Contos de fadas para crianças Uma ótima coleção de contos de fadas fantásticos. (Volume 17): Histórias únicas, divertidas e relaxantes para dormir que transmitem muitos valores e fazem com que as crianças se apaixonem pela leitura.
Preparação de texto: Nyck Fireball Projeto gráfico: Nyck Fireball Diagramação: Nyck Fireball Capa: Nyck Fireball As expedições em busca de descobertas de riquezas nos oceanos e além deles foram inauguradas na época das grandes navegações, fazer tais expedições era uma atitude ousada e tecnológica. As pessoas temiam os oceanos, acreditavam que a terra era quadrada e havia um grande abismo para o qual seriam tragadas e arremessadas no inferno se saíssem da segurança do continente. Alguns países europeus se aventuraram no mar e dentre eles, Portugal e Espanha com sua tradição de pesca foram as nações que mais obtiveram sucesso. Estes países ibéricos também possuíam tradições e crenças nada amistosas sobre os oceanos. Imaginem o esforço que tiveram que fazer para conseguir patrocínio para as caravanas e a coragem dos que aceitaram o desafio de velejar por lugares desconhecidos com fama de inóspitos e habitados por cruéis criaturas e monstros marinhos. Na academia dos marinheiros, eles estudavam um bestiário, onde havia a citação de diversas criaturas perigosas, krakens, leviatãs, umibozus e é claro, sereias. Essa convicção era antiga, vinha desde os gregos, vikings e demais povos. Toda boa história de marinheiro do mundo antigo contava com a presença de criaturas sobrenaturais que compunham o imaginário de quem se aventurava pelos mares. Os oceanos como sempre lindos, convidativos, perigosos e desconhecidos era necessária uma dose de coragem extra para enfrentá-lo. Naquele período muitas embarcações terminavam seu destino naufragadas e/ou destruídas, as famílias nunca mais viam seus entes queridos. Tripulações inteiras dormindo eternamente abraçadas, afogadas pelo belo e perverso mar. Os mares sempre foram um universo único e à parte, continuam sendo, em pleno século XXI o homem tem mais conhecimentos científicos catalogados sobre a lua do que sobre o mar. John Dickens terminava naquele momento a sua aula na Universidade de Montevidéu, como sempre provocando seus alunos com suas conjecturas. ma aluna de beleza exótica levantou a mão e dirigiu-se ao professor U dizendo: se o mar era um universo à parte, certamente, ele tinha segredos, tesouros e vidas até então desconhecidas. O restante da turma riu, debochando da colega, mas não o professor, ele sabia tanto quanto a garota os perigos, delícias e mistérios que o mar escondia, mas nada respondeu! Bateu o sinal, todos saíram apressados da sala, o professor separava suas coisas, enfim teria um final de semana de descanso, aproveitaria sua casa na praia sem precisar se preocupar em corrigir provas e avaliações de alunos. Aquele ano estava apenas começando, carregado de expectativas e mistérios. A promessa de descanso na praia o levou a memórias de sua adolescência quinze anos atrás. Aquilo teria mesmo acontecido? Será que foi tudo uma ilusão, não tinha certeza e preferiu nunca falar sobre o ocorrido com ninguém. O fato é que, àquela tarde mudou sua vida, até o desejo de se formar biólogo e se especializar em biologia marinha partiu daquela experiência. Sentiu-se observado e levantou a cabeça para procurar quem o observava, sobressaltou-se ao perceber a aluna de beleza exótica, parada em frente a ele, bem próxima, o observando com olhar profundo. Havia um adesivo na garota indicando que ela se chamava Sirena, um nome que certamente combinava com ela. Havia também uma tensão no ar, o professor Dickens era um homem de princípios e tinha orgulho de nunca ter se envolvido com nenhuma aluna e não seria agora que se deixaria seduzir por uma. A garota parecia poder ler os pensamentos do professor, então disse com voz melodiosa, porém solene: — Eu não vim para seduzi-lo, se eu quisesse já o teria feito desde o primeiro instante que seu olhar cruzou com o meu. — Pelo contrário, estou usando essa porcaria de colar que inibe todo meu poder e me dá essa aparência medíocre, para passar despercebida entre os humanóides e entregar uma mensagem a você. O professor ficou sério, ele não queria acreditar, mas sabia em seu íntimo que a garota estava sendo sincera e ele entendia sobre o que ela discursava. Teve esperanças de que a garota trouxesse um recado de alguém do passado, um alguém com qual passou breves e deliciosos momentos, no entanto afastou tais pensamentos e respondeu à aluna: — O que eu, um reles professor universitário, poderia fazer por você ou pelo seu poderoso povo Sirena. garota deu uma gargalhada gostosa e disse: A — Que não estava em nome do seu povo, que vinha por vontade própria para passar uma mensagem pessoal para o professor. Contudo ela também estava ali para conhecer um pouco mais os humanos, tendo em vista que em pouco tempo as sereias viriam para o continente, estava em uma missão de reconhecimento e reparação. O professor ofereceu uma carona à garota para saírem da universidade e poderem discutir melhor aquele singular assunto. Perguntou a ela onde ela estava hospedada, ela respondeu que em lugar algum, que passara os últimos dias dormindo na praia, refrescando-se no mar. Então o professor perguntou como ela sabia dele? Qual era o recado? E porque diabos as sereias estavam vindo para o continente? Em seus muitos anos como explorador do mar, o professor Dickens vislumbrou sereias algumas vezes, apareciam como vultos, apenas com seus relatos e registros ele não conseguiria provar a existência delas, caso o quisesse. Contudo, graças a suas experiências pessoais somadas ao prazeroso momento da adolescência ele sabia e era um, senão o único ser humano a saber da existência das sereias. Ao chegarem a casa na praia, Sirena tirou o colar que reprimia seu poder e se revelou a ele, que ficou extasiado, o olhar era o mesmo, o cheiro era o mesmo, ele sentiu saudades. — Meu querido John, eu era uma jovem sereia quando você também jovem me ajudou e juntos nos apaixonamos. Naquela época eu quebrei todas as regras e não o matei como determinam as leis do meu povo. — O recado que trouxe para você não é bom e serei direta eu devo te matar nas próximas horas, mas antes disso, gostaria de retribuir o favor do passado e cuidar um pouco de você. — Quanto a sua segunda pergunta, as sereias estão vindo para o continente caçar pois há tempos decresce o número de navegadores ou piratas em alto-mar para que possamos saciar a nossa fome. — Então da mesma forma que a sua gente infringe as regras da natureza jogando lixo em nossa casa e poluindo os oceanos, nós arriscaremos equalizar essa balança ao vir caçar no continente, tentaremos caçar humanos poluidores e contribuir com a mãe natureza, Gaia. — Nossa missão não é nada pessoal, será apenas para aplacar uma necessidade básica de sobrevivência. Nossa necessidade básica de alimento, e a necessidade universal de proteção ambiental dos oceanos e suas espécies. — Essa relíquia disse mostrando o colar, feita por uma feiticeira do mar, nos dá o poder de ter o corpo humano por alguns dias e poder andar entre vocês sem sermos percebidas, sem dúvida um grande avanço místico- tecnológico. John se deliciava com cada palavra dita pela garota, não mais uma adolescente colegial e sim uma bela mulher loira, olhos cor de mel, esguia, empoderada e inteligente, uma mulher da qual ele se lembrava de ter ajudado no passado. Ele nem ao menos se alarmou com as revelações que ela lhe fez, naquele momento apenas queria matar a saudade que tinha de estar com ela. Sua paixão era tamanha, uma atração incontrolável, ele nunca encontrou uma mulher que admirasse tanto quanto Sirena, então percebeu que mesmo sob disfarces, ela manteve o nome original. Ele sequer havia conseguido ligar esses pontos, agora juntos e próximos ao mar ele seria presa fácil de Sirena, mas o que ela faria a ele? John Dickens era solteiro, muito bonito com cabelos e olhos negros, feições de homem maduro, corpo saudável e atlético, estava na casa dos trinta e poucos anos morava sozinho em um belo lar na praia, sempre manteve o mar bem próximo de si, o que na verdade não era tão difícil, tendo em vista que ele morava no Uruguai. Sirena era uma criatura selvagem, ela tinha muitos conhecimentos, mas não cabiam sentimentos humanos em seu coração de sereia, apesar disso ela estava gostando de estar ao lado de Jhon. Beijou e foi beijada por ele. Haviam diversas tradições entre as sereias, elas eram mulheres livres e independentes, caso fossem capturadas, deveriam morrer na captura, levando o captor junto a si e protegendo o segredo de sua existência. Sirena foi acidentalmente capturada por uma rede de pesca e enquanto tentava se soltar, machucou-se de maneira grave, teria morrido e tomado a forma de alguma espécie marinha para que encontrassem o cadáver assim, mas antes desmaiou e foi salva por um garoto. O garoto a resgatou e cuidou dela escondido de seus pais até que ela tivesse suas forças restabelecidas, quando ela fugiu para não o machucar. Naquela época ela se viu diante de um dilema, o garoto não tinha capturado, então ela não precisaria matá-lo, contudo ele sabia do segredo, haviam conversado sobre as sereias, e isso era arriscar a vida e existência de sua espécie. Não conseguiu dar fim a vida do garoto, como estava fraca seu corpo não sugou as energias vitais do rapaz, por esse detalhe do destino, ela que era uma criatura mística se sentiu livre para deixá-lo vivo. A primeira oportunidade que teve colocou um encanto nele. Um encanto que faria ele se esquecer e duvidar das experiências que teve com a sereia. Agora, anos depois, ela precisava reproduzir-se e não se interessava por nenhum tritão ou criatura marinha, veio então em busca de seu par, essa era outra tradição das sereias. Sereias viviam mais de trezentos anos e reproduziam-se a cada trinta anos, somente três vezes ao longo da vida, essa reprodução só era possível de acontecer no caso de haver um elo espiritual entre a sereia e o parceiro escolhido. Passaram juntos o final de semana, no qual namoraram, nadaram, se alimentaram e conversaram sobre o mar. Entretanto, apesar do fato de um humano poder criar um elo espiritual e engravidar uma sereia, ele não conseguiria sobreviver ao lado de uma mais do que alguns dias e mesmo que pudesse certamente a sereia logo se cansaria. As sereias são mulheres feiticeiras, com sangue de semideusas ancestrais, elas se alimentam da energia vital humana, mesmo quando não querem matar elas não controlam e vão sugando toda a energia de vida dos parceiros para si. Nos primeiros raios de sol da manhã de segunda-feira, um grupo de pessoas que corria pela praia pareceu ter visto uma garota ser levada pelas ondas em alto mar, foram ajudar e não viram mais a garota, ventou em sua direção uma suave brisa do mar que os encobriu e após sentir a brisa eles não tinham certeza se haviam visto alguém no oceano. Então perceberam que pisavam em algo, ao olhar para baixo encontraram o corpo de um homem nu, com um sorriso enigmático no rosto sem vida.
Contos de fadas para crianças Uma ótima coleção de contos de fadas fantásticos. (Volume 17): Histórias únicas, divertidas e relaxantes para dormir que transmitem muitos valores e fazem com que as crianças se apaixonem pela leitura.