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Apostila de Protese Total 2018
Apostila de Protese Total 2018
PRÓTESE TOTAL
MANUAL DE LABORATÓRIO
Professores.
HUMBERTO GENNARI FILHO
RENATO SALVIATO FAJARDO
MARCELO COELHO GOIATO
WIRLEY GONÇALVES ASSUNÇÃO
DÉBORA DE BARROS BARBOSA
KARINA HELGA LEAL TURCIO
Técnico
JÂNDER DE CARVALHO INÁCIO
2018
ÍNDICE
1
01. Moldeiras de estoque e individuais.................................................................. 4
1.1. Técnica de confecção................................................................................. 5
1.2. Materiais e instrumentais........................................................................... 6
02. Bases de prova................................................................................................. 11
2.1. Técnica de confecção................................................................................. 11
2.2.. Alivio das retenções mecânicas................................................................ 12
2.3. Preparo da resina acrílica ativada quimicamente....................................... 13
2.4. Confecção da base de prova....................................................................... 13
03. Orientação do plano de cera e transferência para o articulador....................... 16
3.1. Técnica de confecção do plano de cera..................................................... 16
3.2. Transferência para o articulador................................................................ 19
3.2.1. Arco facial........................................................................................ 19
3.2.2. Articulador....................................................................................... 21
3.3. Ajuste das guias condilares........................................................................ 21
3.4. Montagem do modelo superior no articulador........................................... 23
04. Dimensão vertical ........................................................................................... 24
4.1. Dimensão vertical de oclusão.................................................................... 24
4.2. Dimensão vertical de repouso.................................................................... 24
4.3. Espaço funcional livre............................................................................... 25
4.4. Método para o registro da dimensão vertical de oclusão........................... 25
05. Relação central................................................................................................. 27
5.1. Oclusão central.......................................................................................... 27
5.2. Registro gráfico extra-oral......................................................................... 29
5.3. Fixação dos planos..................................................................................... 31
5.4. Montagem do modelo inferior no articulador............................................ 31
06. Movimentos mandibulares e ajuste do articulador.......................................... 32
07. Montagem dos dentes artificiais...................................................................... 37
7.1. Linha mediana............................................................................................. 37
7.2. Suporte para os lábios................................................................................. 37
7.3. Posição, alinhamento e disposição dos dentes artificiais............................ 38
7.4. Montagem dos dentes anteriores superiores............................................... 40
7.5. Montagem dos dentes posteriores superiores............................................. 41
7.5.1. Linha principal do esforço mastigatório........................................... 41
7.5.2. Curva de compensação..................................................................... 42
7.6. Montagem dos dentes posteriores inferiores.............................................. 44
7.7. Montagem dos dentes anteriores inferiores................................................ 47
7.8. Observações importantes para a montagem dos dentes.............................. 48
2
7.8.1. Trespasse vertical............................................................................... 49
7.8.2. Trespasse horizontal.......................................................................... 49
7.8.3. Desgastes dos dentes.......................................................................... 49
08. Escultura das próteses...................................................................................... 51
8.1. Materiais necessários.................................................................................. 51
8.2. Enceramento............................................................................................... 51
8.3. Delimitação dos colos................................................................................. 52
8.4. Escultura das bases..................................................................................... 52
09. Inclusão em mufla e polimerização das próteses............................................. 55
9.1. Introdução................................................................................................... 55
9.2. Inclusão....................................................................................................... 56
9.3. Abertura da mufla e remoção de cera......................................................... 59
9.4. Isolamento................................................................................................... 59
9.5. Polimerização.............................................................................................. 60
9.5.1. Ciclos de polimerização.................................................................... 62
10. Desinclusão com recuperação do modelo........................................................ 63
10.1. Remontagem e desgaste seletivo................................................................ 64
10.1.1. em abertura e fechamento................................................................ 64
10.1.2. em lateralidade e protrusão.............................................................. 65
10.1.3. Refinamento..................................................................................... 69
11. Acabamento e polimento................................................................................. 69
11.1. Materiais e instrumentais necessários........................................................ 69
11.2. Acabamento............................................................................................... 69
11.2.1. Separação do modelo...................................................................... 69
11.2.2. Eliminação das rebarbas................................................................. 70
11.2.3. Limpeza dos espaços interdentais................................................... 70
11.3. Polimento................................................................................................... 71
11.3.1. Com pedra pomes........................................................................... 71
11.3.2. Com branco de espanha.................................................................. 71
12. Referências – Sugestão para estudo.................................................................. 72
3
MOLDEIRAS
1 2
4
As moldeiras INDIVIDUAIS são aquelas feitas manualmente, geralmente de
resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ), sobre um modelo obtido
preliminarmente. Portanto ela é específica para cada indivíduo, daí seu nome (Figura
2).
5
Assim, sempre que encontrarmos áreas retentivas, elas deverão ser ALIVIADAS com
a deposição de cera rosa nº 7, transformando-as em áreas expulsivas (Figura 4a,b, c e
d).
a b
c d
6
Os materiais e instrumentais necessários para a construção das moldeiras
individuais são mostrados nas figuras 5a e 5b.
a
7
c) Fase fibrilosa – ao tocá-la nota-se a formação de fibrilas (fios)
d) Fase plástica – a resina permite a manipulação.
e) Fase borrachóide – a resina não permite mais ser manipulada
f) Fase densa ou dura – a resina esta polimerizada.
Logo após a fase plástica, a resina passa para a fase borrachóide onde não é
mais possível sua manipulação. Portanto, o trabalho deve ser executado na fase
plástica para permitir sua adaptação sobre o modelo, sem deformações.
Enquanto aguarda-se a fase plástica da resina, sobre o modelo isolado demarcam-se
os limites das bordas da moldeira, que deverão ser aproximadamente 1,5 mm aquém
do fórnix do vestíbulo. Para tal, marcaremos com um lápis cópia o fundo do sulco
que servirá de referência para o estabelecimento do limite (Figura 6).
8
Além disso, também devem ser isoladas as duas placas de vidro e em suas
extremidades adaptar um tira de lâmina de cera nº7 dobrada, que determinará a
espessura da moldeira individual (+ ou – 2mm).
Ao atingir a fase plástica, ou ligeiramente antes, a resina é removida do pote,
manipulada formando uma esfera, colocada sobre uma das placas e com a outra,
executar compressão até que haja o contato com as tiras de cera. (Figura7a e 7b).
a b
Figura 7a e 7b. prensagem da resina acrílica formando uma manta.
Após a prensagem a manta será levada sobre o modelo e sutilmente adaptada com
pressão digital até seu perfeito assentamento (Figura 8a e 8b). Os excessos serão
recortados com a espátula Le Cron e reservados para a confecção do cabo que deverá
ter um tamanho de aproximadamente 1x1cm (Figuras 9a e 9b), posicionado
centralmente e com angulação aproximada de 45graus para vestibular, sobre a crista
do rebordo alveolar. O recorte da borda dentro do limite estabelecido (1,5mm aquém
do fórnix do vestíbulo) poderá ser realizado neste momento, recortando a resina no
local demarcado com lápis cópia ou, desgastando-se a resina após sua polimerização
(Figuras 10a,b e c).
a b
Figuras 8a e b. Recorte dos excessos de resina acrílica
9
a b
a b c
a b
10
A moldeira será finalizada com o lixamento de suas bordas, evitando dessa maneira
que quando levada à boca do paciente, não cause ferimentos decorrentes de asperezas
(Figuras 12a e b).
a b
a b
BASES DE PROVA
11
TÉCNICA DE CONFECÇÃO
Material e instrumental
área
retentiva
área
expulsiva
12
ISOLAMENTO DA ÁREA DE SUPORTE
Todo o modelo será isolado com Cel-Lac, com um pincel macio para evitar a
aderência da resina ao gesso do modelo.
Quando a mistura atingir a fase plástica, daremos a ela um formato de bola que
será prensada entre duas placas de vidro isoladas com Cel-Lac.
Para proporcionar uma espessura homogênea durante esta prensagem, recortamos
duas tiras de cera, e colocamos entre as placas de vidro, uma tira em cada
extremidade, com a finalidade de homogeneizar a espessura da lâmina de resina
formada (Figura 2). Lembramos que para a confecção das moldeiras, a tira de
lâmina de cera era dobrada para obter maior espessura.
A lâmina de resina acrílica será adaptada sobre o modelo funcional em toda a sua
extensão. Deveremos ter cuidado para não pressionar de forma exagerada, pois
isto poderá causar adelgaçamento ou mesmo furar certos pontos ou regiões da
13
resina (Figura 3a). Os excessos deverão ser recortados com uma espátula Le Cron.
Toda a região correspondente ao fundo do sulco deverá ser preenchida com resina
(Figura 3b).
a b
e) Acabamento
O acabamento é dado apenas com tira de lixa, adaptada em mandril próprio.
Lixamos as bordas da base de prova de forma a não deixar arestas cortantes para dar
14
maior conforto ao paciente uma vez que a mesma ficara em intimo contato com o
fundo de sulco do paciente (Figura 5).
a b
15
ORIENTAÇÃO DO PLANO DE CERA MAXILAR E
TRANSFERÊNCIA PARA O ARTICULADOR
Materiais Utilizados:
A parte da lâmina de cera que ficou plástica é dobrada, procurando conseguir uma
perfeita união das superfícies, evitando que incorporem bolhas de ar. Continuar
aquecendo e dobrando a lâmina de cera até que se consiga um rolete de cera
plástico (Figura 9).
Levamos novamente o rolete de cera à chama e dobramos ao meio com a
finalidade de ganhar em altura (Figura 10).
16
Figura 9. Rolete de cera plastificado Figura 10. Dobramento ao meio
O passo seguinte consiste em dar forma ao rolete de cera de acordo com o arco
dental e adaptá-lo sobre a base de prova, unindo-o firmemente com cera fundida
(Figuras 11a, b e c)
a b
17
a b
Clinicamente, na maioria dos casos, o plano superior deverá ser construído de tal
forma que fique ao nível ou ultrapasse 1 ou 2 mm o tubérculo do lábio em repouso
(Figura 13a) e que tenha ligeira inclinação no sentido ocluso-gengival (Figura
13b).
a b
Para que seja possível a tomada dos registros dos movimentos mandibulares é
necessário que o profissional utilize um plano de referência, que será o plano
protético. Assim, o plano de cera superior deverá ser paralelo ao plano protético
lateralmente (Figura 14a), e na região anterior, paralelo à linha bipupilar (Figuras
14b). Este paralelismo possibilitará, durante a função, que as forças oriundas do
ato mastigatório incidam perpendicularmente sobre o rebordo, proporcionando
estabilidade da prótese. Para tal utiliza-se a Régua de Fox.
Assim, o plano maxilar é introduzido na boca do paciente e a cera será removida
ou acrescida, até que se consiga o paralelismo da Régua de Fox com o plano
protético, previamente traçado na face do paciente.
18
a b
Régua
de FOX
Figuras 14a e 14b. Paralelismo do plano de cera com o plano protético e bipupilar
Uma vez orientado, o plano de cera superior deve ser adaptado ao garfo do arco
facial. Para que isto seja feito, há necessidade de se definir a linha mediana, que é
traçada no plano de cera, estabelecendo desta maneira uma referência para o
posicionamento correto do garfo do arco facial e adaptando-se uma lâmina de cera
sobre ele (Figura 16a). O plano é unido ao garfo pela deposição de cera fundida na
junção dos mesmos pelo lado palatino (Figura 16b). A porção vestibular do plano
não deve sofrer nenhuma alteração considerando que ela é referência para a
montagem dos dentes artificiais.
19
a b
Figura 16a e b. União do plano de cera ao garfo do arco facial.
Isto feito, o conjunto (plano de cera e garfo do arco facial) é levado à boca do
paciente e o arco facial é conectado ao conjunto pela introdução do garfo à “junta
universal” do arco facial.
A seguir, as olivas (peças plásticas das extremidades do arco facial) são
introduzidas no conduto auditivo externo e o paciente deverá segurá-lo com
pressão para frente. O passo seguinte consiste na adaptação do Relacionador
nasal que será fixado ao arco facial e colocado de encontro à sela do nariz. Esta
manobra, dará estabilidade ao conjunto, definindo uma altura correta para o
mesmo. Feito isto, e com a base de prova bem unida à área de suporte, os
parafusos são apertados (Figuras 17a e b).
Relacionador
nasal
Junta
universal a b
Figuras 17a e b. Montagem do Arco Facial na face do paciente.
20
Figura 18. Linhas de referências que indicam a distância intercondilar.
21
a b
a b
Figuras 21a e b. Ajuste em 30º para a trajetória condilar.
a b
22
c
O articulador está agora pronto para receber o arco facial em seu ramo superior.
Para isto, deve-se introduzir os orifícios existentes nas peças plásticas ( olivas ) do
arco facial nos pinos do plano externo das guias condilares, no articulador (Figura
23).
Deve-se observar que o ramo superior do articulador ficará sempre sobre a barra
transversal que une as duas hastes do arco facial. Isto feito, os parafusos do arco
facial são apertados para prover sua imobilização. (Figura 24).
Barra
transversal
Figura 23. Conexão das olivas ao articulador Figura 24. Apoio do ramo superior
23
Figura 25. Guias ou indexações Figura 26. Isolamento do modelo
DIMENSÃO VERTICAL
24
Figura 1. Dimensão vertical de repouso
MENOS IGUAL
EFL
25
MÉTODO PARA O REGISTRO DA DIMENSÃO VERTICAL DE
OCLUSÃO
No desdentado total
Existem vários métodos para o registro da DVO, todos sujeitos a críticas. O método a
ser descrito aqui se baseia na DVR e é comumente chamado de Método dos dois
pontos.
TÉCNICA
26
e) Coloca-se na boca do paciente a base de prova superior com o plano de cera
corretamente orientado (paralelo ao plano protético e a linha bipupilar) e sua
superfície oclusal isolada com vaselina. Em seguida plastifica-se o plano de cera
inferior, com um canivete bem aquecido (Figura 1a), e leve-o à boca pedindo ao
paciente para ir fechando lentamente (Figura 1b). A cera plastificada vai sendo
“amassada” enquanto o profissional observa quando as pontas do compasso
coincidem com as marcas na pele do paciente. Esta coincidência significa que a
mandíbula está na posição de Dimensão Vertical de Oclusão e que a altura do plano
inferior esta definida. (Figuras 1c).
a b c
Foi observado por clínicos e investigadores que após o registro da DVO, o plano de
cera inferior deve ter uma altura adequada para que a fisiologia da língua e da
mastigação seja facilitada. Nestas condições:
RELAÇÃO CENTRAL
27
Figura 1. Posição de oclusão central
Ocorrendo a perda total dos dentes naturais (Figura 2), desaparece a oclusão
central e a posição da mandíbula é, então, governada pelo equilíbrio entre os vários
músculos que atuam sobre ela.
Na confecção de dentaduras não temos, portanto, as referências dentais para
o restabelecimento do esquema oclusal de nosso paciente. É a partir do registro da
Relação Central (RC) que podemos reposicionar a mandíbula no sentido ântero-
posterior em relação ao crânio e, então, restabelecer o relacionamento oclusal entre a
arco superior (maxila) e inferior (mandíbula). A relação central, portanto é uma
posição condilar, dentro da fossa mandibular, próxima ou coincidente àquela ocupada
pelo côndilo quando os dentes estavam em oclusão.
28
Portanto, no dentado, as posições de Relação Central e de Oclusão
Central podem apresentar uma pequena diferença de posição (não coincidência) ou
serem coincidentes. Assim, no desdentado, nós registramos a relação central e a partir
dela determinamos à oclusão central. Em resumo, fazemos coincidir ambas as
posições, a partir da relação central (Figura 3).
29
a b
Figura 4a e b. Dispositivos para o registro extra-oral da RC.
a b
Figura 5a e b. Instalação dos dispositivos nos planos superior e inferior.
Após a montagem do aparelho, coloca-se sobre a plataforma de registro,
uma fina camada de cera azul, para dar contraste, e a operação seguinte é executada
na boca do paciente (Figura 6).
30
As bases de prova, com seus planos de orientação e o aparelho de registro
fixado aos mesmos, são levados à boca observando-se o contato pino-plataforma.
Solicita-se ao paciente para executar movimentos de lateralidade esquerda e direita e
o movimento de protrusão. À medida que os movimentos são executados, o pino
inscritor registra, na superfície da plataforma, um gráfico denominado de “Arco
gótico”. O traçado produzido pela pua revela quando a mandíbula está em relação
central com a maxila (Figura 7).
31
FIXAÇÃO DOS PLANOS DE ORIENTAÇÃO
32
MOVIMENTOS MANDIBULARES E AJUSTES DO
ARTICULADOR
7- Curva de Compensação: Como o próprio nome diz, é uma curva que será
impressa durante a montagem dos dentes artificiais para compensar o descenso
da mandíbula, decorrente da inclinação da vertente anterior do osso temporal,
nos movimentos protrusivos (Ver o capítulo montagem dos dentes).
33
Figura 1. Curva de Spee, que ocorre em bocas dentadas.
7.3- Curva de Wilson: Linha imaginária, no plano frontal, que toca os vértices
das cúspides vestibulares e linguais dos dentes posteriores inferiores e
superiores de um lado até os vértices das cúspides linguais e vestibulares do
lado oposto (Figura 3)
34
8- Trajetória Sagital da cabeça da mandíbula: É a trajetória percorrida pela
cabeça da mandíbula, no interior da fossa mandibular, de cima para baixo e de
traz para frente, iniciando-se na posição de relação central, até mais ou menos
4 mm de protrusão (Figura 4).
35
10- Trajetória Incisiva: É a trajetória percorrida pela borda incisal do incisivo
central inferior na face palatina do incisivo central superior, durante o
movimento de protrusão da mandíbula (Figura 6).
36
O mesmo fenômeno ocorre no movimento de lateralidade da mandíbula, na ocasião
em que registramos o ângulo de Bennett. Se essa trajetória no sentido látero-lateral
fosse reta, este fenômeno também não ocorreria (1 e 2). No laboratório, fixamos esse
ângulo em 15º no articulador, que representa a sua média (Figura 8).
Figura A Figura B
37
Na Figura C observamos que para cúspides em zero grau, mesmo com trajetória
condilar em 30 graus, a inclinação da mesa incisal será sempre zero grau acentuando
a curva de compensação.
Figura C
38
uma montagem adequada, alguns princípios básicos deverão ser levados em
consideração:
39
Figura 1. Posição do incisivo central.
Alinhamento- Refere-se à forma do arco dental que se obtêm após a montagem dos
dentes. Ao dispor os dentes, observar o alinhamento, que deve acompanhar a forma
do rebordo alveolar. Assim, em um rebordo triangular, por exemplo, os dentes
deverão dispor-se de tal forma que resulte em um arco dental triangular quando
observar o arco dental superior pela face oclusal (Figura 2).
40
hemiarco antagonista desse lado. Outros autores recomendam inicialmente a
montagem dos seis dentes superiores e inferiores, estabelecendo o trespasse
horizontal e vertical para o caso. Após a prova, na boca do paciente, completa-se a
montagem dos dentes posteriores.
A técnica a ser descrita aqui, para a montagem dos dentes anteriores
superiores, proporciona um arranjo padronizado para as dentaduras. Conhecendo-se a
posição, alinhamento e disposição dos dentes, é possível com o tempo e a
experiência, tentar estabelecer uma individualização na montagem, fugindo dessa
forma de padronização.
41
b) Bordo incisal ligeiramente mais elevado que o central (ñ toca o plano)
c) Seu longo eixo ligeiramente inclinado para mesial.
CANINO
1- Retira-se do plano superior etc...
2- Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente (Figura 6).
42
MONTAGEM DOS DENTES POSTERIORES SUPERIORES
A montagem dos dentes posteriores superiores, deve ser feita de maneira tal
que os mesmos fiquem sobre a crista do rebordo alveolar. Para que isto aconteça
precisamos traçar uma linha, no modelo inferior, sobre a crista do rebordo ósseo
alveolar. Esta linha deve iniciar-se do centro da papila retromolar em direção
anterior, abrangendo a maior extensão em linha reta (Figura 7).
Esta linha traçada no modelo é agora transportada para o plano de cera inferior, com
o auxílio de uma régua flexível. Os dentes serão então montados de maneira tal que
as cúspides palatinas fiquem exatamente sobre esta linha. Com este artifício, as forças
transmitidas pelos dentes posteriores superiores incidirão exatamente sobre a crista
do rebordo ósseo alveolar inferior, fazendo com que elas sejam absorvidas sem
prejuízo ao osso dando maior estabilidade às próteses quando em função.
43
CURVA DE COMPENSAÇÃO
44
PRÉ-MOLARES SUPERIORES
MOLARES SUPERIORES
45
MONTAGEM DOS DENTES POSTERIORES INFERIORES
46
no sentido sagital, de 0º a 20º dependendo da reabsorção do rebordo. Esta inclinação
é determinada pelo profissional e corresponde à inclinação da trajetória incisiva. Para
rebordos muito reabsorvidos a inclinação ântero-posterior deverá ser diminuída
podendo chegar até 0º (neste caso usamos dentes artificiais sem cúspides ou dentes
0º).
As aletas laterais da mesa incisal são levantadas, para compensar a altura da
cúspide, se houver, movimentando-se lateralmente o ramo superior do articulador.
Leva-se o ramo superior do articulador para a direita, mantendo o contato do dente
superior com o dente inferior e inclina-se a aleta esquerda até que o pino guia incisal
toque a mesa novamente (Figura 12).
Lado de Lado de
trabalho Balanceio
47
mesmo procedimento, tendo-se o cuidado de movimentar o ramo superior do
articulador, sempre após a montagem de cada dente, nas três situações já descritas.
Ocorre, às vezes, que para conseguir bom “engrenamento” dos dentes nas suas
excursões de lateralidade e protrusão, temos a necessidade de movimentar o dente
superior já montado, ou mesmo desgastar com uma broca esférica nº 8 ou 10,
determinada vertente de cúspide para conseguir o contato desejado.
INCISIVOS CENTRAIS
48
INCISIVOS LATERAIS
CANINOS
PRIMEIROS PRÉ-MOLARES
49
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA A MONTAGEM DOS DENTES
ANTERIORES
50
Figura 18. Desgastes que podem ser efetuados.
51
A relação entre os dentes posteriores poderá ser normal ou cruzada, dependendo
logicamente do tamanho da mandíbula em relação à maxila, principalmente de sua
largura. Quando a mandíbula é bem mais larga que a maxila, nós precisamos montar
em mordida cruzada, isto é, a cúspide vestibular do molar superior, se contata com o
sulco principal do molar inferior (Figura 20).
1- Material necessário:
Lamparina à álcool
Espátulas: 7, 31 e Le Cron
Cera rosa nº 7
2- Enceramento
52
3-Delimitação dos colos
4-Escultura
Não existem regras definidas para a escultura das bases das dentaduras.
Cada profissional segue a sua própria orientação colocando em prática o seu senso
artístico e as suas idéias sobre estética. Para os que se iniciam nesta prática, algumas
indicações podem servir de base para esta orientação.
Após o endurecimento da cera faz-se, como já foi descrito, o recorte inicial
dos colos dos dentes. As papilas interdentais são importantes na qualidade estética
da dentadura terminada. Por ser área propícia à retenção de restos alimentares, deve
ser recortada com muito cuidado. As papilas devem ser convexas, e preencher os
espaços interdentais. O recorte na zona das papilas deve ser feito de tal forma a
refletir a idade do paciente, já que as papilas mais longas e delgadas estão associadas
com os jovens enquanto as mais curtas se associam com a idade mais avançada
(Figura 2).
Na sequência, com o auxílio da espátula nº 7 (sua parte mais estreita) ou do
Le Cron, são feitas marcas triangulares na superfície da base de prova, para indicar o
53
comprimento e a largura das raízes, lembrando que o canino superior tem sua raiz
mais comprida; o lateral mais curta e o central média. Os posteriores variam em
altura entre si. Na base de prova inferior, a raiz do canino é mais longa, a do lateral
média e a do central mais curta (Figura 3).
54
Figura 5a e b. Concavidade da área lingual.
55
Como acabamento final, limpam-se os resíduos de cera da região dos sulcos
gengivais e principalmente dos dentes.
1- Introdução
Para iniciarmos a inclusão das dentaduras em mufla devemos proceder a
fixação das bases de prova superior e inferior aos seus respectivos modelos (Figura
1).
56
a) Mufla ou hemi-mufla inferior, onde colocamos o modelo.
b) Contra-mufla ou hemi-mufla superior, onde são fixados os dentes quando
removida a cera.
c) tampa que, evidentemente serve para fechar a mufla, permitindo a prensagem.
2- Inclusão em mufla
2.1 2.2
2.4
Figura 3. Preparo e início da inclusão em mufla.
57
2.6- Colocamos o gesso preparado na hemi-mufla inferior e sobre o mesmo
vamos adaptar o modelo com a dentadura nele fixada (a). O modelo deverá ficar
centralizado e contornado por uma camada de gesso relativamente espessa, para
oferecer resistência às operações subseqüentes, impedindo fraturas e deslocamento, e,
ainda, evitando o contato da resina acrílica com as paredes da mufla. Apenas o
modelo ficará preso ao gesso (b). A dentadura permanecerá livre de contato com o
mesmo. As retenções devem ser evitadas para que, futuramente, na abertura da mufla,
não haja fratura do modelo (c). Observar os espaços suficientes da contra-mufla (d).
Aguardamos a presa do gesso.
a b
c d
Figura 4. Inclusão na hemi-mufla inferior.
2.7- Após a presa do gesso, Isolamos toda a sua superfície com vaselina.
2.8- Colocamos a hemi-mufla superior e preparamos mais uma porção de
gesso pedra (150g de gesso por 48 c/c de água).
2.9- Com o auxílio de um vibrador, colocamos o gesso preparado até as
superfícies incisais e oclusais dos dentes, cobrindo-as (Figura 5).
Figura 5. O gesso pedra é vertido até a superfície incisal e oclusal dos dentes
58
Observações: Podemos, após o isolamento citados no item 2.7, fazer uma
muralha de gesso pedra sobre os dentes com o auxílio de um pincel pêlo de camelo nº
10 e após a presa inicial, preenchemos a hemi-mufla superior com gesso comum.
Pode ser usado também, silicones especiais para o revestimento dos dentes e base da
dentadura (. Este produto tem como vantagem a facilidade da abertura da mufla e a
recuperação da prótese totalmente isenta de gesso) (Figura 6).
Figura 6. Revestimento dos dentes e base com silicone, para preenchimento com
gesso pedra.
59
Figura 9. Alivio das retenções mecânicas.
A mufla é colocada num recipiente com água fervente. Cinco minutos são
suficientes para a plastificação conveniente da cera. Retiramos a mufla e abrimos a
mesma. Removemos a base de prova, e a cera é eliminada com água em ebulição. Os
resíduos de cera podem ser eliminados com detergente e, após isto, fazemos uma
lavagem final com água fervente.
O caso apresentar-se-á da seguinte forma:
Na hemi-mufla inferior, estará preso o modelo funcional e na hemi-mufla
superior, os dentes (Figura 10).
4- Isolamento
4.1- Modelo
É totalmente isolado, usando-se para isto uma substância líquida – sabão
líquido ou isolante à base de alginato (Cel Lac). O isolamento é feito também sobre o
gesso que circunda o modelo, com um pincel nº10.
60
Com o pincel, isolamos com cuidado a região onde estão presos os dentes,
sem incluí-los. Quando utilizamos o revestimento, caso da fotografia, não há
necessidade de isolar a área envolvida pelo silicone (Figura 11).
5- Polimerização
61
Figura 12. Manipulação da resina e inclusão no molde.
62
5.2- Polimerização propriamente dita
Alguns autores acham que a mufla deve ser levada imediatamente ao polimerizador,
após a prensagem. Outros indicam aguardar um tempo que vai de uma a quatro
horas. Denominam esta fase de “polimerização de bancada”. Justificando que
existem inúmeras vantagens sobre esta prática como:
a) Longo período de escoamento da massa, permitindo um equilíbrio de pressões
através do molde;
b) Permite tempo para uma dispersão mais uniforme do monômero através da
massa de resina, posto que a última porção de material adicionado é,
usualmente, mais seca que a primeira;
c) Permite também, maior exposição dos dentes de resina, quando usados, ao
monômero da massa, produzindo uma união melhor dos dentes com o material.
CICLOS DE POLIMERIZAÇÃO
Ciclo de Polimerização em banho de água quente Ciclo de Polimerização em banho de água quente
20 minutos 3 Horas
9 Horas
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Uma vez polimerizada, a retirada da dentadura da mufla é uma operação simples
se os cuidados na inclusão foram devidamente observados. Os modelos devem ser
recuperados intactos para o procedimento de remontagem no articulador.
a b
Figura 1a e b. Separação dos modelos da mufla
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grande dos dentes. Para o pino voltar a tocar a mesa incisal (consequentemente
restabelecer a dimensão vertical de oclusão perdida) é necessário proceder ao ajuste
oclusal, através do desgaste seletivo (figura 2).
As cúspides que imprimem a forma circular são mais altas do que as que
imprimem marcas puntiformes, pois as primeiras chegam a perfurar o papel carbono.
Verificada a existência de pontos prematuros de contato pode-se desgastar com
broca esférica nº 8 ou 10 as fossas principais e ou secundárias, as cristas marginais
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e as vertentes de cúspide, conforme as marcas. Evita-se desgastar pontas das
cúspides quando do restabelecimento da dimensão vertical de oclusão (Figuras 4).
Se houver contato nos dentes anteriores, desgasta-se a face palatina dos superiores
desde que não seja excessivo. Pode-se também desgastar ligeiramente as incisais dos
inferiores.
Conseguido que o pino guia incisal volte a tocar a mesa incisal passamos, agora, a
analisar os contatos prematuros em lateralidade.
A e D = cúspides livres
B e C = cúspides de posição
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Quando ocorre o contato nos dentes anteriores desgasta-se a incisal dos inferiores,
de preferência, podendo-se desgastar a incisal dos superiores desde que não
comprometa a estética.
Os seguintes exemplos podem ilustrar o diagnóstico de contato prematuro e sua
remoção.
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Correção do contato excêntrico prematuro do lado de balanceio. Desgasta-se
uma cúspide de posição, palatina superior ou vestibular inferior, após analise,
invertendo-se o movimento. A cúspide que permanecer com contato prematuro em
balanceio e em trabalho, será desgastada.
LATERALIDADE
OCLUSÃO ESQUERDA
EM OCLUSÃO
LATERALIDADE APÓS O
DIREITA DESGASTE
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corrigir a oclusão nas posições central e excêntrica, aplicam-se os mesmos princípios
fundamentais já explicados, lembrando que temos de reduzir a cúspide do lado de
trabalho que não faz contato em posição central. No lado de balanceio é necessário
corrigir as cúspides linguais inferiores e as vestibulares superiores, em vez da lingual
superior e da vestibular inferior.
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ACABAMENTO E POLIMENTO DAS PRÓTESES
- Porta mandril
- Broca Maxi-Cut
- Mandril para tira de lixa
- Lixa nº 00
- Cone de feltro
- Escova de pelo para polimento com pedra pomes
- Escova de pano para polimento com branco de Espanha
- Pedra pomes
- Branco de Espanha (carbonato de cálcio)
- Gral de borracha
ACABAMENTO
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Figura 7. Desgaste, limpeza dos espaços interdentais e alisamento.
Com instrumentos manuais faz-se a remoção de resíduos de gesso junto aos colos e
nos espaços interdentais. O passo seguinte consiste em remover irregularidades
maiores da base, através da utilização da broca Maxi-Cut e lixas, tomando-se o
cuidado para não remover os pontilhados na face vestibular, e que corresponde à
gengiva inserida. Após esta fase, não deverá permanecer nenhum risco deixado pela
broca. A tira de lixa é colocada no mandril de modo que fique em forma de cone,
afunilada, para poder penetrar nos sulcos.
Polimento.
Polimento com escova de pelo e pedra pomes – A mistura não deverá ficar
grossa. Motor em baixa rotação, para não queimar a resina. Molha-se toda a
dentadura com a mistura e leva-se de encontro à escova executando ligeira pressão.
Esta operação deve ser repetida até que se observe o alisamento total da resina
acrílica. Não deverão permanecer riscos deixados pela broca. Atenção deve ser dada
à superfície vestibular, na região do “picotamento,” pois o excesso de pressão poderá
removê-lo.
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Polimento final com escova de pano e branco de Espanha- O polimento final
ou o brilho é dado com escova de pano macia e mistura de branco de Espanha e água.
O motor é ligado em alta rotação e a dentadura com a mistura é apenas encostada na
escova, portanto sem fazer pressão. Na face vestibular que recebeu o “picotamento”
será dado ligeiro polimento, sendo que as demais partes, o polimento será realizado
com esmero, pois a superfície lisa e polida favorece a higiene, preservando a prótese
por mais tempo. Concluído o polimento, lavamos a prótese com água e sabão neutro
com o auxilio de uma escova dental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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