santo Antão às 11 h e 20 min. Se a distância total
percorrida foi de 56 km, determine a velocidade média do veículo.

a) 82 km/h

b) 84 km/h

9
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

c) 86 km/h

d) 88 km/h

e) 90 km/h

3. ENEM 2014 – A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)


de São Paulo testou em 2013 novos radares que permitem o cálculo da
velocidade média desenvolvida por um veículo em um trecho da via.

As medições de velocidade deixariam de ocorrer de maneira


instantânea, ao se passar pelo radar, e seriam feitas a partir da velocidade
escalar média no trecho, considerando o tempo gasto no percurso entre um
radar e outro. O teste realizado mostrou que o tempo que permite uma
condução segura de deslocamento no percurso entre os dois radares
deveria ser de, no mínimo, 1 minuto e 24 segundos. Com isso, a CET
precisa instalar uma placa antes do primeiro radar informando a velocidade
escalar média máxima permitida nesse trecho da via. O valor a ser exibido
na placa deve ser o maior possível, entre os ue atendem às condições de
condução segura observadas.

A placa de sinalização que informa a velocidade que atende a


essas condições é:

10
UNIDADE II | CINEMÁTICACINEMÁTICA

4. ETEC-SP-2014 Algumas
cidades têm implantado corredores
exclusivos para ônibus a fim de
diminuir o tempo das viagens
urbanas. Suponha que, antes da
existência dos corredores, um ônibus
demorasse 2 horas e 30 minutos
para percorrer todo o trajeto de sua linha, desenvolvendo uma velocidade
escalar média de 6,0 km/h. Se os corredores conseguirem assegurar que a
velocidade escalar média dessa viagem aumente para 20 km/h, o tempo
para que um ônibus percorra todo o trajeto dessa mesma linha será:

a) 30 minutos.

b) 45 minutos.

c) 1 hora.

d) 1 hora e 15 minutos.

e) 1 hora e 30 minutos.

Gabarito:

1-A 2-B 3-C 4-D

11
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Movimento Uniforme (MU)

Um movimento é uniforme quando a velocidade (v) do móvel for


constante e diferente de zero, independentemente da forma da trajetória.
Num movimento uniforme, os deslocamentos serão iguais para intervalos
de tempos iguais.

Figura 6 - Movimento uniforme de uma bicicleta.

Como a velocidade é constante, essa velocidade (v) será igual à


velocidade escalar média do movimento, assim:

s
v  vm  v 
t
Se considerarmos o tempo inicial t0 = 0, temos a posição inicial
s0 e a equação acima pode ser escrita assim:

s s  s0
v v
t t 0

s  s0  v  t
A equação anterior, uma equação do primeiro grau, é chamada
equação, ou função, horária do espaço do movimento uniforme.

12
UNIDADE II | CINEMÁTICA

1. Perito SP – 2013 (adaptado) Ao ser expelido do cano de uma


arma em repouso relativamente ao solo, um projétil leva 0,10 s para
percorrer, em linha reta e com velocidade constante, a distância de 100 m.
Qual a velocidade escalar desse projétil nesse movimento, em km/h?

a) 1000

b) 100

c) 10

d) 360

e) 3600

2. Perito MT Considere A e B dois móveis que percorrem a mesma


trajetória e seus espaços são medidos a partir da mesma origem, sobre a
trajetória. Sendo SA = 15 + 10t e SB = 5 + 5t, para SA e SB em metros e t em
segundos. Depois de quanto tempo a distância entre os móveis é de 20 m?

a) 1s

b) 2s

c) 3s

d) 4s

e) 5s

3. Perito AP Um ciclista deseja percorrer uma distância de 31,25


km. Se percorrer 500 m a cada minuto, que porcentagem do total terá
percorrido em 1/4 de hora?

a) 20%

b) 21%

c) 22%

d) 23%

13
UNIDADE II | CINEMÁTICA

e) 24%

Gabarito:

1-E 2-B 3-E

Encontro e Ultrapassagem

Um encontro ou uma ultrapasagem ocorre quando dois móveis (A e B), que se


movimentam na mesma trajetória, estiverem na mesma posição:

s A  sB

1. Perito SC Dois carros estão em movimento retilíneo uniforme e


em um determinado instante o carro A ultrapassa o carro B. O carro A
possui velocidade média de 60 km/h e o carro B de 50 km/h. A distancia
entre o dois carros após uma hora é de:

a) 10 km. b) 20 km. c) 30 km. d) 5 km.

2. PUC-RS Dois móveis, A e B, percorrem uma mesma trajetória


retilínea, conforme as funções horárias:

sA = 30 + 20 · t e sB = 90 – 10 ⋅ t,

sendo a posição s em metros e o tempo t em segundos. O instante


de encontro, em segundos, entre os móveis A e B foi:

a. 1 b. 2 c. 3 d. 4 e. 5

14
UNIDADE II | CINEMÁTICA

3. Um caminhoneiro imprudente tenta ultrapassar outro caminhão


em uma faixa proibida. Sabendo que as velocidades dos caminhões são,
respectivamente, 90 km/h e 72 km/h e que um caminhão tem 20 metros de
comprimento e o outro 30 m, responda ao que se pede.

a. Quanto tempo dura a ultrapassagem?

b. Qual o deslocamento total do caminhão de trás para completar


a ultrapassagem?

4. VUNESP Dois veículos, A e B, partem no mesmo instante de


Votuporanga para São José do Rio Preto com velocidades escalares
constantes, respectivamente iguais a VA = 100 km/h e VB = 80 km/h. A
distância entre as duas cidades é 80 km.

a) Em quanto tempo, em minutos, o veículo A completou o


percurso?

b) A que distância de São José do Rio Preto, em quilômetros,


estava o veículo B quando o veículo A completou o percurso?

Gabarito:

1-A 2-B 3 - a) 10s; b) 250m 4 - a) 48min; b) 16km

Composição de Movimentos
Imaginemos a seguinte situação: uma pessoa subindo uma escada rolante.
Normalmente, a pessoa fica parada em relação à escada. Nessa situação, a velocidade da
pessoa em relação a um referencial fixo no solo só depende da velocidade da escada rolante.
Por outro lado, se a pessoa resolve se movimentar em relação à escada rolante, a velocidade
da pessoa em relação ao mesmo referencial fixo no solo vai depender se a pessoa resolve

15
UNIDADE II | CINEMÁTICA

subir ou descer a escada rolante, ou seja, a velocidade da pessoa depende da composição da


velocidade da escada e de sua própria velocidade.

A mesma situação ocorre quando uma pessoa se movimenta contra ou a favor de um


forte vento ou quando uma pessoa nada contra ou a favor da correnteza de um rio. São
situações onde, além da velocidade do móvel, existir também uma velocidade de arraste.

1. O motor de um barco imprime velocidade própria de 12 km/h,


fazendo com que ele se movimente em um rio cuja correnteza apresenta
velocidade de 5 km/h em relação à margem. Calcule:

a) a velocidade do barco em relação à margem, quando ele estiver


descendo o rio;

b) a velocidade do barco em relação à margem, quando ele estiver


subindo o rio.

2. UFPE Um barco de comprimento L = 80 m, navegando no


sentido da correnteza de um rio, passa sob uma ponte de largura D = 25 m,
como indicado na figura.

Sabendo que a velocidade do barco em relação ao rio é vB = 14


km/h e que a velocidade do rio em relação às margens é vR = 4 km/h,
determine em quanto tempo o barco passa completamente por baixo da
ponte, em segundos.

16
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Gabarito:

1 - a) 17 km/h; b) 7 km/h 2 - 21s

Aceleração Escalar Média (am)


Quando a velocidade de um móvel varia com o tempo, dizemos que o móvel possui
uma aceleração. Velocidade é uma grandeza vetorial, portanto, um objeto possui aceleração
quando a velocidade variar o seu módulo, ou a sua direção, ou o seu sentido, ou uma
combinação dessas grandezas.

Inicialmente, vamos nos preocupar apenas com a variação do módulo da velocidade,


ou seja, quando a velocidade aumenta ou diminui e, nesse caso, teremos o que chamamos de
aceleração escalar.

Na figura 7, um móvel, descendo uma rampa, possui velocidade inicial v1 no instante


t1 e velocidade final v2 no instante t2. Com isso, podemos definir aceleração escalar média
(am) da seguinte forma:

Figura 7 - Móvel se movimentando com velocidade variável.

17
UNIDADE II | CINEMÁTICA

v
am 
t
Onde: 
nessa variação de velocidade e é medida, no SI, em segundos (s).

v v v
am   am  2 1
t t 2  t1
A unidade de aceleração, no SI, é m/s2. Por exemplo, uma aceleração de 10 m/s2
significa que a velocidade do móvel aumenta 10 m/s a cada segundo.

A aceleração escalar média pode ser positiva, negativa ou nula. Será positiva quando
v2 > v1, negativa quando v2 < v1 e nula quando v2 = v1.

1. Perito PR Um carro, após passar por uma declividade, continua


a se mover num plano horizontal e, em seguida, colide com uma parede.
Um perito investigando o acidente constatou que o carro tinha um
vazamento de óleo que fazia gotas pingarem no chão em intervalos de
tempos iguais. Também verificou que a distância entre as gotas era cada
vez menor no plano inclinado e aumentava gradativamente no plano
horizontal. Desprezando a resistência do ar, o perito concluiu que o carro:

a) vinha acelerando na declividade e no plano horizontal.

b) reduziu a velocidade até a colisão.

c) freava na declividade e passou a acelerar no plano horizontal.

d) vinha freando desde a declividade.

e) vinha acelerando na declividade e passou a frear no plano


horizontal.

18
UNIDADE II | CINEMÁTICA

2. Um carro muito badalado é o Chevrolet Camaro. Ele possui um


motor V8 e é capaz de arrancar de 0 a 100 km/h em 4 segundos. Calcule,
aproximadamente, a aceleração média desse carro em m/s2.

3. VUNESP A tabela indica as posições (s) e as velocidades (v) de


um mesmo móvel.

É correto afirmar que, no intervalo entre 0 e 5,0 s, a velocidade


escalar média, em m/s, e a aceleração escalar média, em m/s2, desse
móvel são iguais, respectivamente, a

a) 2,0 e 2,0.

b) 1,0 e 2,0.

c) 1,0 e 0,5.

d) 1,0 e 1,0.

e) 2,0 e 1,0.

4. A velocidade escalar de um corpo está representada em função


do tempo na figura abaixo.

19
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Podemos concluir que a aceleração escalar média entre t1 = 0 e t2


= 10,0 s é

a) nula.

b) 1,0m/s2.

c) 1,5m/s2.

d) 2,0m/s2.

e) 3,0m/s2.

Gabarito:
1-A 2 - 7 m/s2 3-B 4-D

Movimento Uniformemente Variado (MVU)


Um movimento será uniformemente variado quando a aceleração escalar (a) do
móvel for constante e diferente de zero, independentemente da forma da trajetória. Num
movimento uniformemente variado, a variação da velocidade será igual para intervalos de
tempos iguais.

Figura 8 - Bicicleta em movimento uniformemente variado.

v
a  am  a 
t

20
UNIDADE II | CINEMÁTICA

v2  v1
a
t 2  t1

1. Perito SC Desconsiderando o atrito um avião a jato precisa


atingir uma velocidade de aproximadamente 360 km/h para decolar e,
considerando que o avião mantenha uma aceleração média de 5 m/s2,
quanto tempo ele leva para decolar?

a) 40 s.

b) 10 s.

c) 20 s.

d) 25 s.

Gabrito:

1-C

Função Horária de Velocidade


A partir da definição do movimento uniformemente variado (MUV), pode-se obter a
função horária da velocidade, considerando o tempo inicial t1 = 0, a velocidade inicial v1 igual
a v0, a velocidade final v2 simplesmente igual a v e o tempo final t2 igual a t, temos:

v v v v  v0 v  v0
a a 2 1 a a
t t 2  t1 t 0 t

v  v0  a  t

21
UNIDADE II | CINEMÁTICA

1. Um carro com velocidade de 20 m/s freia uniformemente até


atingir o repouso, levando, para isso, 4,0 s.

a. Calcule a aceleração escalar do carro.

b. Encontre a equação horária da velocidade desse carro.

c. Determine a velocidade do carro no instante t = 1,5 s.

Gabarito:

1 - a) -50m/s2; b) v=20-5t; c) 12,5m/s

Função Horária de Espaço


Utilizando-se o fato de que no gráfico v x t a área sobre o gráfico é igual ao
deslocamento, demonstra-se a equação horária do espaço de um movimento uniformemente
variado:

a t2
s  s0  v0  t 
2

Nessa equação, s0 é a posição inicial do móvel e s é a posição do móvel no instante


t, que possui velocidade inicial v0 e aceleração a constante e diferente de zero.

Podemos escrever essa equação da seguinte forma, para calcularmos o


deslocamento do objeto.

a t2 a t2
s  s0  v0  t   s  s0  v0  t 
2 2

22
UNIDADE II | CINEMÁTICA

a t2
s  v0  t 
2

Esse deslocamento será igual à distância percorrida, quando não há retorno, assim:

a t2
d  v0  t 
2

1. Perito GO Um automóvel, em eficiência máxima, é capaz de


aumentar sua velocidade de 0 a 90 km/h num intervalo de tempo de 12 s.
Supondo que esse automóvel se movimente com aceleração constante ao
longo de uma pista de corridas retilínea, a distância percorrida por ele para
atingir a velocidade final é de, aproximadamente,

a) 7,50 m.

b) 43,3 m.

c) 150 m.

d) 300 m.

e) 540 m.

2. Perito PE A posição de um móvel em movimento retilíneo é


dada pela função horária x = 4 + 20t – 2t2, onde x está em metros e t em
segundos. Podemos afirmar que a velocidade do corpo é igual à zero, no
instante:

a) t = 1 s

b) t = 2 s

c) t = 3 s

d) t = 4 s

23
UNIDADE II | CINEMÁTICA

e) t = 5 s

3. Perito SC No instante em que a luz verde do semáforo acende,


um carro ali parado parte com aceleração constante de 2,0 m/s2. Um
caminhão, que circula na mesma direção e no mesmo sentido, com
velocidade constante de 10 m/s, passa por ele no exato momento da
partida. Podemos, considerando os dados numéricos fornecidos, afirmar
que:

a) o carro ultrapassa o caminhão a 100 m do semáforo;

b) o carro não alcança o caminhão;

c) o carro ultrapassa o caminhão a 200 m do semáforo;

d) o carro ultrapassa o caminhão a 40 m do semáforo.

Gabarito:
1-C 2-E 3-A

Equação de Torricelli
Vimos anteriormente duas equações horárias para o movimento uniformemente
variado, a equação horária da velocidade e a equação horária dos espaços:

v  v0  a  t
a t2
s  s0  v0  t 
2

Isolando o tempo t na equação da velocidade e substituindo na equação do espaço,


determinamos uma terceira equação, a equação de Torricelli, que não é horária, pois não
depende do tempo, assim:

24
UNIDADE II | CINEMÁTICA

v  v0
v  v0  a  t  t 
a
 v  v0 
2

a   
a t2  v  v0   a 
s  s0  v0  t   s  s0  v0   
2  a  2

Simplificando o último termo acima, obtemos a equação de Torricelli, que relaciona a


variação da velocidade com o deslocamento e não com o tempo, assim:

v 2  v02  2  a  s

1. Perito DF (Adaptado) Considere que um futuro trem rápido


entre São Paulo e Sorocaba mova-se ao longo de uma reta com velocidade
de 180 km/h, tendo uma desaceleração de fretamento de 2,0 m/s2. Nessa
situação, considerando que a desaceleração permaneça constante durante
a frenagem, calcule a que distância da estação o maquinista deverá frear
para que o trem pare na estação.

Gabrito:

1 - 625

25
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Queda Livre
Na queda livre, um objeto é abandonado a partir do repouso (v0 = 0), de um ponto
situado a uma altura h em relação ao solo e cai sob a ação exclusiva da força peso, portanto,
sem atrito com o ar, caindo com aceleração constante e igual à aceleração da gravidade (a =
g).

Figura 9 - Objeto em queda livre.

Como o objeto cai com aceleração constante, ele possui movimento uniformemente
variado (MUV) e podemos determinar:

a) tempo de queda (tq)

a t2 g t2 2h


s  v0  t  h  tq 
2 2 g
b) velocidade (v) ao tocar no solo

v 2  v 02  2  a  s  v 2  2  g  h  v  2  g  h

26
UNIDADE II | CINEMÁTICA

1. Um corpo cai sob ação do campo gravitacional da Terra,


colocado a uma altura de 80 m em relação ao solo horizontal, cai a partir
do repouso. Desprezando-se a resistência do ar, considerando-se g = 10
m/s2, resolva:

a) Qual o tempo de queda?

b) Qual o módulo da velocidade do corpo ao atingir o solo?

Gabarito:

1 - a) 4s; b) 40m/s

Lançamento Vertical

Figura 10 - Objeto lançado verticalmente para cima.

27
UNIDADE II | CINEMÁTICA

O lançamento vertical para cima ocorre quando um objeto é lançado verticalmente para
cima com velocidade inicial v0, sob ação exclusiva da aceleração da gravidade, subindo até
atingir um ponto de altura máxima, onde sua velocidade é nula.

Como a orientação adotada é positiva para cima e a aceleração da gravidade é para


baixo, temos que a = - g e constante, então, temos um MUV e podemos calcular:

a) tempo de subida (ts)

v0
v  v0  a  t  0  v0  g  t s  ts 
g
Obs: o tempo total do movimento (tt), até retornar ao ponto de lançamento, é 2 . ts.

b) altura máxima (hmax)

v 02
v 2  v 02  2  a  s  02  v 02  2  g  hmax  hmax 
2 g

1. Perito SC Um corpo é atirado verticalmente para cima, com


velocidade de 40 m/s. Considerando-se a aceleração da gravidade g = 10
m/s2, a altura máxima que o corpo atinge, a partir do ponto de lançamento,
é:

a) 40 metros

b) 80 metros

c) 60 metros

d) 160 metros

Gabarito:

1-B

28
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Classificação dos Movimentos


Os movimentos podem ser classificados quanto ao sinal da velocidade e quanto ao
que ocorre com o módulo da velocidade de um móvel.

Quanto ao sinal da velocidade, um movimento pode ser progressivo (v > 0) ou


retrógrado (v < 0).

Figura 11 - Classificação do movimento segundo o sinal da velocidade do móvel.

Um movimento é dito acelerado quando o módulo da velocidade aumenta, ou seja,


conforme o tempo passa o móvel fica mais rápido.

Figura 12 - Movimento acelerado. Observe que o produto da aceleração pela velocidade é um número
positivo (a . v > 0).

Um movimento é dito retardado quando o módulo da velocidade diminui, ou seja,


conforme o tempo passa o móvel fica mais lento.

Figura 13 - Movimento retardado. Observe que o produto da aceleração pela velocidade é um número
negativo (a . v < 0).

29
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Gráficos da Cinemática

Na cinemática utiliza-se, basicamente, três tipos de gráficos:


aceleração em função do tempo (a x t), velocidade em função do tempo (v
x t) e posição em função do tempo (s x t).

Gráficos do MU

Figura 14 - Gráficos do movimento uniforme.

Gráficos do MUV

Figura 15 - Gráficos do movimento uniformemente variado.

30
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Propriedade dos Gráficos


Essas propriedades valem para qualquer tipo de movimento. São propriedades
relacionadas com a área sob o gráfico e com a inclinação do gráfico.

O deslocamento escalar (Δs), num certo intervalo de tempo (Δt), pode ser
determinado através do cálculo da área existente entre o gráfico v x t e o eixo dos tempos,
limitada pelo intervalo de tempo escolhido:

Figura 16 - No gráfico velocidade contra o tempo, o deslocamento é numericamente igual à área A.

Em relação à inclinação do gráfico, temos duas situações. No gráfico s x t, figura 17,


quanto maior a inclinação do gráfico, maior será a velocidade do móvel.

Figura 17 - A velocidade do móvel 2 é maior que a velocidade do móvel 1, pois seu gráfico possui uma
inclinação maior.

31
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Por outro lado, no gráfico v x t, figura 18, quanto maior a inclinação do gráfico, maior
será a aceleração do móvel.

Figura 18 - A aceleração do móvel 2 é maior que a aceleração do móvel 1, pois seu gráfico possui uma
inclinação maior.

1. Perito PE O gráfico abaixo mostra as velocidades de dois


carros, A e B, que trafegam no mesmo sentido ao longo de uma via plana
e reta. No instante t = 0 os carros estão alinhados num mesmo semáforo.
Após quanto tempo o carro B alcançará o carro A?

a) t = 1 s

b) t = 2 s

c) t = 3 s

d) t = 4 s

e) t = 5 s

32
UNIDADE II | CINEMÁTICA

2. Perito MG O gráfico abaixo representa o movimento de uma


partícula com aceleração constante ao longo do eixo x.

Qual é o valor dessa aceleração em m/s2?

a) 4

b) 2

c) 8

d) 3

3. Perito SP 2013 O gráfico qualitativo da velocidade (v), em


função do tempo (t), da figura a seguir representa o movimento de um carro
que se desloca em linha reta.

Considerando que sua posição inicial era o marco zero da


trajetória, o correspondente gráfico horário de sua posição (S), em função
do tempo (t), é

33
UNIDADE II | CINEMÁTICA

4. Perito SP 2014 Um carro, que se deslocava em linha reta, teve


suas velocidades observadas. O gráfico a seguir representa,
qualitativamente, essas velocidades (v), em função do tempo (t).

Analisando o gráfico conclui-se, corretamente, que

a) a aceleração do carro foi maior no intervalo de tempo t1 – 0 do


que no intervalo seguinte t2 – t1.

34
UNIDADE II | CINEMÁTICA

b) o movimento do carro foi progressivo no intervalo de tempo t1 –


t0 e retrógrado no intervalo seguinte t2 – t1.

c) o movimento do carro no intervalo de tempo t2 – t1 foi retrógrado


e retardado.

d) o movimento do carro foi progressivo e acelerado durante


ambos os intervalos de tempo.

e) o deslocamento do carro foi maior no intervalo de tempo t1 – 0


do que no intervalo seguinte t2 – t1.

Gabarito:

1-D 2-A 3-B 4-E

Lançamento Horizontal
Um lançamento é dito horizontal quando um objeto é lançado de uma certa altura h,
com velocidade inicial v0 com direção horizontal, caindo, descrevendo uma trajetória
parabólica, sob a ação exclusiva da aceleração da gravidade vertical para baixo. Para resolver
o lançamento horizontal, calculando o tempo de queda e o seu alcance, fazemos a
decomposição do movimento na direção X e na direção Y. Como o objeto cai sob a ação
exclusiva da aceleração da gravidade, que é vertical para baixo, teremos na direção x um
movimento uniforme (MU) e na direção y uma queda livre.

Figura 19 - Lançamento horizontal.

35
UNIDADE II | CINEMÁTICA

a) tempo de queda (tq)

a t2 g t2 2h


s  v0  t  h  tq 
2 2 g

b) alcance (A)

2h
s  v0  t  A  v0 
g

1. A partir da borda de uma mesa de altura h = 0,80 m, lançam-se


horizontalmente duas pequenas esferas A e B, que cumprem até o solo os
alcances indicados na figura abaixo. Considere g = 10 m/s2 e despreze o
efeito do ar.

Calcule:

a) o tempo da queda de cada esfera até o solo;

b) o módulo da velocidade de lançamento de cada esfera.

Gabarito:

1 - a) 0,4s; b) 3,0m/s e 60m/s

36
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Lançamento Oblíquo
No lançamento oblíquo, o objeto é lançado com velocidade inicial (v0) inclinada de um
ângulo  com a horizontal e o objeto sobe e desce sob a ação da gravidade, descrevendo uma
trajetória parabólica. Assim como no caso do lançamento horizontal, para resolver um
lançamento oblíquo, faremos a decomposição do movimento, de forma que, na direção x,
teremos um MU e, na direção Y, um lançamento vertical para cima. Na direção x, a velocidade
do MU é: vx = v0 . cos  e, na direção y, a velocidade inicial do lançamento vertical é: v0y = v0 .
sen .

a) altura máxima (hmáx)

No ponto de altura máxima, a velocidade vertical se anula o objeto para de subir e


podemos calcular essa altura máxima a partir da equação de Torricelli:

v02y
v  v 0  2  a  s  0  v  2  g  hmax  hmax 
2 2 2 2

2 g
0y

v02  ( sen ) 2
hmax 
2 g

b) tempo de subida (ts)

No ponto de altura máxima, a velocidade vertical se anula, o objeto para de subir e


podemos calcular o tempo de subida a partir da equação da velocidade:

v0 y
v  v0  a  t  0  v0 y  g  t s  t s 
g
v0  sen
ts 
g
Obs: o tempo total do movimento, até retornar ao solo, é 2 . ts.

37
UNIDADE II | CINEMÁTICA

c) alcance (A)

O alcance do lançamento oblíquo é na direção x e, portanto, é calculado a partir das


equações do movimento uniforme:

v0  sen
s  v  t  A  vx  2  t s  A  v0  cos   2 
g
v02  sen 2
A
g

1) Perito RJ A figura representa, em gráfico cartesiano, como o


módulo v da velocidade de um projétil, lançado obliquamente do solo, varia
em função do tempo t durante o voo, supondo desprezível a resistência do
ar.

Com base no gráfico acima, é correto afirmar que o alcance do


tiro foi de:

a) 480m

b) 640m

c) 800m

d) 960m

38
UNIDADE II | CINEMÁTICA

e) 1,60 × 103 m

2) Perito PI Um morteiro, um artefato lançador de granadas, está


afastado uma distância horizontal X de uma linha vertical posicionada sobre
uma encosta (ver figura abaixo). O ângulo de lançamento do morteiro vale
30o. Uma granada é lançada com velocidade inicial cujo módulo vale v0 =
100 m/s. O ponto P de impacto da granada na encosta está a uma altura h
= 120 m em relação ao ponto de lançamento. Considere: sen(30o) = 0,50;
cos(30o) = 0,87 e uma aceleração da gravidade g = 10m/s2. Desprezando o
atrito, o alcance horizontal X para que a granada atinja o ponto P da
encosta, depois de ultrapassar o ponto mais alto da sua trajetória, será igual
a:

a) 261 metros
b) 348 metros
c) 435 metros
d) 522 metros
E) 609 metros

Gabarito:

1-D 2-D

39
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Movimento Circular Uniforme (MCU)


Movimento com velocidade escalar (v) constante, realizado numa trajetória circular
de raio R.

Período (T)

Tempo de uma volta completa. Unidades: s, min, h, ou qualquer outra unidade de


tempo. Exemplos: o período de rotação da Terra é de 24 h; o período de translação da Terra
é de um ano; o período de rotação do ponteiro de minutos de um relógio é de 60 min.

Frequência (f)

Representa o número de voltas dadas em uma unidade de tempo.

Unidades: rps, rpm e Hz (hertz).

n 1
1 rps  1 Hz  60 rpm f   f 
t T

Velocidade Angular ()

Figura 20 - Movimento Circular Uniforme.

40
UNIDADE II | CINEMÁTICA

É a razão entre o deslocamento angular (Δθ) e o correspondente intervalo de


tempo (Δt) gasto nesse deslocamento angular.



t

Unidade: rad/s; rad/min; rad/h; grau/s.

2
    2  f
T

v R

1. Complete os espaços fazendo corretamente as conversões de


unidades.

a. 60o = _______________________________ rad

b. 150o = _______________________________ rad


2𝜋
c. 3
rad = _______________________________ g raus

7𝜋
d. 6
rad = _______________________________ graus

2. Fuvest-SP O ponteiro dos minutos de um relógio mede 50 cm.

a. Qual é a velocidade angular do ponteiro?

b. Calcule a velocidade linear da extremidade do ponteiro.

3. UNICAMP-SP Anemômetros são instrumentos usados para


medir a velocidade do vento. A sua construção mais conhecida é a proposta
por Robinson em 1846, que consiste em um rotor com quatro conchas

41
UNIDADE II | CINEMÁTICA

hemisféricas presas por hastes, conforme figura. Em um anemômetro de


Robinson ideal, a velocidade do vento é dada pela velocidade linear das

conchas. Um anemômetro em que a distância entre as conchas e o centro


de rotação é r = 25 cm, em um dia cuja velocidade do vento tem módulo V
=18 km/h, teria uma frequência de rotação de

a) 3,0 rpm. b) 200 rpm. c) 720 rpm.

d) 1200 rpm. e) 1600 rpm.

4. VUNESP Observe o monociclo representado na figura.

Se o raio externo da roda do monociclo, com o pneu, for 25 cm e


adotando-se π = 3, no momento em que o monociclista imprime à roda uma
rotação de frequência 2,0 Hz, sem deslizar, a velocidade do monociclo tem
módulo, em m/s, igual a

a) 0,5 b) 1,0 c) 1,5 d) 3,0 e) 4,0

5. UFBA Um indivíduo, preocupado com as constantes multas que


tem recebido por dirigir o seu automóvel em excesso de velocidade, relata
o fato a dois companheiros. Os três amigos não conseguem compreender

42
UNIDADE II | CINEMÁTICA

a razão das multas, desde que todos eles observam os limites de


velocidade nas vias públicas, através do velocímetro de seus carros. Os
seus veículos, de mesmo modelo, têm nos pneus a única característica
distinta. O carro A usa os pneus indicados pelo fabricante do veículo; o
carro B usa pneus com diâmetro maior do que o indicado, pois o seu
proprietário visita, periodicamente, seus familiares no interior, viajando por
estradas e caminhos irregulares; o carro C usa pneus com diâmetro menor
do que o indicado, uma vez que o seu proprietário gosta de veículos
rebaixados, com aspecto esportivo. Os três amigos decidem fazer um
experimento, alugam um aparelho de radar e vão para uma estrada deserta.
Após realizarem várias medições, construíram o gráfico a seguir.

Com base na análise do gráfico, identifique a correspondência


existente entre os carros A, B e C e as linhas 1, 2 e 3, que representam as
velocidades desses carros, verificando qual dos três amigos deve ser mais
precavido ao circular em estradas e avenidas vigiadas pelo radar. Justifique
sua resposta.

Gabarito:

1 - a) /3; b) 5/6; c) 120º; d) 210º 2 - a) 2 rad/s; b)  m/h 3 - B 4-B 5-B

43
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Polias ou Engrenagens Acopladas

Polias ou engrenagens podem ser acopladas por correias,


correntes ou diretamente. Esse acoplamento serve para transmitir
movimento, alterando a frequência de giro.

Figura 21 - Sistema de transmissão de movimento numa bicicleta.

A bicicleta usa um sistema de polias dentadas ligadas por uma corrente. Esse sistema
transmite o movimento de rotação executado pelo pedal, que está ligado À coroa, para a
catraca, localizada na roda traseira.

Figura 22 - Duas polias acopladas por uma correia.

v A  vB
 A  RA  B  RB

f A  RA  f B  RB

44
UNIDADE II | CINEMÁTICA

1. Perito – SP (2014) A figura ilustra a roda traseira de uma


motocicleta. Considerando-a em movimento e com a coroa girando
solidariamente com a roda, é correto afirmar que, em um mesmo intervalo
de tempo e relativamente ao eixo comum de ambas,

(A) a velocidade linear dos pontos periféricos da coroa e da roda,


em relação ao eixo comum de ambas, é a mesma.

(B) a coroa gira com frequência maior do que a roda.

(C) a velocidade angular da coroa é maior do que a da roda.

(D) o deslocamento angular da coroa é igual ao da roda.

(E) o deslocamento linear dos pontos periféricos da coroa é maior


do que o da roda.

2. Perito – SP (2013) A polia dentada do motor de uma motocicleta


em movimento, também chamada de pinhão, gira com frequência de 3 600
rpm. Ela tem um diâmetro de 4 cm e nela está acoplada uma corrente que
transmite esse giro para a coroa, solidária com a roda traseira. O diâmetro
da coroa é de 24 cm e o diâmetro externo da roda, incluindo o pneu, é de
50 cm. A figura abaixo ilustra as partes citadas.

45
UNIDADE II | CINEMÁTICA

Use π = 3, considere que a moto não derrapa e que a transmissão


do movimento de rotação seja integralmente dirigida ao seu deslocamento
linear. A velocidade da moto, em relação ao solo e em km/h, é de:

(A) 54. (B) 72. (C) 90. (D) 62. (E) 66.

Gabarito:

1-D 2-A

46
UNIDADE II | DINÂMICA

CAPÍTULO II
DINÂMICA
Força
Força é uma grandeza vetorial; portanto, possui módulo, direção e sentido.

Uma força, quando atua num objeto, pode causar deformação, equilíbrio ou variação
na velocidade de um corpo. Ela surge devido à interação entre dois corpos.

Uma força pode ser de contato ou de campo. Uma força de contato necessita de
contato entre os dois corpos. A força de atrito e a força de tração numa corda são exemplos
de força de contato.

Uma força de campo atua mesmo quando os corpos estão distantes um do outro. A
força magnética, a elétrica e a gravitacional são exemplos de força de campo.

Figura 23 - Força de direção vertical e sentido para cima.

No SI, a unidade de força é newton (N). Ainda são usados o quilograma-força (kgf),
onde 1 kgf = 9,8 N, e o dina (dyn), onde 1 dyn = 10-5 N.

Para medirmos a intensidade de uma força, usamos um aparelho chamado


“dinamômetro”, que possui uma mola que, quando tracionada, se deforma, indicando o valor
da força.

47
UNIDADE II | DINÂMICA

Força Resultante ( FR )
É o vetor resultante da soma vetorial de todas as forças que atuam sobre um corpo.
Essa força resultante ou resultantes das forças substitui todas as forças que atuam sobre o
corpo, produzindo o mesmo efeito que todas as forças juntas.
    
FR  F1  F2  F3  ...  Fn
Na figura 2, por exemplo, temos um corpo sujeito à ação de quatro forças. A força
resultante sobre esse corpo tem intensidade ou módulo de 13 N, direção horizontal e sentido
para a direita.

Figura 24 - Ponto material sob ação de 4 forças.

Soma de Vetores
Para exemplificar, vamos começar por um caso bem simples, a força resultante da
soma vetorial de duas forças, F1 e F2.

  
FR  F1  F2

48
UNIDADE II | DINÂMICA

Vetores de Mesmo Sentido

Figura 25 - Soma de duas forças horizontais para a direita.

FR  F1  F2

Vetores de Sentidos Opostos

Figura 26 - Soma de duas forças horizontais, uma para a direita e outra para esquerda.

FR  F1  F2

Vetores Perpendiculares

Figura 27 - Soma de duas forças perpendiculares, dada por Pitágoras.

FR2  F12  F22

49
UNIDADE II | DINÂMICA

Regra do Paralelogramo – Lei dos Cossenos

Figura 28 - Regra do paralelogramo, soma dada pela lei dos cossenos.

FR2  F12  F22  2  F1  F2  cos 

Exemplo: duas forças de mesma intensidade F1 = F2 = 10 N, formando um ângulo de


120o.

FR2  F12  F22  2  F1  F2  cos   FR2  10 2  10 2  2  10  10  cos 120o


FR2  10 2  10 2  2  10  10  (0,5)  FR2  10 2  10 2  10 2  FR2  10 2
F R 10 N

Regra da Poligonal

Figura 29 - Regra da poligonal.

⃗⃗ )
Força Peso (𝑷
É a força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre os corpos colocados
próximos de sua superfície. É uma força vertical para baixo, que indica o centro da Terra.

50
UNIDADE II | DINÂMICA

Figura 30 - Força peso, força de atração gravitacional, vertical para baixo.


Força de Tração ( )
T

Figura 31 - Força de tração em cabo tensionado.

É uma força que surge quando um cabo ou um fio ou uma corda estão tracionados,
tensionados, puxados por um outro corpo. É uma força de contato.


Força Normal ( N )
Força normal é a força que uma superfície exerce sobre um corpo colocado sobre
ela. É uma força de contato sempre perpendicular à superfície.

51
UNIDADE II | DINÂMICA

Figura 32 - Força normal, uma foça de contato, perpendicular à superfície de contato.


Força de Contato Entre Dois Corpos F
( AB )
Surge quando um corpo exerce uma força sobre outro devido ao contato entre eles.
Na figura a seguir, o corpo A ao ser empurrado pela força F exerce uma força sobre o corpo
B, a força FAB.

Figura 33 - Força de contato entre dois corpos.


Força de Atrito ( fat )

A força de atrito surge quando há uma tendência de escorregamento entre duas


superfícies ou quando um corpo desliza sobre uma superfície. Na figura a seguir, se o corpo
estiver descendo, a força de atrito, contrário ao deslizamento, será chamada de força de atrito
cinético ou dinâmico; se o corpo estiver em repouso, ele terá uma tendência a deslizar para
baixo, e a força de atrito, contrária a essa tendência, será para cima, e será chamada de força
de atrito estático.

Figura 34 - Força de atrito.

52
UNIDADE II | DINÂMICA

1. Para cada situação proposta a seguir, desenhe as forças que


atuam sobre cada um dos corpos indicados.

a)

b)

c)

d)

53
UNIDADE II | DINÂMICA

e)

2. Determine a força resultante sobre cada um dos corpos a seguir.

a)

b)

54
UNIDADE II | DINÂMICA

c)

Gabarito:
1- 2 - a) 2000N; b) 0; c) 361N

55
UNIDADE II | DINÂMICA

Inércia
Propriedade que todos os corpos possuem de permanecer no seu estado de
movimento ou de repouso:

- se o corpo está em repouso, ele tende a permanecer em repouso.

- se o corpo está em movimento, ele tende a permanecer em movimento retilíneo


uniforme (MRU).

1ª Lei de Newton – Lei da Inércia

Quando a força resultante sobre um corpo é nula (FR = 0), sua velocidade é
constante.

repouso
   
FR  0  v constante ou
MRU

1. UFMG Nesta figura, está representado um balão dirigível, que



voa para a direita, em altitude constante e com velocidade v , também
constante.

Sobre o balão, atuam as seguintes forças: o peso P, o empuxo E,


a resistência do ar R e a força M, que é devida à propulsão dos motores.

56
UNIDADE II | DINÂMICA

Assinale a alternativa que apresenta o diagrama de forças em que estão


mais bem representadas as forças que atuam sobre esse balão.

e) não há forças atuando sobre o balão.

2. MARINHA DO BRASIL-2016

A lei física que melhor explica a situação retratada na tirinha acima é a:

a) lei da ação e reação.

b) lei da gravitação universal.

c) lei da inércia.

d) lei da proporcionalidade ou 2ª lei de Newton.

e) lei de Ohm.

Gabarito:

1-B 2-C

57
UNIDADE II | DINÂMICA

3ª Lei de Newton – Ação e Reação


A toda ação corresponde uma reação, de mesmo módulo (intensidade), de mesma
direção e de sentidos opostos. Ação e reação são forças de mesma natureza e aplicadas em
corpos diferentes. Não existe ação sem reação, as forças estão sempre em pares.

Figura 35 - Exemplos de aplicação da 3ª lei de Newton.

1. VUNESP A figura mostra dois vagões, A e B, de massas MA =


3MB, que se deslocam na mesma direção, porém em sentidos contrários,
desenvolvendo velocidades com módulos VA = 2VB.

No instante do choque, a intensidade da força que o vagão A


exerce sobre o vagão B é

a) maior do que a intensidade da força que o vagão B exerce sobre


o vagão A porque a massa de A é maior do que a massa de B.

b) igual à intensidade da força que o vagão B exerce sobre o vagão


A porque essas forças constituem um par ação e reação.

c) maior do que a intensidade da força que o vagão B exerce sobre


o vagão A porque a velocidade de A é o dobro da velocidade de B.

d) menor do que a intensidade da força que o vagão B exerce


sobre o vagão A porque a velocidade de A é o dobro da velocidade de B.

58
UNIDADE II | DINÂMICA

e) menor do que a intensidade da força que o vagão B exerce


sobre o vagão A porque a massa de A é maior do que a massa de B.

2. Um fazendeiro possui dois cavalos igualmente fortes. Ao


prender qualquer um dos cavalos com uma corda a um muro (Figura. 1),
observa que o animal, por mais que se esforce, não consegue arrebentá-
la. Ele prende, em seguida, um cavalo ao outro, com a mesma corda. A
partir de então, os dois cavalos passam a puxar a corda (Figura. 2) tão
esforçadamente quanto antes.

A respeito da situação ilustrada pela Figura. 2, é correto afirmar


que:

a) a corda arrebenta, pois não é tão resistente para segurar os dois


cavalos.

b) a corda pode arrebentar, pois os dois cavalos podem gerar,


nessa corda, tensões até duas vezes maiores que as da situação da Figura.
1.

c) a corda não arrebenta, pois a resultante das forças exercidas


pelos cavalos sobre ela é nula.

d) a corda não arrebenta, pois está submetida a tensões iguais a


situação da Figura. 1.

e) não se pode saber se a corda arrebenta ou não, pois nada se


disse sobre sua resistência.

59
UNIDADE II | DINÂMICA

Gabarito:

1-B 2-D

2ª Lei de Newton – Princípio Fundamental da Dinâmica

    
FR  0  v variável  FR  m  a

Figura 36 - Força resultante e aceleração são dois vetores que possuem a mesma direção e o mesmo
sentido.

Unidades, no sistema internacional (SI):

FR : newton ( N )
m : kg
a : m / s2

1. Perito MT Um bloco de massa 5,0 kg está sobre um plano


horizontal sob a ação de duas forças, figura abaixo:

60
UNIDADE II | DINÂMICA

Considerando o desenho e os dados, é correto afirmar que:

a) a força resultante vale 25,0 N e a aceleração do bloco 5,0 m/s2.

b) a força resultante vale 15,0 N e a aceleração do bloco 4,0 m/s2.

c) a força resultante vale 20,0 N e a aceleração do bloco 4,0 m/s2.

d) a força resultante vale 25,0 N e a aceleração do bloco 4,0 m/s2.

e) a força resultante vale 15,0 N e a aceleração do bloco 3,0 m/s2.

2. Perito SP 2014 No campo de provas de uma montadora de


automóveis há uma pista horizontal e retilínea. Durante a realização de um
teste, um de seus veículos, de massa total 1 200 kg, incluindo a do
motorista, parte do repouso e atinge a velocidade de 144 km∕h ao fim de um
percurso de 400 m. Se o movimento do veículo é realizado com aceleração
constante, a força resultante sobre ele tem intensidade, em newtons, de

a) 3 600.

b) 4 800.

c) 2 400.

d) 1 800.

e) 1 200.

3. Perito SP 2013 Ao ser expelido do cano de 50 cm de


comprimento de uma arma em repouso relativamente ao solo, um projétil
leva 0,10 s para percorrer, em linha reta e com velocidade constante, a
distância de 100 m. Supondo que a massa do projétil seja de 25 g e que
seu movimento no interior do cano seja realizado com aceleração
constante, a intensidade da força propulsora resultante sobre ele no interior
do cano deve ser, em newtons, de

a) 4,0.103.

b) 2,5.105.

61
UNIDADE II | DINÂMICA

c) 2,5.103.

d) 4,0.104.

e) 2,5.104.

Gabarito:
1-E 2-C 3-E

Força Elástica (Fel)


Na figura abaixo, temos um corpo preso a uma mola não deformada e de comprimento
natural l0.

Figura 37 - Mola não deformada.

A mola é deformada, por algum operador, ficando com comprimento l. Nessa


situação, o corpo fica sujeito a uma força elástica Fel, que é uma força restauradora.

Figura 38 - Mola deformada.

Essa força elástica é diretamente proporcional à deformação x sofrida pela mola e é


dada pela lei de Hooke:

Fel  k  x

62
UNIDADE II | DINÂMICA

A constante de proporcionalidade k é chamada de constante elástica da mola e


depende da dureza da mola. No sistema internacional (SI), a constante da mola é dada em
N/m.

1. Um corpo comprime uma mola de constante elástica 200 N/m.


Calcule o módulo da força elástica que atua no corpo, sabendo que a
deformação da mola é de 10 cm.

Gabarito:

1 - 20N

Força Peso

 direção : vertical

P  sentido : para baixo
 módulo : P  m  g

1. O peso de um astronauta na superfície da Terra é 750 N. Esse


astronauta é transportado para a Lua, onde a aceleração da gravidade é
1,6 m/s². Considerando que a aceleração da gravidade na Terra é 10 m/s2,
determine:

a. a massa do astronauta;

b. o peso do astronauta na superfície da Lua.

63
UNIDADE II | DINÂMICA

Gabarito:

1 - a) 75kg; b) 120N

Equilíbrio de Ponto Material


Ponto material é qualquer corpo ou objeto de tamanho desprezível. Quando o
tamanho de um corpo não for desprezível, o corpo será um corpo extenso. É importante
salientar que essa definição é relativa, depende do movimento que está sendo executado e do
referencial adotado. O mesmo objeto pode ser um corpo material ou extenso. Por exemplo: se
estamos observando o movimento de um avião, que se encontra voando a 6.000 m de altitude,
para um referencial fixo no solo, esse avião é um ponto material. Esse mesmo avião ao pousar
no seu destino final, para um referencial fixo no solo, será um corpo extenso.

Um ponto material encontra-se em equilíbrio quando a força resultante sobre ele for
nula. Esse equilíbrio pode ser estático, quando o corpo permanece em repouso, ou dinâmico,
quando o corpo possuir movimento retilíneo uniforme (MRU). Na maioria das vezes, estaremos
interessados no equilíbrio estático.

repouso  equilíbrio estático


   
FR  0  v constante ou
MRU  equilíbrio dinâmico

1. A figura abaixo mostra um corpo de massa 10 kg pendurado


numa mola de constante elástica 2.000 N/m e em equilíbrio. Sabendo que
g = 10 m/s2, calcule a deformação da mola.

64
UNIDADE II | DINÂMICA

2. Perito PE A figura ao lado mostra um peso de 100 N suspenso


por dois fios, A e B, presos ao teto. Determine as tensões nos fios.

Gabarito:

1 - 5cm 2 - 50N; 86,6N

Força de Atrito (Fat)

Figura 39 - Exemplos de força atrito, atuando no deslocamento de uma pessoa e de


um carro.

65
UNIDADE II | DINÂMICA

A força de atrito é uma força de contato entre duas superfícies


rugosas e que surge quando há escorregamento ou uma tendência de
escorregamento entre elas. Ela é contrária a essa tendência ou ao
escorregamento. Por exemplo, uma pessoa é colocada em movimento pela
força de atrito. No pé da pessoa, a força de atrito é para frente. Um
automóvel também só entra em movimento devido ao atrito entre seus
pneus e o solo.

Força de Atrito Estático (FatE)

Atua quando o corpo está em repouso, mas com uma tendência


ao escorregamento. Ela é contrária a essa tendência.

Figura 40 - Força de atrito estática, atuando num corpo em repouso, empurrado por
uma pessoa.

Por exemplo: quando um corpo é empurrado por uma por força F,


figura 19, mas ele se mantém em repouso, surge, então, uma força
contrária a F, de forma que a força resultante seja nula. Essa força contrária
a F é a força de atrito estático.

Enquanto o corpo não entrar em movimento, considerando a


superfície plana e horizontal, a força de atrito estático é de mesmo módulo
que o da força F aplicada no corpo.

FatE  F
A força de atrito estático possui um valor máximo. Essa força de
atrito estático máxima (Fatmax) depende das superfícies que estão em
contato e da intensidade da força normal (N), sendo dada pela equação:

66
UNIDADE II | DINÂMICA

Fatmax  E N
E é um número menor que um,
que depende da rugosidade das superfícies que estão em contato e é
chamado de coeficiente de atrito estático, não possuindo unidades.

Quando a força F iguala com a força de atrito estático máxima, o


corpo estará na iminência de entrar em movimento. A partir do momento
que a força F ficar maior que a força de atrito estático máxima, o corpo
entrará em movimento, passando a valer a força de atrito cinético ou
dinâmico.

Força de Atrito Cinético (FatC)

Atua quando o corpo está em movimento. Tem um valor constante


dado pela equação:

FatC   C N
C é um número menor que um,
que depende da rugosidade das superfícies que estão em contato e é
chamado de coeficiente de atrito cinético ou dinâmico, não possuindo
unidades. Normalmente:

 C E
Ou seja, é mais fácil manter o movimento do que colocar um corpo
em movimento.

Para um corpo, inicialmente em repouso, sujeito a uma força F


horizontal crescente, o gráfico da força de atrito em função de F é do tipo:

67
UNIDADE II | DINÂMICA

Figura 41 - Gráfico da força de atrito.

1. Um corpo de massa 10 kg apoia-se, em repouso, numa


superfície plana e horizontal. Adotando g = 10 m/s2 e sabendo-se que os
coeficientes de atrito estático e cinético são, respectivamente, 0,4 e 0,3,
calcule a intensidade mínima de uma força horizontal para que esse corpo
comece a escorregar.

2. Perito-RJ Um perito foi chamado para analisar um acidente de


trânsito e determinar a velocidade de um carro no instante em que ele
colidiu com outro que estava em repouso à sua frente. O perito recebeu as
seguintes informações:

I. no instante em que o carro começou a frear com todas as rodas


travadas ele tinha uma velocidade de 20 m/s;

II. a marca deixada no asfalto por cada um dos pneus desde o


início da freada até o instante do impacto era retilínea e tinha 6,5 m de
extensão; e

III. o coeficiente de atrito entre os pneus e o asfalto era μ = 0,3.

68
UNIDADE II | DINÂMICA

Com base nesses dados, o perito concluiu corretamente,


considerando g = 10m/s2, que a velocidade do carro no instante do impacto
foi:

(A) 19m/s. (B) 17m/s. (C) 15m/s. (D) 12m/s. (E) 10m/s.

Gabarito:
1 - 40N 2-A

Resistência do Ar (Rar)
A força de resistência do ar surge quando um corpo se movimenta através do ar. Ao
contrário do modelo padrão de atrito superficial, tais forças de resistência são dependentes da
velocidade. A dependência da velocidade pode ser muito complicada, e apenas casos
especiais podem ser tratados analiticamente. Em velocidades muito baixas para partículas
pequenas, a resistência do ar é aproximadamente proporcional à velocidade e pode ser
expressa na forma:

Rar  b  v
Onde o sinal negativo indica que a resistência do ar é oposta à velocidade.

Para velocidades superiores e objetos maiores, a resistência do ar é


aproximadamente proporcional ao quadrado da velocidade:

Rar  b  v 2

1. CEFCA-SP (adaptado) Leia o texto. Velocidade Limite

Um paraquedista de 80 kg salta de um helicóptero parado em


relação à Terra, a 2.000 m de altura, e cai verticalmente pela ação da força
peso, tendo sua velocidade aumentada rapidamente. Durante a queda,
surge uma força de resistência do ar em sentido contrário ao peso do
paraquedista. Aproximadamente 10 s depois do início do salto, a força de

69
UNIDADE II | DINÂMICA

resistência será igual, em módulo, ao peso, fazendo com que sua ve-
locidade de queda se torne constante, de aproximadamente 50 m/s durante
20 s. Como essa velocidade ainda é muito grande para que ele chegue ao
solo com segurança, deve-se diminuir sua intensidade. Isso é feito com a
abertura do paraquedas, em uma altura de 1.000 m. A partir daí a força de
resistência do ar torna-se maior do que o peso do paraquedista, e sua
velocidade começa a diminuir. Depois de aproximadamente 5 s da abertura
do paraquedas, a intensidade da força de resistência do ar se iguala
novamente ao peso, a resultante das forças torna-se novamente nula, e a
velocidade cai de 50 m/s para 5 m/s, permitindo uma aterrissagem segura.

O gráfico mostra a variação da velocidade de queda do


paraquedista em função do tempo.

Sendo g = 10 m/s2, calcule o módulo da força de resistência do ar


depois de 35 s de queda.

Gabarito:

1 - 720N

70
UNIDADE II | DINÂMICA

Sistemas de Polias
Máquina de Atwood

Uma máquina de Atwood é formada por uma polia fixa e é usada para se inverter o
sentido da força aplicada para se levantar um corpo.

Figura 42 - Máquina de Atwood, montagem realizada pelo físico inglês Atwood no séc. XVIII, para estudar
os corpos em queda.

Considerando que a massa A seja maior que a massa B e aplicando a 2ª lei de


Newton, temos:

FR  m  a  PA  PB  (mA  mB )  a  mA  g  mB  g  (mA  mB )  a

( m A  mB )  g
a
( m A  mB )

Polias Móveis

Figura 43 - Sistema de polia formado por uma polia fixa e duas polias móveis.

71
UNIDADE II | DINÂMICA

Um sistema formado por uma polia fixa e n polias móveis é utilizado para inverter a
força usada para levantar um corpo e para se obter uma vantagem mecânica. No equilíbrio, o
peso do corpo A (PA) é menor que o peso do corpo B (PB). Mostra-se que o PA é dado pela
relação:

PB
PA 
2n

Onde n representa o número de polias móveis. Ou seja, cada polia móvel


acrescentada diminui pela metade o esforço necessário para equilibrar o peso de B.

1. Considere uma máquina de Atwood cujas massas dos corpos A


e B sejam, respectivamente, 6,0 kg e 4,0 kg. Adote g = 10 m/s2. Calcule a
aceleração dos corpos.

2. No sistema esquematizado na figura, os fios e as polias são


ideais e a massa do bloco B é igual a 8,0 kg. Adote g = 10 m/s2. Sabendo
que o sistema está em equilíbrio, determine a massa do corpo A.

Gabarito:

1 - 2 m/s2 2 - 2kg

72
UNIDADE II | DINÂMICA

Balança

Figura 44 - Pessoa sobre uma balança colocada numa superfície horizontal. A balança mede a intensidade
da força normal (N). No equilíbrio N = P.

Uma balança mede a força normal (N). Ocorre que quando um corpo está em
equilíbrio, sobre uma superfície horizontal, a força normal (N) tem o mesmo módulo que a força
peso (P).

Elevador
Quando um corpo se encontra no interior de um elevador, seu peso aparente pode
ficar maior, menor ou igual ao seu peso. Se o elevador estiver em repouso ou em movimento
uniforme (subindo ou descendo), o corpo estará em equilíbrio e seu peso aparente será igual
ao seu peso.

Se o elevador possuir aceleração vertical (a), o peso aparente poderá ser maior que
o valor do peso do corpo (no caso da aceleração para cima) ou menor que o valor do peso do
corpo (quando a aceleração for para baixo), de acordo com a segunda lei de Newton.
Importante: isso independentemente de o movimento do elevador ser para cima ou para baixo.

73
UNIDADE II | DINÂMICA

Figura 45 - Elevador, que pode ter aceleração ascendente ou descendente.

Vamos aplicar a 2ª lei de Newton, considerando a massa da pessoa igual a m, a


aceleração da gravidade igual a g e, inicialmente, a aceleração do elevador para cima:

FR  m  a  N  P  m  a

N  P  m a
Observe que, nesse caso com aceleração ascendente, o peso aparente, dado pela
força normal N, é maior que o peso da pessoa. A pessoa sente-se mais pesada.

Considerando uma aceleração para baixo:

FR  m  a  P  N  m  a

N  P  m a
Observe que, nesse caso, o peso aparente, dado pela força normal N, é menor que o
peso da pessoa. A pessoa sente-se mais leve.

1. Num local onde g = 10 m/s2, um pacote de massa 2,0 kg


encontra-se apoiado sobre uma balança, no interior de um elevador.
Determine a indicação da balança nos seguintes casos:

a. o elevador está em equilíbrio;

b. o elevador despenca em queda livre;

74
UNIDADE II | DINÂMICA

c. o elevador sobe acelerado, com aceleração de 2,0 m/s2.

Gabarito:

1 - a) 2kg; b) 0; c) 2,4kg

Decomposição de Forças

Figura 46 - Decomposição da força F nas direções X e Y.

  
F  FX  FY  F 2  FX2  FY2
FX  F  cos 
FY  F  sen

75
UNIDADE II | DINÂMICA

Plano Inclinado

Figura 47 - Plano inclinado e a decomposição da força peso.

PX  P  sen
PY  P  cos 
N  PY

1. Ao começar a subir um morro com uma inclinação de 30°, o


motorista de um caminhão, que vinha movendo-se a 30 m/s, avista um
obstáculo no topo do morro e, uma vez que o atrito dos pneus com a estrada
naquele trecho é desprezível, verifica aflito que a utilização dos freios é
inútil. Considerando-se g = 10 m/s2, sen 30° = 0,5 e cos 30° = 0,9, a massa
do caminhão m = 20 ton e desprezando-se a resistência do ar, determine:

a) as componentes Px e Py da força peso do caminhão;

b) as forças que atuam no caminhão;

c) a força resultante sobre o caminhão;

d) a aceleração do caminhão;

e) a distância mínima entre o caminhão e o obstáculo, no início da


subida, para que não ocorra colisão.

76
UNIDADE II | DINÂMICA

Gabarito:

1 - a) 100.000N; 173.000n; b) Peso e Normal; c) 100.000N; d) 45m

Resultante Centrípeta (Rc)

A segunda lei de Newton nos diz que: quando a força resultante


sobre um corpo for diferente de zero, a aceleração sobre o corpo também
será diferente de zero. Sabemos que aceleração implica em variação da
velocidade. A pergunta é: o que significa variar a velocidade de um corpo?

Velocidade é uma grandeza vetorial, portanto possui módulo,


direção e sentido. Então, variar a velocidade de um corpo não é
simplesmente variar o seu valor, que é a mesma coisa que variar o seu
módulo ou a sua intensidade, como estamos fazendo até agora. Variar a
velocidade de um corpo pode ser também alterar a direção ou o sentido do
vetor velocidade, mesmo que o seu módulo permaneça constante ou não.

No MCU, o módulo do vetor velocidade permanece constante, mas


a sua direção muda constantemente. Então, deve haver uma força que seja
responsável em alterar a direção do vetor velocidade. Por exemplo: a Lua
gira em torno da Terra e a força que a mantém girando em torno da Terra
é força de atração gravitacional, Fg, entre a Terra e a Lua.

Figura 48 - A Lua se mantém girando em torno da Terra devido à atração


gravitacional Terra-Lua.

Em qualquer movimento circular, sempre haverá uma força que


puxa o objeto para o centro da curva. Essa força que puxa o objeto para o
centro é chamada de resultante centrípeta, que pode ser a força de atrito,
a força de tração, a força peso, a força magnética ou qualquer outra força,

77
UNIDADE II | DINÂMICA

ou resultante das forças, que seja radial e que aponte para o centro da
curva.

Num movimento circular e uniforme (MCU), a resultante ou força


centrípeta tem direção variável e o seu módulo, constante, é dado pela
equação:

m  v2
RC 
R

1. Perito SP 2013 Em um trecho curvilíneo de uma rodovia


horizontal, o motorista de determinado veículo, dirigindo em velocidade
excessiva, perdeu o controle da direção e, atravessando a pista, caiu na
vala que havia além do acostamento. Chovia muito naquele momento e
várias hipóteses foram levantadas para explicar o fato. Em relação a um
referencial inercial, assinale a alternativa que apresenta a hipótese correta.

(A) A repentina diminuição do atrito entre os pneus do carro e o


asfalto da pista fez com que ele prosseguisse linha reta ao invés de
completar a curva.

(B) A potência do motor do veículo foi insuficiente para corrigir a


trajetória original a ser descrita e resultou na derrapagem observada.

(C) A repentina diminuição do atrito entre os pneus do carro e o


asfalto da pista fez com que ele derrapasse para fora da pista descrevendo
uma trajetória curvilínea.

(D) A força centrífuga sobre o carro foi mais intensa que a força
centrípeta e empurrou o carro para fora da pista, seguindo uma trajetória
curvilínea.

(E) A energia cinética do veículo era maior do que a energia


potencial elástica da borracha dos pneus, daí a derrapagem.

78
UNIDADE II | DINÂMICA

2. Perito SP 2013 Ao percorrer uma curva horizontal, em forma de


quarto de circunferência, com velocidade escalar constante, um veículo
sofre, relativamente a um referencial inercial, uma força resultante
centrípeta de

(A) intensidade variável, mas de direção e sentido constantes.

(B) intensidade, direção e sentido constantes.

(C) intensidade constante, apenas.

(D) intensidade, direção e sentido variáveis.

(E) intensidade e direção constantes, mas de sentido variável.

3. A velocidade máxima de um carro, de massa m = 1000 kg, em


uma curva plana de 200 m de raio, sem derrapar, é 108 km/h. Sendo g =
10 m/s2, responda as questões.

a. Qual é a intensidade da força centrípeta sobre o carro ao fazer


a curva.

b. Qual é o coeficiente de atrito estático entre os pneus e a pista?

Gabarito:

1-A 2-C 3 - a) 4500N; b) 0,45

79
UNIDADE II | DINÂMICA

Sistemas de Blocos

1. Perito SC Três blocos são ligados, como mostra a figura, sobre


uma mesa horizontal e puxados para a direita com uma força T = 6,5 N. Se

m1 = 1,2 kg, m2 = 2,4 kg e m3 = 3,0 kg, calcule a aceleração do sistema


considerando que depois de iniciado o movimento a força de atrito
resultante dos três blocos na mesa é de FaR = 3,2 N.

a) 2,0 m/s2. b) 2,34 m/s2. c) 0,98 m/s2. d)


0,5 m/s2.

2. Perito PE Dois blocos estão ligados entre si através de um fio


muito fino que passa por uma roldana ideal, como mostra a figura abaixo.
O bloco de massa m1 desce com aceleração a = 2,5 m/s2, puxando o bloco

de massa m2. Sabendo que não há atrito entre o plano inclinado e o bloco,
determine o valor da razão m1/m2.

A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5

3. UNIFOR Em um belo dia de sol, Amaral, um professor de Física,


ao sair de casa em direção à Universidade de Fortaleza, presenciou um

80
UNIDADE II | DINÂMICA

acidente de trânsito. Nesse acidente, um carro atropela um pedestre,


apesar da tentativa de frenagem do condutor. Algum tempo depois, Amaral
foi convocado como testemunha para o julgamento do condutor. O
advogado do réu alegou que o mesmo obedecia ao limite de velocidade de
60km/h, mas que essa velocidade não permitia que ele reagisse a tempo
de evitar o acidente. Amaral constatou que as marcas de derrapagem,
produzidas durante o tempo em que os freios foram acionados, tinham
aproximadamente 48,0m de comprimento. Considerando-se que o
coeficiente de atrito cinético entre o asfalto e os pneus vale 0,60 e que as
marcas deixaram um rastro de 48,0m de comprimento, o que Amaral
poderá afirmar após uma análise física da situação? Adote g = 10 m/s2 e
admita que o acidente ocorreu em um piso horizontal e despreze o efeito
do ar.

a) O réu estava trafegando a uma velocidade escalar de 70,0 km/h,


o que é acima da velocidade máxima permitida.

b) O réu estava trafegando a uma velocidade escalar de 40,0km/h,


o que está dentro do limite da velocidade máxima permitida.

c) O réu estava trafegando a uma velocidade escalar de 86,4km/h,


o que é acima da velocidade máxima permitida.

d) O réu estava trafegando a uma velocidade escalar de


50,82km/h, o que está dentro do limite da velocidade máxima permitida.

e) O réu estava trafegando a uma velocidade escalar de


90,82km/h, o que é acima da velocidade máxima permitida.

4. UEA AM Um automóvel de 800 kg de massa desenvolve uma


aceleração de 2,0 m/s² quando submetido a um conjunto de forças de
resultante F. A esse automóvel atrelamos um reboque de massa 200 kg.
Nesse caso, se mantido o conjunto de forças anterior- mente citado, qual a
nova aceleração do automóvel?

a. 2,0 m/s² b. 1,6 m/s² c. 1,2 m/s² d. 0,8 m/s² e. 0,5 m/s²

81
UNIDADE II | DINÂMICA

Gabarito:
1-D 2-E 3-C 4-B

Equilíbrio de Corpo Extenso


Estudamos, anteriormente, que para um ponto material estar em equilíbrio, basta que
a força resultante sobre o corpo seja nula.

O que muda quando o corpo for extenso? Quando o corpo for extenso, temos que
garantir que ele não entre em rotação.

Como exemplo, vamos estudar as condições de equilíbrio numa gangorra. Se as


massas das duas pessoas forem iguais e se elas estiverem sentadas a igual distância do
centro da gangorra, a gangorra permanece em equilíbrio na horizontal: a força resultante é
nula e a gangorra não gira.

Figura 49 - Equilíbrio estático de uma gangorra.

E se as mesmas pessoas sentarem a distâncias diferentes do centro? Ou se as


pessoas possuírem massas diferentes e estiverem sentadas a mesma distância do centro?
Podemos demonstrar que a força resultante será nula, mas as gangorras não estarão em
equilíbrio na horizontal, pois elas entrarão em rotação.

82
UNIDADE II | DINÂMICA

Figura 50 - Duas situações em que as gangorras não permanecerão em equilíbrio na horizontal, pois
entrarão em rotação.

Para se manter o equilíbrio de um corpo extenso, temos que garantir que a força
resultante seja zero, equilíbrio de translação, e que ele não entre em rotação.

Torque ou Momento de Força (MF)


Torque ou momento de uma força é a capacidade que a força possui de produzir
rotação. Imaginemos uma barra que pode girar em torno do ponto O. Esse ponto O é chamado
de polo. Para girar essa barra, aplicamos uma força F, em duas situações, A e B, figura abaixo.

Figura 51 - Força F girando a barra em torno do ponto O.

A partir de nossa vivência, sabemos que será mais fácil girar a barra na situação A.
Nessa situação, a força F está aplicada a uma distância d1 do polo, que é maior que a distância
d2.

Podemos concluir que, quanto maior a distância até o polo, maior será a capacidade
da força em produzir rotação, portanto maior será o torque ou o momento da força.

83
UNIDADE II | DINÂMICA

E se aumentarmos a intensidade da força F? Facilmente concluímos que se a força


for mais intensa, mais facilmente a barra entrará em rotação.

Podemos concluir que, quanto maior a intensidade da força, maior será a capacidade
da força em produzir rotação, portanto maior será o torque ou o momento da força.

Figura 52 - Uma força F, de intensidade maior, fazendo a barra girar em torno do ponto O.

Nos dois casos anteriores, a força aplicada era perpendicular à barra. E se a força for
inclinada?

Para entender esse caso, vamos supor três situações diferentes, A, B e C, onde o
ponto de aplicação é mesmo e a força aplicada tem a mesma intensidade F.

Figura 53 - Forças de mesma intensidade, aplicadas a igual distância do polo O.

Analisando as três situações: na C a força F não produz rotação, pois possui torque ou
momento nulo; e comparando a situação A com B, o torque ou momento será maior na
situação A.

Portanto, o torque ou momento de uma força depende de três fatores: da distância d,


da intensidade da força e da inclinação da força. Juntando essas três dependências,
chegamos a uma equação para calcular o torque ou momento de uma força:

M F   F  d  sen
84
UNIDADE II | DINÂMICA

Nessa equação: F é a intensidade da força aplicada, d é a distância do ponto de


aplicação da força até o polo O e  é o ângulo entre a força e a barra. É comum chamar a
distância d de braço da força.

Se a rotação for no sentido horário, o torque ou momento será positivo; se a rotação


for no sentido anti-horário, o torque será negativo.

Observe a figura seguir, em que está definido como medir o ângulo .

Figura 54 - Torque ou momento de uma força.

No sistema internacional (SI), força é medida em newton (N) e distância é medida em


metro (m), portanto, a unidade de torque ou momento é N . m.

Condições de Equilíbrio de Corpo Extenso


São duas as condições para que um corpo extenso permaneça em equilíbrio:

1ª) A primeira condição garante o equilíbrio de translação. A resultante das forças que
atuam no corpo deve ser nula:
    
FR  0  F1  F2  F3  ...  Fn  0

2ª) A segunda condição garante o equilíbrio de rotação. A soma dos momentos ou


torques das forças que atuam no corpo deve ser nula.

M R  0  M1  M 2  M 3  ...  M n  0

85
UNIDADE II | DINÂMICA

Figura 55 - Forças atuando sobre um corpo extenso.

1. Perito GO (adaptado) Uma ponte cujo comprimento é de 20 m


e cuja largura é de 5 m pesa 5 kN/m2 e está apoiada sobre dois pilares, A
e B, que suportam no máximo uma carga de 4,0 x 105 N cada um. Um
caminhão de 8 toneladas, carregando uma carga de 10 toneladas, deve
cruzar essa ponte, mas seu motorista recusa-se a fazê-lo, temendo um
acidente.

Calcule a máxima carga que cada pilar suporta e diga se há ou não


perigo.

2. Perito PE A figura abaixo mostra uma plataforma horizontal, de


comprimento L e massa igual a 30 kg, distribuída uniformemente, apoiada
sobre os pilares A e B. Quando uma pessoa, de massa igual a 60 kg, se
encontra a uma distância L/4 do pilar A, as forças sobre os pilares valem
respectivamente:

86
UNIDADE II | DINÂMICA

A) FA = 60 kgf e FB = 60 kgf

B) FA = 45 kgf e FB = 45 kgf

C) FA = 70 kgf e FB = 20 kgf

D) FA = 30 kgf e FB = 60 kgf

E) FA = 60 kgf e FB = 30 kgf

3. Perito ES A barra rígida a seguir tem comprimento L = 2,0 m e


sustenta os pesos P1 = 120 N e P2 = 80 N e tem seu peso desprezado.

A distância do fio que sustenta P1 até a extremidade de apoio do


triângulo, quando a barra está em equilíbrio, em metros, corresponde a:

a) 0,4

b) 0,6

c) 0,8

d) 1,2

e) 1,5

87
UNIDADE II | DINÂMICA

4. Unicamp-SP Uma barra horizontal de peso 500 N e


comprimento 6,0 m encontra-se apoiada em dois suportes, conforme a figu-
ra. Calcule o máximo comprimento x para que uma pessoa de massa 50 kg
possa ficar em pé sobre a barra, na extremidade da esquerda, sem correr
o risco de a barra girar. Adote g = 10 m/s2.

5. Mackenzie-SP

Uma cancela manual é constituída de uma barra homogênea AB


de comprimento L = 2,40 m e massa M = 10 kg e está articulada no ponto
0, onde o atrito é desprezível. A força F tem direção vertical e sentido
descendente, como mostra a figura anterior. Considerando a aceleração da
gravidade g = 10 m/s2, a intensidade da força mínima que se deve aplicar
em A para iniciar o movimento de subida da cancela é:

a. 150 N b. 175 N c. 200 N d. 125 N e. 100 N

Gabarito:

1 - 500kN; 430kN 2-E 3-C 4 - 1,5m 5-C

88
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

CAPÍTULO III
ENERGIA E TRABALHO
Energia é uma palavra amplamente usada cotidianamente por todos nós,
independentemente da classe social, do nível de educação ou de seu status na sociedade,
pois energia faz parte de nossa vida diária, mesmo sua definição não sendo completamente
entendida.

Sabemos que energia não se cria, não se perde, energia se transforma. Isso implica
que a energia total do universo hoje é a mesma quantidade de energia que existia em seu
início.

Energia é uma grandeza escalar, cuja unidade no sistema internacional é o joule (J).

Figura 56 - Principais unidades de energia.

Trabalho de uma força (WF)


Trabalho é uma grandeza escalar que mede a quantidade de energia transformada
por um sistema qualquer. A sua unidade é a mesma que a de energia, no SI, joule (J). O
trabalho (W) está sempre associado a uma força e a um deslocamento. Quem realiza trabalho
é a força.

a) Trabalho de força constante

Escrevemos o trabalho de uma força constante como:


89
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

WF  F  d  cos

Figura 57 - Força realizando trabalho sobre um objeto.

onde  é o ângulo formado pelos vetores força e deslocamento.

b) Trabalho de uma força variável

O trabalho de uma força variável é calculado a partir do gráfico F x d e é dado pela


área (A) do gráfico.

W  área  A
N

Figura 58 - A área A do gráfico é numericamente igual ao trabalho realizado pela força.

1. Perito – MT Um corpo cuja massa é de 1,0 kg é deslocado do


ponto A até o ponto B da figura a seguir por uma força constante e paralela

90
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

ao plano inclinado. Considerando que o módulo dessa força é igual a 25 N,


pode-se afirmar que o trabalho realizado por ela entre os pontos A e B é de:

A) 0,25 kJ

B) 0,30 kJ

C) 0,65 kJ

D) 0,22 kJ

E) 0,00 kJ

2. O gráfico seguinte mostra como varia a intensidade de uma


força resultante de direção constante que atua em um corpo, inicialmente
em repouso.

Calcule o trabalho realizado pela força F entre 0 e 8 m.

Gabarito:

1-A 2 - 13J

91
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

Trabalho da Força Peso

Figura 59 - Trabalho da força peso no deslocamento da massa m.

WP   m  g  h

O trabalho da força peso é positivo na descida e negativo na subida.

Trabalho da Força Elástica

Figura 60 - Força elástica realizando trabalho no deslocamento de um corpo.

k  x2
WFel  
2

O trabalho da força elástica é positivo na fase de restituição, ou seja, quando a mola


retorna a sua posição de equilíbrio, e será negativo na deformação da mola, ou seja, quando
a mola é comprimida ou esticada.

92
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

Potência (P)
A grandeza escalar potência relaciona o trabalho executado ou a variação de energia
com o tempo gasto para a sua realização. É uma forma de comparar máquinas.

W
P
t

Ou

E
P
t
𝐽
A unidade de potência no SI é watt (W), onde 1𝑊 = 1 𝑠.

Existem outras unidades de potência, usadas principalmente para veículos e motores.


No caso dos veículos, a potência dos motores é dada em cv (cavalo-vapor) ou hp (horse
power), onde: 1cv = 735 W e 1 hp = 746 W.

A energia elétrica consumida, por residências e indústrias, é medida pelas


companhias de eletricidade utilizando unidades diferentes: potência em kW, a energia em kWh
e o tempo em h. Um kWh corresponde à energia consumida por um aparelho de potência
1.000 W ligado durante 1 hora.

1. Fuvest-SP (adaptado) Um elevador de 2 000 kg sobe uma


altura de 60 m em meio minuto. Adote g = 10 m/s2.

a. Qual o trabalho da força peso do elevador?

b. Qual a potência média desenvolvida pelos cabos do elevador?

93
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

2. Uma força variável tem a sua projeção na direção do


deslocamento variando com ele, de acordo com o gráfico a seguir, num

intervalo de tempo de 5,0 s.

Calcule a potência média desenvolvida nesse intervalo de tempo.

Gabarito:

1 - a) 1200000J; b) 40000W 2 - 60W

Energia Cinética (Ec)


É a energia associada ao movimento de um objeto.

Figura 61 - Corpo de massa m com velocidade v.

m  v2
Ec 
2

94
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

Teorema da Energia Cinética


O teorema da energia cinética diz que o trabalho resultante sobre um corpo é igual a
sua variação de energia cinética.

WR  Ec  Ec f  Eci

1. Fuvest-SP De acordo com o manual do proprietário, um carro


de massa 1 000 kg, numa pista horizontal, acelera de 0 a 108 km/h em 10
segundos. Despreze o efeito do ar. Qual é a potência média fornecida pelo
motor para produzir essa aceleração?

a. 15 kW b. 30 kW c. 45 kW d. 60 kW e. 90 kW

Gabarito:

1-C

Energia Potencial Gravitacional (Epg)

Figura 62 - Objeto de massa m, numa altura h, numa região de campo gravitacional g.

95
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

Epg  m  g  h

A energia potencial gravitacional depende de um referencial adotado para o cálculo da


altura h.

Energia Potencial Elástica (Epel)

Figura 63 - Mola deformada.

k  x2
Epel 
2

Energia Mecânica (Em)


A energia mecânica de um objeto é a soma da energia cinética (Ec) com a energia
potencial (Ep) desse corpo.

Em  Ec  Ep

m  v2 k  x2
Em   m g h 
2 2

96
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

Conservação da Energia Mecânica

Em sistemas conservativos:

Eminicial  Em final

1. Pertito – MT De acordo com o desenho a seguir, abandona-se,


de uma posição A, um bloco de massa igual a 0,50 kg, o qual atinge uma
mola, comprimindo-a em 14 cm.

Calcule a constante elástica da mola. Dado: g = 10 m/s2.

2. Perito – PE Uma mola, de constante elástica k = 300 N/m, lança


um bloco de massa m = 0,5 kg ao longo da superfície mostrada na figura
abaixo. Considerando que a deformação da mola foi igual a 0,1 m,
determine a velocidade do bloco ao atingir uma altura h = 0,1 m (ponto A).
Despreze o atrito sobre o bloco.

A) 1 m/s B) 2 m/s C) 3 m/s D) 4 m/s E) 5 m/s

97
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

3. Perito – PE Um projétil, de massa igual a 300 g, é lançado


verticalmente para cima com velocidade inicial V0 = 50 m/s. Se a altura
máxima atingida pelo projétil é h = 100 m, determine a energia dissipada
pelo projétil, durante a subida, devido ao atrito com o ar.

A) 55 J B) 60 J C) 65 J D) 70 J
E) 75 J

4. Perito – SC A figura abaixo, mostra três caixotes com massas


m1 = 50 kg, m2 = 40 kg e m3 = 20 kg apoiados sobre uma superfície
horizontal. Desconsiderando o atrito entre superfícies e o atrito do ar e

considerando que o mesmo se desloca com uma velocidade constante igual


1 m/s calcule a energia cinética (Ec) associada ao sistema e também a força
resultante aplicada ao mesmo.

a) Ec = 25 J e FR = 0 N.

b) Ec = 25 J e FR = 2 N.

c) Ec = 55 J e FR = 0 N.

d) Ec = 55 J e FR = 1 N.

5. Perito – SC Um corpo de 10 kg é solto em queda livre, a partir


do repouso, de uma altura de 100 m em relação ao solo. Calcule o tempo
que este corpo demora para atingir o solo e a EC do mesmo no instante em
que atinge o solo. Considere a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2.

a) T = 5,48 s e Ec = 5000 J.

98
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

b) T = 1,13 s e Ec = 12000 J.

c) T = 10,65 s e Ec = 5500 J.

d) T = 4,47 s e Ec = 10000 J.

6. Perito – PI Um projétil com massa igual a 0,005 kg deslocando-


se com velocidade horizontal de 600 m/s atinge uma parede vertical. O
projétil para 20 cm dentro da parede sólida. Os valores da mudança em sua
energia mecânica e a magnitude da força média dissipativa exercida pela
parede para parar o projétil são, respectivamente:

A) 500 Joules, 2500 Newton

B) 1200 Joules, 2500 Newton

C) 1800 Joules, 4500 Newton

D) 900 Joules, 6500 Newton

E) 900 Joules, 4500 Newton

7. Perito - PI Duas molas A e B possuem constantes elásticas


diferentes e KA é maior que KB. Considere duas situações distintas.

1) Essas molas são esticadas por uma mesma força F.

2) Essas molas são deformadas de uma mesma distância X.

A relação entre o trabalho realizado na mola A e na mola B nessas


situações é:

A) WA = WB na situação 1

B) WA > WB na situação 2

C) WA > WB na situação 1

D) WA = WB na situação 2

8. Perito – SC Um corpo é atirado verticalmente para cima, com


velocidade de 40 m/s. Considerando-se a aceleração da gravidade g = 10

99
UNIDADE II | ENERGIA E TRABALHO

m/s2, a altura máxima que o corpo atinge, a partir do ponto de lançamento,


é:

a) 40 metros

b) 80 metros

c) 60 metros

d) 160 metros

Gabarito:

1 - 765N/m 2-B 3-E 4-C

5-D 6-E 7-C 8-B

100
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

CAPÍTULO IV
HIDROSTÁTICA
Densidade (d)

Relaciona a massa de um corpo qualquer com seu volume.

m
d
V

Unidades:

kg kg g g
3
; ; 3;
m l cm ml .

Massa específica ()

É a densidade de uma substância pura:

m

V

Unidades:

kg kg g g
3
; ; 3;
m l cm ml

Massa específica da água:

101
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

kg kg g g
 água  10 3 3
1 1 3 1
m l cm ml .

Na tabela a seguir, temos a massa específica de algumas substâncias:

Tabela 2 - Massa específica de algumas substâncias.

Substância Massa específica (g/cm3)

Água 1,00

Gelo 0,92

Álcool 0,89

Mercúrio 13,6

Prata 10,5

Ouro 19,3

1. Colocam-se em um recipiente massas iguais de dois líquidos


miscíveis, A e B, de densidades 0,60 g/cm3 e 0,40 g/cm3, respectivamente.
A densidade da mistura é, em g/cm3.

a. 0,40 b. 0,48 c. 0,50 d. 0,52 e.


0,60

2. Enem Os densímetros instalados nas bombas de combustível


permitem averiguar se a quantdade de água presente no álcool hidratado
está dentro das especificações determinadas pela Agência Nacional do
Petróleo (ANP). O volume máximo permitido de água no álcool é de 4,9%.
A densidade da água e do álcool anidro são de 1,00 g/cm3 e 0,80 g/cm3,

102
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

respectivamente. Disponível em: <http://nxt.anp.gov.br>. Acesso em: 5 dez.


2011. Adaptado.

A leitura no densímetro que corresponderia à fração máxima


permitida de água é mais próxima de:

a. 0,20 g/cm3

b. 0,81 g/cm3

c. 0,90 g/cm3

d. 0,99 g/cm3

e. 1,80 g/cm3

Gabarito:

1-B 2-B

Pressão (p)
Uma força aplicada sobre uma superfície exerce uma pressão. A intensidade da
pressão é dada pela razão entre a componente normal da força e a área.

Figura 64 - Força normal F, exercendo uma pressão sobre uma placa de área A.

103
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

F
p
A

𝑁
Unidade (S): .
𝑚2

A unidade N/m2 é chamada de pascal. Alêm dessas duas unidades, também usamos
o mm/Hg e atm (atmosfera).

A pressão a nível do mar é de 1 atm = 760 mmHg. No SI:

1atm  10 5 Pa

1. PUC-SP Em um laboratório de física, há uma cadeira com


assento formado por pregos com as pontas para cima. Alguns receiam
sentar-se nela, temendo machucar-se. Em relação à situação descrita, é
correto concluir que, quanto maior é o número de pregos,_________ na
pessoa que senta na cadeira.

a. menor será a força total que o conjunto de pregos exerce

b. maior será a força total que o conjunto de pregos exerce

c. maior será a pressão exercida

d. maiores serão a área e a pressão exercidas

e. maior será a área e menor será a pressão exercida

2. UEL-PR Considere que uma prensa aplica sobre uma chapa


metálica uma força de 1,0 · 106 N, com o intuito de gravar e cortar 100
moedas. Supondo que cada moeda possua raio igual a 1 cm, assinale a
alternativa que apresenta, corretamente, a pressão total da prensa sobre a
área de aplicação na chapa.

a. 104/π Pa

104
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

b. 106/π Pa

c. 108/π Pa

d. 1010/π Pa

Gabarito:

1-E 2-C

Lei de Stevin
A pressão que um líquido homogêneo, de massa específica , exerce num ponto de
profundidade h do interior de um líquido homogêneo em equilíbrio é dado pela lei de Stevin:

p    g h

A pressão total, no ponto 1, é dada pela expressão:

p1  patm    g  h

Figura 65 - O ponto 1, situado numa profundidade h.

105
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

Dados dois pontos, 1 e 2, no mesmo nível e no mesmo líquido, devido à lei de Stevin,
a pressão nesses pontos será igual.

p2  p1

Figura 66 - Dois pontos no mesmo nível, no interior do mesmo líquido, ficam sujeitos a pressões iguais.

1. Uma piscina retangular de 20 m de comprimento por 8,0 m de


largura possui 3,0 m de profundidade e está cheia de água. Considerando
g = 10 m/s2 e patm = 105 N/m2. Calcule a pressão total no fundo da piscina.

2. UFRJ

No terceiro quadrinho, a irritação da mulher foi descrita,


simbolicamente, por uma pressão de 1.000 atm. Suponha a densidade da
água igual a 1.000 kg/m³, 1 atm = 105 N/m² e a aceleração da gravidade g

106
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

= 10 m/s². Calcule a que profundidade, na água, o mergulhador sofreria


essa pressão de 1 000 atm.

a. 99 m

b. 990 m

c. 9 990 m

d. 9,9 m

Gabarito:

1 - 1,3.105 pa 2-B

Experiência de Torricelli
A experiência de Torricelli calculou a pressão exercida pela atmosfera da Terra.
Realizada por Evangelista Torricelli, ela consistia de um longo tubo completamente cheio de
mercúrio e um recipiente também com mercúrio.

Figura 67 - Tubo e recipientes com mercúrio, preparados para a experiência de Torricelli.

107
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

O tubo, inicialmente tampado, é mergulhado no recipiente com sua boca no interior


do mercúrio. Ao destampar-se o tubo, a coluna de mercúrio no tubo desce até certa altura h,
conforme mostra a figura seguir.

Figura 68 - Experiência de Torricelli.

Quando esse experimento é realizado ao nível do mar, a altura h vale 76 cm e como


a pressão no ponto 1 é igual à pressão no ponto 2, a pressão atmosférica equivale à pressão
exercida pela coluna de 76 cm de mercúrio.

patm  p1  76cmHg  760mmHg

1. UFRGS-RS O fato de um centímetro cúbico de mercúrio pesar


aproximadamente 14 vezes mais do que um centímetro cúbico de água
permite concluir que a pressão atmosférica é capaz de sustentar uma
coluna de água cuja altura mais aproximada é igual a: Dado: 1 atm = 760
mmHg

a. 0,7 m b. 1 m c. 7 m d. 10 m e. 100 m

108
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

Gabarito:

1-D

Vasos Comunicantes
Vasos comunicantes são dois ou mais vasos ligados e são usados para se determinar
a densidade de um líquido, usando o fato de que dois pontos, no mesmo líquido e no mesmo
nível, estão sob a mesma pressão.

1. FPS-PE Em um experimento de Física, um estudante utilizou


um óleo vegetal com densidade desconhecida, o qual foi coloca- do em um
tubo em U, juntamente com uma coluna de água pura, cuja densidade vale
1 g/cm3. As colunas de óleo e água atingem o equilíbrio e permanecem em
repouso, ocupando a configuração indicada na figura abaixo. Determine a
densidade do óleo utilizado neste experimento.

a. 0,9 g/cm3

b. 0,7 g/cm3

c. 1,5 g/cm3

d. 0,2 g/cm3

e. 1,2 g/cm3

109
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

Gabarito:

1-B

Pascal
O princípio de Pascal diz que acréscimo de pressão produzido sobre um líquido em
equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido.

Na figura acima:

p1  p2

Uma prensa hidráulica é formada por um vaso comunicante, no qual os recipientes


possuem áreas de secção diferentes, como na figura acima. Sendo p = F/A, a igualdade acima
se torna:

F1 F2

A1 A2

Nessa igualdade, se a área A2 for maior que a área A1, a força F2 fica maior que a
força F1. Isso é usado nas máquinas hidráulicas, como os freios e direções hidráulicas, nas
prensas e elevadores hidráulicos.

110
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

1. Enem Para oferecer acessibilidade aos portadores de


dificuldades de locomoção, é utilizado, em ônibus e automóveis, o elevador
hidráulico. Nesse dispositivo é usada uma bomba elétrica, para forçar um
fluido a passar de uma tubulação estreita para outra mais larga, e dessa
forma acionar um pistão que movimenta a plataforma. Considere um
elevador hidráulico cuja área da cabeça do pistão seja cinco vezes maior
do que a área da tubulação que sai da bomba. Desprezando o atrito e
considerando uma ace-leração gravitacional de 10 m/s2, deseja-se elevar
uma pessoa de 65 kg em uma cadeira de rodas de 15 kg sobre a plataforma
de 20 kg. Qual deve ser a força exercida pelo motor da bomba sobre o fluido
para que o cadeirante seja elevado com velocidade constante?

a. 20 N

b. 100 N

c. 200 N

d. 1 000 N

e. 5 000 N

2. ITA-SP Com uma prensa hidráulica, ergue-se um automóvel de


massa 1,0 t, num local onde a aceleração da gravidade é de 10 m/s2. Qual
a intensidade da força necessária para manter o automóvel erguido se o
êmbolo maior tem área de 2,0 · 103 cm2, e o menor, 10 cm2?

111
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

Gabarito:

1-C 2 - 50N

Força de Empuxo (E)

É a força, vertical para cima, que um objeto sofre de um fluido,


gasoso ou líquido, quando colocado em seu interior.

Demonstra-se que a força de empuxo é dada pela expressão:

E  d liq  Vsub  g

No equilíbrio:

E  Pcorpo

112
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

01. Perito SP (2013) Um barco, com massa de 500 kg e volume


externo de 30 m3, encontra-se ancorado em um porto e apresenta 5% do
seu volume externo imerso na água (d = 1.000 kg/m3). A carga contida no
barco, em toneladas, é:

a. 0,5 b. 0,8 c. 1,0 d. 1,2 e. 1,5

02. Perito SP (2014) Um cilindro de ferro, de altura considerável,


é mantido suspenso por um fio na posição vertical, totalmente submerso
em um tanque cheio de água, como mostra a figura:

Nessas condições, é correto afirmar que

(A) o empuxo atuante sobre o cilindro como um todo depende de


sua massa específica.

(B) a pressão da água sobre o cilindro como um todo é a mesma


em qualquer ponto dele.

(C) o empuxo atuante sobre a base inferior do cilindro é maior do


que sobre sua base superior.

(D) a pressão da água sobre o cilindro como um todo depende da


massa específica dele.

(E) a pressão da água sobre a base inferior do cilindro é maior do

que sobre sua base superior.

113
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

03. Na operação de resgate de uma peça metálica, maciça e


cilíndrica de geratriz h, do fundo do mar, um guincho iça a peça retirando-a
lentamente e com velocidade constante, até que ela fique toda fora da água.
A distância vertical entre a roldana do guindaste e a superfície livre da água
é H > h, e a viscosidade da água é desprezível, assim como a resistência
do ar. O instante em que a face superior do cilindro é retirada da água é t 1
e o instante em que a face inferior é retirada é t2.

O gráfico que melhor relaciona a intensidade da força de tração (F)


no cabo do guindaste com o tempo (t) de duração da operação é:

114
UNIDADE II | HIDROSTÁTICA

Gabarito:

1-C 2-E 3-E

115
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

CAPÍTULO V
DINÂMICA IMPULSIVA
Neste capítulo, estudaremos duas grandezas físicas vetoriais, a quantidade de
movimento de um corpo e o impulso que uma força aplica a um corpo, bem como ao teorema
do impulso, que estabelece a relação entre essas duas grandezas. Trataremos, também, da
lei da conservação da quantidade de movimento, aplicada nas colisões e nas explosões.

Quantidade de Movimento (Q)


Quantidade de movimento é uma grandeza física vetorial que relaciona duas
grandezas físicas fundamentais num movimento qualquer, a velocidade e a massa de um
corpo.

Imagine dois objetos com mesma velocidade, mas com massas diferentes. Por
exemplo, um pequeno automóvel e um ônibus, ambos a 70 km/h. É fácil perceber que, devido
a sua massa ser maior, o ônibus terá uma quantidade de movimento maior. Então, quanto
maior a massa m de um corpo, maior será a sua quantidade de movimento.

Figura 69 - Quantidade de movimento com diferentes massas.

Por outro lado, imagine dois objetos com mesma massa m, mas com velocidades
diferentes. Podemos afirmar que aquele móvel que possuir maior velocidade terá maior
quantidade de movimento.

Figura 70 - Quantidade de movimento com massas iguais.

116
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

Podemos concluir que quantidade de movimento é uma grandeza vetorial definida


pelo produto da massa pela velocidade. Assim:
 
Q  mv

Unidade (SI): kg . m/s.

Como massa é uma grandeza escalar sempre positiva e velocidade é uma grandeza
vetorial, podemos afirmar que os vetores quantidade de movimento e velocidade possuem
direções e sentidos iguais.

Figura 71 - Os vetores velocidade e quantidade de movimento possuem sentidos iguais.

Impulso (I)
Para aplicarmos um impulso sobre um corpo, uma força tem que atuar sobre o corpo.
Quanto maior a intensidade dessa força, maior será o impulso dessa força sobre o corpo.

Figura 72 - Força de impulso.

Esse impulso também depende do tempo em que a força age sobre o corpo. Quanto
maior o tempo de ação dessa força sobre o corpo, maior será o impulso.

117
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

a) Impulso de uma força constante

Para uma força de intensidade constante, o impulso é dado pelo produto da força pelo
intervalo de tempo. Assim:
 
I  F  t

Figura 73 - Impulso de força constante.

Como tempo é uma grandeza escalar positiva, o impulso da força será uma grandeza
vetorial, com direção e sentido iguais ao do vetor força.

Unidade (SI): N . s

b) Impulso de uma força variável

Quando o módulo da força variar ao longo do tempo, o seu impulso pode ser calculado
pela área do gráfico F x t, conforme figura a seguir.

Figura 74 - Impulso de força variável.

118
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

1. UERJ Observe o gráfico a seguir, que indica a intensidade da

força exercida por uma máquina em função do tempo.

Admitindo-se que não há perdas no sistema, estime, em N.s, o


módulo do impulso fornecido pela máquina no intervalo entre 5,0 e 105
segundos.

Gabarito:

1 - 10.000Ns

Teorema do Impulso
O impulso resultante sobre um corpo é igual ao produto da força resultante pelo
intervalo de tempo. Assim:
 
I R  FR  t

Demonstra-se que o impulso resultante sobre um corpo é igual à variação da


quantidade de movimento.

       
I R  Q  I R  Q final  Qinicial  FR  t  Q final  Qinicial

119
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

Essa igualdade é conhecida como teorema do impulso.

1. PUC-RS A partir de 1o de janeiro de 2014, todo veículo novo


abaixo de 3 500 kg, fabricado no Brasil ou importado, deve vir equipado
com air bag na parte frontal. O air bag é uma bolsa que, instalada no
volante, no painel ou em outras partes do carro, infla no momento de uma
colisão, ajudando a proteger motorista e passageiros. Se o automóvel
estiver sem air bag, a cabeça dos ocupantes dos bancos da frente pode
colidir com o para-brisa. Comparando o efeito da colisão da cabeça de uma
pessoa com o air bag inflado e, caso não haja air bag, com o efeito da
colisão direta no para-brisa do automóvel, constata-se que o para-brisa
detém o movimento da cabeça num intervalo de tempo menor. Portanto, o
air bag inflado reduz _____________ da pessoa.

a. a variação de velocidade da cabeça

b. a variação de momento linear da cabeça

c. a variação na energia cinética da cabeça

d. o impulso sobre a cabeça

e. a força sobre a cabeça.

2. UCS-RS Um desatento motorista de 65 kg bateu seu carro no


carro da frente, que havia parado devido ao sinal vermelho do semáforo.
Na desaceleração, durante a batida, que durou 1 segundo, o cinto de
segurança aplicou uma força de 390 N no motorista, quando então seu
carro parou completamente. Qual a velocidade do carro em que o motorista
trafegava ao bater? Para fins de simplificação, ignore o papel do atrito do
motorista com o banco do carro durante a batida e considere que, em
nenhum momento, o motorista pisou no freio.

a. 21,6 km/h

b. 23,5 km/h

c. 27,0 km/h

120
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

d. 35,5 km/h

e. 39,0 km/h

3. UPE Em uma colisão frontal, um passageiro sem cinto de


segurança é arremessado para frente. Esse movimento coloca em risco a
vida dos ocupantes do veículo. Vamos supor que um carro popular com
lotação máxima sofra uma colisão na qual as velocidades escalar inicial e
final do veículo sejam iguais a 72 km/h e zero respectivamente. Se o
passageiro do banco de trás do veículo tem massa igual a 80 kg e é
arremessado contra o banco da frente, em uma colisão de 400 ms de
duração, a intensidade da força média sentida por esse passageiro é igual
ao peso de um corpo de massa

a) 360 kg na superfície terrestre.

b) 400 kg na superfície terrestre.

c) 1440 kg na superfície terrestre.

d) 2540 kg na superfície terrestre.

e) 2720 kg na superfície terrestre.

Gabarito:

1-E 2-A 3-B

Sistema Isolado
Um sistema, formado por um ou mais corpos, é isolado quando uma das condições
abaixo for verdadeira:

- não existem forças externas atuando no sistema.


121
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

- existem forças externas, mas sua resultante é nula.

- existem forças externas, mas elas são desprezíveis.

Conservação da Quantidade de Movimento


Em um sistema isolado, a quantidade de movimento do sistema é constante, ela se
conserva. Podemos demonstrar essa conservação a partir do teorema do impulso,
considerando que num sistema isolado a força resultante é nula. Assim:

      
FR  t  Q final  Qinicial  0  t  Q final  Qinicial  Q final  Qinicial  0

Ou seja:
 
Q final  Qinicial

1. Vunesp Um rifle de 3 kg de massa dispara uma bala de massa


igual a 10 gramas, com uma velocidade inicial de 600 m/s. A velocidade de
recuo do rifle será, em módulo, igual a:

a. 2 m/s b. 6 m/s c. 10 m/s d. 18 m/s e. 20 m/s

Gabarito:

1-A

122
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

Choques e Colisões

Uma colisão ou um choque entre dois corpos é considerado um


sistema isolado de forças externas. Numa colisão ou num choque, as forças
internas são muito intensas e atuam durante um intervalo de tempo muito
pequeno.

Como o sistema é isolado de forças externas, a quantidade de


movimento se conserva, ou seja, a quantidade de movimento depois da
colisão é igual à quantidade de movimento antes da colisão:
 
Qdepois  Qantes

Para simplificar, vamos considerar uma colisão frontal


unidimensional. Na figura a seguir, temos a colisão entre dois objetos que
se movimentam na mesma direção: o corpo A, de massa m A e velocidade
vA, colide unidimensionalmente e frontalmente com o corpo B, de massa mB
e velocidade vB < vA.

Figura 75 - Choque frontal unidimensional entre dois objetos.

Aplicando a conservação da quantidade de movimento, temos:


 
Qantes  Qdepois  mA  v A  mB  vB  mA  v ,A  mB  vB,

Coeficiente de Restituição (e)

Uma colisão é dividida em três fases: a primeira é a aproximação,


que ocorre antes do choque; a segunda é a colisão, constituída por

123
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

deformações e restituições; a terceira é o afastamento, que ocorre após o


choque.

O coeficiente de restituição (e), elaborado por Newton em 1687,


está relacionado com o quanto da energia cinética permanece após a
colisão versus o quanto se perde como calor ou trabalho deformado os
objetos. Ele é a razão entre a velocidade relativa de afastamento, vaf, e a
velocidade relativa de aproximação, vap, assim:

vafastamento
e
vaproximação

Numa colisão, a velocidade relativa de afastamento é igual ou


menor que a velocidade relativa de aproximação, então o coeficiente de
restituição será um número menor ou igual a 1 e será zero quando após a
colisão os objetos não se separarem (vaf = 0).

Tipos de Choques

O tipo de choque ou colisão depende se a energia cinética do


sistema se conserva ou não. Se a energia cinética depois da colisão for
igual à energia cinética antes da colisão, o choque será elástico. Por outro
lado, se a energia cinética depois for diferente da energia cinética antes, o
choque será inelástico, e se, após a colisão, os abjetos se movimentarem
juntos ou permanecerem parados, teremos uma colisão perfeitamente
inelástico. Assim:

Tabela 3 - Tipos de choques.

124
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

1. VUNESP Ao trafegar por uma estrada retilínea, com velocidade


escalar constante de 20 m/s, um automóvel, cuja massa juntamente com a
dos passageiros é de 2,4 x 103 kg, penetra numa região com fumaça.
Inadvertidamente, o motorista aciona os freios e o automóvel para após
percorrer 100 m com aceleração escalar constante. Em seguida, outro
veículo que vinha atrás, de massa total de 1,6 x 103 kg, não conseguiu frear
e atingiu o automóvel que estava parado na pista. Após a colisão, ambos
os veículos passaram a se mover unidos. Se o módulo da velocidade do
segundo automóvel imediatamente antes do impacto era 10 m/s, calcule a
velocidade dos veículos, após a colisão.

2. UFGD-MS No estacionamento de um supermercado, o veículo


A, de massa 2.000 kg, colide de frente contra a lateral do veículo B, de

massa 1.500 kg, que estava em repouso, conforme ilustrado na imagem a


seguir.

Imediatamente após a colisão, os dois veículos permanecem em


movimento, presos um ao outro, e sua velocidade é estimada em 4 m/s.
Desconsiderando perdas por atrito, qual era, aproximadamente, a
velocidade do veículo A antes da colisão?

a. 7 km/h b. – 4 m/s c. 25 km/h d. 5 m/s e. 14 m/s

125
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

3. PUC-MG A bola A (mA = 0,1 kg), com velocidade escalar


constante de 6 m/s, colide frontalmente com a bola B (mB = 0,05 kg) que

está parada.

Após o impacto, A tem a velocidade escalar de 2 m/s; a velocidade


escalar de B é, em m/s:

a) 2 d) 8

b) 4 e) 10

c) 6

4. ESPM-SP Uma bola de borracha choca-se perpendicularmente


com uma parede vertical, com velocidade de módulo 8,0 m/s. O coeficiente
de restituição no choque da bola com a parede vale 0,40. Nessas
condições, imediatamente após o choque, a bola retorna com velocidade
de módulo, em m/s, igual a:

a) 7,6 d) 3,2

b) 6,0 e) 2,0

c) 4,8

126
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

5. Unicid-SP Considere dois carros elétricos como o da figura,


popularmente conhecido como carrinho bate-bate, de massa 50 kg cada
um, deslocando-se sobre uma pista horizontal, em sentidos contrários,
formando um sistema isolado. Um deles é dirigido por uma garota de 40 kg
de massa a 5 km/h, e o outro é dirigido por um rapaz de 70 kg de massa.

Após uma colisão, totalmente inelástica, eles param. A velocidade


aproximada do carro com o rapaz antes da colisão era, em km/h:

a. 4,2 b. 4,7 c. 3,0 d. 3,8 e.


2,5

6. AMAN-2016 Dois caminhões de massas m1 = 2,0 t e m2 = 4,0


t, com velocidades de módulos v1 = 30 m/s e v2 = 20 m/s, respectivamente,
e trajetórias perpendiculares entre si, colidem em um cruzamento no ponto
G e passam a se movimentar unidos até o ponto H, conforme a figura
abaixo.

127
UNIDADE II | DINÂMICA IMPULSIVA

Considerando-se o choque perfeitamente inelástico, o módulo da


velocidade dos veículos imediatamente após a colisão é:

a) 30 km/h b) 40 km/h c) 60 km/h d) 70 km/h e) 75 km/h

Gabarito:

1 - 4m/s 2-C 3-D 4-D 5-D 6-C

128
UNIDADE III
ÓPTICA
129
UNIDADE III | ÓPTICA GEOMÉTRICA

CAPÍTULO I
ÓPTICA GEOMÉTRICA
A óptica estuda os fenômenos luminosos. Luz é onda eletromagnética que sensibiliza
os nossos olhos, sendo responsável pelo sentido da visão. A luz branca é formada pelas
componentes: vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta.

Fonte de Luz
As fontes de luz podem ser de dois tipos.

a) fonte de luz primária

Uma fonte de luz primária é um objeto luminoso que emite luz própria. A principal
fonte de luz primária é o Sol.

b) fonte de luz secundária

Uma fonte de luz secundária é um objeto iluminado que não emite luz própria. A Lua
e os planetas são exemplos de fontes secundárias de luz.

Raio de Luz
Para representar a luz se propagando, usaremos um raio de luz, que são linhas
orientadas que fornecem o sentido e a direção da propagação da luz.

Um conjunto de raios de luz é chamado de feixe de luz. Um feixe de luz pode ser:

a) convergente

130
UNIDADE III | ÓPTICA GEOMÉTRICA

b) divergente

c) paralelo

Meios de propagação
Os meios físicos por onde a luz se propaga podem ser classificados de três maneiras:

a) transparente

Num meio transparente, a luz se propaga de forma regular, enxergamos nitidamente


através dele. Exemplos: ar, vidro e água.

b) translúcidos

Num meio translúcido, a luz se propaga de forma irregular, não enxergamos


nitidamente através dele. Exemplos: papel vegetal, vidro jateado e alguns tipos de box de
banheiro.

c) opacos

Num meio opaco a luz não se propaga, não enxergamos através dele. Exemplos:
madeira, tijolo e ferro.

131
UNIDADE III | ÓPTICA GEOMÉTRICA

Princípios da Óptica Geométrica


O estudo da óptica geométrica se baseia em três princípios:

a) princípio da propagação retilínea da luz

Nos meios homogêneos, isotrópicos e transparentes a luz se propaga em linha reta.

b) princípio da independência dos raios de luz

Após o cruzamento de dois ou mais raios de luz, eles continuam a ter as mesmas
características de antes do cruzamento.

c) princípio da reversibilidade dos raios luminosos

A trajetória de um raio de luz não se altera quando o invertemos.

Ângulos de Visão (α)


O ângulo de visão (α) de um objeto é definido pelos raios luminosos que saem dos
extremos de um objeto e penetram no olho do observador. O ângulo de visão determina o

132
UNIDADE III | ÓPTICA GEOMÉTRICA

tamanho aparente de um objeto. Quanto menor o ângulo de visão, menor o tamanho aparente
do objeto.

Figura 76 - Ângulo de visão.

Fenômenos Ópticos

Figura 77 - Fenômenos ópticos.

A óptica geométrica trata de três fenômenos: absorção, reflexão e refração. Quando a


luz incide numa superfície esses fenômenos ocorrem simultaneamente, com porcentagens
diferentes.

a) absorção

A absorção é uma transformação de energia. Quando absorvida, a luz pode se


transformar em calor, esquentando a superfície onde ocorreu a absorção.

133
UNIDADE III | ÓPTICA GEOMÉTRICA

b) reflexão

Na reflexão, a luz retorna para o meio de origem. A reflexão pode ser regular ou
difusa. A reflexão regular ocorre nas superfícies polidas e nos espelhos. Reflexão difusa ocorre
nas superfícies rugosas e é responsável pela visualização dos objetos.

Figura 78 - Reflexão da luz.

c) refração

A refração ocorre quando a luz passa de um meio de propagação para outro. Na


refração, ocorre mudança no valor da velocidade com que a luz se propaga.

1. UFV-MG Os vidros escurecidos com película refletem muita luz


e deixam passar uma pequena parcela através deles. Carol, com seu carro
de vidros fechados e escurecidos, dentro do limite permitido pela lei, com
45% de transparência, parou em um semáforo, quando Lucas, em sua
moto, em um dia claro, para ao seu lado e tenta observá-la. A maior parte
da luz que atinge os olhos do motociclista provém da luz:

a. interna, emitida pela jovem motorista.

b. externa, refletida pelos vidros do carro.

c. interna, transmitida de dentro do carro para fora.

d. externa, emitida pelos vidros do carro.

134
UNIDADE III | ÓPTICA GEOMÉTRICA

2. UEMA O Medical Center, edifício do bairro Renascença, em São


Luís, quando iluminado pelos raios solares, projeta uma sombra de 54 m
de comprimento. Simultaneamente, um poste de 2,5 m de altura, que está
ao lado do edifício, projeta uma sombra de 3,0 m de comprimento.
Determine a altura do edifício.

3. UFPR Um estudante munido de uma pequena câmara escura


projeta a imagem da Lua cheia no fundo dessa câmara. Na parte frontal, há
uma abertura, suficiente para a passagem da luz. O fundo encontra-se a
200 mm dessa abertura e é feito de papel vegetal, de modo que a imagem
da Lua projetada possa ser vista do lado de fora da câmara. Sabe-se que
o diâmetro real da Lua é igual a 3,5 · 106 m e que a sua distância até a
superfície da Terra é de 3,8 · 108 m.

a. Faça um esquema representando a situação descrita no


enunciado.

b. Calcule o diâmetro da Lua projetada no fundo da câmara.


Justifique o procedimento do cálculo com base no esquema feito no item
(a).

Gabarito:

1-B 2 - 45m 3 - 1,84mm

135
UNIDADE III | REFLEXÃO DA LUZ

CAPÍTULO II
REFLEXÃO DA LUZ
Vimos que, quando a luz incide numa superfície, como a superfície calma e tranquila
de uma piscina, ocorre, simultaneamente, três fenômenos luminosos: a reflexão, a refração e
a absorção.

A reflexão da luz, seja ela regular ou difusa, obedece a duas leis. A primeira lei da
reflexão diz que o raio incidente (RI), o raio refletido (RR) e a reta normal (N) estão no mesmo
plano. A segunda lei diz que o ângulo de incidência (i) é igual ao ângulo de reflexão (r):

Figura 79 - Leis da reflexão da luz.

ir

136
UNIDADE III | REFLEXÃO DA LUZ

1. Etec-SP Imagine que um raio de luz incida na superfície da


janela lateral de um edifício, formando um ângulo de 30°, conforme mostra
a figura deste exercício. Considerando o vidro da janela como uma
superfície plana e lisa, o valor do ângulo de reflexão é:

a. 15° b. 25° c. 30° d. 45° e. 60°

Gabarito:

1-E

Espelhos Planos
Um espelho plano é uma superfície plana refletora de luz, onde ocorre a reflexão
regular da luz. Um espelho plano é um sistema óptico que associa uma imagem a um objeto.

137
UNIDADE III | REFLEXÃO DA LUZ

a) objeto puntiforme

No espelho plano, objeto e imagem possuem naturezas opostas, para um objeto real
o espelho plano associa uma imagem virtual.

Figura 80 - Objeto puntiforme.

b) objeto extenso

O espelho plano associa uma imagem virtual, direita e do mesmo tamanho que o
objeto. Objeto e imagem são equidistantes do espelho. A imagem formada por um espelho
plano é enantiomorfa, ele troca esquerda por direita e vice-versa.

Figura 81 - Objeto extenso.

138
UNIDADE III | REFLEXÃO DA LUZ

Campo Visual
Campo visual é a região do espaço vista por um observador por reflexão num espelho.

Figura 82 - Campo visual.

1. FEI-SP No esquema a seguir, há um espelho plano E, um objeto


O, sua imagem O’ e cinco observadores: 1, 2, 3, 4 e 5. Qual alternativa
apresenta somente os observadores que enxergam o objeto refletido no
espelho?

a. 1, 2, 3, 4 e 5 b. 1, 2 e 5 c. 3, 4 e 5

d. 1 e 2 e. 4 e 5

2. Etec-SP (adaptado) Em ambulâncias e carros de bombeiros, a


comunicação visual é fundamental, já que os motoristas que trafegam à
frente deles precisam reconhecê-los rapidamente, observando-os pelo
espelho retrovisor plano de seu veículo. Quem observar diretamente um
veículo de bombeiros, como indicado na foto, perceberá que a identificação

139
UNIDADE III | REFLEXÃO DA LUZ

escrita assume um aspecto curioso. Se o IPBEJ desejar produzir o mesmo


efeito, como deverá escrever na parte frontal dos veículos da instituição?

Gabarito:

1-E
2-

140
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

CAPÍTULO III
REFRAÇÃO DA LUZ
Índice de Refração Absoluto (n)
Quando a luz sofre refração, passando de um meio para outro, ela muda a sua
velocidade de propagação. A velocidade de propagação da luz depende do meio em que a luz
se propaga. No vácuo a velocidade de propagação da luz é igual para qualquer frequência,
mas nos meios materiais ela também depende de sua frequência. Para caracterizar
ópticamente um meio material, calculamos o seu índice de refração absoluto (n) da seguinte
forma:

c
n
v
Onde: c, é a velocidade da luz no vácuo (3,0 . 108 m/s) e v é a velocidade da luz no
meio. Por exemplo: sabemos que no vidro crow a velocidade de propagação para a luz amarela
é 1,97 . 108 m/s, então o índice de refração do vidro crow para a luz amarela é:

3,0  108
n  nvidro  1,52
1,97  108
Observe que o índice de refração não possui unidade e é um número maior ou igual
a 1. O índice de refração será igual a 1 no vácuo e no ar, em qualquer outro meio será maior
que 1.

1. Perito-SP A lupa é um útil instrumento de investigação criminal.


Considere um raio luminoso monocromático que atravessa uma lupa de
espessura máxima e, imersa no ar, seguindo o eixo principal da lupa, como
mostra a figura:

141
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

O gráfico que melhor representa a velocidade (v) de propagação


desse raio, em função de seu deslocamento (d), é:

142
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

2. (VUNESP-2016-adaptado) – O diamante tem índice de refração


absoluto igual 2,5 para determinada frequência de luz incidente. Devido ao
fenômeno da refração, raios de luz que entram no diamante paralelos entre
si acabam saindo dele em direções diversas, causando o efeito de brilho. A
lapidação, isto é, a forma como a pedra é cortada, com muitas faces em
ângulos variados, ajuda a intensificar esse efeito. Mas, em um vidro comum,
com índice de refração absoluto igual a 1,5 para essa mesma frequência,
não há lapidação que consiga reproduzir o brilho de um diamante.

A figura representa um raio de luz monocromática propagando-se


no ar e, em seguida, no diamante. Considerando-se o índice de refração
absoluto do ar igual a 1,0 e baseando-se nas informações fornecidas,
calcule o valor do ângulo α, em graus.

Perito-RJ Considere o desenho abaixo para responder as


duas próximas questões.

Visando localizar o ponto certo que uma testemunha viu um


determinado objeto no aquário municipal, o perito efetuou alguns cálculos
nas leis e equações da óptica geométrica.

Dado: velocidade da luz no vidro, 2 . 108 m/s.

143
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

3. O perito determinou o índice de refração no vidro e chegou ao


valor de:

a) 1,33. b) 1,66. c) 0,67. d) 1,75. e) 1,50.

4. O perito calculou o seno do ângulo de refração do raio luminoso


na água e chegou ao valor aproximado de:

a) 0,259 b) 0,500 c) 0,866 d) 0,562 e) 0,707

5. Perito-PE Um raio de luz monocromática, inicialmente se


propagando no ar, incide perpendicularmente sobre a face AB de um
prisma e emerge ao longo da face BC, conforme a figura. O índice de
refração do prisma é:

144
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

A) 1,4

B) 1,6

C) 1,8

D) 2,0

E) 2,2

Gabarito:

1-E 2 - 11,5º 3 - 1,5 4-D 5-D

Dioptro Plano
Dioptro plano é uma superfície plana que separa dois meios transparentes. A
superfície de um aquário, que separa o ar da água, é um dioptro plano.

Quando um observador se encontra em um meio, olhando para um objeto no outro


meio, a imagem que ele vê se encontra acima da posição do objeto. Por exemplo, quando um
observador no ar olha para o fundo de uma piscina cheia de água, a profundidade aparente é
menor que a real.

Figura 83 - Num dioptro plano, a imagem está sempre acima da posição do objeto.

145
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

A equação que relaciona a posição do objeto (p) com a posição da imagem (p’) é:

p ' nvai

p nvem
Para o objeto na água, sendo observado por um observador no ar, a equação se
torna:

p' nar

p nágua
E para um objeto no ar, sendo observado por um observador na água, a equação se
torna:

p' nágua

p nar

Lâmina de Faces Paralelas


É um conjunto de três meios transparentes, separados por duas superfícies planas e
paralelas. A placa de vidro de uma janela é um exemplo de lâmina de faces paralelas, tendo
de cada lado da placa de vidro o ar. Outro exemplo comum é a parede de vidro de um aquário,
que tem de um lado ar e do outro lado água.

146
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

Figura 84 - Lâminas de faces paralelas.

Na figura acima, temos um raio luminoso atravessando uma lâmina de faces paralelas
imersa no ar. Após atravessar a lâmina, a luz sofre um desvio lateral d. Esse desvio lateral
depende da espessura e da lâmina e do ângulo de incidência da luz e é dado pela equação:

sen (i  r )
d  e
cos r

1. Perito-SP Quando olhamos para um aquário e visualizamos um


peixe, raios luminosos emitidos pelo peixe atingem nossos olhos após
sofrerem duas refrações consecutivas: da água para o vidro e do vidro para
o ar. Lembrando que o índice de refração absoluto de vidro é maior que o
da água e o da água maior que o do ar, a trajetória de um raio de luz refletido
pelo peixe P que atinge o olho de um observador O, está corretamente
representada em:

147
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

02. Perito-PE A figura mostra um raio de luz monocromática


incidindo numa lâmina de faces paralelas, de índice de refração n1 e
espessura L imersa num meio de índice de refração n2. Em relação aos
ângulos de incidência θi e de emergência θe podemos afirmar:

A) n2 senθi = n1 senθe

B) n1 senθi = n2 senθe

C) θi = θe

D) θi > θe

E) θi < θe

Gabarito:

1-B 2-C

148
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

Prismas
Um prisma é um corpo homogêneo e transparente, que tem duas superfícies planas
e não paralelas, formando um ângulo de abertura A.

Figura 85 - Prisma.

Na figura a seguir, um raio de luz monocromática sofre dupla refração ao atravessar


um prisma de ângulo de abertura A. Na primeira refração, o ângulo de incidência i1 diminui
para o ângulo de refração r1, de acordo com a lei de Snelle-Descartes:

n1  seni1  n2  senr2

Figura 86 - Prisma de ângulo de abertura A.

149
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

No interior do prisma, o ângulo de incidência r2 pode ser determinado


geometricamente pela expressão:

A  r1  r2
Na segunda refração, a luz emerge com ângulo de refração r2, também de acordo
com a lei de Snell-Descartes:

n2  senr2  n1  seni2
Após o raio luminoso monocromático atravessar o prisma, observamos que a luz sofre
um desvio angular , figura acima. Esse desvio angular pode ser calculado pela expressão:

  i1  i2  A

Decomposição da Luz
Quando um raio luminoso policromático, como a luz branca, atravessa um prisma, ela
pode sofrer decomposição ou dispersão luminosa, que é a separação de suas componentes.
Isso ocorre porque o índice de refração do material de que é feito o prisma, n2, depende do
material e da cor da luz. O índice de refração de um material qualquer aumenta da cor
vermelha para a cor violeta e devido a isso o desvio angular  aumenta da cor vermelha para
a cor violeta e a luz se decompõe em suas componentes. O mesmo fenômeno ocorre na
formação do arco íris, em que a luz sofre decomposição nas gotículas de água presentes no
ar.

Figura 87 - Decomposição da luz.

150
UNIDADE III | REFRAÇÃO DA LUZ

01. Um prisma de vidro, de índice de refração igual a √3 e ângulo


de abertura A = 60º, está imerso no ar. Um raio de luz monocromática incide
em uma das faces do prisma com ângulo de incidência 60º. Determine o
desvio angular sofrido pelo raio de luz ao atravessar o prisma.

02. Unimontes-MG Um feixe de luz é uma mistura de três cores:


amarelo, vermelho e violeta. Ele incide sobre um prisma de material
transparente, com índice de refração crescente com a frequência, ou seja,
quanto maior a frequência relativa à cor, maior será o índice de refração do
material do prisma. Após atravessar o prisma, a luz atinge um anteparo,
formando três manchas coloridas, nas posições 1, 2 e 3, indicadas na
figura.

As cores das manchas formadas nas posições 1, 2 e 3 são,


respectivamente:

a. vermelha, violeta e amarela.

b. violeta, vermelha e amarela.

c. vermelha, amarela e violeta.

d. amarela, violeta e vermelha.

Gabarito:

1 - 60º 2-C

151
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

CAPÍTULO IV
SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS
Espelhos Esféricos
É um sistema óptico formado por uma calota esférica, côncava ou convexa, refletora
de luz.

Figura 88 - Espelho esférico côncavo e convexo.

Para representar um espelho esférico, usamos um arco de circunferência, conforme


representado na figura abaixo.

Figura 89 - Arco de circunferência.

152
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

Para estudar as imagens formadas pelos espelhos esféricos, temos que representar
os seus principais elementos geométricos: vértice V, eixo principal EP, centro de curvatura C
e o foco principal F.

Figura 90 - Elementos geométricos dos espelhos esféricos.

O centro de curvatura (C) é o centro da esfera que formou o espelho esférico. O


vértice (V) é um ponto bem no centro do espelho esférico. O eixo principal (EP) é uma reta
que passa pelo centro de curvatura e pelo vértice.

O raio de curvatura (R) da esfera que formou o espelho esférico é a distância entre o
centro de curvatura (C) e o vértice (V), ou seja:

R  CV

a) Foco Principal (F)

O foco (F) de um espelho esférico é o ponto de convergência ou de divergência de


um feixe de luz refletido a partir de um feixe incidente paralelo. Se o feixe paralelo incidir
paralelamente ao eixo principal, teremos o foco principal ou, simplesmente, foco (F).

153
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

Figura 91 - Foco principal.

O foco principal (F) de um espelho esférico é o ponto médio entre o centro de


curvatura (C) e o vértice (V) do espelho, ou seja, é metade do raio de curvatura (R). A distância
focal (f) de um espelho esférico é a distância do foco ao vértice, que é igual à distância do foco
ao centro de curvatura:

Figura 92 - Distância focal.

Assim, podemos escrever que:

R
f 
2

154
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

Onde f é a distância focal do espelho esférico.

Se o feixe paralelo incidir não paralelamente ao eixo principal, teremos o foco


secundário (Fs).

Figura 93 - Foco secundário.

Nos espelhos côncavos, como o feixe refletido é convergente, o foco é real, sendo
então, por convenção, um número positivo. Por outro lado, nos espelhos convexos, como o
feixe refletido é divergente, o foco é virtual, sendo então, por convenção, um número
negativo.

b) Raios Notáveis

São raios luminosos que possuem propriedades importantes para a determinação das
imagens formadas pelos espelhos esféricos. São quatro os raios notáveis, conforme mostram
as figuras a seguir.

155
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

Figura 94 - Raios notáveis.

Figura 95 - Raios notáveis II.

c) Imagens

Opticamente, objeto é um ponto ou um conjunto de pontos de onde sai a luz que


incide no espelho esférico, enquanto a imagem é formada pelos raios refletidos.

Figura 96 - Imagem.

Um espelho côncavo pode formar 5 imagens diferentes, dependendo da posição do


objeto em relação aos elementos geométricos do espelho esférico: centro de curvatura, foco
e vértice.

156
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

Figura 97 - Imagens formadas por um espelho côncavo.

Um espelho esférico convexo, independentemente da posição do objeto, forma um


único tipo de imagem: menor, direita e virtual.

Figura 98 - Imagens formadas por um espelho esférico convexo.

157
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

d) Estudo Analítico

A posição da imagem de um objeto se altera conforme mudamos a posição do objeto.


Nos espelhos planos, se aproximamos o objeto do espelho, a imagem se aproxima e, se
afastamos o objeto, a imagem também se afasta, mantendo a distância do objeto ao espelho
plano sempre igual à distância da imagem ao espelho.

Nos espelhos esféricos, essa relação é mais complicada. Observamos que, nos
espelhos esféricos côncavos, conforme o objeto se aproxima a imagem se afasta.

Há um outro problema, o tamanho da imagem em relação ao tamanho do objeto. Nos


espelhos planos, esses tamanhos são iguais, nos espelhos esféricos, esses tamanhos são
quase sempre diferentes.

Portanto, como relacionar, nos espelhos esféricos, essas grandezas: tamanho do


objeto (o) com o tamanho da imagem (i), posição do objeto (p) com a posição da imagem (i)?

Figura 99 - Grandezas físicas e espelhos esféricos.

Essas relações são dadas pelas equações de Gauss, demonstradas por Carl
Friedrich Gauss (1777-1855), que obedecem às condições de nitidez de Gauss: “Os raios
luminosos devem incidir paralelos ou pouco inclinados em relação ao eixo principal e próximos
dele”. Neste curso, só utilizaremos espelhos esféricos que obedecem a essas condições.

Já vimos anteriormente que a distância focal (f) é metade do raio de curvatura:

158
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

R
f 
2

A equação do aumento (A) diz quantas vezes a imagem é maior ou menor que o
objeto e, devido às condições de nitidez de Gauss, ela fica igual a:

i p'
A 
o p
A equação de Gauss relaciona a posição do objeto (p) com a posição da imagem (p’),
que depende da distância focal (f) do espelho, dessa maneira:

1 1 1
 
f p p'
No uso dessas equações, adotamos uma convenção de sinais, conforme tabela a
seguir:

Tabela 4 - Convenção de sinais utilizada no estudo analítico dos espelhos esféricos.

Espelho Distância Focal (f) Posição do Objeto (p) Posição da Imagem (p’) Aumento (A)

Côncavo f>0 p > 0 (real) p’ > 0 (real e invertida) A > 0 (real e invertida)

p’ < 0 (virtual e direita) A < 0 (virtual e direita)

Convexo f<0 p > 0 (real) p’ < 0 (virtual e direita) A < 0 (virtual e direita)

159
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

01. Unicid-SP Os automóveis modernos vêm equipados com


espelhos retrovisores externos não planos do lado direito do motorista. Tais
espelhos são:

a. côncavos, pois conjugam imagens simétricas dos objetos em


relação ao espelho.

b. côncavos, pois conjugam imagens reais menores que os


objetos.

c. côncavos, pois conjugam imagens virtuais menores que os


objetos.

d. convexos, pois conjugam apenas imagens reais menores que


os objetos.

e. convexos, pois ampliam o campo visual do motorista.

02. Enem Os espelhos retrovisores, que deveriam auxiliar os


motoristas na hora de estacionar ou mudar de pista, muitas vezes causam
problemas. É que o espelho retrovisor do lado direito, em alguns modelos,
distorce a imagem, dando a impressão de que o veículo está a uma
distância maior do que a real. Esse tipo de espelho, chamado convexo, é
utilizado com o objetivo de ampliar o campo visual do motorista, já que no
Brasil se adota a direção do lado esquerdo, e, assim, o espelho da direita
fica muito mais distante dos olhos do condutor.

Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada está


mais próxima do espelho do que este está do objeto, o que parece estar em
conflito com a informação apresentada na reportagem. Essa aparente
contradição é explicada pelo fato de:

a. a imagem projetada na retina do motorista ser menor do que o


objeto.

b. a velocidade do automóvel afetar a percepção da distância.

c. o cérebro humano interpretar como distante uma imagem


pequena.

160
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

d. o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo visual do


motorista.

e. o motorista perceber a luz vinda do espelho com a parte lateral


do olho.

03. Unicid-SP Um dentista utiliza um espelho esférico para obter


uma imagem direita e maior do dente de um paciente. Nessa situação, o
espelho utilizado deve ser:

a. côncavo, com distância focal menor do que a distância entre o


dente e o espelho.

b. convexo, com raio de curvatura menor do que a distância entre


o dente e o espelho.

c. côncavo, com distância focal maior do que a distância entre o


dente e o espelho.

d. convexo, com distância focal maior do que a distância entre o


dente e o espelho.

e. côncavo, com raio de curvatura menor do que a distância entre


o dente e o espelho.

04. Mackenzie-SP Um objeto real é colocado sobre o eixo principal


de um espelho esférico côncavo a 4 cm de seu vértice. A imagem
conjugada desse objeto é real e está situada a 12 cm do vértice do espelho,
cujo raio de curvatura é:

a. 2 cm b. 3 cm c. 4 cm d. 5 cm e. 6 cm

05. Para evitar acidentes de trânsito, foram instalados espelhos


convexos em alguns cruzamentos. A experiência não foi bem-sucedida
porque, como os espelhos convexos fornecem imagens menores, perde-se
completamente a noção de distâcia. Para perceber o efeito, suponha que

161
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

um objeto linear seja colocado a 30 m de um espelho convexo de 12 m de


raio, perpendicularmente a seu eixo principal.

a. A que distância do espelho convexo seria vista a imagem desse


objeto?

b. Se substituíssemos o espelho convexo por um espelho plano, a


que distância deste espelho seria vista a imagem daquele objeto?

06. VUNESP-UEAM A escultura Vírgula, do artista Po Wang Shu,


exposta na Universidade de Tecnologia do Texas, é uma esfera de aço
inoxidável, que reflete o movimento dos pedestres e a paisagem do local.

Considere que, quando uma pessoa permanece parada a 2,0 m


de distância da esfera, ela vê sua imagem com altura igual a um quinto da
medida de sua altura real. Considerando válidas as condições de nitidez de
Gauss, é correto afirmar que a escultura funciona como um espelho esférico
cujo módulo da distância focal, em metros, é igual a

a) 0,2m b) 0,5m c) 0,6m d) 0,8m e) 1,0m

07. FATEC-SP

Como foi que um

arranha-céus “derreteu” um carro?

“É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e tem várias


janelas planas, que funcionam como espelhos, os reflexos se convergem
em um ponto” diz Chris Shepherd, do Instituto de Física de Londres. O
edifício de 37 andares, ainda em construção, é de fato um prédio curvilíneo

162
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

e o carro, um Jaguar, estava estacionado em uma rua próxima ao prédio,


exatamente no ponto atingido por luzes refletidas e não foi o único que
sofreu estrago. O fenômeno é consequência da posição do Sol em um
determinado período do ano e permanece nessa posição por duas horas
por dia. Assim, seus raios incidem de maneira oblíqua às janelas do edifício.

Considerando o fato descrito e a figura da pessoa observando o


reflexo do Sol no edifício, na mesma posição em que estava o carro quando
do incidente, podemos afirmar corretamente que o prédio se assemelha a
um espelho

a) plano e o carro posicionou-se em seu foco infinito.

b) convexo e o carro posicionou-se em seu foco principal.

c) convexo e o carro posicionou-se em um foco secundário.

d) côncavo e o carro posicionou-se em seu foco principal.

e) côncavo e o carro posicionou-se em um foco secundário.

08. VUNESP O forno solar de Odeillo, na Franca, e composto de


9.500 espelhos que concentram os raios solares em uma fornalha. Na
verdade, embora todos os espelhos lá utilizados sejam planos, a
configuração de suas disposições torna o conjunto um gigantesco espelho
esférico côncavo. Sendo o desejo desse forno concentrar os raios de luz e
calor em um ponto na fornalha, relativamente a superfície refletora, pode-
se dizer que a distância desse ponto da fornalha e, comparado ao raio de
curvatura do conjunto de espelhos,

a) a quarta parte.

163
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

b) a metade.

c) igual.

d) o dobro.

e) o quadruplo.

Gabarito:

1 - 60º 2-C 3-C 4-E

5 - a) -5cm; b) 30m 6-B 7-E 8-B

164
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

Lentes Esféricas

Lente esférica é um meio transparente limitado por pelo menos uma


superfície esférica (côncava ou convexa), a outra superfície pode até ser
plana. Uma lente esférica delgada é fina, de espessura pequena.
Combinando superfície côncava, com convexa e com plana, obtemos seis
formatos diferentes para as lentes esféricas.

Na figura a seguir, temos o corte desses seis formatos, divididos em


dois grupos. Um grupo possui bordas finas que são chamadas de lentes
convexas, o outro grupo possui bordas grossas que são chamadas de
lentes côncavas.

Figura 100 - Seis formatos diferentes das lentes esféricas delgadas.

a) Comportamento Óptico das Lentes

Uma lente pode ser convergente ou divergente. Uma lente


convergente transforma um feixe de luz paralelo em um feixe convergente.
Uma lente divergente transforma um feixe paralelo de luz num feixe
divergente. Qualquer lente pode ser convergente ou divergente,
dependendo da relação entre o índice de refração do material da lente
(vidro, acrílico, cristal, água, ar ou outro meio transparente qualquer) e o

165
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

índice de refração do meio que envolve a lente (normalmente o ar). Essa


dependência decorre da lei de Snell-Descartes da refração da luz e está
resumida na tabela abaixo.

Tabela 5 - O comportamento óptico de uma lente esférica.

Convexa Côncava

nlente > nmeio Convergente Divergente

nlente < nmeio Divergente Convergente

Normalmente, o meio externo é o ar, portanto nlente > nmeio, onde as


convexas são convergentes e as côncavas são divergentes. É esse
comportamento que usaremos para representar as lentes, como podemos
ver na figura a seguir.

Figura 101 - Representação esquemática das lentes esféricas.

b) Elementos Geométricos da Lentes Esféricas

Assim como nos espelhos esféricos, as lentes possuem alguns


elementos geométricos importantes. No centro da lente, temos o centro
óptico (C) da lente e, passando pelo centro óptico, temos o eixo principal
(EP) da lente.

166
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

O foco principal (F) de uma lente é formado por um feixe paralelo


de luz, que incide paralelamente ao eixo principal da lente, conforme a
figura abaixo:

Figura 102 - Elementos geométricos das lentes esféricas.

Numa lente convergente, o foco é real, pois é formado no vértice


de um feixe convergente de luz. Numa lente divergente, o foco é virtual,
pois é formado no vértice de um feixe divergente de luz.

c) Raios Notáveis

Assim como nos espelhos esféricos, devemos destacar três raios


luminosos com comportamentos importantes para a formação das imagens
nas lentes. Esses raios estão representados na figura a seguir:

Figura 103 - Raios notáveis das lentes esféricas.

167
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

d) Formação de Imagens

Uma lente convergente pode formar cinco imagens diferentes,


dependendo da posição do objeto em relação aos elementos geométricos
da lente: centro óptico e foco.

Uma lente divergente, independentemente da posição do objeto,


forma um único tipo de imagem: menor, direita e virtual.

Figura 104 - Formação de imagens.

e) Estudo Analítico

No estudo analítico das lentes esféricas, usaremos as mesmas


equações de Gauss usadas nos espelhos esféricos e com a mesma
convenção de sinais. Assim:

i p'
A 
o p

1 1 1
 
f p p'
Tabela 6 - Convenção de sinais aplicada ao estudo analítico das lentes esféricas.

Lente Distância Focal (f) Posição do Objeto (p) Posição da Imagem (p’) Aumento (A)

Convergente f>0 p > 0 (real) p’ > 0 (real e invertida) A > 0(real e invertida)

p’ < 0 (virtual e direita) A < 0(virtual e direita)

Divergente f<0 p > 0 (real) p’ < 0 (virtual e direita) A < 0(virtual e direita)

168
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

f) Vergência (V)

A vergência de uma lente é o “grau” da lente. Ela está relacionada


à capacidade da lente em desviar a luz e é definida pela expressão:

1
V
f
Quando a distância focal é dada em metro (m), a vergência é dada
em dioptria (di). Uma lente de uma dioptria é uma lente de um grau.

01. Perito RS Uma lupa é um instrumento ótico que tem a função


de facilitar a identificação de detalhes de pequenos objetos pelo olho
humano. Esse instrumento utiliza uma lente ___________, formando uma
imagem ___________, mais ___________ da lente do que o objeto real.

As palavras que preenchem corretamente as lacunas da frase


acima são:

a) divergente – real – afastada.

b) divergente – virtual – próxima.

c) divergente – real – próxima.

d) convergente – real – próxima.

e) convergente – virtual – afastada.

02. Perito PI Um objeto está sendo examinado com o uso de uma


lente de distância focal 40 mm. O observador procura por detalhes que
venham a fornecer informações para uma determinada investigação. Qual
a alternativa que apresenta a maneira correta de utilização desta lente?

169
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

a) A lente deve estar a uma distância menor do que 40 mm do


objeto.

b) A lente deve estar a uma distância de 40 mm da superfície do


objeto.

c) A lente deve estar a uma distância entre 40 e 80 mm do objeto.

d) A lente deve estar a uma distância maior do que 80 mm do


objeto.

e) Para responder esta questão é necessário saber a distância do


observador até a lente.

03. UFPR-2016 Sabe-se que o objeto fotografado por uma câmera


fotográfica digital tem 20 vezes o tamanho da imagem nítida formada no
sensor eletrônico dessa câmera. A distância focal da lente da câmera é de
30 mm. Assinale a alternativa que apresenta a distância do objeto até a
lente da câmera.

a) 630 mm b) 600 mm c) 570 mm d) 31,5 mm e) 28, 5 mm

04. FACID-PI A lente em questão é utilizada para observar


atentamente uma formiguinha.

170
UNIDADE III | SISTEMAS ÓPTICOS ESFÉRICOS

Bidu deseja comprar uma lente em que a imagem da formiguinha


seja direta e ampliada cinco vezes. Se a lente está a 20 cm da formiga,
então a vergência dela é de

a) 1,0 “grau” b) 2,0 “graus” c) 3,0 “graus” d)4,0 “graus” e) 5,0 “graus”

05. UFJF-MG O olho mágico é um dispositivo óptico de segurança


residencial constituído simplesmente de uma lente esférica. Quando um
visitante está a 1/2 m da porta, esse dispositivo óptico forma, para o
observador, no interior da residência, uma imagem três vezes menor e
direita do rosto do visitante. É correto afirmar que a distância focal e o tipo
de lente que constituem o olho mágico são, respectivamente:

a. – 1/2 m, divergente. b. – 1/4 m, divergente.

c. 1/4 m, convergente. d. 1/2 m, convergente.

e. – 1/4 m, convergente.

Gabarito:

1-E 2-A 3-D 4-D 5-D

171
UNIDADE IV
ONDULATÓRIA
172
UNIDADE IV | INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
A ondulatória estuda as ondas e seus fenômenos, algo extremamente importante nos
dias atuais. As ondas são um dos principais meios de transmissão das informações. Por
exemplo, o aparelho de celular e sua conexão pela internet se dá, muitas vezes, por meio de
ondas.

Ondas
Perturbação que se propaga, transmitindo energia sem transportar matéria.

Natureza
a) Mecânica

Onda que necessita obrigatoriamente de um meio material para propagar-se, não se


propaga no vácuo. Ex: som.

b) Eletromagnética

Onda que se propaga nos meios materiais e também no vácuo. Ex: luz.

Classificação
a) Transversal

A direção da propagação é perpendicular à direção da perturbação. Ex: luz.

Figura 105 - Onda transversal numa corda.

173
UNIDADE IV | INTRODUÇÃO

b) Longitudinal

A direção da propagação é igual à direção da perturbação. Ex: som.

Figura 106 - Onda longitudinal numa mola.

c) Ondas mistas

As ondas na superfície da água são mistas, são ao mesmo tempo transversais e


longitudinais.

Figura 107 - Onda mista na superfície da água.

Frequência (f)
Número de ondas por unidade de tempo.

n
f 
t
Onde: n = número de ondas; Δt = tempo gasto.

Unidades (SI): Δt: segundo (s); f: hertz (Hz)

174
UNIDADE IV | INTRODUÇÃO

Período (T)
Tempo gasto numa oscilação completa.

1
f 
T
Unidade (SI): segundo (s)

Comprimento de Onda (λ)


Distância entre dois pontos iguais e consecutivos.

Figura 108 - Comprimento de onda.

Unidade (SI): λ: metro (m).

Velocidade de Propagação (v)


Sendo a velocidade com que a onda se propaga uma constante, a onda terá um
movimento uniforme e podemos usar as equações do movimento uniforme para calcular a
velocidade com que a onda se propaga. Dessa forma, a velocidade com que uma onda se
propaga pode ser calculada pela expressão:

s
v
t

175
UNIDADE IV | INTRODUÇÃO

Equação Fundamental da Ondulatória

A equação fundamental da ondulatória relaciona três das principais


grandezas da ondulatória: a frequência, o comprimento de onda e a
velocidade com que a onda se propaga.

v f
A velocidade de propagação de uma onda é uma grandeza que
depende do meio por onde essa onda essa propaga. Quando uma onda
passa de um meio para outra, ocorre uma alteração no valor da velocidade
de propagação da onda. Por exemplo: a onda sonora se propaga no ar (20
o
C) com aproximadamente 344 m/s; na água (20 oC), o som se propaga a
1482 m/s.

A frequência, por outro lado, é uma característica própria da onda.


Quando uma onda passa de um meio para outra, a velocidade de
propagação se altera, mas a sua frequência se mantém a mesma, não se
altera.

Amplitude (A)
A amplitude de uma onda está relacionada à energia que ela carrega. Quanto maior
a amplitude, maior a sua intensidade, ou seja, maior a quantidade de energia que a onda
transmite.

Figura 109 - Amplitude.

176
UNIDADE IV | INTRODUÇÃO

01. OPF Na água salgada, a propagação de ondas


eletromagnéticas é rapidamente atenuada. Esta é uma das razões técnicas
pelas quais as embarcações marinhas fazem, frequentemente, o uso de um
dispositivo chamado sonar (do inglês Sound Navigation and Ranging ou
“Navegação e Determinação da Distância pelo Som”). Este instrumento tem
muita utilização na navegação, na pesca, no estudo e pesquisa do fundo
dos oceanos. Seu funcionamento consiste na emissão de uma onda sonora
que, ao encontrar um obstáculo, sofre reflexão e retorna ao seu local de
origem. Calcule a velocidade do som nas águas representadas na figura
sabendo que o eco retorna após aproximadamente 0,02 s.

02. (VUNESP-2016) A figura mostra o espectro eletromagnético e


a classificação das ondas em função da frequência.

Considerando a velocidade de propagação das ondas


8
eletromagnéticas no ar igual a 3,0 . 10 m/s e sabendo que para certa
operadora de telefonia móvel os sinais são transportados por ondas
eletromagnéticas, cujos comprimentos de onda correspondem a 20 cm, é
correto afirmar que as ondas eletromagnéticas utilizadas por essa
operadora estão na região

a) das micro-ondas.

177
UNIDADE IV | INTRODUÇÃO

b) do visível.

c) do infravermelho.

d) das ondas de rádio.

e) do ultravioleta.

03. Perito PI A frequência dos rádios utilizados na comunicação


entre uma estação central e os veículos, é 150 MHz. Havendo necessidade
de melhorar a comunicação, uma antena externa deve ser instalada no teto
dos veículos. Optou-se por dimensionar a antena com ¼ do comprimento
de onda da onda eletromagnética que propicia esta comunicação. A
velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas, a ser considerada,
é 300.000 km/s. Qual o comprimento de cada antena?

a) 8 cm b) 50 cm c) 12,5 cm d) 6 cm e) 1,2 m

04. Unicastelo-SP A maior sensibilidade do sistema auditivo


humano ocorre para ondas sonoras com comprimento de onda no ar da
ordem de 12 cm. Se a velocidade de propagação do som no ar é igual a
330 m/s, a frequência, em hertz, em que o sistema auditivo humano
apresenta a maior sensibilidade é:

a. 4 000 b. 1 500 c. 400 d. 2 750 e. 275

05. Perito GO Certa estação de rádio pode ser sintonizada em 900


MHz. Considerando que a velocidade de propagação dessa onda seja de
300.000 km/s, o valor do comprimento de onda dessa onda é igual a:

a) 3 m b) 1/3 km c) 1/3 m d) 1/3 . 10-3 m e) 0,3 . 10-3 km

178
UNIDADE IV | INTRODUÇÃO

06. Perito PR Uma estação de rádio transmite na frequência de


102,5 MHz. Sabendo que a velocidade das ondas eletromagnéticas no
vácuo é 3,00 . 108 m/s, é correto afirmar que o comprimento e o período
dessa onda da estação de rádio são, respectivamente:

a) três metros e 0,342 segundos.

b) 2,93 metros e 9,76 . 10-9 segundos.

c) 2,93 metros e 0,342 segundos.

d) 2,92 metros e 0,342 segundos.

e) 2,93 metros e 9,75 . 10-9 segundos.

Gabarito:

1 - 1450m/s 2-A 3-B 4-D 5-C 6-B

179
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

CAPÍTULO II
FENÔMENOS ONDULATÓRIOS
Reflexão de Ondas
Na óptica geométrica, estudamos a reflexão da luz e vimos que o ângulo de incidência
da luz (i) é igual ao ângulo de reflexão da luz (r):

Figura 110 - Reflexão da luz.

ir
Sabendo que a luz é onda eletromagnética. E podemos generalizar essa lei para
todas as ondas, substituindo o raio de luz pelo raio de onda. As frentes de onda serão
perpendiculares aos raios de onda, conforme figura abaixo. As linhas cheias, perpendiculares
ao raio de onda, são as cristas. Se for necessário, os vales de uma onda serão representados
por linhas tracejadas.

Figura 111 - Reflexão de uma onda plana.

180
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

Na reflexão de uma onda, as suas principais características, frequência (f), período


(T), velocidade (v) e comprimento de onda () não se alteram.

Refração das Ondas

Na óptica geométrica, vimos a refração da luz:

Figura 112 - Refração da luz.

A refração da luz obedece a lei de Snell-Descartes:

n1  sen1  n2  sen2
Sabendo que a luz é onda eletromagnética, podemos generalizar
essa lei para todas as ondas da seguinte forma:

c c sen1 v1
 sen1   sen 2  
v1 v2 sen 2 v2
Da ondulatória, sabemos que:

v   f
e dado que a frequência de uma onda é própria dela, ou seja, a
onda passa de um meio para outro, mas sua frequência não sofre alteração,

181
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

temos f1 = f2. Portanto, podemos escrever a relação acima da seguinte


forma:

sen1 v1 1  f1
 
sen 2 v2 2  f 2
Simplificando, temos:

sen1 v1 1
 
sen 2 v2 2
Essa é forma geral da lei de Snell-Descartes, que vale para todas
as ondas. Nessa relação podemos perceber que:

a) Se 1 > , então, v1 > v2 e 1 > 2;


b) Se 1 < , então, v1 < v2 e 1 < 2;

Podemos, então, completar a figura anterior, representado as


frentes de onda, onde 1 > , então, v1 > v2 e 1 > 2. Assim:

Figura 113 - Refração de uma onda plana.

182
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

1. Perito SP 2013 Em determinadas investigações, o uso de


aparelhos emissores de ondas eletromagnéticas torna-se imprescindível.
Considere uma sequência de frentes de ondas planas deslocando-se no ar
e incidindo sobre um grande cubo de vidro maciço formando um ângulo α

com a face de incidência, como mostra a figura. Parte dessas ondas é


refletida pela face do cubo de vidro e outra parte é refratada. A figura ilustra
as frentes incidentes e as refratadas. Com base nessas informações, é
correto afirmar que, em relação às frentes de ondas incidentes, as frentes
de ondas

(A) refletidas diminuem o comprimento de onda, mantendo a


frequência de vibração e o ângulo de reflexão com a face.

(B) refratadas diminuem a velocidade de propagação e a


frequência de vibração.

(C) refletidas mantêm a velocidade de propagação e o ângulo de


reflexão com a face, diminuindo a frequência de vibração.

(D) refratadas aumentam o comprimento de onda e o ângulo de


refração com a face, mantendo a frequência de vibração.

(E) refratadas diminuem o comprimento de onda e o ângulo de


refração com a face, mantendo a frequência de vibração.

2. Perito SP 2014 Ao investigar determinado crime, um perito


precisava determinar o comportamento do som proveniente do estampido
de uma arma usada nesse crime. Para tanto, o perito raciocinou

183
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

corretamente que, ao atravessar uma janela de vidro, em relação ao seu


comportamento no ar, as ondas sonoras:

(A) mantiveram seu comprimento de onda constante.

(B) tiveram sua velocidade de propagação alterada.

(C) tiveram sua frequência de vibração alterada.

(D) mantiveram sua energia mecânica constante.

(E) mantiveram sua quantidade de movimento constante.

3. Próxima à superfície de um lago, uma fonte emite onda sonora


de frequência 500 Hz e sofre refração na água. Admita que a velocidade de
propagação da onda no ar seja igual a 300 m/s e, ao se propagar na água,
sua velocidade seja igual a 1500 m/s. A razão entre os comprimentos de
onda no ar e na água vale, aproximadamente:

a) 1/3

b) 3/5

c) 3

d) 1/5

e) 1

Gabarito:

1-E 2-B 3-D

Ressonância
A ressonância é um importante fenômeno ondulatório que possibilita, por exemplo, a
sintonização de um sinal por apenas um celular.

Sabemos que toda estrutura, seja um estádio, uma taça de cristal ou um pêndulo,
possui uma ou mais frequências naturais de vibração. Quando uma fonte externa oscila, varia
ou vibra com uma frequência igual a uma dessas frequências naturais de vibração, essa fonte

184
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

externa transmite energia para a estrutura. Essa estrutura, ao receber essa energia, passa a
vibrar com uma intensidade maior, podendo levar ao seu colapso. É através da ressonância
que a energia emitida pelo som da voz de uma pessoa se transfere para uma taça de cristal,
fazendo-a quebrar.

Figura 114 - Ponte de Tacoma, sofrendo colapso devido à ressonância com o vento.

A ponte de Tacoma, em 7 de novembro de 1940, em Washington, nos Estados


Unidos, foi atingida com ventos de 70 km/h com rajadas de frequências semelhantes aos
modos de vibração natural da ponte, fazendo-a vibrar com amplitude cada vez maior,
culminando com sua queda.

As ondas eletromagnéticas geradas pela fonte de um forno micro-ondas têm uma


frequência bem característica. O cozimento (ou esquentamento) dos alimentos ali colocados
ocorre devido ao fato de as moléculas constituintes do alimento, sendo a de água a principal
delas, absorverem a energia dessas ondas, por vibrarem com a mesma frequência das ondas
emitidas pelo tubo gerador de ondas do forno. O fenômeno físico que explica o funcionamento
do forno de micro-ondas é a ressonância.

Perito DF Quando desejamos sintonizar certa estação de rádio,


giramos o botão de sintonia, até que as frequências das oscilações do rádio
coincidam com a frequência das ondas emitidas pela estação. Este pé um
exemplo de:

a) ressonância

b) refração

185
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

c) difração

d) reflexão

e) batimento

Gabarito:

1-A

Difração
A difração está relacionada à capacidade que uma onda possui de contornar um
obstáculo ou fenda. Quando uma onda sofre difração, ela muda somente o seu formato,
mantendo todas as outras características.

Para que a difração seja perceptível, as fendas ou obstáculos devem possuir


dimensões da mesma ordem de grandeza ou menores que o comprimento de onda das ondas
incidentes, ou seja: a≤λ.

Figura 115 - Difração de ondas.

Como uma onda sonora audível pelo ser humano varia de comprimento de 1,7 cm até
17 m, a difração do som é bem acentuada. Por outro lado, a luz possui comprimento de onda
da ordem de 10-6 m, o que torna a difração da luz perceptível apenas para obstáculos ou
fendas extremamente pequenos.

186
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

1. Enem Ao diminuir o tamanho de um orifício atravessado por um


feixe de luz, passa menos luz por intervalo de tempo e, próximo da situação
de completo fechamento do orifício, verifica-se que a luz apresenta um
comportamento como o ilustrado nas figuras. Sabe-se que o som, dentro
de suas particularidades, também pode se comportar dessa forma.

Em qual das situações a seguir está representado o fenômeno


descrito no texto?

a. Ao se esconder atrás de um muro, um menino ouve a conversa


de seus colegas.

b. Ao gritar diante de um desfiladeiro, uma pessoa ouve a


repetição do seu próprio grito.

c. Ao encostar o ouvido no chão, um homem percebe o som de


uma locomotiva antes de ouvi-Io pelo ar.

d. Ao ouvir uma ambulância se aproximando, uma pessoa percebe


o som mais agudo do que quando aquela se afasta.

e. Ao emitir uma nota musical muito aguda, uma cantora de ópera


faz com que uma taça de cristal se despedace.

Gabarito:

1-A

187
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

Efeito Doppler

Quando uma fonte de ondas se aproxima de um observador parado,


nota-se que a frequência da onda por ele recebida é maior do que se a fonte
estivesse em repouso, e, quando a fonte se afasta do observador parado,
a frequência é menor do que se ela estivesse em repouso.

A diferença entre a frequência percebida e a frequência real da onda


foi estudada pelo físico austríaco Christian Jonhann Doppler (1803-1853).

Chamando de fo a frequência observada, isto é, a frequência


percebida pelo observador, e fF a frequência emitida pela fonte, podemos
escrever que:

fO f
 F
v  vO v  vF

O sentido positivo, que define o sinal + ou -, é dado orientando-se


a trajetória do observador para a fonte.

Figura 116 - Orientação positiva da trajetória, para uso no efeito Doppler.

188
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

01. Perito PI Uma fonte sonora está em movimento, em relação a


um observador, emitindo um sinal sonoro com frequência de 1.000 Hz. É
correto afirmar:

a) Se o observador estiver em repouso e se a fonte estiver se


aproximando dele, ele percebe uma frequência menor que 1.000 Hz.

b) Se o observador estiver em repouso e se a fonte estiver se


afastando dele, ele percebe uma frequência menor que 1.000 Hz.

c) Se o observador estiver se aproximando da fonte e se a fonte


estiver se aproximando dele, ele percebe uma frequência menor que 1.000
Hz.

d) Se o observador estiver em repouso e se a fonte estiver se


aproximando dele, ele percebe uma frequência igual a 1.000 Hz.

e) Se o observador estiver se afastando da fonte e a fonte se


aproximando dele, ele percebe uma frequência de 1.000Hz.

2. Perito DF A frequência de uma buzina de um carro policial é de


500 Hz. A buzina é acionada com o carro a 144 km/h. Sendo a velocidade
do som no ar igual a 340 m/s, frequência percebida por um receptor parado
é de, aproximadamente:

a) 447 Hz b) 540 Hz c) 566 Hz d) 600 Hz e) 660 Hz

3. Perito RJ Um pedestre, em repouso, ouve o som da sirene de


uma ambulância que dele se afasta com uma velocidade de 17m/s. A
frequência do som ouvido pelo pedestre é 760Hz. Sabendo que a
velocidade de propagação do som no ar é 340m/s, a frequência do som
emitido pela sirene da ambulância é:

(A) 680Hz (B) 720Hz (C) 800Hz (D) 840Hz (E) 880Hz

189
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

4. Perito RJ Numa tomada de depoimento de um suspeito foi


averiguado o seguinte: “Ele disse que no momento em que ouviu a sirene
da ambulância se aproximando, o som era mais agudo (F1) e após algum
tempo, depois que a ambulância passou, ele continuou ouvindo a sirene,
porém o som era mais grave (F2).” Em uma análise da amostragem do som
junto ao suspeito determinou-se F1 = 880 Hz e F2 = 800 Hz.

Dado: Considere a velocidade do som naquele local como 350 m/s.

Com estes dados o perito pode determinar a velocidade


aproximada que a ambulância estava quando passou pelo suspeito, sendo
seu valor igual a:

a) 100 km/h. b) 40 km/h. c) 90 km/h. d) 60 km/h. e) 80 km/h.

Gabarito:

1-B 2-C 3-C 4-D

Leitura Complementar: Ondas Sonoras

O som é uma onda mecânica. No ar ele se propaga como uma


onda longitudinal, que causa variação na pressão do ar. O som não se
propaga no vácuo.

O ouvido humano capta sons que possuem frequência entre 20 Hz


e 20.000 Hz. Um som com frequência superior a 20.000 Hz é chamado de
ultrassom e um som com frequência inferior a 20 Hz é chamado de
infrassom.

190
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

Percebemos que um som é diferente de outro por causa de três


qualidades próprias do som: altura, intensidade e timbre.

A altura de um som está relacionada com sua frequência. Um


som baixo possui frequência menor que um som alto. Um som baixo é
agudo, enquanto um som alto é grave. O som mais baixo que o ouvido
humano capta é de 20 Hz e o som mais alto é de 20.000 Hz.

A intensidade de um som determina se um som é forte ou fraco.


Um som forte possui maior intensidade que um som fraco. A intensidade de
um som está relacionada com a amplitude da onda sonora, quanto maior
a amplitude de um som mais forte ele é.

A intensidade (I) de uma onda é medida, no Sistema Internacional


de Unidades, em W/m2 e é dada pela expressão:

P
I
A
Onde P é a potência com que a onda foi emitida e A é a área por
onde essa onda se espalha.

O som mais fraco que o ouvido humano percebe é 10-12 W/m2,


chamado de limiar da audição. A partir de certa intensidade, o som pode
causar danos no sistema auditivo, essa intensidade é chamada de limite da
dor e vale 1 W/m2.

Timbre é uma qualidade do som que permite distinguir dois sons


de mesma altura e mesma intensidade, mas provenientes de instrumentos
diferentes. Timbre distingue, por exemplo, o som emitido por um violino do
som emitido por um violão, mesmo que eles tenham a mesma altura e a
mesma intensidade.

Para o ouvido humano perceber que um som ficou duas vezes


mais forte, é necessário que a intensidade fique 100 vezes maior. O ouvido
humano não é linear. Se um som fica 10n vezes mais intenso, o ouvido
humano o perceberá n vezes mais forte. Por esse motivo foi criado o nível
de intensidade sonora (𝛽) que é dado em decibel (dB) em homenagem

191
UNIDADE IV | FENÔMENOS ONDULATÓRIOS

Alexander Graham Bell. O nível de intensidade sonora é calculado pela


expressão:

I
  10  log
I0
em que I é a intensidade do som e I0 = 10–12 é o limiar da audição.

O limiar da dor possui intensidade I = 1 W/m2. Substituindo esse


valor na equação acima, podemos calcular quantos decibéis possui esse
som. Assim:

1
  10  log 12
 10  log 1012  10 12  log 10  120 1  120
10

Ou seja, um som no limiar de dor é de 120 dB.

192
UNIDADE V
TERMOLOGIA
193
UNIDADE V | TERMOMETRIA

CAPÍTULO I
TERMOMETRIA
A termologia estuda os fenômenos físicos e as várias tecnologias relacionados, de
uma forma ou de outra, a duas grandezas físicas: temperatura e calor.

A termometria estuda o que é e como se mede a temperatura, que define se um corpo


está frio ou quente.

A temperatura de um objeto está relacionada à agitação das partículas, átomos e


moléculas, que constituem esse objeto. Para representar a grandeza física temperatura,
utilizamos a letra grega teta ().

Para medir temperatura, usamos um termômetro. Hoje em dia, no cotidiano, medimos


temperatura em Celsius ou em Fahrenheit. Cientificamente, usa-se a escala Kelvin de
temperatura.

Para compararmos a escala Celsius com a escala Fahrenheit, temos abaixo a relação
entre elas para as temperaturas de fusão do gelo e ebulição da água, na pressão de 1 atm.

Figura 117 - Comparação entre as escalas Celsius e Fahrenheit de temperatura.

A partir dessa relação, podemos determinar uma equação que transforma uma
temperatura em Celsius para o respectivo valor em Fahrenheit. Assim:

194
UNIDADE V | TERMOMETRIA

C  F  32

5 9

A escala Kelvin é uma escala de uso científico, pois ela possui o zero absoluto. O
zero absoluto é a menor temperatura possível e, no zero absoluto, a agitação das partículas é
nula. O zero absoluto equivale a – 273,15 oC.

Na figura abaixo, temos a relação entre as escalas Celsius e Kelvin de temperatura.

Figura 118 - Comparação entre as escalas Celsius e Kelvin.

Observe que, para transformarmos de Celsius para Kelvin, basta


somarmos 273 ao valor da temperatura em Celsius, assim:

TK  C  273

C  TK  273

195
UNIDADE V | TERMOMETRIA

Unindo as duas relações anteriores, podemos relacionar as três


escalas da seguinte forma:

C  F  32 TK  273
 
5 9 5

Variação de Temperatura

C F K
 
5 9 5
C  K

1. MARINHA DO BRASILO local onde se reúne o sistema de


propulsão de um navio é chamado de praça de máquinas. A caldeira é um
dos equipamentos mais comuns nas embarcações como os porta-aviões.
Um operador desse tipo de sistema aferiu a temperatura de uma caldeira
em 842°F.Qual é o valor dessa temperatura na escala Celsius?

a) 300°C b) 350°C c) 400°C d) 450°C e) 500°C

2. Vunesp Durante uma corrida de Fórmula Indy ou de Fórmula 1,


os pilotos ficam sujeitos a um microambiente quente no cockpit que chega
a atingir 50°C, gerado por diversas fontes de calor (do Sol, do motor, do
terreno, do metabolismo cerebral, da atividade muscular etc.). Essa
temperatura está muito acima da temperatura corporal média tolerável, por
isso, eles devem manter-se sempre com bom condicionamento físico. As
corridas de Fórmula Indy são mais tradicionais nos EUA, onde se adota a
leitura da temperatura na escala Fahrenheit. Baseado nas informações
apresentadas no texto, é correto afirmar que a temperatura do cockpit de

196
UNIDADE V | TERMOMETRIA

um carro de Fórmula Indy chega a atingir durante a corrida, em grau


Fahrenheit:

a) 32 b) 50 c) 82 d) 122 e) 212

3. Vunesp Uma panela com água é aquecida de 25 oC para 80 oC.


A variação de temperatura sofrida pela panela com água, nas escalas
Kelvin e Fahrenheit, foi de:

a. 32 K e 105 oF b. 55 K e 99 oF c. 57 K e 105 oF d. 99 K e
o o
105 F e. 105 K e 32 F

4. UEA Um turista estrangeiro leu em um manual de turismo que a


temperatura média do estado do Amazonas é de 87,8 graus, medido na
escala Fahrenheit. Não tendo noção do que esse valor significa em termos
climáticos, o turista consultou um livro de Física, encontrando a seguinte
tabela de conversão entre escalas termométricas:

Com base nessa tabela, o turista fez a conversão da temperatura


fornecida pelo manual para a escala Celsius e obteve o resultado:

a) 25 b) 31 c) 21 d) 36 e) 16

Gabarito:

1-D 2-D 3-B 4-B

197
UNIDADE V | CALORIMETRIA

CAPÍTULO II
CALORIMETRIA
A calorimetria estuda a variação da temperatura e a mudança de estado que ocorre
quando um corpo ganha ou perde certa quantidade de calor.

Calor é a quantidade de energia que está sendo transferida de um corpo para outro
devido a uma diferença de temperatura. Essa troca de calor ocorre de maneira espontânea do
corpo mais quente para o corpo mais frio.

A quantidade de calor (Q) trocada é medida, no sistema internacional (SI), em joule


(J) e, no sistema usual, em caloria (cal).

1 cal  4,18 J

Calor Sensível
É a quantidade de calor trocada para variar a temperatura de um corpo. Quando um
corpo recebe calor, sua temperatura pode aumentar; e quando um corpo perde calor, sua
temperatura pode diminuir.

A quantidade de calor sensível depende da massa (m) do corpo, da variação de


ia com a substância
é dada por um coeficiente, chamado de calor específico (c) sensível da substância. A
quantidade de calor sensível é dada pela equação:

Q  m  c  
O calor específico sensível de uma substância é dado, no sistema usual, por: cal/(g
. oC). Na tabela a seguir, temos os valores para algumas substâncias:

198
UNIDADE V | CALORIMETRIA

Tabela 7 - Calor específico de algumas substâncias.

Capacidade térmica (C) é uma propriedade do corpo e é definida como a razão entre
o calor recebido ou perdido e a consequente variação de temperatura, assim:

Q
C  mc

A capacidade térmica de um corpo é medida, no SI, em J/K e, no sistema usual, em
cal/oC.

Calor Latente
A matéria é encontrada, normalmente, em três estados físicos diferentes: sólido,
líquido e gasoso. Na figura a seguir, temos o nome de cada mudança de estado que a matéria
sofre.

Figura 119 - Transformações de estado.

199
UNIDADE V | CALORIMETRIA

Calor latente é a quantidade de calor trocada para variar o estado físico de um corpo.
É importante lembrar que enquanto o corpo, feito de uma substância pura, estiver mudando
de estado, sua temperatura não varia.

Essa quantidade de calor latente depende: da massa que está mudando de estado, da
substância da qual é feito o corpo e de qual mudança de estado está ocorrendo.

A dependência com a substância é dada pelo calor específico latente (L) e o valor
desse calor latente depende de qual mudança de estado está ocorrendo, de forma que:

L fusão   Lsolidificação Lvaporização   Lliquefação

Portanto, a quantidade de calor latente é dada pela expressão:

Q  mL

O calor latente para água vale: Lfusão = 80 cal/g; Lvapor = 540 cal/g.

Trocas de Calor

Quando misturamos dois ou mais corpos com temperaturas


diferentes, os corpos mais quentes começam a esfriar e os mais frios
começam a esquentar. Esse processo persiste até que os corpos estejam
à mesma temperatura. Essa temperatura final é a temperatura de equilíbrio
térmico entre os corpos. Como esfriar implica em perder calor e esquentar
implica em receber calor e sendo o calor perdido negativo e o recebido
positivo, podemos escrever que:

Qrecebido  Q perdido  0

200
UNIDADE V | CALORIMETRIA

01. O gráfico representa a variação de temperatura que um corpo


de 50 g sofre em função do calor absorvido. O calor específico da
substância, em cal/(g · °C), é:

a. 0,1 b. 0,2 c. 0,3 d. 0,4 e. 0,5

02. Perito SP-2013 Um projétil, de massa m = 10 g, feito de metal


de calor específico c = 0,10 cal/(g.ºC), atinge um colete à prova de bala com
velocidade v = 600 m/s, parando antes de atravessá-lo. O equivalente
mecânico do calor é admitido com o valor 4,2 J/cal e o colete é tido como
adiabático. A quantidade de calor dissipada integralmente no projétil deve
elevar a temperatura dele, em ºC, de aproximadamente
(A) 360. (B) 430. (C) 480. (D) 300. (E) 390.

03. Perito SP-2014 No interior de São Paulo ocorre uma tragédia


familiar. Um garoto de 26 kg de massa cai em queda livre do 14.º andar de
um prédio, projetando-se no solo de uma altura de 42 m.
No impacto com o solo, toda a energia cinética é convertida em energia
térmica para aquecimento do corpo do garoto em 2 oC. O equivalente
mecânico do calor é de 4,2 J/cal. A capacidade térmica do corpo do garoto,
em cal/oC, deve ser de:

(A) 1,3•103 (B) 6,5•102 (C) 1,3•102 (D) 1,3•104 (E) 6,5•10

4. Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de


elevar a temperatura da água até 70 °C. No entanto, a temperatura ideal da

201
UNIDADE V | CALORIMETRIA

água para um banho é de 30 °C. Por isso,


deve-se misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de
outro reservatório, que se encontra a 25 °C. Qual a razão entre a massa de
água quente e a massa de
água fria na mistura para um banho à temperatura ideal?

a. 0,111 b. 0,125 c. 0,357 d. 0,428 e. 0,833

5. Consideremos um recipiente que contenha 10 gramas de gelo sob


pressão de 1,0 atm e temperatura de – 20 °C. Qual a quantidade de calor
necessária

Gabarito:

1-B 2-B 3-A 4-B 5 - 900 cal

202
UNIDADE V | DILATAÇÃO TÉRMICA

CAPÍTULO III
DILATAÇÃO TÉRMICA
Dilatação térmica é a variação das dimensões de um corpo, devido à variação da
temperatura do corpo. Com o aquecimento, geralmente, o volume aumenta, ou seja, dilata, e
com o resfriamento, o volume diminui, ou seja, contrai.

Dilatação dos Sólidos


A dilatação dos sólidos pode ser dividida em três tipos: a dilatação linear, a superficial
e a volumétrica. A dilatação dos sólidos depende de três fatores: das dimensões iniciais do
corpo, da variação da temperatura e do material do qual é feito o corpo.

a) Dilatação Linear (l)

É a variação do comprimento de uma barra, de um cano, de um fio ou de uma haste.

Figura 120 - Dilatação linear de uma barra sólida.

A variação do comprimento (l) é dada por:

l  lo    
Onde,

𝑙𝑜 : comprimento inicial, medido em metro (m)

α: coeficiente de dilatação linear, que depende do material, medido em oC-1.

∆θ: variação da temperatura, medida em oC.

203
UNIDADE V | DILATAÇÃO TÉRMICA

l  l  lo  l  lo  l

b) Dilatação Superficial (A)

É a variação da área de uma placa, de uma folha, ou de uma chapa. A variação da


área (A) é dada por:

A  Ao    

  2 

Onde,

𝐴𝑜 : área inicial, medida em metro quadrado (m2)

β: coeficiente de dilatação superficial, que depende do material, medido em oC-1.

∆θ: variação da temperatura, medida em oC.

A  A  Ao  A  Ao  A

c) Dilatação Volumétrica V)

É a variação do volume de um objeto. A variação do volume (V) é dada por:

V  Vo    

  3 
Onde,

𝑉𝑜 : comprimento inicial, medido em metro (m)

γ: coeficiente de dilatação volumétrico, que depende do material, medido em oC-1.

∆θ: variação da temperatura, medida em oC.

V  V  Vo  V  Vo  V

204
UNIDADE V | DILATAÇÃO TÉRMICA

A tabela mostra o coeficiente de dilatação linear de alguns materiais:

Tabela 8 - Coeficiente de dilatação linear de alguns sólidos.

Dilatação de Líquidos
Ao estudarmos a dilatação volumétrica dos líquidos, devemos levar em consideração
o recipiente que o contém, pois, ao aquecermos ou resfriarmos o líquido, o recipiente também
será aquecido ou resfriado. Portanto, ocorrerá a dilatação do líquido e também do recipiente.
Ocorre que, de maneira geral, os líquidos dilatam-se mais que os sólidos quando igualmente
aquecidos. O coeficiente de dilatação volumétrica de um líquido é, geralmente, maior que a do
recipiente que o contém:

 liq   rec
Na tabela a seguir, temos alguns coeficientes de dilatação volumétrica. Compare os
valores dos coeficientes dos sólidos com o dos líquidos.

205
UNIDADE V | DILATAÇÃO TÉRMICA

Tabela 9 - Comparação entre coeficientes de dilatação de sólidos e líquidos.

Sólidos C-1) Líquidos C

Alumínio 7,2 Álcool Etílico 75

Latão 6,0 Bissulfeto de Carbono 115

Cobre 5,1 Glicerina 49

Vidro 1,2 – 2,7 Mercúrio 18

Invar 0,27

Quartzo 0,12

Vamos considerar um recipiente ou frasco, de volume Vo, na temperatura inicial o,


completamente cheio de um líquido. Ao aquecermos o conjunto até uma temperatura final ,
o recipiente dilata e seu volume passa a ser V. Como o líquido sofre uma dilatação maior que
a do recipiente, uma parte transborda. Essa parte do líquido que transborda é chamada de
dilatação aparente. Dessa forma, a dilatação real do líquido Vreal) é a soma da dilatação do
recipiente (Vrec) com a dilatação aparente Vap):

Vreal  Vrec  Vap

01. O comprimento de um fio de alumínio que liga dois postes


sucessivos é de 100 m a 0 oC. Qual é o comprimento desse fio a 40 oC.
Dado: coeficiente de dilatação linear do alumínio é 24 · 10–6 oC–1?

02. Uma placa apresenta, inicialmente, uma área de 1,0 m2 a 0 oC.


Ao ser aquecida a 50 oC, sua área aumenta 1,0 cm2. Determine o
coeficiente de dilatação superficial do material que constitui a placa.

206
UNIDADE V | DILATAÇÃO TÉRMICA

03. Um frasco contém, quando repleto, 500 cm3 de mercúrio, à


temperatura de 50 °C. O conjunto é aquecido a 100 °C. Considerando o
coeficiente de dilatação volumétrica do material do frasco igual a 8,0 · 10–5
°C–1 e o do mercúrio igual a 1,8 · 10–4 °C–1 determine, em cm3, a quantidade
de mercúrio que transborda.

04. UFT Para um aumento de temperatura observa-se que a


maioria das substancias dilata-se, isto é, aumenta de volume. Porém, o
mesmo não ocorre com a água em estado líquido, que apresenta
comportamento anômalo entre 0 °C e 4 °C, ou seja, neste intervalo de
temperatura o volume da agua diminui. Por outro lado, quando a agua e
aquecida acima de 4 °C seu volume aumenta à medida que a temperatura
aumenta. O gráfico abaixo ilustra a variação do volume com o aumento da
temperatura para 1g (um grama) de agua.

Considerando o gráfico acima, assinale a alternativa que


apresenta a correta variação da densidade em função da temperatura, para
1 grama de agua.

207
UNIDADE V | DILATAÇÃO TÉRMICA

Gabarito:

1 - 100,96m 2 - 2.10-6 ºC-1 3 - 2,5cm3 4-B

208
UNIDADE V | GÁS IDEAL

CAPÍTULO IV
GÁS IDEAL
Os sólidos possuem volume e forma definidos. Um líquido possui volume definido,
mas não possui forma definida, assumindo a forma do recipiente que o contêm. Os gases não
possuem nem volume nem formato definidos. Essa diferença, entre um sólido, um líquido e
um gás, ocorre devido às forças de ligação entre as partículas que os constituem. Num gás,
essas forças são desprezíveis, e por isso ocupam todo o volume disponível e são facilmente
compressíveis.

Um gás ideal é um modelo que se aproxima do comportamento dos gases reais. Nesse
modelo, as moléculas são consideradas pontos materiais; as colisões, entre as moléculas e
entre elas e as paredes do recipiente, são elásticas e de pequena duração; só existem forças
durante o choque entre as moléculas; as moléculas estão em grande número e com
movimentos aleatórios. O estudo dos gases se faz baseado nesse modelo.

Equação de Clapeyron
O estado de equilíbrio de um gás ideal é dado pela sua temperatura absoluta (T), pela
pressão (p) que exerce nas paredes do recipiente e pelo volume (V) do recipiente que o
contém. Esse estado de equilíbrio é dado pela equação de Clapeyron:

p V  n  R  T
Onde: n é número de mols e R é constante dos gases.

O número de mols é dado pela expressão:

m
n
M
Sendo m a massa do gás e M a massa molar do gás.

A constante dos gases (R) tem um valor que depende das unidades utilizadas. No
Sistema Internacional de Unidades (SI), R = 8,31 J/(mol . K). Nos outros sistemas de unidades,
a constante dos gases pode assumir os valores: 0,082 atm . L/(mol .K) e 62,3 mmHg//(mol .
K).

209
UNIDADE V | GÁS IDEAL

Observe que a temperatura é dada em Kelvin e devemos lembrar que:

T  C  273

Transformação Gasosa

Quando um gás se encontra em equilíbrio num dado estado A e


sofre uma transformação gasosa para outro estado B, sem que seja
alterada a quantidade de gás, podemos demonstrar, a partir da equação de
Clapeyron, a validade da lei geral dos gases:

p A  VA pB  VB

TA TB
A lei geral dos gases se aplica a qualquer transformação gasosa
de estado inicial A para um estado final B, desde que não se altere a
quantidade de gás.

a) Transformação Isotérmica

É a transformação gasosa onde a temperatura é mantida


constante. Nessa transformação, se o volume aumenta a pressão diminui
e se o volume diminui a pressão aumenta, ou seja, pressão e volume são
grandezas inversamente proporcionais. Na transformação isotérmica de um
gás ideal, é válida a relação:

pA VA  pB VB
conhecida como lei de Boyle. que graficamente pode ser
representada pelo gráfico p x V a seguir, onde a curva é uma hipérbole:

210
UNIDADE V | GÁS IDEAL

Figura 121 - Gráfico p x V de uma transformação gasosa isotérmica. Quanto mais


afastado estiver a curva dos eixos, maior será a temperatura da transformação.

b) Transformação Isobárica

É a transformação gasosa em que a pressão é mantida constante.


Nessa transformação, se a temperatura aumenta o volume também
aumenta e se a temperatura diminui o volume também diminui, ou seja,
temperatura e volume são grandezas diretamente proporcionais. Na
transformação isobárica de um gás ideal, é válida a relação:

V A VB

TA TB
conhecida como lei de Charles e Gay-Lussac, que graficamente
pode ser representada pelo gráfico V x T a seguir:

Figura 122 - Gráfico V x T de uma transformação isobárica. Quanto mais inclinada é


a reta, menor a pressão da transformação.

211
UNIDADE V | GÁS IDEAL

c) Transformação Isométrica

É a transformação gasosa em que o volume é mantido constante.


Nessa transformação, se a temperatura aumenta a pressão também
aumenta e se a temperatura diminui a pressão também diminui, ou seja,
temperatura e pressão são grandezas diretamente proporcionais. Na
transformação isométrica de um gás ideal, é válida a relação:

p A pB

TA TB
conhecida como a segunda lei de Charles e Gay-Lussac, que
graficamente pode ser representada pelo gráfico p x T a seguir,

Figura 123 - Gráfico p x T de uma transformação isométrica. Quanto mais inclinado for o gráfico, menor o
volume da transformação.

01. Perito SP 2014 No intuito de observar o comportamento de


certa massa de gás ideal, confinada em um frasco cilíndrico dotado de uma
base móvel, um investigador diminui isotermicamente seu volume. O
gráfico qualitativo da pressão (p) que esse gás exerce sobre as paredes do
recipiente, em função do volume (V) por ele ocupado está melhor
representado em

212
UNIDADE V | GÁS IDEAL

02. Perito PI Uma câmara cilíndrica contém inicialmente 10 litros


de um gás monoatômico ideal, mantido na temperatura 300 K e na pressão
de 15 atm. O gás tem seu volume diminuído para 5 litros e sua temperatura
elevada para 310 K. O valor da pressão final do gás em atmosferas será:

A) 31 atm B) 16 atm C) 10 atm D) 21 atm E) 3 atm

03. UERJ Um mergulhador precisa encher seu tanque de


mergulho, cuja capacidade é de 1,42 · 10–2 m3, a uma pressão de140 atm
e sob temperatura constante. Calcule o volume de ar em m3, necessário
para essa operação, à pressão atmosférica de 1 atm.

04. Perito MT (adaptada) Um engenheiro constatou que uma


determinada massa gasosa ocupa um volume VO a uma temperatura de –
75 oC. Posteriormente, ele observou que a pressão triplicou e a temperatura
se elevou para 123 oC. Ao calcular o volume final V da massa de gás no
processo, o engenheiro constatou que:

A) V = Vo B) V = 2 Vo C) V = 2 Vo/3 D) V = 3 Vo/2 E) V = Vo/3

05. PUC-RJ 0,5 mol de um gás ocupa um volume V de 0,1 m3


quando a uma temperatura de 300 K. Qual é a pressão do gás a 300 K?
Considere R = 8,3 J/ mol K.

a.830 Pa b.1245 Pa c.1830 Pa d.12450 Pa e. 18300 Pa

Gabarito:

1-C 2-E 3 - 2M3 4-E 5-D

213
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

CAPÍTULO V
TERMODINÂMICA
A termodinâmica estuda como um sistema, um corpo ou uma máquina transformam
calor em energia mecânica e vice-versa. Essa transformação pode se dar através da troca de
calor e/ou pela realização de trabalho.

Um motor de automóvel, uma geladeira, as transformações gasosas são alguns


exemplos de sistemas térmicos que são estudados pela termodinâmica.

Quando certa quantidade de gás troca calor (Q) com o meio externo, recebendo ou
perdendo calor, o gás pode variar sua temperatura e/ou pode variar seu volume.

A variação do volume (V) de um gás implica em realização de trabalho (W) pelo gás,
quando este aumenta seu volume, ou o gás sofre um trabalho, quando seu volume diminui.

A variação de temperatura (T) do gás varia a agitação das partículas, ou seja,


aumenta a energia cinética dessas partículas. A energia cinética das partículas constitui o que
chamamos de energia interna (U) do gás. Portanto, a variação de temperatura implica em
variação dessa energia interna do gás (U).

Energia Interna (U)


A energia interna (U) de um corpo qualquer é a soma de todas as energias que um
corpo possui microscopicamente, internamente ao corpo:

U   Einterna
Essa energia interna é formada por: energia cinética de translação das partículas;
energia cinética de rotação das partículas; energia potencial de ligação dessas partículas.

Imaginemos um copo com água, as moléculas de água são as partículas e elas se


movimentam de um lado para outro, elas giram, elas sofrem a ação de forças, devido às outras
moléculas, assim como os átomos que formam cada molécula se ligam entre si e vibram.

214
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

Figura 124 - Energia interna.

Essa energia interna (U) é proporcional à temperatura absoluta do corpo e


diretamente proporcional ao número de mols (n) de partículas que constitui o corpo. Para um
gás ideal monoatômico, demonstra-se que:

3
U n  R T
2
A variação de energia interna (U) depende da variação da temperatura. Para o gás
ideal monoatômico, temos:

3
U  n  R  T
2

Trabalho numa Transformação Gasosa


Numa transformação isobárica, o trabalho pode ser calculado pela expressão:

W  p  V
O trabalho será positivo numa expansão e negativo numa contração gasosa.

Quando a pressão é variável, o trabalho pode ser calculado a partir da área sob o
gráfico p x V.

215
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

Primeira Lei da Termodinâmica


Num sistema termodinâmico, trabalho envolve variação de volume e a variação de
temperatura implica numa variação da energia interna e, então, podemos definir a 1ª lei da
termodinâmica, aplicando o princípio da conservação de energia na transformação isobárica,
da seguinte forma:

Q  W  U
Para aplicarmos a primeira lei da termodinâmica, devemos respeitar uma convenção
de sinais, dada pela tabela abaixo:

Tabela 10 - Sinais da primeira lei da termodinâmica.

Numa transformação isotérmica, como não há variação de temperatura, a variação


de energia interna é nula, portanto o calor trocado é para a realização de trabalho:

Q W

Na transformação isométrica, não há variação de volume, portanto o trabalho é nulo.


O calor trocado é usado para variar a energia interna do gás:

Q  U

216
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

Transformação Adiabática
Uma transformação gasosa é adiabática quando não há troca de calor com o meio
externo, portanto Q = 0. Para que não haja troca de calor, o sistema deve ser fechado ou a
transformação deve ser feita rapidamente, de forma a não haver tempo para que haja troca de
calor com o meio externo.

Pela primeira lei da termodinâmica, podemos escrever a transformação adiabática da


seguinte forma:

0  W  U  W  U
Observando a expressão acima, trabalho e variação de energia interna possuem
sinais contrários, ou seja, se o gás se expande ele esfria; e se o gás sofre compressão, ele
esquenta.

Graficamente, uma transformação adiabática pode ser representada pelo gráfico p x


V, dado pela figura a seguir, que liga duas isotermas.

Figura 125 - Transformação adiabática.

Entropia
A primeira lei não coloca nenhuma restrição acerca do sentido que as várias
transformações de energia podem sofrer. Acontece que existem transformações que só
ocorrem em único sentido.

217
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

Existem transformações que são tão corriqueiras que nem passa pela nossa cabeça
que possam ocorrer no sentido inverso. Por exemplo, algo extremamente comum nos nossos
lares é estourar pipoca. Mas alguém já viu ocorrer o processo ao contrário, a pipoca se
transformando em milho?

Tanto a pipoca se transformando em milho ou uma xícara de café quente esquentar


ao receber calor de nossas mãos são processos que não violam um dos princípios mais
fundamentais da natureza, a conservação da energia. Todo mundo reconhece que “energia
não se cria, não se perde, ela se transforma”, mas existem processos que, mesmo
obedecendo a esse princípio básico, nunca ocorrem. Esses processos, que mesmo
obedecendo ao princípio da conservação de energia, sofrem transformações somente em um
sentido, são chamados de processos irreversíveis.

Então deve ter algum princípio, além da conservação da energia, que define o sentido
de algo acontecer, que define uma seta, dizendo que nesse sentido pode acontecer, e no
sentido contrário não pode acontecer.

A grandeza que define o sentido das transformações espontâneas e, portanto,


irreversíveis, é a entropia. Podemos enunciar o postulado da entropia da seguinte maneira:

“Todos os processos irreversíveis em um sistema fechado são acompanhados por


aumento da entropia.”

Máquina Térmica
Uma máquina térmica é um dispositivo que opera em ciclos, entre uma fonte quente
e uma fonte fria, cujo objetivo é realizar trabalho a partir do calor absorvido da fonte quente.
Ela possui uma substância de trabalho, ou fluido operante, que recebe calor Q1 da fonte
quente, na temperatura T1, realizando trabalho útil W. Essa substância de trabalho, nas
máquinas a vapor, é água; nos motores de automóvel, é a mistura de combustível e ar para
permitir a combustão. Para essa máquina realizar trabalho de forma contínua, ela deve operar
em um ciclo, que se repete continuamente.

O enunciado de Kelvin-Planck para a segunda lei nos diz que:

“É impossível que uma máquina qualquer, que operando em ciclo, receba calor de
uma fonte e execute uma quantidade equivalente de trabalho sem produzir nenhum outro
efeito nas suas vizinhanças.”

218
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

De acordo com esse enunciado, a substância de trabalho recebe ciclicamente uma


certa quantidade de calor Q1 da fonte quente, converte uma parte em trabalho e rejeita,
obrigatoriamente, uma quantidade de calor Q2 para uma fonte fria que se encontra numa
temperatura T2 menor que T1. A figura a seguir é uma representação esquemática de uma
máquina térmica.

Figura 126 - Máquina térmica.

A partir da 1ª lei da termodinâmica, podemos relacionar o calor recebido Q1, o calor


rejeitado Q2 e o trabalho realizado W da seguinte forma:

W  Q1  Q2

Definimos rendimento de uma máquina térmica como a razão entre o trabalho útil
realizado W e a quantidade de calor Q1 absorvido a partir da fonte quente:

W

Q1

Substituindo a relação anterior, temos:

Q1  Q2 Q
   1 2
Q1 Q1

Simplificando, podemos escrever o rendimento de uma máquina térmica como:

219
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

Q2
  1
Q1

Como, pelo enunciado de Kelvin-Planck, sempre haverá uma perda de calor para a
fonte fria, o rendimento será menor que 1, ou seja, inferior a 100%. A quantidade de calor
Q1 pode ser obtida pela combustão de carvão, de combustíveis fósseis ou de combustíveis
renováveis, como o etanol, ou então a partir de reações nucleares, que possuem um custo;
devido a isso busca-se projetar máquinas térmicas que tenham o maior rendimento possível.

Cabe ressaltar que as grandezas trabalho realizado (W), calor absorvido (Q1), calor
rejeitado (Q2), temperatura da fonte quente (T1), temperatura da fonte fria (T2) e rendimento
(η) podem ser associadas a qualquer processo de transformação no qual existe uma fonte de
energia e trabalho realizado.

Máquina de Carnot
É um tipo de máquina térmica ideal que foi idealizada pelo cientista e engenheiro
francês N. L. Sadi Carnot em 1824, antes que a primeira lei da termodinâmica e a própria
entropia fossem descobertas.

Como toda máquina térmica, a de Carnot recebe a cada ciclo uma quantidade de
calor Q1 de uma fonte quente que está a uma temperatura T1 e rejeita uma quantidade de
calor Q2 para uma fonte fria que está a uma temperatura T2 < T1 e realiza um trabalho útil W.
O rendimento de uma máquina de Carnot é menor que 100%, mas qualquer máquina térmica
real terá um rendimento menor que a de Carnot, operando entre as mesmas temperaturas T1
e T2, ou seja, a máquina de Carnot possui o máximo rendimento possível.

220
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

Figura 127 - Rendimento da máquina de Carnot.

Na transformação isotérmica ab, o gás recebe uma quantidade de calor Q1 da fonte


quente e se expande; a seguir, na transformação adiabática bc, o gás se expande e resfria da
temperatura T1 (fonte quente) para a temperatura T2 (fonte fria); na transformação isotérmica
cd, o gás cede uma quantidade de calor Q2 para a fonte fria e sofre uma compressão;
finalmente, na transformação adiabática dc, o gás sofre uma compressão e esquenta até a
temperatura T1 e o ciclo recomeça.

Figura 128 - Representação das transformações durante o ciclo de Carnot.

O rendimento de uma máquina térmica qualquer, já definido anteriormente, é:

221
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

Q2
  1
Q1

Para uma máquina de Carnot, o rendimento torna-se:

T2
 Carnot  1 
T1

Qualquer máquina térmica real operando entre as temperaturas T1 e T2 terá,


obrigatoriamente, um rendimento menor que o da máquina de Carnot:

T2
 real   Carnot  1 
T1

01. Perito RJ A figura representa, num gráfico p × V, cinco


processos quase-estáticos por meio dos quais uma determinada massa de
um gás ideal pode evoluir entre dois estados de equilíbrio termodinâmico A
e B.

O gás precisará receber maior quantidade de calor se evoluir de A


até B através do processo

(A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 4 (E) 5

222
UNIDADE V | TERMODINÂMICA

02. Vunesp (adaptado) Um pistão com êmbolo móvel contém 2


mols de O2 e recebe 581 J de calor. O gás sofre uma expansão isobárica
na qual seu volume aumenta de 1,66 L, a uma pressão constante de 105
N/m2. Considerando que nessas condições o gás se comporta como gás
ideal calcule a variação de energia interna do gás.

03. Sob pressão constante de 20 N/m2, um gás ideal evolui do


estado A para o estado B, cedendo 500 J de calor para o ambiente durante
o processo. Determine o trabalho realizado sobre o gás no processo e a
variação de energia interna sofrida pelo gás.

04. PUC-RS Numa turbina, o vapor de água é admitido a 800 K e


é expulso a 400 K. Se o rendimento real dessa turbina é 80% do seu
rendimento ideal ou limite, fornecendo-se 100 kJ de calor à turbina ela
poderá realizar um trabalho igual a:

a. 80 kJ b. 60 kJ c. 40 kJ d. 20 kJ e. 10 kJ

Gabarito:

1-E 2 - 415J 3 - 200J 4-C

223
UNIDADE VI
ELETROMAGNETISMO
224
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

CAPÍTULO I
ELETRODINÂMICA
Cargas Elétricas
Algumas partículas elementares, como os elétrons e os prótons, possuem cargas
elétricas. A carga elétrica de um corpo é medida em coulomb (C). A carga elétrica do próton é
positiva. A carga elétrica de um elétron é negativa. Próton e elétron possuem cargas de sinais
opostos, mas de mesmo módulo. A carga do próton e do elétron, em módulo, é chamada de
carga elétrica elementar (e), cujo valor é:

e  1,6  10 19 C

A carga elétrica do próton é + 1,6 . 10-19 C e a do elétron é - 1,6 . 10-19 C.

Corrente Elétrica (i)


Uma corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elétricas. Num fio
metálico, por exemplo, de cobre, a corrente elétrica é constituída por movimento de elétrons.
A intensidade de corrente elétrica (i) é definida por:

Q
i
t

Onde Q é a quantidade de carga elétrica que passa por uma secção do fio em um
𝐶
intervalo de tempo . A unidade de corrente elétrica é ampère (A), onde : 1 𝐴 = 1 𝑠 .

Tensão Elétrica
Tensão elétrica ou voltagem está relacionada com a energia fornecida para as cargas
elétricas e é dada pela razão entre a energia (E) fornecida e a quantidade de carga (Q) que
recebeu essa energia, assim:

225
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

E
U
Q
𝐽
Tensão elétrica ou voltagem é medida em volts (V), onde: 1 𝑉 = 1 𝐶.

Quanto maior a voltagem, maior a quantidade de energia que pode ser fornecida.
Existem pilhas de 1,5 V, baterias de 12 V, tomadas de eletricidade de 125 V ou 220 V.

Uma pilha ou bateria possui dois polos, um negativo e um positivo. No polo negativo,
há excesso de elétrons e, no polo positivo, há falta de elétrons. Uma bateria ou pilha é
simbolizada por:

Figura 129 - Símbolo de uma bateria ou pilha ideal.

Resistência Elétrica (R)

Todo material, bom ou mau condutor de eletricidade, possui


resistência elétrica. Resistência elétrica é uma oposição à passagem de
corrente elétrica.

Resistor é o elemento de circuito elétrico que possui resistência


elétrica. O símbolo de um resistor é:

Figura 130 - Símbolo de um resistor.

A resistência elétrica de um chuveiro é um resistor. Um resistor


transforma energia elétrica, exclusivamente, em calor.

226
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Para medirmos a resistência elétrica R de um resistor, podemos


montar o circuito elétrico da figura a seguir. A bateria, de tensão elétrica U,
fornece energia, de forma a se estabelecer uma corrente elétrica de
intensidade i pelo resistor.

Figura 131 - Circuito elétrico simples.

A resistência elétrica R é definida pela razão entre a voltagem U e


a intensidade de corrente elétrica i, assim:

U
R
i .

Essa equação pode ser escrita, para resistores ôhmicos, que


possuem resistência elétrica constante, da seguinte forma, conhecida como
1ª Lei de Ohm:

U  Ri

𝑉
A unidade de resistência elétrica é ohm (), onde 1 Ω = 1 𝐴.

A 2ª lei de Ohm calcula a resistência elétrica de um fio cilíndrico, de comprimento L


e área de secção A, conforme a figura abaixo.

227
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Figura 132 - Segunda Lei de Ohm.

A resistência elétrica de um fio depende do material do fio e essa dependência é dada


pela resistividade elétrica () do material do qual é feito o fio. Essa resistência é dada por:

L
R
A

01. CURSO DE APRENDIZES MARINHEIROS A tabela baixo


apresenta valores de corrente elétrica e as consequências para a saúde
dos seres humanos. Para medir a corrente elétrica a que uma pessoa fica
submetida deve-se dividir a diferença de potencial (ddp) em volts (V) pela
resistência elétrica em Ohms (Ω). Desta forma, assinale a opção que indica
a consequência para uma pessoa que tenha uma resistência elétrica de
2000 Ω e fica submetida a uma tensão de 100 V de uma rede elétrica.

a) Contração muscular.

b) Parada respiratória.

c) Parada cardíaca.

228
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

d) Fibrilação ventricular.

e) Queimaduras graves.

Gabarito:

1-B

Potência Elétrica (P)


Potência relaciona a energia fornecida em função do tempo e é definida como:

E
P
t

𝐽
A unidade de potência é watt (W), onde 1 W = 1 𝑠.

Pode-se demonstrar que a potência elétrica é dada pela expressão:

P  i U

A potência dissipada em forma de calor em um resistor pode ser calculada associando


a equação acima com a 1ª Lei de Ohm, obtendo-se outras duas equações:

U2
P
R P  R i2

229
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

01. Uma lâmpada incandescente de dados nominais 127 V e 100


W encontra-se ligada na tensão de 127 V. Determine:

a) a intensidade da corrente elétrica que se estabelece nesse


circuito, quando acionada.

b) a resistência da lâmpada quando em funcionamento.

02. Perito SP 2013 Dois chuveiros elétricos apresentam as


seguintes especificações:

chuveiro A: 5600 W; 240 V; chuveiro B: 2800 W; 120 V.

Sabendo que seus resistores ôhmicos e cilíndricos são feitos do


mesmo material e têm o mesmo comprimento, a razão entre suas áreas de
secção transversal, SA/SB, vale
(A) 1/2. (B) 1. (C) 4. (D) 2. (E) 1/4.

Gabarito:

1 - a) 0,787A; b) 161Ω 2-A

Associação de Resistores

Os resistores podem ser associados em série ou em paralelo.

a) Associação em série

230
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Numa associação em série, a corrente elétrica é a mesma


por todos os elementos da associação. Na figura acima, temos uma
associação em série de três resistores. Nessa associação:

Figura 133 - Associação em série de três resistores.

i1  i2  i3  i .

Uma associação em série é um divisor de tensão. A tensão elétrica


U da bateria se divide proporcionalmente entre os resistores da associação,
de forma que:

U  U1  U 2  U 3
.

Cada uma dessas tensões é dada por:

U1  R1  i U 2  R2  i
U 3  R3  i

Os resistores de uma associação podem ser substituídos por um


único resistor, o resistor equivalente (RE) à associação. Numa associação
em série, o resistor equivalente é obtido pela soma de todos os resistores
da associação, assim:

RE  R1  R2  R3

231
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Ou seja, quando associamos resistores em série, o resistor


equivalente é maior que qualquer um dos resistores que participam da
associação.

b) Associação em paralelo

Numa associação em paralelo, a tensão elétrica é a mesma em


todos os elementos da associação. Na figura acima, temos uma
associação em paralelo de três resistores. Nessa associação:

Figura 134 - Associação em paralelo de três resistores.

U1  U 2  U 3  U .

Uma associação em paralelo é um divisor de corrente. A corrente


elétrica i da bateria se divide de maneira inversamente proporcional entre
os resistores da associação, de forma que:

i  i1  i2  i3
.

Cada uma dessas correntes é dada por:

U U U
i1  i2  i3 
R1 R2 R3

232
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Os resistores de uma associação podem ser substituídos por um


único resistor, o resistor equivalente (RE) da associação. Numa associação
em paralelo, o inverso do resistor equivalente é obtido pela soma dos
inversos de todos os resistores da associação, assim:

1 1 1 1
  
R E R1 R2 R3

Ou seja, quando associamos resistores em paralelo, o resistor


equivalente é menor que o menor dos resistores que participam da
associação.

Casos particulares:

 2 resistores em paralelo:
R1  R2
RE 
R1  R2

 n resistores idênticos em paralelo:

R
RE 
n

01. Para as associações a seguir, determine a resistência


equivalente entre os extremos A e B:

a)

233
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

b)

c)

02. VUNESP Na associação de resistores esquematizada, todos


os resistores são ôhmicos.

Os valores das resistências estão codificados de acordo com a


tabela:

234
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Considerando as informações, calcule o valor total da resistência


da associação entre A e B, em função da constante R.

03. SP 2014 Duas lâmpadas idênticas, de especificações 15 W –


220 V cada, são ligadas em paralelo a uma rede elétrica alimentada por
uma fonte de tensão de 220 V. A intensidade da
corrente elétrica através de cada lâmpada será, em ampères, mais próxima
de:

(A) 0,05.

(B) 0,07.

(C) 0,03.

(D) 0,10.

(E) 0,14.

04. No circuito da figura abaixo, os fusíveis F1 e F2 têm resistência


elétrica desprezível e suportam correntes de intensidade máxima igual a 5
A.

235
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Assinale a alternativa correta:

A) Apenas o fusível F1 se danifica.

B) Apenas o fusível F2 se danifica.

C) Os dois fusíveis se danificam.

D) Nenhum dos fusíveis se danifica.

E) Não se dispõem de dados suficientes para verificar o


funcionamento dos fusíveis.

05. Quando um fio ideal é ligado aos dois terminais de um resistor,


ele se constitui num curto-circuito. A corrente elétrica passa toda pelo
“curto”, desviando-se do resistor:

No circuito abaixo, há três resistores, sendo que um deles está em


curto-circuito. Determine a resistência equivalente e esquematize o
caminho da corrente elétrica.

236
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

06. A figura ilustra um estudo sobre uma instalação elétrica, onde


uma extensão, com capacidade de suportar até 20 A, está conectada a uma
rede elétrica de 120 V. Nesta extensão estão conectados um aparelho com

e um benjamim (também conhecido por “T”). O benjamim possui


capacidade de suportar intensidade de corrente elétrica até 07. A. No
benjamim estão ligados um equipamento com r
um outro aparelho com potência elétrica de 1200 W. É correto afirmar:

a) A extensão não poderá suportar todos os equipamentos ligados


simultaneamente.
b) A extensão está dimensionada para suportar adequadamente todos os
equipamentos da instalação.
c) A extensão tem condições de suportar a instalação de todos os
equipamentos, mas o benjamim não suporta a intensidade de corrente
elétrica dos aparelhos nele instalados.
d) A extensão somente poderá ser utilizada se o equipamento com 60 W
de potência for desligado.
e) As alternativas “a” e “d” estão corretas.

07. A intensidade de corrente elétrica que atravessa o gerador


ideal do circuito abaixo, quando a chave C estiver fechada, é de:

237
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

A) 6A

B) 3A

C) 7A

D) 4A

E) 2A

08. Dispõem-se de 8 resistores idênticos, todos de mesma


resistência R, e de uma fonte de tensão capaz de manter entre seus
terminais uma diferença de potencial constante sob
quaisquer condições. Quando os resistores são ligados em série com a
fonte de tensão, a potência total consumida por eles é P. Quando os
resistores são ligados em paralelo com a
fonte de tensão, a potência total consumida por eles é P’. A razão P’/P é
igual a:

(A) ½

(B) 2

(C) 4

(D) 16

(E) 64

09. VUNESP 2016 Noel enfeitou sua casa no período do Natal


utilizando 80 lâmpadas idênticas de especificação 3,0 W e 6,0 V. Montou
quatro conjuntos de 20 lâmpadas ligadas em série, associou esses quatro

238
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

conjuntos em paralelo e o circuito constituído foi ligado a uma diferença de


potencial de 120 V. Nessa situação, a intensidade da corrente total que se
estabeleceu no circuito foi, em ampères, igual a:

a) 0,5.

b) 4,0.

c) 10.

d) 2,0.

e) 40.

Gabarito:

1 - a) 17Ω; b) 4Ω; c) 2Ω 2-R 3-B 4-B 5 - 2Ω

6-C 7-A 8-E 9-D

Energia Elétrica
A partir da expressão da potência, podemos calcular a energia consumida durante
certo tempo.

E
P  E  P  t
t

No sistema internacional, a unidade de energia é o joule (J), mas no sistema usual,


usado na cobrança de energia elétrica, é usado o kWh (quilowatt-hora). Para calcularmos a
energia consumida em kWh, devemos colocar a potência em kW (1 kW = 1000 W) e o tempo
em horas.

239
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

Amperímetro
É um aparelho utilizado para se medir a intensidade de corrente elétrica. Para não
interferir na medida, ele deve ter resistência interna nula e deve ser conectado em série no
circuito.

Voltímetro
É um aparelho utilizado para se medir tensão elétrica. Para não interferir na medida,
ele deve ter resistência interna infinita e deve ser conectado em paralelo com o elemento onde
se deseja medir a voltagem.

01. Quando um fio ideal é ligado aos dois terminais de um resistor,


ele se constitui num curto-circuito. A corrente elétrica passa toda pelo
“curto”, desviando-se do resistor:

No circuito abaixo, há três resistores, sendo que um deles está em


curto-circuito. Determine a resistência equivalente e esquematize o
caminho da corrente elétrica.

02. UNICAMP-SP No circuito da figura, A é um amperímetro de


resistência nula, V é um voltímetro de resistência infinita.

240
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

a) Qual a intensidade da corrente medida pelo amperímetro?

b) Qual a tensão elétrica medida pelo voltímetro?

03. IFMT-MT São dados três resistores, com resistências de 10Ω,


20Ω e 30Ω, respectivamente, ligados em paralelo e sujeitos a uma ddp de
12V, aplicada aos extremos da associação.

A intensidade de corrente elétrica total da associação é:

a) 22A b) 20A c) 55A d) 2,2A e) 10A

04. PUC-CAMP Há alguns anos a iluminação residencial era


predominantemente feita por meio de lâmpadas incandescentes.
Atualmente, dando-se atenção à política de preservação de bens naturais,
estas lâmpadas estão sendo trocadas por outros tipos de lâmpadas muito
mais econômicas, como as fluorescentes compactas e de LED. Numa
residência usavam-se 10 lâmpadas incandescentes de 100W que ficavam
ligadas em média 5 horas por dia. Estas lâmpadas foram substituídas por
10 lâmpadas fluorescentes compactas que consomem 20 W cada uma e
também ficam ligadas em média 5 horas por dia. Adotando o valor R$ 0,40

241
UNIDADE VI | ELETRODINÂMICA

para o preço do quilowatt-hora, a economia que esta troca proporciona em


um mês de trinta dias é de:

a) R$ 18,00. b) R$ 48,00. c) R$ 60,00. d) R$ 120,00. e) R$ 248,00.

05. USCS-VUNESP Agenor acabou de instalar uma torneira


elétrica na pia de sua cozinha. A instalação foi feita em um circuito em que
estavam instalados somente seu freezer e sua geladeira, conforme
representado pela figura.

Quando Agenor ligou a torneira, o freezer e a geladeira estavam


em funcionamento e, instantaneamente, o disjuntor que protegia o circuito
se desarmou, desligando os aparelhos. Para que os três aparelhos possam
ser ligados simultaneamente, Agenor deverá trocar o disjuntor de proteção
do circuito. Das opções disponíveis, a que indica a menor amperagem
possível para o novo disjuntor a ser instalado para proteger esse circuito é

a) 15A. b) 20A. c) 26A. d) 30A. e) 32A.

Gabarito:
1 - 2W 2 - a) 12A; b) 100V 3-D 4-B 5-D

242
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

CAPÍTULO II
ELETROSTÁTICA
Os primeiros relatos sobre a eletrização remontam à Grécia antiga. Tales de Mileto
(600 a.C.) relata que uma resina chamada âmbar, quando atritada, ganhava a propriedade de
atrair pequenos objetos.

Eletrização
Os objetos, normalmente, possuem a mesma quantidade de elétrons e prótons, ou
seja, eles são neutros. Mas facilmente conseguimos alterar a quantidade de elétrons de um
corpo. Se a quantidade de elétrons ficar maior que a quantidade de prótons, o corpo ficará
carregado negativamente. Ao contrário, se a quantidade de elétrons ficar menor que a
quantidade de prótons, o corpo ficará carregado positivamente. Corpos carregados podem
atrair ou repelir outros corpos.

A maneira mais simples de eletrizar um corpo é por atrito. Quando atritamos dois
objetos neutros feitos de materiais diferentes, um ganha elétrons, ficando negativo, e o outro
perde elétrons, ficando positivo. Por exemplo: se atritarmos um bastão de vidro com pedaço
de pano de seda, o vidro perde elétrons, ficando carregado negativamente, e a seda ganha
elétrons, ficando carregada negativamente.

Uma série triboelétrica é uma sequência de substâncias diferentes. Essa sequência


tem uma ordem, de maneira que ao pegarmos dois corpos, aquele, cuja substância aparecer
em primeiro na lista, fica positivo e o outro, consequentemente, fica negativo. Na figura a
seguir, temos uma série triboelétrica e nela percebemos que o vidro aparece antes da seda,
por isso ao atritarmos vidro com seda, o vidro fica positivo e a seda fica negativa.

Figura 135 - Série triboelétrica.

243
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

De acordo com essa série, se atritarmos a seda com pedaço de cobre, agora a seda
ficará positiva e o cobre ficará negativo.

Quantidade de Carga (Q)


Na eletrostática, um corpo pode ganhar ou perder uma certa quantidade de elétrons,
portanto a quantidade de carga elétrica que esse corpo adquire depende do número (n) de
elétrons que ele ganhou ou perdeu. Esse número é a diferença entre o número de prótons e o
número de elétrons que o corpo possui, o que representa a quantidade de elétrons em excesso
ou em falta no corpo. Podemos calcular esse número n pela expressão:

n  n prótons  nelétrons

Portanto, a quantidade de carga elétrica (Q) de um corpo é o produto desse número


n pelo módulo carga de cada elétron, e = 1,6 . 10-19 C, que é a carga elétrica elementar, dada
pela expressão:

Q  ne

Essa quantidade de carga será positiva, se o número de elétrons for menor que a
quantidade de prótons; e será negativa, se o número de elétrons for maior que a quantidade
de prótons.

Lei de Coulomb
Corpos com cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e corpos de cargas elétricas
de sinais opostos se atraem. Essa repulsão ou atração é devido à força elétrica exercida por
um corpo sobre outro.

244
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

Figura 136 - Lei de Coulomb.

Para corpos puntiformes, essa força F, de atração ou repulsão, é dada pela lei de
Coulomb, que é dada pela expressão:

Qq
F k
d2

Nessa expressão, k é a constante eletrostática do meio que envolve as cargas, cujo


valor no vácuo é 9 . 109 N . m/C2; Q é quantidade de carga de um corpo e q é quantidade de
carga do outro corpo; d é a distância entre as cargas puntiformes.

Figura 137 - Cargas puntiformes.

1. Duas partículas, A e B, estão fixas numa mesa de laboratório, a


uma distância de 2,0 cm uma da outra. O meio é o ar, para o qual a
constante eletrostática é K = 9,0 x 109 N.m2/C2.

245
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

Suas cargas elétricas são, respectivamente: 4,0 . 10–4 C e 8,0 . 10–


9
C. Determine a intensidade da força elétrica entre as duas partículas.

Gabarito:

1 - 72N

Campo Elétrico (E)


Uma carga elétrica Q gera em torno dela um campo elétrico. Podemos provar a
existência desse campo elétrico, colocando, próxima dessa carga geradora Q, uma carga de
prova positiva q. Essa carga de prova fica, então, sujeita a uma força de atração ou de
repulsão, demonstrando a existência desse campo elétrico.

A intensidade do campo elétrico (E) é definida pela razão entre a força elétrica F e o
valor da quantidade de carga elétrica da carga de prova q. Essa intensidade é dada pela
expressão:

F
E
q

A unidade de campo elétrico, no SI, é N/C.

Como força é uma grandeza vetorial e q é uma quantidade positiva, o campo elétrico
é um vetor que possui o mesmo sentido que o vetor força.

Uma carga positiva Q gera um campo de afastamento, enquanto uma carga negativa
gera um campo de aproximação.

246
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

Figura 138 - Campo elétrico de afastamento de uma carga puntiforme positiva e campo elétrico de
aproximação de carga uma puntiforme negativa.

Substituindo a lei de Coulomb na definição do campo elétrico, temos uma equação


que calcula o campo elétrico gerado por uma carga puntiforme Q, que é a expressão:

Q
E k
d2

Campo Elétrico Uniforme (CEU)


Um campo elétrico é uniforme quando o vetor campo elétrico for constante em todos
os pontos do espaço. Para obtermos um campo elétrico uniforme, podemos aproximas duas
placas metálicas planas e carregadas com cargas de sinais opostos. Entre essas placas
haverá um campo elétrico uniforme.

01. Perito MT Uma partícula, cuja massa é M e a carga elétrica é


Q, encontra-se numa região onde há um campo elétrico vertical. Se a
aceleração da gravidade local é g, pode-se dizer que o campo elétrico
necessário para que a partícula permaneça em equilíbrio é:

247
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

A) M g

B) Q M g

C) Q g/M

D) M g/Q

E) M Q2/g

02. Perito PE A figura mostra um dipolo elétrico que consiste em


duas cargas de sinais contrários e mesmo módulo Q = 5,0 x 10-9 C
separadas por uma distância d = 10 cm. O módulo do campo elétrico
resultante no ponto P, equidistante das cargas é:

A) 1,2 x 102 N/C

B) 2,4 x 102 N/C

C) 3,6 x 102 N/C

D) 4,8 x 102 N/C

E) 7,2 x 102 N/C

Gabarito:

1-D 2-E

248
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

Potencial Elétrico (V)


O potencial elétrico de um ponto está relacionado à quantidade de energia (E) que
pode ser fornecida a uma carga elétrica (q) colocada nesse ponto. A expressão que define o
potencial elétrico de um ponto P é:

E
V 
q
O potencial elétrico é dado em volt (V), a mesma unidade de tensão elétrica, pois
tensão elétrica nada mais é que uma diferença de potencial elétrico (ddp) entre dois pontos.

Se as cargas forem puntiformes, a energia potencial elétrica entre elas é dada pela
expressão:

Qq
Ek
d
Nesse caso, o potencial gerado pela carga Q, num ponto P situado a uma distância
d, é:

Q
V k
d

01. FEI No vácuo, qual é o potencial elétrico gerado por uma carga
puntiforme Q = 50C a 5,0 m de distância da carga? Dado: constante
eletrostática do vácuo = 9,0 . 109 N m2/C2

a) 9,0 . 104 V b) 4,5 . 105 V c) 1,1 . 106 V


d) 3,0 . 105 V e) 4,5 . 106 V

02. Na figura abaixo, temos uma carga elétrica positiva Q = 6,0nC


e dois pontos, A e B, fixos num eixo x. O meio é o vácuo e as distâncias
são demarcadas na própria figura.

249
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

Determine

a) o potencial elétrico no ponto A;

b) o potencial elétrico no ponto B;

c) a diferença de potencial entre os pontos A e B.

Gabarito:

1-A 2 - a)27.000V; b) 9.000V; c) 18.000V

Capacitor

Um capacitor é um elemento de circuito elétrico que armazena carga


elétrica. Armazenando carga elétrica, um capacitor armazena energia
potencial elétrica. O capacitor mais simples é formado por duas placas
planas metálicas. O símbolo de um capacitor está representado na figura
abaixo.

Figura 139 - Símbolo de um capacitor.

Capacidade eletrostática ou capacitância (C) é a capacidade que o


capacitor possui de armazenar carga elétrica. Para um capacitor armazenar
carga elétrica, devemos ligá-lo a uma bateria, que possui tensão elétrica U.
Através dessa tensão elétrica, a bateria fornece carga elétrica para o
capacitor. A capacidade ou capacitância desse capacitor é a razão entre a

250
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

carga armazenada (Q) e a tensão elétrica (U) que forneceu energia às


cargas para o capacitor. A capacidade é dada pela expressão:

Q
C
U
A partir dessa equação, a carga armazenada pelo capacitor é:

Q  C U
A unidade de capacidade eletrostática ou capacitância é C/V. Essa
unidade foi chamada de farad (F) (F), portanto:

C
1F  1
V
Sendo:

E
U
q
Podemos calcular a energia armazenada no capacitor construindo o
gráfico Q x U, da equação que calcula a carga armazenada pelo capacitor.

Figura 140 - Gráfico U x Q de um capacitor sendo carregado.

Nesse gráfico, a energia potencial elétrica (Ep) armazenada é dada


pela área sob a curva, que é área de um triângulo. Portanto, a energia
armazenada será dada pela expressão:

251
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

Q U
E
2

01. Perito DF Certo capacitor possui carga elétrica de 20 C


quando o potencial entre suas placas é U. se a carga do capacitor é
aumentada para 25 C, o potencial entra as placas aumenta em 5 V. A
capacitância do capacitor é:

a) 0,5 F b) 1,0 F c) 1,5 F d) 2,0 F e) 2,5 F

02. PUC-PR Fibrilação ventricular é um processo de contração


desordenada do coração que leva à falta de circulação sanguínea no corpo,
chamada parada cardiorrespiratória. O desfibrilador cardíaco é um
equipamento que aplica um pulso de corrente elétrica através do coração
para restabelecer o ritmo cardíaco. O equipamento é basicamente um
circuito de carga e descarga de um capacitor (ou banco de capacitores).
Dependendo das características da emergência, o médico controla a
energia elétrica armazenada no capacitor dentro de uma faixa de 5 a 360
J. Suponha que o gráfico dado mostra a curva de carga de um capacitor de
um desfibrilador. O equipamento é ajustado para carregar o capacitor
através de uma diferença de potencial de 4kV. Qual o nível de energia
acumulada no capacitor que o médico ajustou?

252
UNIDADE VI | ELETROSTÁTICA

Gabarito:

1-B 2 - 200J

253
UNIDADE VI | MAGNETISMO

CAPÍTULO III
MAGNETISMO
Segundo Tales de Mileto, filósofo, matemático, engenheiro e astrônomo da Grécia
Antiga, os habitantes da Magnésia, uma região da Grécia, já observavam as interações entre
uma rocha e o ferro, mas, durante muito tempo, o magnetismo ficou esquecido e pouco
estudado. O que tornou o magnetismo importante foi o uso das bússolas nas grandes
navegações europeias, a partir do século XV.

Imãs
Um ímã natural é um mineral com propriedades magnéticas, como a magnetita, que
é um óxido de ferro. Ele possui dois polos, chamados de norte e sul. Polos de mesmo nome
se repelem e polos de nomes iguais se atraem.

Figura 141 - Polos dos imãs.

Esses polos são inseparáveis, por mais que se quebre um ímã, em cada parte sempre
haverá dois polos magnéticos.

Campo Magnético Terrestre


A Terra comporta-se como um enorme ímã em forma de barra. O polo norte
magnético desse ímã se encontra próximo do polo geográfico sul, enquanto o sul magnético
se encontra próximo do norte geográfico.

254
UNIDADE VI | MAGNETISMO

Figura 142 - Campo magnético terrestre.

Bússola
Uma bússola é constituída por um pequeno ímã em forma de agulha, que pode girar
em torno do seu centro. O polo norte dessa agulha é atraído pelo polo magnético sul da Terra,
que se encontra no norte geográfico, ou seja, o norte da agulha indica o norte da Terra. Ao
contrário, o sul da agulha indica o sul da Terra. É essa propriedade que ajudou nas grandes
navegações.

Figura 143 - Bússola.

Experiência de Oersted
Estudando corrente elétrica, Hans Christian Oersted (1777-1851) percebeu, por
acaso, que a passagem de uma corrente elétrica por fio alterava a indicação de uma bússola

255
UNIDADE VI | MAGNETISMO

colocada em sua proximidade. Oersted conclui, de maneira correta, que a corrente elétrica
pelo fio gerava um campo magnético, da mesma forma que um ímã ou a Terra. Essa conclusão
permitiu a construção dos eletroímãs e resultou no que hoje chamamos de eletromagnetismo.

Figura 144 - Na figura 1), a bússola encontra-se orientada pelo campo magnético da Terra. Na figura 2), o
campo gerado pelo fio percorrido por uma corrente elétrica altera a orientação da bússola.

Campo Magnético (B)


A Terra, os ímãs e os eletroímãs geram à sua volta um campo magnético. Esse campo
magnético é medido, no SI, em tesla (T).

Um longo fio retilíneo, quando percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i,
gera ao seu redor um campo magnético de intensidade B, que depende da distância d ao fio
e do meio que o envolve. Esse campo é calculado pela expressão:

 i
B
2  d

A constante  é chamada de permeabilidade magnética do meio e seu valor depende


do meio que envolve o fio. No vácuo, o seu valor é:

o  4 10 7 T  m / A

256
UNIDADE VI | MAGNETISMO

Esse campo magnético é tangente a uma circunferência concêntrica ao fio e o seu


sentido é dado pela regra da mão direita, em que o polegar indica o sentido da corrente e as
pontas dos dedos que envolvem o fio indicam o sentido do campo magnético.

Figura 145 - Representação do campo magnético b, gerado por uma corrente elétrica.

Se mudarmos a configuração geométrica do fio percorrido por uma corrente, muda


também a expressão que calcula a intensidade do campo magnético.

Para uma espira circular, de raio R, percorrida por uma corrente elétrica, o campo
magnético em seu centro C é dado pela expressão:

 i
BC 
2 R

O sentido desse campo magnético também é dado pela regra da mão direita. Esse
campo magnético envolve todo o fio. Para representar o campo magnético saindo de um plano,
usamos um pontinho e entrando usamos um X.

Figura 146 - Espira circular percorrida por uma corrente elétrica no sentido anti-horário. Essa corrente
gera um campo magnético que sai da parte interna e entra na parte externa da espira.

257
UNIDADE VI | MAGNETISMO

01. CESUPA-PA Quando um condutor retilíneo é percorrido por


certa corrente elétrica, a intensidade do campo magnético a 10 cm deste
vale 1,0 . 10–4 T. Logo, a intensidade de corrente que flui pelo condutor vale:

a) 10A b) 20A c) 30A d) 40A e) 50ª

02. Uma espira circular de raio 20 cm é percorrida por uma corrente


elétrica de intensidade 10 A. Determine a intensidade do vetor campo
magnético no centro dessa espira, sabendo que ela se encontra no vácuo.

Gabarito:

1-E 2 - 3,14.10-5 T

Força Magnética
Um campo elétrico exerce uma força sobre uma carga elétrica. Será que um campo
magnético também exerce uma força sobre uma carga elétrica? A resposta é sim, exerce.
Essa força magnética sobre cargas é chamada de força de Lorentz.

A força de Lorentz só atua sobre cargas elétricas em movimento e depende do ângulo


 entre a velocidade da carga e o vetor campo magnético. Ela é dada pela expressão:

Fmag  q  v  B  sen
O sentido dessa força é dado pela regra da mão esquerda, em que o polegar indica
o sentido da força, o indicador é o sentido do campo magnético e o maior de todos é o sentido
da velocidade.

Num campo magnético uniforme, essa força magnética é centrípeta e a carga elétrica
adquire um movimento circular uniforme. Igualando a força de Lorentz com a expressão que
calcula a força centrípeta, calculamos o raio dessa trajetória circular:

258
UNIDADE VI | MAGNETISMO

m  v2 mv
q  v  B  sen  R
R qB

01. Quando uma partícula de massa m e carga elétrica q é lançada


num campo magnético uniforme, de intensidade B, este campo aplica nela
uma força magnética. Considere os três casos de lançamento das figuras
1,2 e 3.

Sendo F1, F2 e F3 as forças magnéticas que agem nas respectivas


partículas, determine suas intensidades em função de q, B e v.

02. UEG-2016 Uma partícula de 9,0 . 10–30 kg carregada com carga


elétrica de 1,0 . 10–16 C penetra perpendicularmente em um campo
magnético uniforme de 1,0 . 10–6 T, quando sua velocidade está em 1,0 .
106 m/s. Ao entrar no campo magnético, a carga passa a descrever um
círculo. Calcule o raio desse círculo, em metros.

Gabarito:

1 - a) qvB; 0; 0,7qvB 2 - 9cm

259
UNIDADE VI | MAGNETISMO

Introdução Eletromagnética
Na experiência de Oersted, uma corrente elétrica gera campo magnético. Por
simetria, um campo magnético gera corrente elétrica? A resposta é sim, um campo magnético
gera corrente elétrica e isso é a base de funcionamento dos geradores elétricos de uma usina
hidroelétrica. Mas em que condições isso ocorre?

A corrente elétrica surge da variação do fluxo magnético através de uma região


limitada, por exemplo, por uma espira circular.

Fluxo Magnético ()


Linhas de campo magnético é uma representação geométrica do campo magnético.
Essas linhas nascem no polo norte e vão para o polo sul, mas como são linhas fechadas, sem
começo e fim, internamente elas vão do polo sul para o norte. Na figura abaixo, temos
representadas as linhas de campo magnético de um ímã em forma de barra, que se assemelha
ao campo magnético terrestre.

Figura 147 - Fluxo magnético.

Fluxo magnético é uma grandeza que mede a quantidade de linhas de campo


magnético que atravessa uma certa superfície. Essa grandeza depende da intensidade do

260
UNIDADE VI | MAGNETISMO

campo magnético, da área da superfície e do cosseno do ângulo entre a reta normal à


superfície e o campo magnético.

Figura 148 - Fluxo magnético através de uma espira circular.

Esse fluxo magnético é calculado pela expressão:

  B  A  cos

O fluxo é máximo para  = 0o, pois cos 0o = 1. O fluxo é mínimo para  = 90o, pois cos
90o = 0. A unidade de fluxo magnético, no SI, é weber (Wb).

Lei de Faraday

A lei de Faraday calcula a força eletromotriz () induzida devido à variação do fluxo

magnético. Ela é dada pela expressão:


 
t

O sinal de menos é devido à lei de Lenz, pois a força eletromotriz surge de maneira a
gerar um campo magnético induzido que vai contrário ao campo que induziu o seu surgimento.

261
UNIDADE VI | MAGNETISMO

01. FUVEST Aproxima-se um ímã de um anel metálico fixo em um


suporte isolante, como mostra a figura.

O movimento do ima, em direção ao anel,

a) não causa efeitos no anel.

b) produz corrente alternada no anel.

c) faz com que o polo sul do ima vire polo norte e vice-versa.

d) produz corrente elétrica no anel, causando uma forca de atração


entre anel e ímã.

e) produz corrente elétrica no anel, causando uma forca de


repulsão entre anel e ímã.

02. As linhas de campo magnético cortam perpendicularmente o


plano de uma espira quadrada de lado 10 cm. O campo magnético da
região onde se encontra a espira vale 58 · 10–2 T. Determine o fluxo
magnético no interior dessa espira.

03. UPE Uma bobina, formada por cinco espiras que possuem um
raio igual a 3,0 cm, é atravessada por um campo magnético perpendicular
ao plano da bobina. Se o campo magnético tem seu módulo variado de 1,0
T até 3,5 T em 9,0 ms, determine a intensidade da força eletromotriz
induzida. Adote π = 3.

a. 25 mV b. 75 mV c. 0,25 V d. 1,25 V e. 3,75 V

262
UNIDADE VI | MAGNETISMO

04. Cefet-MG A figura abaixo representa o esquema de um


transformador utilizado para aumentar ou diminuir a tensão elétrica
fornecida a um circuito.

Sobre o funcionamento desse transformador, se , então, . A opção


que completa corretamente as lacunas é:

a. U1 = U2 , i1 < i2

b. U1 > U2 , i1 > i2

c. U1 > U2 , N1 > N2

d. U1 = U2 , N1 < N2

05. Um transformador é utilizado para baixar a tensão elétrica da


rede de 220 V para 110 V. Sabendo que o número de espiras do primário
é 1000, qual deve ser o número de espiras do secundário?

Gabarito:

1-E 2 - 58Wb 3-E 4-C 5 - 500 espiras

263
Referências Bibliográficas
Física para cientistas e engenheiros 1 - tipler, paul a. / mosca, gene; Editora LTC

Fundamentos de Física 3 - Haliiday, David/ Resnick, Robert/ Walker, Jearl; Editora


LTC

Física 4 - Sears, Francis/ Zemansky, Mark A./Young, Hugh D; Editora LTC

Curso de Física Básica 2 - Nussenzveig, H. Moysés; Editora Edgard Blücher

Fundamentos de Física 2 - Haliiday, David/ Resnick, Robert/ Walker, Jearl; Editora


LTC

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