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A Definição das Peças
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
A Definição das Peças
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Levar o aluno a uma análise das melhores peças para o desenvolvimento de uma campanha;
• Introduzir o pensamento seletivo, para que as peças escolhidas sejam as mais adequadas
para que uma campanha seja realizada dentro da verba e objetivos propostos.
UNIDADE A Definição das Peças
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Sim, à primeira vista parece estranho considerarmos os representantes das marcas
importadas e os colaboradores como públicos de contato, mas é fundamental incluí-los
na criação de materiais de divulgação, detalhes que vamos conhecer mais adiante.
Que tipos de materiais são opções viáveis para atingirmos cada um dos públicos,
considerando o posicionamento da marca?
Vamos fazer esse exercício, detalhando os objetivos pelos públicos que identifica-
mos anteriormente.
• Clientes da loja virtual: precisamos mostrar que a linguagem do site atende às
expectativas de criação de um ambiente que “respira” natureza, tem referências
do mundo orgânico, imagens suaves, frases de impacto e a clareza de que se
está no ambiente de uma empresa que respeita a natureza. Quando a entrega
chega, qual a experiência de quem abre a caixa? Há alguma surpresa, como
amostra grátis ou cupom de desconto? Algum folheto interessante?
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UNIDADE A Definição das Peças
• Clientes de lojas físicas: este público é o que chega mais perto dos produtos
– podem sentir a fragrância, manipular embalagens, experimentar texturas e
cores. Aqui, queremos comunicar o conceito de natureza, de produtos livres de
química prejudicial à saúde, equilíbrio, tranquilidade. Isso nos dá a dica de que o
ambiente deve trazer referências da natureza; uso de materiais orgânicos, como
madeira de flores naturais; música que transmita tranquilidade; claridade; unifor-
mes de vendedores com tecidos naturais; impressos em papel reciclado; cores
suaves; textos com apelo ecológico; etc. Na loja física, criamos um cenário para
que quem busca produtos orgânicos sinta-se em casa;
• Atacadistas: eles serão responsáveis por distribuir os produtos para inúmeras
lojas diferentes, onde cada item disputará a prateleira com concorrentes. O que
vale para um atacadista é a clareza de informação. Ele precisa ter acesso a
materiais que o preparem para ter argumentos de venda junto aos seus clientes
que revenderão o produto. Quais são os diferenciais? Que produtos têm bom
giro nas prateleiras de supermercado? Há amostras grátis disponíveis? A tabela
de preços com margens de lucro é clara? As embalagens de remessa são se-
guras, fáceis de identificar e empilhar? Os prazos de entrega são confiáveis?
Ou seja, o material de comunicação desse público visa instrumentá-lo a revender
a marca com segurança. Bons materiais farão com que ele prefira revender uma
marca em detrimento de outra que o deixa na mão naquilo que é importante
para fazer o seu negócio funcionar;
• Revendedores: mesmo não havendo contato direto com os revendedores, eles
se disponibilizaram a revender os produtos da marca em questão através da
compra de atacadistas. Eles também precisam de suporte e informações claras
para poderem revender os produtos com segurança. A empresa disponibiliza
algum tipo de treinamento para vendedores? Há um jeito criativo e eficiente de
dispor os produtos na loja? Há algum tipo de possibilidade de se realizar a lguma
ação para experimentação? Algum tipo de brinde para clientes? Com essas in-
formações em mente, fica cada vez mais claro entender que tipo de material é
necessário para agradar esse importante público, que está disposto a revender
os produtos da marca para seus clientes;
• Representantes das marcas importadas: a marca escolheu a dedo os produ-
tos que queria trazer ao Brasil. Manter uma boa relação com as representantes
das marcas é fundamental para o sucesso do negócio. É preciso evidenciar que
os produtos estão sendo tratados com o devido carinho, de forma estratégica
e eficiente, garantindo bons resultados e a continuidade da operação no Brasil.
Esse público precisa de relatórios claros, com evidências de que a marca está
sendo devidamente trabalhada. Também é fundamental mostrar que materiais
criados aqui, de forma a divulgar uma marca exclusiva, estão alinhados à linha
de comunicação da matriz. Isso mostra que a importadora respeita a marca em
sua completude e está disposta a divulgá-la de acordo com seus valores e concei-
to originais. É muito importante mostrar a uma marca que entendemos e pen-
samos “do mesmo jeito”, evidenciando que os produtos estão em boas mãos;
• Colaboradores: eles fazem a empresa funcionar e precisam estar alinhados
com os valores propostos pela marca. Uma pessoa vegetariana trabalhando
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em um frigorífico dificilmente falará bem da marca que a contratou. Nesse caso
específico, o erro está na área de recursos humanos, que deixou de lado a aná-
lise desse pequeno grande detalhe. Colaboradores que não vestem a camisa
da empresa e não estão alinhados com o seu propósito podem ser extrema-
mente prejudiciais à operação. Entretanto, ter colaboradores apaixonados pelos
produtos que vendem é uma força poderosa e indireta de marketing. Nada ven-
de mais do que uma pessoa apaixonada pela empresa onde trabalha, alinhada
com os valores de seu empregador. Mas, isso não se consegue de forma auto-
mática: os colaboradores são devidamente treinados? Conhecem os objetivos
e os valores pregados pela empresa? Recebem amostras para experimentar?
Têm acesso a todos os produtos? Todos esses recursos ajudam a conquistar os
colaboradores e a torná-los fieis escudeiros na defesa das marcas.
Assim, temos informações valiosas para sabermos o que vai ser feito para divulgar
a marca do jeito mais eficiente. Conseguimos enxergar cada público e suas deman-
das e, cruzando essas informações com peças que poderiam ser criadas, vamos
desenhando a campanha com base em referências mais seguras.
Conheça aqui peças que podem fazer parte de uma campanha em ponto de venda.
Disponível em: https://bit.ly/33TOm0z
Vamos pensar nas peças que seriam mais adequadas para cada público, para enten-
dermos as nossas possibilidades, explorando mais uma perspectiva de nosso exemplo.
Parece meio óbvio que alguns tipos de peças têm finalidades bem específicas,
como uma faixa de gôndola para ser fixada nas prateleiras de um supermercado.
Mas, muitas vezes, quando sai algo novo no mercado, muitos clientes acham que de-
vem fazer uso daquele recurso, sem analisar a sua real função. Há diversos casos de
peças usadas de forma completamente inadequada, colocando em risco uma cam-
panha. Veja aqui exemplos: anunciar coleta de lixo seletiva na embalagem de pão da
padaria. Quem gosta de ver a própria comida associada com lixo? A mídia em si é
bacana, o que está errado é o uso que está sendo feito dela. Outro exemplo: anunciar
tortas doces e calóricas em uma revista voltada ao fitness. A tiragem da revista pode
ser super alta, o valor do anúncio vantajoso, mas colocar esse tipo de produto nas
páginas de um veículo de quem quer entrar em forma passa até a ser uma afronta.
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UNIDADE A Definição das Peças
Juntando cada uma das possibilidades ligadas a cada público, teremos uma lista
de peças que precisará ser analisada, verificando quais são os recursos disponíveis,
o que nos leva à próxima etapa.
É um grande lançamento?
É um complemento de portfólio?
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Com essas respostas em mãos, vamos definir, como objeto de exemplo, que se
trata de uma marca importante, mas com expectativa de vendas mediana, uma vez
que consideraremos que o carro-chefe de nossa empresa em questão seja maquiagem
e estamos falando do lançamento de uma linha de produtos voltada para cuidado
capilar. Isso significa que a verba a que teremos acesso não será muito significativa,
o que nos leva a filtrar recursos que se encaixem dentro desses limites.
Para que o processo seja limpo e claro, vamos construir uma lista única de todas
as peças que consideramos interessantes para os nossos públicos, conforme apre-
sentado a seguir.
• Banner no site;
• Brinde temático;
• Oferta especial por e-mail para os clientes cadastrados;
• Amostra grátis;
• Cupom de desconto para uma próxima compra;
• Display;
• Folder;
• Cartazete;
• Convite para ação de experimentação;
• Filipeta;
• Folder com características técnicas;
• Fotos;
• Treinamento;
• Apostila para revendedores;
• Fotos de ações realizadas;
• Apresentação do departamento comercial.
Todas essas peças que foram aqui listadas corresponderiam a um conjunto exce-
lente para divulgação se a verba não fosse um limite real e se a representatividade da
marca fosse muito expressiva. Mas, como citamos anteriormente que o esforço e a
verba são medianos, teremos que fazer ajustes.
Para que a campanha atenda aos objetivos dentro da verba disponível, é preciso fazer os
seguintes questionamentos:
• Quais são as peças mais caras?
• O que é realmente indispensável?
• O que pode ser produzido e aproveitado por pelo menos dois dos públicos?
• O que pode ser substituído por peça/ação alternativa?
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Esse raciocínio nos leva à próxima fase, onde vamos analisar a real necessidade
de cada peça e a forma de fazermos o aproveitamento mais inteligente da verba.
Uma boa campanha traz com ela uma inteligência que justifica cada uma das pe-
ças ou ações, em total alinhamento aos objetivos apresentados pelo cliente.
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• Amostra grátis: investimento moderado. É bastante eficiente, mas, para uma
campanha mediana, fica fora de propósito em um primeiro momento. Isso leva
à necessidade de criação de material impresso bastante eficiente na comunica-
ção dos atributos do produto;
• Cupom de desconto para uma próxima compra: custo de produção baixo.
Mas, vale a análise se o desconto é aplicável dentro da margem de venda do
produto. A vantagem do cupom de desconto é que ele acaba impulsionando a
venda de outros produtos;
• Display: grande efeito no ponto de venda, mas alto custo de produção. Não
vale aqui uma orientação de como montar uma bela vitrine dando destaque ao
lançamento ou uma maneira diferente de dispor o produto na prateleira?
• Folder: custo de impressão mediano, mas eficiente na comunicação dos atributos
de um produto. Será que não vale a pena investir na criação de um material
bonito e disponibilizá-lo apenas eletronicamente?
• Cartazete: custo unitário alto, mas se impresso pelo processo digital pode ser pro-
duzido de forma unitária e fazer grande diferença no ponto de venda. O arquivo
pronto para impressão pode ser disponibilizado para revendedores, que arcam
com o custo de produção para poderem utilizar esse recurso, de forma opcional,
na decoração de suas lojas;
• Convite para ação de experimentação: seria maravilhoso disponibilizar um
cabeleireiro para aplicar um determinado tipo de produto nos cabelos dos
clientes. É uma ação de alto impacto, mas envolve também custos elevados e
logística complicada. Em uma campanha de média importância, não tem tanta
relevância. Uma alternativa poderia ser disponibilizar um guia virtual no site
ou através de QR code, mostrando a forma mais correta de lavar os cabelos.
O custo de produção de um material dessa natureza não é alto e pode alcançar
grande sucesso, estimulando a venda dos produtos da marca;
• Filipeta: baixo custo, pode ser produzida em volume e pode ser um material
coringa para comunicar, de forma breve, o lançamento da nova marca;
• Folder com características técnicas: custo mediano, mas fundamental para
auxiliar no convencimento dos distribuidores e revendedores. Nesse caso,
pode valer investir na criação de um layout muito bem resolvido e disponibili-
zar esse material apenas em formato eletrônico, eliminando-se assim qualquer
custo de impressão;
• Fotos: em vez de produzirmos fotos próprias, aqui vale solicitar ao fabricante,
na matriz, para disponibilizar o acervo da marca, dispensando-se assim um
custo alto da campanha;
• Treinamento: pode ser realizado nos locais (distribuidores e revendedores) a um
custo relativamente alto, considerando a produção de uma apresentação técnica,
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UNIDADE A Definição das Peças
Esse refinamento não é um exercício fácil nem agradável de fazer. Sim, porque
podemos ter a sensação de que vai “faltar” algum recurso importante.
O que valoriza um bom trabalho é sempre conseguir fazer mais com menos, alcançando
os melhores resultados. Por quê? Porque mostra respeito ao produto e ao cliente, faci-
litando que ele permaneça conosco, criando uma relação de confiança com a agência e
não alimentando a sensação de que a verba disponibilizada foi utilizada de forma leviana
e pouco eficaz.
Uma simples pergunta pode lhe ajudar a chegar a uma lista de peças justa: “se
o dinheiro fosse seu, como investiria para conseguir os resultados de que precisa?”.
Tendo essa ideia clara em mente, podemos chegar a uma análise que leva à lista
final aqui apresentada.
• Banner no site;
• Brinde temático: pente para cabelos;
• Oferta especial por e-mail para os clientes cadastrados;
• Cupom de desconto para uma próxima compra;
• Folder – versão eletrônica;
• Cartazete – impressão digital;
• Guia virtual mostrando como lavar os cabelos;
• Filipeta;
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• Folder com apresentação de atributos, características técnicas e dicas de
venda – formato eletrônico;
• Fotos disponibilizadas pela matriz;
• Treinamento virtual;
• Fotos de ações realizadas – de celular;
• Relatório de resultados.
O próximo passo consiste em cotar cada uma das peças pré-determinadas, ava-
liando se são passíveis de serem encaixadas na verba disponível.
Esse é o último filtro para que seja definido o melhor conjunto de peças.
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Entretanto, mostrar “um pouco mais” do que a verba possibilita pode ser uma
boa estratégia de convencimento. Muitas vezes, ao se deparar com uma campanha
super bem resolvida e descobrir que liberando um pouco mais de verba conseguiria
tê-la de forma completa, pode funcionar com uma ótima alavanca de vendas. Uma
boa agência/criador consegue ser muito convincente quando mostra o que é possível
fazer por uma marca. Na medida certa, sem exagero, esse tipo de estratégia pode
funcionar muito bem.
Importante: veja que até o momento, não se iniciou nenhum processo de criação.
Seria perda de tempo e o trabalho final ficaria pouco consistente.
Mesmo que a tentação seja grande de ir rapidamente para a parte lúdica do pro-
cesso, é preciso fazer a coisa certa para garantir resultados coerentes.
Ótimas ideias podem ir para o lixo se não passarem pelo filtro do que é ou não possível.
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Na fase de definição das peças, um erro comum das agências é utilizar jargões de
marketing para dar nome às peças e às ações. Se o cliente se sentir inseguro, pode
ficar inibido a perguntar do que se trata e, por esse simples detalhe, não comprar a
ideia. Por isso, preste atenção na maneira de apresentar as peças, fazendo de tudo
para que a linguagem utilizada seja simples e autoexplicativa.
Se o cliente não souber do que se trata e ficar com vergonha de perguntar, ele
não vai comprar. Por isso, tenha cuidado em traduzir cada peça e, sendo possível,
elimine até os termos técnicos. Se pensarmos assim, as ações/peças acima ficariam:
distribuição de amostras, grupo de discussão e fundo para fotos. Tão mais fácil e
acolhedor, não?!
Então, depois de toda a análise, chegamos às peças que realmente farão a com-
posição da campanha e estamos prontos para começarmos a desenvolver conteúdo
e forma.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Vocabulário Publicitário: conheça os jargões e expressões!
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Referências
VASCONCELOS, L. R. Planejamento de comunicação integrada. São Paulo:
Summus, 2013.
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