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UnidadeIV_Aula09_CalculoVectorial_125200
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CÁLCULO VECTORIAL
Grupo de Disciplina
Aula 09
Conteúdos da aula
• Combinação linear
• Conjuntos geradores
• Espaços gerados
• Dependência linear
• Base e dimensão
Espaço Vectorial
Definição: Seja V um conjunto não vazio, sobre o qual estão definidas as operações adição e multiplicação por
escalar, isto é:
∀𝑢, 𝑣 ∈ 𝑉: 𝑢 + 𝑣 ∈ 𝑉
𝑘 ∈ 𝐾, ∀𝑢 ∈ 𝑉: 𝑘𝑢 ∈ 𝑉
Sejam 𝑢, 𝑣, 𝑤 ∈ 𝑉 e α, β ∈ 𝐼𝑅
Em relação a adição
A1 - 𝑢 + 𝑣 + 𝑤 = 𝑢 + 𝑣 + 𝑤 ;
A2 - 𝑢 + 𝑣 = 𝑣 + 𝑢;
A3 - ∃0 ∈ 𝑉, ∀𝑢 ∈ 𝑉; 𝑢 + 0 = 𝑢;
A4 - ∀𝑢 ∈ 𝑉, ∃(−𝑢) ∈ 𝑉, 𝑢 + −𝑢 = 0.
Em relação a multiplicação
M1 - αβ 𝑢 = α(𝑢β)
M2 - α + β 𝑢 = α𝑢 + β𝑢
M3 - α 𝑢 + 𝑣 = α𝑢 + α𝑣
M4 - 1𝑢 = 𝑢
Nota: os elementos dos espaços vectoriais são chamados de vectores.
Espaço Vectorial
Exemplos de Espaços Vectoriais:
2) O conjunto 𝐼𝑅𝑛 para todas as ê-nuplas é um espaço vectorial sobre 𝐼𝑅 com as seguintes operações:
Note que o vector nulo de 𝐼𝑅𝑛 , assim como o seu simétrico estão em 𝐼𝑅𝑛 .
Espaço Vectorial
3) Espaço Matricial: o conjunto de matrizes 𝑀(𝑚 × 𝑛) com as operações de adição e
multiplicação por escalar forma um espaço vectorial.
a) Adição: 𝐴𝑚×𝑛 + 𝐵𝑚×𝑛 = (𝐴 + 𝐵)𝑚×𝑛 ∈ 𝑀(𝑚 × 𝑛)
b) Multiplicação: α𝐴𝑚×𝑛 = (α𝐴)𝑚×𝑛 ∈ 𝑀(𝑚 × 𝑛)
Observe que a matriz nula de ordem 𝑚 × 𝑛 está em 𝑀(𝑚 × 𝑛).
Espaço Vectorial
Subespaço vectorial
Seja 𝑉 um espaço vectorial e 𝑆 um subconjunto não vazio de 𝑉. O subconjunto 𝑆 é um
subespaço vectorial de 𝑉 𝑠𝑒 𝑆 é um espaço vectorial em relação às operações de adição e
multiplicação por escalar definidas em 𝑉.
Cálculo Vectorial
Teorema: seja 𝑆 um subconjunto do espaço vectorial 𝑉. Então 𝑆 é subespaço de 𝑉 se as duas
condições seguintes são verificadas.
a) O vector nulo 0 pertence a 𝑆
b) Dados quaisquer 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑆 e α ∈ 𝐼𝑅 (i) 𝑢 + 𝑣 ∈ 𝑆 e (ii) α𝑢 ∈ 𝑆
Observação:
Todo espaço vectorial 𝑉 admite pelo menos dois subespaços que são:
1) O vector nulo 0 é o subespaço nulo
2) O próprio 𝑉
Que são chamados subespaços triviais e os demais são chamados de subesaços próprios de 𝑉.
Cálculo Vectorial
Exemplo 1: 𝑉 = 𝐼𝑅2
Os subespaços triviais de 𝐼𝑅2 são:
a) O vector nulo (0, 0) de 𝐼𝑅2 é o subespaço nulo
b) O próprio 𝐼𝑅2
c) E os subespaços próprios de 𝐼𝑅2 são todas as rectas que passam pelas origem.
Exemplo 2: 𝑉 = 𝐼𝑅3
Os subespaços triviais de 𝐼𝑅3 são:
a) O vector nulo (0, 0, 0) é o subespaço nulo
b) O próprio 𝐼𝑅3
c) E os subespaços próprios de 𝐼𝑅3 são todas as rectas e os planos que passam pelas origem.
Cálculo Vectorial
Cálculo Vectorial
Exemplo 4: Qualquer recta que não passe pela origem não é subespaço vectorial de 𝐼𝑅2 .
𝑉 = 𝐼𝑅2 e 𝑆 = 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐼𝑅2 ; 𝑦 = 𝑥 + 3
Nota que o elemento 0,0 não pertence a 𝑆, logo 𝑆 não é subespaço do espaço 𝐼𝑅2 .
Cálculo Vectorial
Combinação Linear
Sejam 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 vectores do espaço vectorial 𝑉 e α1 , α2 , … , α𝑛 escalares. Qualquer 𝑣 ∈ V escrito na
forma
𝑣 = α1 𝑣1 + α2 𝑣2 + ⋯ + α𝑛 𝑣𝑛 é combinação linear dos vectores 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 .
Cálculo Vectorial
−4, −18, 7 = α1 1, −3, 2 + α2 2, 4, −1
−4, −18, 7 = α1 , −3α1 , 2α1 + 2α2 , 4α2 , −α2
−4, −18, 7 = α1 + 2α2 , −3α1 + 4α2 , 2α1 − α2
Fazendo igualdade de vectores, temos
α1 + 2α2 = −4
−3α1 + 4α2 = −18
2α1 − α2 = 7
1 2 | −4 1 2 | −4
𝑙2 ← 𝑙2 + 3𝑙1 1
−3 4 |−18 0 10 |−30 𝑙2 ← 10 𝑙2
𝑙3 ← 𝑙3 − 2𝑙1
2 −1 | 7 0 −5 | 15
1 2 |−4 1 2 |−4 1 0 |2
0 1 |−3 𝑙3 ← 𝑙3 + 5𝑙2 0 1 |−3 𝑙1 ← 𝑙1 − 2𝑙2 0 1 |−3
0 −5 | 15 0 0 |0 0 0 |0
Cálculo Vectorial
Exemplo 2: Verifique se 𝑣 = 4, 3, −6 é combinação linear de
𝑣1 = 1, −3, 2 𝑣2 = (2, 4, −1)
Solução:
Ver se existem escalares α1 e α2 tais que:
4, 3, −6 = α1 1, −3, 2 + α2 2, 4, −1
4, 3, −6 = α1 , −3α1 , 2α1 + 2α2 , 4α2 , −α2
4, 3, −6 = α1 + 2α2 , −3α1 + 4α2 , 2α1 − α2
Fazendo igualdade de vectores, temos
α1 + 2α2 = 4
−3α1 + 4α2 = 3
2α1 − α2 = −6
Cálculo Vectorial
1 2 |4 1 2 | 4
𝑙2 ← 𝑙2 + 3𝑙1 1
−3 4 |3 0 10 | 15 𝑙2 ← 10 𝑙2
𝑙3 ← 𝑙3 − 2𝑙1
2 −1 |−6 0 −5 |−14
1 2 | −4 1 2 |−4
3
0 1 | 32 𝑙3 ← 𝑙3 + 5𝑙2 0 1 | 2
0 −5 |−14 0 0 | −13
2
A 3ª linha é degenerada, logo o sistema é incompatível. Com efeito, não existem escalares α1 e
α2 tais que 𝑣 = α1 𝑣1 + α2 𝑣2
Conclusão: 𝑣 = 4, 3, −6 não é combinação linear dos vectores 𝑣1 = 1, −3, 2 𝑣2 = (2,4, −1).
Cálculo Vectorial
Exemplo 3: Escreva o polinómio 𝑣 = 𝑡 2 + 4𝑡 − 3 como combinação linear dos polinómios
𝑝1 = 𝑡 2 − 2𝑡 + 5, 𝑝2 = 2𝑡 2 − 3𝑡 e 𝑝3 = 𝑡 + 1.
Solução:
Consideremos 𝑣 como combinação linear dos vectores 𝑝1 , 𝑝2 𝑒 𝑝3 da seguinte forma:
𝑣 = 𝑥𝑝1 + 𝑦𝑝2 + 𝑧𝑝3 em que 𝑥, 𝑦 𝑒 𝑧 são incógnitas a determinar
𝑡 2 + 4𝑡 − 3 = 𝑥 𝑡 2 − 2𝑡 + 5 + 𝑦 2𝑡 2 − 3𝑡 + 𝑧 𝑡 + 1
= 𝑥𝑡 2 − 2𝑥𝑡 + 5𝑥 + 2𝑦𝑡 2 − 3𝑦𝑡 + 𝑧𝑡 + 𝑧
= 𝑥 + 2𝑦 𝑡 2 + −2𝑥 − 3𝑦 + 𝑧 𝑡 + (5𝑥 + 𝑧)
Cálculo Vectorial
Fazendo igualdade dos coeficientes dos termos do meu grau em t, temos:
𝑥 + 2𝑦 = 1
−2𝑥 − 3𝑦 + 𝑧 = 4 Resolvendo o sistema:
5𝑥 + 𝑧 = −3
1 2 0 | 1 𝑙 ← 𝑙 + 2𝑙 1 2 0| 1 1 2 0| 1
2 2 1
−2 −3 1 | 4 0 1 1 | 6 𝑙3 ← 𝑙3 + 10𝑙2 0 1 1 | 6
𝑙3 ← 𝑙3 − 5𝑙1
5 0 1 | −3 0 −10 1 | −8 0 0 11| 52
5
𝑥 + 2𝑦 = 1 𝑥 = −
11
8 5 8 58
𝑦 + 𝑧 = 6 ⇒ 𝑦 = 11 𝑥, 𝑦, 𝑧 = − , ,
11 11 11
11𝑧 = 58 58
𝑧 = 11
Cálculo Vectorial
Espaços Gerados
Seja 𝑉 um espaço vectorial e 𝐴 = 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 um subconjunto de 𝑉.
O conjunto 𝑆 formado por todos os vectores de 𝑉 que são combinações lineares de 𝐴, é um
subespaço vectorial de 𝑉,
𝑆 = 𝑣 ∈ 𝑉; 𝑣 = α1 𝑣1 + α2 𝑣2 + ⋯ + α𝑛 𝑣𝑛
Obsevação:
O subespaço 𝑆 diz-se gerado pelos vectores 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 ou gerado pelo conjunto 𝐴 e representa-se
por:
𝑆 = 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 ou 𝑆 = 𝐺(𝐴)
Os vectores 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 são chamados geradores do espaço do subespaço 𝑆 enquanto que 𝐴 é o
conjunto de 𝑆.
Cálculo Vectorial
Exemplo 1: Os vectores 1, 0 e (0, 1) geram o espaço vectorial 𝐼𝑅 2 ,
pois ∀(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐼𝑅 2 é combinação linear destes vectores.
𝑥, 𝑦 = 𝑥 1, 0 + 𝑦 0, 1 então gera 𝐼𝑅 2 .
Cálculo Vectorial
Exemplo 3: Mostre que os vectores 𝑢 = 1,2,3 , 𝑣 = 0, 1, 2 𝑤 = (0, 0, 1) geram 𝐼𝑅 3 .
Resolução
Qualquer vector 𝑎, 𝑏, 𝑐 de 𝐼𝑅3 pode ser escrito como combinação linear dos vectores 𝑢, 𝑣 𝑒 𝑤 da seguinte forma:
𝑎, 𝑏, 𝑐 = 𝑥 1, 2, 3 + 𝑦 0, 1, 2 + 𝑧 0, 0, 1
𝑎, 𝑏, 𝑐 = 𝑥, 2𝑥, 3𝑥 + 0, 𝑦, 2𝑦 + (0, 0, 𝑧)
𝑎, 𝑏, 𝑐 = 𝑥, 2𝑥 + 𝑦, 3𝑥 + 2𝑦 + 𝑧
𝑎=𝑥 𝑥=𝑎 −
Expressamos 𝑥, 𝑦 𝑒 𝑧 em termos de 𝑎, 𝑏 e 𝑐. 𝑏 = 2𝑥 + 𝑦 ⇔ 2𝑥 + 𝑦 = 𝑏 ⇒ 𝑦 = 𝑏 − 2𝑥 ⇒
− − 𝑐 = 3𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 3𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 = 𝑐 𝑧 = 𝑐 − 3𝑥 − 2𝑦
𝑦 = 𝑏 − 2𝑎 ⇒ − ⇒ 𝑧 = 𝑎 − 2𝑏 + 𝑐
𝑧 = 𝑐 − 3𝑎 − 2𝑦 𝑧 = 𝑐 − 3𝑎 − 2(𝑏 − 2𝑎)
𝑥=𝑎
𝑦 = 𝑏 − 2𝑎 então 𝑎, 𝑏, 𝑐 = 𝑎 1, 2, 3 + (𝑏 − 2𝑎) 0, 1, 2 + 𝑎 − 2𝑏 + 𝑐 0, 0, 1
𝑧 = 𝑎 − 2𝑏 + 𝑐
Cálculo Vectorial
Dependência e Independência linear
Definição: Seja 𝑉 espaço vectorial e 𝐴 = 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 subconjunto de 𝑉.
Cálculo Vectorial
Exemplo 1: Mostre que os vectores u = 1, 2, 3 , v = 2, 5, 7 e 𝑤 = (1, 3, 5) são linearmente independentes.
Solução Seja α1 1, 2, 3 + α2 2, 5, 7 + α3 1, 3, 5 = 0,0,0 => (α1 + 2α2 + α3 , 2α1 + 5α2 +3α1 , 3α1 + 7α2 + 5α3 ) =
0, 0, 0
α1 + 2α2 + α3 = 0
2α1 + 5α2 +3α3 = 0
3α1 + 7α2 + 5α3 = 0
1 2 1 | 0 𝑙 ← 𝑙 − 2𝑙 1 2 1 | 0
2 2 1
2 5 3 | 0 0 1 1 | 0 𝑙3 ← 𝑙3 − 𝑙2
𝑙3 ← 𝑙3 − 3𝑙1
3 7 5 | 0 0 1 2 | 0
1 2 1 | 0 α1 + 2α2 + α3 = 0
0 1 1 | 0 ⇒ α2 +α3 = 0
0 0 1 | 0 α3 = 0
Fazendo substituição ascendente, temos que α1 = α2 = α3 = 0, logo os vectores 𝑢, 𝑣, 𝑤 são linearmente independentes
Cálculo Vectorial
Base e dimensão
Base
Definição: um conjunto 𝑆 = 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 de 𝑉 é base para espaço vectorial 𝑉 se
1) 𝑆 é linearmente independente.
2) 𝑆 gera 𝑉.
Dimensão
Definição: dizemos que um espaço vectorial 𝑉 tem dimensão finita, 𝑑𝑖𝑚𝑉 = 𝑛, se 𝑉 possui
alguma base com n elementos.
Note que por definição o conjunto 0 tem dimensão zero.
Cálculo Vectorial
Coordenadas
Definição:
Seja 𝑉 um espaço vectorial 𝑛-dimensional sobre 𝐾 com base ordenada
𝑆 = 𝑢1 , 𝑢2 , … , 𝑢𝑛 então qualquer vector 𝑣 ∈ 𝑉 pode ser escrito de modo único,
como combinação linear dos vectores da base 𝑆, isto é,
𝑣 = 𝑎1 𝑢1 + 𝑎2 𝑢2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑢𝑛
Cálculo Vectorial
Teorema:
Seja 𝑉 um espaço vectorial de dimensão finita sobre o corpo 𝐾 e β um base de 𝑉. Então todo o
elemento de 𝑉 é escrito de modo único como combinação linear dos elementos
𝑛
de β, isto é, dado
um elemento 𝑢 ∈ 𝑉 temos que existe uma única𝑛𝑛-upla 𝑐1 , 𝑐2 , … 𝑐𝑛 ∈ 𝐾 , tal que,
𝑢= 𝑐𝑖 𝑣𝑖
𝑖=1
𝑐1
𝑐
𝑢β= 2
⋮
𝑐𝑛
Cálculo Vectorial
Exemplo 1: considere o espaço vectorial real de 𝐼𝑅 3 . Determine as coordenadas
𝑢 = (2, 4, 1) ∈ 𝐼𝑅 3 com relação a base ordenada β = 1, 1, 1 , 1, 0, 1 , (1, 0, −1) .
Resolução
Vamos escrever o elemento 𝑢 = (2, 4, 1) como combinação linear dos elementos da
base ordenada β.
𝑢 = (2, 1, 4) = 𝑎 1, 1, 1 + 𝑏 1, 0, 1 +c(1, 0, −1)
(2, 1, 4) = 𝑎, 𝑎, 𝑎 + 𝑏, 0, 𝑏 +(𝑐, 0, −𝑐)
(2, 1, 4) = 𝑎 + 𝑏 + 𝑐, 𝑎, 𝑎 + 𝑏 − 𝑐
𝑎+𝑏+𝑐 =2
𝑎 = 1 Assim temos: 𝑏 + 𝑐 = 1 e 𝑏 − 𝑐 = 3⇒𝑏 = 2 e 𝑐 = −1
𝑎+𝑏−𝑐 =4
Portanto o vector de coordenadas 𝑢 em relação a base β é dado por:
1
𝑢β= 2
−1
Grupo de Disciplina Instituto Superior de Tansportes e Comunicações
Aula 08 | Cálculo Vectorial Álgebra Linear e Geometria Analítica | 2021