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G abarito das

A utoatividades

MULTICULTURALISMO 2ªEDIÇÃO
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 3
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE
MULTICULTURALISMO

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1 Sintetize e diferencie as formas identitárias conformadas pelos gregos


e romanos antigos, conforme discutido neste tópico.

R.: Os acadêmicos devem indicar as formas étnica e nacional de identidade.


Indicar a especificidade do pertencimento grego em termos de sentimento
de uma unidade, algo inerente a todo grego livre e cidadão. Da mesma
maneira, deve indicar a flexibilidade da identidade romana, a restrição às elites
imperiais e provinciais e ao fascínio com a cultura grega. A Idade Média é rica
em usos da memória do Império Romano. E de sua fragmentação política
e reconfiguração dos poderes sociais, políticos, religiosos e econômicos,
surgem os Estados.

2 Diferencie grupo étnico e identidade nacional.

R.: Um grupo étnico, segundo Fredrik Barth (2006), é um modelo de


organização identitária responsável por estruturar os sentidos do “nós” e
os “outros”, os de “dentro” e de “fora”. É permeado pelo contraditório, de
confronto, diferenciação e contraste. Pela dominação e subordinação. A
etnicidade depende de relações e de contrastes para delimitar limites e
fronteiras. Para Barth, a continuidade de um grupo étnico não está ligada
à manutenção de uma cultura, tradição antiga. Os traços culturais podem R
mudar. Depende, sim, da delimitação de fronteiras entre os grupos e de E
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reforçar laços de solidariedade. A
Para Anthony Smith (1997), a identidade nacional é a manifestação da Ç
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consciência de pertencimento a uma comunidade política que estrutura a E
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vida nacional e individual através de instituições que medeiam os direitos e
deveres de seus membros. A identidade nacional reivindica uma unidade de I
N
língua e cultura. Segundo Stuart Hall, elas contribuíram para forjar sistemas T
E
nacionais e universais de serviços e políticas, conformando uma “cultura R
homogênea”, mas permeada pela ambivalência. Vale dizer que a identidade É
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nacional se difundiu junto com os domínios e colonialismo europeu. N
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4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
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3 Quais são os desafios e problemas relacionados às identidades
essencialistas? Como enxergar a identidade brasileira de um ponto
de vista de uma identidade essencial?

R.: Aqui os acadêmicos podem discutir a essência, a unidade, a pretensão,


estabilidade das visões essencialistas de identidade. No caso brasileiro,
podem trabalhar com imagens como “país da cerveja, carnaval e futebol”,
ou o “país do jeitinho”.

4 O que significa o conceito de “invenção das tradições”?

R.: Segundo Hobsbawm (1998, p. 285), “as nações são entidades


historicamente novas fingindo terem existido durante muito tempo”. Neste
sentido, o autor percebe as “tradições” realmente inventadas, construídas
e formalmente institucionalizadas. Essa tradição inventada tem como
“combustível” de seu movimento um conjunto de práticas reguladas por
regras escritas ou não de natureza ritual ou simbólica. Buscam apresentar
continuidade artificial em relação ao passado através da repetição. Para
Eric Hobsbawm, as fronteiras convencionais presentes nos livros didáticos
resultam de decisões políticas e demarcações intelectuais.

TÓPICO 2

1 O que é etnocentrismo e eurocentrismo?

R.: Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é


tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos
através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que
é existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de
R
pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza,
E medo, hostilidade etc. (ROCHA, 1994, p. 7). O eurocentrismo deveria ser
L
A caracterizado, diferentemente, como um etnocentrismo singular, entendido
Ç
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como uma ideologia, paradigma e/ou discurso (BARBOSA, 2008, p. 46) tendo
E a produção mental e intelectual da Europa como centro.
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2 Qual a contribuição do Interacionismo simbólico para os estudos das
T relações sociais e das identidades sociais?
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R.: A resposta esperada deve indicar o foco nas interações sociais. A
N identidade passa a se vincular com uma sociedade e suas dinâmicas.
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3 Quais as distinções entre as análises filosóficas de Immanuel Kant
e Friedrich Nietzsche sobre a Modernidade?

R.: Kant aponta as novidades, e de maneira positiva, das opções libertadoras


contidas no projeto da modernidade.
Nietzsche denuncia as bases desse projeto como castradoras da subjetividade
e da individualidade, a partir de suas críticas à moral, à religião, ao Estado,
à democracia.

TÓPICO 3

1 Qual a importância da Teoria do Reconhecimento para as lutas de


gênero e étnicas?

Resposta possível: Dentro da lógica da Teoria do Reconhecimento, pode-se


argumentar sobre o processo de reconhecimento enquanto uma luta contra
a injustiça, conforme Axel Honneth. Ou então, apontar as desigualdades
inerentes às relações culturais e identitárias e a necessidade de redistribuir
a justiça, conforme Nancy Fraser.

2 Sintetize a ideia de Boaventura de Sousa Santos sobre “globalizações”.

R.: Aqui deve-se apontar para as diversas formas de globalização: econômica,


cultural, política, científica etc., explicando que elas possuem características
específicas, não podendo ser observadas apenas como globalização
singularizada. É permeada por relações de poder e de novas formas de
inserção identitária, na figura do local.

3 Segundo Anthony Giddens e Zygmunt Bauman, quais as características


das identidades na nossa época? R
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R.: Para Giddens, a resposta deve centrar-se na reflexividade do projeto do A
eu. Ao passo que para Bauman é a radicalização da individualidade na figura Ç
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da individualização. E
S

4 Na questão da produção social da identidade, explique o papel da I


N
diferença. T
E
R
R.: A resposta esperada deve lembrar que a identidade depende da diferença, É
T
especialmente para autorreconhecimento e para definição de fronteiras e N
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limites da identidade, que sempre se modificam. A diferença é construída C
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socialmente e reproduzida por sistemas classificatórios que nomeiam e
dividem o mundo entre nós-eles.

5 O que é uma identidade híbrida para Nestor Garcia Canclini e para


Stuart Hall?

R.: Para Canclini (2005, p. 19), as hibridações “são processos socioculturais


nos quais estruturas ou práticas discretas, que existiam de forma separada,
se combinam para gerar novas estruturas, objetos e práticas”. Elas são
produzidas especialmente em três momentos: a queda do centro cultural e
sua hegemonia, formando pluralidades; disseminação de gêneros culturais e
artísticos impuros; e na desterritorialização do local em contato com o global
(CANCLINI, 1997).
Stuart Hall (2006) percebe que a hibridização acontece em situações de
diáspora, onde se fazem necessários múltiplos processos de tradução cultural
experimentados na adaptação das matrizes culturais diferentes da sua origem.
Essa tradução cultural é indicada como um processo de negociação entre
novas e antigas matrizes culturais vivenciado por pessoas que migraram
de sua terra natal. Entre a identidade que ficou para trás e a que precisa
ser negociada na experiência dos deslocamentos, das migrações ou de
refugiados.

UNIDADE 2

TÓPICO 1

R
1 A partir dos estudos do francês Vacher de Lapouge, o termo etnicidade
E surge no século XIX para diferenciar as características físicas das
L
A características culturais dos grupos humanos. Na década de 1970, o
Ç
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autor Fredrick Barth dá um novo entendimento ao sentido do termo.
E O que Fredrick Barth compreende por etnicidade?
S

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R.: É o conjunto de características comuns a um grupo de pessoas que as
T diferenciam de outro grupo. Normalmente essas características incluem a
E
R língua, a cultura e também a noção de uma origem comum. Etnicidade é a
É
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autoconsciência da especificidade cultural e social de um grupo particular.
N
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2 Apenas o conceito de classe social não dá conta de explicar a
produção das desigualdades sociais nos tempos atuais, por este
motivo é que surge o conceito de etnicidade e outros conceitos
analíticos, como o de gênero, por exemplo. Com suas palavras,
explique os motivos que possibilitam essa afirmação.

R.: A desestruturação do colonialismo e as mudanças nas estruturas de


autoridade nas sociedades ocidentais provocaram um acirramento das
disputas entre os grupos étnicos em vários países, permitindo a luta por
espaços de poder, produzindo situações de conflito, de competição, de
regionalismos, de luta por territórios, tribalismos na África e outros. Por estes
motivos é que a questão da etnicidade passa a fazer parte da agenda de
estudos dentro das universidades.

TÓPICO 2

1 Apesar de por muito tempo terem sido confundidos no meio


acadêmico, há diferenças entre os termos etnia, nação e raça. Isso
porque cada um deles procurou explicar os motivos pelos quais os
seres humanos se reúnem em grupos. A partir de sua interpretação,
conceitue cada um deles.

R.: Etnia refere-se ao conjunto de indivíduos que afirmam ter traços culturais
comuns, distinguindo-se, assim, de outros grupos culturais. Nação relaciona-
se a agrupamentos humanos fixados em um território específico, com limites
bem definidos, tanto do ponto de vista político quanto territorial. Já o termo raça
se convencionou utilizar para designar características físicas das diferentes
populações mundiais.

2 Por muito tempo o conceito de raça, além de designar características R


físicas, também foi usado para justificar a manutenção da E
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desigualdade social. Nesse sentido, o termo racismo sem raça surge A
para explicar até mesmo as desigualdades sociais promovidas por Ç
Õ
outros fatores sociais, como o gênero e a classe social. Explique o E
S
conceito de racismo sem raça com suas palavras.
I
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R.: O racismo sem raça acontece quando as características étnicas ou T
E
culturais (religiosidade, crenças, regras sociais) de um grupo são tomadas R
no lugar das características biológicas/raça (cor de cabelo, pele, traços É
T
fisionômicos) para justificar relações de hierarquia e desigualdades sociais. N
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TÓPICO 3

1 Os estudos de gênero surgiram na década de 1980, como uma


continuidade das discussões feministas que já denunciavam as
situações de poder e hierarquia dos homens sobre as mulheres.
Com o objetivo de compreender esses processos, alguns estudiosos
começaram a levar essa discussão para o ambiente acadêmico. Ali,
descartaram de uma vez por todas a explicação corrente de que as
mulheres seriam biologicamente inferiores aos homens e criaram uma
ferramenta de análise social chamada Gênero para explicar essas
assimetrias. Explique como o gênero esclarece a desigualdade entre
homens e mulheres.

R.: O conceito de gênero introduz a perspectiva de que somos construídos


a partir de determinados mecanismos sociais, que nos condicionam a
cumprirmos papéis sociais, preestabelecidos, que são os papéis de gênero. A
criação inteiramente social de ideias sobre os papéis adequados aos homens
e às mulheres. Para Joan Scott (1995, p. 7), “É uma maneira de se referir
às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos homens
e das mulheres. O gênero é, segundo esta definição, uma categoria social
imposta sobre um corpo sexuado”.

2 O multiculturalismo é um termo polissêmico, na medida em que


apresenta dois sentidos: o primeiro é o sentido descritivo e o segundo
é o sentido prescritivo. O primeiro está relacionado à diversidade
cultural, étnica e religiosa de um grupo social. E o segundo, como
pode ser interpretado? Assinale a alternativa CORRETA:

a) (x) Como políticas de reconhecimento da identidade e/ou da diferença


R que os poderes públicos desenvolvem em nome dos grupos
E
L minoritários e/ou “subalternos”.
A b) ( ) Como o excesso de políticas públicas afirmativas para os movimentos
Ç
Õ sociais.
E
S c) ( ) Como o processo de colonização norte-americano, fortemente
influenciado pelos valores religiosos anglo-saxões.
I
N d) ( ) Como a compreensão multi e interdisciplinar do contexto histórico,
T
E socioeconômico e cultural desses diferentes grupos sociais.
R
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UNIDADE 3

TÓPICO 1

1 A partir da leitura deste tópico, elabore uma definição de


multiculturalismo latino-americano.

R.: O multiculturalismo é uma política surgida no século XX, tendo como centro
os interesses europeus. A partir das relações coloniais e de dependência, o
multiculturalismo chegou à América Latina, visando positivar a diversidade
cultural. Ele procura discutir, também, as histórias de exploração e escravidão
negra e indígena. O acadêmico deve refletir e explanar sobre situações como
essa.

2 Como se deu o aparecimento das políticas culturais no Brasil?

R.: As políticas multiculturais chegaram ao nosso país apenas no ano 2000.


Todavia, existiram alguns movimentos neste sentido ainda na década de
1990. O resultado disso foi o surgimento de programas de enfrentamento
a desigualdades sociais. Muitas delas em torno da política de cotas ou dos
Estatutos, como o da Igualdade Racial. O acadêmico deve trazer elementos
indicando esse processo.

3 O que são as comunidades tradicionais?

R.: São grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais,


tendo uma ligação muito profunda com o território e os recursos naturais de
onde vivem. São comunidades que, muitas vezes, vivem há gerações nestes
locais. Como culturalmente diferenciados, essa relação território-organização
R
social resultou em formas de reprodução social, cultural, religiosa e econômica E
diferentes do grupo majoritário. L
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TÓPICO 2
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N
1 As mulheres têm sido sub-representadas na política brasileira, T
E
apesar de representarem a maioria da população e do eleitorado. R
A Constituição Federal de 1988 trouxe alguns avanços. Quais as É
T
implicações dessa baixa representatividade? N
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R.: Foi somente a partir da Constituição Federal de 1988 que as mulheres,
pelos desdobramentos de suas lutas, conquistaram direitos legais e obtiveram
legitimidade para suas demandas, inclusive na esfera da política institucional.
Ainda assim, é um grupo social e consistentemente sub-representado, o
que pode indicar que algum outro grupo está obtendo mais do que o que lhe
corresponde. No caso da hiper–representação política masculina, são formas
de manter e consolidar os privilégios masculinos de gênero no âmbito da
representação político–parlamentar. É necessário considerar a representação
coletiva das mulheres, enquanto grupo social e, ainda, estimular a participação
e a candidatura de indivíduos mulheres em cargos eletivos.

2 Observe a charge abaixo. A partir da leitura deste tópico, como


sintetizar a problemática das relações de gênero no Brasil?

FONTE: Disponível em: <http://foconoenem.com/wp-content/uploads/2015/09/charge-igualdade-


de-g%C3%AAnero.png>. Acesso em: 10 jul. 2017.

R.: Pode-se indicar as diversas formas de violência e autoritarismo sobre as


mulheres. A primeira, de nossa herança colonial, temos uma forte presença
da família patriarcal, cujo poder é inquestionavelmente masculino. Da mesma
forma, pode-se indicar o assédio e a violência contra a mulher, em diversos
níveis, oriundos de uma desvalorização ou diminuição do papel das mulheres
R na sociedade brasileira.
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Õ TÓPICO 3
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I 1 A ideologia racista chega ao Brasil a partir das teorias científicas


N de teor evolucionista e determinista no século XIX. Um dos nomes
T
E importantes dessa corrente foi o médico e antropólogo Nina
R
É Rodrigues. Sintetize as características desse racismo científico.
T
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I R.: O racismo é uma ideia eurocêntrica e etnocêntrica. As justificativas para
C
A os muros e distâncias sociais presentes na sociedade brasileira do final do
S século XIX sustentavam-se a partir de uma Ciência Positivista e Determinismo
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Biológico. Desta forma, as raças eram diferentes entre si com bases
fenotípicas. Essas teorias científicas racistas legitimaram um esforço das elites
brasileiras que viveram neste tempo em torno das ideias de branqueamento
da população brasileira. O preconceito de cor e racismo surgem no Brasil
em 1870 nas escolas de Direito de Recife e de São Paulo e na Escola de
Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. Esse debate, com verniz científico
e acadêmico, isto é, construído a partir de instituições reconhecidas pela
sociedade, elite e Estado, tinha como alvo a miscigenação. Eram contrários
ao que chamavam de mistura de raças.

2 Observe a imagem abaixo e procure sintetizar a ideia de “democracia


racial” brasileira.

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FONTE: Disponível em: <http://academiadopsicologo.com.br/wp-content/uploads/2017/03/ E
n2.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2017. S

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R.: A imagem traz uma perspectiva a respeito da composição das estruturas T
sociais brasileiras. Como sabemos, nossa sociedade é considerada de alta E
R
concentração de renda na faixa da população mais rica. A imagem permite É
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refletir sobre as raças mais presentes nas estruturas mais abaixo da pirâmide N
econômica. Pode-se perceber a presença maior de negros e pardos. No país, I
C
o preconceito é tanto pela cor quanto pela classe social. A
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