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Medos Sociais Na Adolescência
Medos Sociais Na Adolescência
RESUMO
No presente trabalho é descrito o desenvolvimento e características psicométricas de um novo
instrumento de auto-avaliação dos medos sociais para adolescentes.
A EAESSA é composta por duas sub-escalasque avaliam o desconforto e evitamento provocado
por situações sociais típicas da vida dos adolescentes.Ambas as sub-escalasrevelam urna boa consis-
tência interna estabilidade temporal. Foram realizados estudos de validade com escalas de ansiedade
social (SAS-A), ansiedade geral (RCMAS) e sintornatologia depressiva (CDI).
Os resultados do estudo factorial indicam que ambas as sub-escalasda EAESSA são fonnadas
por seis factores relativos a diferentes dimensões das situações sociais.
São apresentadosos dados norrnativos e analisados os resultados em função do sexo e idade.
Estes resultados sugerem que a EAESSA é um instrumento de resposta fidedigno e válido para
a avaliação clínica e investigação da ansiedade social em adolescentes.
PALAVRAS-CHAVE:
Ansiedade social; Avaliação; Adolescência; Dados psicométricos.
Introdução
. Instituto Superior Miguel Torga. Coimbra. Largo Cruz de Celas, n° 1. 3000-132, Coimbra.
Telefone 239488030; Fax 239488803; E-mail- ismt@ismt."t.
Correspondência relativa a este trabalho: Marina Cunha (e-mail: marinacunha@interacesso.pt)
.. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
... Instituto Educativo Pedro Hispano. Soure
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Cunha,
M.,Gouveia,
J.P.,Salvador,
M. C.& Alegre,S.
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:~ Beidel,Thmer,& Monis, 2000;Essau& Barret,200.1).Ao longo dasduasúltimasdécadas
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ii% social responsável,entreoutrosaspectos,pelo aparecimentoe refinamentode úteis ques-
~:!W tionários de auto-resposta
paraadultos.Contudo,umarevisãoda literaturana áreaclínica
:11; da infânciae adolescência
revelaumaescassez
deinformação
e deinstrumentos
de ava-
:(.t.. - liação da ansiedadee fobia social adequadosa esteperíodode desenvolvimento.
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;~ 196 senteestudoprocuracontribuirparaa expansão
destaáreaatravésdo desenvolvimento
il~!!' de um questionáriode auto-respostaque permita identificar as várias dimensõesde
it1R ansiedadesocial nos adolescentes.
~ilili Na investigaçãoe prática clínica os instrumentosde auto-repostasão de grande
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utilidade uma vez que permitem uma recolha rápida da informação segundo a perspectiva
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do próprio indivíduo. Quando aplicadosa criançasmuito novas levantamalgunspro-
t;írã blemas de fidelidadee validadedadaa sua :imaturidadepara uma auto-reflexãoe pos-
~~~ síveis dificuldades de c.ompreensãoda~ ~uestões esc~tas, sendo, por isso, im~rtante
~~~ recorrer a outros procedimentos de avaliaçao (observaçao comportamental, entreVIStas de
lj~ diagnóstico), bem como a outras fontes de informação (pais, professores). No entanto, a
i(i~ investigaçãotem mostradoque à medidaque os jovens vão sendomais velhos,nomea-
1j~~ damente,na adolescência,
estessãocapazes
de utilizar com fidelidadee validadeos
i;~ ~uestionáriosde auto-~esposta
(~ssau& Barret, 200I!. Por outro lado, os adolescentes
:},~ tem mostrado ser avaliadores maIS exactos, que os paIS ou professores, dos seus estados
~;~ internos (DiBartolo, Albano, Barlow, & Heimberg, 1998;Myers & Winters, 2002).
;;~ Até à data, apenasduas medidasdirigidas especificamente à avaliaçãoclínica da
i1:~ ansiedadesocial e fobia social, na adolescência,foram desenvolvidas:a Social Anxiety
G, Scalefor Adolescent,SAS-A (LaGreca& Lopez, 1998) e o Social Phobia and Anxiety
~i Invento'}'for Children; SPAI-C (Beidel, Thmer, & Morris, 1995).
I j A primeira, a SAS-A, resultade uma adaptação,para adolescentes dos 12 aos 18
anosde idade,da versãoSASC-R(SocialAnxiety Scalefor Children- Revised),e avalia
as experiênciasde ansiedadesocial e o medo de avaliaçãonegativados adolescentes no
; contexto das relaçõescom os pares(La Greca & Lopez, 1998).Este instrumentotem
\i revelado boas característicaspsicométricas(Inderbitzen-Nolan& Walters, 2000; La
; Greca& Lopez, 1998),emboraesteja,ainda,por investigara suavalidadediscriminante.
É importante esclarecereste aspectoda validade discriminanteda SAS-A já que as
escalasSAD (Social AvoidanceScale) e FNE (Social AvoidanceScale), desenvolvidas
por Watsone Friend (Watson& Friend, 1969) e que serviramde basepara construção
da SAS-A, têm mostrado,na investigaçãocom adultos,umabaixa validadediscriminante
quando utilizadas para diferenciar fóbicos sociais de outros distúrbios de ansiedade
(Thrner, McCanna,& Beidel, 1987). Outra limitação que poderá ser apontadaa esta
escalaé o facto dos 18 itens que a formam não garantiremuma adequadarepresentação
dos medos de escrutínioe de interacçãodos adolescentes com ansiedadesocial.
Relativamenteao SPAI-C (Social Phobia Anxiety Invento')'for Children; (Beidel,
Thrner, & Monis, 1995), tem o mérito de ter sido o primeiro questionáriode auto-
respostadesenvolvidoespecificamente para avaliar a fobia social na infância tendo em
conta os seus aspectossomáticos,cognitivos e comportamentais.Tem reveladoboas
características
psicométricas(Beidel,Thmer,& Fink, 1996)bem como uma boa validade
discriminante(Beidel et al., 1995;Beidel et al., 1996;Beidel, Thmer,Harnlin, & Monis,
2000), diferenciandoas diversasperturbaçõesde ansiedadeentre as crianças.Contudo
Medos Sociais na Adolescência:
A Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações Sociais para Adolescentes (EAESSA)
MÉTODO
Desenvolvimentoda EAESSA
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!:J Cunha, M., Gouveia, J. P., Salvador, M. C. & Alegre, S.
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:1 a inclusãode novos itens relacionadoscom aspectosdesenvolvimentais da populaçãoa
í1 que se destina.Este conjunto de procedimentosresultou numa lista formada, inicial-
c mente, por 76 itens. Seguiu-se uma análise detalhada destes itens com o objectivo de
verificar as várias dimensões de ansiedade social (situações de interacção, de desempe-
nho, situações sociais que impliquem pessoas ou tarefas desconhecidas, competências
- auto-afinnativas, contexto escolar, situações extra-escolares, situações com os pares, com
198 o sexo oposto, etc.), a formulação frásica dos itens e eventual repetição de situações
semelhantes. O primeiro rascunho acabou por ficar constituído por 51 itens. f
Esta versão,e~perimental foi p'assada,em ~~, a um conjunto.re~~to de alunos ~
de uma escola publica que voluntanamente se dispos a colaborar e, mdlVldualmente, a t:
jovens que solicitaram apoio psicológico no serviço de psicologia. A todos foi previa- 'ti
1 Os dois últimos itens (35 e 36, constituídos por duas linhas em branco) não são contabilizados
para a pontuação total. Contudo a sua análise pode ser importante, do ponto de vista clínico, já que
podem revelar medos sociais não contemplados nos outros itens desta escala.
Medos Sociais na Adolescência:
A Escala de Ansiedade e Evitamento de SiruaçóesSociais para Adolescentes (EAESSA)
Amostra
Foram seleccionadas quatro escolaspúblicase duasprivadas,urbanase sub-urba-
nas,do distrito de Coimbranasquais,depoisde obtidaa autorizaçãoda DREC (Direcção
Regional da Educaçãodo Centro), dos respectivosorgãosde gestãodas escolase con-
sentimentodos pais para a realizaçãodo referido estudo,foi recolhida a amostracons-
tituída por Utlla turma de cadaano do 3° ciclo do ensinobásicoe ensinosecundário(ou -
seja, do 7° ao 12°anode escolaridade).As turmas foram seleccionadassegundoUtll 199
processoaleatório.Foramcritérios de exclusãodos participantesnesteestudo(a) aqueles
apresentaram uma idade inferior a 12 e superiora 18; (b) preenchimentoincompletodas
escalase (c) evidênciaclara de dificuldadesde compreensão perturbadorasdo correcto
preenchimentodo questionário.
A amostrafinal ficou constituída,por 525 jovens, 223 do sexomasculino(42,5%)
e 302 do sexo feminino (57.5%) com idadescompreendidas entre os 12 e os 18 anosa
frequentar,no ano lectivo 2001/2002,o 3° ciclo do ensinobásicoe o ensinosecundário
de escolaslocalizadasno Distrito de Coimbra.A média de idadesdo total da amostraé
de 14.84(DP=1.89)não existindoUtlladiferençasignificativaentreasraparigase rapazes
(t=I.05; p=293), bem como não se verificam diferençassignificativasrelativamenteà
distribuição dos rapazese raparigas por anos de escolaridade(d de Pearson=I.98,
p=.851). No Quadro 1 está representada a amostratotal por sexo,idade e ano de esco-
laridade.
Instrumentosde medida
Todos os participantescompletaramuma bateriade medidasde avaliaçãoque in-
cluía questionáriosde auto-avaliaçãode ansiedadesocial,ansiedadee depressão.
Fizeram
parte desteestudoa Escalade Ansiedadee Evitamentode SituaçõesSociaispara Ado-
"
Cunha, M., Gouveia, J. P., Salvador, M. C. & Alegre, S.
Procedimento
Para controlar possíveis contaminações das respostas dos adolescentes de uns ques-
tionários para os outros, a ordem de preenchimento dos questionários foi balanceada.
A estes inventários juntou-se uma folha de rosto onde se explicava de forma simples
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Medos Sociais na Adolescência:
A Escala de Ansiedade e Evitamento de SituaçõesSociais para Adolescentes (EAESSA)
RESULTADOS
ConsistênciaInterna
A consistênciainterna da EAESSA foi examinadaatravésdo cálculo de alia de
Cronbachrevelandovalores elevadospara ambasas sub-escalas.Para a sub-escalade
desconforto/ansiedadeo alia de Cronbachfoi igual a .91 e para a sub-escalade evita-
mento foi de .87.
Fidelidade teste-reteste
Parase determinara fidelidadeteste-reteste,
a EAESSA foi de novo administrada,
cinco semanasmais tarde, a 74 adolescentes (29 rapazese 45 raparigas)O coeficiente
teste-retestepara a sub-escalade desconforto/ansiedadefoi de r=.74, p<.01 e para a
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li: Cunha,M., Gouveia,J. P.,Salvador,M. C. & Alegre,S.
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Estruturafactorial da escala
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204 uma das sub-escalas, desconforto/ansiedade
e evitamentoda EAESSA. Para a medida
Kaiser-Meyer-OIkinforam encontradosvaloresde .91 para a sub-escalade desconforto,
e de .87 para a sub-escalade evitamento,revelandouma boa adequaçãoda amostragem,
bem como foi significativoo testede esferecidadede Bartlett para ambasas sub-escalas
(c2= 5442.19p <.001 para a sub-escalade desconfortoe c2=4203.87,p<.001 para a
",. sub-escalade evitamento).
I!S A solução inicial para a sub-escalade desconforto/ansiedadepermitiu extrair
!J~ 8 factores com eigenvaluessuperioresa 1 que explicavam 55.19 da variância total.
li A utilização do testedo scree-plotconduziuao estudode soluçõesfactoriais de 5, 6 e
'fi 7 factoresque foram submetidasa uma rotaçãovarimax. Comparadasas diversassolu-
..t~, ções,foi escolhidaa soluçãode 6 factorescomo a mais adequadae compreensível. Esta
~~ soluçãoexplica 49,10%da variânciatotal. O mesmoprocedimentopara a sub-escalade
~ evitamento permitiu também uma solução de seis factores, que explica 44.06% da
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to tal.
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~~~; Os seis factoresencontrados,para ambasas sub-escalas fo~: (1) interacçãoem
~'~, situaçõesnovas (ex.: "falar com alguém que não conhecesbem; encontrares-tecom
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novas/desconhecidas"),
(2) interacção
como sexooposto(ex.:"conversarcom
Jt colegas
do sexooposto";"fazerumelogioa umcolegado sexooposto"),(3) desempenho
t, em situaçõesformais (ex.: "tomar a iniciativa de respondera uma questão,ou pedir um
~ ;i esclarecimentonumaaula ou reunião"; "ser chamadopara ir ao quadro"),(4) interacção
~ ~ auto-afirmativa)(ex.: "chegaratrasadoou adiantadoa uma reuniãoou aula"; "pedir um
favor a outra pessoa"),(5) ser observadopelos outros (em situaçõessociaisde grupo,
como por exemplo:"participarnas festasda escola","fazer exercíciosfísicos na aula de
ginástica"),(6) comere beberempúblico (ex.: "comer em público: bar, cantina,restau-
rante", "beber à frente de outraspessoas").
No Quadro 4 estãoindicadosos factorese respectivassaturações,bem como as
comunalidadespara cada item da sub-escalade desconforto/ansiedade. O Quadro 5,
semelhanteao anterior,diz respeitoà sub-escalade evitamento.
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Medos Sociais na Adolescência:
A Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações Sociais para Adolescentes (EAESSA)
207
Quadro 6 - IntercOlTelações entre os Factores e o Total da sub-escala de ansiedade
da AEESSA (N=511)
Dimensões Total FI F2 F3 F4 F5
Total -
FI Interacçãoem situaçõessociaisnovas. 79** -
F2 Interacçãocom o sexooposto .72** .46** -
F3 Desempenho em situaçõessociaisformais.71**.48**.34**
F4 Interacção
Assertiva .78**.53**.42**.49** -
F5Observação pelosoutros .77**.45**.59**.45**.50** -
F6Comere beberempúblico .55**.31**.40**.33**.36**.43**
.. P<.Ol
Dimensões Total FI F2 F3 F4 F5
Total -
FI Interacçãocom o sexooposto .62** -
F2 Desempenho em situaçõessociaisformais.73** .42** -
F3 Interacçãoem situaçõessociaisnovas. 74** .32** .34** -
F4 InteracçãoAssertiva .69** .35** .34** .42** -
c F5 Observaçãopelosoutros .69** .31** .44** .42** .34** -
F6 Comere beberem público .49**.25**.30**.28**.27**.33**
.. P<.Ol
Validadeconvergentee divergente
A validade convergentee divergentedesta escalafoi estudadaatravésdas suas
correlaçõescom a Escalade AnsiedadeSocialparaadolescentes (SAS-A), EscalaRevista
de Ansiedadepara crianças(RCMAS) e o Inventáriode depressãopara crianças(CDI).
.
f Cunha,
M.,Gouveia,
J.P.,Salvador,
M. C.& Alegre,S. ~
'.~
!,t .o~
11 Quadro 8 -
Correlaçõesentre as escalasde medossociais(EAESSA), 1;;":
I ansiedadesocial (SAS.A), ansiedade(RCMAS e depressão(CDI) ",
:. ,c,
'
Médias
e desvios-padrão
obtidos
No Quadro9 estãoexpostos
nosinstrumentos
deavaliação utilizados
os valoresdasmédiase desvios-padrãoobtidosnos
j~:' questionáriosde avaliaçãode ansiedadesocial, ansiedadee depressãoutilizados neste
, ~. estudo, em função do sexo, grupo etário e grupo de escolaridade. Como se pode observar,
'i as raparigaspontuam significativamentemais alto que os rapazesnas sub-escalasde
j ansiedade[F(l, 509)=30.06;p<.OOl] e de evitamento [F(l, 509)=25.42; p<.OOl] da
;i EAESSA,assimcomo na SAS-A [F(l, 520)=10.35;p<.OOl],RCMAS [F(l, 523)=17.40;
j p<.OOl] e CDI [F(l, 511)=22.37; p<.OOl]. Já em relação à idade, quando comparados os
,] resultadosobtidos nos diversosquestionáriosem função dos dois gruposde idade esta-
,j belecidos,dos 12 aos 14 e dos 15 aos 18 anos de idade, não se verificam diferenças
:1 significativas.Tambémem relaçãoà escolaridade,as pontuaçõesobtidaspelos alunosdo
!c;i 3°ciclo do ensinobásico(7°, 8° e ~ anos)não diferem significativamentedasdos alunos
ensino secundário(100, 11° e 12° anos)quer no que respeitaà EAESSA [sub-escalade
ansiedade:F(l, 509)=1.93; p>.05; sub-escalade evitamento:F(l, 509)=.66; p>.05)],
como em relaçãoà SAS-A [F(l, 520)=.20;p>.05],RCMAS [F(l, 523)=.34;p>.05]e CDI
[F(l, 511)=.81; p>.05].
-
Quadro 9 Resultadosobtidos nos instrumentosde medida,
em função do sexo,idade e anos de escolaridade
EAESSA (N=511) SAS.A (N=522) RCMAS (N=525) CDI (N=513)
Ansiedade Evitamento Total Total Ansiedade Total
M DP M DP M DP M DP M DP -
Sexo 209
Masculino 67.64 18.44 63.12 16.25 45.17 11.29 10.55 5.63 10.77 4.93
Feminino 76.80 18.93 70.41 16.49 48.31 10.89 12.60 5.50 12.97 5.42
F 30.06* 25.42* 10.35* 17.40* 22.37*
Idade
12-14anos 72.42 19.30 67.21 17.45 47.52 11.49 11.58 5.99 11.84 5.60
15-18 73.17 19.22 67.36 16.21 46.50 10.87 11.85 5.32 12.19 5.08
F .19 .01 1.09 .30 .56
Escolaridade
7°,8°,9° 71.8019.9566.77 17.56 47.16 11.63 11.60 6.02 11.85 5.48
10°,11°12° 74.19 18.22 67.99 15.68 46.71 10.51 11.90 5.08 12.28 5.10
F 1.93 .66 .20 .34 .81
Nota. Todos OStestesunivariadospara O sexo. gru!"'s de idade e gru!"'s de escolaridade.panocada uma das escalade avaliação
têm. respectivamente.(1. 509), (1, 520). (I, 523) e (1. 511) graus de liberdade. *p<.OOI.
. .
"
Cunha, M., Gouveia, J. P., Salvador, M. C. & Alegre, S.
i
:
li
,i, -
Quadro10 médiase desvios-padrão
dosseisfactores
Ji e total da sub-escalade desconforto/ansiedade
da EAESSA
~, - .. ,
I;: Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações Sociais para Adolescentes (EAESSA)
r Sub-escala
deDesconforto/Ansiedade
~ Factor1 Factor2 Factor3 Factor4 Factor5 Factor6 Total
,Z -
t: M DP M DP M DP M DP M DP M DP M DP 211
{~ Sexo
Masculino 19.19 5.87 7.68 4.00 10.96 4.03 14.77 4.71 9.94 4.53 05.09 2.14 67.64 18.44
;c: Feminino 21.52 6.08 8.88 4.00 12.86 4.30 16.99 4.96 11.44 4.38 05.11 1.92 76.80 18.93
F(I.509) 18.87*. 11.26.. 25.88.. 26.38". 14.28.. .01 30.06..
Idade
12 20.86 5.82 10.31 5.39 11.22 4.42 16.69 5.50 11.06 4.73
.
5.28 2.34 75.42 20.46
13 19.50 6.42 8.36 3.50 11.35 4.30 14.58 4.97 10.79 4.93 5.13 1.94 69.70 19.18
14 21.11 6.13 7.84 3.59 12.00 4.14 15.90 4.93 10.63 4.15 5.19 1.88 72.67 18.41
15 20.75 6.45 7.63 3.34 12.47 4.65 15.92 4.96 11.02 4.80 5.18 2.16 72.98 19.78
16 20.67 6.44 9.02 4.55 12.75 4.06 17.32 5.25 11.24 4.49 5.16 1.99 76.14 21.14
17 20.59 5.33 7.58 3.43 12.23 4.25 15.85 4.20 9.88 3.58 4.64 1.68 70.77 17.07
18 19.87 5.95 8.32 4.12 12.34 3.97 16.49 4.60 11.09 4.88 5.17 2.15 73.28 18.78
F(6.504) 0.67 4.11.. 1.25 2.19. 0.74 0.81 1.00
Escolaridade
7° ano 20.00 6.25 9.97 5.05 11.40 4.59 15.82 5.28 11.25 5.00 5.25 2.18 73.70 20.26
8° 19.82 6.19 7.84 3.19 11.36 4.01 15.41 4.99 10.36 4.62 5.08 1.93 69.88 19.20
9° 20.71 6.80 7.57 3.39 11.90 4.28 15.65 5.25 10.63 4.41 5.22 2.16 71.68 20.37
100 20.50 5.60 7.72 3.84 12.77 4.26 16.04 4.88 10.97 4.51 5.32 2.19 73.32 17.63
11° 21.44 5.91 8.64 4.40 12.89 3.40 17.16 4.53 10.77 4.24 4.85 1.78 75.75 19.12
12" 20.94 5.47 8.10 3.41 12.43 4.34 16.46 4.48 10.75 4.07 4.81 1.74 73.49 18.05
F(5.505) 0.82 5.02.. 2.11 1.32 0.44 0.89 0.93
..~.OOI; .~.05
DISCUSSÃO
I'J;;;:,:::
Medos Sociais na Adolescência:
A Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações Sociais para Adolescentes (EAESSA)
Estes dados sugerem que, na nossa amostra de adolescentes, parecem existir seis i
dimensões de medos sociais. A investigação da estrutura factorial dos medos sociais tem ,
originado resultados não inteiramente consistentes. :1
.
""
ri
~: Cunha,M" Gouveia,J. P.,Salvador,M. C. & Alegre,S.
i:J
l.
r
r
]
J
fi fornecendo evidência para a validade divergente. Por outro lado, as correlações elevadas
f entre as sub-escalas da EAESSA e a ansiedade social avaliada pela SAS-A apoiam a
,í validade de constructo desta nova escala.
!' A diferença significativa entre rapazes e raparigas nas pontuações totais de ansie-
, dade e evitamento não são surpreendentes à luz de estudos recentes sobre a ansiedade
- social nos quais, frequentemente, as raparigas apresentam valores mais elevados de an-
214 siedade social e de prevalência de fobia social (La Greca & Stone, 1993; La Greca &
Lopez, 1998; Verhulst et al., 1997; Wittchen et al., 1999). Contudo, é de notar que exis-
tem estudos, também realizados com amostras de adolescentes, em que não se verificou
um padrão diferencial relativamente ao sexo, embora permaneça a tendência para as
raparigas apresentarem valores mais elevados (Beidel et al., 1995; Essau, Conradt, &
Petermann, 1999). No que respeita à idade, as pontuações totais nas sub-escalas de ansie-
dade e evitamento não foram significativamente diferentes entre os grupos de idade
estabelecidos, embora se tenha verificado um padrão diferenciado para a ansiedade de
lnteracção com o sexo oposto e de lnteracção assertiva. São os mais novos, com 12
anos, que mostram maior ansiedade nas situações de interacção com o sexo oposto
quando comparados com os de 14, 15 e 17 anos. Por sua vez, é no período médio da
adolescência (16 anos) que se verifica uma maior ansiedade relativamente às situações de
interacção auto-afimlativa. Estes dados poderão ser interpretados à luz de diferenças
desenvolvimentais. Assim, uma hipótese possível é que, devido ao aumento da auto-
consciência e sensibilidade às preocupações de auto-apresentação, típicas do início da
adolescência, as situações de interacção com o sexo oposto apareçam como mais ame-
açadoras, enquanto, mais tarde, devido às pressões sociais de competição, sejam as situ-
ações de auto-afinnação que se tomem mais ameaçadoras.
Apesar deste estudo fornecer bons resultados psicométricos e dados normativos
para a EAESSA, apresenta também algumas limitações. A primeira prende-se com a
representatividade da amostra, sendo os resultados aplicáveis apenas aos adolescentes
escolarizados de uma única localidade geográfica, nomeadamente do distrito de Coimbra.
Assim, seria importante futuras investigações recolherem dados normativos duma amos-
tra mais diversificada, de forma a uma maior compreensão do papel de variáveis
demográficas na ansiedade social.
Por outro lado, a análise factorial requer uma replicação com uma segunda amostra
e são necessários estudos de validade apropriados para responder à questão da validade
de constructo dos factores. Estes estudos estão a ser desenvolvidos e, até à sua conclusão,
recomenda-se que seja utilizada, para investigação, apenas as pontuações totais das sub-
escalas de ansiedade e evitamento.
É, também, importante lembrar que estes dados foram obtidos numa amostra da
comunidade e, como tal é imprescindível verificar, em estudos posteriores, se estes re-
sultados se confirnlam numa população clínica, bem como qual o seu significado clínico.
Apenas um estudo deste tipo permitira estudar a validade discriminante da EAESSA tão
i importante na investigação clínica.
Por último, uma outra limitação da presente investigação prende-se com a utiliza-
ção exclusiva de instrumentos de auto-resposta na investigação da validade de constructo
da EAESSA. São necessários mais estudos que apoiem a validade da escala utilizando
outras metodologias de avaliação (por exemplo, entrevistas de diagnóstico, observação
~
Medos Sociais na Adolescência:
A Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações Sociais para Adolescentes (EAESSA)
Peurs sociales dans les adolescents: L'ÉcheUe de Anxiété et Évitement des Situations
Sociales pour adolescents
Dans ce travail, on décrit le développement et les caractéristiques psychométriques d'un nouvel
instrument d'auto évaluation des peurs sociales pour les adolescents, l'Échelle d' Anxiété et Évitement
; des Situations Sociales pour adolescents (EAESSA).
; L' EAESSA est composée par deux sous-échellesqui évaluent l'anxiété et l'évitement provoqués
f par des situations sociales typiques de Ia vie des adolescents. Les deux écheUesrévelent une bonDe
i consistance interne et de Ia stabilité temporelle. On a effectué des études de validité avec des échelles
; d'anxiété sociale (SAS-S), d'anxiété générale (RCMAS) et de symptomatologie dépressive (CDI).
~ Les résultatsde l'étude factorieUeindiquent que les deux sous-échelles
de l'EAESSA sont
~ forméespar six facteursconcernantles différentesdimensionsdes situationssociales.
t, On presenteles donnésnormatifset on analyseles résultatsen fonction du sexeet de l'âge.
~ Ces résultatssuggerentque l'EAESSA est un instrumentde réponsefiable et valide pour
~
é
l'évaluationclinique et l'investigationde l'anxiété socialedes adolescents.
,
~ M=-w: Aanxiétésociale;Évaluation;
Adolescence;
Données
psychométriques.
"
~
~
; ABSTRACT
;) Social Feares in adolescents:The Anxiety and Avoidanceof Social Situations Scale for
, Adolescents
~ This study describes the development and psychometric characteristics of a new self-report
l instrument of the social fears for adolescents,lhe Anxiety and Avoidance of Social Situations Scale for
'" Adolescents (AASSSA).
t The AASSSA is formed by two sub-scales which evaluate the discornfort and avoiding caused
~ by typical social situations on youngsters' lives.
~ Both sub-scales
revealgoodlevelsof internalconsistencyandtemporalstability.Validity studies
f have been conducted among social anxiety (SAS-A), general anxiety (RCMAS) and depressive
~'" symptomatology (CDI) scales.
[ The results of lhe factorial study show that both EAESSA sub-scalesare formed by six factors
~ relative to different dirnensions of lhe social situations.
~ Normative data are presented and the results analysed according to sex and age.
1 These results suggest Ihat AASSSA is a valid,and useful instrument for clinical evaluation and
;, for lhe research on social anxiety among adolescents.
i
c KEY-WORDs:
Social anxiety; Evaluation;Adolescence;Self-reportquestionnaire.
,
;
t
"
1
I
.
~';8
Cunha, M., Gouveia, J. P., Salvador,M. C. & Alegre, S. ""i1~
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