Afa Efomm en Apostila Fisica Vol 1

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FÍSICA I ASSUNTO

Movimento uniforme e movimento uniformemente variado


1
1. Referencial Entretanto, se considerarmos o trenzinho como referencial, a trajetória
é uma reta orientada pra cima na subida e uma reta orientada pra baixo
Para descrevermos o estado de repouso e movimento de um ponto na descida.
material, sua trajetória ou seu deslocamento, precisamos de um corpo, ou Conclusão: a forma dessa linha imaginária (trajetória) depende do
conjunto de corpos, que tomaremos como referência para determinar as referencial adotado para sua observação. Portanto, referenciais diferentes
posições do ponto material. Este corpo é denominado referencial. podem observar trajetórias diferentes.
Os conceitos de movimento e repouso não são absolutos, mas sim
relativos, já que dependem do referencial adotado. Um corpo estará em
repouso quando sua posição não se alterar em relação a um referencial 3. Posição, deslocamento
com o decorrer do tempo. Case ocorra alteração, dizemos que o corpo
está em movimento.
e distância percorrida
Unidade no SI: metro; abreviação: m.
Importante: A escolha de um referencial é uma tarefa muito importante na
Outras unidades comuns: centímetro (cm), milímetro (mm), quilômetro
resolução de um problema, principalmente, quando se faz uso de cálculos.
(km).
Deve-se ter em mente que, a partir da escolha do referencial, a descrição do
movimento dos corpos que participam do fenômeno passa a ser feita em
relação a este referencial e só em relação a ele. Isso é muito importante,
3.1 Posição escalar (s)
pois, se não obedecido, pode levar seus cálculos a conclusões erradas. Por definição, posição é o número associado ao ponto da trajetória
ocupado por um móvel em determinado instante, de acordo com algum
1.1 Classificação do referencial referencial. No caso da cinemática escalar, utilizaremos como referencial
uma reta orientada e como origem das posições um ponto qualquer dessa
1.1.1 Referencial inercial mesma reta (em geral, associa-se a letra “O” para a origem).
Um referencial inercial é todo aquele que torna válida a lei da inércia,
ou seja, é qualquer sistema de referência que permanece em repouso ou 0
em movimento retilíneo uniforme.
Assim, para determinarmos o módulo da posição de um móvel,
1.1.2 Referencial não inercial mediremos a distância desse ponto à origem adotada. É imprescindível ter
Um referencial não inercial é todo aquele que apresenta aceleração atenção para o sinal. Se o móvel estiver a favor do referencial, usaremos
em relação a um referencial inercial. Por esse motivo, os referenciais não o sinal positivo. Se estiver contra, negativo.
inerciais são também conhecidos como referenciais acelerados.
Quando a situação não especificar o referencial a ser utilizado, 3.2 Deslocamento escalar (ΔS)
considere sempre a Terra ou o solo. Por exemplo: se em uma situação Considerando um móvel qualquer em movimento em relação a um
genérica for feita uma afirmação do tipo “um corpo se movimenta com referencial inercial, por definição, seu deslocamento escalar (∆S), em um
velocidade de 80 km/h”, assuma que essa velocidade é medida em relação intervalo de tempo ∆t = t2 – t1, é dado pela diferença entre as posições
à Terra ou ao solo. nesses respectivos intervalos de tempo.
Chamando a posição inicial e final, respectivamente, de s0 e s, teremos:
2. Trajetória DS = s – s0
A trajetória de um móvel corresponde à linha imaginária obtida ao serem
ligadas as posições ocupadas pelo móvel em instantes sucessivos durante 3.3 Distância percorrida (d)
seu movimento. Não podemos confundir o conceito de deslocamento escalar (∆S)
Por exemplo: quando uma bola é lançada verticalmente para cima, com o conceito de distância percorrida (em geral, representada pela letra
de um trenzinho que se move com velocidade horizontal constante, a d). Distância percorrida é uma grandeza de utilidade prática que informa
trajetória para um referencial parado fora do trenzinho é uma curva (ou quanto a partícula efetivamente percorreu entre dois instantes, devendo
seja, uma parábola). ser calculada sempre em módulo, portanto.
Para entender a diferença, considere a figura a seguir:

90 150 210 310 km

A B C D

Note que, por exemplo, a posição de um móvel que passa pelo ponto
A é = +90 km. Isso acontece porque o ponto A dista 90 km da origem
adotada e está no sentido positivo do referencial adotado (para a direita).

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 301


FÍSICA I
Assunto 1

Um móvel (que anda sempre sobre o segmento orientado representado Dessa forma, a velocidade média em todo o trajeto AB é:
na figura), situado inicialmente em B, se desloca para o ponto A e, a seguir,
para o ponto D. O deslocamento escalar no primeiro trajeto é de Ds = s – s0 = 2d 2d 2d 2v · v 1
Vm = = = = 1 2 =
+90 – (+150) = –60 km (negativo, pois está contra o referencial). No t1 + t2 d + d d (v1 + v 2 ) (v1 + v 2 ) 1 1
+
segundo trajeto, o deslocamento escalar é Ds = s – s0 = +310 – (+90) v1 v 2 v1 · v 2 v1 v 2
= +220 km (positivo, pois está a favor do referencial). 2
Note que, embora o deslocamento escalar do referido móvel de B até D Note que, quando o trajeto é dividido em partes iguais, a velocidade
seja Dstotal = Ds1 – Ds2 = –60 + 220 = +160 km, a distância percorrida média total é a média harmônica das velocidades em cada trecho (e não a
entre o começo e o fim do deslocamento é de 280 km (60 km de B até A média aritmética!). Para quem não se lembra, média harmônica é o inverso
e 220 km de A até D). da média aritmética dos inversos.
Matematicamente, podemos dizer que a distância percorrida pode
ser obtida por meio das somas dos deslocamentos escalares parciais. Ex 2.:
Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea ABC de modo que, na
d = ∑| ∆S | primeira parte do parte do percurso (AB), sua velocidade é v1 e, na segunda
parte (BC), sua velocidade é v2. Sabendo que o intervalo de tempo nas
No exemplo, tem-se d = |Ds1|+| Ds2|=|– 60|+|220| = 280 km. duas partes do percurso é o mesmo, determine a velocidade média em
todo o percurso.
Dica: se um problema perguntar qual a distância percorrida por um móvel,
deve-se seguir o seguinte passo a passo: Solução:
Por conveniência, chamaremos o tempo em cada parte do percurso de t.
I. Encontrar os instantes em que o móvel troca o sentido do movimento. ∆s
Para isso, basta descobrir os pontos em que a velocidade é igual a zero. Usaremos também que V = → ∆s = v ⋅ ∆t . Dessa forma, a velocidade
∆t
II. Calcular os deslocamentos parciais em cada um dos intervalos de
média em todo o trajeto AC é:
tempo limitados pelos instantes encontrados (assim, você garante
que está olhando para um deslocamento em um único sentido).
AB + BC v1 · t + v 2 · t v1 + v 2
III. Somar os módulos dos deslocamentos encontrados. Vm = = =
t1 + t2 2t 2

4. Velocidade escalar média Note que, quando o trajeto é dividido em tempos iguais, a velocidade
média em todo o percurso é a média aritmética das velocidades em cada
Unidade no SI: metro/segundo; abreviação: m/s. trecho.
Outras unidades comuns: cm/s, mm/s, quilômetro por hora (km/h).
Conceitualmente, a velocidade escalar de um corpo mede a rapidez
4.1 Conversão de unidades
com que esse corpo muda de posição. No S.I. a unidade de velocidade é o m/s, muito embora a unidade
Embora a velocidade seja uma grandeza vetorial (precisa de módulo, mais utilizada seja o km/h.
direção e sentido para ser compreendida), por enquanto, iremos abordar Para convertermos os valores dados de um sistema de unidades para
seu comportamento escalar, ou seja, vamos nos preocupar somente outro, deve-se partir da unidade original e substituir as unidades originais
com o seu módulo. Por este motivo, na cinemática escalar, estudaremos km 1.000m 1m
pelas unidades a que se quer chegar: 1 = = . Portanto,
basicamente trajetórias retilíneas. h 3.600 s 3,6 s
Por definição, a velocidade escalar média de um corpo em um trecho para passarmos de m/s para km/h, basta multiplicar por 3,6 o valor da
de um percurso é a razão entre seu deslocamento escalar nesse intervalo velocidade em m/s. De maneira análoga, para passarmos de km/h para
de tempo e o respectivo intervalo de tempo. m/s, dividimos o valor em km/h por 3,6.
∆S s − s0 Esquematicamente:
Vm = = dividir por 3,6
∆t t − t0

Importante: a velocidade média não é a média das velocidades. Os exemplos


abaixo mostrarão a importância de usar o conceito correto de velocidade km/h m/s
média para não cair em armadilhas.

Ex 1.: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea AB. Na primeira multiplicar por 3,6
metade do percurso, sua velocidade possui módulo v1 e na, segunda
metade, módulo v2. Determine a velocidade média em todo o trajeto AB.
Repare que o método utilizado acima pode ser utilizado para transformar
Solução: quaisquer unidades de velocidade. Por exemplo: se quisermos converter
Por conveniência chamaremos a distância entre os pontos A e B de “2d”, 3 dam/min em m/s (repare que dam/min é uma unidade extremamente
o tempo na primeira metade do percurso de t1 e na segunda metade de t2. incomum), devemos proceder da seguinte forma:
∆S ∆S
Usaremos, também, que V = → ∆t = . Em problemas como este, dam 3 dam 30m m
∆t v 3 = = =0,5 .
a ideia é escrever a expressão da velocidade média para o percurso todo min 1min 60 s s
e, só depois, substituir as variáveis que não foram dadas usando alguma
informação da questão.

302 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

5. Velocidade escalar instantânea Conclusão: a velocidade instantânea de um móvel pode ser obtida
calculando o coeficiente angular da reta tangente ao ponto considerado
Unidade no SI: metro/segundo; abreviação: m/s. em um gráfico s × t. Portanto:
Outras unidades comuns: cm/s, mm/s, quilômetro por hora (km/h). I quanto mais inclinado for o gráfico, maior o módulo da velocidade
instantânea naquele ponto. Quanto menos inclinado, menor o módulo
Conceitualmente, velocidade instantânea é a velocidade em um da velocidade.
instante específico do movimento. Como a velocidade é a razão entre II. se a reta tangente for horizontal (vértices), a inclinação é zero e, portanto,
o deslocamento e o intervalo de tempo, temos que, se calcularmos a a velocidade é zero. O móvel troca de sentido.
velocidade média para intervalos de tempo cada vez menores, (intervalos Matematicamente, a velocidade instantânea é o limite da velocidade
muito próximos de zero), tenderemos a chegar à velocidade naquele exato média quando o intervalo de tempo tende a zero (o conceito explicado
momento. acima é exatamente o conceito de derivada). Ou, em outras palavras, é a
Para entender melhor esse conceito, vamos a um exemplo numérico: derivada de primeira ordem da posição em relação ao tempo ou a taxa de
considere um móvel que se move em trajetória retilínea segundo a equação variação da posição em relação ao tempo.
s(t) = t2 – 4t + 2, em que s está em metros e t, em segundos. Esta é uma ∆s ds
v = lim =
equação do tipo equação horária da posição, já que informa a posição do ∆t → 0 ∆t dt
móvel em função do tempo.
Para calcular a velocidade instantânea desse móvel no instante t = 3 s,
vamos calcular velocidades médias fazendo o intervalo de tempo tender
6. Aceleração escalar média
a um valor cada vez mais próximo de zero. Unidade no SI: metro/(segundo)2; abreviação: m/s2.
I. tempo de t = 0 s a t = 7 s. Nesses instantes, temos que as Outras unidades comuns: km/h2.
posições são respectivamente iguais a s(0) = 02 − 4 ⋅ 0 + 2 = 2 m
e s(7) = 72 − 4 ⋅ 7 + 2 = 23 m . Logo, a velocidade média é dada por Conceitualmente, a aceleração escalar de um corpo mede a rapidez
∆s 23 − 2 com que o valor da velocidade muda, independentemente dessa velocidade
vm = = = 3 m/s. aumentar ou diminuir.
∆t 7−0
II. tempo de t = 1,5 s a t = 5 s. Analogamente, teremos que a velocidade Atenção para a diferença entre os conceitos. Velocidade mede a taxa
média é 2,5 m/s. da variação da posição em relação ao tempo. Aceleração mede a taxa de
III. tempo de t = 2,8 s a t = 3,1 s. Analogamente, teremos que a variação da velocidade em relação ao tempo.
velocidade média é 1,9 m/s. Um carro de Fórmula 1, por exemplo, atinge altas velocidades em
trajetórias retilíneas. Entretanto, se ele mantiver a velocidade constante,
Note que, quanto menor o intervalo de tempo considerado e quanto não vai haver variação da velocidade. Por esse motivo, a aceleração seria
mais próximo do instante t = 3 s, a velocidade média calculada se igual a zero.
aproximará da velocidade instantânea em t = 3 s. Um elevador parado, por exemplo, tem velocidade igual a zero (já
É extremamente importante também entender o argumento gráfico. que sua posição não está mudando). Entretanto, imediatamente antes
Vamos a ele. A curva azul representa também a posição de um móvel de começar a subir, ele possui aceleração maior que zero, já que sua
qualquer em relação ao tempo. velocidade vai variar logo depois.
s Por definição, a aceleração escalar média de um corpo em um dado
trecho de um percurso é a razão entre a variação de velocidade escalar
nesse intervalo e o respectivo intervalo de tempo.
∆v v − v 0
am = =
Ds ∆t t − t0
A unidade no SI da aceleração escalar média é m/s2. Assim sendo, dizer
que um corpo possui uma aceleração de 3 m/s2, por exemplo, significa
dizer que sua velocidade aumenta 3 m/s a cada segundo. Vale destacar
que, embora seja a unidade mais usada o m/s2, ela não é a única. Qualquer
unidade de variação de velocidade sobre qualquer unidade de tempo nos
t
0 dará uma unidade de aceleração.
Dt
7. Aceleração escalar instantânea
Se quisermos calcular a velocidade média entre os instantes
representados pelos pontos brancos, basta dividir o ΔS representando no Unidade no SI: metro/(segundo)2; abreviação: m/s2.
eixo das ordenadas pelo Δt representado no eixo das abscissas. Outras unidades comuns: km/h2.
Repare que, se o intervalo de tempo tender a zero, os dois pontos
tendem a um só (ponto vermelho). Nesse caso, a velocidade média Para obtermos a aceleração de um móvel em um instante específico,
calculada vai se aproximar da velocidade instantânea naquele ponto. devemos calcular a aceleração instantânea. Seguindo a mesma ideia de
Graficamente, ao dividirmos ΔS por Δt quando Δt tende a zero, velocidade instantânea, podemos dizer que a aceleração instantânea é a
acabamos descobrindo a tangente do ângulo formado entre o eixo das aceleração de um móvel em um ponto específico da trajetória.
abscissas e a reta que tangencia a curva vermelha, passando pelo ponto
vermelho.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 303


FÍSICA I
Assunto 1

Matematicamente, a aceleração instantânea é o limite da aceleração


média quando o intervalo de tempo tende a zero. Em outras palavras, é
9. Derivadas de polinômios
a derivada de primeira ordem da velocidade em relação ao tempo (ou a Podemos encontrar velocidade e aceleração instantâneas se
derivada de segunda ordem da posição em relação ao tempo) ou a taxa soubermos a equação horária da posição de um móvel. Para isso,
de variação da velocidade em relação ao tempo. usaremos as ideias de derivada abordadas neste módulo.
∆v dv d 2 s A seguir, encontra-se a regra prática para derivadas de polinômios,
α = lim = =
∆t → 0 ∆t dt dt 2 tipo de equação mais encontrada em nosso curso para a descrição de
movimentos.
Basicamente, a regra a ser usada para derivar qualquer parcela de um
8. Classificação dos movimentos d
polinômio é ( at n ) = a ⋅ n ⋅ t n −1 . Importante saber que a derivada de um
dt
8.1 Quanto ao sentido do deslocamento polinômio é a soma das derivadas de cada termo.
Daí, se a equação da posição é dada por: S = a1 t n + a2t n–1 + ... ant
8.1.1 Progressivo + an+1, então as funções horárias da velocidade e da aceleração serão
(condição necessária e suficiente: v > 0) dadas por:
O móvel desloca-se no sentido definido como positivo da trajetória. ds
v= = a1nt n −1 + a2 ( n − 1)t n − 2 + ... + an −1 ⋅ 2t + an + 0
(A posição escalar do móvel é crescente com o tempo). Nesse caso, o dt
deslocamento escalar é positivo e, portanto, a velocidade também é positiva. dv d 2 s
a= = = a1 ⋅ n ⋅ ( n − 1)t n − 2 + a2 ( n − 1) ⋅ ( n − 2)t n − 3 + ... + 2 an −1 + 0
dt dt 2
8.1.2 Retrógrado
t 3 5t 2
(condição necessária e suficiente: v < 0) Ex.: Um corpo se move segundo a equação s( t ) = − + 6t + 1,
3 2
O móvel desloca-se no sentido definido como negativo da trajetória. com s em metros e t em segundos. Para esse corpo, calcule:
(A posição escalar do móvel é decrescente com o tempo). Nesse caso,
o deslocamento escalar é negativo e, portanto, a velocidade também é a. a velocidade em um instante genérico t;
negativa. b. a aceleração em um instante genérico t;
c. a velocidade em t = 4 s;
8.1.3 Repouso d. a aceleração em t = 6 s;
(condição necessária e suficiente: v = 0) e. os instantes para os quais o móvel troca de sentido;
f. a velocidade média entre 2 s e 4 s;
Um móvel está em repouso quando sua posição não se altera com
g. a distância percorrida entre 2 s e 4 s;
o passar do tempo para um determinado referencial. Nesse caso, a sua
h. os instantes para os quais o movimento é retrógrado;
velocidade é nula.
i. os instantes para os quais o movimento é acelerado.
8.2 Quanto à variação de velocidade Solução:
ds t2 5t
8.2.1 Uniforme a. v= = 3⋅ − 2 ⋅ + 6 + 0 → v ( t ) = t 2 − 5 t + 6.
dt 3 2
(condição necessária e suficiente: a = 0) dv
b. a= = 2 ⋅ t − 5 ⋅ 1 + 0 → a( t ) = 2t − 5.
O módulo da velocidade do móvel não varia ao longo do tempo. dt
c. v(4) = 42 – 5 · 4 + 6 = 2 m/s.
8.2.2 Acelerado
d. a(6) = 2 · 6 – 5 = 7 m/s2.
(condição necessária e suficiente: a · v > 0) e. trocar de sentido: v = 0 → t2 –5t + 6 = 0 → t = 2 s ou t = 3 s.
O módulo da velocidade aumenta ao longo do tempo. Isso só ocorre f. ∆s s( 4) − s( 2)
quando a aceleração e a velocidade possuem o mesmo sinal para um vm = = =
∆t 4−2
dado referencial.
43 5 ⋅ 42  23 5 ⋅ 22 
− + 6 ⋅ 4 + 1−  − + 6 ⋅ 2 + 1
8.2.3 Retardado 3 2 3 2  = 1 m/s
(condição necessária e suficiente: a · v < 0) 4−2 3
g. como o móvel troca de sentido em t = 3 s,
O módulo da velocidade diminui ao longo do tempo. Isso só ocorre
quando a aceleração e a velocidade possuem o sinais contrários para um  33 5 ⋅ 3 2 
d = | ∆S2 a3 s | + | ∆S3 a 4 s |=  − + 6 ⋅ 3 + 1 −
dado referencial. 3 2 
 23 5 ⋅ 22   43 5 ⋅ 4 2 
repouso progressivo retrógrado  − + 6 ⋅ 2 + 1 +  − + 6 ⋅ 4 + 1 −
 3 2   3 2 
v=0 v: + v: –
uniforme  33 5 ⋅ 3 2  1 5
a=0 a=0 a=0
 − + 6 ⋅ 3 + 1 = + = 1 m.
v: + v: –  3 2  6 6
acelerado – h. retrógrado: v < 0 → t2 –5t + 6 < 0 → 2 s < t < 3 s.
a: + a: –
v: + v: – i. acelerado: a · v > 0 → (2t –5) · (t 2 – 5t + 6) > 0 →
retardado – (2t – 5) · (t – 2) · (t – 3) > 0 → 2 s < t < 2,5 s ou t > 3 s.
a: – a: +

304 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

10. Movimento retilíneo uniforme 10.1.1 Gráfico s µ t


(MRU) O gráfico posição por tempo (s × t) do movimento retilíneo uniforme
é regido pela função horária de posição, que é uma função linear (1o grau).
O movimento retilíneo uniforme é aquele no qual a velocidade escalar Portanto, o seu gráfico é sempre uma reta. Crescente se seu coeficiente
instantânea é constante, e não nula, para qualquer instante considerado angular for positivo (velocidade positiva) ou decrescente se seu coeficiente
por um corpo que descreve trajetória retilínea. Nesse tipo de movimento, angular for negativo (velocidade negativa).
a velocidade média em qualquer trecho é igual à velocidade instantânea
em qualquer ponto do percurso. v>0
s s
Convém destacar que, no caso do movimento retilíneo uniforme, v<0 se os eixos estiverem na
s0
podemos dizer que, em intervalos de tempos iguais, o móvel sofre mesma escala:
deslocamentos iguais. s0 q q t
t tan θ = velocidade

10.1 Função horária de posição


A função horária de posição é uma equação que mostra a posição de
um corpo em função de cada instante.
10.2 Função horária de velocidade
∆s s − s Por definição, um movimento é dito uniforme quando sua velocidade
v = v m =  → v =  0 → v ( t − t0 ) = s − s0 → s = s0 + v ( t − t0 )
∆t t − t0 não se altera em relação ao tempo. Logo, a função horária de velocidade
não poderia ser outra senão uma função constante.
Fazendo t0 = 0, chegamos à equação horária de posição no MRU: v(t) = constante
s(t)=s0 + v · t 10.2.1 Gráfico v µ t
Ex.: Considere dois móveis, A e B, que se movimentam, sob uma O gráfico v × t para esse mesmo movimento é uma reta paralela ao
estrada retilínea, em sentidos contrários e que no instante t = 0 distam eixo do tempo (indicando que a velocidade é constante).
1.400 metros entre si. As velocidades dos móveis A e B possuem módulos
respectivamente iguais a 40 m/s e 30 m/s. Determine o instante em que os v v
móveis se encontram e a que distância da posição inicial do móvel A isso ocorreu. v
t
Solução:
t
Fazendo um sistema de referencial positivo no sentido A → B e com v
origem em A, teremos que as funções horárias serão:
SA = 0 + 40t → SA = 40t e SB = 1.400 – 30t
Um fato interessante sobre esse tipo de gráfico é que, ao calcularmos
Em problemas que pedem encontro, uma ideia muito boa é encontrar sua área, estamos multiplicando um eixo contendo a velocidade por outro
as equações horárias de cada móvel e igualar suas posições (para que contendo o tempo. Como já vimos, desse produto resulta o deslocamento
haja encontro, as posições precisam ser iguais). do corpo.
Daí, SA = SB. Então 40t = 1.400 – 30t → 70t = 1.400 → t = 20 s Então, de uma maneira bem genérica (isso não se restringe a MRU),
podemos dizer que a área do gráfico v × t é numericamente igual ao
Para determinar a posição de encontro, substituiremos esse valor em deslocamento do corpo.
uma das equações:
v v
SA = 40t = 40 · 20 = 800 m área =DS
v
Atenção! t
Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém em t
alguns problemas um dos móveis sai com um atraso de ∆t unidades v área =DS
de tempo. Nesse caso, a equação horária para o móvel com atraso será
s(t)=s0 + v · (t – ∆t).
10.3 Função horária de aceleração
Ex.: Por ter velocidade constante, a aceleração no MRU é nula. Logo,
Para o exemplo anterior recalcule o tempo que foi pedido, considerando a(t) = constante = 0
que o móvel A começou a se mover em t = 7 s.

Solução: 11. Velocidade relativa


Observe que agora não podemos mais considerar t0 = 0 para os dois
móveis. Com isso, as equações horárias ficam da seguinte forma: Em muitos problemas de movimentos retilíneos, a solução torna-se
SA = 40 · (t – 7) e SB = 1.400 – 30t (cabe ressaltar que a função muito mais simples ao se utilizar o conceito de velocidade relativa. Tal
horária de A só vale para t ≥ 7 s). conceito nada mais é do que uma mudança de referencial, admitindo-
-se que um dos corpos em movimento está parado e observando o
No encontro, SA = SB. Então, 40 · (t – 7) = 1.400 – 30t → 40t – 280 = movimento do outro corpo em questão. De forma prática, pode-se calcular
1.400 – 30t → 70t = 1.680 → t = 24 s. a velocidade relativa de aproximação ou de afastamento entre dois corpos
em movimento de maneira muito simples (supondo Va e Vb em módulo):
Isso significa que A se moveu durante 17 s e B, 24 s.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 305


FÍSICA I
Assunto 1

– Corpos se movem na mesma direção e mesmo sentido: Vrel =|VA – VB|. V


– Corpos se movem na mesma direção e sentidos contrários: a>0
Vrel = Va + Vb.
θ
Para problemas de encontro, afastamento ou aproximação entre dois V0
corpos em movimento uniforme, podemos escrever que:
t
∆S
Vrel = rel
∆t
V
Ex.: Um ônibus par te da rodoviária com velocidade constante de
V0 a<0
80 km/h. Um passageiro que se atrasou 15 minutos, toma um táxi e parte
em direção ao ônibus. Sendo a velocidade do táxi de 100 km/h e supondo θ
que não ocorra interrupção no trajeto, determine o tempo gasto pelo táxi
t
para alcançar o ônibus.

Solução: Se os eixos estiverem na mesma escala:


Nos 15 minutos (1/4 de hora) de atraso do passageiro, o ônibus se deslocou
com velocidade de 80 km/h. Assim, quando o taxista parte com o passageiro, tan q = aceleração
o ônibus já se encontra a 80 · 1/4 = 20 km à frente. A velocidade relativa
entre o táxi e o ônibus é de 20 km/h e o tempo para o encontro é dado pela A tangente de inclinação da função mostra a taxa de variação da
razão entre a distância relativa e a velocidade relativa: velocidade em relação ao tempo e, portanto, mostra a aceleração. Outra
20 km maneira de ver isso é lembrar que o coeficiente angular da reta tangente
∆t = =1h
20 km/h a uma função, em um dado ponto, é a derivada dessa função (e já vimos
que a derivada da velocidade em relação ao tempo resulta na aceleração).
Fique atento, pois isso não significa que o táxi andou 20 km para alcançar
o ônibus.
dv d 2 x
=
a =
dt dt 2
12. Movimento retilíneo uniformemente
variado Atenção!
O movimento retilíneo uniformemente variado é aquele no qual a Imagine um gráfico v × t que seja uma reta inclinada crescente.
aceleração é constante e diferente de zero. A única informação que esse gráfico fornece é que o ângulo que essa
reta faz com a horizontal é 45°. Nesse caso, quanto vale a aceleração
Por esse motivo, dizemos que, no MRUV, a velocidade escalar sofre
do móvel?
variações iguais em intervalos de tempos iguais.
Você pode ficar tentado a falar que a = tan q = tan 45° = 1 m/s2.
12.1 Função horária de velocidade Entretanto, como não há nenhuma informação adicional no gráfico,
nada impede que os eixos estejam fora de escala e, portanto, não se
É a equação que nos permite identificar a velocidade instantânea de pode determinar a aceleração. Muito cuidado com pegadinhas desses
um móvel que possua aceleração não nula em função do tempo. Como tipo: eixos fora de escala, origem deslocada, etc.
a aceleração é constante, ela é igual à aceleração média para quaisquer
instantes. Daí: Se calcularmos a área desse gráfico, estaremos multiplicando a
∆v v − v velocidade pelo tempo. Esse produto é igual ao deslocamento escalar nesse
a = am =  → v =  0 → a⋅ ( t − t0 ) = v − v 0 → v = v 0 + a⋅ ( t − t0 )
∆t t − t0 intervalo de tempo.
Fazendo t0 = 0, chegamos à equação horária de velocidade do MUV: Vamos entender melhor esse conceito. Suponha que um móvel tem
sua velocidade em função do tempo dada pela curva abaixo. Se dividirmos
v(t) = v0+ a · t o intervalo que vai de t = a a t = b em vários pequenos intervalos de
tempo (tantos quantos você possa imaginar), poderemos assumir que a
Atenção! velocidade será constante para cada pequeno intervalo desses. Daí, para
Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém, em alguns cada intervalo de tempo, o deslocamento será dado por DS = v · Dt.
problemas, um dos móveis inicia seu movimento com um atraso de Dt Note que, já que podemos assumir que a velocidade é constante nesse
unidades de tempo. Nesse caso, a equação horária para o móvel com intervalo, o produto v · Dt representa a área de um retângulo de base igual
atraso será v(t)= v0 + a · (t – Dt). a Dt e altura igual a v. Se quisermos todo o deslocamento de a até b, basta,
O comportamento nesse caso é análogo ao que vimos no módulo portanto, somar as áreas de cada pequeno retângulo formado. O resultado
passado. encontrado é a área abaixo da curva.
Matematicamente, esse é exatamente o conceito de integral de uma
12.1.1 Gráfico v µ t função (integral = área). Portanto, se integrarmos a velocidade em função
Como essa função é linear, seu gráfico v × t é sempre uma reta. do tempo para um intervalo de tempo dado, encontraremos o deslocamento
Crescente se seu coeficiente angular for positivo (aceleração positiva) ou que o móvel sofreu nesse período.
decrescente se seu coeficiente angular for negativo (aceleração negativa).

306 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

y No primeiro intervalo de tempo o deslocamento é

∆s1 = área = 
( 2v0 + at ) ⋅ t = v t + at 2
0
2 2
ƒ(x) No segundo intervalo de tempo o deslocamento é

∆s2 = área = 
( 2v0 + 3 at ) ⋅ t = v t + 3 at 2
S 2
0
2
No terceiro intervalo de tempo o deslocamento é
x
a b
∆s3 = área = 
( 2v0 + 5 at ) ⋅ t = v t + 5 at 2
0
b 2 2
S = ∫ f ( x )dx
a
E assim sucessivamente.
t
Consequentemente, podemos escrever que ∆S = ∫ v( t )dt Note que, em intervalos de tempos iguais, o corpo em MUV varia
t0
seus deslocamentos segundo uma progressão aritmética (PA) em que a
De forma parecida com a derivada, para calcular a integral de um razão é at2. Graficamente, note que, para cada “t” a mais no tempo, a área
polinômio, basta somar as integrais de cada termo. A regra a ser aplicada acrescentada é a de 2 metades de quadrado (ou 1 quadradinho inteiro),
1 sendo a área do quadrado igual a at2.
a cada termo é a seguinte: ∫ a ⋅ t n dt = a ⋅ ⋅ t n +1 + C . Note que, para
n+1 É possível chegar à mesma conclusão usando a equação horária de
uma integral indefinida como essa (não tem limites de tempo), surge uma posição.
constante C, que só poderá ser determinada com alguma informação do
problema (são as chamadas condições de contorno). 12.2 Velocidade média no MUV
Ex.: Considere um MUV qualquer de gráfico v × t abaixo:
Usando o mesmo exemplo do módulo anterior, suponha que um móvel
tem sua velocidade em função do tempo dada pela equação v(t) = t2 – 5t + 6. V(m/s)
Para encontrar a equação horária da posição, precisamos integrar essa
função. Daí: V
1 1
s( t ) = ∫ v( t )dt = ∫ ( t 2 − 5t + 6) dt = ∫ t 2 dt + ∫ ( − 5t )dt + ∫ 6dt = t 3 − 5 ⋅ t 2 + 6t + C. V0
3 2
1 1
+ ∫ 6dt = t 3 − 5 ⋅ t 2 + 6t + C. Essa constante poderia ser encontrada se o problema t(s)
3 2 t0 t
informasse a posição inicial do móvel (já que, pela equação encontrada,
s(0) = C. 1
∆S área gráfico 2 (
v + v 0 )⋅ ( t − t0 ) ( v + v0 )
Integrais definidas são aquelas em que o intervalo de integração está
Vm = = = → Vm = 
definido. Elas são a área abaixo da curva de limites estabelecidos. A regra ∆t t − t0 ( t − t0 ) 2
a ser aplicada a cada termo, nesse caso, é a seguinte:
tf  1 n +1   1 n +1 
∫t0 a ⋅ t dt =  a ⋅ n + 1 ⋅ tf  −  a ⋅ n + 1 ⋅ t0 
n
Ou seja, no MUV, a velocidade média em um dado percurso é a média
das velocidades nos extremos desse percurso.
No nosso exemplo, se quisermos descobrir o deslocamento do móvel Outra maneira de enxergar isso é olhar para o gráfico. Para que a
entre 2 s e 4 s, precisamos fazer a integral da velocidade para os instantes de velocidade média seja a mesma, o deslocamento precisa ser igual.
4 1 3 1 2  Portanto, a área abaixo da curva precisa ser igual. Como o MUV forma
t = 2 s a t = 4 s. Daí: ∆s ∫2 ( t − 5t + 6)dt =  ⋅ 4 − 5 ⋅ ⋅ 4 + 6 ⋅ 4  −
2

3 2  um trapézio e, portanto, sua área é bmédia · h, podemos traçar uma reta


1 3 1 2  2 horizontal que diste bmédia da origem para chegarmos à mesma área. Como
 3 ⋅ 2 − 5 ⋅ 2 ⋅ 2 + 6 ⋅ 2  = 3 m. v +v
  bmédia = 1 f , então essa é a velocidade constante que gera o mesmo
2
Ex.: deslocamento. Por esse motivo, essa é a velocidade média.
Essa propriedade gráfica nos permite visualizar um fato interessante
no MUV. Considere uma partícula com velocidade inicial v0 e aceleração V(m/s)
a. Seu gráfico v × t está representado na figura abaixo: V
v
v0 + 4 at V0

v0 + 3 at t(s)
t0 t
v0 + 2 at
v0 + at
v0
t
t 2t 3t 4t

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 307


FÍSICA I
Assunto 1

12.3 Função horária de posição • Do instante o até t1, o espaço aumenta, o movimento é progressivo
(v > 0) e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a < 0 e V > 0).
Considere um móvel se deslocando em MUV, cujo módulo da • Após t1, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0) e
aceleração vale a e, no instante t0 =0, sua posição é s0 e sua velocidade, v0. acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a < 0 e V < 0).
Para esse móvel, podemos escrever que: Independentemente do formato do gráfico s × t, podemos, sem fazer
Vm = 
( v + v0 ) → ∆s = ( v + v0 ) cálculos, descobrir em que ponto desse gráfico s × t o móvel possui maior
2 t 2 velocidade. Veja o gráfico a seguir:
Como v = v0+ a · t, temos: s

∆S v 0 + at + v 0 ∆S 2v 0 + at 2v t at 2 at 2
= → = → ∆S =  0 +  → s − s0 = v o t +  Tangente 1
t 2 t 2 2 2 2
2v 0 t at 2 at 2 P0
S =  +  → s − s0 = v o t +  y0
2 2 2 Tangente 2
Daí: P1
at 2 y1
s( t ) = s0 + v o t +  f1
2
x2 x1 x0 t
Essa equação nos mostra a posição em função do tempo para um Dado um gráfico s × t qualquer, a velocidade em um instante qualquer
móvel em MUV. Ela varia segundo uma função quadrática e deve ter seu é dada pelo coeficiente angular da reta tangente ao ponto correspondente
gráfico representado por uma parábola, portanto. Conhecer essa parábola e a esse instante. Nesse exemplo, vemos que a reta tangente a P0 é mais
suas propriedades é muito importante. Por isso, vamos analisar os casos. inclinada que a reta tangente a P1. Isso indica que vP0 > vP1.

1o caso: parábola com concavidade para cima: 12.4 Função horária de aceleração
S Como no MUV, a aceleração tem valor constante, o gráfico a × t é
uma reta paralela ao eixo do tempo, podendo a aceleração assumir valores
positivos ou negativos.

S0
t2 a>0
a
0 t t3 t
1
Área = ∆V

• Nesse tipo de gráfico, a aceleração é positiva (a > 0). t


• O ponto onde a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0. t Área = ∆V
• Nos instantes t1 e t3, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). a
• No instante t2, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu a<0
movimento (v = 0).
• Do instante 0 até t2, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0)
e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a > 0 e V < 0). Note que, se calcularmos a área dele, estamos multiplicando o eixo
• Após t2, o espaço aumenta, o movimento é progressivo (v > 0) e do tempo pelo eixo da aceleração. Como DV = a · Dt, concluímos que
acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a > 0 e V > 0). a área do gráfico a × t é numericamente igual à variação de velocidade.

2o caso: parábola com concavidade para baixo: 12.5 Equação de Torricelli


S Existe uma equação, denominada equação de Torricelli, que é utilizada
em problemas em que o tempo não é conhecido (ou ele não é importante
para o problema). Essa equação nasce de uma “fusão” entre as funções
horárias de velocidade e posição no MUV.

S0
Dica: em geral, quando o problema não precisa da variável tempo, essa
equação é bem útil.
0 t1 t2 t
v = v0 + at (elevando-se ao quadrado)
• Nesse tipo de gráfico, a aceleração é negativa (a < 0). v2 = v20 + 2av0t + a2t2
• O ponto onde a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0. v2 = v20 + 2a (v0t + a t2/2)
• Nos instante t2, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0).
v2 = v2n + 2aDS
• No instante t1, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu
movimento (v = 0).

308 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

12.6 Dica para problemas de gráfico Obs.: Quando um corpo está em queda livre, as alturas percorridas a
cada segundo de movimento seguem uma PA, como já mencionado
Para ajudar a memorização, podemos utilizar o fluxograma abaixo, anteriormente. Por ter velocidade inicial nula, os deslocamentos a cada
que nos dá uma visão de conjunto de todas as propriedades gráficas: segundo seguem a seguinte sequência:
concavidade g ⋅ 12 g
No primeiro segundo de movimento a altura é H = =
inclinação inclinação 2 2
ds dv g ⋅ 22 g
v= a= No secundário segundo de movimento a altura é H = = 4⋅
S = f(t) dt v = f(t) dt a = f(t) 2 2
derivada da posição derivada de velocidade g ⋅ 32 g
(∆S) (∆V) No terceiro segundo de movimento a altura é H = = 9⋅
área área 2 2
∆S = ∫ v(t) dt ∆V = ∫ a(t) dt E assim sucessivamente.
(integral da velocidade) (integral da aceleração) g
Fazendo x = , teremos que no n-ésimo segundo de queda livre, a
Convém ressaltar que, matematicamente, ao calcularmos a tangente 2
distância percorrida pelo corpo é d = x · (2n – 1) , em que x é a distância
a um gráfico, estamos calculando a sua derivada e, ao calcularmos a área
percorrida no primeiro segundo e n, o instante pedido.
sob a curva, a integral das respectivas funções.

13. Movimentos verticais em campos Dica: Esse problema também poderia ser resolvido com a ideia de que
a distância percorrida no n-ésimo segundo é a distância percorrida
gravitacionais uniformes pelo móvel até o instante n menos a distância percorrida pelo móvel
até o instante n – 1. Ao fazer isso, você transforma um problema que
Todos os corpos ao redor da Terra são puxados para o seu centro. Isso aparentemente não é de queda livre (já que o corpo tem velocidade no
ocorre devido ao que chamamos de campo gravitacional e a cada ponto instante n – 1) em um problema de queda livre. É muito mais interessante
desse campo temos associado um vetor chamado aceleração gravitacional transformar em queda livre, porque as equações são bem mais simples.
(ou simplesmente gravidade).
O que gera essa gravidade, suas propriedades e efeitos serão discutidos
no módulo de gravitação. Aqui, iremos ver do ponto de vista da cinemática 13.2 Lançamento vertical para baixo
como isso influencia os corpos abandonados na proximidade da Terra. No lançamento vertical para baixo, consideramos um corpo que é
Primeiro, temos que saber que, nos problemas que envolvem movimentos lançado para baixo (tem, portanto, velocidade inicial vertical para baixo)
no campo gravitacional terrestre, considera-se a aceleração da gravidade em um local livre da resistência do ar e com aceleração da gravidade
constante quando esses movimentos envolvem alturas muito pequenas constante. Esse corpo, tal como na queda livre, vai executar um MUV em
comparadas com o raio da Terra. A aceleração da gravidade próxima à que a = g. Nesse caso, as equações podem ser escritas como:
superfície da Terra é g = 9,8 m/s2, porém utiliza-se comumente o valor de
10 m/s2. A gravidade terrestre varia em função da latitude, mas isso também
x
será abordado no tópico de gravitação.
Vo = 0
Por ter valor aproximadamente constante, podemos dizer que todos
os corpos lançados ou abandonados na superfície da Terra ficam sujeitos
à mesma aceleração, executando, assim, um MUV. Em outras palavras,
sempre podemos utilizar os conhecimentos adquiridos no estudo de MUV
(gráficos, equações, etc.) para os movimentos verticais. Cabe ressaltar g
que a gravidade não depende da massa do corpo que está submetido a ela.
O livro, a formiga, você, um avião e qualquer outro objeto ficam sujeitos
à mesma aceleração (desde que a resistência do ar seja desprezada).

13.1 Queda livre


V
Todo corpo abandonado em um local livre da resistência do ar possui
solo
aceleração constante, executando um movimento uniformemente variado y
em que a = g. Se orientarmos seu referencial para baixo, com origem no
ponto de lançamento, teremos as seguintes equações horárias:
Lançamento vertical
MUV
para baixo
trajetória para baixo MUV Queda livre
v = v0 + a · t v = gt v = v0 + a · t v = v o + gt

v0 > 0 at 2 gt 2
g = 10 m/s2 ∆S = v 0 t + H= at 2 gt 2
2 2 ∆S = v o t + H = vot +
2 2
v2 = v20 + 2aDS v2 = 2 gH
v 2 = v o2 + 2 a∆S v 2 = v o2 + 2 gH
Note que as equações de queda livre não são novas equações. Como
já dito anteriormente, são as equações de MUV para essa situação.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 309


FÍSICA I
Assunto 1

13.3 Lançamento vertical para cima móvel. Nesse caso, a gravidade é negativa sempre. É comum as pessoas
trocarem o sinal da gravidade de acordo com o movimento de descida
Um corpo lançado verticalmente para cima tem a subida como um ou subida. Isso não existe. A gravidade vai ter um único sinal em todo o
movimento retardado e a descida como um movimento acelerado em problema e isso só depende do referencial adotado.
que v0 = 0 (queda livre). Esses movimentos de subida e de descida são
simétricos. Há 2 conclusões importantes acerca disso:
Dica: em um número significativo das questões desse tipo de lançamento,
I. O módulo da velocidade com que um corpo passa subindo por uma é muito mais fácil estudar a descida (já que a descida é como se fosse
altura qualquer é a mesma que ele passa descendo pela mesma altura. uma queda livre). Lembre-se disso!

Demonstração:
Ex.:
Aplicando a equação de Torricelli:
Um corpo é lançado para cima do topo de um prédio de 200 metros com
velocidade inicial de 30 m/s em um local em que a resistência do ar pode
ser considerada desprezível. Considerando a gravidade igual a 10 m/s2,
v1 determine:

a. o tempo total de permanência no ar.


v2 b. a altura máxima atingida por esse corpo.
h c. a velocidade do corpo imediatamente antes de tocar no solo.

Solução:
Antes de responder à pergunta, vamos definir nosso referencial orientado
para cima e com origem no solo. A figura a seguir representa o exposto:
v22 = v12 + 2gDS
DS = 0 (S1 = S2)
200 m
v22 = v12 ⇒ v2 = – v1

II. O intervalo de tempo decorrido entre as passagens por dois patamares g


determinados A e B é o mesmo na subida e na descida.

Demonstração:
origem

A equação horária de posição para o corpo que é lançado para cima fica
assim:
VB B –VB
gt 2
h = h0 + v 0 t −  → h = 200 + 30t − 5t 2
2
a. O tempo de permanência no ar é o tempo que ele leva para atingir o
solo (h = 0).
0 = 200 + 30t – 5t2 → 0 = 40 + 6t – t2
VA A –VA t = –4 s (não convém) ou t = 10 s (convém)

b. Matematicamente, a altura máxima é o vértice da equação.

yV = =
(
− ∆ − 30 − 4 ⋅ ( − 5 ) ⋅ 200
2

=
)
( − 4900 ) = 245m
4a 4 ( − 5 ) ( − 20 )
Obs: Esse item poderia ser feito sem a utilização da equação horária de
∆v posição.
g=
∆t Tempo para atingir a altura máxima: v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → t = 3 s
v B − v a −v A + v B Para retornar a altura do lançamento gastará 3 segundos em queda livre.
g= =
∆t AB ∆t ' AB gt 2 10 ⋅32
H= = = 45 m
∆t AB = ∆t ' AB 2 2
Como a altura de subida é igual à de descida, temos que a altura máxima
é 200 + 45 = 245 m.
As equações para um corpo lançado verticalmente para cima são as
mesmas do MUV. c. A equação horária de velocidade no MUV é v = v0 – gt → v = 30 – 10t
O corpo chega ao solo no instante 10 segundos.
Atenção! 1v = 30 – 10t → v = 30 – 10 · 10 → v = –70 m/s (negativo), pois
Uma vez adotado o referencial, ele precisa ser mantido para todas imediatamente antes de chegar ao solo o vetor velocidade aponta para
as variáveis. A maneira mais comum de resolver problemas desse tipo é baixo, ou seja, contra o sentido do referencial adotado.
orientarmos o referencial positivo para cima e a origem na posição inicial do

310 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

13.4 Influência do ar Então o espaço total percorrido é:

Alguns problemas, mais empíricos, não desprezam a influência do ar


∆S = ∆SA + ∆SB + ∆SC = 2 L + L + L ⇒ ∆S = L ( )
2+2 .
nos movimentos verticais. Tal fenômeno será estudado mais adiante, em
dinâmica. No entanto, pode-se adiantar que a resistência do ar depende O tempo gasto no percurso é:
da forma e da velocidade do corpo e sua expressão é dada por: 2 L L L 2 2 L + L + 2L
∆t = ∆t A + ∆t B + ∆tC = + + = ⇒
Fr = c · v2 v 2v v 2v
em que c é uma constante que depende da forma do corpo e da área da
secção transversal do corpo e v é a velocidade instantânea do corpo. ∆t =
(
L 2 2 +3 )
Isso significa que, para um corpo qualquer, quanto maior for a velocidade, 2v
maior será a resistência do ar. Evidentemente, a resistência do ar não cresce
indefinidamente. Seu crescimento só ocorre enquanto é menor que a força Calculando a velocidade média:
peso para o corpo. Isso porque a força de resistência é proporcional ao
vm =
∆S
=
L 2+2
=
( )
2 + 2 2v
=
( )
2 + 2 2v  2 2 − 3 
⋅  ⇒
( )
quadrado da velocidade. No momento em que seu valor se iguala ao valor da
força peso, a aceleração passa a ser zero e a velocidade para de aumentar.
∆t L 2 2 +3 ( )
2 2 +3 2 2 + 3  2 2 − 3 
Consequentemente, a força de resistência para de crescer e fica igual ao 2v
peso desse instante para frente. Nesse momento, o corpo atinge a sua
vm =
(4 − 3 2 + 4 2 − 6 2v ) =
(2 2 −4 v ) ⇒
velocidade limite. A partir daí, o movimento de queda torna-se uniforme, 8−9 −1
ou seja, o corpo cai com velocidade constante.
(
v m = 4 − 2 2 v. )
Cálculo da velocidade limite.
  m⋅ g m⋅ g
P = Fr → m ⋅ g = c ⋅ v 2 → v 2 = → vL = 02 Dois tratores, I e II, percorrem a mesma rodovia e suas posições
c c variam com o tempo, conforme o gráfico a seguir:
s(km)
em que:
FR 300
270 I
m → massa da corpo;
II
g → aceleração da gravidade local;
c → coeficiente de atrito com o ar. 60
0 3 t(h)
P
Determine o instante do encontro desses veículos.

Solução:
Para um intervalo de tempo de 3 horas o trator I se deslocou 60 km e
01 Um turista, passeando de bugre pelas areias de uma praia em Natal o trator II se deslocou –30 km. Com isso, temos que vI = 20 km/h e
– RN, percorre uma trajetória triangular, que pode ser dividida em três vII = –10 km/h. Escrevendo as equações horárias para cada trator temos:
trechos, conforme a figura abaixo.
sI = 20t e sII = 300 – 10t
No encontro sI = sI → 20t = 300 – 10t → t = 10h.

A 03 Duas partículas (P e Q) deslocam-se sobre o eixo x com as respectivas


C
posições dadas por:

P. x = 16 + 4bt2
B Q. x = bct3, para x em metros, t em segundos e c = 1 s–1.

Os trechos B e C possuem o mesmo comprimento, mas as velocidades Qual deve ser o valor de b para que uma partícula alcance a outra em 2 s
médias desenvolvidas nos trechos A, B e C foram, respectivamente, v, e qual a velocidade da partícula P no ponto de encontro?
2v e v.
Quanto vale a velocidade escalar média desenvolvida pelo turista para Solução:
percorrer toda a trajetória triangular? No encontro xP = xQ.
16 + 4bt2 = bct3
Solução: 16 + 4b(2)2 = b(1)(2)3
Seja L o lado de cada cateto. Assim: 16 + 16b = 8b
∆SC = L; ∆SB = L. O espaço percorrido na hipotenusa é ∆SC, calculado b = –2 m/s2.
pelo Teorema de Pitágoras:
A velocidade de P é dada pela derivada na posição no instante t = 2 s.
( ∆SA ) = ( ∆SC ) + ( ∆SB ) = L2 + L2 = 2 L2 ⇒
2 2 2

∆SA = 2 L. vp =
dx d 16 − 8t
=
2
( )
= −16 ⋅ 2 = −32m/s.
dt dt

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 311


FÍSICA I
Assunto 1

04 Em relação a um referencial cartesiano OXY, uma partícula se move Solução:


segundo as equações: O gráfico a seguir ilustra o movimento da partícula que parte do repouso
x = 8t – 4t2 e y = 12t – 6t2 e possui aceleração “a”:

Determine a equação cartesiana da trajetória para esta partícula. v(m/s)

Solução: a·t
Para determinar a equação da trajetória precisamos colocar x em função
de y.
x = 4 (2t – t2) → (2t – t2) = x/4 10a
y = 6 (2t – t2) → (2t – t2) = y/6
x y
Logo, =
4 6
10 t t(s)
y = 1,5x.
Nas condições do problema, a área do triângulo tem que ser igual à área
05 Quatro cidades A, B, C e D são percorridas por um automóvel. M, N e do trapézio.
P são, respectivamente, os pontos médios de AB, BC e CD. A velocidade
10 ⋅10 a ( at + 10 a ) ( t − 10 )
escalar média do móvel vale 50 km/h entre A e B, 75 km/h entre B e C, = → 100 a = a ( t + 10 ) ( t − 10 ) →
70 km/h entre C e D, 60 km/h entre M e C e 60 km/h entre A e D. Calcule 2 2
a razão MN/NP: → t 2 − 100 = 100 → t = 200 ≅ 14s
Como a questão só pede o tempo na segunda metade, a resposta é,
(A) 25/29. (D) 4/5. aproximadamente, 4 s.
(B) 2/3. (E) 3/2.
(C) 5/4. 07 Duas partículas A e B desenvolvem movimentos sobre uma mesma
trajetória, cujos gráficos horários são dados por:
Solução:
M N P s(m)
A B C D
32 B
Por conveniência consideremos: 28
distância de A até B = x
distância de B até C = y A
14
distância de C até D = z

Como t = ∆s/v
1a equação: tx = x/50 0 4 78 t(s)
2a equação: ty = y/75
3a equação: tz = z/70 Qual a velocidade da partícula B, em m/s, no primeiro encontro entre A e B?
4a equação: tMC = tx/2 + ty = (y + x/2)/60
5a equação: tAD = tx + ty + tz = (x + y + z)/60 Solução:
Nitidamente, a partícula A executa um movimento uniforme e a partícula
Substituindo as equações 1, 2 e 3 nas equações 4 e 5: B executa um movimento uniformemente variado. Escrevendo suas
Na 4a equação obteremos x = 2y equações horárias:
Na 5a equação obteremos z = 7/5y
14 − 28
vA = = − 2 m/ s → SA = 28 − 2t
MN = x/2 + y/2 = (x + y)/2 4
NP = y/2 + z/2 = (z + y)/2
at 2
SB = 0 + v 0 ⋅ t + 
MN/NP = (x + y)/(z + y) 2
MN/NP = (2y + y)/(7/5y + y) at 2 a ⋅ 42
MN/NP = 3y/(12y/5) SB = v 0 ⋅ t +  → 32 = v 0 ⋅ 4 +  → 32 = 4v 0 + 8 a→ v 0 + 2 a = 8
2 2
MN/NP = 15y/12y 2 2
at a⋅7
MN/NP = 5/4. SB = v 0 ⋅ t +  → 14 = v 0 ⋅ 7 +  → 28 = 14v 0 + 49 a→ 2v 0 + 7 a = 4
2 2
06 Uma partícula, a partir do repouso, descreve um movimento retilíneo a = – 4 m/s2 e v0 = 16 m/s → SB = 16 · t – 2t2
uniformemente variado e, em 10 s, percorre metade do espaço total previsto.
No encontro SA = SB → 28 – 2t = 16t – 2t2 → 2t2 – 18t + 28 = 0 →
A segunda metade desse espaço será percorrida em, aproximadamente:
t2 – 9t + 14 = 0 → t = 2 s ou t = 7 s.
(A) 2,0 s. (D) 10 s. Calculando VB em:
(B) 4,0 s. (E) 14 s.
(C) 5,8 s. t = 2 s → vB = =
( 22
ds d 16 t − t )
= 16 − 4 t = 16 − 4 ⋅ 2 = 8 m / s.
dt dt

312 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

08 Um corpo cai em queda livre, de uma altura tal que durante o último Solução:
segundo de queda ele percorre 1/4 da altura total. Calcule o tempo de Vamos dividir nosso problema em partes.
queda supondo nula a velocidade inicial do corpo. g ⋅ t12 2H
Queda livre: H = →g= 2
2 t1
1 4
(A) t = s. (D) t= s. Lançamento para cima (só a subida): v2 = v02 + 2aDS
2− 3 2− 3
Na altura máxima v = 0. Considerando o referencial no ponto de lançamento
2 2
(B) t = s. (E) t= s. e adotando para cima positivo teremos:
2− 3 2+ 3
02 = v 02 + 2 ⋅ ( − g) ⋅ h → v 0 = 2 gh
3
(C) t = s.
2− 3 Queda da altura H na descida. Considerando o referencial no ponto de
lançamento e adotando para baixo positivo teremos:
Solução: a ⋅ t2 g ⋅ t22
∆S = −v o ⋅ t + → H = − t2 2 gh +
Observe a ilustração: 2 2
t=0 Substituindo
3H 2 H t22 2 H  t2  t t2 − t2 t ⋅ h
H = − t2 2 h ⋅ + ⋅ 2 → H  1 − 22  = −2 Hh 2 → 2 2 1 = 2 2 →
t1 2 t1  t1  t1 t1 t1 ⋅ H
2
2 H(t –t21) 2H  t2  t t2 − t2 t ⋅ h 4 t12 t22
H = − t2 2 h ⋅ + ⋅ 2 → H  1 − 22  = −2 Hh 2 → 2 2 1 = 2 2 →H= ⋅ h.
( )
2
t1 2 t1  t1  t1 t1 t1 ⋅ H t12 − t22
H
t
10 No arranjo mostrado a seguir, do ponto A largamos com velocidade
2 nula duas pequenas bolas que se moverão sob a influência da gravidade
gt
Em todo o percurso ele percorrerá 4 H = em um plano vertical, sem rolamento ou atrito, uma pelo trecho ABC e
2
outra pelo trecho ADC. As partes AD e BC dos trechos são paralelas e as
g( t − 1)2 partes AB e DC também. Os vértices B de ABC e D de ADC são suavemente
Na primeira parte do percurso, ele percorrerá 3 H =
2 arredondados para que cada bola não sofra uma mudança brusca na sua
Dividindo as equações: trajetória. Pode-se afirmar que:
4 t2
= → 4( t − 1)2 = 3t 2 → 4( t − 1)2 = 3t 2 → 2 ( t − 1) = t 3 A
3 ( t − 1)2 B

2
2t − 2 = t 3 → t ⋅ ( 2 − 3 ) = 2 → t = .
2− 3
D C
09 À borda de um precipício de um certo planeta, no qual se pode
desprezar a resistência do ar, um astronauta mede o tempo t1 que uma (A) A bola que se move pelo trecho ABC chega ao ponto C primeiro.
pedra leva para atingir o solo, após cair de uma de altura H. A seguir, ele (B) A bola que se move pelo trecho ADC chega ao ponto C primeiro.
mede o tempo t2 que uma pedra também leva para atingir o solo, após (C) As duas bolas chegam juntas ao ponto C.
ser lançada para cima até uma altura h, como mostra a figura. Assinale a (D) A bola de maior massa chega primeiro (e se tiverem a mesma massa,
expressão que dá a altura H. chegam juntas).
(E) É necessário saber as massas das bolas e os ângulos relativos à
vertical de cada parte dos trechos para responder.
h
Solução: Letra B.
Como o enunciado fala que AD é paralela a BC e AB é paralela a DC
consideraremos os movimentos como MRUV. Nesse caso, a velocidade
média entre dois pontos é a média aritmética da velocidade entre esses
H dois pontos. Portanto:
VA + VD V
VAD = → VAD = D
2 2
VA + VB VB
VAB = → VAB =
( t12 t22 h) 4 t1 t2 h 2 2
(A) H = . (D) H = .
(
2 t −t 2
2
2
1 )
2
(t 2
2 − t12 ) VDC =
VC + VD
2
( t1 t2 h) 4 t12 t22 h VB + VC
(B) H = . (E) H = . VBC =
(
4 t22 − t12 ) (t 2
2 − t12 )
2
2
Já que VD > VB temos que VAD é maior que VAB e VDC é maior que VBC.
2t12 t22 h Portanto, no trajeto ADC a velocidade escalar média é maior que no trajeto
(C) H = .
(t ) ABC e, como a distância total percorrida é a mesma, concluímos que o
2
2
2 − t12
tempo gasto no trajeto ADC é menor.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 313


FÍSICA I
Assunto 1

07 (AFA) Uma estrada de ferro retilínea liga duas cidades, A e B, separadas


por uma distância de 440 km. Um trem percorre essa distância com
movimento uniforme em 8 h. Após 6h de viagem, por problemas técnicos,
01 Um navio se desloca em movimento retilíneo para frente com velocidade o trem fica parado 30 minutos. Para que a viagem transcorresse sem
constante. Do alto do mastro, deixa-se cair uma pedra sobre o convés (piso atraso, a velocidade constante, em km/h, que o trem deveria percorrer o
onde está fixada a base do mastro). Pode-se afirmar, com relação a um ponto restante do percurso seria de, aproximadamente:
fixo na beira do cais, que (despreze a resistência do ar):
(A) 55,0. (C) 73,3.
(A) a trajetória de queda da pedra é retilínea e vertical. (B) 61,2. (D) 100,0.
(B) a pedra cairá sobre o convés, em um ponto situado atrás da base do mastro.
(C) a pedra cairá, segundo trajetória retilínea, em um ponto do convés situado 08 (AFA) Uma esteira rolante com velocidade Ve, transporta uma pessoa
à frente da base do mastro. de A para B em 15 s. Essa mesma distância é percorrida em 30 s se a
(D) a trajetória da pedra é parabólica e ela cairá em um ponto do convés esteira estiver parada e a velocidade da pessoa for constante e igual a Vp.
à frente da base do mastro. Se a pessoa caminhar de A para B, com a velocidade Vp, sobre a esteira
(E) a trajetória da pedra é parabólica e ela cairá na base do mastro. em movimento, cuja velocidade é Ve, o tempo gasto no percurso, em
segundos, será:
02 Em uma pista de corrida, de 6 km de extensão, um carro desenvolve
velocidades de até 250 km/h nas retas e de cerca de 180 km/h nas curvas. (A) 5.
Ele gasta 3,6 minutos para dar duas voltas completas. Qual a velocidade (B) 10.
escalar média nessas duas voltas, em km/h? (C) 15.
(D) 30.
03 (EsPCEx) Em uma mesma pista, duas partículas puntiformes, A e B,
iniciam seus movimentos no mesmo instante com as suas posições medidas 09 (AFA) Uma pessoa está observando uma corrida a 170 m do ponto de
a partir da mesma origem dos espaços. As funções horárias das posições largada. Em dado instante, dispara-se a pistola que dá início à competição.
de A e B, para S, em metros, e t, em segundos, são dadas, respectivamente, Sabe-se que o tempo de reação de um determinado corredor é 0,2 s, sua
por SA = 40 + 0,2 t e SB = 10 + 0,6 t. Quando a partícula B alcançar a velocidade é 7,2 km/h e a velocidade do som no ar é 340 m/s. A distância
partícula A, elas estarão na posição: desse atleta em relação à linha de largada, quando o som do disparo chegar
(A) 55 m. (D) 105 m. ao ouvido do espectador, é:
(B) 65 m. (E) 125 m.
(C) 75 m. (A) 0,5 m.
(B) 0,6 m.
04 (EsPCEx) Um automóvel, desenvolvendo uma velocidade constante de (C) 0,7 m.
60 km/h, faz, diariamente, uma viagem entre duas cidades vizinhas em um (D) 0,8 m.
tempo habitual T. Se ele fizesse esta viagem com uma velocidade, também
constante, de 90 km/h, o tempo de duração, em relação ao habitual, seria 10 Um trem e um automóvel viajam paralelamente, no mesmo sentido,
10 minutos menor. Podemos dizer que o valor de T, em minutos, é: em um trecho retilíneo. Os seus movimentos são uniformes e a velocidade
do automóvel é o dobro da do trem. Considerando-se desprezível o
(A) 60. (D) 30. comprimento do automóvel e sabendo-se que o trem tem 100 m de
(B) 50. (E) 20. comprimento, qual a distância (em metros) percorrida pelo automóvel desde
(C) 40. o instante em que alcançou o trem até o instante em que o ultrapassou?

05 (AFA) Os gráficos a seguir referem-se a movimentos unidimensionais (A) 100.


de um corpo em três situações diversas, representando a posição como (B) 200.
função do tempo. (C) 250.
x x x (D) 400.
(E) 500.
a a a
11 A figura representa o gráfico horário da velocidade de um ponto
a a a material que se move segundo o eixo Ox. No instante t = 0 a abscissa
2 2 2 é x0 = 2 cm.

0 b b t 0 b b t 0 2b b t Qual a abscissa em t = 40 s?
3 2 3
Nas três situações, são iguais as velocidades: v(cm/s)
(A) iniciais. (C) instantâneas. 4
(B) finais. (D) médias. 2

06 Um móvel tem sua velocidade escalar instantânea (v) variando com


o tempo (t), conforme a função: v = t2 – 4t (SI). 0 10 20 30 40 t(s)
Calcule sua aceleração escalar média entre os instantes: –2

a. 0 e 4 s; b. 1 s e 5 s.

314 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

12 (AFA) Sabendo-se que a função horária de um par tícula é: É correto afirmar que:
S = – t2 + 16t – 24, o gráfico que representa a função V = f(t) será:
(A) a velocidade no instante tA é menor que a velocidade no instante tB.
(A) (B) para tC, a aceleração do móvel é nula.
V(m/s)
(C) para tA < t < tC, o movimento é acelerado.
(D) para tB < t < tC, a velocidade do móvel decresce de maneira uniforme.

14 (AFA) O gráfico da posição (S) em função do tempo (t) a seguir


0 t(s) representa o movimento retilíneo de um móvel.
–24
s(m)

(B)
V(m/s)
16
1 2 3
t(s)

0 8 t(s)

A partir do gráfico, é correto afirmar que:


(C)
V(m/s) (A) no primeiro segundo, o seu movimento é progressivo.
(B) entre 1 s e 3 s, a aceleração é negativa.
(C) no instante 2 s, a velocidade do móvel é nula.
(D) nos instantes 1 s e 3 s, os vetores velocidades são iguais.
0 t(s)
–24 15 (AFA) Um vagão movimenta-se sobre trilhos retos e horizontais
obedecendo à equação horária S = 20t – 5t² (SI). Um fio ideal tem uma
de suas extremidades presa ao teto do vagão e, na outra, existe uma
esfera formando um pêndulo. As figuras que melhor representam as
configurações do sistema vagão-pêndulo de velocidade v e aceleração a,
(D) nos instantes 1 s, 2 s e 3 s, são respectivamente:
V(m/s)
18 (A)

α V α V=0 α V
16

4 (B)
t(s)
α V α V=0 α V

13 (AFA) A figura abaixo apresenta o gráfico posição × tempo para um (C)


móvel em movimento retilíneo.
α V α V α V
s
(D)

sC
C α V α V α V
sB B parábola

sA A

tA tB tC t

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 315


FÍSICA I
Assunto 1

16 (AFA) Duas partículas, A e B, que executam movimentos retilíneos 19 (EsPCEx) O gráfico abaixo representa a velocidade (V) em função do
uniformemente variados, se encontram em t = 0 na mesma posição. tempo (t) dos móveis A e B, que percorrem a mesma trajetória no mesmo
Suas velocidades, a partir desse instante, são representadas pelo gráfico sentido e que, no instante inicial (t = 0), partem do mesmo ponto.
abaixo.
A
v(m/s) v(m/s)
B 16 B
50

0 8 t(s)
0 t(s)
A distância percorrida pelo móvel A será o dobro daquela percorrida pelo
–50 móvel B quando o tempo de deslocamento for igual a:
A
(A) 8 s. (D) 32 s.
(B) 16 s. (E) 40 s.
As acelerações experimentadas por A e B têm o mesmo módulo de 0,2 m/s2. (C) 24 s.
Com base nesses dados, é correto afirmar que essas partículas se encontrarão
novamente no instante: 20 (EsPCEx) O gráfico abaixo descreve a velocidade V, em função do
tempo t, de um móvel que parte da posição inicial 10 m de sua trajetória.
(A) 10 s. (C) 100 s. A função horária da sua posição, em que o tempo t e a posição S são
(B) 50 s. (D) 500 s. dados, respectivamente, em segundos e em metros, é:

17 (AFA) O gráfico da posição em função do tempo para um objeto que v(m/s)


se move em trajetória retilínea, é dado na figura abaixo. A velocidade inicial,
em m/s, e a aceleração, em m/s2, são, respectivamente: 15

S(m)
9 t(s)
0 5

(A) S = 10 – 15t + 3t2/2.


(B) S = 15 + 10t – 5t2/2.
(C) S = 10 + 15t – 3t2/2.
0 3 6 T(s) (D) S = 15 – 10t +5t2/2.
(E) S = 10 + 15t – 5t2/2.
(A) 6 e 2. (C) 9 e 3.
(B) 6 e 3. (D) 9 e 6. 21 (AFA) Uma equipe de resgate se encontra em um helicóptero, parado em
relação ao solo, a 305 m de altura. Um paraquedista abandona o helicóptero
18 (AFA) Duas partículas A e B desenvolvem movimentos sobre uma e cai livremente durante 1,0 s, quando abre o paraquedas. A partir desse
mesma trajetória, cujos gráficos horários são dados por: instante, mantendo-se constante sua velocidade, o paraquedista atingirá o
solo em:
s(m)
(A) 15 s. (C) 30 s.
32 B (B) 28 s. (D) 60 s.
28
22 (AFA) Certa mãe, ao administrar um medicamento para o seu filho,
14 utiliza um conta-gotas pingando em intervalos de tempo iguais. A figura
A
a seguir mostra a situação no instante em que uma das gotas está se
soltando.

0 4 78 t(s)

No instante em que A e B se encontram, os módulos das velocidades de


A e de B valem, respectivamente:
Y
(A) 2 e 12. X
(B) 2 e 16.
(C) 2,57 e 12.
(D) 2,57 e 16.

316 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

Considerando que cada pingo abandone o conta-gotas com velocidade


nula e desprezando a resistência do ar, pode-se afirmar que a razão X , 04 (ITA) Para multar motoristas com velocidade superior a 90 km/h,
entre as distâncias X e Y, mostradas na figura, vale: Y um guarda rodoviário, munido de binóculo e cronômetro, aciona o
cronômetro quando avista o automóvel passando pelo marco A e faz a
1 leitura no cronômetro quando vê o veículo passar pelo marco B, situado
(A) 2. (C) .
4 a 1.500 m de A. Um motorista passa por A a 144 km/h e mantém essa
1 velocidade durante 10 segundos, quando percebe a presença do guarda.
(B) . (D) 4.
2 Que velocidade média deverá manter em seguida, para não ser multado?

05 (ITA) Dois automóveis partem ao mesmo tempo de um mesmo ponto e


23 O gráfico a seguir mostra a abscissa da posição de uma partícula que
em um mesmo sentido. A velocidade do primeiro automóvel é de 50 km/h e
se move ao longo do eixo x em função do tempo t e destaca três instantes
do segundo automóvel é de 40 km/h. Depois de meia hora, do mesmo ponto
de tempo distintos t1, t2 e t3. Coloque em ordem crescente os valores das
e no mesmo sentido parte um terceiro automóvel que alcança o primeiro
velocidades escalares instantâneas da partícula nos instantes t1, t2 e t3.
1,5 h mais tarde que o segundo. Ache a velocidade do terceiro automóvel.
Justifique a sua resposta.
06 (AFA) O diagrama abaixo representa as posições de dois corpos A e
x(m)
B, em função do tempo.

s(m)
40
10 B A

20
10

0 t(s)

t1 5 t2 10 15 t3 20 t(s)
Por esse diagrama, afirma-se que o corpo A iniciou o seu movimento, em
relação ao corpo B, depois de:

(A) 2,5 s.
(B) 5,0 s.
01 (AFA) Dois automóveis, A e B, encontram-se estacionados paralelamente (C) 7,5 s.
ao marco zero de uma estrada. Em um dado instante, o automóvel A parte, (D) 10 s.
movimentando-se com velocidade escalar constante vA = 80 km/h. Depois
de certo intervalo de tempo, ∆t, o automóvel B parte no encalço de A com 07 Um corpo movimenta-se sobre uma reta, e sua posição, em metros, é
velocidade escalar constante vB = 100 km/h. Após 2 h de viagem, o motorista dada em função do tempo, em segundos, pela equação s = 7 + 6t – 2t2.
de A verifica que B se encontra 10 km atrás e conclui que o intervalo ∆t, em O instante em que o corpo inverte o sentido do movimento e a sua
que o motorista B ainda permaneceu estacionado, em horas, é igual a: velocidade no instante t = 4 segundos são, respectivamente:
(A) 0,25. (A) 0 e 7.
(B) 0,50. (B) –4 e 10.
(C) 1,00. (C) 1,5 e –10.
(D) 4,00. (D) 0,67 e –20.
02 Uma partícula desloca-se do ponto A até o ponto B.
08 A função horária da posição de um móvel é dada pela seguinte equação:
A B 2
S = t 3 − 7t 2 + 20t − 6 , em que S e t estão nas unidades do SI.
3
Responda às seguintes perguntas:
Na primeira terça parte do percurso, sua velocidade escalar média vale v1;
na segunda terça parte vale v2 e na terceira, v3. Determine a velocidade a. Qual a velocidade média entre os instantes 1 e 4 segundos?
escalar média no percurso total de A até B. b. Em que instantes o corpo inverte o sentido de movimento?
c. Qual a distância total percorrida pelo corpo entre os instantes 0 e 6
03 O trajeto de um móvel é dividido em n trechos iguais. No primeiro, segundos?
móvel tem velocidade média V1 no segundo, V2 e assim por diante até d. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é acelerado?
que no último tem velocidade média Vn. Prove que a velocidade média do e. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é retrógrado?
móvel no percurso total é a média harmônica das velocidades médias em
cada trecho.

Obs.: Média harmônica de n números é o inverso da média aritmética dos


inversos dos mesmos n números.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 317


FÍSICA I
Assunto 1

09 Um senhor estava esperando o trem sentado em um banco da estação. 12 Dois trens estão a uma distância de 200 km e se aproximam um do outro
Distraidamente, olhou para o chão e viu uma lagartinha que começava a com uma velocidade de 50 km/h cada um. Uma mosca voa constantemente
cruzar a lajota retangular do piso de dimensões 40 cm × 30 cm. O senhor, entre as locomotivas dos dois trens, de um para-choque ao outro, com uma
como não dispunha de relógio, começou a contar suas pulsações enquanto velocidade de 75 km/h, até o instante em que os trens se chocam e a mosca
a lagartinha fazia seu trajeto. Ela cruzou a primeira lajota diagonalmente morre esmagada. Qual foi a distância total percorrida pela mosca?
e depois prosseguiu pela junta das lajotas, como indica a figura. O
senhor contou ao todo 300 pulsações no trecho entre A e B. Sabendo 13 Uma lâmpada pende de um teto ficando a uma altura H do solo. Um atleta
que seu batimento cardíaco costuma ser, em média, 75 pulsações por de altura h passa sob a lâmpada se deslocando em linha reta com velocidade
minuto, responda: constante V. Se H = 5 m, h = 2 m e V = 6 m/s, determine a velocidade com
que a parte superior da cabeça da sombra do atleta se desloca no solo.

14 A maior aceleração (ou desaceleração) tolerável pelos passageiros de


um trem urbano é de 2 m/s2. Sabe-se que a distância entre duas estações
consecutivas é de 800 m e que o trem para em todas as estações.
90° B Determine:

a. a máxima velocidade que o trem pode atingir no percurso de uma estação


30 cm a outra;
A
b. o tempo mínimo para o trem ir de uma estação a outra consecutiva.
40 cm 90°
Sugestão: Resolva essa questão utilizando o gráfico da velocidade escalar
em função do tempo.
a. Qual a distância total percorrida pela lagartinha?
b. Qual é a velocidade escalar média da lagartinha em cm/s? 15 Duas par tículas A e B deslocam-se ao longo do eixo O x com
velocidades dadas pelo gráfico a seguir, sendo que no instante t0 = 0
10 (ITA) Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. ambas estão na origem do sistema de coordenadas. No instante t = 2 s,
O carro A consegue realizar cada volta em 80 s enquanto o carro B é 5,0% A e B estão, respectivamente, nos pontos de abscissas x1 e x2, com
mais lento. O carro A é forçado a uma parada nos boxes ao completar a acelerações a1 e a2. Compare x1 com x2 e a1 com a2.
volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o carro
A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da v(m/s) B
A
corrida para que o carro A possa vencer?

(A) 28.
(C) 33.
(D) 34.
(B) 27.
(E) n.r.a.

11 Considere que em um tiro de revólver, a bala percorre trajetória retilínea 0 2 t(s)


com velocidade V constante, desde o ponto inicial P até o alvo Q.
16 (ITA) Os espaços de um móvel variam com o tempo, conforme o gráfico
M2 a seguir, que é um arco de parábola cujo vértice está localizado no eixo e:

e(m)

57

v 90°

P M1 Q
48
O aparelho M1 registra simultaneamente o sinal sonoro do disparo e o do
impacto da bala no alvo, o mesmo ocorrendo com o aparelho M2. Sendo
Vs a velocidade do som no ar, então a razão entre as respectivas distâncias
dos aparelhos M1 e M2 em relação ao alvo Q é:
0 1 2 t(s)
(A) Vs (V – Vs) / (V – Vs ).
2 2

(B) Vs (Vs – V) / (V2 – Vs2). Determine:


(C) V (V – Vs) / (Vs2 – V2). a. o espaço em t = 0;
(D) Vs (V + Vs) / (V2 – Vs2). b. a aceleração escalar;
(E) Vs (V – Vs) / (V2 + Vs2). c. a velocidade em t = 3 s.

318 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimento uniforme e movimento uniformemente variado FÍSICA I
Assunto 1

17 (ITA) O espaço (e) de uma partícula variou com o tempo (t), conforme 25 segundos de movimento, sua velocidade média foi de 72 km/h. Durante
indica o diagrama a seguir: quanto tempo o automóvel manteve sua velocidade constante?

e(m) 23 Dois carros A e B movem-se no mesmo sentido com velocidades


D VA e VB, respectivamente. Quando o carro A está a distância d atrás de
e10
B, o motorista do carro A pisa no freio, o que causa uma desaceleração
16 C constante de módulo a. Qual a condição necessária para que não haja
10 B colisão entre A e B?
e0 A
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t(s) 24 (IME) De dois pontos A e B situados sobre a mesma vertical,
respectivamente a 45 m e 20 m do solo, deixam-se cair duas esferas,
no mesmo instante. Uma prancha desloca-se no solo horizontalmente
No gráfico, os trechos AB e CD são arcos de parábola, ao passo que o
com movimento uniforme. Observa-se que as esferas atingem a prancha
trecho BC é um segmento de reta. Determine:
em pontos que distam 2 m. Nestas condições, supondo g = 10 m/s2 e
desprezando a resistência do ar, qual a velocidade da prancha?
a. o espaço inicial (e0) da partícula;
b. a aceleração escalar no trecho CD;
25 Uma pedra cai de um balão, que sobe com velocidade constante de
c. o espaço (e10) da partícula em t = 10 s.
10 m/s. Se a pedra demora 10 s para atingir o solo, a que altura estava o
18 (ITA) Um móvel parte da origem do eixo x com velocidade constante balão no instante em que iniciou a queda da pedra?
igual a 3 m/s. No instante t = 6, s o móvel sofre uma aceleração
g = –4 m/s2. A equação horária a partir do instante t = 6 s será: 26 Quando um corpo se move no ar com velocidades subsônicas, a força
KdA 2
(A) x = 3t – 2t2. de resistência do ar é dada aproximadamente por: F = v em que
2
(B) x = 18 + 3t – 2t2. k é um coeficiente que depende da forma do corpo, d é a densidade do
(C) x = 18 – 2t2. ar, A é a área da maior seção transversal do corpo perpendicular à direção
(D) x = –72 + 27t – 2t2. do movimento e v é a velocidade do corpo em relação ao ar. Consideremos
(E) x = 27t – 2t2. uma esfera de 20 N de peso abandonada no ar de grande altura e
suponhamos que a resistência do ar seja dada por F = 0,20 v2 (SI).
19 (ITA) De uma estação parte um trem A com velocidade constante Desprezar o empuxo do ar. Determine:
VA = 80 km/h. Depois de certo tempo, parte dessa mesma estação um
outro trem B, com velocidade constante VB = 100 km/h. Depois de um a. o módulo da máxima velocidade que a esfera pode atingir durante a
tempo de percurso, o maquinista de B verifica que seu trem encontra-se queda;
a 3 km de A. A partir desse instante ele aciona os freios indefinidamente, b. os esboços dos gráficos dos módulos da velocidade e da aceleração
comunicando ao trem uma aceleração a = – 50 km/h2. O trem A continua da esfera em função do tempo.
no seu movimento anterior. Nessas condições:
27 Uma formiga se move com velocidade constante de 2 cm/s no interior
(A) não houve encontro dos trens.
de uma caixa cúbica destampada, conforme a figura. Se a formiga vai do
(B) depois de 2 horas o trem B para e a distância que o separa de A é de
vértice P ao vértice Q pelas paredes internas da caixa, passando pela sua
64 km.
base, qual o tempo mínimo por ela gasto? Sabe-se que a diagonal da caixa
(C) houve encontro dos trens depois de 12 minutos.
cúbica vale 10 3 cm.
(D) houve encontro dos trens depois de 36 minutos.
(E) não houve encontro dos trens, eles continuam caminhando e a distância
M Q
que os separa, agora, é de 2 km.

20 (ITA) Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda em um local em que P


a velocidade máxima é de 60 km/h. O guarda começa a perseguir o infrator
com sua moto mantendo aceleração constante até que atinge 108 km/h em
10 segundos e continua com essa velocidade até alcançá-lo. Qual a distância
total percorrida pelo guarda?

21 (ITA) Um móvel A parte da origem O, com velocidade inicial nula, no


instante to= 0 e percorre o eixo Ox com aceleração constante a. Após um V
intervalo de tempo ∆t, contado a partir da saída de A, um segundo móvel N
B parte de O com aceleração n · a, sendo n > 1. Prove que B alcançará
 n 
A no instante t =  · ∆t. (A) 40 s.
 n − 1 
  (B) 45 s.
(C) 48 s.
22 (IRODOV) Um automóvel, tendo velocidade inicial nula, se desloca
(D) 50 s.
por um caminho reto. Inicialmente, ele trafega com aceleração constante
(E) 54 s.
w= 5 m/s2, logo depois com uma velocidade constante e, finalmente,
reduz sua velocidade com a mesma aceleração w, parando. Durante os

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 319


FÍSICA I
Assunto 1

28 A aceleração de um objeto de massa M, logo após uma grande 30 Esboce o gráfico a × x correspondente ao gráfico v × x abaixo:
explosão, é mostrada no gráfico abaixo em função do tempo. Se o objeto
estava inicialmente em repouso, determine: v
v0
a(m/s2)
40

0 1 2
x0
t(s)
–10 x
a. a velocidade do objeto em função do tempo;
31 Um carro acelera a partir do repouso com aceleração constante
b. a variação da energia cinética entre t = 0 s e t = 2 s.
α durante certo tempo. Depois disso, passa a frear com aceleração
de módulo constante β até parar completamente. Se o tempo total de
29 Um objeto de 2 kg está submetido à aceleração representada abaixo
movimento foi t, qual a velocidade máxima atingida pelo carro?
no gráfico aceleração × tempo. Considerando que a velocidade inicial do
objeto é 2 m/s, pede-se: ( α 2 + β2 ) ⋅ t ( α ⋅ β) ⋅ t
(A) . (D) .
a(m/s2) αβ α+β
( α 2 − β2 ) ⋅ t ( α ⋅ β) ⋅ t
(B) . (E) .
αβ α −β
5
( α + β) ⋅ t
12 (C) .
αβ
2 3 6 t(s) 32 Um projétil, ao penetrar em um alvo com velocidade inicial u, perde
u/n de sua velocidade ao percorrer uma distância a dentro do mesmo.
Que distância ele percorrerá a mais até parar?

a. a velocidade máxima alcançada pelo objeto; 33 Um corpo, ao ser lançado para cima com certa velocidade, atinge o
b. o instante em que a velocidade é nula; solo após um tempo t1. Ao ser lançado para baixo com a mesma velocidade,
c. o esboço do gráfico velocidade × tempo; atinge o solo após um tempo t2. Quanto tempo levaria para atingir o solo
d. o trabalho realizado pela força aplicada entre os instantes t = 0 s e caso fosse abandonado do mesmo ponto?
t = 12 s.

320 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


FÍSICA I ASSUNTO

Movimentos circulares e cinemática vetorial


2
1. Movimento circular P2
∆t
É aquele em que o corpo se desloca segundo uma trajetória circular. ∆ϕ
Faremos um estudo do movimento muito próximo ao que já foi abordado P1
nos outros módulos. Entretanto, vamos nos preocupar mais com grandezas
angulares, em vez de lineares. Por exemplo: além de verificar a distância
percorrida, precisaremos medir o ângulo varrido pelo móvel.

1.1 Fase e deslocamento angular


Unidade no SI: radianos; abreviação: rad
ϕ
Outra unidade comum: grau (°) ωm = ∆
∆t
Convém ressaltar que a velocidade angular não depende do raio do
Considere que, no instante t0 = 0, uma partícula se encontra no ponto
círculo e que esse valor obtido nos fornece uma média de deslocamento
PI de uma circunferência e que, em um instante posterior t, essa partícula
angular por unidade de tempo.
se encontra em um ponto Pf. O deslocamento angular (Δϕ) sofrido por
essa partícula é a diferença entre os ângulos (ou fases) formados com Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença
um eixo. Normalmente, utilizamos como eixo de referência uma reta entre velocidade angular média e velocidade angular instantânea.
horizontal que possui origem coincidente com o centro da circunferência A velocidade angular instantânea é dada pela velocidade angular média
e positivo para a direita. para um intervalo de tempo tendendo a zero.
Atenção: definir origem e referencial continua sendo essencial. A ∆ ϕ dϕ
ωi = lim =
origem é dada por um eixo arbitrário (como dito acima). O referencial, no ∆ t →0 ∆ t dt
caso de movimentos circulares, é positivo de acordo com o sentido do
movimento: horário ou anti-horário. 1.3 Aceleração angular
P1 Unidade no SI: radiano/segundo ao quadrado; abreviação: rad/s2
ϕ2
∆ϕ P1
A aceleração angular média indica o quão rápido a velocidade angular
ϕ1
sofre variações. Seu módulo é dado por:
∆ω
αm =
∆t
Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença
entre aceleração angular média e aceleração angular instantânea.
∆ϕ = ϕ2– ϕ1 A aceleração angular instantânea é dada pela aceleração angular média
para um intervalo de tempo tendendo a zero.
A unidade mais usual de ângulo é o radiano. Para determinar o ângulo ∆ ω dω
nessa unidade, basta calcular a razão entre o arco percorrido e o raio. α i = lim =
∆ t →0 ∆ t dt
Por definição, um radiano é o ângulo descrito quando o comprimento do
arco é igual ao raio. Portanto, se considerarmos uma volta, teremos que:
1.4 Relação entre a cinemática
2πR
arco = 2πR → ângulo =
R
=2π rad → 2π rad = 360° → π rad = 180° angular e a escalar
1.2 Velocidade angular Para mostrar a relação direta entre a velocidade angular média (ωm)
e velocidade escalar média (vm), vamos partir da definição de radiano.
Unidade no SI: radiano/segundo; abreviação: rad/s
arco percorrido ∆S
Outras unidades comuns: grau/segundo ∆ϕ = = → ∆S = ∆ϕ · R
raio R

Definimos a velocidade angular média (ωm) como a razão entre o Diferenciando em relação ao tempo, temos que:
deslocamento angular e o tempo gasto para tal deslocamento. d dt ds dϕ
(∆ S) = (∆ ϕ ⋅ R ) → =R⋅ → V = ωR
dt dt dt dt
Diferenciando em relação ao tempo mais uma vez, temos que:
d d dv dω
( v ) = ( ωR ) → = R⋅ → a = αR
dt dt dt dt

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 321


FÍSICA I
Assunto 2

1.5 Tipos de movimento circular Solução: Letra D.


Adotaremos um sistema de referência com origem no ponto de partida e
Os movimentos circulares normalmente seguem um padrão. Ou são positivo no sentido anti-horário. O enunciado diz que os ciclistas mantêm a
movimentos circulares uniformes (MCU), ou são movimentos circulares velocidade constante. Temos, portanto, um MCU. Escrevendo as equações
uniformemente variados (MCUV). No primeiro caso, a velocidade angular horárias, a partir do movimento de B, teremos:
é constante e, consequentemente, sua aceleração angular é nula. A função
horária no MCU nasce da mesma ideia do MRU. ϕA = 0 + 0,5 · π · (t + 2) ϕB = 0 – 1,5 · π · t

No encontro, a soma dos módulos dos deslocamentos angulares tem


dividindo-se cada que ser igual a 2π (uma volta completa).
s = so + vt ϕ = ϕo + ω t
v = cte
a=0
⇒ função horária por R,
obtemos as equações ⇒ ω = cte
α=o Importante: Note como há uma diferença relevante aqui. Em MRU
do MRU
ou MRUV, o encontro acontecia quando as posições eram iguais. Aqui,
é importante contar o número de voltas.
No movimento circular uniformemente variado (MCUV), a aceleração
angular é constante e não nula. Nesse caso, a velocidade angular sofre
alterações iguais para o mesmo intervalo de tempo. Suas funções horárias Isso significa que eles se encontraram 0,5 segundo após a saída de B.
podem ser determinadas a partir das equações de MUV:
|ϕA|+|ϕB|= 2π → 0,5 · π · (t + 2) + 1,5 · π · t =
dividindo-se = 2 · π → 0,5 · t + 1 + 1,5t = 2 → 2t = 1 → t = ½ s
1 cada função 1
s = so + v o ⋅ t + at 2 ϕ = ϕo + ω0 . t + αt 2
2 horária por R, 2
v = v o + at ⇒ obtemos as
⇒ ω = ωo + αt Substituindo em qualquer equação, descobriremos o ponto de encontro.
a = cte equações do α = cte
MRU ϕA = 0,5 · π · (0,5 + 2) = 1,25 π, ou seja, entre os pontos Q e R.

dividindo-se Obs.: Igualamos a soma dos módulos dos deslocamentos angulares a


cada função 2π, pois queremos o primeiro encontro. Se esse movimento continuasse
horária por R2 infinito, encontros ocorreriam e poderíamos escrever de uma maneira
v2 = vo2 + 2 a∆S ⇒ obtemos as ⇒ ω2 = ωo2 + 2 α∆ϕ genérica:
equações de |ϕA|+|ϕB|= 2 · k · π
Torricelli do
MRU Em que k representa o número de vezes do encontro.

O comportamento gráfico do MCU é análogo ao comportamento do 1.6 Período e frequência


MRU, enquanto os gráficos do MCUV são análogos ao do MRUV. Período (T) é o tempo gasto para que o corpo execute um ciclo. No
SI, a unidade de período é o segundo (s).
Ex.:
Frequência (f) é o número de ciclos dados em uma unidade de tempo.
(UFU) Em uma pista circular de um velódromo, dois ciclistas
No SI, a unidade é o Hertz (Hz) = (ciclos/s). Contudo, existe uma unidade
cor rem em sentidos opostos. O ciclista A par te com uma
ainda muito utilizada denominada rpm (rotações por minuto). Sua relação
velocidade angular constante de 0,50π rad/s e o cilclista B, com
com o Hertz é 1 Hz = 60 rpm.
1,5 π rad/s, 2,0 segundos após. Eles irão se encontrar pela primeira vez:
A partir das definições apresentadas, podemos escrever que:
P

Pela definiçao
1volta → T segundos
A f voltas → 1 segundo
Q ponto de partida Então:
1
=f.T 1=
ou T
B f
A velocidade angular no MCU para k voltas pode ser escrita como:
R k ⋅ 2π 2π
ω= = → ω = 2π ⋅ f
(A) no ponto P. k ⋅T T
(B) entre P e Q.
(C) no ponto Q.
(D) entre Q e R.
(E) no ponto R.

322 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimentos circulares e cinemática vetorial FÍSICA I
Assunto 2

1.7 Transmissão de movimento


Pode ser feita basicamente de duas maneiras: transmitindo velocidade 10 cm
angular (fazendo com que discos, rodas, polias ou engrenagens possuam
seus eixos interligados) ou transmitindo velocidade linear (interligando
os corpos por meio de uma correia ou corrente, ou fazendo com que os
corpos se toquem.).
Na transmissão de velocidade angular, os eixos dos discos são 25 cm
dispostos coaxialmente. Dessa maneira, quando um executar k voltas, o 30 cm
outro também terá executado k voltas.
Figura A Figura B

a. Qual a velocidade de translação do biciclo de Michaux para um diâmetro


da roda de 1,20 m?
R1 b. Qual a velocidade de translação para a bicicleta padrão aro 60 (Fig. B)?

Solução:
R1 a. No biciclo de Michaux, a frequência imposta é exatamente a frequência
ω1
de movimento. Assim:
ω2
40
v=2·πƒ·R≅2·3· · 0,6 ≅ 2,4 m/s
Como a rotação das polias é igual à do eixo: 60
b. Na bicicleta, temos que a velocidade linear (escalar) da coroa dentada
é a mesma do pinhão.
T1 = T2 dc d 40
 vcoroa = vpinhão → 2 · π ƒc · = ωp · p → 2 · 3 · · 25 =
ω1 = ω 2  V1 V2 2 2 60
R = R 20
 1 2
= ωp ⋅ → ω = 10 rad/s.
2

Na transmissão de velocidade linear, os discos são interligados, de A velocidade angular do pinhão é a mesma velocidade angular da roda:
modo que quando um deles tem um deslocamento escalar o outro disco
tenha o mesmo deslocamento. v roda
ωpinhão = ωroda → 10= → vroda = 10 · 0,3 → vroda = 3 m/s
R
ϖA
Ex.:
ϖB (UFRJ-1998) O olho humano retém durante 1/24 de segundo as imagens
que se formam na retina. Essa memória visual permitiu a invenção do
RB RB cinema. A filmadora bate 24 fotografias (fotogramas) por segundo. Uma
RA ϖA ϖB RA vez revelado, o filme é projetado à razão de 24 fotogramas por segundo.
vB B B vB Assim, o fotograma seguinte é projetado no exato instante em que o
A vA A fotograma anterior está desaparecendo de nossa memória visual, o que
vA
nos dá a sensação de continuidade.
Filma-se um ventilador cujas pás estão girando no sentido horário.
Daí, a velocidade de todos os pontos da correia vai ser a mesma,
O ventilador possui quatro pás simetricamente dispostas, uma das quais
assim como os “dentes” das polias. Portanto:
pintadas de cor diferente, como ilustra a figura. Ao projetarmos o filme,
 os fotogramas aparecem na tela na seguinte sequência, o que nos dá a
ω R = ω R sensação de que as pás estão girando no sentido anti-horário.
 A A B B

v A = v B  fA RA = fB RB
 R R
 A
= B
 TA TB
Uma consequência imediata é que quanto maior o raio do disco menor
será sua velocidade angular.

Ex.:
(Unicamp-2005) Em 1885, Michaux lançou o biciclo com uma roda dianteira
diretamente acionada por pedais (Fig. A). Por meio do emprego da roda
dentada, que já tinha sido concebida por Leonardo da Vinci, obteve-se melhor
aproveitamento da força nos pedais (Fig. B). Considere que um ciclista
consiga pedalar 40 voltas por minuto em ambas as bicicletas.
Dado: π  3.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 323


FÍSICA I
Assunto 2

Calcule quantas rotações por segundo, no mínimo, as pás devem estar



efetuando para que isto ocorra.
2.2 Vetor deslocamento (∆ S)
O vetor deslocamento de um corpo entre os instantes t1 e t2 é o vetor
Solução: representado por um segmento orientado de origem em P1 (posição do
A ilusão de que as pás estão girando no sentido oposto ao real é devido ao corpo no instante t1) e extremidade em P2 (posição do corpo no instante t2).
fato de nosso cérebro interpretar que o movimento, de um fotograma para
o outro, se dá no sentido do menor deslocamento angular. O olho humano
∆S P2 (t2)
tira fotos da realidade de 1/24 a 1/24 segundo e “junta” as sucessivas
imagens, sempre atribuindo o menor caminho a cada objeto. +
P1 (t1)
Entre dois fotogramas consecutivos, a pá destacada efetua, no mínimo, →
∆S S
¾ de volta, em um intervalo de tempo de 1/24 s. Portanto, a frequência
mínima de rotação é:

3 Por definição, o vetor deslocamento é a diferença ente os vetores


ƒ= 4 = 3 ⋅ 24 = 18 Hz posições de P1 e P2.
1 4 1
24
x (m)
2. Cinemática vetorial

Após entendermos todos os conceitos de movimento aplicados a P1 ∆S
movimentos retilíneos ou circulares, vamos aprender como estender cada P2
assunto a qualquer movimento. Para isso, precisamos usar os conceitos
vetoriais das grandezas já previamente apresentadas.

2.1 Vetor posição (s→)


O vetor posição é um vetor com centro na origem de referência e
extremidade na posição do corpo em questão. Sua análise pode ser
x (m)
unidimensional, bidimensional ou tridimensional, como mostram os
exemplos a seguir:

Análise unidimensional Observa-se que o módulo do vetor deslocamento tem como valor
máximo o módulo do deslocamento escalar (já que uma reta é a menor
→ distância entre dois pontos). A igualdade só ocorre nos movimentos
s
X (m) retilíneos.

0 5 2.3 Velocidade vetorial média


→ → →
|s |= 5 m s=î É o quociente entre o vetor deslocamento (∆S ) e o correspondente
intervalo de tempo.

Análise bidimensional 
 ∆s
vm =
∆t
y (m)
3 Note que o módulo do vetor velocidade média tem como valor máximo
x (m) o módulo da velocidade escalar média. Esses módulos só serão iguais
 nos movimentos retilíneos porque é a única situação em que coincidem
s = 32 + ( −2)2 = 13 m os valores do deslocamento escalar e do vetor deslocamento.
  Além disso, o vetor velocidade média tem a mesma direção e sentido
–2 → s = 3 î − 2 j ou s = (3, − 2)
s do vetor deslocamento, pois se trata da multiplicação de um vetor por um
escalar positivo.
Análise tridimensional
2.4 Velocidade vetorial instantânea
z (m) É o limite da velocidade vetorial para um intervalo de tempo tendendo
a zero. Matematicamente:
3 
 ∆s
→  v = lim  
s ∆t →0 ∆
t
y (m) s = 22 + 32 + 52 = 38 m
2 5  Em outras palavras, se quisermos determinar a velocidade vetorial
s = 2 î + 5j + 3 k instantânea de uma partícula quando esta passa por um ponto P, devemos

s = ( 2, 5, 3) tomar outro ponto Q da trajetória e fazer P tender a Q.
x (m)

324 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimentos circulares e cinemática vetorial FÍSICA I
Assunto 2

reta tagente Uniforme


P em P
Q3 →
→ v
d3

sentido do →
d2
movimento Q2


d1 →
at = 0
Q1

Quanto mais próximo Q está de P, maior será a aproximação do vetor


Acelerado
deslocamento com a reta tangente a P.

→ reta tagente →
v v
P em P

at

sentido do
movimento

|at |= ae > 0

Retardado


v
IMPORTANTE: Isso mostra que o vetor velocidade instantânea é
sempre tangente à trajetória.


2.5 Vetor aceleração at
O vetor aceleração média indica a razão entre a variação de velocidade
vetorial de um corpo e o intervalo de tempo. Lembre-se de que, para que

haja essa variação do vetor velocidade, não necessariamente precisa haver |at |= |ae|
mudança no módulo (um vetor tem direção e sentido, além do módulo). ae < 0
   
 ∆v v − v
am = = 0

∆t ∆t
O vetor aceleração média tem a mesma direção e sentido do vetor 2.5.2 Aceleração centrípeta
variação de velocidade (subtração vetorial), pois se trata da multiplicação É responsável pela mudança de direção do vetor velocidade instantânea.
de um vetor por um escalar positivo. →
A componente centrípeta da aceleração (a cp ) tem sempre a direção
O vetor aceleração instantânea é o limite desse quociente quando o radial e sentido apontado para o centro.
intervalo de tempo tende a zero. Atenção: essa componente de aceleração é nula somente para

 ∆v movimentos retilíneos.
am = lim
∆t → 0 ∆t O módulo da aceleração centrípeta é dado pela expressão:
 v2
A aceleração instantânea pode ser subdivida em duas: a aceleração acp =
tangencial e a aceleração centrípeta. R
Demonstração:
2.5.1 Aceleração tangencial
É responsável pela mudança de intensidade (módulo) do vetor
velocidade instantânea.

A componente tangencial da aceleração (at ) tem sempre a mesma
direção do vetor velocidade instantânea. O sentido vai depender do tipo
de movimento – acelerado, retardado ou uniforme.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 325


FÍSICA I
Assunto 2
→ → → →
v Aplicando a definição de velocidade relativa v B,A= v B,T – v A,T, obtemos
a velocidade do barco em relação às margens (mesmo referencial da
→ → →
v v ∆v velocidade das águas):
dθ → → →
R → v B,T = v B,A + v A,T
R v

Ex.:
  (UFAL) De dentro de um automóvel em movimento retilíneo uniforme, em
∆v = v ⋅ dθ ∆ s = R ⋅ dθ uma estrada horizontal, um estudante olha pela janela lateral e observa
a chuva caindo, fazendo um ângulo θ com a direção vertical, com
∆s ∆s sen θ = 0,8 e cos θ = 0,6. Para uma pessoa parada na estrada, a chuva
v= ⇒ t=
∆t v cai verticalmente, com velocidade constante de módulo v. Se o velocímetro

 ∆v do automóvel marca 80,0 km/h, pode-se concluir que o valor de v é igual a:
acp =
∆t
  (A) 48,0 km/h.
v ⋅ dθ v 2 v2 (B) 60,0 km/h.
acp = = acp =
∆s ∆s R (C) 64,0 km/h.
v dθ (D) 80,0 km/h.
(E) 106,7 km/h.
Atenção!
Solução: Letra B.
Essa expressão pode ser utilizada em todo movimento curvilíneo, →
A figura mostra o automóvel e as velocidades do automóvel v aut e da chuva
desde que se encontre o raio de curvatura do referido trecho da curva →
(basta trocar o R pelo raio de curvatura). (v ), para a pessoa parada na beira da estrada. O diagrama vetorial mostra
a composição dessas velocidades para o estudante.

→ –v aut
Ex.: v aut →
v
Um corpo lançado obliquamente possui no ponto mais alto da trajetória →
v
uma velocidade de 5 m/s (horizontal). Considerando que nesse local o θ
corpo fica sujeito somente à aceleração da gravidade (10 m/s2) determine →
v rel
o raio de curvatura nesse mesmo ponto.

Solução: No ponto de altura máxima, a aceleração é ortogonal a velocidade Referencial estrada Referencial estudante
e, portanto, é a componente centrípeta. Em outras palavras, nessa situação,
a aceleração da gravidade desempenha o papel de aceleração centrípeta v aut sen θ v aut 0, 8 80
tan θ = ⇒ = ⇒ = ⇒ v = 60 km/h
(já que é perpendicular à velocidade). v cos θ v 0, 6 v
v2 52
acp = → 10 = → R = 2, 5 m
R R Ex.:
Um disco roda sobre uma superfície plana, sem deslizar. A velocidade do
2.6 Movimento relativo e composição de →
centro O é v 0. Em relação ao plano:
movimentos
Quando se quer mudar o referencial de um vetor, matematicamente, A
basta seguir a seguinte regra: Xa,b = Xa,c + Xc,b = Xa,c – Xb,c.

Importante: Note que todas as contas desse assuntos são vetoriais.



Ex.: v0 0

Considere a figura seguinte, em que um barco atravessa um rio. Seja v B,A

a velocidade do barco em relação às águas e v A,T a velocidade das águas
em relação às margens (Terra).

B
→ →
v BA → vB a. Qual a velocidade do ponto A?

v BA b. Qual a velocidade do ponto B?
vA

vA Solução: Os pontos A e B têm dois movimentos: um provocado pela
rotação do disco e outro provocado pela translação. O movimento
resultante, observado do plano de rolagem, é a composição desses
movimentos parciais. A figura a seguir ilustra essa composição:

326 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimentos circulares e cinemática vetorial

FÍSICA I
v0 Assunto 2

−v 0 O intervalo de tempo entre o começo e o fim é T/2.
  
v0 A v0 A 2v 0 A T 
2

  2 g 
−v 0  gt T 2 g ⋅T2 T
−v 0
 v0 v0 h = h0 + v 0 t − → 0 = 2R + v ⋅ −   → − v ⋅ − 2R = 0
 O 2 2 2 8 2
2v 0 O 2v 0 O
 −v 0 −v 0
v0   2⋅π⋅ R v ⋅T
 2v 0 2v 0 Porém v = →R= . Substituindo, teremos:
B −v 0 v0 B B VB = 0 T 6
 
2v 0
Movimento −v 0
Movimento de Movimento g ⋅T2 T v ⋅T 20 v
de rolamento 
arrastamento resultante −v ⋅ −2 = 0 → 3 g ⋅ T 2 − 12v ⋅ T − 8v ⋅ T = 0 → T = ⋅
2v 0 8 2 6 3 g

02 Na figura, um ciclista percorre o trecho AB com velocidade escalar


média de 22,5 km/h e, em seguida, o trecho BC de 3,00 km de extensão.
01 Uma pessoa brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto No retorno, ao passar em B, verifica ser de 20,0 km/h sua velocidade
mais alto, arremessa uma pequena bola (Figura 1), de forma que esta escalar média no percurso então percorrido, ABCB. Finalmente, ele chega
descreve, em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical para em A perfazendo todo o percurso de ida e volta em 1,00 h, com velocidade
cima. escalar média de 24,0 km/h. Assinale o módulo v do vetor velocidade média
referente ao percurso ABCB.

3,00 km
A B

(A) v = 12,0 km/h (D) v = 200 km/h


(B) v = 120 km/h (E) v = 36,0 km/h
(C) v = 20,0 km/h
Figura 1 Figura 2
A velocidade de lançamento da bola na direção vertical tem o mesmo Solução: Letra A.
módulo de velocidade escalar (v) da roda gigante, que executa um Considerando o deslocamento em todo o trajeto:
movimento circular uniforme. Despreze a resistência do ar, considere a ∆S = v · ∆t = 24 · 1 = 24 km
aceleração da gravidade igual a g e π = 3. Se a pessoa consegue pegar
a bola no ponto mais próximo do solo (figura 2), o período de rotação da A distância AB pode ser calculada da seguinte forma:
roda-gigante pode ser igual a:
∆S = 2 · AB + 2 · BC → ∆S/2 = AB + BC →
v 24
(A) . AB = ∆S/2 – BC = – 3 = 12 – 3 = 9 km
g 2
10v
(B) . Cálculo do tempo total gasto no trecho ABCB:
7g
(9 + 6) 15
20v v = ∆S / ∆t → ∆t = ∆S / v = = = 0, 75 h
(C) . 20 20
3g
9
v O módulo da velocidade vetorial média é = 12 km/h.
(D) 12 . 0, 75
g
03 Duas par tículas, X e Y, em movimento retilíneo uniforme, têm
Solução: Letra C. velocidades respectivamente iguais a 0,2 km/s e 0,1 km/s. Em um certo
 instante t1, X está na posição A e Y na posição B, sendo a distância entre
v0 y
 ambas de 10 km. As direções e os sentidos dos movimentos das partículas
−v 0 2R são indicados pelos segmentos orientados AB e BC, e o ângulo AB ^C mede
 60°, conforme o esquema.
2v 0 R é o raio da C
roda-gigante

O
Situação inicial
60°
Situação inicial A B

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 327


FÍSICA I
Assunto 2

Sabendo-se que a distância mínima entre X e Y vai ocorrer em um instante A partir daí, as equações horárias são:
t2, o valor inteiro mais próximo de t2 – t1, em segundos, equivale a: π 615π π
ϕ A = 12π + t ϕ B= + t
40 42 42
(A) 24.
(B) 36. No próximo encontro entre os móveis (após a volta do móvel A):
(C) 50. π 615π π
12π + t = + t → t = 2.220 s
(D) 72. 40 42 42
Nesse intervalo de tempo, o móvel A executa 27 voltas completas
Note que a velocidade linear de toda a roda (referente à translação) é
igual à velocidade linear de rotação dos pontos da roda. Isso só acontece  2.220 
 80 = 27, 75  .
se pudermos supor que não há deslizamento entre a roda e o chão. Se  
não houver deslizamento, o arco percorrido pela roda em um intervalo de Para vencer, ele precisará de 6 + 27 + 1 = 34 voltas.
tempo qualquer é igual à distância percorrida pelo centro da roda. Por esse
motivo, as velocidades são iguais.

Solução: Letra B.
Vamos considerar que o ponto A é a origem de um sistema cartesiano 01 (EFOMM) Uma bomba centrífuga gira a 1.800 rpm. A velocidade
e que o segmento AB esteja contido no eixo das abscissas. Dessa tangencial de um volume de fluido impelido pelo seu rotor, de raio igual a
forma, podemos dizer que as equações paramétricas da partícula X são 12 cm, é, em m/s, de:
y = 0 e x =0,2 · t e que as equações paramétricas da partícula Y são
(A) 6,1 π.
y = 0,1 · t · sen (60) e x = 10 – 0,1t · cos (60).
(B) 7,2 π.
(C) 8,6 π.
Importante: A ideia de desenhar a figura para um instante genérico (D) 9,3 π.
t e, a partir disso, obrigar ou calcular matematicamente algumas coisas (E) 10,4 π.
é muito usada na cinemática.
02
Para calcularmos a distância mínima, vamos considerar um instante t. A RB
distância entre os pontos X e Y, nesse instante, é dada pelo Teorema de
Pitágoras e, dessa forma, temos:
d = ∆ x 2 + ∆ y 2 

d = (10 − 0, 05 ⋅ t − 0, 2 ⋅ t ) + (0, 05 ⋅ t 3 )2 
2

  RC RA
d = 100 − 5t + 0, 0625 ⋅ t 2 + 0, 0075 ⋅ t 2 

d = 100 − 5 ⋅ t + 0, 07 ⋅ t 2 

Na figura acima, temos um sistema de transmissão de movimento de um


A distância d é função do tempo t e essa função é quadrática com
dos motores auxiliares de um navio, formado por três discos A, B e C. Os
concavidade para cima, o que significa que possui ponto de mínimo. Assim:
raios dos discos B e C são iguais e correspondem à metade do raio do
5
t = − b / ( 2 a) = = 35, 7 s ≅ 36 s disco A. Sabe-se que o disco A move-se solidariamente com o disco B
0,14 por meio de uma correia, e que os discos A e C estão ligados ao mesmo
eixo central.
04 Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. O
carro A consegue realizar cada volta em 80 segundos, enquanto o carro
Analise as afirmativas abaixo:
B é 5,0% mais lento. O carro A é forçado a uma parada, nos boxes ao
completar a volta número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparo, I. A velocidade angular do disco C é metade do disco B.
o carro A perde 135 segundos. Qual deve ser o número mínimo de voltas II. A velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco A é o dobro
completas da corrida para que o carro A possa vencer? da velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco C.
III. Os discos B e C têm a mesma velocidade escalar em pontos de seus
Solução: perímetros.
2π π 2π 2π π IV. O período do disco C é o dobro do período do disco B.
ωA = = rad /s ωB= = = rad/s
TA 40 TB 1, 05 ⋅ TA 42 V. As frequências dos discos A e B são iguais.

Com base nessas informações, assinale a alternativa correta:


Adotando o ponto de largada como origem do sistema de referência,
teremos: (A) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
π π (B) As afirmativas I e II são verdadeiras.
ϕA = ⋅t ϕ B= ⋅ t
40 42 (C) As afirmativas III e IV são verdadeiras.
π 615π (D) As afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
Enquanto A dá 6 voltas, B percorre ϕB= ⋅ ( 480 + 135) = rad (E) As afirmativas I e IV são verdadeiras.
42 42

328 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimentos circulares e cinemática vetorial FÍSICA I
Assunto 2

03 (AFA) No avião de treinamento T-25 utilizado na AFA, a hélice gira Em uma região de mar calmo, dois navios, A e B, navegam com
2.700 rpm durante a corrida no solo e, após a decolagem, a rotação é velocidades, respectivamente, iguais a vA = 5,0 nós no rumo norte e
reduzida para 2.450 rpm em apenas 5 segundos. Supondo-se que a hélice vB = 2,0 nós na direção 60° NEE, medidas em relação à Terra, conforme
sofre uma desaceleração uniforme, a aceleração angular da hélice, em indica a figura. O comandante do navio B precisa medir a velocidade do
valor absoluto, vale, aproximadamente, em rad/s2: navio A em relação ao navio B. Que item informa o módulo, em nós, e
esboça a direção e sentido do vetor velocidade a ser medido?
(A) 1,67. (C) 5,23. Dado: cos 60° = 0,5.
(B) 3,14. (D) 8,72.
(A) 2,2
04 (AFA) Duas partículas partem da mesma posição, no mesmo instante, VA/B
e descrevem a mesma trajetória circular de raio R. Supondo que elas girem
no mesmo sentido a 0,25 rps e 0,2 rps, após quantos segundos estarão
juntas novamente na posição de partida?

(A) 5. (C) 15. (B) 4,4


(B) 10. (D) 20. VA/B

05 (AFA) O odômetro de um automóvel é um aparelho que mede a distância


percorrida. Na realidade, esse aparelho é ajustado para fornecer a distância
percorrida por meio do número de voltas e do diâmetro do pneu. Considere
um automóvel cujos pneus, quando novos, têm diâmetro D. Suponha que (C) 4,4
os pneus tenham se desgastado e apresentem 98% do diâmetro original. VA/B
Quando o velocímetro assinalar 100 km/h, a velocidade real do automóvel
será:

(A) 104 km/h.


(B) 102 km/h. (D) 6,6
(C) 98 km/h. VA/B
(D) 96 km/h.

06 Uma lancha atravessa um rio, deslocando-se segundo uma trajetória


perpendicular à margem. Sua velocidade em relação à água é constante
e tem módulo igual a 2 3 m/s. A velocidade da correnteza do rio em
relação a um observador parado na sua margem é constante e vale 4 m/s. (E) 6,6
O módulo da velocidade da lancha em relação a esse observador é: VA/B

(A) 2 m/s.
(B) 4 m/s.
(C) 6 m/s.
(D) 8 m/s. 08 (AFA) As figuras abaixo apresentam pontos que indicam as posições
(E) 10 m/s. de um móvel obtidas em intervalos de tempos iguais. Em quais figuras o
móvel apresenta aceleração não nula?
07 (EFOMM)

N N
60°

VA = 5,0 nós

VB = 2,0 nós

(A) Apenas em I, III e IV.


(B) Apenas em II e IV.
B (C) Apenas I, II e III.
(D) Em I, II, III e IV.
A

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 329


FÍSICA I
Assunto 2
→ →
09 (AFA) Considere que dois vetores A e B fazem entre si um ângulo 14 Na situação esquematizada na figura, temos duas polias A e B
de 60º, quando têm suas origens sobre um ponto em comum. Além acopladas por meio de uma correia inextensível. Quando a polia A gira,

disso, considere, também, que o módulo de B é duas vezes maior que movimenta a correia que, por sua vez, faz a polia B girar também.
→ → → →
o de A , ou seja, B = 2A. Sendo o vetor soma S = A + B e o vetor
→ → →
diferença D = A – B , a razão entre os módulos S/D vale:

21
(A) . (C) 7.
3
(B) 1. (D) 3.

10 (AFA) Um carro percorre uma curva circular com velocidade linear Admitindo que não haja escorregamento entre a correia e as polias, e
constante de 15 m/s completando-a em 5 2s, conforme figura abaixo. supondo que a polia A execute 60 rpm, calcule a frequência de rotação
da polia B.

15 Dois ciclistas partem de um mesmo ponto de uma pista circular de


raio igual a 100 m, no mesmo instante e em sentidos contrários. Suas
velocidades escalares lineares valem 2π m/s e 3π m/s. Após quanto tempo
eles se encontrarão pela primeira vez?

16 (EFOMM) No sistema de transmissão de movimento da figura abaixo,


a polia motora “A” tem 500 mm de diâmetro e gira a 120 rpm. As polias
intermediárias “B” e “C”, solidárias entre si (soldadas uma na outra), têm,
respectivamente, 1.000 mm e 200 mm. A rotação da polia “D”, de diâmetro
400 mm, é de:
É correto afirmar que o módulo da aceleração média vetorial experimentada
pelo carro nesse trecho, em m/s², é: B
A
C
(A) 0. (C) 3,0.
(B) 1,8. (D) 5,3.

11 Um satélite geoestacionário, desses usados em telecomunicações, é


colocado em órbita circular no plano do Equador terrestre. Como seu próprio
nome diz, esse satélite se mantém sempre sobre um mesmo local da Terra.
D

(A) 120 rpm. (E) 20 rpm.


(B) 80 rpm. (D) 30 rpm.
(C) 60 rpm.

17 Às 12 horas, o ponteiro das horas e o ponteiro dos minutos de um relógio


se sobrepõem. Depois de quanto tempo ocorre a próxima sobreposição?
a. Calcule o período de translação do satélite em relação à Terra.
18 Em um certo instante, um ponto material parte de A com MCU de período
b. Compare a velocidade angular do satélite (ωS) com a velocidade angular
igual a 30 s, em sentido anti-horário. Um segundo depois, parte de B outro
do ponto da superfície da Terra sobre o qual ele se encontra (ωT) .
ponto material com MCU de período igual a 120 s, em sentido horário.
c. Compare a velocidade linear do satélite (VS) com a do ponto referido
no ítem anterior (vT).

12 Uma formiga encontra-se no centro de um disco de raio igual a 20 cm,


que executa rotação uniforme com frequência de 30 rpm. A formiga passa, A
30°
então, a caminhar ao longo de um raio do disco, dirigindo-se para a sua B
periferia com velocidade escalar constante e igual a 5 cm/s em relação ao
disco. Ao chegar a um ponto periférico, quantas voltas a formiga terá dado?
Determine quanto tempo depois da partida de A os pontos se encontrarão
13 Sabendo que o raio da Terra mede aproximadamente 6.400 km, peIa primeira vez.
determine:
19 (EFOMM) Um satélite meteorológico envia para os computadores de
a. a velocidade escalar angular do movimento de rotação da Terra; bordo de um navio conteneiro informações sobre um tornado que se forma na
b. a velocidade escalar linear de um ponto situado no Equador, relativa rota desse navio a 54,0 milhas a boreste (direita). Segundo as informações,
ao movimento de rotação; o tornado tem forma cônica de 252 m de altura e 84 m de raio. A velocidade
c. a velocidade escalar linear de um ponto da superfície situado a 60° angular é aproximadamente 45 rad/s. O módulo da velocidade vetorial de
de latitude, relativa ao movimento de rotação. rotação do tornado, em km/h, em um ponto situado a 3 m do plano de sua
base, vale:

330 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimentos circulares e cinemática vetorial FÍSICA I
Assunto 2

(A) 162. (D) 476. Sabendo que| v | = 3,0 m/s:
(B) 242. (E) 588. →
(C) 308. a. calcule | a |;
b. diga se no instante to o movimento é acelerado ou retardado. Justifique
20 Uma partícula em movimento circular uniformemente variado tem sua sua resposta.
velocidade angular alterada de 2π rad/s para 10π rad/s, durante 20 s. Calcule
o número de voltas que a partícula efetua nesse intervalo de tempo. 25 Um barco motorizado desce um rio deslocando-se de um porto A até
um porto B, distante 36 km, em 0,90 h. Em seguida, esse mesmo barco
21 Um ventilador gira à razão de 900 rpm. Ao desligá-lo, seu movimento sobe o rio deslocando-se do porto B até o porto A em 1,2 h. Sendo vB a
passa a ser uniformemente retardado, até parar após 75 voltas. Qual o velocidade do barco em relação às águas e vC a velocidade das águas em
tempo decorrido desde o momento em que o fio foi desligado até sua relação às margens, calcular vC e vB.
parada completa?
26
22 Um garoto, perdido em uma região desértica plana, desloca-se ω (rad/s)
sequencialmente 4,0 km para o norte, 2,0 km para o leste e 2,5 km para
o sul, gastando 10 h no percurso total. Determine: 5

a. o módulo da velocidade escalar média do garoto; 3


b. a intensidade da sua velocidade vetorial média.
1
23 Uma partícula parte do ponto A da trajetória ABC, esquematizada
abaixo, no instante to = 0, atinge o ponto B no instante t1 = 3,0 s e para 0 5 10 15 20 25 t (s)
no ponto C no instante t2 = 5,0 s. A variação de sua velocidade escalar
pode ser observada no gráfico abaixo:
Um flutuador em colchão de ar, desloca-se em um círculo horizontal, sobre
v(m/s) uma mesa preso à extremidade de um fio inextensível, de comprimento
4,0 0,8 m velocidade angular mostrada no gráfico (a propulsão é dada pelos
gases expelidos pelo aparelho). Suponha a massa do aparelho constante.
A Calcule as acelerações angular γ, tangencial (at) e centrípeta (ac) e assinale
2,0 a resposta correta abaixo:

γ(rad/s2) at(m/s2) ac(m/s2)

B (A) 0,25 0,20 0,8 + 0,3 t + 0,032t2


0 2,0 4,0 5,0 t(s) C (B) 0,20 0,16 0,8 + 0,4t + 0,05t2
(C) 0,25 0,20 0,8 + 0,4t + 0,05t2
Considerando o intervalo de 0 a 5,0 s, calcule para a partícula:
(D) 0,20 0,16 0,8 + 0,32t + 0,032t2
a. o valor absoluto da velocidade escalar média; (E) 0,25 0,16 0,8 + 0,32t + 0,032t2
b. a intensidade da velocidade vetorial média.
27 Um automóvel desenvolve, em uma estrada plana e horizontal,
24 Uma partícula percorre uma circunferência de 1,5 m de raio no sentido
movimento retilíneo e uniforme com velocidade de módulo v. Supondo
horário, como está representado

na figura. No instante

to, a velocidade
que suas rodas rolem sem escorregar, calcule em relação ao plano de
vetorial da partícula é v e a aceleração vetorial é a .
rolamento, os módulos das velocidades instantâneas dos pontos A, B, C,
D e O, indicados na figura a seguir.

D B
O
1,5 m
C
C

a 30O 28 Um trem dotado de janelas laterais retangulares de dimensões
→ 80 cm × 60 cm viaja ao longo de uma ferrovia retilínea e horizontal com
v velocidade constante de 40 km/h. Ao mesmo tempo, cai uma chuva vertical
(chuva sem vento), de modo que as gotas apresentam, em relação ao solo,
velocidade constante de intensidade v. Sabendo que o trajeto das gotas de
chuva observado nas janelas laterais do trem tem a direção da diagonal
dessas janelas, determine:

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 331


FÍSICA I
Assunto 2

a. o valor de v;
b. a intensidade da velocidade das gotas de chuva em relação a um
observador no trem. 2m

29 (AFA) Dois aeroportos, A e B, estão no mesmo meridiano, com B


600 km ao sul de A. Um avião P decola de A para B ao mesmo tempo
eixo eixo
que um avião Q, idêntico a P, decola de B para A. Um vento de 30 km/h
sopra na direção sul-norte. O avião Q chega ao aeroporto A 1 hora
antes do avião P chegar ao aeroporto B. A velocidade dos dois aviões
em relação ao ar (admitindo que sejam iguais) é, aproximadamente, em (A) 1 m. (C) 4 m.
km/h: (B) 2 m. (D) 6 m.

(A) 690. 03 A figura representa dois discos de papelão fixados a um mesmo eixo,
(B) 390. que rota com frequência igual a 50 Hz. Os discos foram fixados em locais
(C) 190. do eixo distantes 2 m um do outro. Um projétil é disparado paralelamente
(D) 90. ao eixo, movendo-se em movimento retilíneo e uniforme, perfurando os
discos. O ângulo entre o plano que contém o eixo e o furo no primeiro
disco e o plano que contém o eixo e o furo no segundo disco é igual a 45°.
Determine a velocidade do projétil, sabendo que, entre as duas perfurações,
os discos completaram 2 voltas.
01 (AFA) O movimento da coroa dentada (A) de uma bicicleta é transmitido
a uma catraca (B) localizada no eixo da roda traseira (C) por meio de uma 2m
corrente. A opção que representa a bicicleta mais veloz para o mesmo
número de pedaladas do ciclista é:
eixo
(A)

C A
04 (ITA) Um avião voa em uma altitude e velocidade de módulo constantes,
em uma trajetória circular de raio R, cujo centro coincide com o pico de uma
(B) montanha onde está instalado um canhão. A velocidade tangencial do avião
é de 200 m/s e a componente horizontal da velocidade da bala do canhão é
de 800 m/s. Desprezando o atrito e o efeito de rotação da Terra e admitindo
que o canhão está direcionado de forma a compensar o efeito de atração
B gravitacional, para atingir o avião, no instante do disparo o canhão deverá
estar apontando para um ponto à frente deste situado a quantos rad.
C

05 Acima de um disco horizontal de centro O que gira em torno do


(C)
seu eixo, no vácuo, dando 50 voltas por minuto, estão suspensas duas
pequenas esferas M e N. A primeira está 2 m acima do disco e a segunda a
4,5 m, ambas na mesma vertical. Elas são abandonadas simultaneamente
B e, ao chocar-se com o disco, deixam sobre ele pequenas marcas M’ e N’
tais que o ângulo M’ON’ é igual a 95,5°. Podemos concluir que a aceleração
C da gravidade no local vale quanto?

(D) 06 Em um dado instante, dois navios encontram-se sobre o mesmo


meridiano. O navio N’ encontra-se a uma distância d ao norte do navio N.

a. N faz rota para o norte com velocidade v. N’ faz rota para o leste com
B velocidade v’. Qual será a mínima distância entre os navios?
b. N’ faz rota para leste com velocidade v’. Qual é o rumo que N deve
C tomar para encontrar N’? Quanto tempo levará?

02 (AFA) Um operário puxa a extremidade de um cabo que está enrolado 07 O ponteiro dos minutos do relógio de uma igreja tem o dobro do
em um cilindro. À medida que o operário puxa o cabo, o cilindro vai rolando comprimento do ponteiro das horas. A que hora após a meia-noite a
sem escorregar. Quando a distância entre o operário e o cilindro for igual a extremidade do ponteiro dos minutos está se afastando da extremidade
2 m (ver figura a seguir), o deslocamento do operário em relação ao solo do ponteiro das horas com velocidade máxima?
será de:
08 Um corpo de massa m está preso a um fio de 0,5 m de comprimento
e descreve um movimento circular sobre uma mesa horizontal com
aceleração angular constante de 2 rad/s2. Quando o corpo começa a ser
observado, a velocidade angular é 4 rad/s e o ângulo com o eixo x é zero.

332 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Movimentos circulares e cinemática vetorial FÍSICA I
Assunto 2

Determine, em função do tempo: 10 Na figura abaixo, é representada uma barra de comprimento L, unida a
duas cordas acopladas nas polias 1 e 2. Determine, em função dos dados
a. o deslocamento angular e a velocidade angular; abaixo, o tempo gasto para que a barra esteja na horizontal, sabendo que
b. os vetores posição, velocidade e aceleração em coordenadas a polia 1 gira no sentido horário e a polia 2 no anti-horário.
cartesianas; Dado: ω1 = ω2 = ω3
c. o torque da força resultante em relação ao centro de rotação.

09 Uma carga de massa m localizada no ponto B desloca-se momen- ω1 ω2


taneamente com velocidade v para baixo, sem efeito da gravidade, sofrendo RA RB
apenas a interação elétrica com as cargas fixadas nos pontos A e C, como
mostra a figura. Em função de Q1, Q2, d, v e m, calcule, para a carga no
ponto B:

A B
L
v, m, +Q2 θ
–Q1

5d
+Q1

C
12d
a. sua aceleração centrípeta instantânea;
b. sua aceleração tangencial instantânea.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 333


FÍSICA I ASSUNTO

Lançamento oblíquo
3
1. Princípio da independência dos Nesses 8 s de movimento, a lancha se deslocou 20 · 8 = 160 m
Portanto, o avião deve ficar a 560 – 160 = 400 metros de distância
movimentos (Princípio de Galileu) para atingir a lancha.
“Se um corpo descreve um movimento composto, cada um dos
Ex.: Uma partícula é lançada horizontalmente de uma altura , com
movimentos componentes é descrito independentemente dos outros, ou
velocidade inicial v, em um local onde a aceleração da gravidade
seja, como se os outros não existissem e no mesmo intervalo de tempo”.
é constante e vale g. Considerando desprezíveis quaisquer forças
O princípio de Galileu nos mostra que, quando possuímos um dissipativas, determine:
movimento que é resultado da soma de movimentos simultâneos, nós
podemos estudá-los separadamente. Assim, ao lançarmos um corpo a. a altura em um instante t;
horizontalmente ou obliquamente, temos dois movimentos: um no eixo b. o módulo da velocidade da partícula em um instante t;
horizontal e outro no eixo vertical. Esses movimentos ficam mais fáceis c. a equação da trajetória.
se estudados separadamente.
Solução:
a. Para determinarmos a altura, temos que estudar a vertical (MUV em
2. Lançamento horizontal que |a| = g). Vamos considerar o sistema de referência com origem
no solo e positivo para cima. Assim:
Ao lançarmos um corpo, de uma certa altura h, em um local livre da
gt 2 gt 2
resistência do ar e com aceleração da gravidade igual a g, temos que ele h = h0 + v 0 t − →h=H−
executará uma curva como a representada a seguir. 2 2
 b. Em um instante genérico t, a partícula possuirá uma componente

v0x g horizontal de velocidade (constante) e uma componente vertical.
Assim:
vx = v e vy = gt
H O módulo da velocidade resultante será dado por:
v R2 = v x2 + v y2 → v R = v 2 + g 2 t 2

c. Para determinar a equação da trajetória, vamos colocar A em função


O movimento na vertical (eixo y) será uniformemente acelerado, de h.
pois a aceleração da gravidade é constante; na horizontal (eixo x) o A
movimento será uniforme. É importante que, ao resolvermos um problema A= v ⋅t → t =
v
de lançamento horizontal, observemos que a velocidade de lançamento 2
só influencia o alcance horizontal do corpo, e a vertical desse tipo de gt 2 g  A g ⋅ A2
h=H− → h = H − ⋅  → h = H − (parábola, portanto)
lançamento é uma queda livre. 2 2 v 2 ⋅ v2
Assim, as equações horárias ficam:

Eixo vertical (eixo y); 3. Lançamento oblíquo


gt 2 Consideremos uma partícula lançada de um ponto O, sobre a superfície
h= vy = gt v y = 2 gh
2 da Terra, com velocidade v 0 cuja direção não é nem horizontal nem
vertical. Desprezando os efeitos do ar, temos que, para um referencial
Eixo horizontal (eixo x); inercial, a trajetória da partícula será uma parábola (isso será provado
A = vx · t mais adiante).
trajetória
Ex.: Um avião de bombardeio voa a uma altitude de 320 m com uma 
y g do corpo
velocidade de 70 m/s e surpreende uma lancha torpedeira viajando a 20 m/s
na mesma direção e sentido do avião. A que distância horizontal atrás da
lancha o avião deve lançar a bomba para atingi-la? Adote g = 10 m/s2.

Solução: v0
A bomba executará um lançamento horizontal, visto que sairá do avião
x
mantendo a mesma velocidade horizontal. Neste caso, sua vertical é uma
queda livre:
gt 2 10 ⋅ t 2 Repare que, durante a sua trajetória, a par tícula executa dois
h= → − 320 = →t =8s
2 2 movimentos: um horizontal e outro vertical. O princípio da independência
O alcance horizontal dessa bomba é dado por: de Galileu diz que esses movimentos podem ser estudados separadamente.
A = vx · t → A = 70 · 8 = 560 m

334 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Lançamento oblíquo FÍSICA I
Assunto 3
 subida é igual ao de descida. O tempo de voo será o dobro do tempo de
Chamando de θ o ângulo entre o vetor velocidade inicial v 0 e a
subida (tS). Na altura máxima, a componente vertical de velocidade é nula.
horizontal, temos que as componentes horizontal e vertical da velocidade
possuem, no início, módulos respectivamente iguais a: v ⋅ senθ
v y = v y 0 − gt → 0 = v 0senθ − gt → ts =  0

   
   g
v x = v 0 cos
⋅ θ v y = v 0 ⋅ senθ 2 ⋅ v 0 ⋅ senθ
tvoo =
g
O movimento vertical é um movimento uniformemente variado, em que
Para o cálculo da altura máxima, mais uma vez faremos a análise
o módulo da aceleração é igual à aceleração da gravidade. O movimento
da vertical:
horizontal é um movimento uniforme. Em outras palavras, a partícula sobe
v 2 sen 2θ
desacelerando (pois a componente da velocidade nessa direção é contrária v y 2 = v 02 y − 2 g∆S → 0 = ( v 0 sen θ ) − 2gH → HMAX = 0
2

à gravidade) e desce acelerando (pois a componente da velocidade nessa 2g


direção é a favor da gravidade), sem modificar sua componente horizontal
de velocidade. Essa equação mostra que, se variarmos somente o ângulo de
y lançamento, a altura máxima ocorrerá quando sen2 θ = 1, ou seja, quando
v0x
θ = 90° (lançamento vertical).
v0x g
v0y v 0y Finalmente, para determinar o alcance horizontal de um projétil lançado
v0x v0x obliquamente, devemos analisar a horizontal, em que o movimento é
v0 uniforme:
v0y q v0y 2 ⋅ v 0 ⋅ sen θ
∆s = v x ⋅∆
 t → AHOR = v 0 ⋅ cos θ ⋅ ∆t → AHOR = v 0 .cos θ ⋅ →
x g
0 v0x
v 2 ⋅ 2 ⋅ senθ ⋅ cos θ
AHOR =  0
É interessante notar que, analogamente ao lançamento para cima, g
estudado anteriormente, dois pontos da trajetória que estão sob a mesma
Fazendo 2 · sen θ · cos θ =sen 2θ
horizontal terão o mesmo módulo de velocidade vertical. Como a velocidade
horizontal não se altera, podemos ampliar e dizer que, em um lançamento v 2 ⋅ sen 2θ
oblíquo, pontos na mesma horizontal possuem mesmo módulo de velocidade. AHOR =  0
g
3.1 Parametrizando as equações
Sobre essa expressão, dois pontos devem ser destacados.
Uma vez conhecido que no lançamento oblíquo temos um MUV na
– Para valores fixos de v0 e g, o alcance horizontal será máximo quando
vertical e um MRU na horizontal, podemos escrever que as funções horárias
sen(2θ) = 1, ou seja, quando θ = 45°. (Considerando altura final e
para cada eixo são (origem é o ponto de lançamento e referencial é positivo
inicial iguais e aceleração apenas no eixo vertical)
para cima e para a direita):
– Para valores fixos de v0 e g, teremos mesmo alcance horizontal para
dois ângulos a e b, tais que a + b = 90°.
gt 2 gt 2
– Vertical (MUV) → y = y 0 + v 0 y ⋅ t −  → y = v 0 ⋅ sen θ ⋅t − 
2 2 Ex.: Em uma partida de basquete, um jogador tem direito a realizar dois
– Horizontal (MRU) → x= x0 + vx · t → x = v0 · cos q · t lances livres. O centro da cesta está situado a uma distância de 4,0 m
da linha de lançamento e a uma altura de 3,0 m do solo, conforme a
Isolando a variável “t” na segunda equação: figura. A bola é lançada sempre a uma altura de 2,0 m do solo. No primeiro
x lançamento, a bola é lançada com velocidade de 5,0 m/s, formando
t =
v 0 ⋅ cos θ um ângulo de 30° com a horizontal, e não atinge a cesta. No segundo
lançamento, a bola é lançada com uma velocidade desconhecida, formando
um ângulo de 30° com a horizontal, e atinge a cesta.
Substituindo a variável “t” na primeira equação, teremos:
2
Dados: cos 30° = 0,86; sen 30° = 0,50; tan 30° = 0,57; cos2 30° = 0,75.
 x 
g 
x v ⋅
cos θ  → y = x tg θ −  g ⋅ x
2
y = v 0 ⋅ sen θ. −  0
v 0 ⋅ cos θ 2 2v 0 cos2θ
2

Note que como θ, v0 e g são constantes. A posição no eixo y é uma 3m


função quadrática de variável x, provando que todo lançamento obliquo 2m
possui como trajetória uma parábola.
4m
3.2 Tempo de voo, altura máxima e alcance
horizontal a. Determine o instante em que a altura máxima é atingida pela bola no
primeiro lançamento.
O tempo de voo de uma partícula lançada obliquamente é tão maior b. Demonstre que a bola não atinge a cesta no primeiro lançamento.
quanto maior for a componente vertical da velocidade inicial. Assim, para c. Determine a velocidade inicial da bola no segundo lançamento.
descobrir o tempo de voo, analisaremos a vertical. Lembre-se de que os
movimentos de subida e descida são simétricos, portanto, o tempo de

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 335


FÍSICA I
Assunto 3

Solução: Dica: uma outra forma de resolver o problema anterior (e, muitas vezes,
a. v = v0 + a · t → 0 = 5 · sen 30° – 10 · t → 10 · t = 2,5 → t = 0,25 s mais rápida) é usar o par de eixos coincidindo com o plano inclinado. Nesse
caso, a gravidade não coincidiria com um eixo e, por esse motivo, precisaria
b. No primeiro lançamento, a bola atinge a altura máxima de: ser decomposta. Daí, teríamos MUV nos dois eixos. Podemos resolver um
y = y0 + v0 · t + a · t2/2 problema de MUV nos dois eixos da forma explicitada abaixo. Basicamente,
y = 2 + 5 · sen 30° · 0,25 – 5 · (0,25)2 a mudança é a seguinte: em vez de usar equações de MRU na horizontal,
y = 2 + 0,625 – 0,3125 = 2,3125 m. devemos usar equações de MUV. Todo o raciocínio permanece igual.
Essa altura não é suficiente para atingir a altura da cesta.
c. A condição para acertar a cesta é a de que para x = 4 m → y = 3 m. Ex.: Uma partícula é lançada obliquamente em um local onde, além da
Pelo movimento na direção horizontal → x = x0 + v · t → aceleração da gravidade (10 m/s2), existe uma aceleração horizontal cujo
4 = 0 + v · cos 30° · t → 4 = 0,86 · v · t → v · t = 4,651 em que v é módulo vale 4 m/s2. Considerando que a velocidade inicial da partícula

a velocidade de lançamento da bola que acerta a cesta, e t é o tempo é v 0 = 2i + 30j , determine o tempo de voo dessa partícula e o alcance
necessário para acertar a cesta. Pelo movimento na direção vertical da bola horizontal obtido.
→ y = y0 + v0 · t + a · t2/2 → 3 = 2 + v · sen 30° · t – 5 · t2 →  

g ax
1 = 0,5 · v · t – 5 ·t2. Então → 1 = 0,5 · 4,651 – 5 · t2 → 5 · t2 = 
1,3255 → t2 = 0,2651 → t = 0,515 s. Assim → v · t = 4,651 → v0
v · 0,515 = 4,651 → v = 4,651/0,515 = 9,03 m/s.

Ex. 2: Uma bolinha de aço é lançada de um ponto P de uma rampa inclinada


de α em relação à horizontal, com velocidade inicial v0, que forma um Solução:
ângulo θ com a horizontal. Calcule a distância do ponto P ao ponto Q, Os movimentos horizontais e verticais são independentes. Logo, para a
onde a bolinha colide com a rampa. Despreze influências do ar e considere determinação do tempo de voo só utilizaremos a vertical.
g = 10 m/s2, v = 12 m/s, α = 30° e θ = 60°. v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → tsub = 3s → tvoo = 6 s
Sabemos agora que após 6 segundos de movimento a partícula retorna
Q ao solo. O diferencial nessa questão é que na horizontal o movimento é
 uniformemente acelerado. Portanto, para calcularmos o alcance horizontal
v0 rampa
q usaremos as equações de MUV:
a a t2 4 ⋅ 62
A = v0t + x → A = 2 ⋅ 6 + → A = 84 m
P 2 2
Solução:
Para a solução dessa questão, consideraremos um eixo cartesiano no 3.3 Parábola de segurança
ponto de lançamento, como ilustra a figura abaixo: Para valores fixos de v 0 e g e variando somente o ângulo de
y
lançamento (permitindo todas as possibilidades para a variação do ângulo),
yQ observamos que para cada ângulo teremos uma parábola diferente. Todas
 Q essas parábolas possuem em comum o fato de que são envolvidas por
v0
uma única parábola denominada parábola de segurança (PS).
rampa y
q
P a
0 xQ x
As componentes horizontal e vertical da velocidade possuem módulos
respectivamente iguais a v0 cos θ e v0 sen θ. Com isso, as equações
horárias passam a ser:
x
gt 2
x = v 0 ⋅ cosθ ⋅ t e y = v 0 ⋅ sen θ ⋅ t − Note que a altura máxima da parábola de segurança é a altura máxima
2
 v2 
Denominando a distância PQ de d, observe o triângulo PX0Q. A partir de um lançamento vertical para cima  h = 0  e que a equação da PS é
 2g 
d do tipo y = ax2 + c (simétrica em relação ao eixo y).
dele e considerando que α = 30°, temos que a altura será y 0 = eo
2
d 3 Como o termo independente é a altura máxima, então a equação da
alcance horizontal será x0 = .
2 v2
PS é do tipo y = ax 2 + 0 .
Substituindo nas equações horárias: 2g
d 3 d 3 v2
x = v 0 ⋅ cos θ ⋅ t = = 12 ⋅ cos60° ⋅ t → t = O alcance horizontal máximo é quando θ = 45°. Portanto, 0 é raiz
2 12 −g g
da PS. Isso implica que a = 2 .
gt 2 d 10 ⋅ t 2 d 2v 0
y = v 0 ⋅ sen θ ⋅ t − → = 12 ⋅ sen60° ⋅ t − → =
2 2 2 2 Finalmente chegamos à equação da PS:
2
3 d 3 10  d 3  −g v2
= 12 ⋅ ⋅ − ⋅  y = 2 ⋅ x 2 +  0
2 12 2  12  2v 0 2g
10d 2 Uma vez fixo v0 e g, é impossível atingir um alvo fora da parábola de
d = 3d − → 10d = 96 → d = 9,6 m. segurança qualquer que seja o ângulo.
48

336 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Lançamento oblíquo FÍSICA I
Assunto 3

Bola 2:
 3
Posição horizontal x = 50 ⋅   ⋅ t = 25 ⋅ t ⋅ 3 = 75 3 m.
01 Uma bola é chutada da superfície de um terreno plano segundo um  2 
ângulo j0 acima da horizontal.  1 2 2
Posição vertical y = 50 ⋅   ⋅ t − 5 ⋅ t = 25t − 5t =75 − 45 = 30 m.
2
No instante em que a bola 1 atinge a altura máxima, a bola 2 está na
posição (75 3 ;30) m.
j0 A distância entre elas é dada por:
q
d = ( ∆x 2 + ∆y 2 ) = ( 75 2
)
⋅ 3 + 152 = ( 5.625 ⋅ 3 + 225 ) =
Se q é o ângulo de elevação do ponto mais alto da trajetória, visto do
(16.875 + 225 ) = (17.100 ) m.
ponto de lançamento, a razão tan θ/tan ϕ0, desprezando-se a resistência
do ar, é igual a:

(A) 1/4.
(B) 1/2. 01 Uma pedra é jogada para cima em uma direção que forma um ângulo
(C) 1/6. de 30° com a horizontal no campo gravitacional terrestre, considerado
(D) 1/8. uniforme. Ignorando-se o atrito com o ar, no ponto mais alto alcançado
pela pedra:
Solução: Letra B.
Para determinar θ, observe a figura: (A) o módulo de sua aceleração é zero.
(B) o módulo de sua velocidade é zero.
y (C) o módulo de sua aceleração atinge um mínimo, mas não é zero.
(D) o módulo de sua velocidade atinge um mínimo, mas não é zero.
(E) o módulo de seu vetor posição, em relação ao ponto de lançamento,
v0 é máximo.
j0
q q hMÁX
x 02 Um corpo é lançado obliquamente com velocidade de módulo 50 m/s,
A/2 sob um ângulo de lançamento θ (sen θ = 0,6, cos θ = 0,8), conforme indica
a figura.
A

y v
tan θ = hMÁX/(A/2) = [(V02 · (sen2 j/2 g)/(V02 · 2 · sen j0 · cos j0/2 g) = →

sen j0/2 · cos j0. v0


hmáx
tan j0 = V0Y/V0X = V0 · sen j0/V0 · cos j0 = sen j0/cos j0
θ
tan θ/tg j0 = (sen j0/2 · cos j0)/(sen j0/cos j0) = 1/2.
0 A x
02 (ITA) Considere hipoteticamente duas bolas lançadas de um mesmo
lugar ao mesmo tempo: a bola 1, com velocidade para cima de 30 m/s,
e a bola 2, com velocidade de 50 m/s formando um ângulo de 30° com a Calcule, considerando g = 10 m/s2 e desprezando influências do ar:
horizontal. Considerando g = 10 m/s2, assinale a distância entre as bolas a. a velocidade do corpo ao passar pelo vértice do arco de parábola;
no instante em que a primeira alcança sua máxima altura. b. o tempo de subida;
c. a altura máxima (hmáx);
(A) d = 6.250 m. (D) d = 19.375 m. d. o alcance horizontal (A).
(B) d = 2.717 m. (E) d = 26.875 m.
(C) d = 17.100 m. 03 Um gato de 1 quilograma dá um pulo, atingindo uma altura de 1,25 m
e caindo a uma distância de 1,5 m do local do pulo.
Solução: Letra C.
Bola 1: a. Calcule a componente vertical de sua velocidade inicial.
Posição horizontal x = 0. b. Calcule a velocidade horizontal do gato.
Posição vertical y = 30 · t – 5 · t2. c. Qual a força que atua no gato no ponto mais alto do pulo?
Atinge a altura máxima em vy = 0 → 0 = 30 – 10 · t → t = 3 s. (g = 10 m/s2)
A posição vertical será → y = 30 · 3 – 5 · 32 = 90 – 45 = 45 m.
No instante em que a bola 1 atinge a altura máxima, ela está na posição
(0;45) m.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 337


FÍSICA I
Assunto 3

04 O canhão da figura dispara um projétil com velocidade inicial de módulo 09 (AFA) Dois projéteis A e B são lançados obliquamente em relação
igual a v0, atingindo um alvo estacionário situado em P: à horizontal. Sabendo que ambos permanecem no ar durante o mesmo
intervalo de tempo e que o alcance de B é maior que o alcance de A,
P
afirma-se:
I. Ambos atingem a mesma altura máxima.
II. A velocidade inicial de B é maior que a de A.
V0 300 m III. A maior altura é atingida por A, que foi lançado com maior velocidade.

É(são) verdadeira(s) apenas:


45°

400 m
(A) I.
(B) II.
Desprezando influências do ar e supondo g = 10 m/s2, determine o valor
(C) III.
de v0.
(D) I e II.
05 A figura a seguir mostra a fotografia estroboscópica de uma bolinha
10 (AFA) Um audacioso motociclista deseja saltar de uma rampa de 4 m
lançada horizontalmente, nas proximidades da Terra.
de altura e inclinação 30° e passar sobre um muro (altura igual a 34 m) que
está localizado a 50 3 m do final da rampa. Para conseguir o desejado,
a a velocidade mínima 2da moto no final da rampa deverá ser igual a:

c d

Sendo a = 1 m e c = 4 m, calcule b e d.
50 3
06 Dois projéteis A e B são lançados obliquamente, descrevendo as 4m
30
trajetórias parabólicas representadas na figura:
obs.: o desenho está fora de escala.
A P (A) 144 km/h.
B (B) 72 km/h.
h (C) 180 km/h.
O (D) 50 km/h.

Solo plano e horizontal 11 (AFA) A figura abaixo representa as trajetórias de dois projéteis A e B
lançados no mesmo instante em um local onde o campo gravitacional é
Sabendo que ambos partiram do ponto O com velocidade de mesmo módulo constante e a resistência do ar é desprezível.
v0, compare os módulos das velocidades com que A e B passam pelo ponto P.

07 (AFA) Duas armas são disparadas simultaneamente, na horizontal, de


uma mesma altura. Sabendo que os projéteis possuem diferentes massas
e desprezando a resistência do ar, pode-se afirmar que: trajetória de A

trajetória de B
(A) a bala mais pesada atinge o solo em um tempo menor.
(B) o tempo de queda das balas é o mesmo. P
(C) a bala que foi disparada com maior velocidade atinge o solo em um
tempo maior.
(D) nada se pode dizer a respeito do tempo de queda, porque não se sabe
qual das armas é mais possante.
Ao passar pelo ponto P, ponto comum de suas trajetórias, os projéteis
08 (AFA) Durante um jogo de basquetebol, um jogador arremessa a bola possuíam a mesma:
com velocidade inicial de 10 m/s formando um ângulo de 30° acima da
(A) velocidade tangencial.
horizontal. Sabendo que a altura do cesto é 3,05 m e que o lançamento foi
(B) velocidade horizontal.
feito de uma altura de 2 m, a distância horizontal, em metros, do jogador
(C) aceleração centrípeta.
ao cesto, para que ele consiga fazer os pontos sem o auxílio da tabela,
(D) aceleração resultante.
deverá ser aproximadamente:

(A) 2,02. (C) 6,09.


(B) 4,00. (D) 7,05.

338 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Lançamento oblíquo FÍSICA I
Assunto 3

 03 (AFA) Duas esteiras mantêm movimentos uniformes e sincronizados de
12 (AFA) Um canhão dispara projéteis com velocidade v o . Desprezando-se
forma que bolinhas sucessivamente abandonadas em uma delas atingem
os efeitos do ar e adotando-se g como módulo do vetor aceleração da
ordenadamente recipientes conduzidos pela outra. Cada bolinha atinge o
gravidade, pode-se afirmar que a altura máxima atingida pelo projétil,
recipiente no instante em que a seguinte é abandonada. Sabe-se que a
quando o alcance horizontal for máximo, é:
velocidade da esteira superior é v e que o espaçamento das bolinhas é a
metade da distância d. Sendo g a aceleração da gravidade local, a altura
v2
(A) . h entre as esferas e a solo vale:
4g
v
2
v0
(B) .
4g

h
(C) 2v 0 .
g
d

v0 2
(D) . (A) g d .
2g v
8  
2
g d
(B) .
2  v 
01 (AFA) Considere uma partícula M lançada verticalmente para cima com
uma velocidade de 30 m/s. No mesmo instante, uma outra partícula N é d
(C) g .
lançada horizontalmente de um ponto situado a 120 m do solo. Sabe-se v
que elas se chocarão em um ponto Q, conforme a figura. Desprezando
gd
os efeitos do ar, a altura do ponto Q é: (D) .
2v
N
04 Um objeto é lançado obliquamente ao ar com ângulo de lançamento θ.
Sabendo-se que o alcance máximo foi 122,5 m, qual a sua velocidade
Q inicial de lançamento, em m/s?
(Considere g = 10 m/s2)
120 m
(A) 10.
(B) 12,5.
(C) 35.
(D) 49,5.
M
05 Em uma região plana, um projétil é lançado do solo para cima, com
velocidade de 400 m/s, em uma direção que faz 60° com a horizontal.
Calcule a razão entre a distância do ponto de lançamento até o ponto no
(A) 80 m. qual o projétil atinge novamente o solo e a altura máxima por ele alcançada.
(B) 60 m.
(C) 40 m. 06 Um projétil é lançado contra um anteparo vertical situado a 20 m do
(D) 15 m. ponto de lançamento. Despreze a resistência do ar. Se esse lançamento
é feito com uma velocidade inicial de 20 m/s em uma direção que faz
02 (AFA) Um projétil é disparado com velocidade de 250 m/s em uma um ângulo de 60º com a horizontal, a altura aproximada do ponto onde o
direção que faz um ângulo θ com a horizontal. Após um intervalo de tempo, projétil se choca com o anteparo, em metros, é:
o projétil choca-se com um obstáculo a 5.250 m do ponto de disparo. (Dados: tan 60° ≈ 1,7; g = 10 m/s²)
Desprezando-se a resistência do ar e considerando-se g = 10 m/s2,
sen θ = 0,7, a velocidade do projétil, em m/s, no instante do choque é: y
anteparo
(A) 125.
(B) 175.
(C) 215. 
(D) 250. v0
h
60°
x
20m

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 339


FÍSICA I
Assunto 3

(A) 7,0. (D) 19. 10 Um avião de bombardeio voa horizontalmente em linha reta, à altura

(B) 11. (E) 23. H, com velocidade v . Desprezando influências do ar no movimento da
(C) 14. bomba, determine o ângulo θ no momento da largada da bomba para que
ela atinja o alvo. (Dado: g = aceleração da gravidade.)
07 Uma par tícula, de massa m = 40,0 gramas e carga elétrica →
q = 8,0 mC, encontra-se inicialmente fixa na origem do sistema coordenado v
XOY (veja figura abaixo). Na região, existe um campo elétrico uniforme Trajetória parabólica

E = 100 ⋅ i( N / C). A partícula é solta e passa a se mover na presença dos θ

campos elétrico e gravitacional  g = 10, 0 j (m/s ) . No instante em que
2

a coordenada x = 40,0 cm, a energia cinética da partícula, em joule, é: H

Linha de visada
(m, +q)
x Alvo

o Solo
11 (IME) Um míssil, viajando paralelamente à superfície da Terra com
uma velocidade de 180 m/s, passa sobre um canhão à altura de 4.800
m no exato momento em que seu combustível acaba. Nesse instante, o
canhão dispara a 45° e atinge o míssil. O canhão está no topo de uma
colina de 300 m de altura.
y

(A) 30.0 · 10–2.


(B) 40,0 · 10–2.
(C) 47,0 · 10–2. 45°
(D) 35,0 · 10–2. 4.800 m
(E) 45,0 · 10–2.
300 m

08 Uma bola rola do alto de uma escada com velocidade horizontal de solo
módulo v0 = 4 m/s. Cada degrau mede 50 cm de profundidade e 50 cm
de altura. Sabendo a aceleração local da gravidade g = 10 m/s2, determine a altura
V0 da posição de encontro do míssil com a bala do canhão, em relação ao
solo. Despreze a resistência do ar.
1o degrau
12 (ITA) Duas placas paralelas, de comprimento , estão carregadas e
50 cm servem como controladoras de elétrons em um tubo de raios catódicos. A
50 cm distância das placas até a tela do tubo é L. Um feixe de elétrons de massa m
g = 10 m/s2 e carga e penetra entre as placas com uma velocidade v0, como mostra
a figura.
45°  L

Desprezando influências do ar, determine que degrau a bola tocará primeiro.

09 Se um pequeno furo for feito na parede vertical de um reservatório que


contenha um líquido ideal (sem viscosidade), um filete de líquido escoará
vo
pelo furo e sua velocidade inicial terá intensidade v = 2 gh . Considere
o movimento do fluido como o de um projétil lançado no vácuo, desde o d

furo, com velocidade v .

Qual é o campo elétrico entre as placas se o deslocamento do feixe na



h v tela do tubo é igual a d?

H 13 (UNICAMP) O famoso salto duplo twist carpado de Daiane dos Santos


foi analisado durante um dia de treinamento no Centro Olímpico, em
F G Curitiba, por meio de sensores e filmagens que permitiram reproduzir a
trajetória do centro de gravidade de Daiane na direção vertical (em metros),
assim como o tempo de duração do salto.
Se desejarmos que o filete incida em um ponto G o mais afastado possível
de F, a que profundidade h o furo deve ser feito?

340 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Lançamento oblíquo FÍSICA I
Assunto 3

2 18 (ITA) O módulo v1 da velocidade de um projétil no seu ponto de altura


1.8 6
máxima é do valor da velocidade v2 no ponto em que a altura é metade
1.6 7
deslocamento vertical (m)

da altura máxima. Obtenha o cosseno do ângulo de lançamento formado


1.4
1.2 com a horizontal.
1
19 Dois foguetes são lançados simultaneamente das posições 1 e 2,
0.8 situados a uma distância de 2.000 m, como mostra a figura. O foguete em 1
0.6 é lançado a 45° com a horizontal e o foguete em 2 é lançado verticalmente
0.4 com velocidade inicial de 200 m/s.
0.2
0 200 m/s
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1
45º
tempo (s)

1 2
De acordo com o gráfico, determine:
2.000 m
a. a altura máxima atingida pelo centro de gravidade de Daiane; Determine:
b. a velocidade média horizontal do salto, sabendo-se que a distância
percorrida nessa direção é de 1,3 m; a. a velocidade inicial do foguete em 1 para que intercepte o segundo;
c. a velocidade vertical de saída do solo. b. quanto tempo após o lançamento ocorre o encontro dos dois foguetes.;
c. a que altura ocorre o encontro. Dado: aceleração da gravidade = 10 m/s².
14 (ITA) Durante as Olimpíadas de 1968, na cidade do México, Bob
Beamow bateu o recorde de salto em distância, cobrindo 8,9 m de 20 Uma partícula no solo a 3 m de uma parede é lançada com velocidade
^ ^

extensão. Suponha que, durante o salto, o centro de gravidade do atleta 6i + 8j e colide elasticamente com essa parede. A que distância da parede
teve sua altura variando de 1,0 m no início, chegando ao máximo de 2,0 ela se chocará com o solo?
m e terminando a 0,20 m no fim do salto. Desprezando o atrito com o ar,
(A) 3 m.
qual a componente horizontal da velocidade inicial do salto?
(B) 3,3 m.
(C) 5,5 m.
15 Um garoto está 4 m à frente de uma parede vertical e lança uma bola.
(D) 6,6 m.
A bola →deixa a mão do garoto a uma altura de 2 m do solo com velocidade
^ (E) 8 m.
inicial v = 10î + 10 j m/s. Quando a bola bate na parede, a componente
horizontal do vetor velocidade troca de sentido e a vertical permanece
21 Uma bola de gude rola do topo de uma escada com velocidade
inalterada. Onde a bola atinge o solo?
horizontal constante u. Se cada degrau tem altura y e comprimento x, qual
a condição para que a bola se choque com o n-ésimo degrau?
16 Calcule o raio de curvatura da trajetória de um projétil que foi lançado
com velocidade inicial Vo formando um ângulo α com a horizontal nos
seguintes casos:

a. no ponto mais alto da trajetória;


b. no instante de lançamento;
c. em um instante genérico t após o lançamento.

17 (IME) Um motociclista movimenta sua motocicleta e sobe a rampa de


inclinação da figura. Determine, em função de g, α, H e D, o menor valor
da velocidade que o motociclista deve ter em A para chegar a B.
Nota: Considere o conjunto motociclista-motocicleta como uma partícula.
Despreze a resistência do ar.

A
H
B
α

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 341


FÍSICA I
Assunto 3

342 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


FÍSICA II ASSUNTO

Termometria
1
1. Noções iniciais

©iStockphoto.com/s-dmit
A termometria é a parte da termologia que se preocupa em medir a
temperatura de corpos e sistemas, segundo escalas termométricas, as
quais serão apresentadas neste capítulo.

• Temperatura: é uma grandeza física que mede o estado de agitação


das partículas de um corpo, caracterizando seu estado térmico.
Várias propriedades de um corpo variam com a temperatura.
• Calor: é uma modalidade de energia transmitida de um corpo para
outro, quando existe entre eles uma diferença de temperatura.
Em outras palavras, calor é energia em trânsito.
• Equilíbrio térmico: em um contato entre dois corpos a
diferentes temperaturas, aquele exposto à maior fornece calor
ao de menor, em um fenômeno que se prossegue até que, em
um cer to instante, as duas temperaturas se tornam iguais. O dispositivo muda sua resistência com a alteração da temperatura.
Nesse instante, ambas tornam-se iguais. Em tal momento, diz-se que Um computador ou outro circuito mede a resistência e a converte em
cessou a transferência de calor e que os corpos se encontram em temperatura, tanto para exibi-la quanto para decidir se liga ou desliga
equilíbrio térmico. alguma coisa (este assunto será mais profundamente estudado
em resistores).

2. Lei zero da termodinâmica 3.1.3 Termômetro de lâmina bimetálica


Quando dois corpos estão, separadamente, em equilíbrio com um
terceiro, estão em equilíbrio entre si, ou seja, o equilíbrio térmico é –0 hélice
caracterizado pelas mesmas condições de temperatura.

3. Medida da temperatura

3.1 Termômetros
ácido
Instrumentos de medição de temperatura.

3.1.1 Termômetro de mercúrio laton


©iStockphoto.com/Talaj

Composto por duas lâminas metálicas unidas rigidamente que, ao


serem aquecidas ou esfriadas, dilatam-se e, devido aos materiais serem
de diferentes coeficientes de dilatação, gira informando a temperatura do
corpo (este assunto será mais profundamente estudado em dilatações).

3.1.4 Termômetro meteorológico


álcool vazio
máxima
minima

parcial

0 150

50 50

índice mercúrio
150 0

O mais conhecido. É muito utilizado para medir a temperatura do


corpo humano. Termômetro de máxima e mínima temperaturas

3.1.2 Termômetro eletrônico Mede a temperatura do ambiente informando a temperatura máxima


e mínima.
É bastante comum medir a temperatura com componentes eletrônicos.
O sensor mais comum é um termorresistor (ou termistor).

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 343


FÍSICA II
Assunto 1

3.1.5 Termômetro de radiação um gás de modo que seu volume permanece constante. A pressão do gás
no bulbo pode ser obtida a partir da medição da diferença de nível, nos

©iStockphoto.com/ivansmuk
dois braços do manômetro. Esses termômetros, devido a sua precisão,
são muitas vezes utilizados para calibrar outros de mesma caracteristica.

3.2 Substância termométrica


Substância utilizada no termômetro para indicar a temperatura.
Ex.: Mercúrio, álcool, tolueno, fio de platina, etc.

3.3 Propriedade termométrica


Propriedade física da substância termométrica que permite indicar a
temperatura.
Ex.: Dilatação, cor, resistência, radiação, etc.

3.4 Pontos fixos


Estados térmicos bem definidos utilizados como referência na
Mede a temperatura por ondas eletromagnéticas. Usado a uma grande calibração dos termômetros.
distância e sem contato. Ex.: Ponto de fusão, ponto de ebulição, ponto triplo, etc.

3.1.6 Pirômetro óptico


4. Escalas termométricas
Disponível em: <www.taringa.net>

A escala Celsius é a mais utilizada no Brasil, entretanto, muitos países


não a utilizam. Devido a esse fato, surge a necessidade de se estabelecer
uma relação de correspondência. Para isso, partimos dos pontos fixos
das escalas, estabelecendo uma correspondência física, ou seja, o mesmo
grau de agitação molecular corresponde à mesma temperatura em duas
dessas, ainda que seus valores numéricos sejam diferentes. Para isso,
vejamos como se dá tal correspondência em escalas quaisquer:

2 • Ponto
X2 Y2

Emite radiação térmica relacionado-a com a temperatura para efetuar


a medição de temperatura do corpo. Utilizado para medir a temperatura X Y
do fogo (plasma).

3.1.7 Termômetro de gás 1 • Ponto X1 Y1

escala Escala X Escala Y


capilar

h Para que seja realizado, basta efetuar uma interpolação linear entre as
R temperaturas em diferentes escalas, ou seja, as razões entre segmentos
equivalentes nas duas é igual, de maneira que:

sistema X − X1 Y − Y1
=
X2 − X1 Y2 − Y1
bulbo
com
gás
Em que X1, X2, Y1 e Y2 são os pontos fixos nas escalas X e Y,
tubo respectivamente.
flexível
Nas habituais, conhecemos os pontos fixos, portanto:
O termômetro de gás ou de volume constante, mede a temperatura pela
variação do volume e da pressão de um gás. É constituído por um bulbo
ligado por um tubo capilar de um manômetro. O bulbo é preenchido com

344 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Termometria FÍSICA II
Assunto 1

°C °F K Solução: Letra D.
Utilizaremos a equação termométrica das escalas Celsius e Fahenheit:
100 212 373,15 C F − 32 9C
= ⇒F= + 32
5 9 5
Do enunciado, temos:
e
C e
F T
|C| = |F|
9C
C = + 32 ⇒
5
32 273,15 9C
0 
C = 5 + 32 ⇒ 5C = 9C + 160 ⇒ C = −40

−C = 9C + 32 ⇒ −5C = 9C + 160 ⇒ C = 11,, 4
Realizando a interpolação:  5

C−0 F − 32 K − 273,15
= = 02 Um cientista criou uma escala termométrica D que adota como pontos
100 − 0 212 − 32 373,15 − 273,15
fixos de ebulição do álcool (78°C) e o de ebulição do éter (34°C). O gráfico
a seguir relaciona essa escala D com Celsius.
Simplificando:
C F − 32 K − 273
= = tc (°C)
5 9 5
78

5. Escala absoluta Kelvin


Depois de James Prescott Joule ter determinado o equivalente 34
mecânico do calor, Lorde Kelvin abordou o problema de um ponto de
vista completamente diferente e, em 1848, inventou uma escala de
temperatura absoluta que não dependia das propriedades da substância 0 80 td (°D)
e era baseada somente nas leis fundamentais da termodinâmica. Ele
baseou-se no princípio de que sua escala fosse construída com o zero A temperatura de ebulição da água vale, em °D:
em –273,15°C (–459,67°F) fazendo uma extrapolação numérica utilizando
um termômetro a gás. (A) 44. (D) 120.
O zero absoluto não pode ser atingido, porém é possível chegar a (B) 86. (E) 160.
temperaturas muito próximas dele com o uso de refrigeradores criogênicos (C) 112.
e desmagnetização adiabática nuclear. O uso de resfriamento a laser já
produziu temperaturas na ordem de bilionésimos de Kelvin. Em temperaturas Solução: Letra D.
extremamente baixas, nas vizinhanças do zero absoluto, a matéria exibe Resolveremos por semelhança de triângulos. Na figura a seguir escolhemos
muitas propriedades extraordinárias, incluindo a supercondutividade um ponto qualquer do gráfico. A partir dele identificamos dois triângulos
(quando a matéria não exibe resistência elétrica), a superfluidez (quando semelhantes.
a viscosidade de um fluido é zero) e a Condensação de Bose-Einstein.
Até 2004, a temperatura mais baixa para um condensado Bose-Einstein tc (°C)
era de 450 pK, ou 45 K, obtida por Wolfgang Ketterle e colegas do MIT.
A mínima já atingida de 100 pK, durante uma experiência de ordenação
magnética nuclear em 1999 no Laboratório de Baixas Temperaturas da 78
Universidade de Tecnologia de Helsinque. tc

34

01 Mediu-se a temperatura de um corpo com dois termômetros: um


graduado na escala Celsius e outro, na escala Fahrenheit. Verificou-se 0 td
80
td (°D)
que as indicações nas duas escalas eram iguais em valor absoluto. Um
possível valor para a temperatura do corpo, na escala Celsius, é: Fazendo a proporção dos lados homólogos, temos:
tc − 34 td
(A) –25. =
78 − 34 80
(B) –11,4.
Para o ponto de ebulição da água tc = 100°C
(C) 6,0. 100 − 34 td
(D) 11,4. = ⇒ td = 120
78 − 34 80
(E) 40.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 345


FÍSICA II
Assunto 1

03 Ao nível do mar, mediante os termômetros, um graduado da escala 03 Um termômetro graduado em uma escala X indica 10ºX para o ponto
Celsius e outro, na escala Fahrenheit, determinamos a temperatura de certa de gelo e 90°X para o ponto de vapor. Quando o termômetro construído
massa de água líquida. A diferença entre as leituras dos dois termômetros com a tal escala X indica 25°X, a temperatura em °C será igual a:
é 100. Qual a temperatura dessa massa de água na escala Kelvin?
(A) 9,51. (C) 25,51.
Solução: (B) 18,75. (D) 32,75.
Utilizaremos a equação termométrica das escalas Celsius e Fahrenheit.
C F − 32 9C 04 (ITA) Para medir a febre de pacientes, um estudante de medicina
= ⇒F= + 32 criou sua própria escala linear de temperaturas. Nessa nova escala, os
5 9 5
valores de 0 (zero) e 10 (dez) correspondem respectivamente a 37°C
Como a água está líquida, a temperatura em Fahrenheit será maior que a
e 40°C. A temperatura de mesmo valor numérico em ambas escalas é
Celsius, logo, do enunciado temos que: F – C = 100
aproximadamente:
9C
Substituindo, temos: + 32 − C = 100 ⇒ C = 85 (A) 52,9°C. (D) –8,5°C.
5
(B) 28,5°C. (E) –28,5°C.
Da relação entre Celsius e Kelvin, temos: (C) 74,3°C.
K = C + 273
K = 358 K 05 Pode-se medir a temperatura com um termômetro de mercúrio. Neste,
a grandeza termométrica é o comprimento l de uma coluna capilar, medida
04 Em uma escala termométrica arbitrária A, a temperatura de fusão do a partir de uma origem comum. Verifica-se que l = 2,34 cm quando o
gelo sob pressão normal é 20 A e a temperatura de 70 A equivale a 176, termômetro está em equilíbrio térmico com o gelo em fusão, e l = 12,34 cm
na escala Fahrenheit. Nessas condições, a temperatura de 40°C equivale, quando o equilíbrio térmico é com a água em ebulição (em um ambiente
na escala A, a: em que a pressão atmosférica é de 1 atm).

(A) 45. Calcule:


(B) 40.
(C) 35. a. o comprimento da coluna de mercúrio, quando a temperatura é
(D) 30. θ = 25°C;
(E) 25. b. a temperatura do ambiente, quando l = 8,84 cm.

Solução: Letra A. 06 O gráfico a seguir indica a temperatura t e a altura h da coluna de


Podemos determinar a função termométrica entre a escala A e a Fahrenheit: mercúrio registradas em um termômetro:
A − 20 F − 32
=
70 − 20 176 − 32 t (°C)
80
Para calcular o valor na escala A de 40°C, devemos primeiramente
transformá-lo em °F:

C F − 32 40 F − 32
= → = → F = 104
5 9 5 9

Substituindo na função acima, teremos:


0 20 100 h (mm)
A − 20 104 − 32
= → A = 45
70 − 20 176 − 32 Qual é a equação termométrica desse termômetro?

07 Nos automóveis com motor refrigerado a água utiliza-se um


termômetro que opera com tensão de vapor, isto é, a pressão exercida
pelo vapor de água determina o valor da temperatura desse líquido. Para
01 (AFA) Um termômetro mal graduado assinala, nos pontos fixos usuais, temperaturas entre 45º e 130º, pode-se admitir que vale a seguinte relação:
respectivamente, –1ºC e 101ºC. A temperatura na qual o termômetro não θc = k ⋅ p − 39 , em que p é a pressão de vapor expressa na unidade
precisa de correção é: atmosfera(atm).
Usando o enunciado e seus conhecimentos de física, determine:
(A) 49. (C) 51.
(B) 50. (D) 52. a. o valor da constante k, para uma temperatura de 89ºC para a água
quando a pressão de vapor vale 1,28 atm.
02 (ITA) Um pesquisador achou conveniente construir uma escala
termométrica (escala P) com base nas temperaturas de fusão e ebulição b. o valor da temperatura da água quando a pressão de vapor registrar
do álcool etílico, tomadas como pontos zero e cem da sua escala. 1,20 atm.
Acontece que na escala Celsius aqueles dois pontos externos da escala do c. a pressão de vapor da água quando a água estiver a 101°C.
pesquisador têm valores –118°C e 78°C. Ao usar o seu termômetro para d. o intervalo de pressão do vapor para o qual a equação é válida.
medir a temperatura de uma pessoa com febre, o pesquisador encontrou
80 graus P. Calcule a temperatura da pessoa doente em graus Celsius (°C).

346 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Termometria FÍSICA II
Assunto 1

08 (UFMS) Ao realizar experimentos, biólogos observaram que a taxa 11 (ITA SP) Para medir a febre de pacientes, um estudante de medicina
de canto dos grilos de uma determinada espécie estava relacionada com criou sua própria escala linear de temperatura. Nessa nova escala,
a temperatura ambiente de uma maneira que poderia ser considerada os valores de 0 (zero) a 10 (dez) correspondem, respectivamente, a
linear. Experiências mostraram que, a uma temperatura de 21°C, os grilos 37°C e 40°C. A temperatura de mesmo valor numérico em ambas é
cantavam, em média, 120 vezes por minuto; e, a uma temperatura de 26°C, aproximadamente:
os grilos cantavam, em média, 180 vezes por minuto. Considerando T a
temperatura em graus Celsius e n o número de vezes que os grilos cantavam (A) 52,9°C.
por minuto, podemos representar a relação entre T e n pelo gráfico abaixo. (B) 28,5°C.
Supondo que os insetos estivessem cantando, em média, 156 vezes por (C) 74,3°C.
minuto, de acordo com o modelo sugerido nesta questão, estima-se que (D) –8,5°C.
a temperatura deveria ser igual a: (E) –28,5°C.

01 (EsPCEx) Um cientista dispõe de um termômetro de mercúrio com


26 a escala totalmente ilegível. Desejando medir a temperatura de uma
substância X, ele adotou o seguinte procedimento: sob a condição de
21 pressão normal (1 atm), mergulhou o termômetro na água em ebulição
e observou que a coluna de mercúrio atingiu o comprimento de 10 cm;
posteriormente, colocando-o em gelo fundente, o comprimento da coluna
de mercúrio passou a ser de 2 cm. Após esse procedimento, pôs o objeto
em contato com a substância X e encontrou o comprimento de 5,2 cm.
Com base nessas informações, a temperatura da substância X medida
120 180 n pelo cientista, em graus Celsius, é de:

(A) 21,5°C. (D) 24°C. (A) 65°C.


(B) 22°C. (E) 25,5°C. (B) 52°C.
(C) 23°C. (C) 48°C.
(D) 40°C.
09 (UFF) Um turista brasileiro, ao desembarcar no aeroporto de Chicago, (E) 32°C.
observou que o valor da temperatura lá indicado, em °F, era um quinto do
valor correspondente em °C. 02 (UFPA) Em um certo instante, a temperatura de um corpo, medida na
O valor observado foi: escala Kelvin, foi de 300 K. Após decorrido um certo tempo, mediu-se a
temperatura desse mesmo corpo e o termômetro indicou 68ºF. Qual foi a
(A) –2°F. (D) 0°F. variação de temperatura sofrida pelo corpo, medida na escala Celsius?
(B) 2°F. (E) –4°F.
(C) 4°F. 03 Dois termômetros de mercúrio, um graduado na escala Celsius e
o outro na Fahrenheit, são mergulhados em um mesmo líquido. Após
10 (UNIFESP) Quando se mede a temperatura do corpo humano com um o equilíbrio térmico, nota-se que os valores numéricos indicados, se
termômetro clínico de mercúrio em vidro, procura-se colocar seu bulbo somados, são superados em 60 unidades pelo somatório das indicações
do termômetro em contato direto com regiões mais próximas do interior nos pontos do gelo e do vapor dessas escalas (Celsius e Fahrenheit).
do corpo e manter o termômetro assim durante algum tempo, antes de Quanto marca cada termômetro?
fazer a leitura.
04 (ESPCEX) Comparando-se a escala Z com a escala C (Celsius) de dois
Esses dois procedimentos são necessários porque: termômetros, obteve-se o gráfico abaixo, que mostra a correspondência
entre essas duas escalas. Quando o termômetro graduado em °C estiver
(A) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois registrando 90, o graduado em °Z estará registrando:
corpos e porque demanda sempre algum tempo para que a troca de
calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive. °Z
90
(B) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura
interna do corpo, e porque demanda sempre algum tempo para que
a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive. 0
(C) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois 50 °C
corpos e porque é preciso evitar a interferência do calor específico –10
médio do corpo humano.
(D) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura (A) 100.
interna do corpo, e porque o calor específico médio do corpo humano (B) 120.
é muito menor que o do mercúrio e do vidro. (C) 150.
(E) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois (D) 170.
corpos e porque é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que (E) 200.
regula a temperatura interna do corpo.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 347


FÍSICA II
Assunto 1

05 Uma escala termométrica X foi definida tomando-se o ponto de 08 Gradua-se um termômetro, tomando-se para pontos fixos o de ebulição
ebulição de uma substância, cuja temperatura é de 127°C, como do álcool, suposto 80ºC, e o de ebulição da água. No ponto de ebulição do
100°X, e o zero absoluto como –100°X. A temperatura de 20°X álcool marca-se 0 grau e no da água marca-se 100 graus. A temperatura
corresponderá, na escala Kelvin, a que valor? na escala Celsius que corresponde a 70º dessa nova escala é:

06 A figura mostra três termômetros cujas escalas se relacionam de (A) 70. (C) –50.
acordo com a ilustração a seguir. Colocando-os em um mesmo meio, se (B) 94. (D) 100.
o termômetro A indicar 60°A, qual será a razão entre as correspondentes
indicações em B e C? 09 (UEL) O gráfico indicado a seguir representa a relação entre a
A B C temperatura média em uma escala X e a mesma temperatura medida na
escala Celsius.
80 100 212 t( °X)

25
0 0 32 20
15
10
5 t(°C)
10 20 30
07 Dois termômetros, o primeiro graduado na escala Celsius e o segundo 0
em uma nova escala recentemente criada e ainda sem nome, foram usados –5
para se medir as temperaturas dos líquidos contidos em dois recipientes. –10
Ao serem utilizados, o graduado na nova escala registrou um valor duas
vezes maior que o graduado na escala Celsius no primeiro recipiente, e
três vezes no segundo (mais quente). Para a variação de 1,0°C, que intervalo vamos observar na escala X?
Se as diferenças de temperatura observadas nos dois líquidos foram de
50 graus em Celsius e de 200 graus na nova escala, a temperatura do
ponto de gelo nessa nova é de:

(A) 100°N. (D) – 50°N.


(B) 50°N. (E) –100°N.
(C) 0°N.

348 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


FÍSICA II ASSUNTO

Dilatação
2
1. Introdução 2. Dilatação linear

Disponível em: www.coladaweb.com


Sabe-se que a temperatura é uma medida de agitação molecular. Logo,
se aumentarmos, por exemplo, a temperatura de um corpo, a agitação
de suas moléculas aumentará, com isso elas se afastarão, fazendo com
que aquele corpo ocupe um espaço maior. Na verdade, o que acontece é
que as moléculas se afastam mais do que se aproximam, pois a força de
repulsão aumenta a uma taxa maior que a de atração. (Veja gráfico a seguir.)

∆L = LO a ∆T
repulsão atração
Em que:
∆L → variação do comprimento (∆L = L – Lo);
A dilatação térmica é o fenômeno que um corpo apresenta ao variar
suas dimensões geométricas quando sua temperatura se modifica, sendo, Lo → comprimento inicial;
inclusive, esse o fenômeno usado para a construção de termômetros de L → comprimento final (L = Lo + ∆L); αFe = 13 ⋅ 10−6 °C−1;
 −6 −1
coluna líquida. a → coeficiente de dilatação linear α Cu = 16 ⋅ 10 °C ;
Dependendo da quantidade de dimensões variantes, a dilatação térmica  −6 −1
α vidro =8 ⋅ 10 °C ;
é classificada em linear, superficial ou volumétrica.
∆T → variação de temperatura (∆T = T – To).
• Dilatação linear: apenas uma dimensão varia. Por exemplo: uma barra
de ferro cujo comprimento aumenta quando aquecida. Podemos também obter uma expressão para o comprimento final L:
• Dilatação superficial: apenas duas dimensões variam. Lembrando ∆L = L – Lo = Lo a ∆T
que duas dimensões podem representar uma área, pode-se dizer que a L = Lo + Lo a ∆T
dilatação superficial provoca uma variação de uma área. Por exemplo:
uma chapa de aço que tem sua área aumentada quando aquecida.
• Dilatação volumétrica: as três dimensões do corpo variam. Lembrando L = Lo (1+ a ∆T)
que três dimensões podem representar volume, pode-se dizer que a
dilatação volumétrica provoca uma variação de volume. Por exemplo:
um bloco de cobre tem seu volume aumentado quando aquecido. 3. Dilatação superficial
©iStockphoto.com/DavidHewison

Obs.:
• A rigor, toda dilatação tem caráter volumétrico. No entanto, há casos
em que alguma dimensão é tão maior que outra que a dilatação da
segunda é desprezível se comparada à primeira, caracterizando, assim,
a dilatação linear (apenas uma dilatação é considerável) e a superficial
(apenas duas dilatações saõ consideráveis).
• O oposto à dilatação térmica é a contração térmica. Quando um corpo
sofre um decréscimo de temperatura, suas dimensões se contraem.

∆A = Ao b ∆T

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 349


FÍSICA II
Assunto 2

Em que: 5. Relação entre os coeficientes α, β e γ


∆A → variação da área (∆A = A – Ao);
Seja uma placa de dimensões ao e bo.
Ao → área inicial;
A → área final (A = Ao + ∆A); βFe = 26 ⋅ 10−6 °C−1;
 ao
−6 −1
b → coeficiente de dilatação superficial βCu = 32 ⋅ 10 °C ;
 −6 −1
βvidro = 16 ⋅ 10 °C ;
bo
∆T → variação de temperatura (∆T = T – To).

Pode-se obter também uma expressão para a área final A:


∆A = A – Ao = AO b ∆T
Sua área inicial é Ao = aobo. (I)
A = Ao + Ao b ∆T
Ao sofrer uma variação de temperatura ∆T, as dimensões tornam-se
aeb
A = Ao (1+ b ∆T)
a

4. Dilatação volumétrica b
©iStockphoto.com/jax10289

Sua área final é A = ab. (II)


Aplicando-se a dilatação superficial, temos:
A = Ao (1+ β ∆T) (III).
Tomando-se um filete da placa de largura muito pequena nas direções
vertical e horizontal:

b
b0

a0 a

∆V = VO γ ∆T Aplicando-se a dilatação linear nesses filetes, temos:


a = ao (1+α ∆T)
Em que: b = bo (1+ α ∆T) (IV).
∆V → variação do volume (∆V = V – Vo);
Vo → volume inicial; Substituindo as equações (III) e (IV) na equação (II), temos:
V → volume final (V = Vo + ∆V);  γ Fe = 39 ⋅ 10−6 ºC−1; Ao (1+ β ∆T) = ao (1+ α ∆T) bo (1+ α ∆T).
 −6 −1
γ → coeficiente de dilatação volumétrica  γ Cu = 48 ⋅ 10 ºC ;
 −6 −1 Substituindo a equação (I) e simplificando:
 γ vidro = 24 ⋅ 10 ºC ;
1+β ∆T = (1+ α ∆T)(1+ α ∆T)
∆T → variação de temperatura (∆T = T – To)
1+ β ∆T = 1+ 2α ∆T + α2 ∆T2
Pode-se obter também uma expressão para o volume final V: β = 2α + α2 ∆T.
∆V = V – Vo = VO γ ∆T
V = Vo + Vo γ ∆T Como os coeficientes são da ordem de 10–6, podemos desprezar o
segundo termo da 2a parcela e, assim, obtemos a relação entre α e β.
V= Vo (1+ γ ∆T)
β=2α

350 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Dilatação FÍSICA II
Assunto 2

Utilizando o mesmo artifício na dilatação de um sólido de dimensões Aplicando as fórmulas de variação de volume, temos:
ao, bo e co, chegamos à relação entre α e γ: Vo ∙ gaparente ∙ Dq = Vo ∙ glíquido ∙ Dq – Vo ∙ grecipiente ∙ Dq
Dividindo a expressão acima por Vo ∙ Dq, temos:
γ = 3α
gaparente= glíquido – grecipiente
Resumindo:
Atenção: A expressão acima só é válida quando os volumes iniciais são
α β γ iguais.
= =
1 2 3
8. Variação da massa específica
de uma substância
6. Comportamento dos espaços vazios m
Massa específica ou densidade absoluta: ρ =
Verifica-se experimentalmente que os furos de chapas ou buracos V
em sólidos, como, vai, o espaço de dentro de um copo, comportam-se Seja um corpo feito de uma substância cuja massa específica é ρo.
como se esse espaço fosse feito do próprio material. Ou seja, ao se aplicar Isso significa que se esse corpo tem um volume inicial Vo, sua massa m
a dilatação volumétrica em uma chapa com um furo, tal furo aumentar de será dada por:
tamanho como se fosse feito do material da chapa.
m = ρoVo

Após uma variação de temperatura ∆T, seu volume será:


V = Vo(1 + γ∆T).
Como a massa não varia,
ρoVo = ρ V = ρ Vo(1 + γ∆T).
No caso de um copo, por exemplo, utiliza-se seu volume interno (parte A nova massa específica dessa substância será:
vazia) como parâmetro para dilatação, visto que esse é muito maior que
o volume de vidro.
ρo
ρ=
1 + γ∆T
7. Dilatação de líquidos
Nos líquidos, aplicamos, em geral, a dilatação volumétrica. Porém,
como os líquidos estão sempre acondicionados em recipientes, e estes 9. Comportamento anômalo da água
também dilatam, deve-se ficar atento para não se esquecer de considerar a
sua dilatação quando pertinente. densidade
Um caso bastante comum é um recipiente completamente cheio de um
líquido, cujo coeficiente é maior que o do recipiente. Nesse caso, ocorrerá água
derramamento do líquido.
Experimentalmente, surge daí um novo coeficiente de dilatação
volumétrico, o aparente.
Esse coeficiente representa apenas a porção de líquido derramado e
está relacionado com os dois coeficientes do experimento (do líquido e outras
do recipiente). substâncias
No exemplo abaixo, podemos desenvolver essas relações.
Um recipiente de volume Vo, à uma temperatura qo, é aquecido até uma
temperatura q. Verifica-se um derramamento do líquido (volume extravasado). 0° 1° 2° 3° 4° 5° temperatura
volume
extravasado Conforme vimos anteriormente, um aumento na temperatura causa,
nas substâncias, uma diminuição da sua densidade. Porém, a água tem
aquecimento comportamento diferente na faixa de temperatura que varia de 0°C até 4°C.
Verifique no gráfico anterior.
θ0 θ
Esse fenômeno ocorre devido à quebra das pontes de hidrogênio.
Esse tipo de dilatação anormal explica por que um lago congela apenas
Esse volume extravasado chamamos de DV e pode ser calculado
aparente na superfície e, como o gelo é um isolante térmico, a vida animal e vegetal
pela diferença entre a dilatação do líquido e do recipiente: é preservada.
DVaparente =DVlíquido – DVrecipiente

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 351


FÍSICA II
Assunto 2

10. Simplificações úteis 12. Erros de medidas


Como α é da ordem de 10–5 °C–1 e ∆T, geralmente da ordem de 102 °C, É bastante comum calcularmos a variação de outras grandezas que
é possível fazermos simplificações no cálculo de equações de dilatação dependem da dimensão de um corpo em questões de dilatação. Isso ocorre
que são compatíveis com os erros cometidos nas medidas do coeficiente. com pêndulos e aparelhos de medição em geral. Abaixo, vamos estudar
um aparelho de medição bastante comum, a régua.
Portanto, temos: A régua nada mais é do que uma barra que possui marcações a
• (1 + α∆T) · (1 + α∆T) = 1 + 2α∆T; cada unidade de centímetro, então, ao sofrer variação de temperatura o
espaçamento entre duas marcações pode aumentar ou diminuir. No caso
• (1 + α∆T)n = 1 + nα∆T ;
de um aumento de temperatura, por exemplo, a distância entre 0 e 1, que
• (1 + α∆T)/(1 + α’∆T’) = 1 + α∆T – α’∆T. teoricamente vale 1 centímetro, passará a valer:

Ex.: Em um problema qualquer, recai-se na seguinte conta:


(1 + 0,000020 · 150)/1,000020 · 50 1 · (1 + α∆θ )
 
L = L0 (1 + α∆θ )

O melhor a fazer nesse caso é usar a terceira simplificação, pois:


1 + 0,000020 · (150 – 50) = 1,0020 O que nos leva a concluir que, ao medirmos uma distância com a régua
dilatada, encontraremos um valor que é, na verdade menor do que o real.
Se fizéssemos pelo método “normal”:
1,0030/1,0010 = 1,001998 • Erro relativo:

Perceba que a simplificação que fizemos conduz a um resultado Ve –� Vc


e=
compatível com erros e algarismos significativos. Vc

11. Lâminas bimetálicas Em que:


Ve → valor errado (régua dilatada);
Ao unirmos duas lâminas feitas de materiais de coeficientes de Vc → valor certo (régua na temperatura em que foi calibrada).
dilatação diferentes, teremos algo como mostra o esquema abaixo:

01 Uma esfera maciça de raio 3 m (113 m3) feita de ferro foi colocada
Ao aquecermos esse sistema, teremos que uma das lâminas se dilatará
em um forno inicialmente a 20°C. Aquece-se o forno até uma temperatura
mais do que a outra. Isso ocorre porque ao analisarmos a equação da
de 220°C.
dilatação linear
L = Lo(1 + α∆T) Determine:
a. o novo raio da esfera.
constatamos que L depende apenas de Lo, α e ∆T. Como o comprimento b. o novo volume da esfera.
inicial é o mesmo (as lâminas tinham o mesmo tamanho) e a variação de
temperatura é a mesma para ambas, terá maior L a lâmina que tiver maior α. Dado: aFe = 13 · 10 – 6 °C –1
Entretanto, pelo fato de elas estarem presas, a tendência do sistema
será curvar-se, e a direção da curva se dá com as seguintes análises: Solução:
a. Para o cálculo do novo raio, aplicamos a expressão da dilatação linear:
• A lâmina que se dilata mais terá L maior; consequentemente, terá um ∆L = LO α ∆T.
raio maior. Na qual L será representado pelo raio, assim:
• A lâmina que se dilata menos terá L menor; consequentemente, terá ∆R = RO α ∆T = 3 · 13 · 10–6 · 200 = 0,0078 m.
um raio menor. Logo, R = 3 + 0,0078 = 3,0078 m.
aquecimento resfriamento
Poderíamos também aplicar a expressão do comprimento (raio) final:
R = Ro (1+ α ∆T) = 3(1 + 13 · 10–6 · 200) = 3,0078 m
b. Podemos realizar o cálculo do novo volume de duas formas. A primeira
(não recomendada) seria aplicar a fórmula do volume de uma esfera
4 3.
Ex. 1: lâmina superior com maior Ex. 2: lâmina inferior com maior V= πR
coeficiente. coeficiente. 3
4
V = π 3,0078 3 ≅ 113,9 m 3
3

A segunda (mais recomendada) seria usar o conhecimento de que o


coeficiente de dilatação volumétrico é, aproximadamente, o triplo do
linear (γ = 3α).
V = 113(1+ 3 · 13 · 10–6 · 200) = 113,8 m3.

352 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Dilatação FÍSICA II
Assunto 2

02 Em um relógio, o pêndulo é uma barra metálica projetada para que seu 03 Uma régua que apresenta um erro de 2% em sua medida foi calibrada
período seja igual a 1s. Verifica-se que, no inverno, quando a temperatura a 20°C. Qual é a sua temperatura?
média é de 10°C, o relógio adianta, em média, 55s por semana; no verão, Dado: coeficiente de dilatação linear = 10–3°C–1.
quando a temperatura média é 30°C, o relógio atrasa, em média, 1 minuto
por semana. Solução:
Ve = Lo(1 + α∆θ)
a. Calcule o coeficiente de dilatação linear do metal do pêndulo. e = 0,02 = 2%
b. A que temperatura o relógio funcionará com precisão? Vc = Lo

0,02 =
( Lo (1 + α∆θ) − Lo ) → ∆θ = 20°C → T = 40°C.
Solução: F
a. Precisaremos da expressão do período de um pêndulo: Lo

L 04 Ao medir uma barra de aço a 20°C com uma régua que foi calibrada
T = 2π
g nessa temperatura, encontramos o valor de 50 cm. Depois de colocar
no forno a régua e a barra de aço, é feita uma nova medida a 40°C e
Na qual vemos a relação entre T e L. encontra-se o valor de 48 cm. Determine o coeficiente de dilatação da
Vale ressaltar que: régua, sabendo que o do aço vale 10–3°C–1.
• O relógio adianta quando T diminui (logo, L diminui por resfriamento).
• O relógio atrasa quando T aumenta (logo, L aumenta por Solução:
aquecimento). Precisamos ter em mente que a medida de 48 cm após o aumento de
temperatura da barra e da régua, na verdade, vale 48(1+ αR∆θ), em que
Uma dica para esses tipos de problema é multiplicar a variação relativa αR é o coeficiente de dilatação da régua. Além disso, sabemos que o
do período pelo intervalo de tempo em que foi feita a medição. Assim, comprimento final da barra será 50(1 + αB∆θ), em que αB é o coeficiente
temos que o atraso ou o adianto do relógio será dado por: de dilatação da barra. Então, temos que:
50(1 + αB∆θ) = 48(1 + αR∆θ)
L L Substituindo valores, encontramos que αR = 3,125 · 10–3°C–1.
2π − 2π o
∆T g g  L 
⋅ ∆t = ⋅ ∆t =  − 1 ∆t
To Lo  L  05 Um frasco de vidro, cujo volume é de 300 cm³ a 10°C, está completamente
2π  o 
g cheio de um certo líquido. Quando se aquece o conjunto a uma temperatura
de 140°C, transbordam 2 cm³ do líquido. Sendo o coeficiente de dilatação
= ( 1 + α∆T − 1 ∆t) volumétrica do frasco igual a 0,00027/°C–1, determine:

Aqui usamos a aproximação dada anteriormente em simplificações a. o coeficiente de dilatação volumétrica aparente do líquido.
úteis: b. o coeficiente de dilatação volumétrica real do líquido.

∆T α∆T Solução:
.∆t ≅ ∆t
To 2 a. A dilatação denominada aparente é o volume que transborda. Assim:
∆Vaparente = Vo ⋅ γ aparente ⋅ ∆T
Nesse problema, para calcular primeiramente o coeficiente de
dilatação, aplicaremos a expressão acima para uma variação de ∆Vaparente 2
γ aparente = = = 5,1 ⋅ 10−5°C−1 
temperatura de 10°C a 30°C, produzindo um atraso total de (55 + Vo ⋅ ∆T 300 ⋅ 130
60) = 115 segundos.
b. Para calcular o coeficiente real do líquido, usaremos a expressão
Assim: demonstrada anteriormente: γlíquido = γaparente + γrecipiente
α20 γ líquido = 5,1 ⋅ 10−5 + 27 ⋅ 10 −5 = 32,1 ⋅ 10 −5°C−1
115 ≅ 7 ⋅ 24 ⋅ 3600 → α = 1,9 ⋅ 10 −5°C−1 
2
b. Para determinar a temperatura na qual o relógio é preciso, aplicaremos
a mesma expressão para uma variação de temperatura de Tpreciso até
30°C, produzindo um atraso total de 55 segundos.
01 (UFU) O gráfico a seguir representa o comprimento L, em função da
1,9 ⋅ 10−5 ⋅ (30 − Tpreciso ) temperatura θ, de dois fios metálicos finos A e B.
60 ≅ 7 ⋅ 24 ⋅ 3.600 →
2 L A
Tpreciso = 19,6°C
B
Outra solução interessante seria notar que a relação entre atraso ou
adianto e a variação de temperatura é direta, assim, podemos resolver
pela proporção:
60 115
= → Tpreciso = 19,6°C
30 − Tpreciso 30 − 10
0 θ

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 353


FÍSICA II
Assunto 2

Com base nessas informações, é correto afirmar que: 06 (CEFET) Um recipiente de 200 cm3 de capacidade, feito por um material
de coeficiente de dilatação volumétrica de 100 · 10–6 °C–1, contém 180 cm3
(A) os coeficientes de dilatação lineares dos fios A e B são iguais. de um líquido de coeficiente de dilatação cúbica de 1.000 · 10–6 °C-1. A
(B) o coeficiente de dilatação linear do fio B é maior que o do fio A. temperatura do sistema é de 20°C. Qual a temperaturalimite de aquecimento
(C) o coeficiente de dilatação linear do fio A é maior que o do fio B. do líquido sem que haja transbordamento?
(D) os comprimentos dos dois fios em θ = 0 são diferentes.
07 A densidade absoluta de um material a 20°C é 0,819 g/cm3 e seu
02 (UEL) Uma barra metálica, inicialmente à temperatura de 20°C, é coeficiente de dilatação volumétrica vale 5 · 10–4 °C. A que temperatura
aquecida até 260°C e sofre uma dilatação igual a 0,6% do seu comprimento devemos levar esse corpo para que sua densidade absoluta torne-se igual
inicial. Qual o coeficiente de dilatação linear médio do metal, nesse intervalo a 0,780 g/cm3?
de temperatura?
08 (UFF) Nos ferros elétricos automáticos, a temperatura de funcionamento,
03 O gráfico a seguir representa o comprimento (L) de um fio em função que é previamente regulada por um parafuso, é controlada por um termostato
de sua temperatura (t): constituído de duas lâminas bimetálicas de igual composição.
Os dois metais que formam cada uma das lâminas têm coeficientes de
L(m)
dilatação α1 – o mais interno – e α2. As duas lâminas estão encurvadas
e dispostas em contato elétrico, uma no interior da outra, como indicam
4,02 as figuras a seguir. A corrente, suposta contínua, entra pelo ponto 1 e sai
4,00 pelo ponto 2, conforme a figura I, aquecendo a resistência. À medida que
a temperatura aumenta, as lâminas vão se encurvando, devido à dilatação
dos metais, sem interromper o contato. Quando a temperatura desejada é
alcançada, uma das lâminas é detida pelo parafuso, enquanto a outra continua
0 encurvando-se, interrompendo o contato entre elas, conforme a figura II.
10 110 t(°C)
Figura I Figura II
Qual o coeficiente de dilatação linear do material de que é feito o fio?

04 (UFPEL) A água, substância fundamental para a vida no planeta, 1 αII 1 αII


apresenta uma grande quantidade de comportamentos anômalos. Suponha 2 αI 2
αI
que um recipiente, feito com um determinado material hipotético, se encontre
completamente cheio de água a 4°C. De acordo com o gráfico e seus
conhecimentos, é correto afirmar que:
contato
V elétrico contato elétrico
água
interrompido

Com relação à temperatura do ferro regulada pelo parafuso e aos


material coeficientes de dilatação dos metais das lâminas, é correto afirmar que,
hipotético quanto mais apertado o parafuso:

(A) menor será a temperatura de funcionamento e α1 > α2.


(B) maior será a temperatura de funcionamento e α1 < α2.
4 T(°C) (C) maior será a temperatura de funcionamento e α1 > α2.
(D) menor será a temperatura de funcionamento e α1 < α2.
(A) apenas a diminuição de temperatura fará com que a água transborde. (E) menor será a temperatura de funcionamento e α1 = α2.
(B) tanto o aumento da temperatura quanto sua diminuição não provocarão
o transbordamento da água. 09 (VUNESP-SP) A dilatação térmica dos sólidos é um fenômeno
(C) qualquer variação de temperatura fará com que a água transborde. importante em diversas aplicações de engenharia, como construções de
(D) a água transbordará apenas para temperaturas negativas. pontes, prédios e estradas de ferro. Considere o caso dos trilhos de trem
(E) a água não transbordará com um aumento de temperatura, somente se serem de aço, cujo coeficiente de dilatação é α = 11 · 10–6 °C–1. Se a 10°C
o calor específico da substância for menor que o da água. o comprimento de um trilho é de 30 m, de quanto aumentaria o seu
comprimento se a temperatura aumentasse para 40°C?
05 Um comerciante comprou 10.000 L de álcool em um dia em que a
(A) 11 · 10–4 m. (D) 132 · 10–4 m.
temperatura era 12°C. Para obter um lucro extra de 2%, resolveu esperar
(B) 33 · 10–4 m. (E) 165 · 10–4 m.
um dia em que a temperatura era θ, para o engarrafamento. Sabendo que o
(C) 99 · 10–4 m.
coeficiente de dilatação volumétrica do álcool é de 1 · 10–3 °C–1, determine
essa temperatura θ.
10 Um paralelepípedo de alumínio (aA = 2 ∙ 10–50C–1) tem arestas que,
a 0°C, medem 5 cm, 40 cm e 30 cm. Quanto aumenta seu volume ao ser
aquecido à temperatura de 100°C?

354 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Dilatação FÍSICA II
Assunto 2

05 (UEL) A barra da figura é composta de dois segmentos: um de


comprimento L e coeficiente de dilatação linear αA e outro de comprimento
2L e coeficiente de dilatação linear ∆LB. Pode-se afirmar que o coeficiente
01 A diferença entre os comprimentos de duas barras metálicas retilíneas de dilatação linear dessa barra α é igual a:
a 0°C é de 60 cm. O comprimento de cada uma delas, nessa mesma
L 2L
temperatura, a fim de que a diferença permaneça constante e independente
da temperatura, será, em cm:
Obs.: Os coeficientes de dilatação linear dos metais constituintes das
barras são: A B
α1 =1,6 · 10–5 °C–1; α2 = 2,4 · 10– 5 °C–1
(A) α a + α b . (D) α a + 2α b .
(A) 60 e 120. (C) 120 e 180. 2
(B) 80 e 140. (D) 180 e 240.
(B) 2α a + α b (E) 3(αa + αb ) .
.
02 (UECE) Duas barras, uma de zinco e outra de estanho, têm o mesmo 3
comprimento a 0°C, e a 100°C seus comprimentos diferem 1 mm. Os
coeficientes de dilatação linear do zinco e do estanho, no intervalo da (C) α a + 2αb .
3
temperatura considerado, são, respectivamente, 26 · 10–6 °C–1 e 22 · 10–6 °C–1.
Quais os comprimentos das barras a 0°C?
06 Um relógio de pêndulo feito de invar é preciso a 20°C. Se o relógio for
usado em um clima cuja temperatura média é de 30°C, qual a correção
03 Uma plataforma P foi apoiada em duas colunas, conforme a figura a (aproximadamente) necessária no fim de 30 dias do início da contagem?
seguir. Devido a um desnível do terreno, para manter a plataforma sempre Dado: αinvar = 0,7 · 10–6 °C–1
horizontal em qualquer temperatura, foi preciso fazer uma das colunas de
concreto e a outra de ferro. Qual o valor do desnível h, sabendo que a 07 Uma régua de latão, de coeficiente de dilatação linear igual a
maior coluna é de concreto e mede 7,8 m a 0°C? 2 · 10–5 °C–1, foi graduada corretamente a 20°C. Ao ser aquecida, atingiu
uma temperatura θ, na qual as medidas apresentam um erro de 0,1%.
Qual é essa temperatura θ?

08 (ITA) Uma chapa de metal de espessura h, volume V0 e coeficiente de


dilatação linear α = 1,2 · 10–5/°C tem um furo de raio R0 de fora a fora.
A razão V/V0 do novo volume da peça em relação ao original quando a
h temperatura aumentar 10°C será:

R
Dados: αconcreto=12 · 10–6° C–1; αferro= 13 · 10–6 °C–1.

04 A figura mostra um bloco apoiado inicialmente sobre uma plataforma


horizontal que está apoiada sobre duas barras, uma de cobre e a outra
de ferro, cujos coeficientes de dilatação linear são, respectivamente,
16 · 10–6°C–1 e 13 · 10–6°C–1. O coeficiente de atrito estático do bloco com h
a superfície é de 0,003. A variação de temperatura necessária para que o
bloco inicie o deslizamento sobre a plataforma é:

bloco (A) 10 πR02hα/V0


(B) 1 + 1,7 · 10–12 R0/h
(C) 1 + 1,4 · 10–8
(D) 1 + 3,6 · 10–4
ferro (E) 1 + 1,2 · 10–4

09 Uma barra com uma rachadura no centro entorta para cima com um
300 cm pequeno aumento de temperatura de θ°C. Sendo Lo o comprimento inicial
da barra e α o seu coeficiente de dilatação linear, determine x.
(Considere x <<< Lo)
cobre

L0

30 cm
x
(A) 100°C. (D) 120°C.
(B) 180°C. (E) 200°C. L0
(C) 150°C.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 355


FÍSICA II
Assunto 2

10 Uma barra de metal de 30,0 cm de comprimento sofre uma dilatação 17 (FGV-SP) Um serralheiro monta, com o mesmo tipo de vergalhão de
de 0,075 cm, quando sua temperatura sobe de 0°C para 100°C. Outra ferro, a armação esquematizada.
barra de um metal diferente, de mesmo comprimento, dilata-se 0,045 cm,
sob as mesmas condições. Uma terceira, também de 30,0 cm de A
comprimento, é feita de dois pedaços dos metais acima, colocados em
linha, e se expande 0,065 cm entre 0°C e 100°C. Descubra o comprimento
de cada parte da barra composta.

11 (ITA) Uma ampola de vidro está totalmente cheia com certa massa
mo de líquido a 0°C. Aquecendo-se o sistema a θ°C, resta na ampola só
a massa m do líquido. O vidro tem coeficiente de dilatação k, sendo o do
líquido γ. A partir de mo, m, k, γ, calcule θ · α .
B
12 (ITA) Um bulbo de vidro cujo coeficiente de dilatação linear é 3 · 10–6 °C–1
está ligado a um capilar do mesmo material. À temperatura de –10,0°C, A barra transversal que liga os pontos A e B não exerce forças sobre esses
a área da secção do capilar é 3,0 · 10–4 cm² e todo o mercúrio cujo pontos. Se a temperatura da armação for aumentada, a barra transversal:
coeficiente de dilatação volumétrica é 180 · 10–6 °C–1 ocupa o volume total
do bulbo, que a essa temperatura é 0,500 cm³. O comprimento da coluna (A) continuará não exercendo forças sobre os pontos A e B.
de mercúrio a 90,0°C será: (B) empurrará os pontos A e B, pois ficará 2 vezes maior que o novo
tamanho que deveria assumir.
(A) 270 mm. (D) 300 mm. (C) empurrará os pontos A e B, pois ficará Loα Dt vezes maior que o novo
(B) 540 mm. (E) 257 mm. tamanho que deveria assumir.
(C) 285 mm. (D) tracionará os pontos A e B, pois ficará 2 vezes menor que o novo
tamanho que deveria assumir.
13 Um anel de cobre (α = 20 · 10–6 °C–1) tem raio interno igual a 5 cm a (E) tracionará os pontos A e B, pois ficará Loα Dt vezes menor que o novo
20°C. Determine até qual temperatura devemos aquecê-lo, de modo que tamanho que deveria assumir.
esse anel possa ser introduzido em um cilindro com base de área igual a
79,285 cm2. Considere π ≈ 3,14. 18 Um banhista resolve medir a quantidade de energia solar absorvida
pelo seu corpo, deitado na areia da praia, em um dia de Sol, no momento
14 (MACKENZIE) A massa específica de um sólido é 10,00 g · cm–3 a em que a temperatura ambiente é 50°C. Para tal, ele estima a área do
100°C e 10,03 g · cm–3 a 32°F. O coeficiente de dilatação linear do sólido corpo exposta à radiação em 1 m² e mede o tempo de exposição como
é igual a: sendo 3.600 vezes o período de um pêndulo simples. Se o período desse
pêndulo é 1s à temperatura de 20°C e o coeficiente de dilatação linear
(A) 5,0 · 10–6 °C–1. (D) 20 · 10–6 °C–1. do fio do pêndulo é 1,0 · 10–2°C–1, determine o valor da energia calculada
(B) 10 · 10–6 °C–1. (E) 30 · 10–6 °C–1. pelo banhista.
(C) 15 · 10–6 °C–1.
Considere que:
15 (UNIRIO) Um industrial propôs construir termômetros comuns de • o banhista absorve toda a radiação incidente;
vidro para medir temperaturas ambientes entre 1°C e 40°C, substituindo • o processo de dilatação é instantâneo.
o mercúrio por água destilada. Cristóvão, um físico, se opôs, justificando
que as leituras no termômetro não seriam confiáveis, porque: Dados:
aceleração da gravidade: 10 m/s2;
(A) a perda de calor por radiação seria grande. intensidade da radiação solar: 1.320 W/m.
(B) o coeficiente de dilatação da água seria constante no intervalo de 0°C
a 100°C. 19 Três bastões de mesmo comprimento L formam um triângulo equilátero
(C) o coeficiente de dilatação da água entre 0°C e 4°C seria negativo. ABC. O ponto O é médio do lado BC. A distância OA permanece inalterada
(D) o calor específico do vidro seria maior que o da água. para pequenas variações de temperatura. Se o coeficiente de dilatação
(E) havia necessidade de um tubo capilar de altura aproximadamente linear para AB e AC é α2 e para BC é α1, qual a relação entre os coeficientes?
13 vezes maior do que o exigido pelo mercúrio.

16 (UEMA) Um arame de aço, dobrado conforme a figura, está engastado


no teto, no ponto A. Aumentando a sua temperatura de maneira homogênea,
a extremidade B terá um deslocamento que será mais bem representado
por qual dos vetores?

(A) ↑
A
(B)  a
(C) →
B
(D) ↓
a
(E) ←

a a

356 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Dilatação FÍSICA II
Assunto 2

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 357


FÍSICA II ASSUNTO

Calorimetria
3
1. Noções iniciais 2. Propagação de calor
A calorimetria analisa as trocas de calor entre os corpos e as suas A transferência de calor entre dois pontos pode ocorrer por três
consequências. Lembrando que calor é energia térmica em trânsito, processos: convecção, condução e radiação.
poderemos, futuramente, estabelecer princípios gerais para a calorimetria
com base nesse fato. 2.1 Convecção
A quantidade de calor (Q) representa a quantidade de energia que A convecção ocorre, normalmente, em um fluido (gás ou líquido)
é trocada entre corpos a diferentes temperaturas quando entre eles se e se caracteriza pela transferência de calor pelo movimento do próprio
estabelece uma transmissão de calor; por exemplo, quando colocamos fluido, gerando uma corrente de convecção. Essa corrente pode ter duas
em contato uma pedra de gelo a 0°C e um volume qualquer de água líquida naturezas:
a 20°C. Um fato importante que se deve notar de imediato é que só há
transferência de calor quando os corpos estão a temperaturas diferentes. • convecção forçada: um fluido impulsionado pela ação de um ventilador
Não haveria troca de calor entre gelo a 0°C e água a 0°C se eles fossem ou de uma bomba, por exemplo.
postos em contato. • corrente natural ou convecção livre: um fluido quando aquecido diminui
Por ser energia, Q deve ser expressa em unidades de energia. As de densidade, tendendo assim a subir sob efeito gravitacional, sendo
mais comuns são: substituído por um fluido mais frio, que possui maior densidade.
→ Joule (J) – É a unidade SI para energia;
Obs.: A densidade de um fluido gasoso pode ser calculada pela equação
→ Caloria (cal);
geral dos gases:
→ Quilocaloria (kcal ou cal) = 1.000 cal.

m m P·M
Obs.: P · V =n · R · T = · R · T ⇒ =d =
M V R·T
1 cal = 4,18 J.

Quando um corpo troca calor, suas moléculas podem se modificar Ex.: Os fabricantes de geladeira levam em conta o fato de o ar quente
energeticamente de duas formas: alterando sua energia cinética ou alterando subir e o ar frio descer. Por isso, o congelador, que é o responsável pelo
sua energia potencial. A energia cinética das moléculas será alterada resfriamento interno da geladeira, fica na parte de cima. Ele resfria o ar
quando for verificado que o calor trocado modificou a temperatura do próximo de si. Esse ar frio desce, enquanto o ar quente, que está embaixo,
corpo. Já a energia potencial dessas moléculas será alterada quando for sobe. Assim, produzem-se correntes de convecção, que mantêm o interior
verificado que o calor trocado modificou o estado de agregação dessas da geladeira em constante resfriamento. Se o congelador ficasse na parte
moléculas – em outras palavras, quando o corpo mudar de fase. Cada um de baixo da geladeira, o ar resfriado permaneceria na parte inferior. E o ar
desses efeitos (mudança de temperatura e mudança de fase) ocorre em que estivesse em cima continuaria quente, pois não desceria para poder
uma faixa de temperatura específica do corpo que troca calor. Por exemplo, ser resfriado pelo congelador.
analisemos o comportamento de uma massa de água ao longo do tempo
enquanto recebe calor e os efeitos que essa troca de calor lhe provoca; Ex. 1: No ar das cidades, também constatamos a convecção. Os gases
veja o gráfico esboçado abaixo: poluentes que saem do escapamento dos veículos e das chaminés das
fábricas tendem a subir, pois estão quentes. Esse é um exemplo em que
as correntes de convecção favorecem a dispersão dos poluentes.
T(°C)
(vapor a 100°C)
(água transformando-se Ex. 2: No corpo humano, há um mecanismo de convecção forçada,
em vapor)
(vapor esquentando)
responsável pela manutenção da temperatura corpórea: o fluxo sanguíneo,
100 no qual o coração funciona como uma bomba impulsionando o sangue
(água a 100°C)
(fluido).
(água esquentando)
0
tempo
(água a 0°C) A transferência de calor por convecção é um processo muito complexo
(gelo transformando-se em água) e não existe uma equação simples para descrevê-lo. No entanto, há
(gelo a 0°C)
–50 algumas observações que podem ser vistas experimentalmente:
(gelo esquentando)

(gelo a –50°C)
• A taxa de transferência de calor por convecção é diretamente
proporcional à área da superfície.
• a viscosidade do fluido retarda o movimento da convecção natural nas
Percebamos que uma mudança de fase não ocorre sempre com suas vizinhanças de superfícies estacionárias, dando origem a uma
aumento de temperatura e vice-versa. Assim, cada um desses “tipos” de camada isolante ao longo da superfície. Contudo, uma convecção
troca de calor é estudado separadamente. Definem-se, portanto, calor forçada provoca diminuição da espessura dessa camada, aumentando
sensível (aquele que provoca uma variação de temperatura) e calor latente a taxa de transferência de calor.
(aquele que provoca uma mudança de fase).

358 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Calorimetria FÍSICA II
Assunto 3

2.2 Condução • S é a área da superfície;


• T é a sua temperatura
Nesse processo, há transferência de calor sem que haja movimento do
próprio corpo e só pode ocorrer em meio material (fluídos ou sólidos) sob
ε=1
efeito de diferença de temperatura. Em nível atômico, essa transferência
pode ser interpretada devido à grande energia cinética dos átomos mais • ε é a emissividade: valor compreendido entre 0 e 1, que representa a
quentes, que transferem a sua energia para os átomos vizinhos mais frios razão entre a taxa de radiação de uma superfície e a taxa de radiação
por meio das colisões. de um corpo ideal, chamado corpo negro;
A taxa de transferência de calor pode ser medida utilizando-se cinco • σ é a constante de Stefan-Boltzmann. No SI, ela vale:
leis básicas: σ =5,67 · 10−8 W m2 · K 4 .
• O calor sempre flui de um ponto A de maior temperatura para um ponto
B de menor temperatura; Obs.:
• é proporcional à diferença de temperatura ∆T; Corpo negro é o nome dado a um corpo que absorve toda a radiação incidente
• é inversamente proporcional à espessura da chapa metálica ∆X; sobre ele. Esse corpo também emite radiação idealmente, ou seja, ε = 1.
• é diretamente proporcional à área pela qual o calor está fluindo;
• é proporcional ao tempo.
3. Trocas de calor
Combinando-se esses cinco princípios, podemos medir a taxa de
transferência de calor pela seguinte equação: 3.1 Calor sensível
É a quantidade de calor que um corpo recebe ou cede, tendo como
∆Q ∆T consequência a variação de sua temperatura.
=φ = −k · A ·
∆t ∆x Equação fundamental da calorimetria:

Q = m · c · ∆T
∆T
• A razão é chamada gradiente de temperatura e para a condução,
∆x Em que:
possui valor negativo.
• A constante k representa a condutividade térmica do material, indicando Q → quantidade de calor sensível;
se o material é um bom ou mau condutor de calor. No SI, k possui a m → massa do corpo que varia a temperatura;
seguinte dimensional: c → calor específico da substância que constitui o corpo;
cAl = 0,219 cal/g°C;
∆Q 1 ∆x  J·m W
[ k ]  ∆t · A · =
= 
∆T  s · m · K
2 [
⇒= k]
m· K
cágua = 1,000 cal/g°C;
 cgelo = 0,550 cal/g°C;
cvapor = 0,480 cal/g°C;
Quando os extremos do corpo são mantidos a temperaturas constantes, ∆T → variação de temperatura.
um regime estacionário é estabelecido, ou seja, a temperatura ao longo
do corpo não depende do tempo. Isso significa que o fluxo de calor tem 3.2 Capacidade térmica – C
de ser o mesmo em qualquer seção do corpo.
É a quantidade de calor que um corpo precisa receber ou ceder para
Obs.: Os metais, que conduzem bem a eletricidade, também são bons que sua temperatura varie de um grau.
condutores de calor. Segundo a Lei de Wiedemann-Franz, a condutividade
térmica de um metal é proporcional à sua condutividade elétrica. Q = C · ∆T
2.3 Radiação Obs.:
A radiação transfere calor de um ponto a outro por meio da radiação A capacidade térmica de um corpo de massa m e constituído de um
eletromagnética, que pode se propagar no vácuo. Qualquer corpo, mesmo a material de calor específico c pode ser determinada pelo produto destas
baixas temperaturas, emite energia sob a forma de radiação eletromagnética. duas características físicas.

• A 20°C, um corpo emite radiação no espectro infravermelho. C=m·c


• A 800°C, um corpo emite radiação visível.
• A 3.000°C, há emissão de radiação ultravioleta.
3.3 Equivalente em água de um corpo
A taxa de radiação da energia de uma superfície pode ser calculada
pela Lei de Stefan-Boltzmann. É a massa de água (meq) que possui a mesma capacidade térmica
do corpo.

Φ = ε · σ · S · T4 (mc)água = (mc)corpo

Obs.: O equivalente pode ser em relação a outra substância qualquer no


lugar da água.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 359


FÍSICA II
Assunto 3

3.4 Calorímetro 5. Diagrama de fases


Recipiente utilizado para experiências de trocas de calor entre dois ou Um diagrama de fases é um gráfico que representa as curvas de fusão,
mais corpos. São normalmente adiabáticos, isto é, não trocam calor com vaporização e sublimação, associando essas transformações a variáveis
o meio exterior. Podem participar, ou não, das trocas de calor. de estado da substância, geralmente pressão e temperatura.
• Calorímetro que participa das trocas de calor: possui capacidade
térmica → Ccal
• Calorímetro que não participa das trocas de calor: possui capacidade
térmica desprezível → Ccal = 0

3.5 Calor latente


É a quantidade de calor que um corpo recebe ou cede tendo como
consequência sua mudança de estado.
Nomes das curvas
Q=m·L
OT → curva de sublimação; TA → curva de fusão; TC → curva de vaporização
Em que: Ponto tríplice (ponto triplo): pressão e temperatura na qual coexistem
Q → quantidade de calor latente; os três estados da substância.
m → massa do corpo que muda de fase;
L → calor específico latente da substância que constitui o corpo. Substância Temperatura (K) Pressão (105 Pa)
Hidrogênio 13,84 0,0704
Obs.: É importante se o calor latente será positivo ou negativo, ou seja, se
Oxigênio 54,36 0,00152
o corpo cede ou recebe calor; como nos exemplos abaixo.
Dióxido de carbono 216,55 5,17
Ex.: calores específicos latentes da água Água 273,16 0,00610
→ calor específico latente de fusão: LF = 80 cal/g
→ calor específico latente de solidificação: LS = –80 cal/g
→ calor específico latente de vaporização: LV = 540 cal/g Ponto crítico: temperatura e pressão acima das quais as fases líquida
→ calor específico latente de condensação: LF = –540 cal/g e de vapor não podem mais coexistir, isto é, mesmo variando a pressão
ou a temperatura, a substância não muda mais de estado. Acima desta
Recordemos as mudanças de fase de uma substância observando temperatura e pressão o estado é chamado de gasoso.
o esquema abaixo:
Substância Temperatura (K) Pressão (105 Pa)

vapor Hidrogênio 33,3 13,00


Oxigênio 154,8 50,8
sublimação vaporização
Dióxido de carbono 304,2 73,9
condensação
Água 647,4 221,2

fusão
sólido líquido 6. Pressão de vapor
solidificação
(pressão máxima de vapor)
Suponha um frasco tampado que contém um líquido qualquer.
4. Lei zero da termodinâmica Inicialmente, sobre esse líquido, há vácuo:

Equação geral das trocas de calor: se dois ou mais corpos, que vácuo
trocam entre si apenas calor, constituem um sistema isolado (ou seja, não
trocam calor com o que está fora desse sistema), a soma da quantidade líquido
total de calor cedido com a quantidade total de calor recebido é nula
(princípio da conservação de energia).

Qcedido + Qrecebido = 0 ou ∑Q = 0 Após a contagem do tempo, observaremos que algumas partículas


do líquido vaporizam-se, começando a preencher o espaço que antes era
Obs.: vácuo. Esse vapor exerce uma pressão nas paredes do recipiente e no
→ Calor recebido por um corpo é sempre positivo (Q > 0). próprio líquido, que é a pressão de vapor.
→ Calor cedido por um corpo é sempre negativo (Q < 0). Observaremos que, inicialmente, a quantidade de partículas vaporizadas
(e, consequentemente, a pressão de vapor) aumenta com o tempo. Contudo,
simultaneamente a esse aumento de pressão, outro fato ocorre: partículas de

360 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Calorimetria FÍSICA II
Assunto 3

vapor, ao colidir com a superfície do líquido, podem perder energia e voltar à A pressão total exercida pela atmosfera é a soma das exercidas por
fase líquida. Esse número de colisões aumenta com o número de partículas seus componentes gasosos, ou seja, das suas pressões parciais. A razão
na fase de vapor. Isso significa que, embora sempre haja partículas de entre a pressão parcial e a máxima de vapor é denominada umidade
líquido se vaporizando, também haverá partículas de vapor se condensando. relativa.
Haverá um instante em que essas duas velocidades de mudança de fase
se igualarão, havendo um equilíbrio dinâmico. Nesse instante, a quantidade
de vapor é máxima e constante; essa massa de vapor exerce a chamada pressão parcial de vapor
umidade relativa (%) = 100 ⋅
“pressão máxima de vapor”. pressão máxima de vapor

decorrer
Quando a pressão parcial se iguala à pressão máxima, dizemos
do tempo que o vapor está saturado e a umidade relativa será de 100% e não
haverá evaporação. Se a pressão parcial ultrapassar a máxima, haverá
condensação, diminuindo a pressão parcial até se igualar a máxima
daquela temperatura. Este é o processo pelo qual se formam as nuvens,
o nevoeiro e as chuvas.
A pressão de vapor de uma substância é função apenas da temperatura
e não do volume.
mvapor PM
Pressão de vapor-d’água =
unidade absoluta =
volume RT
T Pressão T Pressão T Pressão
(°C) (mmHg) (°C) (mmHg) (°C) (mmHg)
–15 1,436 24 22,377 115 1.267,98 Obs.: Ponto de orvalho é a temperatura em que o vapor-d’água se torna
saturado. A evaporação torna-se maior quanto menor for a pressão parcial
–13 1,691 26 25,209 120 1.489,14 de vapor ou quanto maior for a pressão máxima de vapor.
–11 1,987 28 28,349 125 1.740,93
7.1 Sobrefusão
–9 2,326 30 31,824 130 2.026,16
–7 2,715 35 42,175 135 2.347,26 T(°C) resfriamento normal
–5 3,163 40 55,324 140 2.710,92
–3 3,673 45 71,88 145 3.116,76 líquido
–1 4,258 50 92,51 150 3.570,48
Tsolidificação solidificação
0 4,579 55 118,04 155 4.075,88 Qtrocado
2 5,294 60 149,38 160 4.636,00
T(°C) sólido
4 6,101 65 187,54 165 5.256,16 sobrefusão
6 7,013 70 233,70 170 5.940,92
8 8,045 75 289,10 175 6.694,08 líquido
10 9,209 80 355,10 180 7.520,20 A C solidificação
Tsolidificação
12 10,518 85 433,60 185 8.423,84 líquido em agitação Qtrocado
TSF sobrefusão
14 11,987 90 525,76 190 9.413,36 B sólido
16 13,634 95 633,90 195 10.488,76
18 15,477 100 760,00 200 11.659,16
Sob certas condições, os líquidos podem atingir temperaturas abaixo
20 17,535 105 906,07 205 12.929,12 da de solidificação ainda, aparentemente em equilíbrio, no estado líquido.
22 19,827 110 1.074,56 210 14.305,48 Este equilíbrio é denominado metaestável (a passagem para sólido é
muito lenta).
Obs.: Uma simples vibração ou introdução de uma porção sólida provoca
Um líquido entra em ebulição quando sua pressão de vapor se iguala à uma rápida solidificação parcial ou total da substância. O gráfico anterior
pressão atmosférica. Por isso, a água ferve a 100°C ao nível do mar, porém ilustra tal fenômeno.
ferve a temperaturas menores quando a altitude aumenta (menor pressão). No intervalo de tempo da solidificação, uma parte do líquido libera uma
quantidade de calor suficiente para o aquecimento de todo o sistema que
7. Umidade volta à temperatura de solidificação, sem a interferência do meio externo.

O ar atmosférico é uma mistura de gases contendo cerca de 78% de


nitrogênio, 21% de oxigênio e pequenas quantidades de dióxido de carbono, Qaquecimento = Mtotal ⋅ cliq ⋅ (Tfusão − Tsobr ) = msolidificada Lfusão
vapor-d’água e outros gases. A massa de vapor-d’água por unidade de
volume chama-se umidade absoluta.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 361


FÍSICA II
Assunto 3

7.2 Compreendendo melhor a umidade relativa 02 Um galpão possui 300 m2 de paredes laterais, laje, janelas e portas. O
coeficiente de condutibilidade térmica média deste conjunto é k = 0,50 W/m°C;
Todos os ambientes restrigem sua máxima capacidade de vapor-d’água a espessura média é x = 0,20 m. No inverno, deseja-se manter constante,
permitida. Essa máxima quantidade está diretamente ligada à temperatura que em 20°C, a diferença de temperatura do ar no interior e no exterior do
o ambiente se encontra e, consequentemente, à pressão. Para encontrarmos galpão, durante o período de um mês. Considere 4 J = 1 cal. Qual o
tais valores, basta traçarmos uma reta vertical no diagrama de fases abaixo custo mensal para manter constante a temperatura do ambiente interno
no ponto de equilíbrio entre líquido e vapor. por meio de lâmpadas acesas, considerando que 1 MWh de energia
elétrica custa R$120,00?
pressão, P

Solução:
Aplicando-se a Lei de Fourier temos:
sólido líquido 0, 5 ⋅ 300 ⋅ 20
Φ= = 15.000 W = 0, 015 MW
0, 2

vapor Durante 1 mês = 30 · 24 horas = 720 h


A energia consumida será E = 0,015 · 720 = 10,8 MWh
Assim, o custo será de R$120,00 · 10,8 = R$1.296,00.

temperatura, T 03 Considere duas barras metálicas de mesma seção transversal,


homogêneas e de comprimentos 1 e 2 soldadas de forma a compor
uma única barra de comprimento  = 1 + 2. Os extremos das barras
A umidade relativa é a razão entre a quantidade de água existente pela
são mantidos a temperaturas T1 e T2. Determine a temperatura da junção
máxima permitida.
das barras quando o regime estacionário for estabelecido.
Obs.: Pronunciar “umidade relativa” já nos remete a pensar no quão úmido Solução: No regime estacionário, o fluxo através das duas barras é o
um ambiente está. Isso só é possível se estivermos comparando uma mesmo. Seja T a temperatura na junção das barras, assim:
situação com uma certa quantidade de água e a máxima permitida.
∆T ∆T
φ1 = φ2 ⇒ k1=
· A1 · 1 k2 · A2 · 2 ⇒
Suponha a seguinte situação: Uma sala fechada, onde não há nenhuma ∆x1 ∆x 2
molécula de água em nenhum estado.
⇒ k1 · A1 ·
( T1 − T ) = k2 · A2 ·
( T − T2 ) ⇒
Considere que nesse ambiente a restrição é de 1.000 móleculas 1 2
de água na forma de vapor. Se não existe água, podemos dizer que sua
pressão parcial é nula (no diagrama de fases, estamos na região do vapor). ⇒ k1
(T − T ) =
· 1 k2 ·
( T − T2 ) ⇒
Agora, coloquemos um recipiente que possuí 600 moléculas de água em 1 2
sua fase líquida. Repare que todas as moléculas de água irão evaporar, pois k · T − k · T k · T − k2 · T2
600 < 1000. Assim, dizemos que a umidade relativa daquele ambiente é de: ⇒ 1 1 1 = 2 ⇒
1 2
⇒  2 · k1 · T1 −  2 · k1 · T =  1 · k2 · T −  1 · k2 · T2 ⇒
600 ⇒  2 · k1 · T1 +  1 · k2 · T1 =  1 · k2 · T +  2 · k1 · T ⇒
=
umidade = 0,6
= 60%
1.000
 · k ·T + · k ·T
⇒ T =2 1 1 1 2 2
 1 · k2 +  2 · k1

04 Considere que a área total de um corpo humano adulto seja 1,20 m2,
e que sua temperatura seja de 36°C, calcule a taxa total de transferência
01 Um cozinheiro quer comprar uma panela que esquente rápida e de calor do corpo por radiação. Se o meio ambiente estiver a 20°C, qual
uniformemente. Ele deve procurar uma panela feita de um material que é a taxa resultante de calor perdido pelo corpo por radiação?
tenha: Considere que a emissividade do corpo se assemelhe a de um corpo
(A) alto calor específico e alta condutividade térmica. negro, ou seja, ε =1.
(B) alto calor específico e baixa condutividade térmica. Solução: Aplicando a equação de Stefan-Boltzmann para taxa total de
(C) baixo calor específico e alta condutividade térmica. transferência de calor do corpo, teremos:
(D) baixo calor específico e baixa condutividade térmica.

Solução:Letra C.
( )
φtotal =ε · σ · S · T 4 =1· 5,67 · 10−8 · 1,2 · 3094
Quanto maior o calor específico de um material, maior a capacidade térmica φtotal =
620 W
de um corpo feito desse material, logo maior será a retenção de calor desse
corpo. Desejamos, então, a fim de fabricarmos uma panela que esquente Com o ambiente a 20°C, há uma taxa de absorção de radiação pelo
rapidamente o seu conteúdo, um material de baixo calor específico, para corpo. A taxa resultante será dada pela diferença entre emissão do corpo
que a panela não retenha o calor. Quanto maior a condutividade térmica de e absorção do calor ambiente:
um corpo, maior será a propagação de calor por meio deste. Desejamos,
então, para essa panela, um material de alta condutividade térmica.

362 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Calorimetria FÍSICA II
Assunto 3

φresultante = φtotal − φambiente 07 Três líquidos distintos são mantidos a T1 = 15°C, T2 = 20°C e T3 = 25°C.
Misturando os dois primeiros na razão 1 : 1, em massa, obtém-se uma
(
φresultante = ε · σ · S · T 4 ) total
(
− ε·σ· S ·T4 ) ambiente temperatura de equilíbrio de 18°C. Procedendo da mesma forma com
φresultante =ε · σ · S · T ( 4
corpo − T
4
ambiente ) os líquidos 2 e 3, ter-se-ia uma temperatura final de 24°C. Determine
a temperatura de equilíbrio se o primeiro e o terceiro líquidos forem
=φresultante 1· 5,67 · 10( −8
) · 1,2 · ( 309 4
− 2934 ) misturados na razão 3 : 1 em massa.
φtotal ≅ 119 W Solução:
Aplicando-se a lei zero para a primeira experiência:
ΣQ = 0 → Q1 + Q2 = 0 → m · c1 · (18 – 15)+ m · c2 · (18 – 20) = 0 →
05 Um grupo de amigos se reúne para fazer um churrasco. Levam um
→ 3c1 = 2 · c2.
recipiente térmico adiabático contendo uma quantidade de gelo a –4°C e
60 latas com 350 mL de refrigerante, cada uma. As latas são de alumínio Aplicando-se a lei zero para a segunda experiência:
e quando foram colocadas no recipiente estavam a uma temperatura de ΣQ = 0 → Q1 + Q2 = 0 → m · c2 · (24 – 20)+ m · c3 · (24 – 25) = 0 →
22°C. Considere que a densidade e o calor específico do refrigerante → 4c2 = c3.
sejam, aproximadamente, iguais aos da água. Sabendo-se que, no Aplicando-se a lei zero para a terceira experiência:
equilíbrio térmico, a temperatura no interior do recipiente adiabático é ΣQ = 0 → Q1 + Q2 =0 → 3m · c1 · (Teq – 15)+ m · c3 · (Teq – 25) = 0
2°C, calcule: Colocando os calores específicos em função de c2, temos:
3m · (2c2 · /3)(Teq– 15)+m · 4c2 · (Teq – 25) = 0
a. a quantidade de calor cedida pelas latas e pelo refrigerante; 2(Teq – 15) + 4(Teq – 25) = 0
b. a massa de gelo, em quilogramas, que foi colocada no recipiente. Teq = 65/3°C.

Dados: 08 Em um calorímetro são colocadas duas substâncias: gelo e ferro.


calor específico do gelo c(g) = 0,50 cal/g°C; calor específico O gelo está a uma temperatura de –5°C e o ferro a uma temperatura de
da água c(a) = 1,0 cal/g°C; calor específico do alumínio 120°C. Considerando a massa de ferro com 100 g, calcule a temperatura
c(Al) = 0,22 cal/g°C; de equilíbrio e as fases envolvidas para as seguintes massas de gelo:
calor latente de fusão do gelo  = 80 cal/g; massa de alumínio em
cada lata m(lata) = 30 g; densidade da água ρ (a) = 1,0 g/cm3. a. 100 g.
b. 20 g.
Solução:
Dados:
a. Qref = 60 · 350 · 1 · (–20) = – 420.000 cal
Cgelo = cvapor = 0,5 cal/g°C;
QAl = 60 · 30 · 0,22 · (–20) = –7.920 cal.
Cágua = 1,0 cal/g°C; cferro = 0,2 cal/g°C
b. Lei zero: Qgelo + Qfusão + Qágua + Qref + QAl = 0
Lfusão = 80 cal/g; Lebulição = 540 cal/g
m · 0,5 · 4 + m · 80 + m · 1 · 2 – 427.920 = 0 ⇒ m = 5,1 kg.
Solução:
06 Um corpo, de calor latente de fusão igual a 16 cal/g, inicialmente no a. Como não sabemos em que fase da água ocorrerá o equilíbrio, faremos
estado sólido, é aquecido sob a potência constante de uma fonte de calor. alguns cálculos preliminares.
O gráfico seguinte representa a variação da temperatura com o tempo. – aquecimento do gelo até 0°C: Q = 100 · 0,5 · 5 = 250 cal;
Admitindo-se que o corpo absorva energia de maneira constante ao longo – fusão total do gelo: Q = 100 · 80 = 8.000 cal;
de todo o processo, determine o calor específico do sólido. – resfriamento do ferro até 0°C: Q = 100 · 0,2 · (–120) = – 2.400 cal
60 Note que o calor liberado pelo ferro é capaz de aquecer o gelo, mas
não é capaz de fundi-lo totalmente. Tiramos a conclusão que o equilíbrio
50 ocorrerá ao longo do processo de fusão, logo a 0°C.
Podemos calcular a massa de gelo que fundiu aplicando a lei zero com
três trocas de calor: aquecimento do gelo (Q1), fusão parcial do gelo (Q2)
T(°C)

40
e resfriamento do ferro (Q3).
30
ΣQ = 0 → Q1 + Q2 + Q3 =0 → 250 + m · 80 + (–2.400) = 0 →
m = 26,875 g.
20 b. Agora, refazendo os cálculos preliminares, temos:
0 2 4 6 8 10 12 14
t (min) – aquecimento do gelo até 0°C: Q = 20 · 0,5 · 5 = 50 cal;
Solução: – fusão total do gelo: Q = 20 · 80 = 1.600 cal.
De 0 a 4 min, o sólido se aquece absorvendo um calor: Q1 = m · c · ∆T Veja que o calor liberado pelo ferro (2.400 cal) supera o total absorvido
De 4 a 12 min, o sólido se liquefaz absorvendo um calor: Q2 = m ⋅ L pelo gelo (1.650 cal).
Como a potência é constante: Para determinar esse ponto de equilíbrio, aplicamos a lei zero com
quatro trocas de calor: aquecimento do gelo (Q1), fusão total do gelo
Q1 Q m ⋅ c ⋅ ∆T m ⋅ L (Q2), aquecimento da água (Q3) e resfriamento do ferro (Q4).
= 2 ⇒ = ⇒
∆t1 ∆t2 ∆t1 ∆t2 ΣQ = 0 → Q1 + Q2 + Q3 + Q4= 0
L ⋅ ∆t1 16 ⋅ 4 → 50 + 1.600 + 20 · 1 · (Teq – 0)+ 100 · 0,2 · ( Teq –120) = 0.
c= = = 0,4 cal. Teq = 18,75oC.
∆T ⋅ ∆t2 20 ⋅ 8

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 363


FÍSICA II
Assunto 3

09 Um cubo de gelo com massa 67 g e a –15°C é colocado em um Solução:


recipiente contendo água a 0°C. Depois de um certo tempo, estando a água a. u 14 , 554
= = 0, 83 = 83%
e o gelo a 0°C, verifica-se que uma pequena quantidade de gelo se formou 17, 535
e se agregou ao cubo. Considere o calor específico do gelo 2.090 J/(kg°C) b. Da tabela temos pmáx (18°C) = 15,477mmHg
e o calor de fusão 33,5 · 104 J/kg. Calcule a massa total de gelo no recipiente, Daí podemos determinar a pressão parcial de vapor pela umidade
supondo que não houve troca de calor com o meio exterior. relativa:
Solução: pparcial = 0,9 ∙ 15,477 = 13,929 mmHg
Observa-se no texto que certamente houve mudança de estado, neste caso, Como este valor não consta na tabela, teremos que aplicar uma
solidificação da água, enquanto o gelo tem sua temperatura aumentada interpolação linear:
até atingir o equilíbrio com a água (0°C). T − 16 13, 929 − 13, 634
= → T = 16, 32o C
(°C) equilíbrio 18 − 16 15, 477 − 13, 634
c. Calcular a umidade relativa da sala primeiramente:
1 T(°C) U = 0,7 ∙ 55,324 = 38,727 mmHg
0 Agora podemos calcular a umidade absoluta:
38, 727 ⋅ 18
2 U= = 0, 0357 g/l
62, 3 ⋅ ( 40 + 273)
Como a sala possui 100 m3 = 100 ∙ 103 chegamos a massa de vapor
presente na sala: m = 0,0357 ∙ 105 g = 3,57 kg.
Lei zero: Q1 + Q2 = 0
m · (–33,5 · 104) + 67 · 10–3 · 2090 · 15 = 0 12 Em um escritório de dimensões 10 × 5 × 3 (em metros), a temperatura
m = 0,0627 kg = 62,7 g é de 22°C e a umidade relativa 60%. Se um balde com água for jogado no
A massa de gelo no final será de: chão dessa sala, qual volume de água evaporará?
M = 67 + 62,7 = 129,7 g.
Solução:
Atenção: Note que o calor latente de solidificação é negativo. É o valor A partir da expressão de umidade absoluta, podemos obter uma expressão
simétrico do calor latente de fusão. para a massa de vapor em um ambiente em função da pressão parcial:

10 (UNIFESP) Sobrefusão é o fenômeno em que um líquido permanece Pparcial ⋅ M Pparcial ⋅ M ⋅ V


U= → m = U ⋅V =
nesse estado a uma temperatura inferior à de solidificação, para a R ⋅T R ⋅T
correspondente pressão. Esse fenômeno pode ocorrer quando um líquido
cede calor lentamente, sem que sofra agitação. Agitado, parte do líquido Note que para a massa de vapor mudar a pressão parcial terá que mudar.
solidifica, liberando calor para o restante, até que o equilíbrio térmico Assim reescrevemos essa expressão em função dessas variações:
seja atingido à temperatura de solidificação para a respectiva pressão.
Considere uma massa de 100 g de água em sobrefusão à temperatura de ∆Pparcial ⋅ M ⋅ V
–10°C e pressão 1atm, o calor específico da água de 1 cal/g°C e o calor ∆m =
R ⋅T
latente da solidificação da água de –80 cal/g. A massa de água que sofrerá
solidificação se o líquido for agitado será:
A variação da pressão parcial ocorrerá até que a umidade atinja a saturação
(A) 8,7 g (D) 50,0 g. (100%). Neste caso, a pressão parcial que era de 60% da pressão máxima
(B) 10,0 g. (E) 60,3 g. passará a valer 100% da pressão máxima, variando 40%, logo:
(C) 12,5 g.
∆Pparcial =0,4 ∙ 19,827 = 7,9308 mmHg
Solução: Letra C.
Aplicando a lei zero da termodinâmica em que o calor recebido por toda Substituindo, temos:
massa e o calor perdido para solidificar parte dela, temos: 7, 9308 ⋅ 18 ⋅ 150 ⋅ 103
M ∙ c ∙ ∆T + m ∙ L = 0 ∆m = = 1.165 g.
62, 3 ⋅ 295
100 ∙ 1 ∙ [0 – (–10)] + m (–80) = 0
100 ·1·10
=m = 12, 5 g.
80

11 Tomando como base a tabela de pressão máxima de vapor-d’água, 01 (UNITAU) Em um dia quente, você estaciona o carro em um trecho
determine: descoberto e sob um sol causticante. Sai e fecha todos os vidros. Quando
a. a umidade relativa em um dia que a temperatura está 20°C e a pressão volta, nota que “o carro parece um forno”. Esse fato se dá porque:
parcial de vapor 14,554 mmHg;
b. a temperatura de orvalho sabendo que a umidade está 90% e a (A) o vidro é transparente à luz solar e opaco ao calor.
temperatura 18°C; (B) o vidro é transparente apenas às radiações infravermelhas.
c. a quantidade de vapor em uma sala de 100 m3 a uma temperatura de (C) o vidro é transparente e deixa a luz entrar.
40°C e umidade relativa de 70%. (D) o vidro não deixa a luz de dentro brilhar fora.
(E) n.d.a.

364 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Calorimetria FÍSICA II
Assunto 3

02 Calor de combustão é a quantidade de calor liberada na queima de


uma unidade de massa do combustível. O calor de combustão do gás de Q (cal)
cozinha é de 6.000 kcal/kg. Quantos litros de água à temperatura de 20°C
podem ser aquecidos até 100°C com um bujão de gás de 13 kg? Despreze 500
perdas de calor. 400

Dado: calor específico sensível da água = 1,0 kcal/kg°C. 300


200
03 (PUC) Três barras cilíndricas idênticas em comprimento e secção são
ligadas formando uma única barra, cujas extremidades são mantidas a 0°C 100
e 100°C. A partir da extremidade mais quente, as condutividades térmicas
dos materiais das barras valem k, k/2 e k/5. Supondo-se que, em volta das o 10 20 30 40 θ (ºC)
barras, exista um isolamento de lã de vidro e desprezando quaisquer perdas
de calor, a razão q2/q1 entre as temperaturas nas junções onde uma barra é Determine:
ligada à outra, conforme mostra a figura, é: a. a capacidade térmica do corpo, no estado sólido.
lã de vidro b. o calor específico sensível da substância do corpo, no estado sólido.
c. a temperatura de fusão da substância que compõe o corpo.

10 Um bloco de gelo de 4,0 kg de massa que está a uma temperatura de


–10,0°C é colocado em um calorímetro (recipiente isolado de capacidade
térmica desprezível) contendo 5,0 kg de água à temperatura de 40,0°C.
Qual a quantidade de gelo que sobra sem derreter?
vapor (100ºC) gelo e água (0ºC)
θ2 θ1
Dados: Calor específico sensível da água = 1,0 kcal/kg°C; calor específico
(A) 1,5. (C) 1,2. sensível do gelo = 0,5 kcal/kg°C; calor específico latente de fusão do
(B) 1,4. (D) 1,6. gelo = 80 kcal/kg.

04 (UNICAMP) Em um aquário de 10 L, completamente cheio de água, 11 Em um calorímetro ideal, misturam-se 200 g de gelo a 0°C com 200 g
encontra-se um pequeno aquecedor de 60 W. Sabendo que em 25 minutos de água a 40°C. O calor de fusão do gelo é de 80 cal/g. Qual a temperatura
a temperatura da água aumentou de 2,0°C, determine: de equilíbrio térmico e qual a massa de gelo que se funde?

a. a quantidade de energia que foi absorvida pela água; 12 Duas barras quadradas idênticas de metal são soldadas pelas
b. qual fração da energia fornecida pelo aquecedor foi perdida para o extremidades (fig.A). Suponha que haja um fluxo horizontal de 10 cal através
exterior. das barras em 2 min. Quanto tempo seria necessário para manter este fluxo
Dado: calor específico da água = 1,0 cal/g°C; 1,0 cal = 4,0 J. de calor se elas fossem soldadas conforme a figura B?

05 Qual a massa de vapor a 100°C que deve ser misturada a 500 g de gelo
a 0 °C, em um recipiente termicamente isolado, para produzir água a 50°C? 100ºC
0ºC

Dados: Fig. A
cágua = 1 cal/g°C; Lsolidificação = 80 cal/g;
Lvaporização = 540 cal/g.
100ºC

06 Um corpo que está a temperatura de 110°C é colocado no interior de 0ºC


200 g de água a 20°C. Após atingido o equilíbrio térmico, a 38°C, o corpo
é retirado e introduzido no interior de 100 g de água a 62°C. Desprezando
as eventuais perdas de calor e sabendo que o calor específico sensível da Fig. B
água vale 1 cal/g°C, qual a temperatura final do equilíbrio térmico?
13 O gráfico a seguir mostra a curva de resfriamento de 100 g de água,
07 (UCS) Três amostras de um mesmo líquido, cujas temperaturas iniciais em um processo lento e sem agitação:
são 40°C, 70°C e 100°C, são misturadas em um calorímetro. As massas T (ºC)
das amostras são iguais entre si. Supondo que as trocas de calor ocorrem
somente entre as amostras do líquido, qual a temperatura de equilíbrio da
mistura, em graus Celsius?
D tempo
08 Em um recipiente de capacidade térmica desprezível, encontramos um
líquido a 20°C. Misturando-se 600 g de água a 80°C com esse líquido,
obtemos uma temperatura de equilíbrio térmico igual a 60°C. Qual o –4 C
equivalente em água desse líquido?

09 O gráfico mostra a quantidade de calor, Q, absorvida por um corpo de Sendo o calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g, qual a massa de
20,0 g de massa, inicialmente no estado sólido, em função da temperatura θ: água que se solidifica no trecho CD ?

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 365


FÍSICA II
Assunto 3

14 (UFPA) Para o fósforo, a temperatura de fusão é de 44°C; o calor (A) à pressão no seu interior, que é igual à pressão externa.
específico no estado líquido, de 0,2 cal/g°C; e o calor latente de fusão, de (B) à temperatura de seu interior, que está acima da temperatura de
5 cal/g. Uma certa massa de fósforo é mantida em sobrefusão a 30°C. Em ebulição da água no local.
um certo instante, verifica-se uma solidificação brusca. Que pencentagem (C) à quantidade de calor adicional que é transferida à panela.
do total de massa do fósforo se solidifica? (D) à quantidade de vapor que está sendo liberada pela válvula.
(E) à espessura da sua parede, que é maior que a das panelas comuns.
15 Colocando água gelada no interior de um copo de vidro seco, observa-se
com o passar do tempo a formação de gotículas de água na parede externa
do copo. Isso se deve ao fato de que:

(A) a água gelada atravessa a parede do copo. 01 (AFA) Um estudante, querendo determinar o equivalente em água de
(B) as gotas d'água sobem pela parede interna do copo alcançando a parede um calorímetro, colocou em seu interior 250 g de água fria e, aguardando
externa, onde se depositam. um certo tempo, verificou que o conjunto alcançou o equilíbrio térmico a
(C) a água fria cria microfissuras na parede do copo de vidro pelas quais uma temperatura de 20°C. Em seguida, acrescentou ao mesmo 300 g de
a água passa para fora. água morna, a 45°C. Fechando rapidamente o aparelho, esperou até que
(D) o vapor-d'água presente na atmosfera se condensa. o equilíbrio térmico fosse refeito; verificando, então, que a temperatura
(E) o copo é de vidro. final era de 30°C. Baseando-se nesses dados, o equivalente em água do
calorímetro vale, em gramas:
16 (ENEM) A panela de pressão permite que os alimentos sejam cozidos
em água muito mais rapidamente do que em panelas convencionais. Sua (A) 400. (C) 200.
tampa possui uma borracha de vedação que não deixa o vapor escapar, a (B) 300. (D) 100.
não ser através de um orifício central sobre o qual assenta um peso que
controla a pressão. Quando em uso, desenvolve-se uma pressão elevada 02 (AFA) Para intervalos de temperaturas entre 5°C e 50°C, o calor
no seu interior. Para a sua operação segura, é necessário observar a específico (c) de uma determinada substância varia com a temperatura (t)
limpeza do orifício central e a existência de uma válvula de segurança, de acordo com a equação c = t/60 + 2/15, em que c é dado em cal/g°C
normalmente situada na tampa. e t em °C. A quantidade de calor necessária para aquecer 60 g desta
substância de 10°C até 22°C é:
O esquema da panela de pressão e um diagrama de fases da água são
(A) 350 cal. (C) 480 cal.
apresentados abaixo.
(B) 120 cal. (D) 288 cal.
válvula de
segurança 03 Colocam-se 100 g de gelo a –10°C em um calorímetro contendo 10 g de
vapor água a 40°C cujo calor específico é igual a 1 cal/g°C. Sendo o calor latente de
fusão do gelo igual a 80 cal/g, o calor específico sensível da água no estado
sólido 0,5 cal/g°C, no estado líquido 1,0 cal/g°C e desprezando as perdas de
calor, no equilíbrio térmico, descubra o que o calorímetro conterá na situação
de equilíbrio térmico.

04 O calor específico de um corpo de massa m = 200 g varia com a


temperatura conforme a equação: c = 0,005θ+ 0,2 (calor específico em
cal/g°C e θ temperatura em °C). Determine:

líquido a. o calor específico médio entre as temperaturas 20°C e 60°C;


b. a quantidade de calor que se deve fornecer ao corpo para elevar sua
temperatura de 20°C a 60°C.
Diagrama de fases da água
05 (ITA) Colaborando com a campanha de economia de energia, um
5
grupo de escoteiros construiu um fogão solar, consistindo de um espelho
de alumínio curvado que foca a energia térmica incidente sobre uma placa
4
coletora. O espelho tem um diâmetro efetivo de 1,00 m e 70% da radiação
pressão (atm)

3 solar incidente é aproveitada para de fato aquecer uma certa quantidade de


água. Sabemos ainda que o fogão solar demora 18,4 minutos para aquecer
líquido
2 1,00 L de água desde a temperatura de 20°C até 100°C, e que 4,186 · 103 J é
vapor a energia necessária para elevar a temperatura de 1,00 L de água de 1,000 K.
1 Com base nos dados, estime a intensidade irradiada pelo Sol na superfície da
Terra, em W/m2. Justifique.
0

0 20 40 60 80 100 120 140 160


06 (FUVEST) Tem-se certa quantidade de uma bebida dentro de um copo a
30°C. O sistema tem capacidade térmica de 91 cal/°C. Dentro do copo, coloca-se
temperatura ( C)
o
uma pedra de gelo de 20 g a 0°C, no interior de um invólucro metálico de
A vantagem do uso de panela de pressão é a rapidez para o cozimento de capacidade térmica de 2,0 cal/°C. Despreze trocas de calor com o ambiente.
alimentos e isso se deve:

366 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Calorimetria FÍSICA II
Assunto 3

a. Estabelecido o equilíbrio térmico, qual a temperatura final? Dados: pressão de vapor a 20°C: 17,5 mmHg; pressão de vapor a 5°C:
b. Qual a quantidade mínima de gelo de que se deveria dispor para baixar 6,51 mmHg; densidade do mercúrio: 13,6 g/cm3.; gravidade: 10 m/s2.
a temperatura da bebida a 0°C?
11 Uma panela com água é colocada em um quarto fechado, cujo volume
Dado: calor específico latente de fusão do gelo = 80 cal/g. é de 60 m3, à temperatura de 27°C e umidade relativa de 60%.

07 (PENSI) De uma caldeira a 120°C fluem para um recipiente adiabático 20 g a. Quantos gramas de água vão evaporar?
de vapor-d’água superaquecido. De um depósito de um líquido refrigerante b. Qual a umidade absoluta em kg/m3?
mantido a –10°C são retirados 100 g de gelo e imediatamente colocados c. Se a temperatura do quarto sofrer um aumento de 1°C, quantos gramas
no recipiente. Determine a temperatura de equilíbrio dentro do recipiente. a mais de água se evaporam?
Dados:
12 (ITA) Um termômetro em uma sala de 8,0 × 5,0 × 4,0 m indica 22°C, e
calor específico sensível do gelo: 0,5 cal/g°C;
um higrômetro indica que a umidade relativa é de 40%. Qual é a massa de
calor específico sensível da água: 1,0 cal/g°C;
vapor de água na sala, se sabemos que a essa temperatura o ar saturado
calor específico sensível do vapor: 0,5 cal/g°C;
contém 19,33 g de água por metro cúbico?
calor latente de fusão: 80 cal/g;
calor latente de condensação: 540 cal/g.
13 (FUVEST) Um recipiente de paredes finas contém 100 g de uma liga
metálica. O gráfico representa a temperatura T da liga em função do tempo t.
08 A figura a seguir mostra uma seção de um muro feito de pinho branco de
espessura La e tijolo de espessura Ld (=2,0 × La), com duas placas internas de temperatura
material desconhecido com idênticas espessuras e condutividades térmicas. T (ºC)
A condutividade térmica do pinho branco é ka e a do tijolo, kd (=5,0 ka). A
área da superfície do muro é desconhecida. A condução de calor através do 347
muro atingiu um estado estacionário, com as únicas temperaturas de interface 327
conhecidas, sendo T1 = 25°C, T2 = 20°C e T5 = –10°C. Calcule a temperatura
307 200 s 10 s
de interface T4 e T3.
tempo
20 s
T1 T2 T3 T4 T5 –50 0 50 100 150 200 250 300 t (s)

Ka Kb Kc Kd Até o instante t = 50 s, a liga recebe de um aquecedor a potência


Exterior
P0 = 30 W e, a partir desse instante, passa a receber a potência P1 = 43 W.
Interior
A temperatura de fusão da liga é 327°C e a de ebulição é superior a
1.500°C. Na situação considerada, a liga perde calor para o ambiente a
uma taxa constante. Avalie:
La Lb Lc Ld
a. a quantidade de calor perdida pela liga, a cada segundo, em J.
09 Um anel de cobre de 20,0 g tem um diâmetro de exatamente 1 polegada b. a energia (em J) necessária para fundir 1 g da liga.
à temperatura de 0,000°C. Uma esfera de alumínio têm um diâmetro de c. a energia (em J) necessária para elevar, de 1°C, a temperatura de 1 g
exatamente 1,00200 pol à temperatura de 100°C. A esfera é colocada em da liga no estado líquido.
cima do anel e permite-se que os dois encontrem seu equilíbrio térmico, d. a energia (em J) necessária para elevar, de 1°C, a temperatura de 1 g
sem ser perdido calor para o ambiente. A esfera passa exatamente pelo da liga no estado sólido.
anel na temperatura de equilíbrio. Qual a massa da esfera?
14 Soldam-se as extremidades de três barras de latão, aço e cobre,
Dados: calor específico do cobre: 0,0923 cal/g · K;calor específico do alumínio: formando um objeto com a forma de Y. A área da seção reta de cada barra
0,215 cal/g · K; coeficiente de dilatação linear do cobre: 17 · 10–6°C–1; coeficiente é de 2 cm2. A extremidade da barra de cobre é mantida a 100°C e as de
de dilatação linear do alumínio: 23 · 10–6°C–1) latão e aço a 0°C. Suponha que não haja perdas de calor pelas superfícies
das barras, cujos comprimentos são: cobre 46 cm,; latão 13 cm e aço 12
1,00200 pol cm. Qual a temperatura do ponto de união das três barras?

Dados: condutibilidade térmica:


aço = 50,2 J/m · s °C; cobre = 385 J/m · s °C; latão = 109 J/m · s°C.
A
100ºC
15 Um sistema de ar condicionado aumenta, por segundo, a umidade
Cu 0ºC relativa de 0,5 m3 de ar, de 30%, para 65%. Qual a massa de água necessária
ao sistema, por hora, se a temperatura é de 20°C?
1,000 pol
Dado: pressão máxima de vapor a 20°C: 17,5 mmHg.

16 (FUVEST) Uma experiência é realizada para estimar o calor


10 específico de um bloco de material desconhecido, de massa mB = 5,4
a. Qual a umidade relativa em um dia em que a temperatura é de 20°C kg. Em recipiente de isopor, uma quantidade de água é aquecida por uma
e o ponto de orvalho é 5°C? resistência elétrica R = 40, ligada a uma fonte de 120 V, conforme a figura.
b. Qual a pressão parcial do vapor-d’água na atmosfera em pascal? Nessas condições, e com os devidos cuidados experimentais é medida a
c. Qual a umidade absoluta em gramas por metro cúbico?

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 367


FÍSICA II
Assunto 3

variação da temperatura T da água, em função do tempo t, obtendo-se a 19 (ITA) Em uma cavidade de 5 cm3 feita em um bloco de gelo, introduz-se
reta A do gráfico. A seguir, repete-se a experiência desde o início, desta vez uma esfera homogênea de cobre de 30 g aquecida a 100°C, conforme o
colocando o bloco imerso dentro d’água, obtendo-se a reta B do gráfico. esquema a seguir. Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo é de 80
cal/g, que o calor específico do cobre é de 0,096 cal/g°C e que a massa
T (ºC) específica do gelo é de 0,92 g/cm3, o volume total da cavidade é igual a:

40
A

B
30

120 V
R 20

6 12 18 t
minuto

Dado: c = 4 J/g°C, para a água. (A) 8,9 cm3.


(B) 3,9 cm3.
a. Estime a massa M, em kg, da água colocada no recipiente. (C) 39,0 cm3.
b. Estime o calor específico cB do bloco, explicitando claramente as unidades (D) 8,5 cm3.
utilizadas. (E) 7,4 cm3.

17 (FUVEST) As curvas A e B na figura representam a variação de temperatura 20 Uma barra de gelo de 50 g de massa a –20°C é colocada em contato,
(T) em função do tempo (t) de duas substâncias A e B, quando 50 g de cada em um calorímetro real, com 20 g de H2O a 15°C. Sabe-se que o calor
uma é aquecida separadamente, a partir da temperatura inicial de 20°C, na fase específico do gelo é 0,5 cal/g°C, o da água é 1 cal/g°C e o calor latente
sólida, recebendo calor a uma taxa constante de 20 cal/s. Considere agora um de fusão da água é 80 cal/g. Sabe-se também que 10% do calor da fonte
experimento em que 50 g de cada uma das substâncias são colocadas em quente é perdido por intermédio do calorímetro para o meio ambiente. No
contato térmico em um recipiente termicamente isolado, com a substância A equilíbrio térmico, quais as temperaturas e as massas envolvidas?
na temperatura inicial TA= 280°C e a substância B na temperatura inicial TB=
20°C. 21 Em uma panela de água fervente, em 1 segundo, 5 g de água viram vapor.
Considere que o calor é transmitido à água somente pelo fundo da panela.
T (°C) Desprezando a perda de calor pelas paredes da panela e pela superfície da
320
A água ao meio ambiente, determine a temperatura da superfície do fundo da
280 panela em contato com o aquecedor. A área do fundo da panela é 400 cm2,
240 sua espessura, 4 mm e o coeficiente de condutibilidade térmica, 44 J/s.
200 m°C. Calcule também o fluxo térmico nesse processo.
160 B Dados: 1 cal = 4J e calor latente de vaporização de 540 cal/g.
120
80
22 (IME) Considere um calorímetro no qual existe uma certa massa de
líquido. Para aquecer o conjunto líquido – calorímetro de 30°C para 60°C
40 são necessárias Q1 joules. Por outro lado, Q2 joules elevam de 40°C para
0 t(s) 80°C o calorímetro juntamente com o triplo da massa do líquido.
0 20 40 60 80 100 120 140
a. Determine a capacidade térmica do calorímetro nas seguintes situações:
a. Determine o valor do calor latente de fusão LB da substância B. Q1 = 2.000 J, Q2 = 4.000 J.
b. Determine a temperatura de equilíbrio do conjunto no final do experimento. Q1 = 2.000 J, Q2 = 7.992 J.
c. Se a temperatura final corresponder à mudança da fase de uma das b. Com base nesses dados, em qual das duas situações a influência do material
substâncias, determine a quantidade da mesma em cada uma das fases. do calorímetro pode ser desconsiderada? Justifique sua conclusão.

18 (UFRN) Em um calorímetro ideal, há 98 g de água à temperatura de 23 (ITA) Um fogareiro é capaz de fornecer 250 calorias por segundo.
0°C. Dois cubinhos metálicos são introduzidos no calorímetro. Um deles Colocando-se sobre o fogareiro uma chaleira de alumínio de massa 500 g,
tem massa 8,0 g, calor específico 0,25 cal/g°C e está à temperatura de tendo no seu interior 1,2 kg de água à temperatura ambiente de 25°C, a
400°C. O outro tem 10 g de massa, calor específico 0,20 cal/g°C e está água começará a ferver após 10 minutos de aquecimento. Admitindo-se
à temperatura de 100°C. Posteriormente, esse último cubinho é retirado que a água ferve a 100°C e que o calor específico da chaleira de alumínio
do calorímetro e verifica-se, nesse instante, que sua temperatura é é 0,23 cal/g°C e o da água 1,0 cal/g°C, pode-se afirmar que:
50°C. Calcule a temperatura final de equilíbrio da água e do cubinho que
permanece no calorímetro. (A) toda a energia fornecida pelo fogareiro é consumida no aquecimento
da chaleira com água, levando a água à ebulição.
(B) somente uma fração inferior a 30% da energia fornecida pela chama é
gasta no aquecimento da chaleira com água, levando a água a ebulição.

368 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Calorimetria FÍSICA II
Assunto 3

(C) uma fração entre 30% a 40% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida. IV. Se esse feijão estivesse no interior de uma panela de pressão fechada,
(D) 50% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida. cuja válvula mantém a pressão interna a 1,42 atm (1,0 atm equivale a
(E) a relação entre a energia consumida no aquecimento da chaleira com 76 cm Hg), independentemente do local, o tempo de cozimento seria
água e a energia fornecida pelo fogão em 10 minutos situa-se entre de aproximadamente 10 minutos.
0,70 e 0,90.
É(são) verdadeira(s):
24 (ITA) Um vaporizador contínuo possui um bico pelo qual entra água a
20°C, de tal maneira que o nível de água no vaporizador permanece constante. (A) somente I. (D) somente II, III e IV.
O vaporizador utiliza 800 W de potência, consumida no aquecimento da água (B) somente I e III. (E) I, II, III e IV.
até 100°C e na sua vaporização a 100°C. A vazão de água pelo bico é: (C) somente I, II e IV.
Dados: calor específico da água = 4,18 kJ/kg · K;
26 Uma janela de vidro tem espessura e e área total A. A condutividade
massa específica da água = 1,0 g/cm3;
térmica do vidro da janela é k1. A temperatura externa é igual a 10°C
calor latente de vaporização da água = 2,26 · 103 kJ/kg.
e deseja-se que a temperatura interna da casa seja igual a 20°C. Em
(A) 0,31 mL/s. (D) 3,1 mL/s. um primeiro experimento, utiliza-se a janela descrita. Em um segundo
(B) 0,35 mL/s. (E) 3,5 mL/s experimento constrói-se uma janela dupla com dois vidros paralelos de
(C) 2,4 mL/s. mesma área A e uma camada de ar entre os mesmos. A condutibilidade do
ar vale k2 = k1/30. Para que a redução de fluxo de calor para o ambiente
25 O gráfico a seguir fornece o tempo de cozimento, em água fervente, externo seja 500 vezes menor, devemos ter uma camada de ar entre os
de uma massa m de feijão em função da temperatura. vidros com espessura de, aproximadamente:

Tempo de cozimento versus temperatura (A) e/4. (D) 12e.


160
(B) 4e. (E) 50e.
140 (C) 17e.

120 27 Quatro hastes cilíndricas de metal são soldadas como mostra a figura
Tempo de cozimento (min)

100
a seguir:

80
20°C 100°C

60 1 2
40

20 4 3

0
20°C 100°C
90 92 94 96 98 100 102 104 106 108 110 112
Temperatura (oC) As áreas transversais são iguais. As condutividades térmicas das barras
1, 2, 3 e 4 valem, respectivamente k1, k2, k3 e k4. Os comprimentos das
Sabe-se que a temperatura de ebulição da água, em uma panela sem tampa, barras 1, 2, 3 e 4 valem, respectivamente L1, L2, L3 e L4, sendo esses
é função da pressão atmosférica local. Na tabela abaixo, encontramos a comprimentos, nessa ordem, elementos de uma progressão aritmética de
temperatura de ebulição da água em diferentes pressões. Ao nível do mar elemento inicial L1 = L e razão L. As pontas das barras estão em contato
(altitude zero), a pressão atmosférica vale 76 cm Hg e ela diminui 1,0 cm Hg com fontes térmicas cujas temperaturas são mostradas na figura. Após
para cada 100 metros que aumentamos a altitude. um longo tempo, podemos afirmar que a temperatura da junção das
barras tenderá corretamente para o valor (considere as fontes térmicas
Temperatura de ebulição da água em função da pressão com capacidades térmicas infinitas):

pressão em (A) 100°C.


60 64 68 72 76 80 84 88 92 96 100 104 108
cm Hg 10 · (2 k1 + 3 k2 + 4 k3 + 6 k4 )
(B) .
temperaratura k1 + k2
94 95 97 98 100 102 103 105 106 108 109 110 111
em °C
k1 + k2 + k3 + k4
(C) .
Analise as afirmações. 120 k2

I. Ao nível do mar, essa massa m de feijão irá demorar 40 minutos para 10 k2 + 4 k1 + 2 k3 + k4


(D) .
o seu cozimento. 32 k1
II. O Mar Morto encontra-se a, aproximadamente, 400 metros abaixo
20 · (30 k2 + 20 k3 + 12 k1 + 3 k4 )
do nível dos mares (altitude – 400 m). Nesse local, o mesmo feijão (E) .
demoraria 30 minutos para o seu cozimento. 12 k1 + 6 k2 + 4 k3 + 3 k4
III. O tempo de cozimento desse feijão seria de 1,0 hora em um local de
altitude aproximadamente igual a 1,0 km.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 369


FÍSICA II
Assunto 3

28 Uma fábrica foi multada pela prefeitura local, pois a temperatura 29 A temperatura de uma sala é 20°C quando a temperatura externa é
externa da parede de um forno industrial encontrava-se em um nível –20°C. Já quando a temperatura externa é –40°C, a temperatura da sala
superior ao previsto pelas normas de segurança (Figura 1). Para atender é 10°C. Qual a temperatura do radiador aquecendo a sala?
às normas, recomenda-se o seguinte procedimento (Figura 2): A parede
externa do forno deve ser recoberta com um material de condutividade 30 50 g de gelo a 0°C são adicionados a um recipiente contendo 200
térmica igual a 4% da parede do forno. Isso faz com que a transferência g de água a 70°C. Após as trocas de calor entre gelo, água e recipiente,
de calor fique igual a 20% da original e que a redução de temperatura a temperatura de equilíbrio atingida foi de 40°C. Quando 80 g a mais de
entre a superfície interna da parede do forno e a superfície externa do gelo a 0°C foram adicionados ao recipiente e derreteram completamente,
isolante fique 20% maior que a situação inicial. Determine a razão entre o equilíbrio foi atingido a 10°C. Qual o calor latente de fusão do gelo?
a espessura do isolante (ei) e a espessura da parede do forno (ef).
31 Três bastões de um material X e três bastões de um material Y foram
soldados formando a figura abaixo. Todos possuem o mesmo comprimento
e mesma seção reta. Se a extremidade A é mantida a 60°C e a junção E
a 10°C, calcule a temperatura das junções B, C e D. As condutividades
parede do forno térmicas dos materiais X e Y são, respectivamente, 0,92 e 0,46 (SI).

temperatura temperatura C
interna do ef externa sem x
forno isolante x
A B
x E
y
y y

material
parede do forno esolante
temperatura temperatura
interna do ef externa sem
ei
forno isolante

370 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


FÍSICA III ASSUNTO

Vetores
1
1. Introdução Obs.: Dois vetores são iguais quando possuem mesmo módulo, direção
e sentido.
Neste capítulo, vamos apresentar e distinguir os dois tipos de grandezas
que estudamos em Física, citando alguns exemplos delas. Além disso, 4.2 Cartesiana
será introduzido o conceito de vetor, bem como suas diferentes formas de
O vetor será representado por coordenadas cartesianas, oriundas da
representação, operações e aplicações em diversos problemas de Física.
subtração do ponto extremidade pelo ponto origem.

z
2. Grandezas físicas zB B
Em Física, trabalhamos com o objetivo de realizar medições de dois
tipos de grandezas físicas: as escalares e as vetoriais.

As grandezas físicas escalares são caracterizadas por um número real AB y →
AB = B − A = (xB − xA , yB − yA , zB − zA)
e uma unidade de medida. zA
Ex.: tempo, massa, energia, temperatura. A iˆ = jˆ = kˆ = 1

Por sua vez, as grandezas físicas vetoriais são definidas por um número k̂ yB
yA
real positivo (módulo, norma ou intensidade), uma direção e um sentido,
além de uma unidade de medida. iˆ xA
Ex.: velocidade, força, deslocamento, impulso. xB
x
Assim, para representarmos as grandezas vetoriais, utilizaremos os
vetores, que são entes matemáticos que possuem: 4.3 Algébrica
^^ ^
• módulo: comprimento do vetor; Nesse caso,vamos trabalhar com os vetores unitários i , j e k para
• direção: horizontal, vertical; os eixos x, y e z, respectivamente.
• sentido: para a direita, para a esquerda, para cima, para baixo. O vetor unitário tem módulo igual a 1.
i | |=
|= j | | k | = 1

3. Classificação No exemplo anterior, teríamos a seguinte representação:


De acordo com a sua aplicação, um vetor pode ser classificado em:
 
v = AB = ( x B − x A )ˆi + ( y B − y A )ˆj + ( z A − z B )kˆ = x oˆi + y o ˆj + zo kˆ
→ vetores fixos (ou aplicados): possuem seu ponto de aplicação bem

definido (ponto material). módulo: v = ( x B − x A )2 + ( y B − y A )2 + ( z A − z B )2
Ex.: força aplicada em um ponto material;
→ vetores livres: podem ser deslocados paralelamente a si mesmos, Vejamos um novo exemplo, com os vetores representados na figura abaixo:
ou seja, deslocam-se livremente pelo espaço.
Ex.: momento (torque) de uma força aplicada em um corpo extenso; 
→ vetores deslizantes: podem mover-se ao longo da reta suporte. A
Ex.: força aplicada em corpos rígidos.
 
B C
4. Representação
O vetor sempre é representado por meio de um segmento de
reta orientado entre dois pontos (origem e extremidade), sendo que o
comprimento do segmento está relacionado à intensidade do vetor, enquanto
a ponta da seta fornece o seu sentido. Ele é denominado por uma pequena 
seta para direita colocada em cima da letra que o representa. D

4.1 Geométrica j

O vetor é esboçado por um segmento de reta orientado, construído i
sobre uma reta suporte que está associada à direção do vetor.

Repare que o vetor A tem componente apenas no eixo x e o tamanho
módulo ou r (reta suporte)
intensidade do vetor é de 2 “quadrados”, ou 2 unidades do módulo do vetor unitário.
r
v    ^
B (extremidade) vB =− AAB= = A = 2i
v B− A

vetor runitário r
r̂ = r = 1 A (origem)
AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 371
FÍSICA III
Assunto 1

O vetor B também apresenta uma única componente (vertical) com 6.2.2 Regra do polígono
tamanho de 3 unidades. Pode ser usada para a soma de 2 ou mais vetores quaisquer.
 ^
B = 3j Os vetores que serão somados são desenhados sequencialmente (a
 
Os vetores C e D possuem componentes nos eixos x e y, e suas ordem não interfere no resultado final), com a origem de um na extremidade
representações são: do antecessor. O vetor soma será construído a partir da origem do 1º vetor
 ^ ^ representado até a extremidade do último vetor desenhado, fechando-se
C = 3i + 3j assim um polígono.
 ^ ^
D = –2i – 2j D

 B C
O sinal negativo nos vetores unitários de D indicam sentidos opostos
B C
ao referencial adotado para os eixos x e y.

5. Vetores opostos A
A
E

São vetores que possuem a mesma intensidade e direção, porém AB + BC = AC AB + BC + CD + DE = AE


sentidos opostos.
O sinal negativo implica que há uma oposição dos sentidos dos vetores. Obs.: Quando os vetores formam um polígono fechado, a soma é
 
Ex.: Forças de ação e reação – Terceira Lei de Newton → FAB = − FBA. nula, e vice-versa, isto é, quando a soma de 3 ou mais vetores é nula,
estes deverão formar um polígono fechado, ligando cada extremidade a
cada origem.
a −a
6.2.3 Soma algébrica
O vetor soma será obtido pela soma algébrica das coordenadas
6. Operações com vetores cartesianas dos vetores que serão adicionados.
 
Sejam: AB = u1ˆi + v1ˆj + w1kˆ e AC = u2ˆi + v 2 ˆj + w 2 kˆ
6.1 Multiplicação por um escalar real  
  AB + BC = ( u1 + u2 )ˆi + (v1 + v 2 )ˆj + (w1 + w 2 )kˆ
= m n · a, n ∈ℜ
 
Ex.: Segunda Lei de Newton → FR = m · a 6.3 Subtração
se n >0 se n < 0 Nesse caso, podemos observar que a subtração de dois vetores
corresponde à soma do primeiro vetor com o vetor oposto ao segundo.
  
Ex.: Velocidade relativa → v AB = v A − v B .

a a
AC AB − AC
na na AC
θ θ
AB AB

6.2 Adição AB + ( − AC)

− AC
6.2.1 Regra do paralelogramo AB − AC = |AB|2 +|AC|2 − 2 ⋅ |AB| ⋅ |AC|⋅ cos θ
Utilizada apenas para a soma de dois vetores aplicados no mesmo
ponto.
Ex: Duas forças aplicadas em um ponto material.
6.3.1 Subtração algébrica
O vetor diferença será obtido pela subtração algébrica das coordenadas
A ideia é construir um paralelogramo usando os dois vetores aplicados cartesianas dos vetores que serão adicionados.
 
(origens coincidentes) como lados desse quadrilátero. Dessa forma, o Sejam: AB = u1ˆi + v1ˆj + w1kˆ e AC = u2ˆi + v 2 ˆj + w 2 kˆ
vetor soma será o segmento de reta orientado construído sobre a diagonal  
do paralelogramo, tendo como origem o ponto de aplicação dos vetores AB − AC = ( u − u )ˆi + (v − v )ˆj + (w − w )kˆ
1 2 1 2 1 2

originais.
→ → → → → → 6.4 Projeção ortogonal
| AB + AC| = | AB|2 + | AC|2 + 2 ⋅| AB|⋅| AC|⋅ cos θ
O objetivo é decompor um vetor em projeções ortogonais sobre eixos
coordenados.
AC AB + AC Ex.: Componentes de uma força.

O vetor v é projetado sobre os eixos ortogonais, traçando-se,
θ
inicialmente, retas perpendiculares a esses eixos, conduzidas da
  
→ extremidade do vetor v . As projeções v x e v y são denominadas
AB 
componentes ortogonais ou componentes cartesianas de v .

372 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Vetores FÍSICA III
Assunto 1

y i j k
 
AB × AC = u1 v1 w1 =
   u2 v2 w2
v vvxx == vv cos
cos θ==vvsen
sen α
r r r
v y = v sen = v cos
v y = v sen θ = v cos α = (v1 ⋅ w2 − w1 ⋅ v 2 )i + (w1 ⋅ u2 − u1 ⋅ w 2 )j + ( u1 ⋅ v 2 − v1 ⋅ u2 )k
vy
Logo,
xLogo,
r r r r r
vx v = v x i + vy j  7. Vetores unitários
v = vx i + vy j
São aqueles que têm módulo (comprimento) igual a uma unidade de
medida. Para se obter um vetor de módulo  1 na direção que passa por
6.5 Produto escalar dois pontos A e B, basta dividir o vetor AB pelo seu módulo.

É o número real que representa o produto de dois vetores.



  AB
uˆAB = 
Ex.: Trabalho mecânico → τ = F ⋅ ∆S AB

AC
→ → → →
x = AB ⋅ AC = | AB|⋅| AC|⋅ cos θ
θ 8. Noções de cálculo
AB O conteúdo abaixo não se trata de um curso completo de Cálculo I, e
sim, uma breve introdução a alguns conceitos básicos de derivadas que
Repare que o produto escalar x pode ser interpretado como o produto
 serão de extrema importância para compreendermos melhor algumas
do módulo de um vetor (| AB |) pelo módulo da projeção de outro situações físicas, além de nos servir como uma nova ferramenta de

(| AC | ∙ cos q) na reta suporte do primeiro. solução de problemas.
Portanto, se dois vetores são ortogonais, o produto escalar entre
eles será nulo. 8.1 Derivadas
Podemos também efetuar o produto escalar realizando a soma dos Existem duas interpretações básicas que podemos atribuir ao conceito
produtos das componentes dos vetores, conforme o exemplo abaixo. de derivada de uma função, uma delas é a de taxa relacionada e a outra
 
Sejam: AB = u1ˆi + v1ˆj + w1kˆ e AC = u2ˆi + v 2 ˆj + w 2 kˆ como sendo o coeficiente angular da reta tangente no gráfico de y,
  x. Mas antes de entrarmos no mérito das aplicações da derivada, é útil
AB ⋅ AC = ( u1 ⋅ u2 ) + (v1 ⋅ v 2 ) + (w1 ⋅ w 2 ) que saibamos lidar com as operações básicas, regras de derivação e

representações.
6.6 Produto vetorial
8.1.1 Notação de Leibniz
É o vetor que representa o produto de dois vetores. O vetor resultante
é perpendicular ao plano formado pelos dois vetores iniciais, ou seja, Primeiramente, vamos considerar o seguinte exemplo: Um corpo
o produto vetorial é um vetor perpendicular simultaneamente aos dois possuí uma velocidade média de 5 m/s. Isso significa que a cada unidade
vetores originais. de tempo que se passa, esse corpo percorre uma distância equivalente

   a 5 m.
Ex: Momento de uma força em relação a um ponto → M = r × F
r uur uur Δs
r uur uur uur uur vM =
y = AB × AC | y | = | AB × AC| = | AB|⋅| AC| sen θ Δt
uur
AC No caso da velocidade instantânea, considera-se um intervalo de
tempo muito pequeno, quando isso ocorrer, trocamos o ∆ por d. Assim
θ uur sendo, a fórmula tem outra notação:
AB
ds
v=
dt
Dessa forma, podemos observar que dois vetores paralelos possuem
produto vetorial nulo. Concluimos que a derivada de uma função y = f(x) em relação a x
Além disso, uma outra forma de se efetuar o produto vetorial é a partir pode ser representada de três maneiras:
do uso de determinante, conforme o exemplo que se segue.
dy df
= = f '( =
x) y '
  dx dx
Sejam: AB = u1i + v1 j + w1 k e AC = u2 i + v 2 j + w 2 k

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 373


FÍSICA III
Assunto 1

8.1.2 Operações básicas


Sejam f, g e h três funções de x. 01 (PUC-SP) Os esquemas abaixo mostram um barco retirado de um rio
por dois homens. Em (A), são usadas cordas que transmitem ao barco
I. f ( x ) = g( x ) + h( x ) ⇒ f '( x ) = g '( x ) + h '( x ) forças paralelas de intensidades F1 e F2. Em (B), são usadas cordas
II. f ( x=
) g( x )h( x ) ⇒ f '( x=
) g '( x )h( x ) + g( x )h '( x ) inclinadas de 90º que transmitem ao barco forças de intensidades iguais
às anteriores.
g( x ) g '( x )h( x ) − g( x )h '( x )
III. =
f( x ) =
h( x ) h( x )2 (A) (B)

8.1.3 Derivadas conhecidas →


F1

F1
I.=
f ( x ) k , k constante =
⇒ f '( x ) 0
→ 90o
dv F2
Ex.: v(t) = 4, = v= '( t ) a. Como o lado direito é constante, v’(t) = 0 = a. →
dt F2
Faz bastante sentido que a aceleração seja zero, uma vez que o movimento
é uniforme.

II. f ( x ) kx n , k constante
= = ⇒ f '( x ) knx n −1 Sabe-se que, no caso (A), a força resultante transmitida ao barco tem
intensidade 70 kgf e que, no caso (B), tem intensidade de 50 kgf. Nessas
ds
Ex.: s(t) = 5t, derivando em relação ao tempo: = s '( t )= v= 5t 0= 5. condições, determine os esforços desenvolvidos pelos dois homens.
dt
Novamente, veja que se a posição varia linearmente com o tempo, é Solução:
razoável que o resultado esperado seja v = constante. Na situação A, os dois vetores estão na mesma direção e sentido, portanto
somamos os seus módulos e a resultante é 70 kgf.
III. f ( x=
) an x n + an −1 x n −1 + .. + a1 x + a0 ⇒ F1 + F2 = 70 → F1 = 70 – F2 (I)
'( x ) an nx n −1 + an −1( n − 1) x n − 2 + .. + a1
⇒ f=
Na situação B, os dois vetores são perpendiculares e sua soma é:
F12 + F22 = 502 (II)
Ex.: Deduza a equação horária da velocidade no MUV.
1 Substituindo (I) em (II), temos:
Em S( t ) = S0 + v 0 t + at 2, repare que S0, v0 e a são constantes, assim:
2 (70 – F2)2 + F22 = 502
dS( t ) d d d 1  2
= ( S0 ) + (v 0 t ) +  at 2  ⇒ v( t ) =+ 0 v 0 t 0 + at 1 Resolvendo a equação acima, encontramos:
dt dt dt dt  2  2
F1 = 30 kgf e F2 = 40 kgf ou F1 = 40 kgf e F2 = 30 kgf
Logo: v(t) = v0 + at
02 A figura mostra 5 forças representadas por vetores de origem comum,
dirigindo-se aos vértices de um hexágono regular. Sendo 10 N o módulo da

IV. f ( x ) =e x ⇒ f '( x ) =ex força FC , a intensidade da resultante dessas 5 forças é:
V. f( x ) = a x ⇒ f '( x ) =a x ⋅ ln a FA FB

l
VI. f ( x ) = log a x ⇒ f '( x ) = (A) 50 N.
x ln a
(B) 45 N.
− ln a FC
VII. f ( x ) = log x a ⇒ f '( x ) = (C) 40 N.
x(ln x )2 (D) 35 N.
VIII. f ( x ) = sen x ⇒ f '( x ) = cos x (E) 30 N.
IX. f ( x ) =
cos x ⇒ f '( x ) =
−sen x FE FD
Solução: Letra E.
X. f ( x ) =tg x ⇒ f '( x ) =sec x 2
Podemos notar que:
  
8.1.4 Regra da cadeia (I) FB + FE = FC
  
Se a função que será derivada for uma composta de outras duas, (II) FD + FA = FC
escrevemos que:        
Assim, a resultante R das 5 forças será: R = FA + FB + FC + FD + FE = 3 · FC
[f(g(x))]’ = f(g(x))g’(x)    
R = 3 · FC → R = 3 · 10 (N )→ R = 30 N
Ex.: Calcule f’ dado que: f(x) ex
2
–3

Nesse caso, f(x) = ex e g(x) = x2 – 3, então:

f’(g(x))g’(x) = eg(x)g’(x) ⇒ ex (2x)


2
–3

374 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Vetores FÍSICA III
Assunto 1
 
06 No plano quadriculado a seguir, estão representados dois vetores a e b:

01 (FESP) Em um corpo, estão aplicadas apenas duas forças de


intensidades 12 N e 8,0 N. Uma possível intensidade da resultante será:

(A) 22 N. (D) zero.


(B) 3,0 N. (E) 21 N.
(C) 10 N.
 
b
02 Em um plano α, temos dois vetores, A e B , de mesma origem, a
 θ.
formando um ângulo
Se os módulos de A e B são respectivamente iguais a 3 u e 4 u, determine 1u
o módulo do vetor soma em cada um dos casos seguintes:
1u
(A) θ = 0°. (C) θ = 180°.
(B) θ = 90°. (D) θ = 60°. Qual o módulo da soma desses vetores?
   
03 Dados os vetores A e B , a melhor representação para o vetor A + B é: 07 A barcaça B é puxada por dois rebocadores A e C. A tração no cabo
AB é 20 kN e a resultante das duas forças aplicadas em B é dirigida ao
  longo do eixo da barcaça.
A B

(D)

B 30°
(A) (B) (C) (E)
45°

04 Na figura, temos três vetores coplanares formando uma linha poligonal


fechada:
 
a b

 Determine a tração no cabo BC e a intensidade da resultante das duas


c forças aplicadas em B.
A respeito, vale a relação:
08 A soma de dois vetores perpendiculares entre si tem módulo igual a
      
(A) a + b = c (D) a+ b –c=0 20. Se o módulo de um deles é o dobro do módulo do outro, qual o
      módulo do maior?
(B) a = b + c (E) a=b –c
    
(C) a + b + c = 0 
09 Duas forças F1 e F2 estão aplicadas sobre uma partícula de modo
  
que a força resultante é perpendicular a F1 . Se F1 = x e F = 2x, qual
05 (MACKENZIE-SP) Com seis vetores de módulo iguais a 8 u,   2
construiu-se o hexágono regular a seguir. O módulo do vetor resultante o ângulo entre F1 e F2 ?
desses 6 vetores é:
10 (Beer & Johnston) As duas forças P e Q agem sobre um parafuso A.
Determinar o módulo da resultante.
Dado: cos 155° ≅ –0.9.

Q = 60 N

25°
P = 40 N

(A) 40 u. (D) 16 u. A 20°


(B) 32 u. (E) zero.
(C) 24 u.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 375


FÍSICA III
Assunto 1

11 (ACAFE) Os módulos das forças representadas na figura são F1 = 30 N,


F2 = 20 N e F3 = 10 N. Determine o módulo da força resultante:

y 01 (PUC-MG) A figura mostra uma montagem em que uma moeda rola


 sobre a régua A, partindo da posição mostrada na figura, “empurrada” pela
 F2 régua B, sem que haja deslizamento dela em relação a qualquer uma das
F1 60° Dados: réguas. Quando a moeda estiver na posição “2 cm” em relação à régua
0 x sen 60° = 0,87 A, a régua B terá percorrido, em relação à mesma régua A:
 cos 60° = 0,50
F3 B
6 5 4 3 2 1 0

(A) 14,2 N. moeda


A
(B) 18,6 N.
(C) 25,0 N. 0 1 2 3 4 5 6
(D) 21,3 N.
(E) 28,1 N.
(A) 2 cm.
(B) 1 cm.
12 Nos exercícios abaixo, encontre a derivada das funções dadas:
(C) 4 cm.
(D) 6 cm.
a. f(x) = 10
(E) 3 cm.
b. f(x) = x5
c. f(x) = 10x5 02 (UNESP-SP) Um caminhoneiro efetuou duas entregas de mercadorias
2 e, para isso, seguiu o itinerário indicado pelos vetores deslocamentos d1
d. x e d2 ilustrados na figura. Para a primeira entrega, ele deslocou-se 10 km
f( x ) =
2 e para a segunda entrega, percorreu uma distância de 6 km. Ao final da
segunda entrega, a distância a que o caminhoneiro se encontra do ponto
e. f(x) = x2 + x3
de partida é:
f. f(x) = 10x3 + 5x2
d1 = 10 km
g. f(x) = 2x + 1
h. f(t) = 3t2 – 6t – 10
i. f(u) = 5u3 – 2u2 + 6u – 7
j. f(x) = 3In x + 5
k. f(x) = 10In – 3x + 6
d2 = 6 km
l. f(x) = 5 sin x + 2 cos x – 4
m. f(x) = x sin x
n. f(x) = x2 In x
o. f(x) = (2x2 – 3x + 5)(2x – 1) (A) 4 km.
(B) 8 km.
p. f ( x ) = sin2x
x (C) 2 19 km.
q. f(x) = tan x (D) 8 3 km.
x −1 (E) 16 km.
r. f ( x ) =
x −2
2 5 03 (UERJ) Pardal é a denominação popular do dispositivo óptico-
s. f( x ) = 3
+ 2 -eletrônico utilizado para fotografar veículos que superam um determinado
x x limite estabelecido de velocidade V.
2 Em um trecho retilíneo de uma estrada, um pardal é colocado formando
t. f( x ) = x 3 um ângulo q com a direção da velocidade do carro, como indica a figura
1 1
a seguir.
u. Suponha que o pardal tenha sido calibrado para registrar velocidades
f( x ) = x 3 + x 4
superiores a V, quando o ângulo θ = 0°.
v. f ( x ) = 3 x + 5 3 x + 10 A velocidade v do veículo, que acarretará o registro da infração pelo pardal,
com relação à velocidade padrão V, será de:
w. f ( x ) = sin x x
ln x
x. f( x ) =
x

376 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Vetores FÍSICA III
Assunto 1

θ v

80 m
(A) V sen θ. 40 m
(B) V cos θ.
V
(C) . A
sen q
30 m
(D) V .
cosq

04 (Beer & Johnston) Quatro forças são exercidas sobre o parafuso A.


Determine o módulo da resultante das forças sobre o parafuso.
Dados: sen 20° ≅ 0.34; cos 20° ≅ 0.94; sen 15° ≅ 0.26; cos 15° ≅ 0.97; 07 (Beer & Johnston) Sabendo que a tração no cabo AB é 2.250 N,
cos 30° ≅ 0.87. determine as componentes da força exercida sobre a placa em A.
y
F2 =80 N y
F1 =150 N

20° 0,80 m

2,10 m B
30°
A
15°
F4 =100 N
O C

F3 =80 N
1,20 m 2,70 m
D
05 (Beer & Johnston) Um poste AB, de 6 m de comprimento, é sustentado A
por três cabos, como está ilustrado. Determine as componentes cartesianas 1,20 m
da tração do cabo BE no ponto B. A tração T no cabo BE é de 840 N.
08 (Beer & Johnston) Uma caixa está suspensa por três cabos, como
y ilustrado. Determine o peso P da caixa, sabendo que a tração no cabo AB
B é de 3 kN.

y
840 N B 0,72 m

0,8 m
6m
D
5m
0,64 m D
O
0 3m 3m C
0,54 m
C
A 2m
3m E x
2m
z
1,2 m
A

06 (Beer & Johnston) O cabo de sustentação de uma torre está ancorado


por meio de um parafuso em A. A tração no cabo é de 2.500 N. Determine
as componentes Fx, Fy e Fz da força que atua sobre o parafuso.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 377


FÍSICA III
Assunto 1

09 Três cabos estão conectados em A, onde são aplicadas as forças P e g. f ( x ) = ln( x 2 − 3 x + 6)


Q, como mostra a figura. Sabendo que Q = 0, encontre o valor de P para
que a tensão no cabo AD seja 305 kN. h. f ( x ) = sin( x 2 − 3 x )
i. f( x ) = 2x
y
220 mm j. f( x ) = 5 x

D k. f( x ) = e x + 3 x

l.
2
− 2 x +1
f( x ) = e x
960 mm
m. f ( x ) = 3 x 2 − 4
320 mm
x −1
n.
380 mm C f ( x ) = e x +1

O Q o. f ( x ) = e x + e− x

240 mm p. e x + e− x
B f( x ) =
A e x − e− x
z 96
0m
m P q. f( x ) = 2 x + 1
x r. f( x ) = 3 2 x + 1
2
10 Calcule a derivada das funções abaixo: s. f ( x ) = (6 x 2 + 2 x + 1) 3

a. f ( x ) = ( 2 x − 1)3 t. f( x ) = x + 1 + 3 x 2 − 3 x + 1
b. f ( x ) = ( 2 x − 1)4 u. f( x ) = x + x + 1
c. 2
f ( x ) = ( 5 x − 3 x + 5) 6
ln x
v. f( x ) =
3 ex
d.  1 1 
f ( x ) =  2 + + 1
x x  w. f ( x ) = x +1
1 3x − 2
e. f( x ) =
( x 2 − 3 x − 2)5
x. f ( x ) = ln 3 x 2 + 1
f. 2
f ( x ) = ln(3 x − 2 x )

378 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


FÍSICA III ASSUNTO

Eletrização e Lei de Coulomb


2
1. Introdução Cargas elétricas e símbolos de algumas partículas elementares

Neste capítulo, vamos apresentar o conceito de carga elétrica (positiva Nome Carga elétrica Símbolo
e negativa), descobrindo sua origem por meio de uma análise microscópica
e estendendo até uma visão macro sobre a carga de um corpo qualquer. próton +1,6 · 10 –19
C +e p+
A partir daí, poderemos distinguir os estados de eletrização de elétron –1,6 · 10–19 C –e e–
um corpo (neutro ou eletrizado), analisando os princípios da atração e antipróton –1,6 · 10–19 C –e p–
repulsão dos corpos e da conservação total da carga. Por meio da Lei
pósitron +1,6 · 10 –19
C +e e+
de Coulomb, será possível medir a força de atração ou repulsão de duas
cargas puntiformes.
Assim, dizemos que um corpo está eletrizado quando há um
Além disso, vamos caracterizar e diferenciar corpos condutores de
desequilíbrio entre seu número de prótons e de elétrons. Se um corpo tiver
isolantes, permitindo, assim, entender o motivo pelo qual usamos borracha
o mesmo número de prótons e elétrons, será considerado não eletrizado
para encapar um fio metálico ou o porquê de a parte externa do soquete
ou neutro.
para lâmpada ser feita de cerâmica e a interna, de metal.
Por fim, vamos apresentar os diversos processos de eletrização (atrito,
contato e indução), o que possibilitará o entendimento de um eletroscópio 3. Princípios da eletrostática
de folhas ou da experiência de uma caneta, assim que atritada com os fios
de cabelo, atrair pequenos pedaços de papel.
3.1 Lei de Du Fay – Princípios da atração e
repulsão
2. Carga elétrica “Corpos eletrizados com carga elétrica de mesmo sinal se repelem, e
É uma propriedade eletromagnética que certas partículas elementares com sinais opostos se atraem.”
possuem. Tal propriedade está diretamente relacionada com o poder de
atração e repulsão dessas partículas. Essa cargas podem ser positivas q1 q2
ou negativas. F F
+ +
Sabemos que a matéria é constituída basicamente de elétrons, prótons
e nêutrons. Os nêutrons possuem carga elétrica nula e os prótons e elétrons
possuem carga elétrica elementar, representada por e, respectivamente F F
– –
positiva e negativa. A determinação da carga elementar foi feita pelo físico
Robert Milikan, que analisou o comportamento de gotículas de água
eletrizadas submetidas à ação simultânea das forças gravitacional e elétrica. F F
+ –

Carga do próton → qp = 1,6 · 10–19 C


Carga do elétron → qe = –1,6 · 10–19 C 3.2 Princípio da conservação das cargas
elétricas
Obs.: Carga elétrica elementar: menor carga possível. Em um sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas
elétricas positivas e negativas é constante, ou seja, não há aumento ou
Quantidade de carga elétrica: símbolo → Q redução da carga elétrica de um sistema fechado.
Unidade NO SI: [ C ]; Coulomb
∑Q inicial =∑ Qfinal
A quantidade de carga elétrica de um corpo será dada pela diferença
entre o número de prótons (np) e elétrons (ne) multiplicada pela carga Ex.: Dois corpos A e B que trocaram cargas elétricas:
elementar e (1,6 · 10–19 C). Portanto, a carga elétrica de um corpo é sempre
um múltiplo inteiro da carga elementar.
ANTES DEPOIS

A B A B
Q = (np – ne) · e
QA QB Q A’ QB’

Q A + Q B = Q A ’ + Q B’

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 379


FÍSICA III
Assunto 2

4. Lei de Coulomb – +
– – + +
As forças de interação entre duas partículas eletrizadas possuem
intensidades iguais diretamente proporcionais ao produto do módulo das – – + +
cargas de cada partícula e inversamente proporcionais ao quadrado da
– – + +
distância entre elas. A direção das forças é determinada pela reta que une
as cargas e o sentido obedecerá o 1o princípio da eletrostática. – – + +
A força de interação ainda dependerá do meio, segundo a seguinte
expressão:
– – + +
– +

 k . Q1 . Q2 Nos condutores eletrizados, as cargas elétricas em excesso se


F = localizam na superfície externa do corpo, pois tais cargas em excesso
d2
possuem o mesmo sinal e se repelem, ficando assim o mais distante
umas das outras (na superfície do condutor).
Em que:
k → constante eletrostática do meio 5.2 Isolantes (dielétricos)
Q1 e Q2 → carga de cada partícula
São materiais nos quais os portadores de cargas elétricas não
d → distância entre as partículas apresentam grande mobilidade.

A constante k depende do meio em que as cargas elétricas se Ex.: ar, água, borracha, vidro, plástico, madeira.
encontram, e é definida no SI por:
++++++
1 +
+ carga isolada na região
k=
4 πε + em que foi gerada
+
++++++
Em que:
ε → constante de permissividade absoluta do meio
Nos isolantes eletrizados, os portadores de cargas em excesso ficam
para o vácuo: ε0 = 8,85 ∙ 10–12 C2N–1m–2 concentrados na região onde foram gerados.

logo, k0 = 9,0 ∙ 109 Nm2C–2


6. Eletrização
Obs.: A permissividade relativa é a razão entre a permissividade de um A eletrização significa dar carga elétrica a um corpo neutro. Assim,
meio e o vácuo; por exemplo: se um corpo neutro tem seus elétrons livres retirados, ele passa a ser um
corpo eletrizado positivamente (falta de elétrons). Da mesma forma, se
εPORCELANA = 5,31 ∙ 10–11 C2N–1m–2 → permissividade absoluta da um corpo neutro recebe elétrons livres, ele se torna um corpo eletrizado
porcelana negativamente (excesso de elétrons).
Existem três maneiras distintas de se eletrizar um corpo neutro: por
εR = 6,0 → permissividade relativa da porcelana
atrito, por contato ou por indução eletrostática.
Podemos agora obter outra expressão, não muito comum, para a Lei
de Coulomb:
6.1 Por atrito
Frequentemente, ao atritarmos (esfregarmos) um corpo em outro, os
 dois corpos que, inicialmente, não apresentavam manifestações elétricas,
1 Q1 . Q2
F = passam a apresentá-las. Você já deve ter observado isso quando penteia
4 πε d 2 os cabelos e depois o pente passa a atraí-los ou quando tira uma blusa de
lã, após usá-la o dia todo, e verifica que ela atrai os seus pelos.
ATENÇÃO: Deve-se ficar muito atento às unidades na ocasião de aplicar
Ao atritarmos um corpo em outro, estamos forçando um movimento
a Lei de Coulomb, principalmente quanto à unidade da distância (d), que
migratório de elétrons de um corpo para outro. Após esse movimento das
Nm2 cargas elétricas, um dos corpos ficará com excesso de elétrons (carregado
deve estar em metros, quando o valor da constante for: K = 9 · 109 2 .
C negativamente) e o outro com falta de elétrons (carregado positivamente).
Para se determinar qual corpo vai adquirir carga positiva ou negativa,
5. Condutores e isolantes devemos consultar a série triboelétrica, construída empiricamente pelos
físicos. Na figura a seguir, o corpo posicionado mais abaixo tem maior
5.1 Condutores tendência a se tornar negativo após o atrito.

São materiais que permitem facilmente o movimento de partículas


portadoras de cargas elétricas.
Ex.: metais, grafite, gases ionizados e soluções eletrolíticas.

380 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Eletrização e Lei de Coulomb FÍSICA III
Assunto 2

Ex.: –


– –
SÉRIE TRIBOELÉTRICA –
A – B
PELE DE COELHO – –
VIDRO –

– MICA –


SEDA O mesmo processo ocorre quando o corpo A estiver carregado
ÂMBAR positivamente.
EBONITE +
+ +
+ +
Se o sistema estiver isolado eletricamente, a quantidade de carga
adquirida por ambos os corpos deve obedecer ao princípio da conservação + A + B
das cargas elétricas. + +
No início, como QVIDRO = 0 e QLÃ = 0, a carga total é zero. Após a
eletrização, a carga total também deve ser nula, portanto: + +
+

Q’VIDRO + Q’LÃ = 0 → |Q’VIDRO| = |Q’LÃ| Nesse caso, elétrons migram do corpo B para o corpo A. Como o corpo
B perdeu elétrons e estava neutro, eletriza-se positivamente.
Ou seja, as cargas têm o mesmo módulo, mas com sinais contrários.
+
6.2 Por contato + +

Quando dois ou mais corpos são colocados em contato, estando + +


– – – –
um deles ao menos eletrizado, observa-se uma redistribuição de cargas A – – B
+ +
elétricas, obedecendo ao princípio de conservação das cargas elétricas.
+ +
A proporção de cargas em cada corpo vai depender da forma, das
dimensões e do meio. Esse item será estudado no capítulo de condutores + +
+
elétricos, no qual será introduzido o conceito de capacidade eletrostática
ou capacitância. +
+
Considere um corpo A eletrizado negativamente e um corpo B neutro. +
+ +
+
– A + B
– – + +
+
– – +
A B +
– – +
– –
Por enquanto, vamos resolver problemas para o caso particular
– – de condutores idênticos em contato, obedecendo ao 2o princípio da

eletrostática (conservação total de cargas). Nesse caso, tais corpos
adquirem a mesma carga final após o equilíbrio.
Após o contato entre os corpos, parte dos elétrons livres de A migram
para B, deixando-o eletrizado negativamente.

– Qfinal =
∑Q início
o
– – n de corpos em contato
– –
– – – – Ex.:
– A – – – B

– –
A B após o A B
– – contato

Q neutro Q Q
2 2

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 381


FÍSICA III
Assunto 2

II. “Descarrega-se”1 o corpo induzido por meio de um condutor ligado à


após o terra2.
A B A B
contato

Q1 Q2 Q1 + Q2 Q1 + Q2
2 2
início

6.3 Fio terra


III. O corpo fica finalmente carregado com carga oposta.
A Terra é um grande condutor com dimensões muito superiores a
qualquer corpo. Assim, em um sistema isolado, quando ligamos um corpo
eletrizado à Terra, esta irá descarregá-lo até que ele fique neutro novamente.
Portanto, se o corpo estiver carregado positivamente, a Terra cede
elétrons para o corpo até neutralizá-lo.

+
+ + elétrons
+ + 6.5 Eletroscópio de folhas
Um eletroscópio é formado por duas folhas metálicas ligadas a um
+
+ – cabo e a uma esfera de metal. Quando um corpo A carregado se aproxima
+ + da esfera, induz a mesma carga nas lâminas, que se repelem.
+ + +
+ + +
+ A +
++ –– –
Se o corpo estiver carregado negativamente, os elétrons em excesso – –
– –
escoam para a Terra até neutralizá-lo.


– –
– – + +
elétrons + +
+ +
– –

– –


– 7. Atração entre corpos
eletrizados e corpos neutros
6.4 Por indução eletrostática Vimos anteriormente que corpos com cargas opostas se atraem e corpos
com cargas de mesmo sinal se repelem. E se, por exemplo, aproximarmos
As cargas elétricas de um condutor são redistribuídas devido à
um corpo carregado de um corpo neutro? Se utilizássemos a Lei de Coulomb,
aproximação (sem contato) de outro corpo carregado. Consegue-se com
a resposta natural seria: zero! Afinal, uma das cargas é nula. Porém, nesse
esse processo que a carga final do condutor a ser eletrizado seja induzido
caso, a situação física é um pouco mais complicada. Veja o que ocorre
de sinal oposto àquela do corpo carregado (indutor). O processo é feito
quando aproximamos um corpo positivo de um corpo neutro:
do seguinte modo:

I. Aproxima-se o corpo carregado do condutor neutro. I. Devido à indução, os elétrons se redistribuem no corpo neutro e ele
acaba tendo a seguinte configuração:

As cargas elétricas se redistribuem por atração (1o princípio da 1


Descarregar, nesse caso, significa anular a carga elétrica daquela região. No exemplo, essa
eletrostática). descarga é feita pelo envio de elétrons da Terra para o corpo.
2
Ligação terra (aterramento) – será explicado no capítulo de Potencial Elétrico.

382 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Eletrização e Lei de Coulomb FÍSICA III
Assunto 2

II. Note que a “região negativa” do corpo neutro está mais próxima do
corpo positivo do que a “região positiva” do corpo neutro. Como a
distância é menor, a força de atração é maior entre as cargas de sinais
opostos do que a força de repulsão entre as cargas de sinais iguais.

Repulsão
Atração Na tentativa de explicar esse fenômeno, cinco alunos fizeram os seguintes
comentários:

Maria – Uma das esferas pode estar eletrizada positivamente e a outra,


negativamente.
III. Com isso, uma carga positiva acaba atraindo um corpo neutro, devido José – Uma esfera pode estar eletrizada positivamente e a outra, neutra.
à indução. Roberto – O que estamos observando é simplesmente uma atração
gravitacional entre as esferas.
Obs.: Se aproximássemos uma carga negativa de uma carga neutra, Marisa – Essas esferas só podem estar funcionando como ímãs.
aconteceria exatamente a mesma coisa, ou seja, a carga neutra seria Celine – Uma esfera pode estar eletrizada negativamente e a outra, neutra.
atraída pela carga negativa. Resumindo, pode-se dizer que, devido à
Fizeram comentários corretos os alunos:
indução eletrostática, partículas carregadas de qualquer espécie também
são capazes de atrair partículas neutras. (A) Marisa, Celine e Roberto.
(B) Roberto, Maria e José.
(C) Celine, José e Maria.
(D) José, Roberto e Maria.
01 (MACKENZIE-SP) Três pequenas esferas de cobre, idênticas, são (E) Marisa e Roberto.
utilizadas em uma experiência de Eletrostática. A primeira, denominada
Solução: Letra C.
A, está inicialmente eletrizada com carga QA = +2,40 nC; a segunda,
A atração entre as esferas pode ocorrer quando elas estão eletrizadas com
denominada B, não está eletrizada, e a terceira, denominada C, está
cargas elétricas de sinais opostos ou quando uma delas estiver eletrizada e
inicialmente eletrizada com carga QC = –4,80 nC. Em dado instante, são
a outra estiver neutra. Neste último caso, a esfera neutra sofre separação
colocadas em contato entre si as esferas A e B. Após atingido o equilíbrio
de alguns de cargas positivas e negativas (indução).
eletrostático, A e B são separadas uma da outra e, então, são postas em
contato as esferas B e C. Ao se atingir o equilíbrio eletrostático entre B e C,
03 (UEL-PR) A força de repulsão entre duas cargas elétricas puntiformes,
qual a situação da carga e a quantidade de cargas da esfera C?
que estão a 20 cm uma da outra, é 0,030 N. Essa força aumentará para
Solução: 0,060 N se a distância entre as cargas for alterada para:
Como temos três esferas idênticas, as cargas das esferas após o contato
serão iguais e terão o valor da média aritmética das cargas iniciais. Dessa (A) 5,0 cm. (D) 28 cm.
forma, teremos: (B) 10 cm. (E) 40 cm.
(C) 14 cm.
1o contato (esferas A e B)
Q + QB ( +2, 40 nC) + 0 Solução: Letra C.
Q= A ⇒ Q' A = Q ' B = = 1, 20 nC. A força de repulsão entre duas cargas puntiformes é dada pela expressão
2 2
 k · Q1 · Q2
2o contato (esferas B e C) da lei de Coulomb: F = .
d2
Q' + QC ( +1, 20 nC) + ( −4, 80 nC)
Q= B ⇒ Q" B = Q'C = = −1, 80 nC. k · Q1 · Q2
2 2 Na situação 1, temos: 0, 030 = .
202
Portanto, a esfera C perdeu, após o contato com B, uma carga elétrica k · Q1 · Q2
Na situação 2, temos: 0, 060 = .
igual a: x2
∆QC = (–4,80 nC) – (–1,80 nC) ⇒ ∆QC = –3,00 nC
x2 1
Dividindo as 2 equações, temos: = → x = 10 2 cm ≅ 14 cm.
∆QC = –n · e ⇒ –3,00 · 10 = n · (–1,60) · 10
–9 –19
202 2
n = 1,875 · 1010 elétrons cedidos. 04 (MACKENZIE-SP) Dois pequenos corpos, idênticos, estão eletrizados
com cargas de 1,00 nC cada um. Quando estão à distância de 1,00 mm
um do outro, a intensidade da força de interação eletrostática entre eles é
02 Em um experimento realizado em sala de aula, um professor de Física F. Fazendo-se variar a distância entre esses corpos, a intensidade da força
mostrou duas pequenas esferas metálicas idênticas, suspensas por fios de interação eletrostática também varia. O gráfico que melhor representa
isolantes, em uma situação de atração. a intensidade dessa força, em função da distância entre os corpos, é:

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 383


FÍSICA III
Assunto 2

(A) (D) Qual o módulo da força elétrica que atua sobre a carga q3?
F F Dados: constante eletrostática do vácuo K = 9 · 109 N · m2/C2
F23
F F + + –
F F F13
4 2 q1 q3 q2
0 12 d (mm) 0 1 4 d (mm)
(A) 1,2 N. (D) 1,2 · 10–3 N
(B) (E) (B) 2,4 N. (E) 3,6 · 10–3 N.
F F
(C) 3,6 N.

F F Solução: Letra B.
F A carga 3 é colocada no ponto médio entre as cargas 1 e 2, portanto, a
F distância entre 1 e 3 e 2 e 3 será de 300 mm = 3 · 10–1 m. Considere a
2 2
carga 1 localizada à esquerda e a carga 2, à direita. A força que 1 exerce em
0 12 d (mm) 0 12 d (mm) 3 está para a direita (repulsão entre cargas de mesmo sinal) e a força que
(C) a carga 2 exerce na carga 3 está para a direita também. A força resultante
F sobre a partícula 3 está para a direita.
2F
FR = F13 + F23
k ⋅ q1 ⋅ q3 9 ⋅ 10−9 ⋅ 2 ⋅ 10−6 ⋅ 3 ⋅ 10−6
F F13 = = = 0,66 N.
d13 2
(3 ⋅ 10−1)2

0 12 d (mm) k ⋅ q2 ⋅ q3 9 ⋅ 10−9 ⋅ 6 ⋅ 10−6 ⋅ 3 ⋅ 10−6


F23 = = = 1, 8 N.
d23 2
(3 ⋅ 10−1)2
Solução: Letra A. Logo: FR = 2, 4 N.
Pela Lei de Coulomb:
k ⋅ Q1 ⋅ Q2 07 (FUVEST-SP) Três pequenas esferas carregadas com cargas de
F= .
d2 mesmo módulo, sendo A positiva e B e C negativas, estão presas nos
Quando dobrarmos a distância, teremos: vértices de um triângulo equilátero. No instante em que elas são soltas
k ⋅ Q1 ⋅ Q2 k ⋅ Q1 ⋅ Q2 F simultaneamente, a direção e o sentido de suas acelerações serão mais
F' = = = . bem representados pelo esquema:
( 2d )
2
4d 2 4
Podemos observar que, pela Lei de Coulomb, a força elétrica é inversamente (A) A (D)
proporcional ao quadrado da distância entre as cargas. Assim, essa função A
é representada graficamente por uma hipérbole cúbica.

05 (MACKENZIE-SP) Um corpúsculo fixo em A, eletrizado com carga


elétrica qA = 5 µC, equilibra no vácuo o corpúsculo B eletrizado com carga C B C B
qB = –4 µC, como mostra a figura. Se g = 10 m/s2 e k = 9 · 109 N · m2 · C–2,
determine a massa do corpúsculo B. (B) (E)
A A A

30 cm
C B C B
(C) A
B
Solução:
O corpúsculo B está sujeito a duas forças: força peso e força elétrica de
atração do corpo A. Por se tratar de uma situação de equilíbrio, temos:
k ⋅ QA ⋅ QB 9 ⋅ 109 ⋅ 5 ⋅ 10-6 ⋅ 4 ⋅ 10-6 C B
P = fe ⇒ m ⋅ g = 2
⇒ m ⋅ 10 = ⇒ m = 0,2 kg.
d 0,32
Solução: Letra B.
Representando as forças de interação eletrostática entre as partículas
06 Duas cargas puntiformes q1 = +2 µC e q2 = – 6 µC estão fixas e eletrizadas, teremos:
separadas por uma distância de 600 mm no vácuo. Uma terceira carga
q3 = 3 µC é colocada no ponto médio do segmento que une as cargas.

384 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Eletrização e Lei de Coulomb FÍSICA III
Assunto 2

RA
 A  09 (UNICAMP-SP) Uma pequena esfera isolante, de massa igual a 5 · 10–2 kg
RA F CA e carregada com uma carga positiva de 5 · 10–7 C, está presa ao teto por um fio
 
F CA F BA de seda. Uma segunda esfera com carga negativa de –5 ∙ 10–7 C, movendo-se
 na direção vertical, é aproximada da primeira.
F BA
Considere K = 9 ∙ 109 N m2/C2 e g = 10 m/s2.

 RA
 RC  
RC  F CA  RB
 F BC  RB  
F BC  F BA  F ABR B
   
RC F AC F AB
F AC  F CBF AB
 
F BC F CB q1 = +5 ∙ 10–7 C
 C B F CB
F AC
Pela 2a Lei de Newton, o sentido da aceleração será igual ao da força
resultante em cada partícula.
Movimento q2 = –5 ∙ 10–7 C
08 (UFG-GO) Em uma experiência rudimentar para se medir a carga
eletrostática de pequenas bolinhas de plástico carregadas positivamente, a. Calcule a força eletrostática entre as duas esferas quando a distância
pendura-se a bolinha, cuja carga se quer medir, em um fio de seda de 5 cm entre os seus centros é de 0,5 m.
de comprimento e massa desprezível. Aproxima-se, ao longo da vertical, b. Para uma distância de 5 ∙ 10–2 m entre os centros, o fio de seda se
uma outra bolinha com carga de valor conhecido Q = 10 nC, até que as rompe. Determine a tração máxima suportada pelo fio.
duas ocupem a mesma linha horizontal, como mostra a figura. Sabendo-se
que a distância medida da carga Q até o ponto de fixação do fio de seda é Solução:
de 4 cm e que a massa da bolinha é de 0,4 g, qual será o valor da carga a. Lei de Coulomb
desconhecida? k · q1 · q2 9 · 10−9 · 5 · 10−7 · 5 · 10−7
FE = = = 9 · 10−3 N
Dados: k = 9 · 109 Nm2/C2; g = 10 m/s2; L = 5 cm; d = 4 cm; d122 (5 · 10−1)2
m = 0,4 g; Q = 10 nC b.

L
d 
T
T = P + FE
Q q, m

 P
Fe
Solução:
A bolinha está sujeita a três forças: peso, tração e força elétrica. Para que se k ⋅ q1 ⋅ q2 9 ⋅ 10−9 ⋅ 5 ⋅ 10−7 ⋅ 5 ⋅ 10−7
T = m⋅g + = (5 ⋅ 10−2 ⋅ 10) +
tenha uma situação de equilíbrio, essa força elétrica deverá ser necessariamente d122 (5 ⋅ 10−2 )2
de repulsão. Portanto, o sinal da carga desconhecida é positivo. T = 1, 4 N.
Representando as três forças citadas acima e decompondo a tração nas
direções horizontal e vertical, verificamos que:
10 (UFRJ) Duas cargas, q e –q, são mantidas fixas a uma distância d
Tx = Fe (I) e Ty = P (II) uma da outra. Uma terceira carga, q0, é colocada no ponto médio entre as
duas primeiras, como ilustra a figura A. Nessa situação, o módulo da força
Chamaremos de θ o ângulo formado entre a vertical e o fio.
eletrostática resultante sobre a carga q0 vale FA. A carga q0 é, então, afastada
Assim, Tx = T · sen θ e Ty = T · cos θ dessa posição ao longo da mediatriz entre as duas outras até atingir o ponto P,
Fe onde é fixada, como ilustra a figura B. Agora, as três cargas estão nos vértices
Dividindo a equação II pela equação I: tan θ =
(III) de um triângulo equilátero. Nessa situação, o módulo da força eletrostática
P
Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo da figura, obtemos a resultante sobre a carga q0 vale FB. Calcule a razão FA / FB.
distância x entre as duas cargas:
Figura A q0
L2 = x2 + d2 ⇒ x = 3 cm.
q d/2 d/2 –q
Portanto, na equação III temos:
k⋅ Q ⋅ q Figura B p q0
x x2 m ⋅ g ⋅ x3 (0,4 ⋅ 10− 3 ) ⋅ 10 ⋅ (3 ⋅ 10− 2 )3
= ⇒q = = ⇒
d m⋅ g k ⋅ Q ⋅ d (9 ⋅ 109 ) ⋅ (10 ⋅ 10− 9 ) ⋅ (4 ⋅ 10− 2 )
d d
⇒ q = 3 ⋅ 10− 8 C = 30 nC.

q –q
d

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 385


FÍSICA III
Assunto 2

Solução: I. Se um corpo está eletrizado, então o número de cargas elétricas


Na posição inicial, independentemente do seu sinal, a carga s sofrerá duas negativas e positivas não é o mesmo.
forças elétricas de mesmo sentido. II. Se um corpo tem cargas elétricas, então está eletrizado.
III. Um corpo neutro é aquele que não tem cargas elétricas.
k ⋅ q ⋅ q0 k ⋅ q ⋅ q0 k ⋅ − q ⋅ q0 k ⋅ q ⋅ q0 IV. Ao serem atritados, dois corpos neutros, de materiais diferentes,
F1 = 2
= 4⋅ e F2 = 2
= 4⋅
d d2 d d2 tornam-se eletrizados com cargas opostas, devido ao princípio de
2 2
    conservação das cargas elétricas.
V. Na eletrização por indução, é possível obter corpos eletrizados com
k ⋅ q ⋅ q0 quantidades diferentes de cargas.
Assim, FA = F1 + F2 ⇒ FA = 8 .
d2
Na posição final, novamente independente do seu sinal, a carga q0 sofrerá Sobre as afirmativas anteriores, assinale a alternativa correta:
duas forças elétricas que formarão um ângulo de 120°.
(A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
FB 2 = F12 + F22 + 2 ⋅ F 1⋅ F 2 ⋅ cos 120° (B) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
(C) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
Da mesma forma que aconteceu no primeiro caso, perceberemos que F1 (D) Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
e F2 terão o mesmo módulo, uma vez que as cargas que influenciam q0 (E) Apenas as afirmativas II, III e V são verdadeiras
k ⋅ q ⋅ q0
têm o mesmo módulo e estão à mesma distância de q0. F1 = F2 =
d2 04 (UFSCAR) Atritando vidro com lã, o vidro se eletriza com carga positiva
Obtendo a resultante: e a lã com carga negativa. Atritando algodão com enxofre, o algodão adquire
 1 k ⋅ q ⋅ q0 carga positiva e o enxofre, negativa. Porém, se o algodão for atritado com
FB 2 = F12 + F12 + 2 ⋅ F 1 ⋅ F 1 ⋅  −  = F12 ⇒ FB = F1 = lã, ele adquire carga negativa e ela, positiva. Quando atritado com algodão
 2 d2
e quando atritado com enxofre, o vidro adquire, respectivamente, carga
Portanto, FA = 8 . elétrica:
FB
(A) positiva e positiva.
(B) positiva e negativa.
(C) negativa e positiva.
(D) negativa e negativa.
(E) negativa e nula.
01 (UNESP-SP) De acordo com o modelo atômico atual, os prótons e
nêutrons não são mais considerados partículas elementares. Eles seriam 05 Três pequenas esferas metálicas A, B e C idênticas estão eletrizadas
formados de três partículas ainda menores, os quarks. Admite-se a existência com cargas +3q, –2q e +5q, respectivamente. Determine a carga de
de 12 quarks na natureza, mas só dois tipos formam os prótons e nêutrons, cada uma após um contato simultâneo entre as três.
o quark up (u), de carga elétrica positiva, igual a 2/3 do valor da carga do
elétron, e o quark down (d), de carga elétrica negativa, igual a 1/3 do valor 06 (PUC-SP) Considere quatro esferas metálicas idênticas, separadas e
da carga do elétron. A partir dessas informações, assinale a alternativa que apoiadas em suportes isolantes. Inicialmente as esferas apresentam as
apresenta corretamente a composição do próton e do nêutron. seguintes cargas: QA= Q, QB = Q/2, QC = 0 (neutra) e QD = –Q. Faz-se,
então, a seguinte sequência de contatos entre as esferas:
(I) Próton
(II) Nêutron
A B C D
(A) (I) d, d, d, (II) u, u, u.
(B) (I) d, d, u, (II) u, u, d. Q Q/2 O –Q
(C) (I) d, u, u, (II) u, d, d.
(D) (I) u, u, u, (II) d, d, d.
(E) (I) d, d, d, (II) d, d, d.

02 (CESGRANRIO-RJ) Um pedaço de cobre eletricamente isolado contém


2 ∙ 1022 elétrons livres, sendo a carga de cada um igual a 1,6 ∙ 10–19 C. Distribuição inicial das cargas entre as esferas

Para que o metal adquira uma carga de 3,2 ∙ 10–9 C, será preciso remover,
desses elétrons livres, um em cada: I. Contato entre as esferas A e B e esferas C e D. Após os respectivos
contatos, as esferas são novamente separadas.
(A) 104. (D) 1016. II. A seguir, faz-se o contato apenas entre as esferas C e B. Após o
(B) 108. (E) 1020. contato, as esferas são novamente separadas.
(C) 1012. III. Finalmente, faz-se o contato apenas entre as esferas A e C. Após o
contato, as esferas são separadas. Pede-se a carga final na esfera C,
03 (UEL-PR) Campos eletrizados ocorrem naturalmente no nosso após as sequências de contatos descritas.
cotidiano. Um exemplo disso é o fato de algumas vezes levarmos
pequenos choques elétricos ao encostarmos em automóveis. Tais
choques são devidos ao fato de estarem os automóveis eletricamente
carregados. Sobre a natureza dos corpos (eletrizados ou neutros),
considere as afirmativas a seguir:

386 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Eletrização e Lei de Coulomb FÍSICA III
Assunto 2

7Q −Q 12 (UEL-PR) Duas esferas idênticas com cargas elétricas +5,0 ∙ 10­6 C


(A) . (D) . e –1,0 ∙ 10–6 C, a uma distância D uma da outra, se atraem mutuamente.
8 4
Por meio de uma pinça isolante foram colocadas em contato e, a seguir,
7Q
(B) Q. (E) . afastadas a uma nova distância d, tal que a força de repulsão entre elas
−Q 16 tenha o mesmo módulo da força de atração inicial. Para essa situação, a
(C) . relação D/d vale:
2

07 Três pequenas esferas condutoras M, N e P idênticas estão eletrizadas (A) ( 4 / 5).


com cargas +6q, +q e –4q, respectivamente. Uma quarta esfera Z, igual
(B) (5 / 4).
às anteriores, encontra-se neutra. Determine a carga elétrica adquirida pela
esfera Z, após contatos sucessivos com M, N e P, nessa ordem. (C) 2.
(D) 2.
08 (FUVEST-SP) Três esferas metálicas iguais, A, B e C, estão apoiadas (E) 2 2.
em suportes isolantes, tendo a esfera A carga elétrica negativa. Próximas
a ela, as esferas B e C estão em contato entre si, sendo que C está ligada 13 Duas cargas puntiformes q1 = q2 = –1 mC são fixadas nos pontos O
à terra por um fio condutor, como na figura: e A de abscissas x0 = 0 e xA = 1 m, respectivamente. Uma terceira carga
puntiforme q3 = +1 mC é abandonada, em repouso, em um ponto P de
A B C
abscissa x, tal que 0 < x < 1 m. Abstraindo-se das ações gravitacionais,
a carga q3 permanecerá em repouso no ponto P, se sua abscissa x for
igual a que valor?

14 (FAAP-SP) Duas cargas q1 e q2, de mesmo sinal, estão fixas sobre uma
reta e distantes de 4 m. Entre q1 e q2 é colocada outra carga q3 distante
A partir dessa configuração, o fio é retirado e, em seguida, a esfera A de 1 m de q1. Sabendo que q1 = 5 mC e que q3 permanece em equilíbrio,
é levada para muito longe. Finalmente, as esferas B e C são afastadas determine o valor de q2.
uma da outra. Após esses procedimentos, as cargas das três esferas
satisfazem as relações: 15 (UFF-RJ) Considere o valor F como sendo o módulo da força
eletrostática entre duas cargas puntiformes, no vácuo, cada uma com
(A) QA < 0; QB > 0; QC > 0. intensidade Q e separadas por uma distância r. A figura abaixo mostra três
(B) QA < 0; QB = 0; QC = 0. cargas, no vácuo, de valores –Q, +2Q e +4Q. A primeira e a segunda,
(C) QA = 0; QB < 0; QC < 0. bem como a segunda e a terceira, estão separadas por uma distância r.
(D) QA > 0; QB > 0; QC = 0. A alternativa que representa a força eletrostática resultante que atua em
(E) QA > 0; QB < 0; QC > 0. cada carga é:

09 (UFTM) O gráfico mostra como varia a força de repulsão entre duas r r


cargas elétricas, idênticas e puntiformes, em função da distância entre elas.
–Q +2Q +4Q
F(N)

9 ∙ 103 Carga –Q Carga +2Q Carga +4Q

(A) 3F 10F 7F

F
0,2 0,4 d(m) (B) F 8F 9F
Considerando a constante eletrostática do meio como K = 9 · 109 N · m2/C2,
determine:
(C) 2F 6F 8F
a. o valor da força F;
b. o módulo das cargas elétricas.
(D) F 7F 6F
10 Duas cargas puntiformes q1 = 5 ∙ 10–6 C e q2 = 12 ∙ 10–6 C estão
separadas de 1 m no vácuo.
Sendo K = 9 ∙ 109 N m2/C2 a constante eletrostática do vácuo, qual a (E) 4F 10F 6F
intensidade da força de interação entre elas?

11 Duas cargas elétricas, puntiformes, positivas e iguais, estão situadas


no vácuo a 3 m de distância. Sabendo que a força de repulsão mútua entre 16 Um aluno, ao realizar um experimento de Eletrostática, usou sete
elas tem intensidade de 36 ∙ 109 N, determine qual será a nova intensidade pequenas esferas metálicas idênticas. Uma delas estava eletrizada com
de repulsão se duplicarmos a distância entre elas. carga q e as demais eram neutras. Determine a carga da esfera inicialmente
Dado: K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2. eletrizada, após sucessivos contatos com todas as esferas disponíveis.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 387


FÍSICA III
Assunto 2

17 (UERJ) Duas partículas de cargas +4Q e –Q Coulombs estão Admita que, em um determinado instante, E1 e E2 são conectadas por um
localizadas sobre uma linha, dividida em três regiões I, II e III, conforme a fio metálico; após alguns segundos, a conexão é desfeita.
figura abaixo. Observe que as distâncias entre os pontos são todas iguais. Nessa nova configuração, determine as cargas elétricas de E1 e E2 e
apresente um esquema com a direção e o sentido da força resultante
sobre E3.
I II III
+4Q –Q

01 Uma relação (R) é dita transitiva se:


0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

a. Indique a região em que uma partícula positivamente carregada A R


→ B e B R
→ C, então A R
→C
(+Q coulomb) pode ficar em equilíbrio.
b. Determine esse ponto de equilíbrio. Assim, por exemplo, a relação “equilíbrio térmico” entre sistemas físicos
é transitiva, uma vez que, de acordo com a Lei Zero da Termodinâmica,
18 (UNICAMP-SP) Considere o sistema de cargas na figura. As cargas se um sistema A está em equilíbrio térmico com outro sistema B e se B
+Q estão fixas e a carga –q pode mover-se somente sobre o eixo x: está em equilíbrio térmico com um terceiro sistema C, então o sistema A
está em equilíbrio térmico com o sistema C.
y
+Q Verifique se as seguintes relações entre corpos carregados são transitivas:
d –q • repulsão elétrica;
0 a x • atração elétrica.
d
+Q Justifique sua resposta.

02 Seja A uma esfera condutora de carga elétrica Q. Tomam-se N neutras


idênticas a A e isoladas umas das outras e realiza-se a seguinte operação:
Solta-se a carga –q, inicialmente em repouso, em x = a.
toca-se A com a 1a esfera neutra, depois toca-se A com a segunda e assim
sucessivamente. Se, ao final da operação, a carga da esfera A é 2(18 – 4N)
a. Em que ponto do eixo x a velocidade de –q é máxima?
vezes a carga inicial de A, quantas esferas foram tocadas por A?
b. Em que ponto(s) do eixo x a velocidade de –q é nula?
03 (ITA) Três cargas elétricas puntiformes estão nos vértices U, V e W de
19 A carga Q de 10 µC fixa no ponto A do plano horizontal equilibra a
um triângulo equilátero. Suponha-se que a soma das cargas é nula e que
carga q de 1 µC e massa de 1 grama que se encontra na vertical que
a força sobre a carga localizada no vértice W é perpendicular à reta UV e
passa por A. Considere o meio como sendo o vácuo e adote g = 10 m/s2
aponta para fora do triângulo, como mostra a figura. Conclui-se que:
e K0 = 9 · 109 N m2/C2. Qual a distância entre essas cargas?

V
q

U W
A Q
F

20 (UERJ) Três pequenas esferas metálicas, E1, E2 e E3, eletricamente (A) as cargas localizadas em U e V são de sinais contrários e de valores
carregadas e isoladas, estão alinhadas, em posições fixas, sendo E2 absolutos iguais.
equidistante de E1 e E3. Seus raios possuem o mesmo valor, que é muito (B) as cargas localizadas nos pontos U e V têm valores absolutos diferentes
menor que as distâncias entre elas, como mostra a figura: e sinais contrários.
(C) as cargas localizadas nos pontos U, V e W têm mesmo valor absoluto,
com uma de sinal diferente das demais.
(D) as cargas localizadas nos pontos U, V e W têm o mesmo valor absoluto
E1 E2 E3 e o mesmo sinal.
As cargas elétricas das esferas têm, respectivamente, os seguintes valores: (E) a configuração descrita é fisicamente impossível.

Q1 = 20 µC 04 (FUVEST-SP) A uma distância d uma da outra, encontram-se duas


Q2 = –4 µC esferinhas metálicas idênticas, de dimensões desprezíveis, com cargas –Q
Q3 = 1 µC e +9Q. Elas são postas em contato e, em seguida, colocadas à distância
2d. Qual a razão entre os módulos das forças que atuam nas esferas após
o contato e antes do contato?

388 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Eletrização e Lei de Coulomb FÍSICA III
Assunto 2

05 (FUVEST-SP) Três objetos com cargas elétricas idênticas estão 10 (SARAEVA) Dois corpos idênticos possuem cada um massa m e carga
alinhados como mostra a figura. O objeto C exerce sobre B uma força elétrica q. Quando colocados sobre uma semiesfera de raio R com paredes
igual a 3,0 ∙ 10-6 N. isolantes e sem atrito, os corpos se movem e, na posição de equilíbrio, a
distância entre eles é igual a R. Sabendo que a constante eletrostática do
A B C
meio em questão é K, determine a carga de cada corpo.
1 cm 3 cm

Qual a intensidade da força elétrica resultante dos efeitos de A e C sobre B? R R


06 (UNB-DF) Duas cargas q1 e q2, de mesmo sinal, estão fixas sobre o m m
eixo Ox, com q1 na origem e q2 em x2 = +D. Uma terceira carga, de sinal
e valor desconhecidos, quando colocada em x3 = D/4, permanece em R
equilíbrio. Calcule a razão q2/q1.

07 Duas esferas iguais, eletrizadas, atraem-se com determinada força F, 11 (IME) Um sistema de cargas elétricas puntiformes é constituído de
quando separadas pela distância r. Em seguida são postas em contato e quatro pequenas esferas, de peso desprezível, dispostas na forma mostrada
depois recolocadas à mesma distância r, dessa última posição repelem-se na figura, dotadas das seguintes cargas elétricas:
com a força F/4. Determine a relação q/q’, entre as cargas iniciais das
esferas. q1 = q3 = 4 · 10 –11 coulombs
q2 = q4 = –10–10 coulombs
08 (UFPE) Quatro cargas elétricas puntiformes, de intensidades Q e q,
estão fixas nos vértices de um quadrado, conforme indicado na figura. Q

q Q

Q Q

Q q
Q
Determine a razão Q/q para que a força sobre cada uma das cargas Q
seja nula: Determine o valor do ângulo α·, diferente de zero, de posicionamento da
esfera de carga q4, de modo que a força atuante nessa carga seja nula.
(A) − 2 .
4 12 Duas esferas condutoras, idênticas e muito pequenas, de mesma massa
m = 0,30 g, encontram-se no vácuo, suspensas por meio de dois fios leves,
(B) − 2 . isolantes, de comprimentos iguais L = 1,0 m e presos a um mesmo ponto
2 de suspensão O. Estando as esferas separadas, eletriza-se uma delas com
(C) − 2 . carga Q, mantendo-se a outra neutra. Em seguida, elas são colocadas em
contato e depois abandonadas, verificando-se que na posição de equilíbrio
(D) −2 2 .
a distância que as separa é d = 1,2 m. Determine a carga Q.
(E) −4 2 . Dados: Q > 0; K0 = 9,0 · 109 N m2 C–2; g = 10 m/s–2.

09 (FUVEST-SP) Pequenas esferas, carregadas com cargas elétricas negativas 13 (UFG-GO) Duas esferas idênticas são suspensas por fios de
de mesmo módulo Q, estão dispostas sobre um anel isolante e circular, como comprimento l, com os pontos de suspensão separados por 2l. Os fios
indicado na figura I. A intensidade da força elétrica que age sobre uma carga de são isolantes, inextensíveis e de massas desprezíveis. Quando as esferas
prova negativa, colocada no centro do anel (ponto P), é F1. estão carregadas com cargas Q de mesmo sinal, os fios fazem um ângulo
Se forem acrescentadas sobre o anel três outras cargas de mesmo módulo de 30° com a vertical. Descarregando as esferas e carregando-as com
Q, mas positivas, como na figura II, a intensidade da força elétrica no cargas q de sinais opostos, os fios formam novamente um ângulo de 30o
ponto P passará a ser: com a vertical. De acordo com as informações apresentadas, calcule o
I II módulo da razão Q/q.
– –
(A) zero. – – – –
14 Duas pequenas bolas condutoras idênticas, de massa m e carga q,
(B) (1/2) F1. q q q q
(C) (3/4) F1. – – – – estão suspensas por fios isolantes de comprimento l, como mostra a
(D) F1. P P figura a seguir. Suponha θ tão pequeno que tan θ possa ser substituída por
1/ 3
(E) 2 F1. + +  q2 L 
+ sen θ com erro desprezível. Mostre que, no equilíbrio, x =   ,
 2πε o mg 
em que x é a separação entre as bolas.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 389


FÍSICA III
Assunto 2

Pode-se concluir que:

θ θ (A) q1q2 < 0 e m1 < m2.


m2
(B) q1q2 > 0 e |q1| < |q2|.
(C) q1q2 < 0 e m1|q1| > m2|q2|.
L L q2
(D) q1q2 > 0 e |q1| > |q2|.
m1
(E) q1q2 > 0 e m1 > m2.
q1

18 Quatro cargas positivas q, Q, q, Q estão ligadas por quatro fios, cada


q q um com comprimento L. Sabe-se que Q = 8q. Determine o ângulo θ.
Despreze a gravidade.
x Observação: K – constante eletrostática.
15 (ITA) Duas esferas condutoras, de massa m, bem pequenas, estão
q
igualmente carregadas. Elas estão suspensas em um mesmo ponto por
dois fios de seda, de massas desprezíveis e de comprimentos iguais a L.
As cargas das esferas são tais que elas estarão em equilíbrio quando a
distância entre elas for igual a a (a<<L). Em um instante posterior, uma
das esferas é descarregada. Qual será a nova distância b (b<<L) entre
Q Q
as esferas quando, após se tocarem, o equilíbrio entre elas for novamente
restabelecido?

a
q
(A) b = a . (D) b= .
2 3
2 (A) θ = 30º.
(B) θ = 2 arc tan (1/4).
(B) b = a 2 . (E) a . (C) θ = 2 arc tan (4).
b=
2 3
4 (D) θ = 4 arc tan (2).
(E) θ = 4 arc tan (1/3).
(C) b = a 3 .
2
19 (UFU-MG) Duas cargas +q estão fixas sobre uma barra isolante
16 (ITA) Duas partículas têm massas iguais a m e cargas iguais a Q. e distam entre si uma distância 2d. Uma outra barra isolante é fixada
Devido a sua interação eletrostática, elas sofrem uma força F quando estão perpendicularmente à primeira no ponto médio entre essas duas cargas.
separadas de uma distância d. Em seguida, essas partículas são penduradas, O sistema é colocado de modo que esta última haste fique apontada para
a partir de um mesmo ponto, por fios de comprimento L e ficam equilibradas cima. Uma terceira esfera pequena, de massa m e carga +3q, furada é
quando a distância entre elas é d1. A cotangente do ângulo a que cada fio atravessada pela haste vertical de maneira a poder deslizar sem atrito ao
forma com a vertical, em função de m, g, d, d1, F e L, é: longo desta, como mostra a figura a seguir.
A distância de equilíbrio da massa m
ao longo do eixo vertical é z. Com base
m
nessas informações, o valor da massa m
L em questão pode ser escrito em função
de d, z, g e k, em que g é a aceleração z
a gravitacional e k, a constante eletrostática.
A expressão para a massa m será dada d d
por:
d1
kq 2 z
(A) m = .
(d + z 2 )3/2
2

6 kq 2 z
(A) m g d1 / (F d). (B) m = .
(B) m g L d1 / (F d2). g( d 2 + z 2 )3 / 2
(C) m g d12 / (F d2).
6 kq 2 z
(D) m g d2 / (F d12). (C) m = .
(E) (Fd2) / (mg d12). g( d 2 + z 2 )2

6 kq 2 z
17 (OBF) Na figura a seguir, estão representadas duas partículas de (D) m = .
g( d 2 + z 2 )3
massas m1 e m2, carregadas, respectivamente, com cargas q1 e q2 e
suspensas de um mesmo ponto por fios de iguais comprimentos e massas
desprezíveis.

390 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Eletrização e Lei de Coulomb FÍSICA III
Assunto 2

20 Quatro cargas q, Q, q e Q, de mesmo sinal, estão unidas mediante 24 (ITA-SP) Uma partícula de massa M=10,0 g e carga q = –2,0 ∙ 10–6 C
cinco fios (não condutores) de comprimento  da maneira mostrada na é acoplada a uma mola de massa desprezível. Esse conjunto é posto em
figura (Q > q). Determine a força no fio que une as cargas Q. oscilação e seu período medido é P = 0,40 π s.
É fixada a seguir uma outra partícula de carga q’ = 0,20 ∙ 10–6 C a uma
Q distância d da posição de equilíbrio O do sistema massa-mola (ver figura).
O conjunto é levado lentamente até a nova posição de equilíbrio, distante
q q x = 40 cm da posição de equilíbrio inicial O. Qual o valor de d?
Dado: K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2.
Obs.: Considere as duas cargas puntiformes.

Q
21 (PUC-SP) Em cada um dos vértices de uma caixa cúbica de aresta 
foram fixadas cargas elétricas de módulo q cujos sinais estão indicados
na figura.
Sendo k a constante eletrostática do meio, o módulo da força elétrica
que atua sobre uma carga pontual de módulo 2q, colocada no ponto de 25 (UFU-MG) A figura mostra uma barra isolante, sem massa, de
encontro das diagonais da caixa cúbica, é: comprimento l = 2 m, presa por um pino no centro. Nas suas extremidades
q q estão presas cargas positivas q e 2q, sendo q = 1 ∙ 10–6 C. A uma distância
– – r = 0,3 m, diretamente abaixo de cada uma dessas cargas, encontra-se
(A) 4 kq /3 .
2 2 afixada uma carga positiva Q = 4 ∙ 10–6 C. Considere somente as
q q
(B) 8 kq2/32. + – interações entre as cargas situadas diretamente abaixo uma da outra e
(C) 16 kq2/32. q q K = 9 ∙ 109 N m2/C2. Sabe-se que a reação no pino é nula.
(D) 8 kq2/2. – +
l
(E) 4 kq2/2.
q q +q +2q
– +
x

P r
22 Nos vértices de um triângulo isósceles existem três cargas puntiformes
Q + Q +
fixas e iguais entre si. Calcule a relação entre a base b e a altura h relativa
à base para que qualquer carga colocada no ponto médio da altura fique
em equilíbrio sob a ação das forças elétricas.
Obs.: A base é o lado diferente no triângulo.
Determine:
23 (FUVEST-SP) Quatro pequenas esferas de massa m estão carregadas
com carga de mesmo valor absoluto q, sendo duas negativas e duas a. o valor do peso P necessário para manter a barra em equilíbrio na
positivas, como mostra a figura. As esferas estão dispostas formando horizontal;
um quadrado de lado a e giram em uma trajetória circular de centro O, b. a distância x, a partir do pino, em que o peso P deve ser suspenso
no plano do quadrado, com velocidade de módulo constante v. Suponha quando a barra está balanceada, e de que lado do suporte (esquerdo
que as únicas forças atuantes sobre as esferas são devidas à interação ou direito) deve ser feito.
eletrostática. A constante de permissividade elétrica é ε. Todas as
grandezas (dadas e solicitadas) estão em unidades SI.

V
01 (FUVEST-SP) Duas cargas pontuais positivas, q1 e q2 = 4q1, são fixadas
a a uma distância d uma da outra. Uma terceira carga negativa q3 é colocada no
+q –q ponto P entre q1 e q2, a uma distância X da carga q1, conforme mostra a figura.

V q1 q3 q2 (= 4q1)
a O a 
V
P
x
–q +q d
a

V a. Calcule o valor de X para que a força sobre a carga q3 seja nula.
b. Verifique se existe um valor de q3 para o qual tanto a carga q1 como a q2
a. Determine a expressão do módulo da força eletrostática resultante F
permanecem em equilíbrio, nas posições do item a, sem necessidade
que atua em cada esfera e indique sua direção.
de nenhuma outra força além das eletrostáticas entre as cargas. Caso
b. Determine a expressão do módulo da velocidade tangencial v das
exista, calcule o valor de q3; caso não exista, escreva “não existe” e
esferas.
justifique.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 391


FÍSICA III
Assunto 2

02 (IME) Uma esfera de plástico, maciça, é eletrizada, ficando com


uma densidade de carga superficial  =+0,05 Coulombs/m2. Em
consequência, se uma carga puntiforme q = +1mC fosse colocada
exteriormente a 3 metros do centro da esfera, sofreria uma repulsão de
0,02 p Newtons. A esfera é descarregada e cai livremente de uma altura de
750 metros, adquirindo ao fim da queda uma energia de 0,009 p Joules.
R
Determine a massa específica do plástico da esfera.
Dado: aceleração da gravidade: g = 10 m/s2.

03 Em um ponto de um plano inclinado que forma 30º com a horizontal,


fixamos um corpo B eletrizado com carga Q = 20 mC. A 30 cm abaixo de B,
coloca-se um pequeno corpo A de 20 g de massa, eletrizado com carga q. a. Determine o módulo da velocidade v com que a carga negativa se
Seja g = 10 m/s2 e K = 9 · 109 Nm2/C2. move em torno da carga positiva.
b. Determine o período do movimento circular da carga negativa em torno
a. Se não existe atrito, para que o corpo A fique em equilíbrio, qual deve da carga positiva.
ser sua carga elétrica? c. Determine a energia total do sistema.
b. Se existisse atrito e o coeficiente de atrito estático entre o corpo A e o d. Considere que o produto da massa da partícula com carga negativa
plano inclinado fosse igual a 0,25, qual seria a menor distância entre pela sua velocidade e pelo raio da trajetória circular é igual ao produto
A e B para não haver movimento do corpo A? de um número inteiro por uma constante; ou seja, mv R = nh, em
que n é o número inteiro (n = 1, 2, 3, ...) e h, a constante. Determine
04 Três pêndulos idênticos são pendurados em um mesmo ponto O. O a energia total do sistema em termos de n, h, q e k.
comprimento de cada haste é igual a L e o peso da massa pendular é igual e. Determine a frequência do movimento da carga negativa em torno da
a P. Cada um deles é eletrizado com carga Q, positiva. Na configuração de carga positiva em termos de n, h, q e k.
equilíbrio, a haste de cada pêndulo faz com a vertical, que passa por O,
um ângulo q. Determine o valor de Q em função dos dados do problema. 08 (ITA) Considere uma balança de braços desiguais, de comprimentos ℓ1
Dado: constante eletrostática do meio = K. e ℓ2, conforme mostra a figura. No lado esquerdo encontra-se pendurada
uma carga de magnitude Q e massa desprezível, situada a uma certa
05 Dada a configuração de cargas abaixo, determine a força elétrica resultante distância de outra carga, q. No lado direito encontra-se uma massa m sobre
em uma carga Q indicada na figura, sabendo que o lado do cubo vale a. um prato de massa desprezível. Considerando as cargas como puntuais
e desprezível a massa do prato da direita, o valor de q para equilibrar a
+q Q
massa m é dado por:

+q 1 2

+q
30°
–q –q Q
d m
–q –q
q
06 Uma pequena partícula carregada está no interior de uma esfera
isolante perfeitamente lisa. O diâmetro da esfera é R, a massa da partícula � mgl 2 d 2
carregada é m e sua carga é q. Qual carga deve ter um outro objeto, fixo (A) .
no fundo da esfera, para que seja capaz de manter a partícula carregada ( k0Ql 1)
no extremo superior da esfera em equilíbrio estável? Diz-se que um −8 mgl 2 d 2
(B) .
corpo encontra-se em equilíbrio estável quando, ao sofrer um pequeno ( k0Ql 1)
deslocamento da sua posição de equilíbrio, a ela retorna logo depois. A
constante eletrostática do meio é igual a K. −4 mgl 2 d 2
(C) .
(3 k0Ql 1)
07 (UFC-CE) Uma partícula com carga positiva +q é fixada em um ponto, −2 mgl 2 d 2
atraindo uma outra partícula com carga negativa –q e massa m, que se (D) .
move em uma trajetória circular de raio R, em torno da carga positiva, com 3 k0Ql 1
velocidade de módulo constante (veja a figura a seguir). Considere que não −8 mgl 2 d 2
(E) .
há qualquer forma de dissipação de energia, de modo que a conservação (3 3 k0Ql 1 )
da energia mecânica é observada no sistema de cargas. Despreze qualquer
efeito da gravidade. A constante eletrostática é igual a k.

392 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Eletrização e Lei de Coulomb FÍSICA III
Assunto 2

09 O sistema de cargas indicado na figura é composto por três cargas fixas Dados: massa do bloco I (M1) = 5 kg; massa do bloco 2 (M2) = 4 kg;
e uma carga pendurada por um fio, todas positivas e de peso desprezível. carga elétrica do ponto A (qA) = –2 · 10–4 C; carga elétrica da face do
Para que a carga pendurada fique na direção vertical, pede-se que: bloco I (q1) = +4 · 10–5 C; constante eletrostática (K) = 9 · 109 N · m2 /
C2; distância entre o ponto A e a face do bloco I (d) = 3 m; aceleração da
gravidade (g) =10 m/s² ; coeficiente de atrito estático (µe) = 0,8; ângulo
4Q de inclinaçãoda rampa (α) = 60°.
Obs.: despreze o atrito nas roldanas.
3d
Q Q 12 A figura a seguir apresenta três corpos de peso P, dispostos nos
vértices de um triângulo equilátero de lados L, carregados, cada um deles,
com uma carga positiva Q. Um outro corpo é fixado por meio de uma haste
r 4d 3d rígida não condutora, de modo que a sua projeção fique sobre o centro
do triângulo. Sabendo-se que esse corpo possui uma carga q, determine
Q a relacão q/P para que o sistema formado pelos quatro corpos fique em
equilíbrio
a. Calcule: Obs.: Os corpos dispostos nos vértices do triângulo não estão ligados
I. a distância r em função de d; entre si.
II. a tração no fio;
b. verifique se a carga pendurada, depois de sofrer uma pequena +Q
perturbação em sua posição, permanece estável em uma nova posição +Q
ou retorna à posição original;
c. repita o item b para o caso de a carga pendurada ser negativa. haste
L
10 Uma partícula A com carga elétrica +Q encontra-se fixa ao ponto +Q q
mais baixo de um aro circular de raio R localizado em um plano vertical.
Outra partícula B de carga +Q e massa m encontra-se livre para se mover
apoiada internamente sobre a superfície lisa desse aro. Sabendo que a 13 A figura apresenta quatro situações, nas quais duas cargas de valor
gravidade local vale g e a constante eletrostática do meio vale K, determine: +Q são fixas e uma carga móvel, inicialmente em repouso, pode deslizar
sem atrito por um trilho não condutor. Os trilhos das situações 1 e 2
a. a distância entre as partículas A e B na posição de equilíbrio estático estão na horizontal, enquanto os das situações 3 e 4 estão na vertical.
de B; Considerando cada uma das situações, ao submeter a carga móvel a uma
b. a força de contato que o aro circular exerce na partícula B nessa pequena perturbação, pede-se:
posição.
a. verificar, justificando, se haverá movimento oscilatório em torno do
11 A figura ilustra um sistema composto por um plano inclinado e dois ponto de equilíbrio;
blocos de massas M1 e M2, interligados por um fio inextensível através de b. calcular o período de oscilação para pequenas amplitudes se
duas roldanas. Sabe-se que o ponto A encontra-se carregado eletricamente comparadas com a distância d, em caso de haver movimento
com carga qA e a face do bloco 1 com carga q. O sistema encontra-se em oscilatório.
repouso devido a uma trava colocada junto ao bloco I. Deseja-se substituir
a trava por uma mola colocada no bloco 2, conforme ilustra a mesma +Q Trilho +Q Trilho +Q
figura. Sabe-se que, ao realizar essa substituição, o sistema permanece
em repouso na iminência de deslocamento e que a distensão da mola foi Fixa d d Fixa
de 2 m. Nesta situação, determine: Situação 1

a. o valor da força de atrito Fat que atua sobre o bloco I; +Q Trilho –Q Trilho +Q
b. o valor da constante elástica k da mola.
Fixa d d Fixa

Situação 2
+Q Trilho +Q
+Q
1 Fixa d d Fixa
Trilho
2 d
trava Situação 3

a A +Q Trilho +Q
–Q
Fixa d d Fixa
Trilho
Situação 4

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 393


FÍSICA III
Assunto 2

Dados: 15 Duas cargas esféricas idênticas estão suspensas por fios de mesmo
• 1 1 comprimento, a partir de um mesmo ponto. Os fios formam um ângulo de
≈ se d >> x
( d ² ± x ²) d ² 30° entre si quando o experimento é realizado no ar. Quando suspensas
• massa das cargas: Mcargas = m. em um líquido de densidade 800 kg/m3, o ângulo entre os fios permanece
o mesmo. Se o material das esferas tem densidade 1.600 kg/m3, qual a
14 A figura a seguir apresenta uma barra ABC apoiada sem atrito em B. Na constante dielétrica do líquido?
extremidade A, um corpo de massa MA é preso por um fio. Na extremidade
C existe um corpo com carga elétrica negativa Q e massa desprezível. 16 Uma bola de massa m, portando uma carga q e suspensa por um fio
Abaixo desse corpo se encontram três cargas elétricas positivas, Q1, Q2 e de comprimento , pode girar em um plano vertical. No ponto fixo do fio
Q3, em um mesmo plano horizontal, formando um triângulo isósceles, em encontra-se uma outra bola de mesma carga. Calcule a mínima velocidade
que o lado formado pelas cargas Q1 e Q3 é igual ao formado pelas cargas que deve ser fornecida à bola móvel em sua posição inferior para que ela
Q2 e Q3. Sabe-se, ainda, que o triângulo formado pelas cargas Q, Q1 e Q2 consiga dar uma volta completa.
é equilátero de lado igual a 2√3 3 m.
Determine a distância EF para que o sistema possa ficar em equilíbrio. 17 Quatro pequenas esferas repousam sobre uma superfície horizontal lisa
2
q  1
Dados: e estão ligadas por fios inextensíveis, conforme a figura. Se  1  = ,
• massa específica linear do segmento AB da barra: 1,0 g/cm; q
 2 8
• massa específica linear do segmento BC da barra: 1,5 g/cm; qual o ângulo θ?
• segmento AB barra: 50 cm;
• segmento BC barra: 100 cm; +q1
• segmento DE: 60 cm; +q2
• MA = 150 g; q
• |Q| = |Q1| = |Q2| = 31/4 · 10–6 C;
• aceleração da gravidade: 10 m/s2; +q2
• constante de Coulomb: 9 · 109 N · m2/C2. +q1 madeira lisa

Obs.:
• As cargas Q1 e Q2 são fixas e a carga Q3, após o seu posicionamento, 18 Um anel metálico se rompe devido à ação das forças elétricas quando
também permanecerá fixa. a carga total que possui é Q. Se um outro anel de mesmo tamanho do
anterior é construído com material com resistência mecânica 10 vezes
A
maior, com que carga esse novo anel se romperá?
B
C
Q

MA
Q1
D
Q2
Q3
F
E

394 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


FÍSICA IV ASSUNTO

Óptica geométrica I
1
1. Conceitos gerais Obs.: Esses três princípios podem ser resumidos em um único princípio
geral, elaborado por Fermat: “A trajetória que um raio de luz faz entre dois
• Fonte de luz é um corpo emissor ou refletor de luz. As chamadas fontes pontos é tal que o tempo gasto para realizá-lo é mínimo (situação mais
primárias geram luz, e as fontes secundárias refletem a luz por elas comum), máximo ou estacionário”.
recebida. Matematicamente:
• Uma fonte de luz será denominada pontual quando suas dimensões
forem desprezíveis em relação às distâncias que a separam dos corpos d
=0
por ela iluminados. Caso contrário, a fonte será denominada extensa. dx
• Chama-se de meio o ambiente por onde a luz se propaga.
em que l é o comprimento total do raio e x a distância que determina o
• Meios transparentes são aqueles que permitem que a luz os atravesse
percurso.
descrevendo trajetórias regulares (por exemplo, vidro liso).
• Meios translúcidos são aqueles que permitem que a luz os atravesse
descrevendo trajetórias irregulares (por exemplo, papel vegetal). 3. Sombra, penumbra e eclipses
• Meios opacos são aqueles que não permitem que a luz os atravesse
(por exemplo, madeira).
• Raio luminoso indica a direção e o sentido de propagação da luz ao
partirem de uma fonte qualquer.

F sombra sombra
projetada
fonte de luz objeto

• Pincel luminoso é um conjunto de raios luminosos. penumbra


penumbra
projetada

sombra sombra
projetada

penumbra
Fonte pontual Fonte extensa

2. Princípios da óptica geométrica


A óptica geométrica baseia-se em princípios fundamentais. São eles: LUA
• Princípio da propagação retilínea: nos meios homogêneos e SOL TERRA
transparentes, a luz se propaga em linha reta entre dois pontos.
• Princípio da independência dos raios luminosos: em um cruzamento de
raios de luz, cada um deles continua sua propagação independentemente ECLIPSE DO SOL
do cruzamento com o(s) outro(s).
• Princípio da reversibilidade: a trajetória de um raio de luz não se modifica
quando se inverte o sentido de sua propagação entre dois pontos.

A’ SOL TERRA LUA


B’

ECLIPSE DA LUA

O eclipse do Sol ocorre na fase da lua nova, e o eclipse da Lua na


B fase da lua cheia.
A

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 395


FÍSICA IV
Assunto 1

A – Região de Totalidade Eclipe


Anular Anular
Total

P
A SOL
Q

TERRA LUA Região de Parcialidade


P Q

T – Região de Totalidade
Eclipse Solar Total

P
A SOL
Q Na sequência fotográfica acima, o professor Ricardo Tolentino
utilizou-se de um telescópio refrator
TERRA LUA Região de Parcialidade
P Q

01 Desejando medir a altura H de um prédio, um estudante fixou


verticalmente no solo uma estaca de 2,0 m de comprimento. Em certa
hora do dia, ele percebeu que o prédio projetava no solo uma sombra
©Gil Nartea/AFP/Getty

de 60 m de comprimento, enquanto a estaca projetava uma sombra de


3,0 m de comprimento. Considerando os raios solares paralelos, que
valor o estudante encontrou para H?

Solução:
Deve-se primeiramente fazer a figura representando a situação:

2m
60 m 3m

Note os dois triângulos semelhantes hachurados e faça a proporção entre


os lados homólogos:
Eclipse solar nas Filipinas
H 2
= → H = 40 m.
60 3

(lados homólogos são os lados opostos aos mesmos ângulos)

4. Câmara escura de orifício


Basicamente, a chamada “câmara escura de orifício” é uma caixa de
paredes opacas. Uma delas possui um orifício O. Pela propagação retilínea
da luz, uma imagem invertida será formada no anteparo da câmara.

Fotografia de eclipse solar tirada na China em janeiro de 2010


Disponível em: <ultimosegundo.ig.com.br>.

396 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica I FÍSICA IV
Assunto 1

vermelho
alaranjado
amarelo
01 Um objeto está disposto verticalmente em frente a uma câmara de alaranjado
azul
orifício. Aproximando 2 cm este objeto da câmara, observa-se um aumento
de 10% no tamanho da imagem. Determine a distância inicial do objeto à anil
câmara. violeta

Solução: filtro alaranjado


É fundamental que se façam duas figuras representando a formação da (refração seletiva)
imagem no fundo da câmara, antes e depois do afastamento.

X

O 01 Tem-se um papel cartão pintado com duas cores, conforme a figura


i abaixo.

2 cm x–2

O
1,1i Ao iluminar esse papel com diferentes fontes de luz, obtemos resultados
bem diferentes. Diga quais resultados correspondem a quais fontes.

Fontes Resultado
Muito cuidado para não confundir os triângulos semelhantes!
Das semelhanças obtemos:
Monocromática vermelha
 x o  ol
 l = i  x=
Policromática azul + verde +
→ i
 laranja + branco
x − 2 o ol
 = 11, ( x − 2) =
 l 11
, i  i
2, 2 Monocromática laranja
11 , ( x − 2) = x → x = = 22 cm
0,1

Bicromática verde + laranja


5. Reflexão e refração seletivas
A luz solar (luz branca) é policromática, ou seja, composta de várias Solução:
cores – dentre elas, as principais: vermelho, alaranjado, amarelo, verde,
azul, anil, violeta.
MONOCROMÁTICA LARANJA
Observem-se os seguintes fatos:

• Quando se vê um corpo preto, ele está absorvendo todas as cores da BICROMÁTICA VERDE + AMARELA
luz solar.
• Quando se vê um corpo branco, ele está refletindo todas as cores da
luz solar. POLICROMÁTICA AZUL+VERDE+LARANJA+BRANCO
• Quando se vê um corpo de alguma cor monocromática, por exemplo,
verde, que está sendo iluminado por luz policromática, significa que
ele está “selecionando” apenas a cor verde para refletir a luz solar. MONOCROMÁTICA VERMELHA
• Um corpo que, se iluminado por luz policromática, parece
monocromático, por exemplo, vermelho, se apresentará escuro quando
iluminado por luz monocromática de cor diferente da mencionada
acima (por exemplo, se esse objeto vermelho for iluminado com luz 6. Tipos de ponto
verde). • Relativamente a determinado sistema óptico, chama-se ponto objeto
• Um corpo branco pode refletir todas as cores monocromáticas. o vértice do pincel de raios incidentes. Ele será:
• “Filtros” podem deixar passar apenas determinadas luzes – “real”, se for vértice de pincel incidente divergente;
monocromáticas: – “virtual”, se for vértice de pincel incidente convergente;

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 397


FÍSICA IV
Assunto 1

– “impróprio”, se o pincel for composto por raios paralelos, estando o


objeto no infinito.
Exemplos:
01 Classifique os pontos abaixo em cada sistema.

POR POV
P1
P3
P2

POI
Ponto/sistema S1 S2
• Relativamente a determinado sistema óptico, chama-se ponto imagem
o vértice do pincel de raios emergentes. Ele será: P1 POR –

– “real”, se for vértice de pincel emergente convergente; P2 PIR POR


– “virtual”, se for vértice de pincel emergente divergente;
– “impróprio”, se o pincel for composto por raios paralelos, estando a P3 – PIV
imagem no infinito.

Ex.:
P1 P2

S1 S2
PIR

PIV Ponto/sistema S1 S2

P1 POR –

∞ P2 – PIV
PII
∞ PII POI
Notas
I. As imagens reais podem ser projetadas em anteparos, como telões Vejamos em uma situação real de sistema ótico:
ou paredes.
II. As imagens virtuais não podem ser projetadas em anteparos. sol

• Classificação de pontos em sistemas ópticos associados. Um mesmo


ponto pode receber diferentes classificações relativas a sistemas
ópticos distintos. Portanto, quando for necessário classificar pontos
lente
pertencentes a uma associação de vários sistemas ópticos, faz-se
P2
útil o seguinte procedimento sistemático:

I. Escolha um dos sistemas ópticos. Você deverá analisar apenas os espelho


pontos que são vértices de raios que incidem/emergem diretamente P1
nesses/desses sistemas.
II. Escolha um dos pontos selecionados no item I. Se os raios que
passam por ele incidirem no sistema óptico considerado, ele será Ponto/sistema lente espelho
ponto objeto: real se o pincel diverge do ponto, virtual se o pincel
P1 PIR POV
converge no ponto ou impróprio se o pincel for composto de raios
paralelos. Porém, se os raios que passam por ele emergirem do
P2 – PIR
sistema óptico considerado, ele será ponto imagem: real se o pincel
converge no ponto, virtual se o pincel diverge do ponto ou impróprio Sol POI –
se o pincel for composto de raios paralelos (leia de novo).
III. Repita o item II para todos os pontos referentes ao sistema escolhido.
IV. Repita os itens anteriores para todos os sistema ópticos da associação.

398 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica I FÍSICA IV
Assunto 1

7. Espelhos planos Solução:


Devemos fazer a imagem da árvore para saber até onde o espelho precisa
estar para que o observador possa ver o seu topo.
7.1 Introdução
Um espelho plano é qualquer superfície lisa, plana e com alto poder
de reflexão. A reflexão, de modo geral, obedece a duas leis gerais para
qualquer caso, inclusive espelhos planos: O espelho precisa vir até aqui

1a – O raio incidente e o raio refletido, relativos ao espelho, pertencem a


um mesmo plano.
2a – O ângulo de incidência e o ângulo de reflexão, medidos em relação à
reta normal relativa ao ponto de incidência, são congruentes.
A vB
A B X
4,0 m

a θ1 θ1 θ1’ θ1’ b

x P d–x

d
θ1 = θ1’
Dessa figura redesenharemos apenas os triângulos semelhantes formados
Cada ponto de um objeto, se refletido pelo espelho plano, conjugará e faremos a proporção entre os lados homólogos:
uma imagem equidistante ao espelho na zona de imagens (propriedade 
da reflexão simétrica). Veja: 

2m 
 A x B








7.2 Imagem de objeto pontual 








4–x


6m
d d 


objeto
imagem 2 6
= → 24 − 6 x = 2 x → x = 3 m.
4− x x

7.3 Imagem de objeto extenso


01 No esquema, o observador deseja visualizar a imagem da árvore
através do espelho plano AB deitado sobre o solo:

Chama-se de “campo visual” toda a região que um observador pode


ver através de um espelho. O campo visual pode ser facilmente identificado
6,0 m

para um observador, usando-se a propriedade da reflexão simétrica. Tudo


ocorre como se esse campo visual fosse o mesmo de um observador
virtual (que não é nada mais do que a imagem do observador) atrás do
2,0 m

espelho, e esse espelho fosse uma janela:

A X B
4,0 m

observador

Qual deve ser o menor comprimento x do espelho para que o observador


veja a imagem completa da árvore, isto é, do topo até o pé?

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 399


FÍSICA IV
Assunto 1

7.4 Translações Portanto, uma translação de L unidades de comprimento em um


espelho, em relação ao objeto, mantendo este fixo, provoca uma translação
Quando o objeto e/ou o espelho sofrem mudanças de posição (sejam de 2L unidades de comprimento na imagem.
estas discretas ou contínuas), tem-se um caso de translação. Pode-se,
Tomando-se uma variação de espaço na unidade de tempo, pode-se
então, estudar a posição, a velocidade e/ou a aceleração dos objetos,
da mesma forma dizer que, se o espelho se move com uma velocidade
imagens e espelhos usando como base a propriedade de reflexão simétrica
constante v, em relação ao objeto fixo, a imagem se moverá com uma
dos espelhos planos.
velocidade 2v, na mesma direção e sentido. O mesmo se pode afirmar
7.4.1 Translação do objeto para variações na velocidade: se o espelho possui uma aceleração a,
a aceleração da imagem será 2a.
Um observador o caminha com velocidade constante v em direção
a um espelho plano fixo E1, em relação a esse espelho. A cada instante, 7.4.3 Translação simultânea do objeto e do espelho
a distância de sua imagem ao espelho é congruente à distância entre si
Usando o princípio da reflexão simétrica, é possível deduzir expressões
próprio e o espelho; logo, pode-se afirmar que se ele se desloca L unidades
que relacionam variações de espaço com velocidade e aceleração do objeto
de comprimento em relação ao espelho, sua imagem também se desloca
(índice o), espelho (índice e) e imagem (índice i) quando existe translação
L unidades de comprimento em relação ao espelho com sentido oposto,
simultânea de objeto e espelho. Na realidade, tais expressões seriam um
e a velocidade da imagem, também em relação ao espelho, é – v (o sinal
caso geral das possibilidades de translação quando se trabalha com espelhos
negativo indica que o sentido dessa velocidade é contrária à do observador,
planos, sendo os casos I e II acima apenas casos particulares (dependendo
embora o módulo seja comum aos dois). Também a aceleração da imagem
do que esteja fixo). Observem-se a figura abaixo e as relações geométricas:
possui o mesmo módulo (e sentido contrário) que a aceleração do objeto
– ambos em relação ao espelho fixo.
Observe ainda que, se tomar o objeto como referência, a velocidade da E1
imagem é – 2v; e se tomar a imagem como referência, a velocidade do objeto
é 2v. Da mesma forma, pode-se encontrar expressões para esses mesmos
referenciais ao se estudarem deslocamentos ou acelerações.

E1 o i

d d
v –v
o i
x
d d L
y
7.4.2 Translação do espelho o i
Se um espelho varia sua posição em relação a um objeto, de quanto
deverá se deslocar a imagem desse objeto em relação à sua posição original?
Essa pergunta é muito simples de ser respondida. É necessário saber
apenas que, antes e depois do deslocamento do espelho, a imagem deve D D
ser simétrica ao objeto, em relação ao espelho. Abaixo, pode-se observar d + L – y = D (equação 1) x + d – L = D (equação 2)
as relações feitas: Substituindo a equação 1 na equação 2:
E1
x + d – L = d + L – y → x = 2L – y
Portanto,
        
∆ S i = 2∆ S e − ∆ S o; =
v i 2v e − v o ; =
a i 2 ae − ao .
o i

d d 7.4.4 Casos genéricos de translação


Até então foram abordados nos tópicos anteriores translações onde o
objeto se move em direção ao espelho e espelho se movendo em direção ao
x
L objeto. Mas e quando o movimento de translação do objeto ou do espelho
não está na direção do outro? Como se pode aproveitar as conclusões
o i feitas no tópico anterior?
Para responder a essa pergunta, veja-se a seguinte figura:

D D
x = 2D – 2d = 2(D – d) = 2L → x = 2L

400 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica I FÍSICA IV
Assunto 1

 01 Um móvel encontra-se na origem de um sistema de coordenadas


Vo  unidimensional e move-se de forma progressiva e retardada com
Ve velocidade inicial 4 m/s e aceleração 2 m/s2. Inicialmente, à frente desse
móvel, na coordenada x = 50 m, encontra-se um espelho plano disposto
θ α Referencial
sobre uma base móvel em movimento uniforme e progressivo, com sua
o superfície refletora voltada para o móvel. Determine a velocidade do
espelho para que a imagem do móvel passe pela coordenada x = 205 m
no instante t = 5 s.

Solução:
B Função velocidade do móvel (objeto): vo = 4 – 2t
Função velocidade do espelho: ve = ve
Em que o objeto O e o espelho AB estão se movimentando em direções Função velocidade da imagem: vi = 2ve – (4 – 2t) = (2ve – 4) + 2t
bem diferentes das usuais.
Para facilitar a questão, deve-se sempre assumir um referencial que 2ve = Velocidade inicial da imagem
seja ortogonal ao espelho plano e que passe pelo objeto. Após isso, a 2t = Aceleração da imagem
principal ideia para ser utilizada é fazer a decomposição tanto da velocidade
do objeto quanto da velocidade do espelho, ficando com a seguinte Assim, a função das posições da imagem será:
configuração: Xi(t) = 100 + (2ve – 4)t + t2
Substituindo Xi(5) = 205:
A 205 = 100 + (2ve – 4)(5) + (5)2 → ve = 10 m/s

7.5 Rotação
Se um raio luminoso incide sobre um espelho plano, e se rotaciona
Vo senθ um dos extremos desse espelho (mantendo o outro extremo fixo) de certo
Ve senα ângulo, o raio refletido sofrerá uma rotação, no mesmo sentido, de um
Ve cosα Referencial ângulo duas vezes maior.

Vo cosθ
θ1 θ1

q
B θ2 θ
2

Agora, deve-se analisar separadamente os movimentos paralelos


entre si. s
Ao se observar para a horizontal, é possível notar que se voltar ao caso a
estudado anteriormente, de modo que, em relação ao referencial adotado
Por semelhança de triângulos e usando as leis da reflexão, anotam-se
(terra), concluí-se que no eixo horizontal
os ângulos acima. As relações abaixo são então deduzidas:
Vi(H) = 2Ve(cos(α)) + Vo(cos(θ)) 2θ2 = 2θ1 + σ → σ = 2(θ2 – θ1)
θ 1 + α = θ 2 → θ2 – θ1 = α
Ao se observar agora a vertical, nota-se a componente vertical do
espelho não vai alterar em nada a componente vertical da imagem, se → σ = 2α
for considerado o referencial adotado (terra). Dessa forma, ter-se-ia na
vertical :
7.6 Imagens múltiplas
Vi(V) = Vo(sen(θ)) Quando se associam dois espelhos de modo que um dos vértices de
cada espelho estejam unidos, e as faces espelhadas uma defronte à outra,
Para concluir basta realizar a soma das componentes horizontal e haverá a formação de imagens (ou partes de imagens) múltiplas devido a
vertical para obter a velocidade da imagem: sucessivas reflexões simultâneas. Forma-se-á imagem simétrica ao objeto
(ou a outra imagem) enquanto esse objeto ou a imagem a ser refletida está
Vi = (2V (cos(α ) + V (cos(θ))) + (V (sen (θ))) )
e o
2
o
2 defronte a uma face espelhada, seja ela real ou virtual. Quando isso não
for possível, diz-se que o ponto encontra-se sob a “zona morta”:

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 401


FÍSICA IV
Assunto 1

imagem face em que:


espelhada
“virtual” • C: centro de curvatura (centro da esfera geratriz do espelho)
• V: “vértice” do espelho
imagem • CV: eixo principal
Zona
objeto • R: raio de curvatura (raio da esfera geratriz)
morta
imagem
Para que as imagens formadas pelas reflexões em espelhos esféricos
face
sejam nítidas e bem definidas, os raios luminosos que atingem a superfície
espelhada
imagem refletora devem ser pouco inclinados em relação ao eixo principal. Qualquer
“virtual”
espelho que esteja refletindo raios nessa condição se obedece à “condição
de nitidez de Gauss”.
Usando conceitos geométricos é possível calcular o número de imagens
que serão formadas com base no processo de associação de espelhos.
8.2 Focos
Em um caso específico, dado que haja um objeto P entre dois espelhos
Um foco é qualquer ponto cujo conjugado seja impróprio. O foco
E1 e E2 associados com um ângulo α (dado em graus) a partir de um centro
principal de um espelho esférico é o ponto para onde convergem (no
comum O, haverá a formação de n imagens, de modo que:
caso de espelhos côncavos) ou de onde divergem (no caso de espelhos
O E1 convexos) raios luminosos cuja incidência é paralela ao eixo principal:
a
P Espelho côncavo Espelho convexo

C F v v F C
E2

360°
=n − 1 (somente para α divisor de 360°)
α

O foco dos espelhos côncavos é real, enquanto o foco dos espelhos


Observações acerca da fórmula anterior: convexos é virtual.
Existem ainda focos secundários tanto para espelhos côncavos,
• Todos os objetos e imagens estão sobre uma mesma circunferência quanto para convexos. Os focos secundários são os pontos para onde
centrada em O. convergem raios paralelos entre si, mas que façam no espelho incidência
• Se a razão 360º/α for par, a fórmula é válida para qualquer posição oblíqua em relação ao eixo principal. Todos os infinitos focos secundários
de P entre E1 e E2. possíveis encontram-se em uma mesma região denominada plano focal,
• Se a razão 360º/α for ímpar, a fórmula só é válida quando P estiver que contém o foco principal e é paralelo ao espelho. Nas figuras abaixo,
posicionado sobre o plano bissetor de α. há exemplo de um foco secundário φ para cada tipo de espelho esférico.
O eixo que contém C e φ é chamado de eixo secundário.
8. Espelhos esféricos
Espelho côncavo Espelho convexo

8.1 Conceitos gerais


Um espelho esférico é uma superfície polida e refletora com forma de
calota esférica, podendo ser côncava (se a parte refletora for o interior da C F v v F C
esfera geratriz) ou convexa (se a parte refletora for o exterior da esfera geratriz).
j j

Parte Parte
côncava convexa O foco principal F de um espelho esférico é muito importante no
estudo da formação de imagens neste. Pode-se facilmente encontrar sua
posição no eixo principal. Tal processo será feito para o espelho côncavo,
mas a demonstração e o resultado final também são compatíveis com
Costuma-se representar um espelho esférico da seguinte forma: espelhos convexos:

C v v C
R R

Côncavo Convexo

402 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica I FÍSICA IV
Assunto 1

8.5 Espelho côncavo


a I Existem 5 possibilidades de posicionamento do objeto relativamente
a ao espelho:
C a F 2a v
f
I. Objeto à esquerda do centro de curvatura: a imagem é real, em relação
R ao objeto, menor e invertida.

CÎP = FÎC = α (2a Lei da Reflexão; lembre-se que o espelho é esférico;


logo, CI = raio = reta normal)
^
IF V = 2α (ângulo alterno interno)
^
→ IC F = α (teorema do ângulo externo) C F V
→ CF = FI, mas FI ~ FV (pelo referencial de Gauss)
→ CF ~ FV

f = R/2

8.3 Raios notáveis II. Objeto sobre o centro de curvatura: a imagem é real, em relação ao
objeto, do mesmo tamanho e invertida.
I. Centro de curvatura (C): o raio incidente (ou seu prolongamento) que
contém C é refletido sobre sua própria reta-suporte.

C V V C

C F V

Côncavo Convexo

II. Vértice (V): o raio incidente que passa pelo vértice é refletido
simetricamente em relação ao eixo principal.

III. Objeto entre os pontos C e F do eixo principal: a imagem é real, em


relação ao objeto, maior e invertida.
C θ V θ V C
θ θ

Côncavo Convexo
θ
III. Foco principal (F): o raio incidente (ou seu prolongamento) que passa θ
C F V
por F é refletido paralelamente ao eixo principal, e, reciprocamente,
raios paralelos ao eixo principal são refletidos passando por F. Isso
vem da própria definição de foco (já vista).
IV. Foco secundário (φ): o raio incidente (ou seu prolongamento) que
passa por φ é refletido paralelamente ao eixo secundário. Isso vem
da própria definição de foco secundário (já vista).
IV. Objeto sobre o foco principal: a imagem é imprópria.
8.4 Construção de imagens de objetos
Utilizando os raios notáveis, podemos saber onde haverá a formação
da imagem relativa a um objeto qualquer disposto em frente de um
espelho esférico. Pode-se usar todos os raios notáveis distintos que se
quiser nessas construções, mas basta dois deles (usados corretamente)
para que se defina a posição da imagem. Mostrar-se as possibilidades de
construção de imagens para os dois tipos de espelhos esféricos. C F V

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 403


FÍSICA IV
Assunto 1

V. Objeto entre os pontos F e V do eixo principal: a imagem é virtual, em y imagem


relação ao objeto, maior e direita. É o único caso em que a imagem
refletida por um espelho esférico côncavo é virtual. objeto
y’
y’

C F p V
f p’
C F V

9.2 A função dos pontos conjugados


(equação de Gauss)
8.6 Espelho convexo
Usando-se o referencial apontado e as leis da reflexão aplicadas para
Existe apenas uma possibilidade de posicionamento do objeto espelhos esféricos, com raios luminosos de pouca inclinação em relação
relativamente ao espelho. A imagem sempre é virtual, em relação ao ao eixo principal, deduz-se facilmente a famosa relação entre f, p e p’:
objeto, direita e menor; além disso, situa-se em algum lugar entre o foco
e o vértice do espelho.
1 1 1
= +
f p p’

9.3 Aumento linear transversal


O aumento linear transversal (A) é a razão entre uma medida da imagem
e a medida equivalente do objeto:
V F C
y ’ − p’
=
A =
y p

O sinal negativo que precede p’ é meramente uma correção que visa


a compensar o fato de que a imagem pode ou não estar invertida em
9. Estudo analítico relação ao objeto.
Observe-se que:
9.1 O referencial gaussiano
• Se A > 0: y e y’ têm o mesmo sinal (logo, a imagem é direita); p e p’
Será feito agora um estudo analítico do espelho esférico, adotando
têm sinais opostos (logo, a imagem tem natureza oposta à do objeto).
um sistema cartesiano regido pelo referencial gaussiano. Tal referencial
• Se A < 0: y e y’ têm sinais opostos (logo, a imagem é invertida); p
é de suma importância na aplicação das equações que regerão o estudo
e p’ têm o mesmo sinal (logo, a imagem tem a mesma natureza do
analítico dos espelhos esféricos. Ele apresenta as seguintes características:
objeto).
• É um sistema cartesiano de coordenadas retangulares;
• A origem do par das retas cartesianas orientadas é o vértice (V) do espelho;
• A orientação positiva do eixo das abscissas (Ox) é oposta à do sentido
da luz incidente;
• Os elementos reais possuem abscissa positiva; 01 Um objeto está diante da parte espelhada de um espelho esférico de
• Os elementos virtuais possuem abscissa negativa; diâmetro 40 cm. Verifica-se que sua imagem, virtual, está a 15 cm do
• O sinal da abscissa do foco (F) para espelhos côncavos é positivo (f > 0); objeto e está reduzida em 50%. Determine a posição do objeto e o tipo de
• O sinal da abscissa do foco (F) para espelhos convexos é negativo (f < 0). espelho.
Além disso, serão utilizadas as seguintes notações:
• p: abscissa do objeto; Solução:
• p’: abscissa da imagem; Como a imagem é virtual e menor, concluímos que o espelho é convexo.
• f: abscissa focal; Nesse caso, pelo referencial de Gauss:
• y: ordenada do objeto; Diâmetro = –40 cm ⇒ Raio = – 20 cm ⇒ foco = –10 cm
• y’: ordenada da imagem;
• |f|: distância focal. Além disso, também sabemos que a imagem será direita. Assim,
1
i= + o.
Observe abaixo um exemplo do uso do referencial gaussiano: 2
Usando a equação de ampliação:

404 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica I FÍSICA IV
Assunto 1

i p′ 1 p′ p
=− → =− → p′ = −
o p 2 p 2 oificio

Quando é fornecida a distância entre o objeto e a imagem, todos os h 3m


problemas podem ser resolvidos por equação modular: |p – p’| = 15.

Substituindo, temos: 6 cm 5 cm
 p p
p −  −  = 15 → p + = 15 → p = ± 10 cm
 2  2 03 Em um jogo de bilhar, um dos jogadores encontra-se em uma situação
de sinuca e deseja marcar o ponto C sobre a tabela da mesa de forma que
Neste exercício, como na maioria, o objeto é real (está em frente da parte a bola 1 descreva a trajetória mostrada na figura a seguir.
espelhada) e por isso é positivo. p = 10 cm
120 cm
02 Um espelho côncavo pode concentrar os raios solares a 20 cm de A C B tabela da
seu vértice. Um objeto luminoso de 8 cm de altura está 15 cm à frente do x y mesa
espelho. O espelho pode produzir uma imagem nítida do objeto luminoso. 10 cm
2
Determine:
1
a. a posição da imagem;
b. a altura da imagem;
c. a classificação da imagem; a. Determine a razão x/y. Justifique a sua resposta.
d. a ampliação deste sistema óptico. b. Determine a que distância do ponto A se encontra o ponto C.

Solução: 04 Admita que o Sol subitamente “morresse”, ou seja, sua luz deixasse
1 1 1 1 1 1 de ser emitida. 24 horas após este ocorrido, um eventual sobrevivente,
a. = + → = + → p′ = − 60 cm olhando para o céu, sem nuvens, veria:
f p p' 20 15 p'
i p′ i − 60 (A) a Lua e estrelas.
b. =− → =− → i = 32 cm
o p 8 15 (B) somente a Lua.
c. p' < 0 → virtual; i > 0 → direita ; i > o → maior (C) somente estrelas.
(D) uma completa escuridão.
(E) somente os planetas do sistema solar.

05 Para determinar a que altura H uma fonte de luz pontual está do chão,
plano e horizontal, foi realizada a seguinte experiência. Colocou-se um lápis
01 No dia 3 de novembro de 1994, ocorreu o último eclipse total do Sol de 0,10 m, perpendicularmente sobre o chão, em duas posições distintas:
deste milênio. No Brasil, o fenômeno foi mais bem observado na Região primeiro em P e depois em Q. A posição P está, exatamente, na vertical que
Sul. A figura mostra a Terra, a Lua e o Sol alinhados em um dado instante passa pela fonte e, nesta posição, não há formação de sombra do lápis,
durante o eclipse; neste instante, para um observador no ponto P, o disco conforme ilustra esquematicamente a figura. Na posição Q, a sombra do
da Lua encobre exatamente o disco do Sol. lápis tem comprimento 49 (quarenta e nove) vezes menor que a distância
entre P e Q. A altura H é, aproximadamente, igual a:
P
a
Terra Lua
Sol
H

Sabendo que a razão entre o raio do Sol (RS) e o raio da Lua (RL) vale
RS / RL = 4,00 × 10² e que a distância do ponto P ao centro da Lua vale
3,75 × 105 km, calcule a distância entre P o centro do Sol. Considere
propagação retilínea para a luz. P Q

02 No mundo artístico, as antigas “câmaras escuras” voltaram à moda. (A) 0,49 m.


Uma câmara escura é uma caixa fechada de paredes opacas que possui (B) 1,0 m.
um orifício em uma de suas faces. Na face oposta à do orifício, fica preso (C) 1,5 m.
um filme fotográfico, onde se formam as imagens dos objetos localizados (D) 3,0 m.
no exterior da caixa, como mostra a figura. Suponha que um objeto de (E) 5,0 m.
3 m de altura esteja a uma distância de 5 m do orifício e que a distância
entre as faces seja de 6 cm. Calcule a altura h da imagem.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 405


FÍSICA IV
Assunto 1

06 Um lápis encontra-se na frente de um pequeno espelho plano E, como 15 cm


mostra a figura. O lápis e a imagem estão corretamente representados na 40 cm
alternativa:

Figura 1

(A) E (D) E

(B) E (E) E

(C) E
(A) 55 cm.
(B) 70 cm.
(C) 95 cm.
07 Durante a final da Copa do Mundo, um cinegrafista, desejando alguns
(D) 110 cm.
efeitos especiais, gravou cena em um estúdio completamente escuro,
onde existia uma bandeira da “Azzurra” (azul e branca) que foi iluminada
10 Oscar está na frente de um espelho plano, observando um lápis, como
por um feixe de luz amarela monocromática. Quando a cena foi exibida
representado na figura. Com base nessas informações, é correto afirmar
ao público, a bandeira apareceu:
que Oscar verá a imagem desse lápis na posição indicada pela letra:
(A) verde e branca. K L N
(B) verde e amarela.
(C) preta e branca.
(D) preta e amarela.
M
(E) azul e branca. espelho

08 Na figura a seguir tem-se o perfil de um espelho plano E, desenhado


sobre um eixo OY. Para que um raio luminoso emitido por uma fonte pontual
lápis
em A atinja o ponto P, após refletir nesse espelho, ele deve incidir em um
ponto do espelho cuja ordenada Y vale:
Y
P E

Oscar

1 (A) K.
A 0 1 (B) L.
(C) M.
(A) 1. (D) N.
(B) 1,5.
(C) 2. 11 Um objeto colocado muito além de C, centro de curvatura de um
(D) 2,5. espelho esférico côncavo, é aproximado vagarosamente dele. Estando o
(E) 3. objeto colocado perpendicularmente ao eixo principal, a imagem do objeto
conjugada por este espelho, antes de o objeto atingir o foco, é:
09 Uma garota, para observar seu penteado, coloca-se em frente de um
espelho plano de parede, situado a 40 cm de uma flor presa na parte de (A) real, invertida e se aproxima do espelho.
trás dos seus cabelos. Buscando uma visão melhor do arranjo da flor no (B) virtual, direita e se afasta do espelho.
cabelo, ela segura, com uma das mãos, um pequeno espelho plano atrás (C) real, invertida e se afasta do espelho.
da cabeça, a 15 cm da flor. A menor distância entre a flor e sua imagem, (D) virtual, invertida e se afasta do espelho.
vista pela garota no espelho de parede, está próxima de: (E) real, invertida, fixa em um ponto qualquer.

406 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica I FÍSICA IV
Assunto 1

12 A vigilância de uma loja utiliza um espelho convexo de modo a poder 17 Isaac Newton foi o criador do telescópio refletor. O mais caro desses
ter um ampla visão do seu interior. A imagem do interior dessa loja, vista instrumentos até hoje fabricado pelo homem, o telescópio espacial Hubble
através desse espelho, será: (1,6 bilhão de dólares), colocado em órbita terrestre em 1990, apresentou
em seu espelho côncavo, dentre outros, um defeito de fabricação que
(A) real e situada entre o foco e o centro da curvatura do espelho. impede a obtenção de imagens bem definidas das estrelas distantes.
(B) real e situada entre o foco e o espelho. O Estado de São Paulo, 01/08/91, p. 14.
(C) real e situada entre o centro e o espelho.
(D) virtual e situada entre o foco e o espelho. Qual das figuras a seguir representaria o funcionamento perfeito do espelho
(E) virtual e situada entre o foco e o centro de curvatura do espelho. do telescópio?

13 O espelho retrovisor de uma motocicleta é convexo porque:


(A)
(A) reduz o tamanho das imagens e aumenta o campo visual.
(B) aumenta o tamanho das imagens e aumenta o campo visual.
(C) reduz o tamanho das imagens e diminui o campo visual.
(D) aumenta o tamanho das imagens e diminui o campo visual.
(E) mantém o tamanho das imagens e aumenta o campo visual.

14 Um objeto real, representado pela seta, é colocado em frente de um (B)


espelho podendo ser plano ou esférico, conforme as figuras. A imagem
fornecida pelo espelho será virtual:

I II

C F

III IV (C)
C F C F

C F
(D)

(A) apenas no caso I.


(B) apenas no caso II.
(C) apenas nos casos I e II.
(D) nos casos I, IV e V.
(E) nos casos I, II e III. (E)

15 Um estudante colocou uma caneta a uma distância relativamente grande


de uma colher bem polida e observou o tipo de imagem que aparecia na parte
interna da colher. A imagem que ele viu, comparada com a caneta, era:

(A) maior, direta e virtual. 18 Em frente de um espelho esférico côncavo, de centro de curvatura C e
(B) maior, invertida e real. foco principal F, são colocados dois objetos, A e B, conforme a ilustração
(C) menor, invertida e virtual. a seguir. A distância entre as respectivas imagens conjugadas de A e B é:
(D) menor, direta e real.
(E) menor, invertida e real.

16 A imagem de um objeto real, formada por um espelho convexo, é sempre: A B


F C
(A) real, invertida e maior do que o objeto.
(B) real, direita e menor do que o objeto. d = 5,0cm
(C) real, direita e maior do que o objeto.
(D) virtual, invertida e maior do que o objeto.
(E) virtual, direita e menor do que o objeto.
d d d d d

(A) 10 cm. (D) 40 cm.


(B) 20 cm. (E) 50 cm.
(C) 30 cm.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 407


FÍSICA IV
Assunto 1

19 Um espelho esférico côncavo é utilizado para projetar, sobre 02 A figura a seguir ilustra um espelho esférico côncavo E. Sobre o eixo
uma tela, a imagem do Sol. A distância focal do espelho é de principal estão indicados pontos equidistantes, entre os quais se encontram
2,0 metros. Qual é, aproximadamente, a distância entre a imagem o foco F e o centro da curvatura O. Se um objeto real é colocado no ponto
do Sol e o espelho? N, a imagem conjugada pelo espelho se formará no ponto:

20 Define-se um ano-luz como sendo a distância percorrida por um sinal E


luminoso no vácuo, durante um ano terrestre. Sabendo que, no vácuo, a luz
viaja com velocidade de 3,0 . 105 km/s, calcule, em metros, o comprimento
equivalente a um ano-luz.
M F N O P Q
21 No esquema a seguir, E é um espelho esférico côncavo de centro de
curvatura C, foco principal F e vértice V. AB é um objeto luminoso postado
diante da superfície refletora. Levando em conta as condições de Gauss,
construa graficamente a imagem de AB, considerando as posições (1), (A) M. (C) O.
(2), (3), (4) e (5). Em cada caso, dê a classificação da imagem obtida. (B) Q. (D) P.

03 A figura a seguir mostra uma vista superior de dois espelhos planos


E1 e E2 que formam entre si um ângulo β. Sobre o espelho E1 incide um
raio de luz horizontal e que forma com este espelho um ângulo θ. Após
A
reflexão nos dois espelhos, o raio emerge formando um ângulo α com a
B C F V normal ao espelho E2. O ângulo α vale:
(1) (2) (3) (4) (5) E2

(A) β + θ.
(B) β + θ − 90°.
(C) β + θ + 90°. β
(D) β – θ. θ
E1
22 Uma mosca voa a 50 cm/s em linha reta em direção a um espelho
plano. A partir do instante mostrado, quanto tempo a mosca deve-se manter 04 O esquema seguinte representa o instante inicial (t0 = 0) do movimento
em movimento para que entre ela e sua imagem a distância seja 60 cm? retilíneo e uniforme de um garoto diante da superfície refletora de um
espelho plano fixo verticalmente no solo:
23 As quintas imagens de cada série que se formam nos espelhos
paralelos se encontram a uma distância de 2,5 m. Determine a distancia
do objeto luminoso ao espelho E1 considerando que ele dista 20 cm de E2.

01 A figura apresenta uma montagem utilizada por um professor de Física


em uma aula experimental, sendo E1 um espelho côncavo de distância focal
15 cm. E2 é um espelho plano, disposto paralelamente ao eixo principal do -10 0 x (m)
espelho E1. F é uma fonte luminosa, situada a 5 cm do ponto A, de paredes
opacas, dotada de uma abertura, de forma que a luz incide inicialmente O garoto aproxima-se do espelho caminhando ao longo do eixo Ox com
velocidade escalar de módulo 2,0 m/s. Em relação ao eixo Ox, podemos
em E1. Na figura, AO = AB = BC = CD =15 cm. A respeito da imagem
afirmar que as funções horárias x = f(t) do movimento do garoto e da sua
final conjugada pelos dois espelhos, pode-se afirmar:
imagem conjugada pelo espelho são, respectivamente, em unidades do SI:

(A) x = 2,0t e x = – 2,0t.


F (B) x = 10 + 2,0t e x = –10 – 2,0t.
10 cm (C) x = –10 + 2,0t e x = 10 – 2,0t.
e.p 0 (D) x = –10 – 2,0t e x = 10 + 2,0t.
(E) x = 10 + 2,0t e x = 10 + 2,0t.
A B C D
15 cm

05 Tem-se um objeto O em frente de dois espelhos planos


perpendiculares entre si. Os pontos A, B e C correspondem às imagens
E1 E2 formadas do referido objeto. A distância AB é igual a 80 cm e a distância
BC, igual a 60 cm.
C
(A) É virtual e se forma no ponto C.
(B) Não será projetável, pois E2 conjuga imagem virtual. a. Qual a distância entre o objeto e a
(C) É real e se localiza entre E2 e o eixo principal de E1. imagem B?
(D) É real e vai se formar no ponto D. b. Desenhe o esquema com os espelhos,
(E) É virtual e está localizada no ponto B. o objeto e as imagens.
A B
408 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1
Óptica geométrica I FÍSICA IV
Assunto 1

06 Desloca-se uma pequena lâmpada acesa ao longo do eixo principal


de um espelho esférico côncavo, até que a posição da imagem formada
pelo espelho coincida com a posição do objeto. Nesse caso, a imagem é
invertida e a distância da lâmpada ao espelho é de 24 cm. Qual a distância
focal do espelho? A 20 cm B

07 Uma vela acesa de 18 cm de comprimento é colocada sobre o eixo 60 cm


principal de um espelho esférico, a 60 cm do vértice. A imagem real
correspondente forma-se a 30 cm do espelho. Determine:

a. se o espelho é côncavo ou convexo;


b. o comprimento da imagem; Determine:
c. o traçado gráfico do objeto e de sua imagem conjugada pelo espelho.
a. a distância focal do espelho.
b. o comprimento da imagem da barra conjugada pelo espelho.
08 Na figura seguinte, S1 e S2 são sistemas ópticos e P1 uma fonte
puntiforme de luz:
12 Em uma experiência de óptica geométrica, dispuseram-se um toco
de vela e um espelho côncavo gaussiano E, de distância focal igual a
20 cm, como mostra a figura:
P1 P3 P2

E
S1 S2

x0 x1
Com base nessa situação, responda:

a. O que representa P1 em relação a S1? 30 cm


b. O que representa P2 em relação a S1? E em relação a S2?
40 cm
c. O que representa P3 em relação a S2?

O toco de vela foi deslocado de x0 a x1, com velocidade escalar de módulo


09 Um caminhão trafega em uma estrada retilínea com velocidade de
1,0 cm/s. Enquanto houve deslocamento do toco de vela, qual foi o módulo
40 km/h. Olhando no espelho retrovisor, o motorista contempla a imagem
da velocidade escalar média da imagem, expressa em cm/s?
de um poste fixo na estrada.

a. Qual a velocidade da imagem do poste em relação ao solo? 13 Considere um corredor delimitado por duas paredes planas, verticais e
b. Qual a velocidade da imagem do poste em relação ao motorista do paralelas entre si. Em uma delas (A) está incrustada uma lâmpada puntiforme
caminhão? (L) acesa. Na outra (B) está fixado um espelho plano (MN), que reflete luz
proveniente de L, iluminando a região M’N’ da parede A.
10 A figura mostra um espelho plano M’ N’ L
que pode girar em torno de um eixo A
contendo seu centro C. Estando na E1
posição E1, o espelho capta a luz E2
C A
proveniente de uma fonte pontual A,
fixa no anteparo, refletindo-a de volta
ao ponto de partida. O espelho sofre, a
então, uma rotação equivalente a um
ângulo α, passando para a posição
E 2. Neste caso, ao receber a luz B
emitida por A, reflete-a para o ponto B. B M N
Sabendo-se que AB = 3 AC, calcule
o ângulo α. Admitindo-se que a parede A passe a se aproximar da parede B com
velocidade constante de módulo V, permanecendo, porém, paralela a
11 Uma barra AB de 20 cm de comprimento está colocada sobre o eixo B, pode-se afirmar que a velocidade de M’ em relação a N’ terá módulo:
principal de um espelho esférico côncavo. A extremidade B encontra-se (A) nulo.
sobre o centro de curvatura do espelho, enquanto a extremidade A (B) V/2.
encontra-se a 60 cm, conforme mostra a figura a seguir: (C) V.
(D) 2V.
(E) um outro valor.

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 409


FÍSICA IV
Assunto 1

14 Um observador O de dimensões desprezíveis posta-se em repouso a 18 Determine o comprimento l mínimo de um espelho de parede, de modo
uma distância de 3 m em frente ao centro de um espelho plano de 2 m de que uma pessoa com altura h possa se ver por inteiro no espelho, desde
largura, que também está em repouso. Um objeto pontual P desloca-se o topo da cabeça até os pés.
uniformemente com 4 m/s ao longo de uma trajetória retilínea, paralela à
superfície do espelho e distante 6 m desta (veja figura). Inicialmente, o 19 Em alguns carros, é comum que o espelho retrovisor modifique a
observador não vê o objeto. altura aparente do carro que vem atrás. As imagens a seguir são vistas pelo
motorista em um retrovisor curvo (Fig. 1) e em um retrovisor plano (Fig. 2).
1m 1m

1
espelho
3m

6m
o
v = 4 m/s
p

A partir de um certo ponto de sua trajetória, o objeto passa a ser visto pelo 2
observador. Por quanto tempo ele permanece visível?

15 Um homem quer se barbear com o auxílio de um espelho côncavo


de distância focal igual a 1,2 · 102 cm. Para ele ver uma imagem direta
de sua face, aumentada de 50% em relação à real, a que distância deve
colocar-se do espelho?

16 Um objeto linear é colocado frontalmente diante da superfície refletora


de um espelho esférico côncavo, de raio de curvatura igual a 120 cm e
que obedece às condições de Gauss. Sabendo que a imagem é quatro
vezes maior que o objeto, calcule a distância deste último ao espelho. a. Qual é (qualitativamente) a curvatura do retrovisor da Fig. 1?
b. A que distância o carro detrás permanece, quando a sua imagem vista
17 A figura a seguir representa um homem de altura H que vai do ponto A pelo motorista ocupa todo o espelho plano (Fig. 2), cuja altura é de
ao ponto B em movimento retilíneo. Durante o mesmo intervalo de tempo, 4,0 cm? Considere que a altura real do carro seja de 1,6 m e que o
a sombra de sua cabeça, projetada no solo horizontal, vai do ponto B ao teto do carro, o olho do motorista (situado a 50 cm do retrovisor) e o
ponto C: topo da imagem no espelho estejam alinhados horizontalmente.

H
α β

A B C
Conhecendo os ângulos α e β (α = 60º e β = 30º), determine a relação
entre as velocidades médias da sombra (vs ) e do homem (vh ).

410 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


FÍSICA IV ASSUNTO

Óptica geométrica II
2
1. Índice de refração II. O desvio do raio refratado obedece à “Lei de Snell”:

Quando a luz muda de meio, sua velocidade pode se alterar devido


n1sen θ1 = n2sen θ2
às propriedades do novo ambiente. Em associação a esse fato, também
poderá ocorrer a mudança da direção de propagação da luz. Todos esses
fenômenos consistem na “refração luminosa”. Obs.: Os ângulos utilizados na Lei de Snell são os ângulos que os raios
O índice de refração de um meio (n) é uma relação útil que se faz fazem com a reta normal, e não com a superfície de separação.
entre a velocidade de propagação da luz no vácuo (c) e a velocidade de
propagação da luz no meio (v):
c
3. Tipos de incidências
n= • Incidência oblíqua com n2 > n1 → θ2 < θ1:
v
Perceba que sua utilidade reside na ideia de que, ao compararmos
dois meios de diferentes índices de refração, saberemos que aquele que
possuir o maior será o que mais desviará a luz, pois: θ1
n1
I. “c” é uma constante, logo “n” varia apenas com “v”.
II. se “v” aumenta, “n” diminui, pois a relação é de proporção inversa.
III. “v” diminuir significa que a luz no meio percorre um espaço menor n2
num dado tempo, e logo sua direção de propagação desvia-se mais σ
da original. θ2
Sobre o índice de refração, fazemos ainda as seguintes observações:
Ângulo de desvio (σ): σ = θ1 – θ2
• No vácuo, n = 1 (pois v = c).
• Nos meios materiais, n > 1 (pois “v” é sempre menor que “c” fora • Incidência oblíqua com n2 < n1 → θ2 > θ1:
do vácuo).
• No ar, “n” é aproximadamente igual a 1 (embora seja maior, a diferença
θ1
é tão pequena que, na prática, consideramos nar=1).
• Quanto maior a densidade de uma mesma substância, maior será seu
índice de refração (pois haverá mais partículas da substância num
mesmo volume, que desviarão a luz). n1
• “Índice de refração relativo”: compara dois índices de refração por
meio de uma razão. O índice de refração do meio 2 em relação ao
meio 1 (n2,1) é dado por: n2
n θ2
n2,1 = 2
n1
σ
• “Dioptro”: é o nome dado à interface de separação de dois meios de
diferentes índices de refração.
Ângulo de desvio (σ): σ = θ2 – θ1
2. Leis da refração
• Incidência normal: θ2 = θ1 = 0, para todo n:
Assim como acontece com a reflexão, o fenômeno da refração obedece
a duas leis gerais:

I. O raio incidente, o raio refratado e a reta normal que passa pelo ponto
de incidência são todos coplanares.
n1
raio incidente raio refletido
normal

n2
θ1 θ1
n1

n2
θ2
raio refratado

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 411


FÍSICA IV
Assunto 2

4. Ângulo limite e casos


especiais de refração
01 Uma moeda encontra-se exatamente no centro do fundo de
uma caneca. Despreze a espessura da moeda. Considere a altura da Refração e reflexão são fenômenos vinculados, já que, ao atingir uma
caneca igual a 4 diâmetros da moeda, d(m), e seu diâmetro igual a superfície de separação de meios, um raio luminoso sofre simultaneamente
3 d(m). reflexão e refração. Porém, a intensidade de um dos raios (refletido ou
refratado) pode ser maior do que a do outro, de modo que, em condições
limites, um deles pode ser considerado como praticamente nulo. Além
disso, às vezes suprimimos um dos raios de algum esquema por termos
interesse apenas no outro. Veja, por exemplo, o que acontece nos casos
a seguir:

I. Aumento gradativo de θ1 com n2 > n1:

a. Um observador está a uma distância de 9 d(m) da borda da caneca.


Em que altura mínima, acima do topo, o olho do observador deve estar
para ver a moeda inteira? θ1 θ1 θ1
b. Com a caneca cheia de água, qual a nova altura mínima do olho do
observador para continuar a enxergar a moeda inteira? n(água) = 1,3.

Solução: θ2 θ2
a. A figura abaixo representa o ponto-objeto que deve ser visto pelo θ2
observador. Da figura podemos aplicar semelhança de triângulos.

observador
No limite, θ1 = 90°. Temos o caso limite de refração e θ2 é chamado
de “ângulo limite de refração” (rL). Pela Lei de Snell:

n1sen 90° = n2sen rL


h h 4d sen rL = n1/n2
= → h = 36d
9d d
II. Aumento gradativo de θ1 com n2 < n1:

9d
θ1
4d θ1
d

b. Agora aplicaremos a Lei de Snell para determinar θ2. θ2


θ2
observador
(I) (II)
n1sen θ1 = n2 sen θ2
θ2 d
h 1, 3 = 1 sen θ2
θ2 d 2 + 16d 2
9d θ1 θ1 θ2
θ1 1, 3
sen θ2 =
4d 17
d θ2

(III) (IV)
Da figura temos que: Do caso (I) ao caso (III), θ1 vai aumentando gradativamente, até o caso
1, 3 limite em que θ2 atinge o valor de 90°, de modo que, se θ1 for ligeiramente
9d sen θ2 9d 17 = 9 d aumentado, teremos reflexão total do raio incidente e nenhum raio será
tg θ2 = ⇒ = ⇒
h cos θ2 h 15, 31 h refratado (como mostra o caso IV). Nesse caso, Ocorre a reflexão total
17 e θ1 é chamado de “ângulo limite de reflexão total” (iL). Pela Lei de Snell,
no caso (III):
9d 15, 31
h= ≅ 27,1d n1sen iL = n2sen 90°
1, 3

sen iL = n2/n1

412 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica II FÍSICA IV
Assunto 2

Obs.: As fibras ópticas permitem a transmissão de informações através Refração no ponto de incidência A (cálculo de θ2): 1 · sen 45° = n · sen θ2
de raios luminosos que sofrem inúmeras reflexões totais em pequenos
tubos maleáveis. Geralmente, esses tubos são feitos com vidro de óxido Refração no ponto de incidência B (cálculo de θ3): n · sen θ3=1 · sen 90°
de silício e óxido de germânio, tendo cerca de 0,1 mm de diâmetro.
Observando na figura que θ2 e θ3 são complementares temos:
sen θ3 = cos θ2

Pelo teorema fundamental da trigonometria:


sen2 θ2+ cos2 θ2 = 1

2 2
 sen 45°   1 
III. n2 = n1:   +  =1
 n  n
2
n1  2   2 
   1 2    1 1 1 3
 2  +  = 4  +  2  = 2 + 2 = 2 = 1→ n = 3 2
n2  n   n   n2   n  2n n 2n
  
   

02 Na figura a seguir, temos um recipiente cúbico de paredes opacas,


vazio, de 40 cm de aresta:
Nesse tipo de caso, há o fenômeno da “continuidade óptica”. O imerso
O
torna-se invisível. Temos, como exemplo, o vidro e o tetracloroeteno
(C2Cl4): ao imergir uma barra de vidro em C2Cl4, um observador externo
não será capaz de ver a barra de vidro, pois ela está aproximadamente
invisível (os índices de refração são estreitamente iguais, não havendo,
portanto, desvios de luz).
(1)
P

10 cm
01 Um raio luminoso incide sobre um cubo de vidro, como indica a figura.
Qual deve ser o valor do índice de refração do vidro para que ocorra reflexão Na posição em que se encontra, o observador O não vê o fundo do
total na face vertical? recipiente, mas vê completamente a parede (1). Calcule a altura mínima da
água que se deve despejar no objeto, para que o observador passe a ver a
45° partícula P. Adote o índice de refração da água em relação ao ar igual a 4/3.
Ar Solução:
Como na maioria dos problemas de física, principalmente, óptica
geométrica, é fundamental que seja feita uma figura ilustrando o caminho
da luz e os raios e ângulos envolvidos. Nesse caso, é interessante que
destaquemos apenas o raio de luz que sai do objeto e chega no observador.
Ficando assim:

Solução:
Para determinar o índice (mínimo) do cubo, devemos representar, na parede
vertical, a situação limite, isto é, a representação geométrica onde o raio 45° θ2
refratado faz 90° com a vertical. Veja abaixo:
45°
θ1
45°
A

θ2 Da figura notamos que θ2 = 45°


B θ3 4 3 2
n Aplicando a Lei de Snell: sen θ1 = 1 ⋅ sen 45° → sen θ1 =
3 8

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 413


FÍSICA IV
Assunto 2

Destacando da figura a região dentro do líquido, podemos identificar Os arcos-íris também ocorrem por esse fenômeno. As gotículas de
melhor a altura: água dispersas no ar, em determinadas condições, podem provocar, para
um dado observador, a decomposição da luz branca.
θ1
h
6. Dioptro plano e dioptro esférico
45°
45° Quando um observador, situado num meio qualquer, olha para um
objeto, situado em outro meio de diferente índice de refração, ele pode
h – 10 10 cm percebê-lo numa posição diferente da verdadeira, devido à refração
luminosa. Veja os dois casos possíveis:
h
I. O observador se encontra num meio de menor índice de refração do
h − 10 sen θ1 que o do meio do objeto:
Da figura acima, temos que tg θ1 = =
h cos θ1 observador
2
3 2  18 46
Onde cos θ1 = 1 − sen2θ1 = 1 −  = 1− =
 8  64 8
 
3 2 n1
h − 10 3 10 23
Substituindo, temos = 8 = →h= cm posição aparente n2
h 46 23 23 − 3
do objeto
8
Sugestão: aproximação de radicais n1 > n 2
 2  2  1  24 posição real
23 = 25 − 2 = 25  1 −  = 5 1 − ≅ 5  1− ≅ ≅ 4, 8
 25  25  25  5 do objeto

No problema acima, o resultado aproximado seria então: h II. O observador se encontra num meio de maior índice de refração do
10 ⋅ 4, 8 48 que o do meio do objeto:
h= = ≅ 26, 7 cm
4, 8 − 3 1, 8
posição aparente
do objeto
5. Dispersão de luz policromática posição real
do objeto
A luz policromática é formada por uma infinidade de luzes n1
monocromáticas que a constituem. Embora todos esses componentes
n2
monocromáticas tenham a mesma velocidade (c) no vácuo, cada um deles
tem uma respectiva velocidade distinta ao atravessarem um meio material,
de modo que, se uma luz policromática vinda do vácuo atravessar um meio
n1 > n 2
material, esta será decomposta em suas monocromáticas constituintes.
Esse fenômeno é explicado considerando os diferentes comprimentos
de onda de cada raio monocromático, e tais detalhes serão vistos nos Vamos agora fazer o estudo analítico de um caso especial de dioptro
capítulos sobre ondas. plano, que é quando temos pequenos ângulos de incidência. Deduziremos uma
Sofrem maior desvio componentes monocromáticos de menor expressão para o caso (a) acima, mas a dedução para o caso (b) é análoga.
comprimento de onda. A decomposição da luz branca (luz solar), por Quando os ângulos de incidência são pequenos, as posições real
exemplo, tem como extremos visíveis as monocromáticas violeta e vermelha: e aparente do objeto estão aproximadamente sobre uma mesma reta
vertical. No desenho abaixo, não faremos pequenos ângulos de incidência
simplesmente para que se possa analisá-lo melhor, mas tomaremos como
branca
hipótese que, de fato, os ângulos são pequenos:

θ1
A B n1

d’ θ1
n2
p’ θ2
d
θ2
vermelha
p
violeta

414 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica II FÍSICA IV
Assunto 2

AB
tg θ2 =
AP
AB
tg θ1 =
P’ A
tg θ2 P’ A d’ sen θ2 n1 d’ ndestino
= =≅ = =
tg θ1 PA d sen θ1 n2 d norigem
Um dioptro esférico possui como interface de separação uma parte
posição aparente do fundo (imagem)
de circunferência. Vejamos a dedução de sua equação: p’
p = 60 cm fundo (objeto)

θ1 a c c
n n'
θ2 Pela fórmula de diptros planos temos: = → : v = v' → vp = v'p'
p p' p p'
O α v β C I
Onde:
p r
p’ v = velocidade do raio incidente = 2,25 · 105 km/s
n1 n2 P = posição do objeto (fundo do aquário) = 60 cm
v’= velocidade do raio refratado = 3,00 · 105 km/s
Pela Lei de Snell, temos:
P’ = posição da imagem
n1sen θ1 = n2sen θ2 (I) Assim teremos: 2, 25 ⋅ 105 ⋅ 60 = 3, 00 ⋅ 105 ⋅ p′ → p′ = 45 cm
∆COA: θ1 = α + β
∆ ICA: β = θ2 + γ 02 Um aquário tem a forma de uma esfera de diâmetro 60 cm, está
preenchido com água (n = 4/3) e tem um peixe no seu interior. Um gatinho
Admitindo θ1 e θ2 pequenos:
observa esse peixe aparentemente a 10 cm da parede do aquário.
n1θ1 = n2θ2 →
n n

Disponível em:<www.123people.com>.
β= 1 θ1 + γ → β= 1 ( α + β) + γ → n1α + n2 γ= ( n2 − n1)β
n2 n2
n1 n
β= θ + γ → β= 1 ( α + β) + γ → n1α + n2 γ= ( n2 − n1)β
n2 1 n2
Da figura obtemos:
av av av
α≅ = β γ≅
p r p’
Substituindo obtemos:

n1 n2 n2 − n1
+ =
p p’ r

Desprezando a espessura do vidro do aquário, determine a posição real


do peixe.
01 Coloca-se água em um aquário de modo a ocupar 60 cm de sua altura.
Quando visto verticalmente de cima para baixo, a água parece ocupar uma
Solução:
altura diferente h. Supondo que a velocidade de propagação da luz no ar
Trata-se de uma situação de dioptro esférico côncavo. O objeto é o peixe
seja de 3,00 · 105 km/s e na água, de 2,25 · 105 km/s, determine a altura
que está na água (n). A luz vai de dentro do aquário para fora (n’), onde
aparente h.
está o gato.
(A) 30 cm.
n n' n′ − n
(B) 65 cm. Aplicando a fórmula de dioptro esférico: + =
(C) 90 cm. p p' R
(D) 70 cm. Substituindo pelos dados:
(E) 45 cm. 4/3 1 1− 4 / 3 4 1 1 36
+ = → − = → p= = 12 cm
p − 10 − 30 3 p 10 90 3
Solução: Letra E.
A figura da situação do problema é a seguinte:

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 415


FÍSICA IV
Assunto 2

7. Lâmina de faces paralelas É importante ressaltar que o raio emergente para o ar será paralelo ao
incidente do ar comprovado pelas relações abaixo:
Uma lâmina de faces para- nar ⋅ sen θar = ndiamante ⋅ sen θdiamante = nvidro ⋅ sen θvidro = nar ⋅ sen θar
lelas é a situação que ocorre θ1
quando um paralelepípedo de
certo material é imerso num meio e
θ2
α D 8. Prismas
de diferente índice de refração. d
Quando há incidência de luz oblíqua Em óptica geométrica,
C
sobre ele, o raio de luz sofre costuma-se chamar simplesmente
deslocamento lateral após sofrer d por “prisma” um corpo de base
refrações. Vejamos, por exemplo, triangular. Ao analisarmos o objeto,
a situação de uma lâmina de vidro de espessura e imersa no ar: de frente para uma das faces
Aplicando a Lei de Snell nas duas refrações que ocorrem, é facilmente triangulares, quando um raio
provado que o desvio angular é nulo, ou seja, o raio emergente é paralelo luminoso o atravessa por uma das
ao raio incidente. O deslocamento lateral d (que é a distância entre as faces laterais, haverá desvio do raio
retas paralelas mencionadas) pode, também, ser∆facilmente e se os
e índices de refração do prisma
ABC : cos θcalculado:
2= → AC=
AC ecos θmeio
do 2
forem diferentes.
e e d d
∆ ABC : cos θ2= → AC= ∆ ADC : sen = α → sen ( θ1 − θ=2)
AC cos θ2 AC AC
d Â
d d sen ( θ1 −=θ2 ) cos θ2 n n
∆ ADC : sen = α → sen ( θ1 − θ=2) e
AC AC
e . sen ( θ1 − θ2 )
d d=
sen ( θ1 −=θ2 ) cos θ2 cos θ2
e î ^ ^
r r
e . sen ( θ1 − θ2 ) Â
d=
cos θ2

01 Um feixe de luz monocromática incide sobre lâminas paralelas de np


diamante e vidro, como representado na figura. Sendo os índices de
refração absolutos 2,42 para o diamante e 1,52 para o vidro, qual das
linhas da figura que melhor representa a trajetória do feixe luminoso? Da figura acima:
A= ˆr + ˆr ’
a.
ar diamante vidro ar ∆= (ˆi − ˆr ) + (ˆi ’ − ˆr ’)= (ˆi + ˆi ’) − A
b.
Ou seja, o desvio angular ∆ é igual à soma do ângulo de incidência
c.
com o de emergência, subtraído do ângulo de abertura.
d.
Obs.:
e. I. O ângulo de emergência, ou de incidência, se não forem dados, podem
ser obtidos geralmente pela aplicação da Lei de Snell.
II. Nem sempre ocorrerá emergência do raio luminoso, pois pode haver
reflexão total no prisma.
III. O menor desvio possível ocorre quando o ângulo de incidência é igual
ao ângulo de emergência.
IV. Prismas de reflexão total: são prismas capazes de provocar reflexão
total nos raios incidentes. Seguem os dois mais famosos:
Solução: Letra B.
Nesses problemas qualitativos, basta conhecer a relação de
proporcionalidade entre os ângulos e os índices que, nesse caso, são
inversamente proporcionais, isto é, quanto maior o índice, menor o ângulo. 45°
Cuidado para não confundir aqui! Estamos falando de ângulos de incidência
e refração! São os ângulos entre o raio e a normal.
Quando o ângulo for maior, isto significa que está se afastando da normal
(ou se aproximando do dioptro). n
Vamos lá!
Do ar para o diamante o índice aumenta, logo, o ângulo diminui (somente 45°
B e D obedecem nesse caso).
Do diamante para o vidro, o índice diminui, logo, o ângulo aumenta (B e
D ainda estão corretas).
Do vidro para o ar o índice diminui novamente, logo, o ângulo aumenta
(apenas B está correta).

416 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica II FÍSICA IV
Assunto 2

Pela Lei de Snell, se o meio for o ar,


01 Um raio de luz monocromática propaga-se no ar (meio 1) e atinge a
para n > 2 , haverá reflexão total com o superfície plana da água (meio 2) sob ângulo de incidência θ igual a 45°.
desvio de 90°.
Admitindo que o índice de refração da água vale 2 para a citada luz, determine:

Pela Lei de Snell, se o meio for o ar, a. o ângulo de refração.


para n > 2 , haverá reflexão total com o b. o desvio experimentado pelo raio, ao se refratar.
desvio de 180°. c. uma figura em que compareçam o raio incidente, o raio refletido e o
raio refratado.

02 Analise as afirmações a seguir:

I. Quando um raio incidente oblíquo passa do meio menos refringente


para o mais refringente, ele aproxima-se da normal.
01 A figura abaixo representa um raio de luz que atravessa um prisma. O II. Quando um raio incidente oblíquo passa do meio mais refringente para
desvio sofrido por esse raio, em graus, vale: o menos refringente, ele afasta-se da normal.
III. Quando um raio de luz incide na fronteira entre dois meios transparentes
opticamente diferentes, ocorre reflexão.
IV. A velocidade de propagação da luz necessariamente altera-se na
refração.

60° Responda de acordo com o código:


50° 30°
(A) Se apenas I e lI forem corretas.
(B) Se apenas I, lI e III forem corretas.
(C) Se apenas I, lI e IV forem corretas.
(D) Se todas forem corretas.
(E) Se todas forem incorretas.
(A) 20. (D) 60.
(B) 30. (E) 90. 03 No esquema, temos uma fonte luminosa F no ar, defronte a um bloco
(C) 50. de vidro, após o qual se localiza um detetor D. Observe as distâncias e
dimensões indicadas no desenho:
Solução: Letra A.
Precisamos prolongar até que se encontrem as normais, os raios incidente 1m
e emergente:
vidro
F D
60° 3m 3m


δ1 δ2 São dados: índice de refração do ar = 1,0; índice de refração do vidro em
50° r1 r2 30° relação ao ar = 1,5; velocidade da luz no ar = 300.000 km/s.
a. Qual o intervalo de tempo para a luz propagar-se de F a D?
60°
b. Represente graficamente a velocidade da luz, em função da distância,
a contar da fonte F.

Pelo teorema das retas perpendiculares entre si, o ângulo do prolon- 04 Um raio de luz monocromática incide
gamento das normais é igual ao ângulo de abertura do prisma (60°). no centro da face circular de uma peça 60°
hemisférica de cristal transparente. A figura
Assim: r1+ r2 = 60° (teorema do ângulo externo) mostra a seção da peça determinada pelo Ar
plano de incidência do raio. Cristal
Ângulos opostos pelos vértices: 50 = δ1 + r1 e 30 = δ2 + r2
r1 = 50 – δ1
Sendo 3 o índice de refração do cristal para
r2 = 30 – δ2
a referida radiação, determine a trajetória do
r1+ r2 = 60° = (50 – δ1) + (30 – δ2) ⇒ δ1 + δ2 = 20
raio refratado até emergir para o ar, indicando
os ângulos envolvidos.
Pelo teorema do ângulo externo, temos: ∆ = δ1 + δ2 = 20°

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 417


FÍSICA IV
Assunto 2

a. a velocidade da luz no meio material (v2).


05 Um raio de luz monocromática atravessa a fronteira plana entre dois b. o índice de refração absoluto do meio material.
meios A e B, de A para B, com ângulo de incidência igual a 30° e ângulo c. o comprimento de onda dessa luz no vácuo (γ1) e no meio material
de refração igual a 60°. Determine: (γ2).

a. o comportamento de um raio de luz de mesma frequência, que se 10 Uma mesma luz monocromática passa do sen i
dirige de A para B com ângulo de incidência de 60°. vácuo para o interior de uma substância, com 1,0
b. o comportamento de um raio de luz de mesma frequência, que forma diversos ângulos de incidência. Os senos do
no meio B um ângulo de 30° com a normal e dirige-se de B para A. ângulo de incidência (i) e do ângulo de refração 0,50
(r) são dados através do gráfico seguinte:
06 No fundo de um tanque de profundidade p igual a 2,0 m, existe uma
0 0,50 sen r
fonte de luz F considerada pontual. O recipiente é, então, preenchido com Calcule o índice de refração absoluto dessa
um líquido de índice absoluto de refração 2 , em cuja superfície é posto substância.
a flutuar um disco opaco, circular e de centro pertencente à vertical que
passa por F. Calcule o mínimo diâmetro que o disco deve ter para que 11 Na figura seguinte, representa-se um pincel cilíndrico de luz mono-
observadores situados no ar não consigam ver a fonte F. As paredes do cromática que, propagando-se num meio 1, incide na fronteira separadora
tanque são opacas. deste com um meio 2. Uma parcela da luz incidente é refletida, retornando
ao meio 1, enquanto a outra é refratada, passando para o meio 2.
07 Um pincel cilíndrico de luz monocromática propaga-se num bloco
sólido transparente e incide na fronteira plana entre o bloco e o ar, sob 60°
ângulo de incidência igual a 30°:
meio 1
meio 2
30°

Sabendo que os pincéis refletido e refratado são perpendiculares entre


Ar si, obtenha:
Sabendo que o índice de refração do bloco para a radiação considerada a. os ângulos de reflexão e de refração.
vale 3 , determine: b. o índice de refração do meio 2 em relação meio 1.

a. o ângulo de refração. 12 Para a determinação do índice de refração (n1) de uma lâmina de vidro
b. o desvio experimentado pela luz, ao se refratar. (L), foi usado o dispositivo da figura, em que C representa a metade de um
c. a representação esquemática dos raios incidente, refletido e refratado. cilindro de vidro opticamente polido, de índice de refração n2 = 1,80. Um
feixe fino de luz monocromática é feito incidir no ponto P, sob um ângulo
08 Um raio de luz monocromática proveniente do ar incide em uma esfera α, no plano do papel.
de vidro, como mostra a figura:
A P
C
P α
B

D Observa-se que, para α ≥ 45°, o feixe é inteiramente refletido na lâmina.


C
Qual é o valor de n1?
E
13 Determinada luz monocromática apresenta velocidade de 2,3 · 108 m/s
Dos trajetos indicados (A, B, C, D e E), qual é possível? na água e de 2 · 108 m/s num certo tipo de vidro. O que ocorre quando um
raio dessa luz, propagando-se no vidro, incide na fronteira do vidro com a
09 Um raio de luz de frequência igual a 6,0 · 1014 Hz passa do vácuo para água sob ângulo de incidência de 70°?
um meio material transparente, como ilustra a figura:
14 O índice de refração de um certo meio é 2 1/2 para a luz vermelha e
3 1/2 para a luz violeta. Dois raios luminosos monocromáticos, um
vácuo (meio 1) vermelho e outro violeta, após se propagarem no meio considerado,
passam para o ar (nar = 1). O ângulo de incidência de ambos os raios é
meio material (meio 2) de 30°. Os raios refratados formam, entre si, um ângulo que vale:

(A) 30°. (D) 15°.


(B) 25°. (E) 10°.
Sabendo-se que sen θ1 = 0,8, sen θ2 = 0,6 e que a velocidade da luz no (C) 20°.
vácuo é v1 = 300.000 km/s, determine:

418 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica II FÍSICA IV
Assunto 2

05 Na figura seguinte, tem-se um reservatório cujo fundo é constituído


por um espelho esférico côncavo. O reservatório contém água, de índice
de refração 4/3, até a altura de 1,0 m em relação ao vértice V do espelho.
01 Um ladrão escondeu o produto de seu roubo numa caixa pendurada Raios luminosos paralelos entre si, provenientes do sol a pino, incidem
por uma corda de 2,4 m de comprimento e amarrada no centro da base normalmente na superfície líquida, refratando-se para o interior da água.
circular de uma boia. A referente estava em água de índice de refração
5/4. De qualquer ponto da superfície era impossível ver a caixa. Quanto O
vale, no mínimo, o raio da base da boia?

02 Alguns alunos contaram a um professor de Física que os mostradores


de seus relógios pareciam belos espelhos quando visados de certas
posições, durante um mergulho. Aberta a discussão para a análise do
ocorrido, um aluno lembrou que sob o vidro do mostrador existe ar e que 1,0 m
o fenômeno era devido à reflexão total na interface vidro-ar.

luz
V
i água
Sabendo-se que, para um observador cujo globo ocular situa-se no
ponto O, a imagem do sol conjugada pelo sistema parece estar a uma
vidro
profundidade de 30 cm, calcule a distância focal do espelho.
relógio ar
06 Um raio luminoso proveniente do ar atinge uma lâmina de vidro de
faces paralelas com 8,0 cm de espessura e 1,5 de índice de refração. Este
Determine para que valores do ângulo de incidência i ocorre o fenômeno raio sofre refração e reflexão ao atingir a primeira superfície, refração e
descrito. reflexão ao atingir a segunda superfície (interna).

Dados: índice de refração do ar = 1,0, índice de refração da água = 1,3; a. Trace as trajetórias dos raios incidente, refratado e refletido.
índice de refração do vidro = 1,4; sen 45° = 0,71; sen 46°= 0,72; b. Determine o tempo para o raio refratado atravessar a lâmina, sendo o
sen 47° = 0,73; sen 48° = 0,74; sen 49° = 0,75; sen 50° = 0,77. seno do ângulo de incidência 0,9.

03 O gráfico abaixo mostra como varia o índice de refração de um cristal 07 Um prisma de aber tura
em função do comprimento de onda da radiação, medido no vácuo: A = 70° e índice de refração igual 70°
a 2 , imerso no ar, recebe um θ1 = 45°
estreito pincel cilíndrico de luz
Índice de re

monocromática sob ângulo de (2) (2)


(1) (1)
fração

incidência θ1 igual a 45°, como


mostra a figura.
Dados: sen 40° = 0,64; sen 64° = 0,90.
1,470
Determine:

a. o desvio do pincel na primeira refração.


b. o desvio do pincel na segunda refração.
1,460 c. o desvio total.

08 Um raio de luz proveniente do ponto A propaga-se pelo ar até o ponto


comprimento B da superfície de uma esfera de fluorita (nf = 1,41):
1,450 °)
3000 5000 7000 de onda (A
B θ1 = 45°
a. Qual o índice de refração do cristal para uma radiação de 4.000 Å?
A
b. Qual radiação visível terá, no meio citado, a menor velocidade? ar
Justifique. na = 1,00 O
c. O que acontece com a luz branca quando atravessa obliquamente a
fronteira entre o ar e o cristal? fluorita
nf = 1,41
04 Uma pedrinha encontra-se no fundo de uma piscina, a uma profundidade
igual a 2,0 m. Considerando igual a 4/3 o índice de refração da água, qual a a. Determine o ângulo de refração do ar para a fluorita.
profundidade aparente dessa pedra para uma pessoa que se encontra fora b. Se o raio atravessa a esfera, sofre uma segunda refração e continua
da água, olhando para ela, nas vizinhanças da vertical que passa pela pedra? propagando-se pelo ar. Qual o valor do ângulo de desvio do raio? (Isto
é, qual o ângulo entre a nova direção do raio e aquela que ele teria, se
a esfera não existisse?)

AFA-EN-EFOMM – Vol. 1 419


FÍSICA IV
Assunto 2

09 Na figura a seguir, temos um recipiente cúbico de paredes opacas, 14 Tem-se um bloco de vidro transparente em forma de paralelepípedo
vazio, de 40 cm de aresta: reto imerso no ar. Sua secção transversal ABCD está representada na
figura. Um raio de luz monocromática pertencente ao plano definido por
o ABCD molde em I1, refratando-se para o interior do bloco e incidência
em I2:

I2
B C
(1)
P
I1
45°
10 cm

A D
Na posição em que se encontra, o observador O não vê o fundo do
recipiente, mas vê completamente a parede (1). Calcule a altura mínima
da água que se deve despejar no recipiente, para que o observador passe Sabendo que o índice de refração do vidro em relação ao ar vale 2 :
a ver a partícula P. Adote o índice de refração da água em relação ao ar
igual a 4/3. a. calcule o ângulo limite para o dioptro vidro-ar.
b. verifique o que ocorre com a luz, logo após a incidência em I2.
10 Um mergulhador imerso nas águas de um lago observa um avião
no instante em que ambos estão aproximadamente na mesma vertical. 15 O índice de refração n de uma lâmina de faces paralelas depende do
O avião está 600 m acima da superfície da água, cujo índice de refração comprimento de onda da luz que a atravessa segundo a relação:
admite-se igual a 4/3. A que altura da superfície da água o avião aparenta
estar, em relação ao mergulhador? B
n= A +
λ2
11 Sobre uma lâmina de vidro de 4,0 cm de espessura e índice de refração
3 , mergulhada no ar, incide um raio de luz monocromática, como ilustra Em que A e B são constantes positivas. Um feixe, contendo uma mistura
a figura: de luz vermelha (γ = 6.500 · 10–10 m) e luz azul (γ = 4.500 · 10–10 m),
incide sobre esta lâmina, conforme a figura:

60°
Ar (Meio 1) ar
Vidro
(Meio 2)
lâmina

ar
θi

Calcular o deslocamento lateral do raio emergente, em relação ao raio


incidente. Desenhe a mesma figura e trace as trajetórias de cada cor ao atravessar e
sair da lâmina. Indique na imagem os possíveis ângulos iguais.
12 Coloca-se água em um aquário de modo a ocupar 60 cm de sua altura.
Quando visto verticalmente de cima para baixo, a água parece ocupar uma 16 Um prisma de vidro tem ângulo de 60° e o seu índice de refração, em
altura diferente, h. Supondo que a velocidade de propagação da luz no ar relação ao ar, para a luz amarela é 2 . Um raio luminoso amarelo, no ar,
seja de 300.000 km/s e na água de 225.000 km/s, determine, em cm, a incide em uma das faces do prisma segundo um ângulo de 45°. Qual o
altura aparente h. ângulo de incidência na segunda face e qual o ângulo de desvio desse raio?

13 No esquema ao lado, um observador visa o 17 A figura ilustra um raio de luz, proveniente do ar, penetrando
um bastão cilíndrico de 20 cm de comprimento perpendicularmente na face AB de um diamante lapidado, com índice de
totalmente imerso na água (índice de refração refração 2,4. Velocidade da luz no ar: 3 · 108 m/s.
igual a 4/3). O eixo longitudinal do bastão é
perpendicular à superfície da água e o olho O do
A B
observador encontra-se nas vizinhanças desse
eixo.
Admitindo que o meio externo ao recipiente seja o ar (índice de refração 135°
igual a 1), calcule o comprimento aparente que o observador detecta para
o comprimento do bastão.

420 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1


Óptica geométrica II FÍSICA IV
Assunto 2

a. Qual a velocidade da luz no interior do diamante? 21 A figura abaixo representa uma certa fibra óptica que consiste de
b. Represente a trajetória do raio até sair do diamante. um núcleo cilíndrico de índice de refração n > 1, circundado por ar cujo
índice vale, 1,0. Se o ângulo α, representado na figura, for suficientemente
18 Um raio luminoso incide sobre um cubo de vidro, como indica a figura. grande, toda a luz será refletida em zigue-zague nas paredes do núcleo,
Qual deve ser o valor do índice de refração do vidro, para que ocorra reflexão sendo assim guiada e transmitida por longas distâncias. No final da fibra,
total na face vertical? a luz sai para o ar formando um cone de ângulo ϕ, conforme a figura:

nx = 1,0
45° θ
β
ar
n
α

nx = 1,0

a. Qual o valor mínimo de sen α em termos de n para que a luz seja guiada?
b. Qual o valor de sen ϕ em termos de n?

22 A figura representa a secção transversal de um muro vertical AB


iluminado pelos raios solares paralelos ao plano da secção. AC representa
a largura da sombra projetada pelo muro sobre o plano horizontal X:
19 Um pincel de luz branca incide perpendicularmente a uma das faces
de um prisma, cuja secção principal está representada na figura:
B

e
anteparo
h

45°

A C‘ C X
O prisma está imerso no ar e seus índices de refração para as cores
componentes do pincel de luz branca são dados a seguir:
Coloca-se, então, horizontalmente, uma lâmina de faces paralelas em
contato com o muro por uma das extremidades e em nível qualquer entre
Violeta 1,48 A e B. Constata-se que a largura da sombra passou de AC a AC’. Calcule
o índice de refração da lâmina.
Anil 1,46
Dados: AC = 3,0 m; CC’ = 5 mm; AB = h = 4,0 m; e = 2,0 cm.
Azul 1,44
23 Um espelho encontra-se a uma altura ho = 10 cm de um líquido
Verde 1,42 transparente cujo índice de refração é n2 = 5/3. Debaixo do citado líquido
existe água. Verifique a qual distância está o fundo do recipiente com sua
Amarelo 1,40 respectiva imagem no espelho. (n1 = 4/3).

Alaranjado 1,39 espelho

Vermelho 1,38 10 cm

Determine quais dessas cores emergem do prisma atingindo o anteparo.


n2 15 cm
20 Um raio de luz incide perpendicularmente à face de um prisma cujo
índice de refração é np = 3 . O meio externo ao prisma possui índice de
refração next = 1.
n1 20 cm
Calcule o ângulo formado entre o raio incidente e o meio emergente.

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FÍSICA IV
Assunto 2

24 Uma fonte pontual de luz monocromática está imersa numa piscina (A) h · tg [arc sen (nar / nágua)].
de profundidade h. Para que a luz emitida por essa fonte não atravesse a (B) h · tg arcsen (nar / nÁgua ).
superfície da água para o ar, coloca-se na superfície um anteparo opaco (C) h · sen(nar / nágua).
circular cujo centro encontra-se na mesma vertical da fonte. O raio mínimo (D) h · arc tg [sen(nar / nágua)].
desse anteparo é:

Dados: nAR – índice de refração do ar nÁGUA – índice de refração da água.

422 AFA-EN-EFOMM – Vol. 1

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