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Mitologia

Mitologia

Actéon A
Aristeu, o filho de Apolo e da ninfa Cirene, tivera de Autónoe
[…] um filho chamado Actéon, que foi criado pelo centauro
Quíron. Este ensinou-lhe a arte da caça. Um dia, Actéon foi
devorado pelos próprios cães […]. A maioria dos autores atribui
esta punição à cólera da deusa Ártemis, irritada por ter sido sur-
preendida por Actéon a banhar-se, nua, numa nascente. A
deusa transformou-o em veado e, enfurecendo os cinquenta
cães que compunham a sua matilha, açulou-os contra ele. Os
cães devoraram-no sem o reconhecerem, tendo depois procu-
rado o dono ganindo por toda a floresta.1 Fonte de Diana e Actéon (Palácio Real de Caserta)

Alcíone
Alcíone é a filha do rei dos ventos, Éolo […]. Ceíce, casado com Alcíone,
decidira ir consultar um oráculo. Durante a viagem, foi surpreendido por
uma tempestade, o navio destruiu-se e ele próprio morreu afogado. O seu
corpo foi trazido pelas ondas para a costa, onde a sua mulher o encontrou.
Com o desespero, ela transformou-se num pássaro de pio lamentoso, e os
deuses concederam uma metamorfose análoga ao seu marido.1

Designação dada a aves da família Alcedinídeos. O guarda-rios (Alcedo


atthis), também conhecido por guarda-rios comum e por pica-peixe, é uma
ave pequena e ativa que habita ao longo dos rios e ribeiros lentos, com ban-
cos e socalcos arenosos. Possui cabeça grande, cauda curta e bico comprido, asas largas e pernas curtas.
A zona superior do corpo é de cor azul e verde brilhantes. […] Alimenta-se do peixe e crustáceos peque-
nos que apanha mergulhando na água. […] O adulto tem um comprimento de cerca de 16 centímetros.2

Apolo
Apolo, filho de Júpiter e de Letona, era irmão gémeo de
Diana. É representado como um deus muito belo. Para além de
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ser o deus da música, da poesia, da beleza e da luz, era o deus da


adivinhação. Os seus oráculos eram expressos em verso através
de uma sacerdotisa. Apolo inspirava os adivinhos, mas também
os poetas. Tinha como atributos a lira e o loureiro.

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Caderno Os Lusíadas

Atlante
Atlante, ou Atlas, filho de Jápeto, neto do Céu e da Terra; governava o reino

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na terra onde se põe o Sol, com um grande jardim onde havia árvores de
pomos de ouro, guardado por um dragão. Perseu, depois de ter atravessado o
deserto da Líbia, pediu-lhe hospitalidade que lhe foi recusada. Para o castigar
mostrou-lhe a cabeça de Medusa que pouco antes tinha cortado. Atlante, hor-
rorizado, transformou-se em montanha. É Atlante que sustenta o céu e que
deu o nome ao Oceano Atlântico (“mar de Atlante”). Foi pai de Maia que teve
de Júpiter um filho chamado Mercúrio. Camões substitui Atlas por Atlante.18

B Baco
Baco era filho de Júpiter e de Sémele, uma mortal. Tinha como atributos
a parra, as uvas e o tirso (vara longa contornada por parra). Era o deus do
vinho, da vinha, da alegria e da folia.
Baco nasceu da barriga da perna de Júpiter, pois a sua mãe pediu a
Júpiter para o ver em todo o seu esplendor. Este deus acedeu, mas ela, inca-
paz de suportar a visão, caiu fulminada. Júpiter pegou no bebé e colocou-o na
barriga da sua perna até nascer, por isso Baco é conhecido como o deus duas
vezes nascido. O pai levou-o para um país longínquo, Nisa (que alguns situam
na Ásia), de modo a salvá-lo da ira de Juno e pediu às ninfas dessa região para criarem o filho. Por isso,
Baco deambulou pelo mundo e, em especial, pela Índia, que conquistou. Era festejado com procissões
turbulentas onde entrava o delírio báquico (embriaguez) e nas quais participavam figuras com másca-
ras que evocavam os génios da terra e da fecundidade. Estes cortejos deram origem às representações
teatrais.

C Cisnes
O cisne é um símbolo de grande complexidade e muito antigo; algumas
características do cisne são a causa desta importância: está entre as maiores
aves do hemisfério norte, tem uma imaculada plumagem branca, produz
um característico ruído com as asas e possui gritos vocais muito altos. […]
A expressão “canto do cisne” surge numa crença antiga de que o cisne
branco é completamente mudo durante toda a sua vida, mas que pode
cantar uma bela e triste canção como premonição da sua própria morte
(esta crença é falsa, pois os cisnes não são mudos toda a sua vida e, ob-
viamente, não adivinham a sua morte) […]. Quase a totalidade dos senti-
dos simbólicos ligados ao cisne expressam uma ligação a Vénus, lem-
brando uma mulher nua de uma brancura imaculada; quer Vénus quer
Apolo têm carros puxados por parelhas de cisnes.3

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Mitologia

Cila e Caríbdis
No rochedo que, perto de Messina, se estende ao longo do estreito que
separa a Itália da Sicília, vivia outrora um monstro de nome Caríbdis. […]
Durante a sua vida como ser humano, tinha-se revelado de uma voracidade
extrema. […] Zeus castigou-a, fulminando-a com um raio e precipitando-a no
mar, onde se transformou em monstro.
Caríbdis absorvia três vezes por dia uma grande quantidade de água do
mar, arrastando para as suas fauces tudo o que flutuava. Deste modo, engolia
os navios que se encontravam nestas paragens. Depois, expelia a água que
tinha absorvido.1
Cila era um monstro marinho, emboscado no estreito de Messina (na costa itálica): tratava-se de
uma mulher cujo corpo, na parte inferior, estava rodeado de cães, seis animais ferozes que devoravam
tudo o que lhes passava ao alcance. Quando o navio de Ulisses passou junto à gruta onde este monstro
se encontrava emboscado, os cães saltaram e devoraram seis companheiros do herói.1

Cupido
É o deus romano que representa a personificação do Amor. O
deus Eros dos gregos, não era, segundo alguns autores, um dos deu-
ses mais antigos do panteão grego, sendo muitas vezes considerado o
mais jovem. Segundo Hesíodo, não era mais do que uma personifica-
ção abstrata do princípio de união dos elementos e dos seres.
Era então considerado como um deus nascido ao mesmo tempo
que a Terra, gerado do Caos inicial. Algumas lendas dão-no como
filho de Vénus […]. Também se atribui a sua paternidade a Marte, o
deus da guerra. […] Era, segundo Platão, uma criança travessa, irre-
quieta e sempre insatisfeita. […] Até à época romana, Cupido foi-se
convertendo gradualmente no deus da paixão amorosa, na divindade
que assegurava a continuidade do mundo, assumindo a fisionomia
tradicional. Cupido era representado com os traços de um miúdo ou
de um adolescente alado (embora também surja sem as asinhas),
brincalhão, amigo de pregar partidas, atirando as suas flechas im-
pregnadas de amor que desencadeavam paixões a quem trespassas-
sem, fossem mortais ou deuses. Por vezes, usava uma tocha em vez das flechas, inflamando
quem o fogo tocasse. Os poetas alexandrinos punham Cupido a brincar […] ou em cenas
infantis, como as célebres reprimendas de sua mãe, que punha Cupido de castigo pelas
suas traquinices, ou picado pelos espinhos de rosas que tentara colher sem cuidado. […]
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São inúmeras as suas atuações como perturbador de corações ou as suas partidas na


mitologia. […] A figura infantil, delicada e frágil como a de qualquer criança, escondia porém
um dos mais poderosos e fantasiosos deuses, respeitado e até temido – mesmo por sua
mãe – pelos seus poderes.2

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Caderno Os Lusíadas

D Deucalião e Pirra
Deucalião, filho de Prometeu, casou com Pirra, filha de

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Pandora (a primeira mulher). Quando Júpiter, por considerar
que os homens da Idade do Bronze eram uma raça viciosa, os
quis aniquilar, resolveu enviar ao mundo um enorme dilúvio
que os afogasse a todos.
Decidiu poupar apenas dois justos, Deucalião e a mulher.
A conselho de Prometeu, Deucalião e Pirra construíram uma
“arca”, um grande baú no qual se meteram. Durante nove dias e Peter Paul Rubens, Deucalião e Pirra (1636)
nove noites, flutuaram nas águas do dilúvio e acabaram por
abordar as montanhas da Tessália. Aí desembarcaram e, quando as águas do dilúvio se
retiraram, Júpiter enviou-lhes Mercúrio que lhes concedeu a realização de um desejo que
manifestassem. Deucalião desejou ter companheiros. Então, Júpiter ordenou a ambos, a
Pirra e a Deucalião, que atirassem por cima dos ombros os ossos de suas mães. Pirra ficou
aterrorizada com tal sacrilégio, mas Deucalião percebeu que se tratava de pedras, os ossos
da terra, que é a Mãe universal. Atirou, então, pedras por cima do ombro e, das que ele
lançava, nasceram homens; das que Pirra atirava, nasceram mulheres.1
Deucalião e Pirra também tiveram um filho natural, Heleno, pai de todos os gregos, os
helenos.

Deuses do Olimpo
Os gregos eram politeístas, ou seja, acredita-
vam em muitas divindades. Todos os fenómenos
da Natureza eram encarnados por um deus ou
divindade, como as estações do ano, o correr de
um rio, o nascer do dia, os ventos...
Os deuses olímpicos, assim chamados por
habitarem no Monte Olimpo, reuniam-se em
consílios. Eram imortais, pois alimentavam-se de
néctar e ambrósia. Os Olímpicos eram um grupo
de doze deuses que reinaram depois de vencerem
os Titãs. Havia várias gerações de deuses, por isso
Rafael, O Consílio dos Deuses, Villa Farnesina, Roma (1517-1518)
pertenciam todos à mesma família.
Os mortais prestavam culto a estes deuses através da construção de templos, de sacri-
fícios de animais e libações com vinho. Lá do alto do Olimpo, os deuses assistiam às trope-
lias que os humanos faziam na terra. Estes acreditavam que, por vezes, os deuses não resis-
tiam a visitá-los. Uma vez que a sua forma física era grande e luminosa, sendo difícil ao
homem contemplá-los, assumiam formas antropomórficas ou zoomórficas.
Apesar de fisicamente perfeitos, tinham diversos defeitos morais. O único deus que
não era fisicamente perfeito era Vulcano, porque era feio e coxo.

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Mitologia

Júpiter J
Júpiter era filho de Saturno. Tinha como atributos o raio e a águia. Era o
grande deus do panteão romano e, enquanto os restantes deuses governa-
vam as diferentes partes ou forças do universo, Júpiter dominava o céu. Era o
deus do raio, do trovão e das condições atmosféricas, sendo, por isso também
conhecido por Tonante. Era também ele que mantinha a ordem e a justiça no
mundo. Apesar de casado com Juno, Júpiter teve ligações com várias deusas
e mortais, das quais nasceram numerosos filhos, como, por exemplo, Helena
de Troia, Minerva, Mercúrio, Baco, a Paz, a Disciplina, a Justiça, entre outros.

Luso L
Na mitologia, Luso foi o pastor filho ou descendente de
Baco, que povoou a parte mais ocidental da Ibéria. Camões
refere-se-lhe em vários passos de Os Lusíadas.
Os Lusões eram uma antiga tribo celtibérica, considerados
descendentes diretos dos povos de cultura neo-eneolítica das
grutas e dos abrigos do centro da Península, depois celtizados.4

Marte M
O deus da guerra era filho de Júpiter e de Juno. Tal como Apolo e Mercú-
rio, por exemplo, pertence à segunda geração dos Olímpicos e figurava entre
os doze grandes deuses guerreiros do Olimpo.
Na Ilíada, aparece como um guerreiro violento e fanfarrão. Representa o
espírito do combate que se compraz com a carnificina e o sangue. Possuidor
de uma estatura acima da média, é representado normalmente com couraça
e capacete, armado com o escudo, a lança e a espada.
Combatia quase sempre a pé, mas também aparecia montando um carro
puxado por quatro corcéis.
Era acompanhado de Deimo e Fobo (o Medo e o Terror, seus filhos) e
rodeado muitas vezes de Éris (a Discórdia) e Énio (a deusa da guerra). Marte
habitava na Trácia, região semisselvagem, de clima rude, rica em cavalos e
invadida por povos guerreiros. Segundo a tradição, aí habitavam igualmente
as Amazonas, suas filhas. […]
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A lenda atribui também a Marte muitas aventuras amorosas, nomeada-


mente com a deusa Vénus, mulher de Vulcano, de quem teve três filhos,
Harmonia (que mais tarde será esposa de Cadmo, rei de Tebas) e os gémeos
Fobo e Deimo.

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Caderno Os Lusíadas

Marte teve ainda filhos de mulheres mortais. Quase todos se tornaram homens violen-

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tos, pouco hospitaleiros, atacando os viajantes e matando-os ou entregando-se a outros
atos de violência e crueldade […].
Como divindade guerreira, o seu animal sagrado era o cavalo; mas consagravam-lhe
ainda, segundo as diferentes versões, o cão e o abutre ou o lobo e o peto (espécie de pica-pau),
ave profética, cujo grito anunciava chuva para os agricultores. A terça-feira era o seu dia.4

M
Medusa
Medusa era uma das três irmãs Górgonas, de horrível vista. Tinha
serpentes por cabelos e quem a olhasse ficaria petrificado. A sua cabeça foi
cortada por Perseu que com ela atravessou os desertos de África. Dos pingos
de sangue nasciam serpentes. Chegado ao extremo ocidente, Perseu pediu
hospitalidade ao gigante Atlante e, como este a recusasse, mostrou-lhe a ca-
beça de Medusa. O gigante converteu-se em montanha. Mais tarde, num
combate com uma multidão de guerreiros, petrificou-os um a um, obrigando-
-os a olhar para a cabeça de Medusa. A mesma cabeça estava esculpida no
escudo de Minerva.18

Mercúrio
Mercúrio era filho de Júpiter e de Maia […]. Fora o deus da eloquência, do
comércio e dos ladrões; além disso, era o mensageiro dos deuses, em especial
de Júpiter, que lhe pôs asas na cabeça e nos calcanhares, para poder executar
as suas ordens com maior rapidez; e era grande conhecedor de música. Foi ele
quem roubou os rebanhos, as armas e a lira de Apolo. […] Representa-se geral-
mente com um caduceu na mão e asas na cabeça e nos calcanhares, em
atitude de grande agilidade.2

Musas
As Musas são filhas de Mnemósine e de
Júpiter […]. De facto, as musas […] presidem tam-
bém ao Pensamento em todas as suas formas […]
Na época clássica, impôs-se o número nove […]. Foi
a pouco e pouco que cada uma recebeu uma fun-
ção determinada, aliás variável consoante os autores. Geralmente, porém, atribui-se a Calíope a poesia;
a Clio, a História; Polímnia, a pantomima; a Euterpe, a flauta; a Terpsícore, a poesia ligeira e a dança;
a Érato, a lírica coral; a Melpómene, a tragédia; a Talia, a comédia; a Urânia, a astronomia.1
O templo das Musas era o museion, vocábulo grego que deu origem à palavra “museu”.

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Mitologia

Parnaso P
Monte da Grécia, na Fócida, consagrado a Apolo e às Musas,
de onde jorrava a fonte Hipocrene, que transmitia a capacidade
de poetar, uma vez que quem bebia da sua água ficava em
comunhão com as Musas. Teria brotado depois de Pégaso lhe
ter batido com a pata, fendendo a pedra.
Era uma das residências de Apolo e das Musas.

Rafael Sanzio, Parnaso – A Poesia e Apolo,


(1509/10)

Proteu
Proteu é apresentado na Odisseia como um deus do mar a quem foi con-
fiada a tarefa de apascentar as focas e os outros animais marinhos perten-
centes a Neptuno. […] Possuía o dom da metamorfose, podendo converter-se
em tudo o que desejasse: não apenas no animal, mas até num elemento como
a água ou o fogo.1 É usualmente representado como um ancião.

Rómulo e Remo R
Fundador lendário de Roma e primeiro rei da
cidade. Segundo a lenda, Rómulo e o seu irmão
gémeo Remo eram filhos da vestal Reia Sílvia e do
deus Marte. Quando nasceram foram lançados ao
Tibre por ordem de Amúlio, rei de Alba. As duas
crianças foram amamentadas por uma loba e de-
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pois recolhidas por pastores. Quando adultos, des-


tronaram Amúlio e decidiram fundar uma cidade
na colina do Monte Palatino. Um conflito entre os
dois irmãos levou a que Rómulo matasse Remo.2

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Caderno Os Lusíadas

T Tiestes e Atreu
Tiestes é o irmão gémeo de Atreu e, como ele,

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filho de Pélops e de Hipodamia. A sua lenda é
totalmente preenchida pelo seu ódio contra Atreu
e pelas vinganças que os dois irmãos tramaram,
alternadamente, um contra o outro. Tema trágico
por excelência, esta lenda foi utilizada pelos poe-
tas e arbitrariamente complicada com episódios
cada vez mais cruéis.
Por instigação de Hipodamia, Tiestes e Atreu,
na sua juventude, matam o seu meio-irmão,
Crisipo. Depois deste assassínio, fugiram […] e conquistaram o poder em Micenas. Mas
Tiestes tornou-se amante da sua cunhada, Aérope. Para se vingar, Atreu concebeu, então, o
projeto horrível de dar a comer ao irmão os próprios filhos. Para isso, matou os filhos que
Tiestes tinha tido de uma concubina […] e preparou com eles uma refeição, que deu a comer
ao irmão. Em seguida, mostrou-lhe os braços e as cabeças. O Sol, horrorizado, retrocedeu
no seu movimento. Tiestes fugiu […]. Tinha tomado conhecimento por um oráculo que só
poderia vingar-se do irmão através de um filho nascido de incesto com a filha. Este filho,
Egisto, conseguiu matar Atreu e devolver a Tiestes o trono que lhe fora usurpado.1

Titãs
É o nome genérico de seis filhos varões de
Úrano e Geia. Pertencem à geração divina primi-
tiva e o mais jovem é Saturno de quem sairá a
geração dos olímpicos. Têm seis irmãs, as Titâni-
des, com as quais se uniram para engendrar toda
uma série de divindades secundárias. Após a mu-
tilação de Urano por Saturno, os titãs, que tinham
sido expulsos do Céu pelo pai, apoderaram-se
do poder. Oceano, todavia, negou-se a auxiliar
Saturno e manteve-se sempre afastado. Ajudará,
porém, Júpiter quando este, por sua vez, decidiu
destronar Saturno. Esta luta, que dá o poder aos
Olímpicos, é conhecida por Titanomaquia.2

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Mitologia

Vénus V
Segundo a mitologia romana, é a deusa da formosura e do
amor. Na mitologia grega corresponde a Afrodite. Vénus era
filha do Céu e da Terra. Também se diz que era filha do Mar e
que Saturno preparou o seu nascimento, formando-a da
espuma das águas. […] Conta-se que Vénus, logo após o seu nas-
cimento, foi arrebatada para o céu, em grande pompa, pelas
deusas Horas, que presidiam às estações, e todos os deuses a
acharam tão formosa, que a designaram deusa do amor e cada
um deles queria desposá-la. Foi Vulcano que a recebeu por mu-
lher, por ter forjado os raios com que Júpiter combateu os
Gigantes, que queriam apoderar-se do céu. Mas Vénus, não
podendo suportar o marido pela sua grande fealdade, entregou-
-se à vida dissoluta e teve muitos amantes, entre os quais Marte,
filho de Juno e deus da guerra, de quem teve Cupido. […] Vénus
também desposou Anquises, príncipe troiano, de quem teve
Eneias, que, já homem, partiu com uma grande armada para a
Itália, para aí fundar um novo império. […] Representa-se geral-
mente com Cupido, seu filho, sobre um coche puxado por
pombos ou por cisnes. Citereia é um dos epítetos de Vénus,
nascida em Chipre (Cítera).2

Vulcano
Vulcano, deus do fogo, era filho de Júpiter e de
Juno. Como era […] extremamente feio, Júpiter
lançou-o para fora do céu; foi cair na Ilha de Lem-
nos, quebrou uma perna e ficou coxo.
Desposou Vénus, que não o pôde suportar, por
causa da sua fealdade e lhe foi muitas vezes infiel.
Vulcano fabricava raios para Júpiter, que com eles
ficou vitorioso na luta contra os Gigantes, que
queriam apoderar-se do céu. Vulcano tinha as
suas forjas nas ilhas de Lemnos e Líparo e ainda
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no interior do monte Etna, na Sicília, onde traba-


lhavam os Ciclopes, seus oficiais, que tinham um
só olho a meio da testa. Vulcano representa-se Velásquez, A frágua de Vulcano (1630)
geralmente acompanhado por Vénus.2

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