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★ 1.1.2- O Renascimento
O renascimento-Ressurgimento artístico/ renovação da literatura e das artes,
baseadas nos autores da antiguidade clássica
★ 1.2- O cosmopolitismo das cidades Hispânicas- Importância de Lisboa e Sevilha
Destaque nas cidades Ibéricas onde partiam os navegadores para as descobertas
e onde chegavam os navios que traziam mercadoria importante da África, da
Ásia e da América
Lisboa:
➔ Local de cruzamento de marinheiros, soldados, mercadores e aventureiros de
diversas nacionalidades;
➔ Grandes estaleiros da Ribeira da Naus;
➔ Chegada de naus e outras mercadorias (especiarias, sedas, porcelanas,
tapetes, âmbar, pérolas, Rubis e diamantes da Ásia; ouro, marfim,
malaguetas e escravos da África; Madeiras exóticas, açúcar e plantas
tintureiras do Brasil; prata e cobre da Alemanha; Tecidos de Itália, Flandres e
Inglaterra; Trigo dos Açores e da Europa Ocidental);
➔ Instalação da alta administração do Reino e do Ultramar;
➔ Rei e corte permaneceram crescentemente em Lisboa;
➔ D. Manuel I deu iniciativa para a reconstrução urbanística( Paços da Ribeira,
Alfândega Nova, Armazém do Trigo, Casa da Índia)
Sevilha
➔ chegada de galeões com mercadorias valiosas: ouro, prata, couros e plantas
tintureiras, açúcar da America do centro e sul ( Carreira das Índias:
Sevilha-Vera Cruz, no México);
➔ especiarias e pérolas, das Filipinas ( Rota de Manila)
No final do séc. XVI, Sevilha rivalizava com Lisboa no que diz respeito ao domínio
mundial das rotas oceânicas e acolhimento de grandes firmas comerciais
estrangeiras (genovesas, francesas, portuguesas e flamengas.
1
termo difundido nos EUA, nos anos de 1990, para expressar as trocas económicas, emigratórias e
culturais à face mundial.Considera-se que as descobertas geográficas dos europeus, a partir do séc.
XV, foram o ponto de partida da globalização
à exploração da costa ocidental africana.
No reinado de Manuel I, Vasco da Gama, em 1498, conseguiu chegar à índia através
da Rota do Cabo , dando começo à construção do império portugues do Oriente que
fez Lisboa o novo entreposto da pimenta.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, que graças ao Tratado de
Tordesilhas era reservado à exploração portuguesa, vindo tornar-se numa grande
fornecedora de madeiras exóticas e açúcar. Pouco tempo depois, atingiu-se Ceilão e
conquistou-se Malaca (1509), que abriu caminho para os portugueses acessarem
aos ricos mercados de especiarias e artigos de luxo nas Molucas, Timor, China e
Japão (1543)
➢ A escravidão e o trafico de seres humanos
A escravidão foi impulsionada pela expansão europeia, com destaque em Portugal,
que foi pioneiro das descobertas, que teve grnade protagonismo no trafico de
escravos. A cultura da cana-de-açúcar, do tabaco e do algodão exigia uma mão de
obra intensiva, e não haviam colonos e trabalhadores forçados, para tal. Desta
forma, a escravatura já antes praticada atingiu enormes proporções principalmente
à custa das populações africanas. A partir de 1445, na feitoria portuguesa de
Arguim iniciou-se um comércio organizado, que retiraria mais de 15 milhões de
seres humanos na África, ao longo de 400 anos. Na mesma altura, chegaram à
Costa de Cabo Verdo e do Senegal, já na Africa negra, passaram a negociar
diretamente com os reinos negro que providenciaram-lhes os seus próprios
escravos (prisioneiros de guerra intertibais e simples individuos esfomeados ou
endividadod que, como forma de sobrevivencia, submetiam-se à escravidão.
Os escravos, eram capturados e traficados no Congo, Angola e Guiné, no delta do
Níger e em algumas áreas da África Oriental. Eram obrigados a marchar do interior
até à costa de África, de onde eram transportados nos navios em condições
deploráveis. Quando chegavam ao seu destino, mais de ⅓ tinha morrido, nomeando
assim os navios de Tumbeiros.
Vistos como mercadorias, eram vendidos à peça, agrupados em lotes e marcados
pelos seus proprietários com ferro em brasa.
Todo o tráfico negreiro foi repleto de violência e de desrespeito pela condição
humana, um marco triste para a expansão europeia e para a história da humanidade.
possibilitou este acontecimento foi a expansão dos conhecimentos:
➢ Náuticos:
● desenvolvimento da navegação à bolina (aproveitamento dos ventos
contrários) e da navegação de alto mar (sem avistar a terra)
● inovações na construção naval: caravela portuguesa ( rapidez, grande
manobrabilidade e possibilidade de bolinar, graças às suas velas triangulares
ou latinas); Nau e galeão ( associação de velas quadrangulares/redondas e
latina, resistência, capacidade de carga e equipamento com artilharia)
● Navegação astronômica ( orientada pela observação dos astros);
simplificação do quadrante e do astrolábio; invenção da balestilha e o uso de
tábuas solares e de regimento dos astros.
➢ Cartográficos:
● Correção dos mapas do grego Ptolomeu e da Idade Média;
● Conhecimento dos novos mares e regiões;
● aperfeiçoamento das distâncias e dos contornos das regiões terrestres e
marítimas;
● introdução de escalas de latitudes, de troncos de léguas e de iluminuras com
informações acerca dos povos, animais e plantas nos mapas;
● qualidade dos cartógrafos (ex: Pedro e Jorge Reinel, Lopo e Diogo Homem,
Sebastião Lopes, Bartolomeu Velho, Fernão Vaz Dourado e Luís Teixeira)
➢ Perceptivos e descritivos da Natureza
● demonstração da esfericidade da terra e da habitação das zonas equatoriais;
● percepção mais correta dos continentes e mares;
● explicação do funcionamento dos ventos e correntes marítimas
● relato de informação sobre a natureza em obras geográficas (ex: “Roteiros”
de João de Castro)
● Pormenorização da fauna e flora Africana, Asiática e Americana
● Divulgação sobre a botânica e farmacopeia oriental (ex: “Colóquios” de
Garcia da Orta);
● Revisão e correção de conceitos dos sábios da antiguidade, que até então
eram considerados verdades indiscutíveis
➢ As origens da ciência moderna
Forma-se um novo saber, o experiencialismo. Isto consiste numa forma de sabedoria
que se identifica com a vivência das coisas, ou seja, o conhecimento parte da
observação empírica das coisas, e não de resultados de experiência propositalmente
praticadas para a verificação de hipóteses.
➢ A matematização do real
O séc. XV é caracterizado pela influência da matemática na vivência humana, ou
seja, o homem renascentista possui uma mentalidade quantitativa ao recorrer à
utilização de números com frequência, seja na vida económica, na organização das
atividades políticas, na vida quotidiana ou no conhecimento do espaço físico.
● No espaço físico
Fez-se o registro dos dados obtidos pela bússola e/ou outros instrumentos de
medidas astronômicas;
Registam-se escalas, distâncias, profundidades, rigorosamente calculadas com os
novos instrumentos de medida;
Fixaram-se horários de entrada e saída nos portos, determinaram-se o horário das
marés;
Regista-se o tempo de duração das viagens.
● Na vida quotidiana
Os homens de negócio, lidam diariamente com preocupações dos cálculos:
1. Datas e prazos são fundamentais nos actos económicos (datas de feiras,
pagamentos, prazos de vencimento das letras de câmbio, entrega de
mercadorias);
2. Quantifica-se o volume dos negócios, orçamentos de despesas, fretes2,
seguros;
3. Quantifica-se a dimensão das empresas, os seus activos e passivos, o seu
patrimônio
4. Elaboração de horários de trabalho e prazos de vencimento;
5. As listagens, os livros de contas, os inventários, são instrumentos de trabalho
dos novos funcionários peritos em contabilidade.
● Nas atividades político-administrativas
1. O estado organiza as finanças públicas, de forma a obter mais recursos;
2. Recenseamento de contribuintes e controlo dos bens tributáveis;
3. Controlo numérico da população para facilitar o recrutamento militar;
4. Elaboração de orçamentos públicos de receitas e despesas;
5. Controlo de movimentos alfandegários e volumosas receitas provenientes do
tráfego ultramarino;
6. Organiza a própria atividade industrial.
● Na vida quotidiana
1. Numeram-se os edifícios
2. As torres de relógios impõe-se aos sinos da igreja;
3. As populações controlam os preços dos produtos, e fazem o orçamento da
sua vida doméstica;
4. Valorização dos estudo da matemática e da aritmética
5. Sucedem-se avanços nas áreas da física e da astronomia;
2
carregamento de mercadorias
6. Pesos e medidas estão sempre presentes.
⇣
❖ desenvolvimento do cálculo matemático + experiencialismo:
Nicolau Copérnico:
● Negação da concepção do universo de Aristóteles e da teoria geocêntrica de
Ptolomeu.
● Terra imovel no centro do universo
● Rotação de todos os corpos celestes em volta da terra, através de órbitas
perfeitamente circulares
● Universo fechado (visão aristotélica)
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Revolução das concepções cosmológicas
Revolução copernicana:
● Fim do geocentrismo ptolomaico
● substituição dos cosmos aristotélico fechado pelo universo infinito
● descrença no conhecimento dos sábios antigos e da igreja católica
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Vivência rodeada de luxo, conforto, beleza e sabedoria:
● ostentação de vestes luxuosas
● consumo de iguarias requintadas
● aquisição de obras de arte e livros
Criação de cortes (os Médicis em florença ou os Duques de Urbino)
● Acolhimento, financiamento e efetivação de encomendas a intelectuais e
artistas
● Produção de: monumentos, esculturas, pinturas e livros
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Cortes como focos de mecenato
● Símbolo da força criadora do homem que se eleva à perfeição divina através
de obras de espírito
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Homem ideal renascentista
● Reconhecidos rapidamente pelo seu porte e linguagem corporal, na forma de
andar, cavalgar, gesticular e dançar
● Possuidor de talentos físicos e intelectuais, qualidades morais e boas
maneiras
● Comportamento civilizado ( cuprimento das regras sociais)
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Antropocentrismo5
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É letrado profissional, geralmente eclesiástico e/ou universitário, que nos sécs. XV e XVI, se esforça
por ressuscitar as línguas e as letras da Antiguidade Clássica, procurando harmonizar o legado
greco-romano com os valores morais do cristianismo, de modo a formar homens cultos e virtuosos
5
Concepção segundo a qual o homem está no centro do universo, sendo uma espécie de
microcosmo, onde se fundem harmoniosamente o material orgânico e celestial. Como o ser mais
perfeito da criação, o homem define-se pelo seu poder ilimitado de descoberta e de transformação
Estes intelectuais foram apelidados de humanistas, e distinguiram-se nos ramos da
literatura, poesia, pintura, escultura, arquitetura, etc.
A mentalidade renascentista é caracterizada pelos valores do humanismo clássico.
Neste período, surgiram novos padrões estéticos que dominaram a produção de
todas as manifestações.
➢ Imitação e superação dos modelos clássicos
A esta nova estética irradiou de Itália e apresentou-se marcada pelo classicismo6.
Imitar as formas e temáticas dos clássicos tornou-se comum nos artistas desta
época, que nela viam o exemplo de harmonia, proporção e de suprema beleza.
Porém, esta admiração, não levou os artistas renascentistas a realizarem uma
imitação passiva destas obras, mas mostraram o seu espírito crítico, dando às suas
obras características superiores às clássicas. Demonstraram uma notável qualidade
técnica, com a utilização de tinta a óleo nas suas obras, o que conferiu maior
naturalismo7 na representação de seres humanos, animais e paisagens. Por toda a
Europa, produziu-se arte rica e inovadora, que resultou de curiosas sínteses da
influência clássica com as tradições nacionais (ex: arte manuelina em Portugal)
● Semelhanças presentes nas obras dos artistas e intelectuais
renascentistas
I. Exaltação da dignidade humana e das suas realizações;
II. Valorização do indivíduo e da sua liberdade;
III. Reprodução fiel da natureza;
IV. Realismo na reprodução do corpo humano, nu ou vestido, e no retrato de
forma a reproduzir fielmente o indivíduo;
V. Predomínio da razão e não do sentimento.
★ A pintura
Na pintura, a paixão pelos clássicos foi expressa no gosto da representação da
figura humana, tanto a nível profano(quotidiano), quanto religioso (inspirados na
bíblia). Deste modo a pintura refletia na redescoberta do Homem e do Indivíduo
(antropocentrismo). No entanto, o que se destaca nas pinturas renascentistas é a
sua originalidade e criatividade, presentes na criação de um espaço pictórico.
● Pintura a óleo
Criada por Jan Van Eyck, no séc.XV, e efetuava-se dobre madeira ou tela. A pintura a
óleo conheceu grande aceitação, graças à sua durabilidade, possibilidade de
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Tendência estética característica do renascimento que considera os ideais do clássicos
greco-latinos como modelos a imitar
7
Teoria e atitude filosófica e estética que valoriza a observação e a imitação da natureza
reboque e variedade de matizes e gradações de cor que permitem ver pormenores e
efeitos de luz e sombra jamais conseguidos