Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Consumo, Comunicação e Religião
Consumo, Comunicação e Religião
Consumo, Comunicação e Religião
COMUNICAÇÃO E
RELIGIÃO
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
CONSUMO,
COMUNICAÇÃO E
RELIGIÃO
São Paulo
2018
© 2017 UNINOVE
Todos os direitos reservados. A reprodução desta publicação, no
todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei nº 9.610/98).
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer
meio, sem a prévia autorização da UNINOVE.
Capa: Autora
Editoração eletrônica: Big Time Serviços Editoriais
Revisão: Antonio Marcos Cavalheiro
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-89852-61-6 (e-book)
ISBN: 978-85-89852-60-9 (impresso)
CDU 658.8
------------------------------------------------------------------------------------
Sumário
Introdução................................................................................................ 8
CAPÍTULO I
O DESENCANTAMENTO DO MUNDO, 11
1 Breve histórico da secularização......................................................12
1.1 A secularização..............................................................................13
1.2 Algumas consequências da secularização.................................18
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
2 A Reforma Protestante......................................................................20
3 O crescimento do racionalismo .......................................................22
4 O desencantamento...........................................................................25
4.1 Algumas consequências do desencantamento..........................29
4.2 Os limites do conceito de desencantamento.............................30
4.3 A reação ao desencantamento.....................................................35
5 A busca pelo reencantamento...........................................................36
CAPÍTULO II
A PROPAGANDA E O CONSUMO, 38
1 A propaganda e a busca pelos símbolos..........................................39
1.1 A trajetória da propaganda .........................................................45
1.2 O crescimento da propaganda....................................................49
1.3 A atuação do marketing...............................................................52
2 O consumo..........................................................................................53
2.1 A cultura de consumo e a propaganda ......................................54
2.2 Da ética puritana à cultura do consumo....................................60
2.3 O consumo sem interditos ..........................................................66
2.4 Necessidades e desejos.................................................................68
CAPÍTULO III
A PROPAGANDA REENCANTANDO O MUNDO, 72
1 O comportamento de compra .........................................................73
2 O encantamento do consumo...........................................................77
3 A relevância da metáfora...................................................................81
4 A criação de significado e a metáfora..............................................84
4.1 Os produtos como comunicadores.............................................90
5 Fetiche..................................................................................................91
5.1 O fetiche das mercadorias............................................................96
6 O fetiche do dinheiro.......................................................................100
7 A metáfora e a propaganda ............................................................101
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
REFERÊNCIAS, 110
A AUTORA, 115
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
VOLTAR AO
Introdução SUMÁRIO
A Autora
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
CAPÍTULO I
O DESENCANTAMENTO DO
VOLTAR AO
SUMÁRIO
MUNDO
12 - CAPÍTULO I – O DESENCANTAMENTO DO MUNDO
magia e ao encantamento.
VOLTAR AO
1.1 A secularização SUMÁRIO
que vinha através do Estado, que acaba por delegar a formação edu-
cacional dos seus cidadãos aos cristãos, que assumem a tarefa de
educar e formar assim uma base social cristã importante.
O Cristianismo passa a ser então a força que sedimenta a for-
mação da sociedade, através da união com o Estado, e será capaz de
oferecer a autonomia necessária para que todos se reconciliem com
sua própria interioridade, oferecendo uma proposição de explicação
do mundo não só satisfatória, mas que encontrava suporte na socieda-
de e no Estado. A consequência imediata é a concepção de um Deus
pessoal interior, que estava separado de um mundo que claramente
não era o que Deus prometia na outra vida.
Essa característica do Cristianismo é fundamental no proces-
so de secularização, ou seja, para o cristão o mundo já havia ante-
riormente sido colocado para fora do âmbito do sagrado. O sagrado
se dava na interioridade do Deus pessoal. Cada ser humano passa
a desenvolver uma interiorização de um mundo individual, mundo
este que abriga a religiosidade como uma questão íntima e privada.
Ao identificarmos esse processo podemos perceber que ele traz
em seu bojo questionamentos que surgem para as instituições assim
como para cada ser humano, em sua vida. A Igreja havia sido até
então responsável não somente por dar conforto espiritual, mas por
resguardar um universo simbólico que dava significado à vida. Ao
Deborah Pereira da Silva - 15
já que para eles era claro que havia um mundo no qual viviam e um
mundo que deveria existir se a palavra de Deus fosse realmente se-
guida por todos. Havia uma separação na maneira de pensar a pró-
pria vida, dividida entre dois mundos distintos: um com uma vida
secular que não deveria ser valorizada e o outro com uma vida imer-
sa no sagrado e na noção de perfeição Divina. Fica claro que na pró-
pria noção de Vida Eterna está embutida a secularização. Duas vidas,
uma vivida neste mundo imersa em problemas profanos e outra, a
Vida Eterna, esta sim repleta de sacralidade.
A partir da Reforma, a Igreja vai perdendo espaço dentro da
sociedade e não só porque perde os seus bens e consequentemen-
te dinheiro e poder. Ela perde a condição de definidora de valores e
comportamentos para a sociedade.
Essa fragilidade permitirá a liberdade de escolha e de ação das
pessoas no mundo. Os valores e conceitos, que antes direcionavam
a vida e davam sentido e explicação, se enfraquecem, e o homem
vai interiorizando sua religiosidade e experimentando a possibilida-
de de agir no mundo livre para experimentar outras dimensões de
escolha que não só a religiosa.
Como primeira consequência dessa substituição de significado,
temos uma maior liberdade em relação aos modelos tradicionais e a
possibilidade de questionamentos. Há espaço para incertezas onde
Deborah Pereira da Silva - 17
mãos dos religiosos para as mãos dos príncipes. Isso se deu como
uma das consequências da Reforma, que além de propiciar o surgi-
mento das igrejas nacionais, fez com que os príncipes buscassem a
autonomia do poder temporal. Essa solução terminou com a Guerra
dos Trinta Anos e também com o que o Imperador Constantino ha-
via conseguido com o Edito de Milão de 313, quando criara a união
entre poder político e religioso.
Dessa maneira, vamos ficar com a noção de que secularização
seria a separação entre política e religião, Estado e Igreja como so-
lução para as Guerras de Religião e que teve como uma de suas con-
sequências a perda do poder político das Igrejas.
A ampliação do conceito de secularização, até então estritamen-
te religioso, será feita pela sociologia de Max Weber que acabará por
criar o conceito de desencantamento. Essa ideia é o resultado da se-
cularização acrescida de um novo olhar oferecido pelo Iluminismo.
Esse olhar surge, coincidentemente, com o momento em que as ideias
religiosas de explicação da vida sofrem um esgotamento em rela-
ção à visão de um mundo que aceitava unicamente a visão religiosa
e que vai retirando o sagrado de forma progressiva do universo. A
partir deste instante este mesmo universo será aberto não só às ex-
plicações científicas, mas também à pesquisa, ao questionamento do
que antes era inquestionável.
18 - CAPÍTULO I – O DESENCANTAMENTO DO MUNDO
VOLTAR AO
1.2 Algumas consequências da secularização SUMÁRIO
tido à vida, não podemos esperar dela um sentido, porque isso ela
não é capaz de oferecer.
Essa busca do ser humano pelo significado, pelo encantamento,
existe porque paixão e intuição são fundamentais. A vida desencan-
tada é impossível, a razão unicamente não oferece resposta para os
questionamentos humanos, por isso as pessoas buscam por paixão
e intuição em suas vidas, assim, tem a percepção de há algo além.
Portanto, o mundo externo tornou-se difícil e problemático e
mesmo o mundo interno também se torna mais complexo. O ser hu-
mano passa a ter que fazer escolhas, quase sempre precárias, op-
tando dentro das possibilidades que se oferecem para dar o sentido
perdido à vida. A religião, que por muito tempo tinha oferecido res-
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
vista pelo ponto de vista das sociedades ocidentais como algo a ser
dominado e explorado dentro de uma perspectiva absolutamente au-
sente de magia.
Não havia possibilidade de Salvação por meios mágicos, a
Graça de Deus era para os que Ele havia escolhido, não havia como
interceder para se mudar o destino. O sinal de que se era um esco-
lhido viria através do sucesso obtido com o trabalho, que se torna-
va cada vez mais eficiente. Assim, a vida ficou desencantada, com
o ser humano vivendo num universo de números, de quantificação,
inclusive do tempo, explicado pela ciência e sem nenhuma magia.
4 O desencantamento VOLTAR AO
SUMÁRIO
ca por certezas num mundo cada vez mais precário e incerto passa a
ser encantadora, e o ser humano busca o encantamento.
Resumindo, podemos dizer que a princípio o desencantamen-
to foi bastante sedutor ao oferecer uma proposta que também era
encantadora, ao propor soluções para todos os problemas humanos.
A possibilidade de se pôr fim às Guerras de Religião, associada ao
crescimento da ciência como possibilidade real de resolução dos pro-
blemas humanos, pareceu bastante sedutora, e, mais que isso, há o
progresso que passa a ser oferecido como possibilidade infinita de
conquista e realização do indivíduo.
O que ocorreu é que como substituição ao encantamento religio-
so o mito do progresso foi convincente. Na medida em que o ser hu-
mano sentia na sua vida particular cada evolução prometida, ao tornar
possível salvar uma vida através da descoberta de novas tecnologias,
ou drogas, ou de simplesmente por poder ter água encanada em sua
casa. Entretanto, esse projeto encontrou o esgotamento e foi inca-
paz de se renovar trazendo como consequência o desencantamento.
Em face da perda de fé na tecnologia e na ciência, surge na so-
ciedade um espaço para o reencantamento. Os problemas do progres-
so e a falta de significado para a vida trazem consigo a vontade de
ressuscitar a magia existente na sociedade pré-moderna, e que havia
ficado deslocada durante esse período. Começam a renascer movi-
34 - CAPÍTULO I – O DESENCANTAMENTO DO MUNDO
VOLTAR AO
4.3 A reação ao desencantamento SUMÁRIO
VOLTAR AO
5 A busca pelo reencantamento SUMÁRIO
CAPÍTULO II
rem significados, para além deles mesmos, onde são usados como
marcadores de relações sociais e como comunicadores. Se encarar-
mos os objetos sob essa ótica, perceberemos que são mais do que
a utilidade material que possuem, são signos e é como signos que
são consumidos.
A necessidade que o ser humano tem de dar significado aos ob-
jetos é o resultado de uma incapacidade dos grupos sociais suporta-
rem por muito tempo a quantidade enorme de desejos despertados
constantemente e a indefinição do que significa a vida.
Os grupos sociais precisam ordenar seus desejos, sob pena de
destruição do grupo. A ordem sobre o que cada um deve desejar ga-
rante a sobrevivência do grupo, uma vez que garanta a escassez con-
trolada, que seria uma demanda nem tão grande que faça com que
o objeto perca seu valor, nem tão pequena de modo que possa cau-
sar a destruição do grupo na luta pela obtenção do bem desejado.
Os símbolos produzidos pela cultura de consumo não são pro-
fanos, possuem poder, em si, comunicam ao revelarem o que seriam
valores reconhecidos pelo grupo. Esses valores estão inseridos em
produtos ou serviços, e são reconhecidos pelo grupo como comuni-
cadores de mensagens.
Sagrado e profano, sacralidade, rituais, e comprometimento
em torno de valores, todos esses temas por séculos pertenceram ao
45 - CAPÍTULO II – A PROPAGANDA E O CONSUMO
VOLTAR AO
1.2 O crescimento da propaganda SUMÁRIO
VOLTAR AO
1.3 A atuação do marketing SUMÁRIO
vácuo que surge mesmo com uma ciência que encanta. Isso sugere a
abertura para outras possibilidades de encantamento, e é aí que nas-
ce a nossa hipótese: a de que muito provavelmente o encantamen-
to tenha se deslocado para o universo da propaganda e do consumo.
Podemos observar uma das principais distinções que buscamos
fazer quando trabalhamos os conceitos de secularização e desencan-
tamento no capítulo anterior: o reencantamento está sendo retomado
porque é impossível para o ser humano viver em um mundo frio e
distante. O ser humano busca sempre outro significado, um signifi-
cado que estaria além, não neste mundo, mas em algum outro lugar
e que em algum momento foi identificado como uma narrativa que
deu sentido à vida humana.
Se o encantamento é fundamental à vida humana, podemos
nos perguntar onde, em que espaço da vida humana, isso ocorre na
Modernidade.
Para que possamos entender melhor como isso se dá, analisa-
remos a hipótese de que parte do reencantamento esteja ocorrendo
na propaganda e no consumo e, para tanto, é importante que anali-
semos com mais detalhes a questão do consumo.
O consumo como forma mercantil é apenas uma das suas inú-
meras facetas. Consumimos para satisfazer desejos e necessidades,
e esses desejos e necessidades nem sempre são físicos, consumimos
Deborah Pereira da Silva - 54
para que os amigos nos aceitem, para nos sentirmos melhor, para ter-
mos a ilusão de que controlamos algo na nossa vida.
Para que o consumo signifique mais do que a obtenção de obje-
tos necessários à manutenção da vida e torne-se um processo muito
mais rico, é necessário perceber que este mesmo consumo tornou-
-se o formador de identidade por excelência. Seria através do que
consumimos, produtos ou serviços, que estaríamos comunicando ao
grupo social quem somos. Seria através do consumo que nos reco-
nheceríamos e nos diferenciaríamos dentro de um grupo social e, em
última instância, seria através dele, do consumo de produtos e ser-
viços encantados pela propaganda que voltaríamos ao mundo má-
gico do encantamento.
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
VOLTAR AO
2.1 A cultura de consumo e a propaganda SUMÁRIO
VOLTAR AO
2.2 Da ética puritana à cultura do consumo SUMÁRIO
VOLTAR AO
2.4 Necessidades e desejos SUMÁRIO
A PROPAGANDA
REENCANTANDO O MUNDO
73 - CAPÍTULO III – A PROPAGANDA REENCANTANDO O MUNDO
VOLTAR AO
1 O comportamento de compra
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
SUMÁRIO
ria, por homens na faixa dos 40 anos de idade, que buscavam asso-
ciar-se com a imagem de jovens e rebeldes. Os jovens, para quem o
carro foi a princípio destinado, provaram ser um grupo que não se
identificava com o carro e, mais importante ainda, não tinham con-
dições financeiras para adquiri-lo. Eles eram jovens, não precisavam
de um carro para comunicar isso ao grupo social.
Os fatores psicológicos para Kotler (2000) são em número de
quatro: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes.
Para analisar a Motivação do consumidor, Kotler utiliza-se de três
teorias: a de Freud, a de Maslow e a de Herzberg.
A de Freud propõe que as forças psicológicas que formam o
comportamento de um indivíduo são basicamente inconscientes, o
que faria com que se consumisse sem ter uma razão clara para a op-
ção de consumo, as forças que formam o comportamento de uma
pessoa são inconscientes e que, portanto, decidimos por um produ-
to por motivos que sequer notamos; a segunda teoria é de Maslow,
que propõe uma hierarquia para as necessidades e a de Herzberg que,
grosso modo, trabalha com satisfação e insatisfação.
A Hierarquia das Necessidades de Maslow já foi vista no capí-
tulo anterior, e a de Herzberg resume-se à teoria dos dois fatores: os
satisfatores e os insatisfatores. Para Herzberg não bastaria a ausên-
cia de insatisfatores, seria necessário também a presença dos satisfa-
77 - CAPÍTULO III – A PROPAGANDA REENCANTANDO O MUNDO
quer ser capturado pela emoção, e através dela ser capaz de elabo-
rar uma justificativa para o consumo.
O ser humano precisa de outros significados para os objetos,
porque é desta maneira também que percebemos quem somos no
mundo: comparando-nos com outros de uma mesma classe de consu-
midores, sendo capazes de avaliar o nosso progresso frente ao nosso
grupo social. Ao almejarmos frequentemente mudar para um grupo
social que acreditamos tenha melhores condições de vida do que as
nossas, estamos nos colocando no mundo.
Todas essas características são percebidas e organizadas pela
propaganda e pelo marketing e são efetivamente transformadas em
comunicação que visa o consumo.
Ao aceitar essas regras para saber o seu lugar no mundo e como
deve integrar-se ao grupo social ao qual pertence ou deseja perten-
cer, o ser humano está transferindo para a propaganda a esfera má-
gica e sobrenatural que antes era encontrada na religião.
É fundamental apontar que ao dizermos que a propaganda pre-
enche o vazio de significado deixado principalmente pela religião não
pretendemos dizer que a propaganda não é uma religião no molde das
religiões éticas. Poderíamos talvez comparar a propaganda à religião
de fetiche com características politeístas e com um panteão de dife-
rentes deuses poderosos que habitam os produtos que consumimos.
81 - CAPÍTULO III – A PROPAGANDA REENCANTANDO O MUNDO
não conseguem pensar fora da metáfora, logo não se pode dizer que
não significa nada, porque tudo é metáfora.
O que sabemos da sociedade é compreendido através da me-
táfora. O que chamamos realidade, a lógica cultural pela qual o sig-
nificado é derivado dos símbolos e comportamentos, é o modelo
metafórico específico de um dado grupo social condicionando seus
membros.
Talvez o estranhamento que se experimente venha do fato de
que o uso da metáfora sempre foi considerado indesejável como for-
ma de expressão no mundo científico. Para o discurso científico havia
a linguagem literal, que se acreditava ser clara e precisa. A ciência
era feita com a razão e com o uso da linguagem literal enquanto que
para a poesia se utilizava a imaginação e a metáfora.
Lakoff e Johnson (2002) acreditam que este olhar sobre a lin-
guagem deve-se em função do que os autores chamam de “mito do
objetivismo”, que para eles seria um termo genérico resultante de vá-
rias correntes de pensamento, entre elas o Racionalismo Cartesiano,
o Empirismo, o Positivismo Lógico, entre outras. Este conceito se-
ria abrangente o bastante para englobar as correntes filosóficas do
ocidente, que supõe ser possível acessar verdades absolutas sobre
o mundo subjetivo. Pensando assim, a linguagem seria meramente
um espelho que refletiria a realidade objetiva.
Deborah Pereira da Silva - 82
VOLTAR AO
4.1 Os produtos como comunicadores SUMÁRIO
VOLTAR AO
6 O fetiche do dinheiro SUMÁRIO
VOLTAR AO
7 A metáfora e a propaganda SUMÁRIO
apresenta, sem magia, sem um sentido além para as suas vidas e sem
explicações para o mundo, o ser humano busca algo. Essa busca é
por um mundo reencantado.
Quando iniciamos esse livro haviam questões a serem respon-
didas. Em grande parte, o esforço era buscar saber se o mundo ha-
via se desencantado. Se realmente os seres humanos teriam passado
a viver em um mundo desencantado, como suportariam? Que des-
tino haviam dado à magia e ao encantamento que haviam encontra-
do, por tempos, no universo religioso?
A possibilidade levantada era a de que as religiões perderam
espaço nas sociedades como instituições capazes de doarem signi-
ficado para a vida e preenchê-la com magia, e por isso os seres hu-
manos teriam ido buscar por esse preenchimento talvez em outras
esferas da vida humana.
É inserido neste mundo, que perde o encantamento religioso,
e vai buscar reencantar-se em outras esferas da vida humana que o
nosso trabalho foi levantar proposições.
Ao pesquisarmos o tema da secularização do mundo buscáva-
mos, mais do que a compreensão do fenômeno, a possibilidade de
distingui-lo do fenômeno do desencantamento. Distingui-los foi
importante no decorrer da pesquisa, já que foi ficando claro que não
seria possível que o mundo retomasse as condições que existiam an-
Deborah Pereira da Silva - 105
VOLTAR AO
Referências SUMÁRIO
LEWONTIN, Richard. A tripla hélice. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.
MARRAMAO, Giacomo. Céu e terra. São Paulo: UNESP, 1994.
MARTELLI, Stefano. A religião na sociedade pós-moderna: entre
secularização e dessecularização. São Paulo: Edições Paulinas, 1995.
MARX, Karl. O capital. São Paulo: Difel Difusão Editorial, 1982.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o
pensamento. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2000.
ORO, Ari Pedro. Avanço pentecostal e reação católica. Petrópolis: Vozes,
1996.
ORTIZ, Renato. Apresentação: Durkheim: Um percurso sociológico. In:
DURKHEIM, E. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo:
UNINOVE – uso exclusivo para aluno
VOLTAR AO
A autora SUMÁRIO
A Autora