Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
em Meios Impressos,
Audiovisuais e Digitais
Definição dos Objetivos
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Definição dos Objetivos
• Introdução;
• Identificar os Objetivos
por trás de uma Campanha;
• Analisar Recursos e Ferramentas;
• Avaliar a Eficácia;
• Análise de Custo X Benefício.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Desenvolver a habilidade de avaliar os objetivos concretos de uma campanha;
• Apresentar as ferramentas presentes hoje no mercado;
• Criar a noção da necessidade de alinhamento entre custo x benefícios.
UNIDADE Definição dos Objetivos
Introdução
Criar para o mercado publicitário é uma atividade fascinante. Trabalhar com tex-
tos elaborados, auxiliados por layouts inteligentes pode colocar uma marca em evi-
dência e, por que não, revolucionar mercados.
Nesse curso, você vai entender as principais diretrizes para criar materiais de
sucesso. Se conhecer essas premissas, vai poder colocar em prática toda a sua cria-
tividade a favor do mercado, construindo marcas potentes, conhecidas e admiradas.
Vamos em frente!
Identificar os Objetivos
por trás de uma Campanha
Quando pensamos em materiais publicitários, a primeira ideia que nos vêm à ca-
beça é aumento de vendas. Sim, porque a maior parte das ações tem realmente esse
objetivo. Mas, quando falamos em marketing, podemos, e devemos, ir muito além.
Um bom texto faz com que você simpatize ou rejeite um produto quase que
imediatamente.
Um texto eficiente faz com que você seja conquistado(a) e lhe dá os argumentos
necessários para que você escolha uma determinada marca.
8
e à sociedade, que fizemos um bom uso do nosso dinheiro, mesmo quando o que
adquirimos pode ser classificado como supérfluo.
Pense neste exemplo: um papel sulfite. O que muda, realmente, de uma marca
à outra? Você conseguiria identificar a marca de um papel se ele estivesse fora da
embalagem? Certamente não. Mas, e se na embalagem estivesse escrito que o fa-
bricante destina x% da verba da venda do papel para reflorestamento? Isso seria um
argumento importante para muitas pessoas preferirem um produto a outro. Nesse
caso, além do texto ajudar a alavancar vendas, entrega algo muito importante: um
conceito que agrega valor à marca, tornando um determinado papel “melhor” que o
outro perante os olhos de determinados consumidores.
Entre as peças de uma campanha, podemos ter também aquelas focadas, es-
sencialmente, em informar: um convite, um banner e um comunicado são bons
exemplos disso.
Cada uma dessas situações citadas até aqui pode estar ligada a uma única marca.
Aí vem aquele cliente que diz: “Eu quero tudo. Quero vender mais, construir uma
marca forte, conquistar novos seguidores”. Dá?! Dá. Mas, fica muito mais fácil traba-
lhar um objetivo de cada vez, de forma focada e inteligente, construindo assim uma
arquitetura de marca consistente. O foco sempre sai ganhando daquilo que é muito
genérico. Isso confunde a cabeça do consumidor. Se um foco é bem escolhido, ele,
por si só, será suficiente para garantir que a marca cresça com forte diferencial.
Veja esse exemplo: a maior parte de nós conhece a rede de hotéis Ibis. Baratos,
modernos, passam a mensagem clara: “se você quer se hospedar pagando pouco,
em um lugar limpo, moderno e honesto, somos a sua opção”. Pronto, a mensagem
é clara, divulgada, geralmente, em painéis nos próprios hotéis, que mostram o valor
das tarifas com grande destaque. Se parar para analisar, o que você teria a dizer
a respeito de outros hotéis? Pouco se sabe, tirando aqueles que são mundialmente
conhecidos como estabelecimentos de luxo. Mas, entre os de custo baixo, quem se
destaca? Então, o objetivo da comunicação da rede Ibis é claro, eficiente e não se
dissolve tentando vender atributos que não farão grande diferença. O resultado é a
constante alta taxa de ocupação de suas unidades.
9
9
UNIDADE Definição dos Objetivos
É como ter uma pessoa por perto que fala muito: a partir de um determinado
momento, simplesmente paramos de prestar atenção.
Para conseguir esse efeito, faça um primeiro esboço e depois continue no exercí-
cio de excluir tudo o que é supérfluo.
Esse é o caminho mais seguro para criar peças que as pessoas vão, realmente, ler...
10
• Fotos, ilustrações: enriquecem todo e qualquer material. Podem ser produzidas
de forma exclusiva, sob demanda, ou adquiridas através de bancos de imagem;
• Estoques: são determinantes para avaliarmos o tempo adequado para a duração
de uma campanha. Não podemos lançar uma campanha agressiva, que gera
grande movimentação de venda, que acaba com os estoques em 3 dias. Seria
um uso desproporcional de recursos;
• Tempo: cada campanha tem um tempo ideal para acontecer. Se é curta demais,
não colabora com o atingimento dos objetivos. Se é longa demais, cai em des-
gaste e deixa de ser relevante;
• Informações técnicas: produtos mais complexos requerem riqueza de informa-
ções técnicas que podem fazer uma grande diferença na venda. Como distinguir
qual o melhor computador se não tivermos acesso ao modelo de seu processa-
dor no momento da compra?
• Canais de comunicação intencionados: o cliente pode indicar os canais de
comunicação para os quais tem preferência diante da verba disponibilizada.
É um orientador importante porque os valores de mídia são bastante altos e
sabermos de antemão as intenções do cliente quanto aos veículos que gosta-
ria de utilizar é determinante na distribuição dos recursos.
Então, se conhecer cada um desses itens, você tem a base necessária para come-
çar a definir o que é ou não possível.
Vamos pensar em uma rápida simulação: seu cliente informa que tem uma verba
de R$ 30.000,00 para efetuar o lançamento de um restaurante. O estabelecimento
é único, está localizado em um bairro de classe média alta na sua cidade. À primeira
vista, essa verba é impeditiva para consideramos TV, mesmo que local, uma vez que
o investimento, apenas em espaço publicitário, é alto, sem contar com os valores
envolvidos na produção. Rádio poderia ser uma alternativa. Jornal/revista de bairro
sairia bem mais em conta. Então, começa-se a desenhar o que é possível dentro dos
recursos destinados. Com essa verba, podemos considerar:
• Material impresso: não tem custo alto, pode ser produzido em escala e
distribuído em pontos estratégicos, nas proximidades do restaurante;
• Fotos e imagens: a verba possibilita a contratação de um fotógrafo, incum-
bido de valorizar o local, que é novo. É importante comunicar o ambiente
no negócio de restaurantes – quando vamos a um local desses, compramos,
além da refeição, o “direito” de estarmos em um local bonito e agradável;
• Duração da campanha: o que é lançado hoje, daqui a 6 meses é notícia
velha. Logo, se a verba disponível é para lançamento, não há porque consi-
derar uma campanha maior do que 3 meses;
• Informações técnicas: quais os verdadeiros diferenciais do restaurante? É o
ambiente que se destaca dos demais? Algum chef renomado? Um jeito dife-
rente de servir o alimento? (Ex.: quando todo mundo vende pizza redonda,
esse passa a vender pizza por metro);
11
11
UNIDADE Definição dos Objetivos
Nesse conjunto, já temos elementos preciosos para entender quais peças são ne-
cessárias para montar um bom conjunto de material de divulgação. Conseguimos en-
xergar o que será impresso, o que é puramente eletrônico, o tipo de texto adequado
para cada peça e a linha de criação que mostre os atributos que queremos ressaltar
dentro da comunicação, alinhados aos objetivos iniciais.
Por motivos diversos, somos levados a pensar que se não tivermos determinados
recursos, não conseguimos alcançar resultados importantes.
O cliente não tem verba para produzir fotos exclusivas? Use banco de ima-
gem. Não tem verba para comprar de um banco de imagens, procure em acervos
gratuitos. Não conseguiu nada? Tente um texto criativo, em letras garrafais: zero de
imagem, mas grande impacto.
Não há verba para um anúncio? Crie oportunidades para que o lançamento seja
promovido pelo “boca a boca”, usando redes sociais e grupos no WhatsApp.
E a parte mais interessante é que, uma vez aprendendo a trabalhar com pouca
verba, quando ela aparece, você está pronto(a) para fazer milagres!
Fazer sucesso com verba é fácil. Fazer sucesso sem verba é talento. E criatividade.
Avaliar a Eficácia
Não precisamos ser especialistas para entendermos que, é claro, pode-se ter re-
sultados impressionantes utilizando-se recursos de ponta: mídia eletrônica, impres-
sos de luxo e investimentos consistentes em mídias sociais. Anunciar no horário
nobre da Rede Globo é praticamente à prova de erro, mas cada produto ou serviço
é um universo e, para que a campanha seja eficaz, é preciso bom senso.
12
Uma única inserção na TV pode custar R$ 100.000,00. Ou seja, essa conta nunca
vai fechar. Para que fosse eficaz, teríamos que tratar de um restaurante que não fosse
único e sim de uma rede. Pois, dessa forma, os custos de mídia seriam justificados.
É evidente que nem todo produto ou serviço facilita as coisas para os criadores
dando tantas pistas do que é adequado ou não, por isso é importante, ao definirmos
as peças que farão a composição da campanha, avaliarmos no detalhe as particula-
ridades, para aumentarmos as chances de sucesso.
Um artifício pouco explorado, mas muito eficiente para checarmos a eficácia de um veículo
ou ação é colocarmos um fator de identificação de origem.
Funciona assim: mesmo utilizando o mesmo anúncio criado, podemos checar a eficácia de
veículos diferentes colocando, em cada veiculação, uma linha que identifica a sua origem.
Exemplo: “Cite o código 10 para ganhar 10% de desconto na sua primeira compra”. Essa linha
apareceria apenas no anúncio do veículo X. No mesmo anúncio, veiculado na revista Y, a linha
seria “Cite o código ‘Azul’ para ganhar 10% de desconto na sua primeira compra”. A partir do
momento em que os eventuais começarem a se manifestar através de um código ou outro,
vamos descobrindo quais veículos são mais eficazes em comunicar o produto ou serviço.
Essas ferramentas são acessórios para teste de eficácia, mas nenhum indicador é
mais preciso do que aquele ligado ao objetivo: a meta era aumento de vendas? Gerar
visitação a um espaço novo? Conquistar seguidores na mídia social?
13
13
UNIDADE Definição dos Objetivos
Há algumas agências e/ou profissionais autônomos que atuam de maneira bastante ousada no
que diz respeito à eficácia de uma campanha, atrelando seus ganhos aos resultados. Exemplo:
a empresa tem a meta de aumentar 12% as vendas. Um criador poderia cobrar R$ 6.500,00 para
criar os materiais para isso, com ou sem resultados alcançados. Mas, se for ousado e confiante o
suficiente, pode propor o seguinte: “cobro apenas R$ 2.000,00 em vez de R$ 6.500,00. Mas, se
conseguir aumentar as vendas em 15% meu valor dobra para R$ 13.000.00”. É uma estratégia
arriscada, mas pode construir o nome de uma agência ou criador ansiando para entrar em um
mercado competitivo já com destaque logo na saída de suas atividades!
Um ponto importante aqui é: não importa o que foi planejado. Se, no decorrer da
campanha ficar evidente que o plano não está funcionando, nada mais sensato do
que avaliar e trocar o rumo, quando possível. O que não dá é insistir no erro e gastar
verba, desnecessariamente. Aqui uma dica: para contratação de veículos, é claro que
a aquisição de espaço para 3 anúncios é mais barata do que se realizada por unida-
des. Mas, como teste, vale começar uma campanha adquirindo uma única inserção
e não uma programação, para podermos avaliar se o veículo é eficaz na entrega
dos nossos objetivos. No caso de a veiculação surtir pouco efeito, fica muito mais
fácil mudar o curso sem estarmos comprometidos com algum contrato, obrigados a
veicular em uma revista ou jornal que mostrou que não traz os resultados esperados.
Mas, se ao contrário, os resultados são evidentes, fica mais fácil aplicar o restante da
verba disponível com mais segurança.
Há ações que custam muito, outras que são gratuitas, que podem ter tanto ou
maior efeito do que as pagas.
Imagine que um restaurante tenha pratos que custam em torno de R$ 75,00 cada.
É um custo alto. Esse restaurante não anuncia em lugar nenhum, mas, nas mesas,
é disponibilizado um quebra-cabeças para as crianças. Esse quebra-cabeças não é
14
cobrado e faz parte de um acervo do restaurante. O fato de as crianças estarem dis-
traídas dá aos pais momentos de calmaria durante o jantar. Isso não é cobrado, não é
anunciado, tem custo quase zero para o restaurante e é fundamental para determinar
a escolha do estabelecimento no momento de pais com filhos saírem de casa.
O melhor dos mundos é juntar uma coisa à outra: mostrar, através do anúncio,
que o restaurante tem esse diferencial e que não se cobra nada mais por isso, servin-
do de ponto de convencimento no momento da escolha do local para o jantar com
a família.
Logo, se muitos carros forem vendidos, o valor de mídia está garantido. Para
se justificar um investimento alto em mídia, é preciso criar uma situação de venda
em grande volume; do contrário, é desperdiçar munição e verba em uma marca/
serviço que não dará retorno suficiente para cobrir os investimentos de divulgação.
Tudo tem que ser levado em consideração.
A verba é uma só, que deve ser distribuída entre produção e mídia e, antes de
partir para a criação de qualquer material, é preciso saber exatamente o que vale a
pena, encontrando-se, assim, um ponto de equilíbrio.
Importante!
Resista à tentação de sair criando sem avaliar o que dá para ser feito com a verba. Você
vai ganhar tempo e obter melhores resultados.
Um folheto produzido pelo sistema offset tem um custo unitário muito mais baixo
do que um produzido pelo processo de impressão digital.
15
15
UNIDADE Definição dos Objetivos
Mas, vamos supor que queremos produzir um material refinado, para divulgar o
lançamento para 100 pessoas formadoras de opinião no bairro, críticos gastronômi-
cos, etc. Nesse caso, o material digital permite a personalização 1 a 1, a impressão
rápida, em materiais interessantes, que valorizam muito a ação. Quando o destinatá-
rio do material recebe esse folheto, sente-se valorizado. Esse formato, personalizado,
de tiragem baixa e reduzida, aumenta o valor unitário do folheto de R$ 0,30 para
R$ 6,80. Mas, dentro do contexto, compensa, porque o objetivo está em mostrar
exclusividade e não a divulgação em massa.
Quanto mais específico for o público com o qual o material fala, mais vale o inves-
timento, porque a garantia de se atingir o alvo aumenta consideravelmente.
Indo mais longe, o mesmo restaurante poderia derivar para inúmeras ações:
• uma playlist no Spotify;
• um livro de receitas;
• cursos de culinária;
• linha de louças.
16
É esperado gastar toda a verba disponível?
E a resposta é nem sempre. Se consegue-se provar que com um valor inferior a campanha
dará o resultado esperado, isso mostra absoluta competência da agência ou do criador em
realizar o seu trabalho.
Sim. Algumas vezes o cliente desconhece todos os custos envolvidos para se colo-
car uma boa campanha de pé e imagina que a verba disponibilizada seja suficiente. Se
ela não é, há dois caminhos sensatos a seguir: indicar o que seria a verba ideal para
que a campanha se realizasse com sucesso ou ajustar as expectativas com o cliente,
adequando resultados factíveis com o dinheiro disponibilizado. O que não pode é
constatar que a verba é ineficiente e se comprometer com o alcance de metas...
Para que desperdiçar recursos para atingir uma parcela tão pequena do público-alvo?
Esses produtos falam por si só, mas é preciso criar oportunidades para serem
testados pelos clientes potenciais.
17
17
UNIDADE Definição dos Objetivos
Mostre, através da criação, que existe algo novo que vale a pena ser testado.
Evidencie as entregas que o produto ou serviço garantem e, logo, os clientes virão.
E, como vivemos em uma época em que os clientes têm voz bastante ativa, com
acesso a canais que os ligam diretamente às marcas, a criação pode ser um ponto
chave na construção do portfólio de uma marca.
18
Veja este caso, ampliando ainda o raciocínio com o restaurante que abordamos
no começo desta unidade.
Uma ação nesse formato tem custos reduzidos e pode trazer grandes benefícios.
Mais uma vez a conta fecha de maneira positiva, colocando a criação a serviço da
construção de uma marca.
E se, como agência/criador, puder juntar as duas coisas, alcança-se o melhor ce-
nário possível: aproveitamento inteligente da verba, apoiado em uma forma criativa,
inovadora e surpreendente de vender.
Há alguns anos, uma marca de vidros blindados lançou uma campanha pautada
em uma única e inteligente ação.
19
19
UNIDADE Definição dos Objetivos
Bom, filas e filas foram criadas para que os esperançosos aventureiros tentassem
romper o vidro, o que não aconteceu.
Isso gerou uma mídia espontânea poderosa e uma divulgação da marca sem pre-
cedentes. Todo mundo sabia o nome da marca, o que ela produzia e, principalmente,
a qualidade de seus produtos.
O oposto de uma campanha dessa seria, por exemplo, as das empresas de tele-
fonia que vemos no Brasil. Excesso de informação, bombardeando os consumidores
de mensagens com ofertas, em um ambiente competitivo.
20
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Como definir objetivos e estratégias de uma campanha online?
https://bit.ly/304wHlA
99 ferramentas para agências e equipes de marketing
https://bit.ly/3mN1jSD
Tendências e Novos Formatos das Peças Publicitárias
https://bit.ly/3kKZune
Pesquisas de publicidade para avaliar o impacto de suas campanhas
https://bit.ly/3401Rf8
21
21
UNIDADE Definição dos Objetivos
Referências
GILBERT, E. Grande magia: vida criativa sem medo. Rio de Janeiro: Objetiva,
2015.
22