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Código da UFCD:0367
Manual do Formando
Data: Outubro/2014
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Índice
ÍNDICE ........................................................................................................................ 2
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9 PROMOÇÃO ....................................................................................................... 25
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1 História da Publicidade
No entanto, a mais popular forma de publicidade terá sido o pregão, utilizado pelos
comerciantes para anunciar a venda dos seus produtos.
Em Portugal, tal como aconteceu noutros países, a publicidade assumiu durante séculos uma
carga, marcadamente, oral. São célebres, ainda hoje, pregões como:
“Quentes e Boas” (castanhas)
“Há fruta ou chocolate” (gelados)
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Em 1927, a publicidade como a conhecemos hoje, dá os primeiros passos pela mão da agência
“Hora”, celebrizada por ser a primeira e por nela ter trabalhado Fernando pessoa como copy,
altura em que criou o slogan para a bebida proibida da época: Coca-Cola – “Primeiro estranha-
se; depois entranha-se”.
Mas é após essa década que Portugal assiste ao boom publicitário. Surgem no mercado
nacional as empresas multinacionais Lever, Colgate, Nestlé e Protecter & Gamble, que dotadas
de experiência e uma estrutura superior às empresas nacionais vêm impregnar a publicidade de
um carácter pedagógico e informativo. Esta lufada de ar fresco aliada ao aparecimento da
televisão em 1957 atribui um novo significado ao mercado publicitário.
Este período negro da Publicidade chega ao fim já nos anos 80 com a entrada de Portugal na
Comunidade Europeia, e a natural abertura das barreiras alfandegárias. As empresas
portuguesas cientes das necessidades do consumidor, cada vez mais exigente, a par da
globalização dos mercados, procuram a expansão apostando no investimento publicitário.
2 A publicidade – conceito
“Qualquer forma não pessoal de apresentação ou promoção de ideias, bens ou serviços, paga
por um patrocinador identificado”.Philip Kotler“
Comunicação não pessoal paga por um anunciante identificado, que usa os massmedia para
persuadir ou influenciar uma audiência”. Cujo objetivo é “fornecer informação que ajude
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compradores e vendedores a se encontrarem no mercado”.William Wells, Jonh Burnett e
Sandra Moriarty“
Atualmente é muito mais do que tornar público um produto, uma ideia ou um serviço: visando
alvos cada vez mais bem delimitados e identificados, a Publicidade joga comas emoções,
anseios, necessidades, preconceitos e todo o tipo de sentimentos do recetor nas suas
mensagens.” In Publicitor
O objetivo da publicidade não é informar mas sim fazer sonhar, dando aos produtos e às
marcas o interesse que muitas vezes não têm.
3 Tipos e Objetivos
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animação e a todas as outras formas de comunicação nos locais de venda.Segundo o
objeto da mensagem:
Publicidade de produto: visa dar a conhecer a existência e as características de um
produto, promover uma imagem e incitar à compra. Esta forma de publicidade pode
incidir sobre um produto ou uma gama de produtos.
Publicidade institucional ou de empresa: esta forma de publicidade promove imagens
de firma. Está focada na organização que fornece os produtos ou serviços.
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3.2 Objetivos da publicidade
Qualquer anúncio publicitário tem como objetivo exercer uma influência sobre as pessoas a
quem são dirigidas e sobre os seus comportamentos efetivos. Procura então, chamar a
atenção, despertar o interesse, provocar o desejo, levar à memorização e desencadear a ação.
De forma geral os seus objetivos são:
3.2.1 Informar
3.2.2 Persuadir
Levar à preferência
Alterar a perceção dos compradores relativamente às características do produto
Persuadir os compradores a adquirir o produto em detrimento de outros
Levar à compra
Provocar simpatia
Associar aos produtos emoção, desejo e sonho
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3.2.3 Relembrar
4 Valores e princípios
A atividade publicitária em Portugal rege-se pelos seguintes valores e princípios:
“É proibida a publicidade que pela sua forma, objeto ou fim, ofenda os valores, princípios e
instituições fundamentais constitucionalmente consagradas.”
Exemplo: O spot da Media Markt “eu é que não sou parvo”, fazendo alusão a um escuteiro, foi
retirado.
A publicidade tem de ser inequivocamente identificada como tal, sendo este princípio
garantido pela utilização de separadores visuais ou sonoros, dependendo do veículo utilizado.
No caso da rádio e da televisão, a publicidade deve ser claramente separada da restante
programação, com a introdução de um separador no início e no fim do espaço publicitário. A
violação deste princípio denomina-se publicidade oculta, dissimulada ou publicidade
clandestina.
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4.3 Princípio da veracidade
A publicidade deve “respeitar a verdade, não deformando os factos”. Não basta que não seja
falsa: deve ser exata, quanto a todos os elementos a que se refere; precisa, evitando
ambiguidades que originem o erro; completa, não omitindo informações que contrariem
aquelas que são transmitidas; e por fim, comprovável, isto é, sujeita à prova das afirmações
emitidas.
A violação deste princípio designa-se publicidade enganosa, estipulando-se que esta não deve
revestir carácter enganador, nem induzir “ou ser suscetível de induzir em erro os seus
destinatários, independentemente de lhes causar qualquer prejuízo económico, ou que possa
prejudicar um concorrente”.
5 Intervenientes
No mundo da publicidade interagem três tipos de atores – os anunciantes, as agências e os
meios de comunicação -, que giram em torno de várias profissões relacionadas com a execução
e presença da publicidade nos meios de comunicação.
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5.1 Os anunciantes
São os emissores da publicidade que estão na base da pirâmide.
São na maioria, empresas que detêm uma ou várias marcas, e têm o nome da marca sobre a
qual estão a fazer a publicidade
Na grande maioria dos casos dirigem-se às agências para conceção e produção da sua
campanha. A situação inversa é muito rara, verificando-se por vezes nas marcas de luxo ou na
imprensa, em que algumas empresas trabalham internamente com os seus criativos, que têm
uma visão do seu produto e da sua marca, por vezes tão clara, que, em muitos casos, se sentem
mais bem preparados para gerir a comunicação.
5.2 Os media
Os media sempre tiveram uma papel fundamental na publicidade e vice-versa.
A dependência económica dos mass media, no que diz respeito à publicidade, é colossal, para
não dizer total, e o modelo de negócio da internet não é exceção à regra.
Sem evolução dos media, não teria havido a evolução da publicidade. A invenção de novos
media é acompanhada todos os dias por modificações profundas em relação aos media e o seu
público. Por exemplo, a progressiva perda de audiência da rádio, coma a introdução massiva da
televisão durante os anos 50; e atualmente, os novos hábitos dos jovens prendem-se com a
internet e a diversificada oferta televisiva.
O planeamento de media e a compra de espaço publicitário nos suportes são assegurados pelas
agências de meios e centrais de compras, que assumem as funções referidas, para o
desenvolvimento das campanhas publicitárias dos anunciantes.
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5.4 As agências de publicidade
6.1 O briefing
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6.1.2 Estratégias de marketing do anunciante
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Promessa - o elemento mais importante do copy strategy, é a promessa ou o
benefício ao consumidor, ou seja, a identificação da vantagem principal que o
cliente retirará pelo consumo ou pela compra do produto. Distinguem-se três
níveis de promessa:
o o atributo produto
o O benefício ao consumidor propriamente dito
o A identificação valorizadora ou gratificante.
“Provas” - ou suportes da campanha são os argumentos que se utilizam para
justificar a veracidade da promessa:
o o testemunho de uma pessoa ou de uma entidade reportadamente
competente;
o A performance espetacular de um produto;
o Quando a promessa é um benefício puramente imaginário e subjetivo, ou
ainda um sentimento de identificação valorizadora, que nenhuma prova
objetiva possa suportar, são os elementos de execução da publicidade
que farão a prova.
Tom e personalidade da campanha - O tom de uma campanha ou de um
anúncio é o registo da expressão utilizada. Há uma variedade de registos
possíveis:
o Demonstrativo
o Emotivo
o Humorístico
o Autoritário
o Grande espetáculo
o Estético
o Alegre
o Dramático
Instruções e limitações diversas - refere-se a diversas instruções que devem ser
respeitadas:
o media a utilizar ou formato do anúncio,
o Forma de apresentação do produto, formatos do produto,
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o Questões ligadas ao logotipo,
o Regras legais
o Regras ligadas aos códigos de expressão da marca.
Funções do título:
Atrair e prender a atenção;
Suscitar e provocar interesse pelo conteúdo do texto;
Causar impacto emocional no leitor por apelos afetivos de forma a comover
ou despertar imagens;
Provocar desejos capazes de determinar a ação dos consumidores;
Personalizar a mensagem, tratando o leitor como indivíduo e não
massificando-o.
Caraterísticas do título
Estar destacado do resto do texto, pelo tamanho, tipo e forma das letras;
Conter palavras e expressões-chave altamente informativas;
Mostrar algum benefício do produto ou serviço;
Apresentar a marca ou identificação da empresa;
Conduzir a alguma decisão por meio de argumentação lógica.
O corpo do texto
O texto publicitário deve ser tão curto quanto permitir a natureza do que se veicula.
Textos longos, maçudos, pouco comunicativos afastam a atenção do leitor.
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O corpo do texto publicitário, normalmente é constituído por três partes distintas:
A chamada é a introdução, onde se apresenta o tema. O interesse por estas ideias vai
depender muito do título, por isso, esta parte é constituída por frases curtas e objetivas
para facilitar a rápida leitura e apreensão dos conceitos expostos. A venda, onde se
apresenta as características e/ou vantagens do produto ou serviço e outros dados que
servirão de argumentos e apelos para convencer o consumidor a atuar.
Slogan
Elementos não-verbais
Ilustração
Identificação da marca ou produto
Objetivos
Mostrar diferentes situações da utilização
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Mostrar as necessidades do produto
Mostrar os diferentes benefícios
Comparar com a concorrência
Tipografia
Cor
A cor é um elemento de comunicação muito forte pelo profundo impacto que tem sobre a
mente humana, através da criação de um conjunto de associações que podem ser positivas
ou negativas.
Execução
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Avaliação da criação publicitária – os pré-testes
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Os pré-testes devem facilitar a avaliação e a decisão do anunciante e da agência, não podendo,
por si próprios, permitir aceitar ou recusar um projeto criativo.
7 Gestão do Orçamento
Deve-se considerar cinco fatores ao estabelecer o orçamento para publicidade.
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8 Avaliação dos resultados
Definir o campo de avaliação: pode ser a campanha completa ou apenas um dos seus
elementos.
A campanha
- Controlar o efeito de uma campanha: é o balanço da campanha.
- Controlar uma série de campanhas: deverão ter-se em conta os efeitos cumulativos da
publicidade no tempo.
Um elemento da campanha
- Avaliar a mensagem, ou mesmo uma parte da mesma
Definir critérios de avaliação: por vezes, a eficácia da publicidade pode ser controlada
pelos seus resultados objetivos. Mas nem sempre é possível. Utilizam-se também os
critérios de comunicação. Definir a data e periodicidade da medição
- os pré-testes: não devem pretender prever a eficácia mas sim evitar erros, bem como
confirmar ou a refutar uma ideia ou hipótese;
- os mercados-testes.
A situação ideal consiste em fazer medições antes e depois das campanhas, para avaliação das
variações sobre os mesmos objetivos.
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Definir quem vai avaliar a publicidade: pode ser o anunciante ou a sua agência, um
serviço interno ou uma empresa de estudos especializada.
Medida de rendimento
A publicidade contribui sempre para tais objetivos. Procura sempre modificar comportamentos,
direta ou indiretamente, a curto ou longo prazo. Dever-se-ia, pois, medir a sua eficácia apenas
sobre as mudanças observadas nos comportamentos dos alvos. É infelizmente muito difícil, até
impossível, porque não se pode isolar o efeito da variável publicidade no conjunto dos fatores
que agem sobre o comportamento dos indivíduos; e porque o efeito da publicidade é por vezes
tão diluído no tempo que não sabemos atribuir a cada esforço publicitário a repercussão
correspondente e distinguir entre o seu efeito próprio e o efeito acumulado das ações
precedentes.
Memorização da campanha
Atribuição
Compreensão da campanha
Credibilidade
Aceitação
Incitação à compra
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Como vamos medir?
Pós-testes
Critérios de memorização
o Medida de memorização espontânea da campanha
o Medida de memorização assistida
Critérios de reconhecimento
o Medida de número de atributos à marca
o Medida de número de confusão
Critérios de comportamento
o Medida do incentivo à compra
o Medida de compra
Inquéritos “antes-depois”
Tracking
9 Promoção
A promoção é um conjunto de atividades, técnicas e meios destinados a incrementar as vendas
de um produto ou serviço, ou fortalecer a imagem de determinada marca, evento ou
instituição.
De acordo com esta aceção bastante genérica, a promoção abrangia todas as atividades de
marketing.
Neste sentido e para facilitar o entendimento de promoção, a sua definição começou a ser mais
restrita:
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Neste sentido, a promoção constitui uma ponte vital entre a publicidade de massa e atuação do
vendedor ou do ponto de venda; é um apoio direto à imagem do produto coma finalidade de
consumar a venda, sendo que uma operação de promoção consiste em associar a um produto
uma vantagem temporária destinada a facilitar ou a estimular a sua utilização, a sua compra
e/ou a sua distribuição.
Exemplo:
• Experimentação
• Primeira compra
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• Compra repetitiva
• Fidelização
• Aumento do número de unidades adquiridas
• Aumento do número de unidades consumidas
• Aumento da frequência de compra
1. Experimentação gratuita
a. Distribuição de amostras
b. Prova do produto (degustação)
c. Ensaio
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2. Reduções temporárias de preço
a. Redução direta do preço
b. Reembolso sobre apresentação de prova de compra
c. Desconto sobre quantidade
d. Cupões
3. Prémios, ofertas, brindes
4. Concursos, jogos e sorteios
5. Pôr em destaque o produto
6. Promoção-distribuidores
Experimentação gratuita
Colocação do produto à disposição do consumidor, gratuitamente no domicílio ou nos
estabelecimentos.
É mais habitual a colocação do produto ser em estabelecimentos e, normalmente, trata-se de
um bem semidurável.
É o mais eficaz e o mais dispendioso meio promocional, pelo que é mais adequado a novos
produtos ou àqueles que tenham fortes possibilidades de voltar a ser comprados.
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Quando, devido ao acréscimo de vendas, estas promoções não representam custos para a
empresa que os oferece, denominam-se “auto-pagantes”.
Promoção – distribuidor
Paralelamente a estes meios promocionais destinados ao consumidor, é frequente a realização
de promoções aos distribuidores com o objetivo de estimular as suas próprias compras e/ou
obter a sua cooperação no quadro das operações dirigidas aos consumidores. Os principais
meios de promoção deste tipo são:
Prémios em natureza
Prémios em dinheiro
Sorteios entre distribuidores.
A definição prévia dos objetivos é fundamental já que deverá determinar a tipologia de técnicas
a utilizar, e naturalmente, a forma de avaliar os resultados promocionais. É frequente uma
campanha promocional conseguir aumentar o volume de vendas, mas como a técnica escolhida
não foi a mais indicada, provocou se uma canibalização dos outros produtos da gama, uma
diminuição de vendas no período seguinte ou a degradação da marca.
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O autor Shimp declara que para uma promoção de vendas ter sucesso é necessário que esta
seja planeada cuidadosamente, e que exista uma grande coordenação com os outros aspetos
de um programa de marketing. Lendrevie afirma também que uma operação de promoção
deve ser preparada e executada cuidadosamente até ao mínimo pormenor, exigindo para ser
bem sucedida uma coordenação perfeita de numerosos intervenientes nomeadamente da
força de vendas.
Srinivasan e Anderson afirmam que avaliar a efetividade das atividades promocionais requer
um entendimento dos custos e benefícios dos diferentes tipos de promoção. De acordo com
estes autores, a grande dificuldade está justamente em quantificar os benefícios. Por seu lado,
Hoofnagle aponta a importância de medir a efetividade da promoção para evitar desperdício de
largas somas de dinheiro. Para Taylor um dos principais problemas na avaliação das promoções
é a falta da definição de objetivos claros. Hardy afirma que mesmo para o mais experiente
profissional de marketing sempre haverá alguma incerteza quanto à reação do mercado em
relação a mais testada das promoções. Segundo ele, o grande desafio está justamente em
aumentar a probabilidade de que a promoção seja um sucesso. Para Weber é impossível prever
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o retorno de promoções devido à dificuldade de prever as alterações das condições
económicas, das condições de mercado, das reações dos concorrentes e dos fatores internos da
empresa. Adler critica a posição de Weber. Para Adler é possível medir o resultado das
promoções. Entretanto, deve-se levar em conta que há diferentes tipos de promoção, os
objetivos de cada um podem ser distintos e o critério de avaliação de cada uma pode variar.
10 Bibliografia
• AA. VV. - Publicitor: comunicação 360º online offline. Lisboa: Publicações D. Quixote,
2010.
• Zenone, Luiz Cláudio; Buairideau, Ana Maria Ramos; (2005); Marketing da Promoção e
Merchandising – conceitos e estratégias para acções bem sucedidas; Thomson; SãoPaulo
• Denis Lindon, Jacques Lendrevie, Julien Lévy, Pedro Dionísio e Joaquim Vicente
Rodrigues, MERCATOR XXI, Lisboa, Publicações Dom Quixote, Lda., 2003
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