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ENSAIOS MECANICOS

Profa. Dra. Nazir Monteiro dos Santos

AULA 6
ENSAIO DE
FADIGA
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ENSAIO DE FADIGA

❖ O ensaio de fadiga consiste em aplicar cargas cíclicas em um componente ou


corpo de prova padronizado, para se determinar a vida em fadiga.
❖ O ensaio de fadiga é muito utilizado nas industrias automobilísticas e aeronáuticas.
❖ O ensaio mais utilizado é o Ensaio de Flexão Rotativa.
❖ O ensaio é capaz de fornecer dados quantitativos característico do material (CP),
por longo período de tempo sem se romper.

❑ Os principais resultados do ensaio de fadiga são:


➢ Limite de resistência à fadiga (LRF)
➢ Resistência à fadiga (máx)
➢ Vida em fadiga (N)

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MÁQUINA DE ENSAIO DE FADIGA


❖ A máquina de ensaio de fadiga por flexão rotativa foi desenvolvida por meio da
seleção do motor, rolamento, eixo de rotação, sistema de aplicação de carga e os
componentes estruturais.
Máquina de flexão rotativa para ensaio de fadiga

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ENSAIO DE FADIGA
Informações adicionais: O ensaio de fadiga pode ser realizado de acordo com a
solicitação que se deseja avaliar: tração-compressão, flexão, tração-tração e torção.

➢ O resultado de fadiga é
apresentado na forma de uma
curva que relaciona a tensão
() pelo número de ciclos (N),
ou também conhecida como
curva -N ou S-N.

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CURVA -N
❖ A curva -N permite definir o limite de fadiga ou a resistência à fadiga do material
ou componente e a vida em fadiga dos materiais.

MATERIAIS FERROSOS
MÁX ~ 500 Mpa
LRF = 300 Mpa
Nf = 107 ciclos

MATERIAIS NÃO FERROSOS


MÁX ~ 400 Mpa
LRF = 150 Mpa
Nf = 107 ciclos

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NORMAS PARA ENSAIO DE FADIGA

Principais Normas utilizadas para os ensaios de fadiga


➢ ASTM - para materiais metálicos
➢ E466 : Ensaios axiais sob controle de força.
➢ E606 : Ensaios controlados pela deformação (flexão rotativa).
➢ E739 : Análise estatística de dados de fadiga.
➢ E647 : Medida da taxa de propagação da trinca.
➢ E1049 : Contagem de ciclos em fadiga.
➢ E2789 : Ensaio de fadiga por desgaste (2010).

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MÁQUINAS PARA ENSAIOS DE FADIGA

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MÁQUINAS PARA ENSAIOS DE FADIGA

Máquinas Convencionais

➢ Ação direta (uniaxial)


➢ Flexão rotativa
➢ Flexão alternada
➢ Tensões combinadas
(multiaxiais)

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ENSAIO DE FADIGA DE ALTO CICLO - CURVA /N


Características
➢ Tensões governam a falha quando a deformação plástica devida ao carregamento
cíclico é pequena.
➢ Ensaios usualmente empregam carregamento totalmente reverso
➢ Relaciona-se um parâmetro da tensão com a vida em fadiga
➢ Na representação gráfica usa-se escala log-linear ou log-log.

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ENSAIO DE FADIGA DE ALTO CICLO - CURVA /N


❖ Quantidades limitadas de tempo e amostras
❖ Os dados de fadiga exibem grande dispersão
❖ A quantidade recomendada de ensaios depende do propósito da curva S/N :

➢ 6 a12 : ensaios preliminares e de pesquisa


➢ 12 a 24 : dados para projeto
➢ 17 a 33 : ensaios exploratórios
➢ 33 a 50 : pesquisa e desenvolvimento
➢ 50 a 75 : dados para projeto
➢ 75 a 88 : análises de confiabilidade

Percentual de Replicância:

EXEMPLO: Ensaio com tamanho de amostra pequeno 10


(Japan Society of Mechanical Engineers)
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MODELOS MATEMÁTICOS MAIS USADOS - CURVA /N

➢ ASTM E739: modelos lineares da forma Y = A + BX

➢ Nos modelos mais empregados, adota-se:

❖ Escolha correta dos parâmetros


➢ Tensão de fadiga: variável independente
➢ Vida em fadiga: variável dependente
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MODELOS MATEMÁTICOS MAIS USADOS - CURVA /N


➢ Método dos Mínimos Quadrados (exemplo: Origin®)
➢ Método da Máxima Verossimilhança (exemplo: Minitab®)
➢ Vantagem: permite o tratamento dos “run outs” (resultado refugado)

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CURVA /N DE PROJETO NA REGIÃO DE VIDA FINITA DE FADIGA


EXEMPLO
➢ Resultados de ensaios de fadiga por flexão rotativa em aço microligado – aço
inoxidável AISI 304 - (trabalho de graduação: C.P. Carvalho, Eng. Materiais EEL-
USP).

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA Á FADIGA - CURVAS -N


❑ TENSÃO MÉDIA
❖ A avaliação do efeito da assimetria do ciclo pode ser feita considerando-se:
➢ Diferentes valores da tensão média.
➢ Diferentes valores de razão de tensão (R).

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FATORES QUE AFETAM AS CURVAS -N


❑ FATORES DE PROJETO

❖ Qualquer marca ou descontinuidade


geométrica – pode agir como
concentrador de tensão e como um
ponto potencial de inicio de trinca de
fadiga.
❖ Entalhes, furos transversais, rasgos
de chaveta, superfícies mal-
acabadas, etc

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FATORES QUE AFETAM AS CURVAS -N

❑ MEIO AGRESSIVO
➢ FADIGA À CORROSÃO

❖ A fadiga à corrosão é a ruptura que


ocorre pela ação simultânea de
tensões mecânicas cíclicas e ataque
químico.
❖ Ambiente corrosivo diminui a
resistência à fadiga.
❖ Pites de corrosão atuam com
concentrador de tensões – sendo
locais de alto potencial de nucleação
de trincas.
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FATORES QUE AFETAM AS CURVAS / N


❑ TEMPERATURA
➢ FADIGA TÉRMICA
❖ A fadiga térmica é induzida por temperaturas elevadas pela flutuação da tensões
térmicas.
❖ A magnitude da tensão resultante de uma mudança de temperatura de T0 para T
é dada por:

 = Eα (T0 – T) = E α T
 - tensão resultante (Pa)
E – módulo de elasticidade (Pa)
α – Coeficiente de expansão linear térmica (K-1)
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FATORES QUE AFETAM AS CURVAS / N

❑ TEMPERATURA E FREQUÊNCIA
➢ FADIGA TÉRMICA

No aquecimento T > T0
❖A tensão de compressão ( < 0) – a
expansão é bloqueada

Na solidificação (resfriamento) T < T0


❖Será imposta a tensão de tração ( > 0) –
ocorre expansão térmica.

http://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/4714
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20/LOM3011/EM_cap8_Fadiga_2016_v2.pdf
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ESTUDO DE CASO - https://slideplayer.com.br/slide/369143/

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OBJETIVO

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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA

C62 - Aço ferramenta AISI-A2


C63 – Ferro Fundido Branco de Alto Cromo e Nióbio
C64 – Ferro Fundido Branco de Alto Cromo 22
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TRATAMENTO TÉRMICO

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TRATAMENTO TÉRMICO

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TRATAMENTO TÉRMICO

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MICROESTRUTURAS

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RELAÇÃO ENTRE CARBONETOS X DUREZA

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FADIGA TÉRMICA

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ANÁLISE MACROSCÓPICA – ENSAIO DE LIQUIDO PENETRANTE

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ANÁLISE MICROSCÓPICA – CONTAGEM DE TRINCAS

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NUCLEAÇÃO DE TRINCAS

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PROPAGAÇÃO DAS TRINCAS

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ENSAIO DE DESGASTE ABRASIVO - ABRASÃO


❑Tipo pino sobre lixa ❑Carga = 4,6 N
❑Velocidade = 66 rpm ❑Pinos = 3 mm de diâmetro
❑Foram extraídos 3 pinos por eletroerosão a ❑Lixas de Al2O3= #320
fio para cada liga ❑Distância total percorrida = 423 m

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PERDA DE MASSA EM FUNÇÃO DA DISTÂNCIA PERCORRIDA

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OXIDAÇÃO

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GANHO DE MASSA

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CONCLUSÕES

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM – A6
1. Os ensaios de fadiga podem ser realizados com espécies diferentes de corpos de prova. Descreva os tipos de CP e as
formas de cada um deles.

2. O ensaio de fadiga pode ser classificado de acordo com a natureza dos esforços aplicados nos corpos de prova, e para cada
categoria de ensaios existem máquinas diferentes.
a) Como estão classificados os ensaios de fadiga de acordo com os esforços aplicados?
b) Quais os tipos de máquinas e os tipos de carregamento utilizados para cada categoria de ensaio?

3. O ensaio mais simples de ser realizado é o ensaio de fadiga por flexão rotativa, como pode ser visto na figura abaixo.

Máquina de flexão rotativa para ensaio de fadiga

a) Explique detalhadamente como esse tipo de ensaio é realizado.


b) Quais os tipos de carregamentos que atuam no CP? Explique.

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PARA SABER MAIS!


➢ https://laboratorioctf.wixsite.com/home/fadiga

➢ https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5237046/mod_resource/content/2/SMM%200328-
%20COMP.MEC.-Aula%205-%20FADIGA%20S-N%20Nat.%20Est.%20e%20Fat.%20Mod.pdf

➢ https://pt.slideshare.net/jurenata/tm229-propriedades-mecanicas

➢ https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789/1711/ANEXO%20B.p
df?sequence=3&isAllowed=y

➢ https://studylib.net/doc/25475404/4---fadiga-dos-materiais

➢ TENSAO DEFORMAÇÃO – FADIGA: https://slideplayer.com.br/slide/10165715/

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