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Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Psicologia

ALEXANDRE SOUTO DOS SANTOS

BIANCA DE OLIVEIRA COELHO

CAROLINE DE SOUZA LIMA

KELLYTA CRISTINA RAYMUNDO PAGANINI

TELMA MARIA DE OLIVEIRA ROCHA

Turma: 4º H/ 5º G

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA PERSONALIDADE


PALOGRÁFICO E IFP II

2024
1 IDENTIFICAÇÃO
I - Título: Laudo Psicológico.
II - Pessoa atendida: A. S
III Solicitante: Professor Dr. Fábio Camilo da Silva
IV Finalidade: Avaliação Psicológica de características de Personalidade, a
partir dos dados do Teste Palográfico e do Inventário Fatorial de Personalidade
– 2ª edição, como parte dos instrumentos de avaliação da disciplina Avaliação
Psicológica e Práticas Integrativas III.
V Autores: Alexandre Souto dos Santos - RGM 30554373; Arianny Gabriela de
Jesus Farias - RGM 30644542; Bianca de Oliveira Coelho - RGM 29748526;
Caroline de Souza Lima - RGM 25934431; Kellyta Cristina Raymundo Paganini
- RGM 30474876; Telma Maria de Oliveira Rocha - RGM 30515670.

2 DESCRIÇÃO DA DEMANDA

O presente laudo tem como objetivo apresentar dados a partir da


realização de uma avaliação psicológica para experimentação de acadêmicos
da Graduação em Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, matriculados no
4º e 5º semestres da turma E, no uso dos instrumentos e técnicas de avaliação
psicológica da personalidade.

3 PROCEDIMENTO

A aplicação do teste ocorreu em uma única sessão, no dia 21 de março


de 2024, com duração total de 1 hora e 40 minutos. Utilizaram-se como
instrumentos o Teste Palográfico na Avaliação da Personalidade - Terceira
edição e o Inventário Fatorial de Personalidade (IFP-II). Durante esse intervalo,
empregou-se uma abordagem estruturada, com o objetivo de traçar o perfil de
personalidade do avaliado por meio de seu comportamento expressivo. Esse
procedimento visa obter uma compreensão aprofundada e sistemática da
personalidade do indivíduo.

3.1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA


A Avaliação Psicológica é um processo técnico e científico meticuloso,
destinado a investigar fenômenos psicológicos em indivíduos ou grupos,
visando fornecer dados relevantes para embasar decisões em diversos
contextos. Este procedimento é regido pela Resolução CFP nº 31/2022, que
estabelece diretrizes específicas para sua condução no âmbito profissional da
psicologia e regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(SATEPSI).

Segundo Cunha et al. (2007), a Avaliação Psicológica implica na coleta


sistemática de informações através de variadas estratégias e técnicas, com o
propósito de caracterizar aspectos do funcionamento psicológico dos sujeitos.
Este processo desempenha um papel essencial na identificação de transtornos,
na elaboração de planos de intervenção e na compreensão das
potencialidades individuais.

A prática da avaliação psicológica demanda rigor e ética, uma vez que os


resultados podem impactar significativamente a vida e o bem-estar dos
avaliados. Wechsler (2014) enfatiza a importância de aderir estritamente às
diretrizes e instruções dos manuais técnicos dos instrumentos utilizados,
assegurando a precisão e validade dos resultados obtidos. Além disso, é
imprescindível que os psicólogos ajam com respeito à singularidade de cada
indivíduo, conforme destacado por Cunha et al. (2007). A condução da
avaliação psicológica deve ser pautada pela sensibilidade e ética,
considerando-se as necessidades e particularidades de cada sujeito avaliado.

3.2 ENTREVISTA

A entrevista foi conduzida de forma semi estruturada, seguindo um


roteiro predefinido para abordar uma variedade de temas com a paciente.
Conforme Cunha (2000), essa técnica permite ao entrevistador uma melhor
compreensão por meio de perguntas sugeridas ou padronizadas, possibilitando
a avaliação dos tópicos a serem discutidos durante a entrevista. O propósito da
entrevista foi coletar informações sobre a rotina diária, relacionamentos
familiares e com amigos, experiência escolar, momentos de lazer e hábitos
alimentares da entrevistada.

A entrevista teve início às xx:xx e teve a duração total de 31:01 minutos.


No decorrer da entrevista, foi aplicada inicialmente a técnica de Rapport, com
duração de 35 segundos, com o intuito de estabelecer um ambiente de conforto
e acolhimento entre a entrevistadora, a discente Thelma Rocha, e a
entrevistada, buscando criar uma conexão que facilitasse a coleta de dados.
Essa conexão, almejada por meio do rapport, é essencial para que a
entrevistada se sinta à vontade para contribuir com a entrevista, garantindo a
obtenção de informações fidedignas. Em seguida, foi aplicado o
enquadramento, conforme Rocha (1996), um processo que visa estabelecer as
regras e regulamentos que guiarão a entrevista. Essa etapa, com duração de
33,92 segundos, é de extrema importância para informar ao entrevistado sobre
todo o procedimento.

3.3 PERSONALIDADE

A personalidade desempenha um papel fundamental na adaptação dos


indivíduos, conforme pontuado por Allport (1997). Segundo sua teoria, a
personalidade não é passiva em relação ao ambiente; ao contrário, as pessoas
não apenas se ajustam a ele, mas também o influenciam conforme seus
próprios pontos de vista. Allport propôs uma estrutura hierárquica para os
traços de personalidade, dividindo-os em três níveis: cardinais, centrais e
secundários. Os traços cardinais, como o altruismo de Madre Teresa e o
pessimismo de Schopenhauer, são os mais dominantes, moldando o
comportamento de maneira marcante (Allport, 1997).

Além disso, os traços centrais representam características com


tendências gerais, variando entre os indivíduos, como lealdade e empatia,
enquanto os traços secundários são menos estáveis e surgem em
circunstâncias específicas. No entanto, Callter questionava a descrição da
personalidade por meio de traços, preferindo considerá-los em um continuum
(Boundless Psychology, 2016). Essa abordagem reconhece as diferenças
individuais como únicas, refletidas em traços que variam em extremos, como
extroversão e introversão. A análise dos traços visa estabelecer pares que
representam os polos superiores e inferiores, como quieto e falante,
desorganizado e ordenado, calmo e nervoso. Essas perspectivas oferecem
insights valiosos sobre a complexidade e a diversidade da personalidade
humana, sublinhando a importância de considerar múltiplos fatores na
compreensão do comportamento individual.

3.4 PALOGRÁFICO

O Teste Palográfico na Avaliação da Personalidade - Terceira edição,


desenvolvido e divulgado no Brasil por Agostinho Minicucci, constitui uma
valiosa ferramenta para avaliar a personalidade por meio do comportamento
expressivo em indivíduos com idades entre 18 e 60 anos, a partir do ensino
fundamental. (Minicucci, A., Alves, I. C. B., & Esteves, C, 2019)

Este teste envolve a realização de traços verticais e é dividido em duas partes


distintas: uma de treinamento e outra de teste efetivo. Durante a aplicação do
teste, o examinando demonstra seu estilo pessoal de resposta, permitindo a
correlação dos padrões dos traços com suas características individuais de
personalidade (Alves & Esteves, 2009).

A avaliação do teste abrange tanto aspectos quantitativos quanto qualitativos,


possibilitando a exploração de diversos aspectos da personalidade, como
inibição, elação, depressão, temperamento, organização, humor, impulsividade,
produtividade, ritmo, qualidade do desempenho no trabalho e propensão à
fadiga, entre outros traços de personalidade e comportamento (Alves &
Esteves, 2009).

3.5 IFP II

O Inventário Fatorial de Personalidade (IFP-II), desenvolvido por Irene F.


Almeida de Sá Leme, Ivan Sant’Ana Rabelo e Gisele Aparecida da Silva Alves,
com base na teoria das necessidades ou motivos psicológicos de Henry
Murray, representa uma ferramenta crucial para a avaliação da personalidade
em indivíduos com idades entre 14 e 86 anos, com nível de instrução a partir
do ensino fundamental (Leme, Rabelo & Alves, 2014).

Este instrumento visa traçar a personalidade do indivíduo, utilizando 13 fatores


de primeira ordem, tais como Assistência, Intracepção, Afago, Deferência,
Afiliação, Dominância, Desempenho, Exibição, Agressão, Ordem, Persistência,
Mudança e Autonomia. A partir da combinação desses fatores, é elaborada
uma estrutura mais ampla, conhecida como fatores de segunda ordem, que
englobam Necessidades Afetivas, Necessidades de Organização e
Necessidades de Controle e Oposição (Leme, Rabelo & Alves, 2014).

O IFP-II é aplicável em diversas situações, como avaliações clínicas,


orientação vocacional, ambiente corporativo e em outros contextos em que a
avaliação da personalidade seja relevante (Bruscato e Benedetti, 2004).

4 Análise

Com base na análise dos dados coletados durante a avaliação da


avaliada A. S, é possível observar uma aptidão singular para equilibrar
qualidade e quantidade em suas atividades laborais. A produtividade média
superior, indicada pela produção de 662 palos no teste Palográfico, denota
uma eficiência notável na execução das tarefas. No entanto, é crucial destacar
que o Índice de Normalidade (NOR) apresenta um valor de 1,9, classificado
como muito baixo, indicando uma regularidade rígida na realização das tarefas.
Essa observação é corroborada pelo padrão de rendimento horizontal rígido,
evidenciando pouca variação entre os tempos. Esses padrões sugerem uma
abordagem metódica e sistemática nas atividades, com uma consistência
marcada na execução das mesmas. Essa característica pode ser interpretada
como um reflexo da personalidade da pessoa avaliada, que tende a adotar uma
abordagem estável e estruturada em suas tarefas, priorizando tanto a
qualidade quanto a eficiência.
A análise da organização no teste de A. S revela um padrão muito bom,
indicativo de sua capacidade organizativa, equilíbrio emocional e percepção
dos limites, além de uma adaptação adequada ao meio social. Seu teste
demonstra meticulosidade, ordem e uma apresentação cuidadosa. Essa
organização na disposição dos palos sugere uma mente que tende a pensar de
forma clara e lógica, com uma capacidade eficaz de canalizar suas energias e
recursos.

A distância consideravelmente aumentada entre os palos aponta para


uma propensão à impulsividade e à busca por estímulos variados, indicando
uma possível falta de ponderação na definição e consecução de metas. Por
outro lado, a margem esquerda bastante ampliada sugere uma disposição para
a extroversão e a generosidade, revelando uma inclinação para ações guiadas
por experiências emocionais intensas, muitas vezes desconsiderando aspectos
práticos e econômicos. Esse padrão pode influenciar sua relação com o
passado, mostrando uma tendência a agir de forma espontânea, sem avaliar
completamente as consequências de suas ações. No entanto, a margem direita
aumentada indica uma certa hesitação e receio em relação ao novo e
desconhecido, sugerindo uma postura cautelosa diante de desafios futuros e
mudanças. Essa ambiguidade na abordagem aos objetivos revela uma
dinâmica interna complexa, oscilando entre impulsividade e precaução,
refletindo nuances importantes em seu processo de tomada de decisão.

O tamanho aumentado dos palos sugere uma autoestima robusta e uma


confiança considerável em suas próprias habilidades, refletindo nobreza,
segurança, e otimismo. No entanto, essa autovalorização pode ser
acompanhada por uma tendência ao exibicionismo, vaidade e megalomania,
indicando uma possível falta de sentido crítico e uma propensão ao
autoritarismo. Quanto à direção das linhas, a predominância de linhas
horizontais/retilíneas normais, sugere estabilidade emocional e equilíbrio na
personalidade da avaliada A. S, denotando maturidade nas atitudes e controle
dos impulsos. Esse padrão também reflete uma busca consistente por
objetivos, indicando uma conduta disciplinada na realização das tarefas.
Quanto à pressão dos traçados, a média/normal sugere equilíbrio, praticidade e
capacidade de planejamento, revelando uma persistência e força realizadora
adequadas. Esses aspectos combinados sugerem uma disposição geral
ponderada e pragmática, caracterizada por uma autoimagem positiva e uma
abordagem estável e focada na busca de objetivos concretos.

A amplitude muito aumentada entre as linhas revela uma tendência


marcante para a dispersão e uma ausência de pudor, sugerindo uma inclinação
exibicionista e uma necessidade intensa de chamar a atenção. Esse padrão
pode refletir uma tendência à extravagância e à impulsividade, o que pode
influenciar significativamente a forma como a avaliada A. S se relaciona com os
outros. Indicando uma preferência por manter uma distância em relação aos
demais, essa ampliação da distância entre as linhas sugere uma dificuldade em
estabelecer conexões profundas e significativas, potencialmente resultando em
um distanciamento emocional e em dificuldades de intimidade.

A análise da inclinação dos palos na escrita da pessoa A.S indica uma


orientação vertical ou reta, revelando uma atitude caracterizada pela vigilância
e firmeza. Esta inclinação sugere uma estabilidade emocional notável,
manifestada pela constância nas atitudes e pelo domínio consciente sobre os
próprios impulsos, sentimentos e emoções. A postura vertical reflete uma
menor dependência dos outros nas atividades cotidianas, denotando uma
tendência para a reserva e uma relativa indiferença emocional. Tal padrão
pode ser interpretado como uma expressão de pensamento analítico e racional,
posicionando-se acima das influências sensoriais. A rigidez na conduta e a
capacidade de análise imparcial de situações complexas são características
associadas a essa inclinação. Além disso, a verticalidade dos traços sugere
uma certa desconfiança e uma predisposição para uma abordagem mais
intransigente nas interações sociais. Essa orientação afetiva revela uma
tendência da pessoa A.S a estabelecer uma distância emocional e a adotar
uma postura reservada em seus relacionamentos interpessoais, buscando
manter um equilíbrio entre a autonomia emocional e a interação social.

Na análise da agressividade, observam-se ganchos significativamente


aumentados, apresentando dois padrões distintos. O gancho mais acentuado,
localizado na parte inferior direita, sugere uma propensão à combatividade e
reatividade diante de situações desagradáveis. Esta manifestação pode refletir
uma assertividade na abordagem de desafios, podendo ocasionalmente
resultar em comportamentos mais rudes quando confrontada. Após esse
comportamento, observa-se uma tendência do indivíduo em se acalmar
rapidamente, sem guardar ressentimentos ou mágoas prolongadas. Por outro
lado, o gancho encontrado na parte superior esquerda indica uma auto
agressividade verbal, caracterizada por uma forte autocrítica e um alto padrão
de perfeccionismo. Esse comportamento crítico consigo mesmo sugere uma
dificuldade em aceitar falhas ou imperfeições, podendo influenciar na
autoconfiança e na autoestima. Além disso, a pressão dos palos considerada
média ou normal evidencia um equilíbrio entre a praticidade e a capacidade de
planejamento, sugerindo uma predisposição para a tomada de decisões de
forma ponderada e eficaz, sem excessos de impulsividade ou hesitação.

Com base na análise detalhada dos traços da avaliada A. S, podemos


observar uma complexidade interessante em sua expressão emocional. Sua
notável capacidade organizativa e disciplina indicam um equilíbrio emocional e
uma habilidade para lidar com desafios de forma pragmática. No entanto, a
distância aumentada entre os palos sugere uma propensão à impulsividade e
uma busca por estímulos variados, revelando uma dinâmica interna entre a
ponderação e a espontaneidade em suas ações. Além disso, a ampliação da
margem esquerda denota uma extroversão e generosidade, contrastando com
a cautela representada pela margem direita. Essa dualidade reflete uma
complexa interação entre impulsividade e precaução em seu processo de
tomada de decisão. Enquanto a orientação vertical dos traços indica
estabilidade emocional e controle dos impulsos, os ganchos significativamente
aumentados sugerem uma manifestação assertiva, porém equilibrada.
Avaliando as diversas irregularidades no traçado, foi encontrado chaminés na
escrita da avaliada A. S que sugere a presença de ansiedade em sua
experiência emocional. Essas características gráficas são reflexos da
intensidade das emoções vivenciadas pelo indivíduo durante o processo de
escrita. A presença desses chaminés pode indicar uma tendência a sentir-se
sobrecarregada por preocupações e tensões, manifestando-se de forma visível
através do traçado das letras. Essa ansiedade e angústia podem influenciar
não apenas sua expressão gráfica, mas também sua forma de lidar com
situações do cotidiano, exigindo estratégias adequadas de enfrentamento e
gestão emocional.

4.1.3 Interpretação parcial IFP II

Destaca-se, em primeiro lugar, a dimensão de Afago, cujo resultado foi


extremamente baixo, indicando que a avaliada A.S se percebe como alguém
com uma propensão marcada para a independência emocional e uma
relutância em buscar proximidade afetiva, como evidenciado pelo resultado
extremamente baixo na dimensão de Afago. Especificamente, a amplitude
consideravelmente aumentada entre as linhas no teste de Palográfico sugere
uma preferência por manter uma distância emocional em relação aos outros,
refletindo uma dificuldade em estabelecer conexões emocionais profundas e
significativas. Essa relutância em buscar zelo e cuidado em relação aos outros,
como indicado pelo resultado extremamente baixo na dimensão de Afago,
parece ser congruente com a tendência para o distanciamento emocional
observada no Palográfico. Assim, os resultados dos dois testes convergem
para sugerir uma propensão do avaliado para uma postura reservada e uma
dificuldade em formar vínculos emocionais íntimos e significativos.

A.S se avalia como alguém que não sente admiração por figuras de
autoridade ou modelos a serem seguidos, como evidenciado pelo resultado
extremamente baixo na dimensão de Deferência. Essa autoavaliação reflete
uma postura de desconfiança em relação à hierarquia e uma relutância em se
submeter a padrões predefinidos de comportamento. Através dessa análise, a
avaliada reconhece em si mesma uma inclinação para questionar e desafiar as
estruturas de poder estabelecidas, preferindo manter sua autonomia e
liberdade de escolha.

O resultado extremamente alto na dimensão de Mudança no IFP II,


denotando uma propensão para a busca incessante por novidades e variedade,
pode ser correlacionado com os padrões observados no teste de Palográfico.
Mais precisamente, a considerável ampliação da distância entre os palos no
teste de Palográfico sugere uma inclinação à impulsividade e uma busca por
estímulos diversos, evidenciando uma possível falta de ponderação na
definição e realização de objetivos. Essa tendência para a impulsividade e a
busca por novidades, congruente com a busca constante por mudanças e
variedade, conforme indicado pela forma que a A.S nota a si mesmo,
resultando em extremamente alto na dimensão de Mudança, parece ecoar nos
traços gráficos observados no Palográfico.

A observação da inclinação dos palos na escrita da pessoa A. S revela


uma conexão interessante com a dimensão de Intracepção identificada IFP II.
A.S se vê a si mesmo como alguém que valoriza uma abordagem mais racional
em suas decisões, como indicado pelo resultado fraco na dimensão
mencionada. Essa autoavaliação está alinhada com a orientação vertical ou
reta dos traços de sua escrita, sugerindo uma estabilidade emocional notável.
Através dessa análise, ela reconhece em si mesma uma capacidade de manter
uma constância nas atitudes e um controle consciente sobre seus impulsos,
sentimentos e emoções. A rigidez na conduta e a capacidade de análise
imparcial de situações complexas associadas à orientação vertical dos traços
corroboram com a abordagem mais racional e analítica observada na dimensão
de Intracepção.

A.S se percebe como alguém com uma forte capacidade de dominar seu
ambiente e influenciar o comportamento dos outros. Esse autoentendimento é
refletido pelo resultado forte na dimensão mencionada, indicando uma
expressão proeminente de autoconfiança. Ela se avalia como alguém que
possui um desejo inato de exercer influência sobre os outros, utilizando
estratégias como sugestão, sedução e persuasão para alcançar seus
objetivos.Os traços identificados no teste palográfico corroboram essa
observação, especialmente o aumento significativo dos palos, o qual reflete
uma autoestima sólida e uma confiança substancial nas próprias capacidades.
Essa autovalorização, embora indicativa de nobreza e otimismo, pode ser
contrabalanceada por uma propensão ao exibicionismo, vaidade e
megalomania, revelando uma possível inclinação ao autoritarismo.

Além disso, a característica de Desempenho também obteve um


resultado forte, A.S se vê como alguém com um desejo intrínseco de realizar
atividades desafiadoras e alcançar altos padrões de desempenho. Esse
autoentendimento é refletido pela sua motivação para superar obstáculos e
destacar-se. Ela se avalia como alguém que possui uma tendência natural para
organizar e liderar tanto pessoas quanto ideias de forma independente.

A análise da avaliada A.S revela uma percepção de si mesma


caracterizada por uma disposição menos propensa a expressar vigor ou
violência na superação da oposição. Os resultados apontam para uma
inclinação menos marcada para gostar de lutar, brigar, atacar ou injuriar os
outros, além de uma menor propensão a censurar ou ridicularizar. Além disso,
notamos que A.S nota-se menos inclinada a buscar constantemente a atenção
e o reconhecimento dos outros. Os resultados indicam uma tendência menos
pronunciada para desejar ser o centro das atenções em um grupo ou
impressionar os demais.

As características médias da avaliada A. S, revelam que ela se avalia


com um perfil equilibrado e pró-ativo. A dimensão de Assistência demonstra
que ela se nota moderadamente forte para ser útil aos outros, expressando
piedade, compaixão e ternura, buscando satisfazer as necessidades de
indivíduos vulneráveis e oferecer consolo em momentos de adversidade. Da
mesma forma, a Afiliação mostra uma visão dela sobre si que é
moderadamente forte para cultivar amizades sólidas e demonstrar afeto,
valorizando a lealdade e o apego aos amigos. Além disso, a dimensão de
Ordem indica que lá se avalia com a necessidade moderadamente forte de
planejamento e organização, buscando manter a limpeza, a precisão e o
equilíbrio em suas atividades. Por fim, a Persistência revela que ela se percebe
moderadamente forte para concluir tarefas iniciadas, demonstrando
determinação e perseverança mesmo diante de desafios aparentemente
difíceis.
5 CONCLUSÃO

[Interpretação integrada dos dados do Palográfico e IFP II]


É um resumo, não deve repetir tudo que foi dito, mas unir os resultados
principais e fazer uma síntese que deixe claro aquilo que se destacou.
REFERÊNCIAS

Minicucci, A., Alves, I. C. B., & Esteves, C. (2019). Palográfico - Teste De


Personalidade: Detalhe: Personalidade Adulto (3ª ed.). Vetor.

ALVES, Irai Cristina Boccato; ESTEVES, Cristiano. O teste palográfico na


avaliação da personalidade. 3. ed. São Paulo: Vetor editora, 2019.

LEME, Irene Felicíssima Almeida de Sá; RABELO, Ivan Sant’Ana; ALVES,


Gisele Aparecida da Silva. IFP-II - Inventário Fatorial de Personalidade. São
Paulo: Hogrefe, 2013.

CUNHA, Jurema Alcides e cols. Psicodiagnóstico-V. 5. ed. rev. e ampl. Porto


Alegre: Artmed, 2007. [E-book / Minha Biblioteca].

HUTZ, Cláudio Simon et al. (Orgs.). Psicodiagnóstico. Porto: Alegre: Artes


Médicas, 2016. [E-book / Minha Biblioteca].

HUTZ, Cláudio Simon; BANDEIRA, Denise Ruschel; TRENTINI, Clarissa


Marceli (Orgs.). Avaliação da inteligência e personalidade. Porto Alegre:
ArtMed, 2018. [E-book / Minha Biblioteca].

ALLPORT, G. W. (1997-1967). The person in psychology: Selected essays


by Gordon W. Allport. Boston: Beacon Press.

NUNES, R. (2005). Personalidade: conceito e teoria. Revista Brasileira de


Terapia Comportamental e Cognitiva, 7(1), 45-55.
ANEXOS

[Relato da entrevista]

Durante a entrevista, A. S compartilhou uma jornada pessoal e


profissional repleta de nuances e desafios. Com 21 anos e natural da Bahia,
ela atualmente desempenha o papel de segurança do trabalho, uma transição
significativa de um ambiente de escritório para uma configuração mais
operacional. Além disso, ela é estudante de engenharia civil, embora tenha
ponderado anteriormente sobre a possibilidade de se aventurar na área de
Tecnologia da Informação (T.I.). Sua decisão de interromper a graduação em
2022 foi motivada por uma série de questões pessoais, incluindo dificuldades
de saúde mental e o desafio de conciliar suas responsabilidades diárias. Esta
escolha, porém, gerou desapontamento em seu pai, ressaltando um elemento
de tensão familiar.

Ao longo de sua vida, A. S demonstrou uma habilidade notável em lidar


com múltiplas tarefas simultaneamente. Desde os 7 anos de idade, ela
equilibrou a prática de caratê com os estudos, adicionando a isso o
aprendizado de idiomas estrangeiros aos 12 anos. Seu período no segundo
ano do ensino médio/técnico foi marcado pela conclusão de um curso técnico
em segurança do trabalho, preparando-a para sua futura carreira.

O ano de 2020 se revelou especialmente desafiador para A. S. Além de


enfrentar os rigores da pandemia, ela também estava envolvida na fase final de
seu curso técnico, ao mesmo tempo em que iniciava sua jornada na faculdade.
Essa sobrecarga resultou em esgotamento emocional, crises de ansiedade e
dificuldades pessoais, incluindo o término de um relacionamento e conflitos
com seu pai. Para buscar um alívio temporário, ela passou três meses em sua
cidade natal, antes de retornar para a continuidade de seus projetos.

O ano de 2021 marcou o início de sua jornada terapêutica, coincidindo


com uma transição para um novo emprego. Embora seu ambiente de trabalho
atual seja caracterizado por um caos percebido, A. S expressa uma satisfação
relativa e uma sensação de produtividade durante seu expediente,
especialmente ao implementar medidas de segurança e bem-estar, tanto para
si mesma quanto para seus colegas. Ela enfrentou e superou o burnout,
buscando tratamento e planejando introduzir atividades físicas em sua rotina
diária.

A dinâmica familiar de A. S é intrincada, com uma relação tensa com seu


pai contrastando com uma proximidade maior com sua mãe. Ela descreve um
ambiente onde se sente menos acolhida, especialmente em relação ao seu pai,
cuja personalidade e comportamento parecem ser um fator desencadeante de
seus episódios de estresse e ansiedade.

Em termos de vida social, A. S mantém um círculo de amizades limitado,


mas significativo. Sua amizade duradoura com Samanta, iniciada durante o
ensino médio, é uma fonte de apoio e companheirismo constante. Além disso,
ela tem outras amigas, como Larissa, com quem enfrenta desentendimentos
ocasionais, e Fernanda, cujo contato foi afetado pelas demandas de suas
respectivas rotinas. Atualmente em um relacionamento amoroso, A. S expressa
uma liberdade em explorar novos lugares e experiências, especialmente em
eventos culturais como shows de forró.
[Esboço para devolutiva – HIPOTÉTICA]

Nesse esboço imagine um documento que serviria de roteiro para falar à


pessoa avaliada os principais resultados da avaliação realizada

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