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PRÓLOGO

Por meio desta apostila de Saúde Mental, você poderá ter uma ideia dos
valiosos recursos contidos nessa obra desenvolvida especialmente
para auxiliar no aprendizado do conteúdo ministrado. Nela, estão
disponíveis informações atualizadas das principais obras referentes
à disciplina a ser estuda. Este material que está em suas mãos traz
conteúdos que abordam a assistência em saúde mental, a história
da Psiquiatria; A Reforma Psiquiátrica, legislações que envolvem a
saúde mental e psiquiátrica, os principais Transtornos Mentais e
suas especificidades; os meios de aproximação do objeto de trabalho
da enfermagem em saúde mental e a participação do técnico de
enfermagem no tratamento e na reabilitação psicossocial dos sujeitos
em sofrimento psíquico; Políticas de saúde mental e trabalho em
equipe, bem como um roteiro de exercícios para auxilio no aprendizado
a partir dos esboços sugeridos.
Com o auxilio deste material teremos a capacidade de reconhecer,
Identificar e analisar os principais desafios da evolução histórica
da psiquiatria. Identificar as políticas que regem a assistência a
saúde mental no contexto do Sistema Único de Saúde. Apresentar o
processo de desinstitucionalização da Reforma Psiquiátrica Brasileira.
Reconhecer os sinais e sintomas dos quadros agudos e crônicos de
sofrimento psíquico. Subsidia-lo com conhecimento sobre o manejo
nas crises. Apresentar conceitos básicos sobre o uso de fármacos
para o trabalho em equipe multidisciplinar. Planejar com o auxílio do
enfermeiro o cuidado de enfermagem numa base individualizada,
enfocando os aspectos preventivos e de recuperação.
Somos extremamente gratos pela maneira com a qual o ITEC permitiu
que este projeto se tornasse realidade. Agradecemos as equipe diretiva
e de pedagogia que, com muito empenho e dedicação, colaboraram na
preparação desta apostila.

Prof. Dr. Carlos Marcelo Balbino


Profa Msc. Graziele de Almeida Rocha
Com criatividade, competência, inovação e tecnologia, iniciamos
em 2009 no município de Volta Redonda/RJ as atividades do ITEC –
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CAPACITAÇÃO, ofertando cursos técnicos,
profissionalizantes e de especialização, consolidando assim, seu método
de ensino e reconhecimento na região Sul Fluminense. O ITEC, com seu
ensino de qualidade e tradição, foi a primeira instituição técnica da região
a oferecer o curso de Podologia, com reconhecimento no CEE - Conselho
Estadual de Educação.

Nesses mais de 10 anos de instituição, são mais de 4 mil alunos formados


nos diversos cursos oferecidos, mantendo a sua trajetória alicerçada em
inovação, integrada a uma excelente infraestrutura e corpo de professores
altamente qualificados.

Buscando a melhoria da qualidade do nosso ensino, a marca ITEC uniu-se


ao Grupo SELS – Sociedade Educacional Lopes e Silva, que conta com dez
instituições de ensino espalhadas pelos estados do Rio de Janeiro, Minas
Gerais e São Paulo.
Esse número vem crescendo constantemente devido ao comprometimento
e dedicação de toda equipe.

Como Mantenedora do ITEC, acredito na gestão democrática, participativa


e transparente tendo como meta principal o nosso aluno, que é e será a
razão maior da existência do ITEC.

Mantenedora Josiane de Oliveira Lopes


A DIREÇÃO
Como instituição que acredita nos princípios éticos e morais, o ITEC foca
o seu ensino numa prática inovadora e significativa. Formar cidadãos
comprometidos, inferindo positivamente no desenvolvimento da
sociedade, é o nosso objetivo primordial.

Nossa proposta curricular se respalda na Lei 9.394/96 e nas demais


legislações educacionais vigentes, desenvolvendo um trabalho que
privilegie a criação de um ambiente afetivo, condição fundamental para a
aprendizagem e incentive a inclusão de temas transversais, fomentando
a aquisição de conhecimentos amplos e diversificados.

Procurando sempre tencionar às demandas do mundo profissional,


nossos cursos buscam atender as necessidades correntes do
mercado, sem perder de vista seu compromisso com um ensino de
qualidade e aliando o embasamento teórico com atividades práticas que
permitem que o aluno se aproxime do ambiente de trabalho.

Nossa metodologia de ensino busca incentivar os alunos a aprenderem de


forma autônoma e participativa, por meio de problemas e situações reais.

Nosso maior intuito é de desenvolver profissionais capacitados para


disputar as diversas vagas no mercado de trabalho. Nesse sentido, com
um currículo voltado para o desenvolvimento global e o sucesso de nossos
educandos, trabalhamos com foco no desenvolvimento das habilidades
e competências do corpo discente e firmamos o compromisso com uma
educação diferenciada, prazerosa e transformadora!

Direção do ITEC - Gabriella da S. Ferreira


OS AUTORES
Prof. Dr. Carlos
Marcelo Balbino
Doutor em Ciências do Cuidado em Saúde pela Universidade Federal
Fluminense. Mestre em Enfermagem Assistencial pela Universidade
Federal Fluminense. Especialista em Docência do Ensino Superior e
Profissional pela Faculdade São Judas Tadeu. Atua como docente em
universidades, cursos de graduação e pós graduação, cursos técnicos
de enfermagem, consultoria a empresas de saúde e revisor Ad hoc de
periódicos científicos.

Profª. Msc. Graziele


de Almeida Rocha
Mestre em Ensino em Ciências da Saúde e Meio Ambiente (2020). Pós
graduada em Docência do Ensino Superior (2012), Enfermagem do Trabalho
(2009); Saúde da Família e Comunidade (2005) e Bacharel em Enfermagem
(2002). Atualmente trabalha como docente e preceptora de estágio em
universidades e fundações. Atua como Coordenadora do curso e de estágio
do Curso Técnico em Enfermagem do Instituto Tecnológico de Capacitação
- ITEC.
SUMÁRIO
UNIDADE 01 13 UNIDADE 07 24
Assistência De Enfermagem Ao Psicose

Paciente Clínico Aula 01 24


Aula 01 13
UNIDADE 08 26
UNIDADE 02 16 Esquizofrenia

História Da Psiquiatria Aula 01 26


Aula 01 16
UNIDADE 09 30
UNIDADE 03 18 Transtornos Do Humor

Reforma Psiquiátrica Aula 01 30


Aula 01 18
UNIDADE 10 32
UNIDADE 04 20 Transtornos Mentais Orgânicos

Transtorno Mental Aula 01 32


Aula 01 20 Aula 02 34

UNIDADE 05 21 UNIDADE 11 36
Transtorno De Ansiedade Psicofármacos

Aula 01 21 Aula 01 36
Aula 02 22 Aula 02 37

UNIDADE 06 23 UNIDADE 12 38
Transtorno Obsessivo-Compulsivo Prevenção em Saúde Mental

Aula 01 23 Aula 01 38
UNIDADE 01

AULA 01
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO
PACIENTE CLÍNICO

É Ausência de distúrbio mental ou A partir desse contexto, as autoridades de


comportamental; um estado de bem- saúde dos Estados Unidos constataram
estar psíquico em que o indivíduo alcançou que a doença mental era um problema
integração satisfatória de suas tendências significativo de saúde;
instintivas aceitáveis, tanto para si próprio • A outra questão foi a necessidade de
como para seu meio social. devolver os jovens soldados aos campos
“A capacidade de estabelecer relações de batalha o mais rápido possível, o
harmoniosas com os demais e a contribuição que possibilitou o desenvolvimento da
construtiva nas modificações do ambiente psicoterapia breve, provocando uma
físico e social.” (Organização Mundial de Saúde) mudança na psicoterapia tradicional.

Prevê a ocorrência da doença, a promoção da Após a segunda guerra mundial, os hospitais


saúde, a descentralização, o envolvimento gerais passaram a aceitar pacientes
da população e um enfoque comunitário psiquiátricos, mas as condições precárias
em relação às suas ações. O sujeito é visto de assistência a essa população eram alvo
como um ser global, portanto, necessitando de denúncias e críticas por parte da opinião
de atenção multiprofissional. A concepção pública. Em decorrência dessas pressões,
de psiquiatria comunitária não nasceu clara. o Congresso Americano, em 1955, criou
Havia uma dificuldade relacionada inclusive uma Comissão de Enfermidade e Saúde
ao conceito de saúde mental, em oposição à Mental, que, entre os anos de 1955 e 1963,
psiquiatria hospitalar. avaliou, discutiu e criou as bases políticas e
as jurídicas para transformar a assistência
Vários programas foram desenvolvidos. Esses psiquiátrica.
programas, por serem pioneiros em relação
à abordagem da psiquiatria comunitária, que A Comissão apresentou, em 1961, um
passaria a ser denominada a saúde mental. relatório intitulado Action for Mental Health
Durante e após a Segunda Guerra Mundial, dois que recomendava que fossem criadas
fatos deram um ímpeto ao desenvolvimento da bases de assistência comunitária, leitos
psiquiatria comunitária: psiquiátricos em hospitais gerais. Os
• O primeiro estava relacionado ao número grandes hospitais psiquiátricos deveriam
de jovens que retornavam da guerra com ter seus leitos reduzidos, e outros não
sintomas psiquiátricos. poderiam ser criados.

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O espaço de ação da psiquiatria deveria ser algumas clínicas consideradas sem
expandido e incorporado à comunidade como condições de funcionamento.
campo de atuação Entendemos como clínica de enfermagem
psiquiátrica o processo de busca que implica
A partir de 1990 ocorreram mudanças uma capacidade de observação disciplinada
em relação às políticas de saúde mental e o desenvolvimento de aptidões para
caracterizadas pela reestruturação da aplicar conhecimentos teóricos à prática
assistência psiquiátrica visando ao tratamento da relação interpessoal, em prol da ajuda
precoce, contínuo e eficiente na reabilitação e ao cliente psiquiátrico. A enfermeira na
reinserção do usuário da saúde mental. internação psiquiátrica ainda permanece
no cuidado administrativo- institucional,
>Enfermagem psiquiátrica pautando suas ações no modelo biológico,
A psiquiatria e a enfermagem psiquiátrica o que vai na contramão do que nos é
surgiram no hospício. O hospício era a proposto pela Reforma Psiquiátrica, que,
instituição disciplinar para reeducação do de um certo modo, nos exige um cuidado de
louco/alienado, que tinha no médico/alienista enfermagem de qualidade, em consonância
a figura de autoridade a ser respeitada e ética com uma prática social libertadora. A
imitada nesse projeto pedagógico e, nos clínica de enfermagem psiquiátrica, que
trabalhadores de enfermagem, os atores traduz o cuidado da enfermeira psiquiatra,
coadjuvantes desse processo, executores da se estrutura por elementos constitutivos, a
ordem disciplinar emanada dos médicos. saber:

Consideramos que o momento atual do • Empatia: A empatia é a chave de


trabalho de enfermagem em saúde mental todo o relacionamento terapêutico.
caracteriza- se pela transição de uma prática Consideramos oportuno dizer que
de cuidado hospitalar para a superação deste empatia está diretamente ligada ao
modelo, por meio da incorporação de princípios ofício da enfermeira psiquiatra. A
novos e desconhecidos, que buscam adequar- empatia envolve mais do que saber
se a uma prática interdisciplinar aberta às o que o paciente quer dizer. Ela
contingências dos sujeitos envolvidos em também envolve a sensibilidade para
cada momento e em cada contexto. A política os sentimentos atuais do paciente
de saúde mental tem favorecido a implantação e a capacidade de verbalizar essa
de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). compreensão em uma linguagem
A estratégia utilizada tem sido a criação afinada com o paciente. Ela significa,
destes novos serviços, com a conseqüente com frequência, confirmar com a
desativação de leitos em serviço bastante correção das percepções pessoais e
precário, chegando ao fechamento de deixar-se guiar pelas respostas do
paciente.
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• Intuição: A intuição tem sido considerada de enfermagem psiquiátrica é pós-
componente importante no julgamento demanda, respeitando as vontades e as
clínico e na tomada de decisões, sendo, necessidades do paciente, estimulando-o
portanto, imprescindível para uma maior para a autonomia do cuidado, partimos do
qualidade do cuidado de enfermagem, a princípio que cuidamos do sujeito com toda
intuição é um conjunto de conhecimentos sua singularidade e vontades próprias, que
próprios, adquiridos ao longo de múltiplas deverão acima de tudo ser respeitadas.
experiências do ser, que afloram na mente
espontaneamente, sem necessidade de • Escuta qualificada: É quando a
ninguém transmitir nada, pois que tais enfermeira tem um encantamento pela
conhecimentos pertencem ao universo narrativa do paciente. Antes de pensar
peculiar e subjetivo de conhecimentos do em qualquer tipo de intervenção é
sujeito. Podemos então considerar que a preciso ouvir o sujeito e compartilhar
intuição é um tipo de conhecimento para com ele a situação de sofrimento, para
a enfermeira psiquiatra que a ajuda no depois estruturar qualquer tipo de
momento de decisões do cuidado. intervenção, que pode ser, inclusive,
fazer nada.
• Tempo: Na enfermagem psiquiátrica,
tempo é sinônimo de resultado. O tempo • Prontidão para cuidar: A enfermeira
não é da enfermeira, mas sim do doente. Tal precisa ter prontidão para cuidar, que
conceito se aplica ao estudo, pois temos é estar do lado do paciente, fazer o
identificado que no cenário de pesquisa caminho com ele, conhecê-lo e criar
o “tempo” é da enfermeira, da equipe de com ele um espaço de vida. Essa é
enfermagem, e não do doente. Percebemos uma característica da enfermagem
que as enfermeiras não deixam os pacientes psiquiátrica porque é a única profissão
esperarem por esse tempo, não esperam de saúde que percorre os mesmos
a resposta que depende do tempo interno espaços que o paciente. Exige que a
de cada sujeito. Assim, decidem por ele, enfermeira esteja muito disponível.
pensam por ele e chegam a tomar atitudes
por eles. O “tempo” é da enfermeira, pois é • Esperança: A clínica da enfermagem
visto como as horas do plantão, justificando psiquiátrica induz o esperançar, que
assim a preocupação com o apressamento é aguardar com esperança que um
da hora e o cumprimento de rotinas. pequeno nada ocorra, aguardar com
o paciente com esperança de que o
• Cuidado pós-demanda: A prescrição paciente queira fazer planos para o
é inversa em relação à enfermagem futuro.
generalista. O cuidado na clínica

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Médicos da Era Romana tratavam as
UNIDADE 02
pessoas mentalmente enfermas com

AULA 01 sangrias, purgantes e banhos sulfurosos.


HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA
IDADE MÉDIA
Os seres humanos sempre se preocuparam Os atendimentos aos doentes
com qualquer comportamento diferente mentais foram deixados ao encargo de
daquele encontrado em seu meio. Os rótulos religiosos e as crendices supersticiosas
aplicados a pessoas com transtornos de floresceram. Tratamento tanto humanos
comportamento têm variado através dos (exorcismo) quantos brutais (flagelações,
tempos e incluem termos tais como pecador, acorrentamentos, escorraçamentos e
lunático, insano e doente mental. privações de alimentos) eram aplicados
para afastar o “espírito maligno”.
Os fatores que influenciam esta evolução
são múltiplos e complexos, mas incluem SÉCULO XVI
variáveis tais como: densidade populacional, Os doentes mentais foram trancafiados
disponibilidade dos recursos, crenças em celas, masmorras ou asilos para loucos,
religiosas e práticas sociais, bem como o grupo onde os curiosos podiam pagar para ver
predominante de conhecimentos acerca do a “representação” dos internos mais
comportamento humano. perturbados, os internos mais inofensivos
eram forçados a esmolar pelas ruas.
A doença mental contextualizada em períodos:
Século XVII
PRÉ-HISTÓRIA Em 1621, foi publicado o clássico trabalho
Nos tempos pré-históricos as pessoas com de Burton Anatomy of melancholy. Ele
doenças mentais eram tratadas de acordo afirmava que as bruxas e os mágicos eram
com ritos tribais. Se esses fracassavam, eram tanto a causa quanto a cura para a doença,
abandonados, deixava-se que os indivíduos a caça por eles tornou- se sagrada onde
morressem de inanição ou que fossem milhares foram perseguidos e queimados.
atacados por feras. Acreditava-se que Deus e satã viviam em
uma constante luta pela posse das almas
PRIMÓRDIOS DAS ERAS GREGA E ROMANA humanas. As casas de caridade eram uma
Os templos gregos foram usados com combinação de prisão e asilo e os doentes
frequência para abrigar as pessoas com mentais dividiam espaço com criminosos
doenças mentais. Às vezes, elas eram tratadas menores. Doentes mentais violentos viviam
com grande delicadeza, mas em outras em masmorras. Purgações e sangrias
ocasiões, o tratamento era severo e bárbaro. “camisas-de-força” e chicotadas eram

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terapias comuns. • A comunidade terapêutica;
• O hospital aberto.
SÉCULO XVIII
Em 1792, o francês Philippe Pinel provou o erro O SURGIMENTO DA ENFERMAGEM
em se tratar os doentes mentais de forma PSIQUIÁTRICA
desumana. O aluno de Pinel, Esquirol, deu Foi somente quase no final 1940 e começo
continuidade ao seu tratamento humano e é de 1950 que surgiram os primeiros
considerado o primeiro professor de psiquiatria. trabalhos, enfatizando a importância do
Em 1756, Benjamin Franklin fundou o conhecimento científico de psicologia e
Pennsylvania Hospital, onde Benjamin Rush, o psiquiatria e, posteriormente, também
“pai da psiquiatria norte-americana” começou do relacionamento enfermeira-paciente,
a trabalhar em 1783, ele acreditava que as acenando para a possibilidade futura
fases da lua influenciavam o comportamento da formulação de teorias próprias de
(a teoria lunar da insanidade) e inventou o Enfermagem Psiquiátrica, possibilitando
tranquilizante. uma evolução na prática e no conhecimento
próprio da enfermagem. Drogas
SÉCULO XIX psicotrópicas (agentes antipsicóticos)
Construído em 1773 o primeiro hospital público em 1953, alteravam a química cerebral , as
psiquiátrico norte-americano. Neste período emoções e o comportamento, não houve
havia leilões de doentes com doenças mentais grandes resultados em pacientes graves e
leves. Hospitais foram construídos em áreas crônicos, porem ocorreu uma diminuição
rurais remotas e longínquas o que levava o do número de pacientes em hospitais
doente mental à institucionalização. psiquiátricos.

SÉCULO XX Na década de 60 houve a construção de


No inicio do século começaram a despertar centros comunitários de saúde mental,
interesse sobre a prevenção e a internação iniciando a desinstitucionalização (pratica
precoce na doença mental. de se dar alta a certos pacientes com
• Freud contribuía com movimentos doença mental internados há longo tempo,
relacionados a higiene mental. encaminhando-os para programa de
• Surgimento da lei nacional para saúde tratamento baseados na comunidade)
mental após a segunda guerra mundial
Final da década de 70 e década 80, com o
Vários métodos de tratamento foram movimento de Reforma Psiquiátrica houve o
introduzidos em hospitais psiquiátricos, os surgimento de outros centros de atenção ao
dois mais importantes foram: doente mental que inclui centros de atenção
psicossocial, centros de convivência e

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protegido, conforme previsto na Lei Federal A Lei 10.216/2001 fez-se importante, dentre
que institui o Sistema Único de Saúde (SUS) no diversos aspectos, porque garantiu vários
Brasil. Esta rede substituiria o modelo arcaico direitos aos pacientes com transtornos
dos manicômios do Brasil. mentais, como a participação de sua família
no tratamento e sua proteção contra
LEI N° 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. qualquer forma de abuso, dentre muitos
Dispõe sobre a proteção e os direitos das profissionais de saúde que atendem esses
pessoas portadoras de transtornos mentais pacientes, poucos conheceriam bem sobre
e redireciona o modelo assistencial em saúde essa lei.
mental. Os transtornos mentais ou a “loucura”
sempre estiveram presentes na humanidade, Com o advento da Lei 10.216/01, as pessoas
sendo tratadas de formas diversas por com transtorno mental passaram a ter
diferentes sociedades e a depender do tempo direito a um tratamento humanizado
em que estão inseridas. São algumas vezes e individualizado. Conhecida como Lei
consideradas uma manifestação do divino, da Reforma Psiquiátrica, é fruto de um
outras vistas como uma vergonha e uma grande movimento que visa o fim das
ameaça. antigas instituições psiquiátricas que eram
vistas como verdadeiros “depósitos” para
A lei 10.216 foi um projeto do então deputado pessoas consideradas “indesejáveis” para
federal pelo estado de Minas Gerais em a família e para a sociedade. A referida lei
2001, Paulo Delgado, a respeito dos direitos prioriza a pessoa com transtorno mental,
das pessoas com transtornos mentais, que seu tratamento e sua reinserção social, ao
acabaria ficando conhecida popularmente contrário de legislações anteriores, que se
como lei da reforma psiquiátrica ou lei preocupavam, principalmente, em afastar o
antimanicomial. A lei foi sancionada pelo então paciente da sociedade.
Presidente na época, Fernando Henrique
Cardoso, em 6 de abril de 2001, após 12 anos UNIDADE 03
de tramitação e debates dentro do Congresso
Nacional. AULA 01
REFORMA PSIQUIÁTRICA

Ela representa um grande avanço jurídico no


que concerne aos direitos dos usuários e de Pretende construir um novo estatuto social
seus familiares em saúde mental. Tem como para o doente mental, que lhe garanta
foco a saúde mental de base comunitária e cidadania, o respeito a seus direitos e
dispõe, fundamentalmente, sobre a proteção sua individualidade, promovendo sua
e os direitos das pessoas com transtornos contratualidade (resgate da capacidade do
mentais. sujeito de participar do universo das trocas

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sociais, de bens, palavras e afetos) e sua Esta rede substituiria o modelo arcaico dos
cidadania, inclusos aí não só seus direitos como manicômios do Brasil. A reforma psiquiátrica
seus deveres como cidadão. a desativação gradual dos manicômios, para
que aqueles que sofrem de transtornos
A reforma psiquiátrica pretendeu modificar mentais possam conviver livremente
o sistema de tratamento clínico da doença na sociedade. Ocorre que muitos deles
mental, eliminando gradualmente a internação sequer têm nome conhecido, documentos,
como forma de exclusão social. Este modelo familiares, dificultando a reinserção
seria substituído por uma rede de serviços social. Também não possuem acesso aos
territoriais de atenção psicossocial, visando a benefícios sociais oferecidos pelo Estado,
integração da pessoa que sofre de transtornos como a aposentadoria e auxílio-doença.
mentais à comunidade.
A Política de Saúde Mental no Brasil
O movimento da Reforma Psiquiátrica que, promove a redução programada de leitos
mais do que denunciar os manicômios como psiquiátricos de longa permanência,
instituições de violências, propõe a construção incentivando que as internações
de uma rede de serviços e estratégias psiquiátricas, quando necessárias, se
territoriais e comunitárias, profundamente dêem no âmbito dos hospitais gerais e que
solidárias, inclusivas e libertárias. No Brasil, sejam de curta duração. Além disso, essa
tal movimento inicia-se no final da década política visa à constituição de uma rede de
de 70 com a mobilização dos profissionais da dispositivos diferenciados que permitam a
saúde mental e dos familiares de pacientes atenção ao portador de sofrimento mental
com transtornos mentais. Esse movimento se no seu território, a desinstitucionalização
inscreve no contexto de redemocratização do de pacientes de longa permanência em
país e na mobilização político-social que ocorre hospitais psiquiátricos e, ainda, ações que
na época. permitam a reabilitação psicossocial por
meio da inserção pelo trabalho, da cultura e
A rede territorial de serviços proposta na pela do lazer.
Reforma Psiquiátrica inclui Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), centros de convivência
e cultura assistidos, cooperativas de trabalho
protegido (economia solidária), oficinas de
geração de renda e residências terapêuticas,
descentralizando e territorializando o
atendimento em saúde, conforme previsto
na Lei Federal que institui o Sistema Único de
Saúde (SUS) no Brasil.

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• Depressão;
UNIDADE 04
• Esquizofrenia;

AULA 01 • Transtornos alimentares;


TRANSTORNO MENTAL • Estresse pós-traumático;
• Somatização;
SÍNDROME - É uma condição que se • Transtorno bipolar;
caracteriza por uma coleção de sinais e • Transtorno neurológicos.
sintomas com certa correlação, com uma certa
homogeneidade, mas que, contudo, apresenta Além dos transtornos indicados
certas variações importantes. Podemos falar anteriormente, também existem outros que
que uma síndrome pode ser caracterizada são descritos pelo Manual Diagnóstico e
pelas alterações sintomatológicas básicas e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-
que engloba por sua vez vários transtornos ou 5), como:
doenças • Transtornos psicóticos - como
esquizofrenia ou transtorno delirante;
TRANSTORNO - Apresentam as características • Transtornos de personalidade -
básicas da síndrome, mas que diferem entre como dos tipos paranoide, antissocial,
si com relação a outros critérios, digamos borderline, histriônica ou narcisista;
assim, secundários, como tempo de duração, • Transtornos relacionados ao uso de
concomitância de sintomas de outras substâncias - como drogas ilícitas,
síndromes, fatores e nexos causais, ou mesmo álcool, medicamentos ou cigarros;
características mais particulares. • Transtornos neurocognitivos - como
delirium, Alzheimer ou outras
> TIPOS DE TRANSTORNO MENTAL demências;
Os transtornos mentais são definidos como • Transtorno do neurodesenvolvimento
uma alteração de tipo intelectual, emocional - como deficiências intelectuais,
e/ ou comportamental, que pode dificultar a transtornos da comunicação, autismo,
interação da pessoa no meio em que cresce e déficit de atenção e hiperatividade ou
se desenvolve. alterações dos movimentos;
Existem diversos tipos de transtornos mentais, • Disfunções sexuais - como ejaculação
que são classificados em tipos, e alguns dos precoce ou retardada;
mais comuns incluem aqueles relacionados • Transtorno do sono-vigília - como
são: ansiedade, depressão, alimentação, insônia, hipersonolência ou narcolepsia;
personalidade ou movimentos. • Transtornos parafílicos - relacionados
ao desejo sexual.
TRANSTORNOS MENTAIS MAIS COMUNS: Em caso de suspeita de algum transtorno
• Ansiedade; mental é muito importante consultar

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um psicólogo ou psiquiatra, para que seja A ansiedade é uma reação normal ao
realizada a avaliação necessária, identificado estresse e à ameaça. É uma reação
o diagnóstico e iniciado o tratamento mais emocional à percepção do perigo real ou
adequado. imaginário, que se experimenta fisiológica,
psicológica e comportamentalmente.
> TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS
O verbo transtornar significa tanto modificar a A ansiedade pode ser normal ou patológica.
ordem, pôr outra ordem em funcionamento, Normal após um susto; morte de alguém;
quanto provocar desordem. Podemos desejável e útil quando motiva o indivíduo
considerar que todas as acepções de a se desenvolver. Podendo ser patológica
transtorno quando tomadas por práticas que se quando causa perturbações nas atividades
julgam objetivas e que pretendem estabelecer da vida diária e ou está associada a uma
jurisdição sobre as práticas, pressupõem três doença como, por exemplo no transtorno
aspectos: obsessivo-compulsivo.
• O transtorno é uma perturbação da ordem a
ser seguida; OS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE SÃO
• Se há uma ordem a ser seguida, há uma CATEGORIZADOS EM SETE GRUPOS:
necessidade de adaptar-se a essa ordem; • Pânico com ou sem agorafobia;
• O transtornado é um ser que sofre de um • Agorafobia;
déficit de competências em relação a outros • Fobia social;
sujeitos que se adaptam a essa ordem. • Fobia simples;
• Transtorno obsessivo-compulsivo;
Os transtornos fóbicos, de ansiedade, • Estresse pós-traumático;
obsessiva-compulsivo, dissociativos e • Ansiedade generalizada.
conversivos, bem como as somatizações,
a neurastenia (Neurose que acarreta FATORES QUE PROVOCAM ANSIEDADE:
enfraquecimento da força nervosa; • A doença e a hospitalização (ameaça a
perturbações mentais caracterizadas pela vida, a saúde e à integridade da pessoa);
debilidade do sistema nervoso) e a hipocondria • Situações de exposição pública
permanecem agrupados de alguma forma (palestras, aulas);
arbitrando em torno de um constructo mais • Desconforto devido a dor, frio, fadiga e
amplo denominado neurose. mudanças na dieta;
• Privação de satisfação sexual;
UNIDADE 05 • Restrição de movimentos (restrição
física decorrente de problemas físicos) ;
AULA 01
TRANSTORNO DE ANSIEDADE • Isolamento;
• Interrupção ou perda do meio de ganhar

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a vida (precipitação de uma crise financeira); PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS:
• Atitude incoerente e imprevisível das • Palpitações;
pessoas das quais depende; • Taquicardia;
• Frustração de metas e expectativas; • Sudorese;
• Confusão e incerteza sobre o presente e o • Tremores finos ou grosseiros;
futuro; • Sensação de perda de fôlego ou
• Separação da família e dos amigos. sufocação;
• Sensação de aperto na garganta;
SINAIS E SINTOMAS DE ANSIEDADE: • Dor ou desconforto no peito;
• Taquicardia; • Sentir-se tonto, cambaleante,
• Taquipnéia; atordoado ou prestes a desmaiar;
• Alterações na pressão arterial e • Desrealização (sentimentos de
temperatura; irrealidade);
• Relaxamento dos músculos lisos da bexiga • Despersonalização (sentir-se distante
e intestinos; de si mesmo);
• Inquietação motora; • Medo de perder o controle ou
• Diminuição da autoestima; enlouquecer;
• Pele úmida e calafrios; • Transtornos Neurológicos;
• Pupilas dilatadas; • Parestesias (sensações de dormência
• Boca seca; ou formigamento) Calafrios ou ondas
• Cefaléia; de calor
• Numerosas queixas físicas • Náusea ou mal-estar abdominal Medo
de morrer
AULA 02
DOENÇA DO PÂNICO
COMPLICAÇÕES:
Este distúrbio se caracteriza por ataques • Agorafobia (medo de lugares abertos);
de pânicos recorrentes, início imprevisível • Hipocondria;
e intensa apreensão, medo ou terror • Desavenças conjugais;
frequentemente associados a uma sensação • Dificuldades financeiras;
de morte iminente e acompanhados de • Abuso de álcool e drogas;
intenso desconforto físico. • Suicídio.

CAUSAS: TRATAMENTO:
• Genética; Visa o controle dos ataques e envolve
• Biológica; psicoterapia e medicamentos.
• psicossociais. • Antidepressivos (imipramina,
fluoxetina, tranilcipromina);

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 22
• Benzodiazepínicos.
UNIDADE 06
> AGORAFOBIA AULA 01
Consiste de um medo de lugares abertos. O TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
indivíduo manifesta agorafobia expressando
temor de ser deixado sozinho e ou de sair de A característica essencial de transtorno
sua casa. Evita multidões e lugares públicos, obsessivo-compulsivo são os pensamentos
pois prevê alguma forma temível de colapso. obsessivos e os atos compulsivos
A agorafobia é particularmente incapacitante, recorrentes.
porque interfere acentuadamente na
capacidade de o indivíduo viver uma vida normal SINAIS E SINTOMAS:
• Pensamentos obsessivos (ideias,
> FOBIA SOCIAL sentimentos ou imagens que entram
É um temor persistente de qualquer situação repetidamente na mente do individuo e
de grupo, onde a pessoa acredita que será que são sempre angustiantes; o cliente
o foco de atenção e na qual teme agir de um tenta sem sucesso, resistir a eles);
modo que lhe cause humilhação ou embaraço. • Atos e rituais compulsivos
A fobia social mais comum é o medo de falar em (comportamentos estereotipados
público. Os indivíduos que sofrem deste medo conscientes, como contar, verificar
muita das vezes sentem-se aterrorizados ante ou evitar, que também se repetem
a idéia que sofrerão um colapso na frente da muitas vezes), que são desagradáveis
audiência ou de que ficarão mudos. e impedem o indivíduo de cumprir suas
tarefas;
> FOBIA SIMPLES • Transtornos Neurológicos;
Caracterizado por um medo persistente de • Preocupações com limpeza;
objeto ou situação específicos. O indivíduo • Medo de que algo terrível possa
pode temer lugares abertos, corredores acontecer (incêndio, morte);
estreitos, salas pequenas, águas correntes, • Preocupação com simetria, ordem ou
escadas, lugares altos, animais variados ou exatidão;
qualquer outro objeto ou situação específicos. • Ideias de pecado;
Quando exposto ao objeto ou situação • “Números de sorte ou de azar”;
temidos, o indivíduo imediatamente responde • Lavar as mãos;
com sintomas de intensa ansiedade que • Verificar portas e fechaduras;
desaparecem com a mesma rapidez quando • Tocar em objetos;
é afastado do objeto ou situação. Portanto, • Contar e selecionar;
esta pessoa faz esforços enormes para evitar • “Pisar apenas nas pedras brancas”.
expor-se a isso.

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 23
TRATAMENTO: obtido pelo paciente por manter os
• Antidepressivos; conflitos internos fora da consciência; o
• Psicoterapia comportamental. ganho secundário, referido às vantagens
que o paciente obtém por sua enfermidade.
> TRANSTORNO DE ESTRESSE
PÓS-TRAUMÁTICO Diagnóstico e tratamento dependem de
Caracterizado pela experiência repetida um exame clínico minucioso. Descartadas
de terror associado com um evento as causas médicas, pode-se sugerir ao
psicologicamente opressivo, que foi realmente paciente uma abordagem psicológica,
vivido em um momento anterior da vida (guerra, com terapia focalizada em questões de
desastre natural e estupro) Os flashbacks da estresse e enfrentamento. Ansiolíticos,
experiência e o terror que os acompanham são exercícios de relaxamento comportamental
frequentemente precipitados por um estímulo e psicoterapia, já que quanto maior o tempo
relacionado com o evento original. que o indivíduo passa na condição de
doente, mais difícil torna-se o tratamento.
> TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
Caracterizada por uma ansiedade irrealista ou São caracterizados por uma perturbação
excessiva e preocupação acerca de duas ou na integração normal da identidade,
mais circunstâncias de vida, que geralmente memória ou consciência. Existência dentro
são determinadas no decorrer de sua evolução da pessoa de duas ou mais personalidade
(pai e mãe na meia-idade podem temer ir à distintas com atitudes e comportamentos
falência e não viver para ver o filho formado). opostos, provocado por traumas na infância
de natureza sexual.
> OUTROS TRANSTORNOS:
TRANSTORNOS SOMATOFORMES UNIDADE 07
Trata-se de uma situação que envolve perda
AULA 01
ou alteração na função motora ou sensorial
PSICOSE
voluntária, não sendo explicada por doença
clínica ou outro processo fisiopatológico O termo psicose vem do grego “psique”,
conhecido. Tais condições não podem ser para mente, e “ose”, para condição anormal,
decorrentes da influência direta do paciente significando literalmente condição anormal
sobre elas, como acontece na simulação. da mente. O indivíduo sofrendo de psicose
O transtorno conversivo é um exemplo de é chamado psicótico.
transtorno somatoforme. O psicótico pode reportar alucinações ou
crenças delirantes, e exibir alterações de
Outras características são o ganho primário, personalidade e desordem de pensamento.

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 24
Isso pode ser acompanhado por comportamento • Transtorno esquizoafetivo – a pessoa
incomum ou bizarro, assim como dificuldade tem alterações como no bipolar e no
com interação social e em levar atividades esquizofrênico, mas não se enquadra
cotidianas. em nenhum dos dois diagnósticos.

TIPOS E CAUSAS: SINTOMAS:


• Psicose induzida por drogas – como • Alucinação na psicose - Uma alucinação
álcool, maconha, cocaína, etc. Alguns é definida como percepção sensorial
dos usuários de drogas podem já ter tido na ausência de estímulo externo. Ela
comportamento um tanto psicótico e a é diferente de ilusão, ou distorções
droga piora seu estado mental, enquanto perceptivas, as quais são erros na
outros desencadeiam o surto com o uso da percepção de estímulos externos.
droga; Alucinações podem ocorrer em qualquer
• Psicose orgânica – causada por lesão um dos cinco sentidos e tomar quase
cerebral ou enfermidade física que altere qualquer forma, incluindo desde simples
o funcionamento do cérebro, como a sensações até experiências mais
encefalite, a AIDS, tumor cerebral, reação complexas como ver e interagir com
química a certos remédios em pessoas animais, escutar vozes e ter sensações
predisponentes talvez (pós-cirúrgico); táteis complexas. Alucinações de
• Psicose reativa breve – sintomas aparecem audição, particularmente experiências
de forma súbita em resposta a um evento de escutar vozes, são comuns na
muito estressante para uma pessoa muito psicose. Vozes de alucinação podem
sensível. A pessoa recupera em poucos falar sobre ou para o psicótico, e
dias; podem envolver vários locutores com
• Esquizofrenia – quando há mudanças personalidades distintas
psicóticas por pelo menos seis meses. • Delírio na psicose - A psicose pode
Atinge uma em cada 100 pessoas. Há envolver crenças delirantes, algumas
diferentes tipos como a paranoide, das quais de natureza paranoica. Karl
hebefrênica, catatônica, simples, residual; Jaspers classificou os delírios psicóticos
• psicose maníaco-depressiva – Há em tipos primário e secundário.
alteração do estado de humor caracterizado Os delírios primários são definidos
pela alternância de momentos de exagerada como de aparecimento súbito e não
euforia (mania) com depressão. Na fase compreensíveis em termos de processo
da euforia a pessoa se acha um deus mental normal. Os delírios secundários
onipotente e faz coisas fora da realidade, podem ser compreendidos com sendo
Na fase depressiva pode escutar vozes, influenciados pela formação da pessoa
retraimento, isolamento; e situação atual.

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 25
Há delírios de grandeza (“Eu sou o presidente TRATAMENTO E CONDUTA:
do país.”), de ciúme (“Todos me traem.”), de • Estratégias comportamentais: ajudar
perseguição (“Você [dizendo para o médico] o paciente a lidar com a ansiedade e a
está aqui para me matar!”), místicos (“Eu sou depressão, criar métodos alternativos
Jesus Cristo.”), etc. A pessoa crê ser isto real. para abordar as situações;
E nada a convence de que não é; • Controle dos delírios: avaliar
• Desordem do pensamento na psicose - frequência, intensidade e duração, não
Desordens de pensamento descrevem um reforçar (concordar) com as ideias de
distúrbio subordinado ao pensamento e delírio expostas pelo paciente;
são classificadas principalmente por seus • Controle das alucinações: ajudar
efeitos na fala e escrita. Pessoas afetadas a reconhecer os sintomas, seus
mostram perda de associações que são deflagradores e as estratégias de
uma desconexão e desorganização do controle.
conteúdo semântico da fala e escrita. Não • Psicofarmacologia: medicamentos
se entende bem o que a pessoa psicótica ansiolíticos e hipinossedativos,
está dizendo, não faz sentido o que ela diz. antipsicoticos, estabilizadores do
Pode haver dificuldade de concentração. humor.
Os pensamentos podem estar acelerados • Controle das recidivas: informar
ou muito lentos; cliente e familiares como identificar e
• Mudança de sentimentos - ocorrem sem agir em casos de recidiva iminente;
razão aparente. Sensação de isolamento • Educação do cliente e da família:
do mundo, estranheza, como se tudo se quando recebem informações sobre o
movesse em câmara lenta, e ora muito diagnóstico, medicamentos, pesquisa
alegre, ora deprimido demais, ou sem atual e recursos comunitários, são
nenhuma emoção, como se fosse uma capazes de controlar a doença.
máquina;
• Mudança de comportamento - A mudança
UNIDADE 08
do comportamento depende de outras
alterações (se a pessoa tem alucinação AULA 01
auditiva de que uma voz está lhe dizendo ESQUIZOFRENIA
para fugir, ela ficará muito inquieta e irá
querer sair correndo. Ou pode estar muito Um grupo de moléstias, caracterizado por
assustada e não conseguir dormir. Outros perturbações mentais, afetivas e volitivas,
param de comer porque há no delírio a ideia com uma tendência a fugir da realidade.
de que colocaram veneno na comida.)
INCIDÊNCIA:
afeta aproximadamente 1% da população,

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 26
de evolução crônica, com início mais • F20.9 Esquizofrenia, não especificada;
predominante entre 16 e 28 anos. • Esquizofrenia - Tipos
A esquizofrenia se manifesta geralmente no
final da adolescência ou no inicio da vida adulta, Devido a imensa tipagem de esquizofrenias,
tanto em homens quanto em mulheres. Pode basicamente dividida em 6 tipos, que são
levar o indivíduo a vários graus de deterioração de diferenciados através dos sinais e sintomas
personalidade, com riqueza de manifestações e comportamento do portador desse
psicopatológicas e com desorganização de transtorno, sendo elas:
diversos processos mentais. • Esquizofrenia Simples;
• Esquizofrenia Desorganizada ou
A Classificação Internacional das Doenças Hebefrênica;
(CID10), da Organização Mundial da Saúde • Esquizofrenia Catatônica;
coloca os quadros de esquizofrenia na • Esquizofrenia Paranoide;
codificação F20, e os define como: “Distorções • Esquizofrenia Residual;
fundamentais e características do pensamento • Esquizofrenia Indiferenciada.
e da percepção e por afeto inadequado ou
embotado. ESQUIZOFRENIA SIMPLES
Considerada pouco comum, é de início
Tanto na CID 10 como no DSM IV, estão insidioso, porém progressivo, havendo o
descritos alguns subtipos clínicos: desenvolvimento de excentricidades de
DSM IV: conduta, inabilidade para cumprir demandas
• 295.30 Tipo Paranoide; da sociedade e declínio da performance.
• 295.10 Tipo Desorganizado;
• 295.20 Tipo Catatônico; ESQUIZOFRENIA DESORGANIZADA OU
• 295.90 Tipo Indiferenciado; HEBEFRÊNICA
• 295.60 Tipo Residual. Tipo que possui maior chance de
deterioração inicial, pois apresenta
Tanto na CID 10 como no DSM IV, estão descritos regressão acentuada a um comportamento
alguns subtipos clínicos: primitivo. É caracterizado pelos sintomas
• F20.0 Esquizofrenia Paranoide; de desorganização e transtorno de
• F20.1 Esquizofrenia Hebefrênica; pensamento, incoerência e dissociação,
• F20.2 Esquizofrenia catatônica; afetividade e respostas socioemocionais
• F20.3 Esquizofrenia indiferenciada; inadequadas, aparência pessoal e contato
• F20.4 Depressão pós-esquizofrênica; com a realidade precários, comportamento
• F20.5 Esquizofrenia residual; hilário e bizarro, maneirismo e retraimento
• F20.6 Esquizofrenia simples; social. Existe nesse tipo de esquizofrenia
• F20.8 Outra esquizofrenia; um risco de heteroagressividade, distúrbios

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 27
eróticos acentuados e geralmente vem ESQUIZOFRENIA INDIFERENCIADA
seguido de um grau maior de deterioração. É caracterizada pelos sintomas de
delírios, alucinações, incoerência ou
ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA comportamento desorganizados, sintomas
É caracterizada pelas alterações psicomotoras negativos evidenciados, apresenta
como: estupor, rigidez, excitação, negativismo ausência de outros sintomas que possam
ou posturas bizarras, acompanhadas de ser classificados em qualquer outro tipo
estereotipias, maneirismos, mutismo e de esquizofrenia, deterioração do nível de
flexibilidades cérea, agressividade a ponto funcionamento, ausência de alterações
de se ferirem e ferirem a outros, além de somáticas relevantes e duração contínua
apresentar maior risco de desnutrição, da doença por pelo menos seis meses.
exaustão e hiperpirexia.
EXISTEM FATORES QUE SÃO CAPAZES
ESQUIZOFRENIA PARANOIDE DE CONTRIBUIR PARA A ESQUIZOFRENIA,
Tipo mais ameno de evolução da esquizofrenia, SENDO ELES:
apresenta ansiedade, querência, violência, • fatores genéticos;
alucinações auditivas, delírios e alterações • de personalidade;
das interações pessoais. As principais • estrutura orgânica;
características estão ligadas ao pensamento • relacionamento criança-pais;
de grandeza e perseguição, acompanhadas de • fatores sociais;
delírios e alucinações auditivas, surto agudo, • anormalidades bioquímicas e
ausência de sintomas catatônicos e endócrinas;
desorganizados e menor embotamento • fatores ambientais;
afetivo; apresenta grande risco suicida e de • drogas alucinógenas;
agressão. • fatores precipitantes.

ESQUIZOFRENIA RESIDUAL > MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


Caracteriza-se pela permanência de
manifestações sintomáticas negativas após SINTOMAS PRIMÁRIOS DE BLEULER:
os surtos, afastamento social, comportamento • Embotamento Afetivo;
excêntrico, embotamento emocional, • Distúrbios do curso do pensamento;
pensamento ilógico, inadequação afetiva, • Ambivalência;
apragmatismo, dissociação do pensamento • Autismo;
e história anterior de pelo menos um surto • Afrouxamento das Associações.
de esquizofrenia que geralmente se torna
crônico.

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 28
SINTOMAS ACESSÓRIOS: negativos costumam ser estáveis ao
• Erros sensoriais; longo do tempo se diferenciando e se
• Ideias delirantes; Alucinações; encaixando cada um em um ou mais tipos
• Transtornos de memória; de esquizofrenia.
• Sintomas catatônicos;
• Peculiaridades de linguagem; DIAGNÓSTICO:
• Alterações de personalidade. É necessário realizar um diagnóstico para
cada tipo de paciente esquizofrênico para
A esquizofrenia caracterizada por dois tipos avaliar o tipo de tratamento prestado.
de sintomas, sendo eles positivos e negativos, No futuro, espera-se que a descoberta de
onde os positivos referem-se ás cognições, marcadores biológicos e preditores mais
experiências sensoriais e comportamentos específicos, bem como a melhor delimitação
presentes nos pacientes que normalmente dos estados mentais de risco, possibilitem
estão ausentes nas pessoas sem o transtorno. a detecção e a intervenção precoces na
Os sintomas negativos referem-se à ausência esquizofrenia e, quem sabe, a prevenção
ou diminuição das cognições, emoções ou dessa doença.
comportamentos, que normalmente estão
presentes nas pessoas sem o transtorno. A avaliação e a assistência devem ser
feitas por uma equipe multiprofissional,
SINTOMAS POSITIVOS: composta no mínimo de médico psiquiatra,
Exemplos comuns de sintomas positivos terapeuta ocupacional, enfermeira com
incluem alucinações (ouvir vozes.), ideias especialização em psiquiatria e assistente
delirantes (acreditar que pessoas os social.
perseguem) e o comportamento estranho
(manter uma postura estranha sem motivo TRATAMENTO:
aparente). O tratamento para indivíduos que
apresentam sintomas de psicose deve
SINTOMAS NEGATIVOS: ser realizado em local especializado, e
Exemplos comuns de sintomas negativos: podem ser: farmacológicas, psicossocial e
expressividade afetiva embotada ou plana intervenções com a participação da família.
(diminuição da expressividade facial), pobreza
da fala (diminuição da comunicação verbal), > FARMACOLÓGICO
anedonia (incapacidade de experimentar É feito através de uso de antipsicóticos,
prazer), apatia, retardo psicomotor (lentidão melhoram os sintomas positivos, que
ao falar) e inércia física. contribuem no tratamento de sinais
Os sintomas positivos costumam oscilar ao negativos e também são utilizados os
longo do curso do transtorno, enquanto os neurolépticos;

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 29
OS ANTIPSICÓTICOS SE DIVIDEM EM 2 TIPOS:
UNIDADE 09
• antipsicóticos típicos ou convencionais
- são antagonistas da dopamina que, AULA 01
embora eficientes na diminuição dos TRANSTORNOS DO HUMOR
sintomas, causam efeitos colaterais,
São subdivididos em diagnósticos clínicos
como o efeito extrapiramidais que são os
como transtorno depressivo e bipolares.
tremores, rigidez e bradicinesia e os mais
Tais quadros podem ocorrer como episódios
usados são o haloperidol e clopromazina;
únicos, mas costumam evoluir em fases
• Atípicos - inibem receptores de dopamina
e ser recorrentes, podendo ter remissão
e serotonina, proporcionando uma
espontânea ou cronificar caso não seja
diminuição nos sintomas positivos
tratadoadequadamente. Não causam
e negativos com menos efeitos
prejuízo da integridade mental pois podem
extrapiramidais, mas, em contrapartida,
remitir (anular-se) por completo.
existe um aumento em relação ao peso
do doente. Tendo assim que ser, sempre
cautelosamente supervisionado pela
> TRANSTORNO BIPOLAR
equipe de enfermagem sendo os mais
AFETIVO
Existe uma confusão acerca da palavra
utilizados a clozapina, resperidona o e
“depressão”, pois ela é utilizada para
olanzapine;
descrever ao mesmo tempo uma alteração
do humor, uma síndrome e um transtorno
> PSICOSSOCIAL
específico. Já a palavra “mania”, que
Consiste no tratamento do paciente através
clinicamente significa “euforia patológica”,
de atividades sociais e ocupacionais, e tem
também é muito confundida com significado
como objetivo promover recuperação e melhor
que o senso comum empresta à palavra: um
aceitação da doença, onde o atendimento
hábito ou um maneirismo.
domiciliar é quase sempre a melhor alternativa;
É importante salientar que um cliente
em mania ou em depressão relata que
• Intervenções com a família
seu humor vital não mais depende do
É altamente indispensável para a recuperação
seu controle, diferente do aumento ou
e adaptação do paciente. A intervenção
diminuição transitória do humor daqueles
sistêmica deve ocorrer com encontros
que tem autocontrole.
intervalados, devendo considerar o sofrimento
da família e a maneira da mesma lidarem com o
ETIOLOGIA:
problema do paciente
• Predisposição genética ou herdada
(história familiar positiva);
• Distúrbios neuroquímicos e
Instabilidade na transmissão de
C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 30
impulsos nervosos ao cérebro (tornam pessoas • Aceleração do curso do pensamento ou
mais vulneráveis a tensões emocionais, físicas taquipquisia (pensamento rápido);
e sociais). • Elevada autoestima;
• Falta de crítica;
SINAIS E SINTOMAS: • Fuga de idéias;
Delírios e alucinações podem ou não fazer parte • hipersexualidade;
do quadro clínico, e o início dos sintomas • Aumento de energia e resistência ao
podem refletir um padrão sazonal (depressão cansaço físico;
mais frequente no outono/inverno). • Insônia;
• Arrogância;
CLIENTES DEPRIMIDOS APRESENTAM: • Heteroagressividade;
• Sensação de tristeza intensa; • Comprar muitas coisas ou até dá seus
• Angústia e ansiedade; objetos indiscriminadamente;
• Perda do interesse; • Delírios de grandeza;
• Negligência do autocuidado; • Alucinação: geralmente auditiva com
• Desânimo; conteúdo de grandeza;
• Sentimento de culpa, medo ou • Desidratação, nutrição inadequada;
desconfiança; • Perda de peso.
• Pessimismo e sentimentos de ruína e
inutilidade; DIAGNÓSTICO:
• Idéias suicidas; • Sintomatológico.
• Dificuldade de concentração;
• Alterações do apetite; TRATAMENTO
• Alterações de sono; Para transtornos depressivos do humor:
• Desinteresse sexual. • Antidepressivos;
• Psicoterapia;
Durante um episódio maníaco, o humor se • Eletroconvulsoterapia (em casos de
mostra elevado, expansivo e irritável. Atividade depressão maior).
motora é excessiva e frenética. Características
psicóticas podem estar presentes; um grau PARA TRANSTORNOS DO HUMOR EM
um pouco mais leve desse quadro clínico EPISÓDIOS MANÍACOS:
sintomático é denominado hipomania. • Neurolépticos e antipsicóticos;
• Estabilizadores do humor.
CLIENTES MANÍACOS APRESENTAM:
• Sensação de bem-estar geral;
• Humor elevado, expansivo ou irritável;
• Distraibilidade;

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 31
O lítio, droga psicotrópica efetiva no tratamento comprometimentos que afetam o cérebro
de mania e na prevenção de recorrência do de maneira direta e seletiva;
transtorno bipolar, quando administrada em • Secundária: como em doenças e
base de manutenção. O lítio não prejudica transtornos sistêmicos que atacam
a atividade intelectual, a consciência ou a o cérebro apenas como um dos
qualidade de vida emocional. múltiplos órgãos ou sistemas orgânicos
envolvidos.
Os níveis tóxicos de lítio estão muito próximos Demência é uma síndrome devida a uma
aos do nível terapêutico, e podem ser doença cerebral, usualmente de natureza
observadas a toxidade através dos sintomas crônica ou progressiva, na qual há
de náuseas, cólicas abdominais, vomito, comprometimento de numerosas funções
diarreia, sede e poliúria. Se a dosagem não for corticais superiores, tais como a memória, o
diminuída aos primeiros sintomas de toxidade pensamento, a orientação, a compreensão,
podem ocorrer danos sérios aos sistemas o cálculo, a capacidade de aprendizagem, a
nervoso central e cardiovascular. linguagem e o julgamento.

O uso prolongado, mesmo sem sintomas de A síndrome não se acompanhada de


reações adversas pode acarretar: uma obnubilação da consciência. O
• Danos renais; comprometimento das funções cognitivas
• Toxidade cardíaca; se acompanha habitualmente e é por vezes
• Desequilíbrio da tireóide. precedida por uma deterioração do controle
emocional, do comportamento social ou da
motivação. A síndrome ocorre na doença de
UNIDADE 10 Alzheimer, em doenças cerebrovasculares
e em outras afecções que atingem primária
AULA 01
TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS ou secundariamente o cérebro.

> DEMÊNCIAS > DOENÇA DE ALZHEIMER


Este agrupamento compreende uma série A doença de Alzheimer é uma doença
de transtornos mentais reunidos tendo cerebral degenerativa primária
em comum uma etiologia demonstrável tal com aspectos neuropatológicos e
como doença ou lesão cerebral ou outro neuroquímicos característicos. O
comprometimento que leva à disfunção transtorno é usualmente insidioso no início
cerebral. e se desenvolve lenta, mas continuamente
durante um período de vários anos.
A disfunção pode classificada em: Doença neurológica, irreversível e
• Primária: como em doenças, lesões e progressiva que começa de maneira

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 32
insidiosa e caracteriza- se por perdas atividades cotidianas, ficam deprimidos,
graduais da função cognitiva e distúrbios no desconfiados, hostis e agressivos;
comportamento e afetivos. • Estágio avançado – conversa
deteriorada (sílabas sem sentido),
CAUSAS: agitação e atividade física aumentada,
• Genética; perambulação noturna, disfagia e
• Alterações neurotransmissoras; incontinência;
• Anormalidades vasculares; • Estágio Terminal – imobilidade e
• Hormônios de estresse; vegetatividade, a morte acontece
• Alterações circadianas; por complicações como pneumonia,
• Traumatismo craniano; desnutrição ou desidratação.
• Convulsões.
DIAGNÓSTICO:
CLASSIFICAÇÃO: • Clínico - Histórico do paciente;
• Doença de Alzheimer Familiar – de início • Imagem – Tomografia e Ressonância
precoce, rara e associada a mutações magnética.
genéticas;
• Doença de alzheimer esporádica – de Tratamento:
início tardio e não apresentam padrão de Consiste em tratar os sintomas cognitivos e
herança evidente. comportamentais.
Medicamentoso para as questões
FISIOPATOLOGIA cognitivas (cloridrato de donepezila,
Alterações bioquímicas e neuropatológicas tartarato de rivastigmina, bromidrato de
específicas são encontradas nos pacientes galantamina) e terapias comportamentais
com Alzheimer (emaranhados neurofibrilares e psicossociais para as questões que
não funcionais, e placas senis ou neuríticas). A envolvam os sintomas comportamentais.
lesão acontece no córtex cerebral resultando
em tamanho cerebral diminuído. > DEMÊNCIA VASCULAR
A demência vascular é o resultado de um
Manifestações clínicas dano vascular cerebral devido à doença
• Estágio inicial – esquecimento e perda sutil vascular, inclusive a doença cerebrovascular
da memória; hipertensiva. Os danos celulares são
• Estágio intermediário – esquecimento em usualmente pequenos, mas cumulativos
muitas ações diárias, perda da capacidade em seus efeitos. O seu início se dá em geral
de reconhecer rostos dos familiares, locais na idade avançada.
e objetos, conversa difícil, dificuldade
de encontrar palavras, dificuldade com

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 33
> DEMÊNCIA EM OUTRAS DOENÇAS > DEMÊNCIA NA DOENÇA DE
Existem casos de demência devida a, ou HUNTINGTON
presumivelmente devida a, outras causas A Doença de Huntington (DH), também
que não a doença de Alzheimer ou doença conhecida como Coreia de Huntington,
cerebrovascular. O início pode ocorrer em é uma doença hereditária rara,
qualquer época na vida, embora raramente na neurodegenerativa, que afeta o sistema
idade avançada. nervoso central, causando alterações
dos movimentos, do comportamento e da
> DEMÊNCIA DA DOENÇA DE PICK capacidade cognitiva.
Demência progressiva, com início na meia Demência que ocorre como parte de
idade, caracterizada por alterações do caráter uma degeneração cerebral difusa. O
precoces de curso lentamente progressivo e transtorno é transmitido por um único
de deterioração social, seguindo-se prejuízo gene autossômico dominante. Os sintomas
das funções intelectuais, da memória e surgem tipicamente na terceira e quarta
da linguagem, acompanhadas de apatia, décadas. A progressão é lenta, conduzido à
euforia e, ocasionalmente, de sintomas morte usualmente em 10 a 15 anos.
extrapiramidais: distonia (espasmo muscular
no pescoço, olhos, língua e mandíbula), > DEMÊNCIA NA DOENÇA PELO
acatisia (incapacidade de se manter imóvel), VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA
acinesia (incapacidade de iniciar movimentos). HUMANA
Demência que se desenvolve no curso da
> DEMÊNCIA NA DOENÇA DE doença pelo HIV, na ausência de qualquer
CREUTZFELDT-JAKOB outra doença ou infecção concomitante
Demência de evolução progressiva, com que pudesse explicar a presença das
extensos sinais neurológicos, decorrentes características clínicas.
de alterações neuropatológicas específicas
presumivelmente causadas por um agente:
AULA 02

o Príon (proteína insolúvel). O início se dá na


idade madura ou posteriormente, mas pode > DOENÇA DE PARKINSON
ocorrer em qualquer fase da idade adulta. Demência que se desenvolve no curso
Apresenta sintomas de perda da memória, de doença de Parkinson estabelecida.
tremores, desordem na marcha, postura rígida, Não se demonstraram ainda quaisquer
ataques epiléticos e paralisia facial (contração características clínicas distintas
muscular). O curso é subagudo, conduzindo à particulares. É um transtorno do movimento,
morte em um ou dois anos. neurológico e progressivo, que acaba por
levar a incapacidade.

C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 34
CAUSAS: • Disfonia (fala mole, baixa, pastosa e
• Genética; menos audível).
• Aterosclerose; Diagnóstico:
• Acúmulo excessivo de radicais livres de • •Clínico (pelo histórico e por duas das
oxigênio; Infecções viróticas; quatro manifestações clínicas básicas);
• Traumatismos crânio-encefálico; • Imagem (exames tomográficos).
• Uso crônico de medicações antipsicóticas.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
FISIOPATOLOGIA: • Antiparkinsonianos (Akineton,
Esta doença se associa a níveis reduzidos de Levodopa, Prolopa, Sinemet, Mantidan,
dopamina em consequência da destruição das Parlodel);
células neuronais pigmentadas na substância • Antidepressivos (Tofranil, amitriptilina,
negra dos gânglios da base do cérebro. A fluoxetina).
perda das reservas de dopamina nesta área
do cérebro ocasiona mais neurotransmissores CIRÚRGICO:
excitatórios (acetilcolina) que inibitórios Embora proporcione algum alívio em
(dopamina), acarretando um desequilíbrio que pacientes, não demonstrou alterar a
afeta os movimentos voluntários. evolução da doença e nem produzir
melhoras permanentes.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PRINCIPAIS:
• Tremor; > DEMÊNCIA EM OUTRAS
• Rigidez; DOENÇAS ESPECIFICADAS
• Bradicinesia; CLASSIFICADAS EM OUTRA
• Instabilidade postural; PARTE
• Demência na deficiência de niacina
OUTRAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: (causa a pelagra), vitamina B12;
• Sudorese; • Degeneração hepatolenticular;
• Rubor facial; • Epilepsia;
• Hipotensão ortostática; • Esclerose múltipla;
• Retenção gástrica e urinária; • Hipercalcemia;
• Constipação; • Hipotireoidismo adquirido;
• Disfunção sexual; • Intoxicações;
• Alterações psiquiátricas (depressão, • Lipidose cerebral;
demências, distúrbios do sono, • Lúpus eritematoso sistêmico;
alucinações); • Neurossífilis;
• Micrografia (escrita manual de tamanho • Poliarterite nodosa;
reduzido); • Tripanossomíase.

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muscular, insônia e raiva;
UNIDADE 11
• Observar as reações do paciente antes,
AULA 01 durante e após a administração dos
PSICOFÁRMACOS medicamentos;
• Observar sinais para detecção das
> FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS síndromes de recaída, rebote e
São drogas, sintéticas ou não, usadas para abstinência;
diminuir a ansiedade e a tensão. Afetam áreas • Evitar a ingestão concomitante de
do cérebro que controlam a ansiedade e o antiácidos e a ingestão de alimentos,
estado de alerta relaxando os músculos. pois lentificam o esvaziamento
gástrico e consequente absorção do
Ansiolítico é nome que se dá aos medicamentos medicamento;
capazes de reduzir a ansiedade e exercer um • O diazepan não pode ser diluído em
efeito calmante, com pouco ou nenhum efeito solventes aquosos ou em combinação
sobre as funções motoras ou mentais. com outros medicamentos que
contenham solvente aquoso, pois
MEDICAMENTOS UTILIZADOS: precipita;
• Bromazepam (Deptran, Lexotan, • Orientar a não ingestão de álcool quando
Lexpiride); estiver em uso destes medicamentos,
• Diazepam (Valium, Diempax, Kiatrium, pois o efeito desta droga é aumentado
Noan, Diazepam, Calmociteno); se consumido juntamente com álcool;
• Alprazolam; • Orientar a não dirigir veículos e nem
• Clonazepam; operar máquinas perigosas devido a
• Lorazepam (Lorax, Mesmerin, Relax). diminuição da coordenação motora e
déficit no estado de alerta.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Observar e monitorar o nível de consciência > FÁRMACOS HIPNÓTICOS
do paciente; São drogas utilizadas para reduzir a
• Observar, registrar e comunicar possíveis inquietação e tensão emocional, além de
efeitos colaterais como:sedação(após serem usadas para induzir sedação e sono
algumas semanas de uso pode ocorrer
tolerância), deficiências cognitivas, Os hipnóticos podem ser divididos em
inibição da função sexual, dependência, dois grupos:
fraqueza muscular, em idosos ocorre • Barbitúricos (ou derivados do ácido
rebaixamento do nível de consciência, barbitúrico) fenobarbital (Gardenal);
reação paradoxal na forma de excitação pentobarbital (Hypnol)
aguda, ansiedade, alucinações, espasmo • Não barbitúricos benzodiazepínicos-

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estazolan (Noctal), flunitrazepan (Rohypnol, de alerta;
Fluserin), flurazepan (Dalmadorm), midazolan • Orientar quanto ao uso de barbitúricos
(Dormonid) e nitrazepan (Nitrazepan, no último trimestre de gravidez pode
Sonebon). causar dependência física no recém-
nascido;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM • Manter especial vigilância a pacientes
• Observar e monitorar o nível de consciência com risco de suicídio que podem
do paciente; acumular esses fármacos para ingestão
• Atentar para o desenvolvimento de posterior.
tolerância aos efeitos de inúmeros
hipnóticos e sua retirada abrupta pode AULA 02
precipitar distúrbios do sono;
• Observar, registrar e comunicar os > FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS
sintomas de intoxicação por superdose Também são chamados de neurolépticos
de barbitúricos: falta de coordenação pois sua indicação específica é para o
muscular com ataxia, tontura, nistagmo, tratamento das psicoses.
fala arrastada, pensamento lentificado,
hematomas e fraturas por quedas. Na Promove alteração na sintomatologia
intoxicação mais profunda existem psicótica como a diminuição e
variados graus de estupor, a fala é cessação dos impulsos agressivos, da
incoerente, a memória apresenta falhas e agitação psicomotora, desaparecimento
podem aparecer alucinações; gradual das alucinações e delírio;
• Observar as reações do paciente antes, na área comportamental promovem
durante e após a administração dos empobrecimento da iniciativa e interesse,
medicamentos, pois todos os hipnóticos indiferença emocional e cansaço.
disponíveis atualmente demonstram
certa tendência para determinar o MEDICAMENTOS UTILIZADOS:
desenvolvimento da dependência e do De acordo com a estrutura química
vicio; básica, os neurolépticos podem ser
• Orientar a não ingestão de álcool quando classificados:
estiver em uso destes medicamentos, • Compostos fenotiazínicos - flufenazina
efeito desta droga é aumentado se (Anatensol), periciazina (Neuleptil) e
consumido juntamente com álcool. E clorpromazina (Amplictil);
comum essa associação ocorrer em • Tioxantênicos - Tiotixeno (Navane);
tentativas de suicídio; • Butirofenônicos - droperidol
• Orientar a não dirigir veículos e nem operar (Droperidol), haloperidol (Haldol),
máquinas perigosas devido a diminuição penfluridol (Semap);
da coordenação motora e déficit no estado
C U R S O D E T ÉC N I C O E M E N F E R M AG E M - S AÚ D E M E N TA L 37
• Difenilbutilamínicos - pimozida (Orap). fenotiazínicas com a pele, pois pode
ocorrer dermatite, assim como quando da
CUIDADOS DE ENFERMAGEM exposição ao sol por parte do paciente;
• Evitar o uso de neurolépticos durante a • Orientar o paciente a não se levantar
gravidez e caso sejam usados, de forma de forma brusca, os neurolépticos
gradual devem ser descontinuados fenotiazínicos podem causar
duas semanas antes do parto, pois hipotensão ortostática, em especial a
podem provocar na criança: icterícia, levomepromazina;
efeitos extrapiramidais e neurológicos • Orientar ou fazer rigorosa higiene oral
transitórios; do paciente, neurolépticos podem
• Orientar o paciente quanto a evitar o uso provocar siasloquese (diminuição ou
de álcool ou de outros depressores do nível ausência de saliva) e com isto podem
central, pois os neurolépticos realçam a advir candidíase oral, gengivite e
ação de outros depressores do Sistema periodontite;
Nervoso Central; • Detectar e comunicar os efeitos
• Observar e monitorar o nível de consciência colaterais que os pacientes
do paciente; desenvolvem, assim como nos pacientes
• Orientar que os fenotiazínicos mascaram crônicos no uso de neurolépticos, deve-
sintomas de ototoxicidade dos antibióticos se observar sinais de discinesia tardia,
ototóxicos; para que o mais precoce possível se
• Orientar os pacientes que os neurolépticos instale terapia apropriada;
devem ser ingeridos durante ou logo após • Atentar para nunca se deve ministrar
as refeições para diminuir a irritação os neurolépticos de depósito pela via
gástrica que provocam; as soluções intravenosa pois eles estão em veículo
orais devem ser diluídas em água, sucos, oleoso e nesta via provocam embolia
leite e caldos para diminuir a irritação gordurosa.
gástrica que provocam, excetuando-se o
haloperidol que deve ser diluído em leite UNIDADE 12
ou água, pois precipita quando diluído em
AULA 01
café, chá, sucos de frutas ou xarope de
PREVENÇÃO EM SAÚDE MENTAL
citrato de lítio;
• Atentar quanto a necessidade de usar > PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL
antiácidos contendo alumínio e magnésio Avaliar se a cidade seria um lugar saudável
ou absorventes antidiarréicos, os mesmos para viver ou não. Sugeria que se avaliasse
devem ser ministrados 2 horas antes ou sua geografia, o suprimento de água e
após o uso dos fenotiazínicos, pois podem aconselhava a observar o comportamento
inibir a absorção destes últimos; de seus habitantes. (Hipócrates Séc.V a.C.)
• Evitar o contato das formas líquidas
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PREVENÇÃO: PREVENÇÃO SECUNDÁRIA:
• Ato ou efeito de prevenir-se; É definida como a identificação precoce
• Disposição ou preparo antecipado e e o pronto tratamento de uma doença ou
preventivo; transtorno mental, com o objetivo de reduzir
• Precaução, cautela; a prevalência (nº total de casos existentes)
• Modo de ver antecipado, premeditado; da condição, pelo encurtamento de
• Precaução, cautela; sua duração. A intervenção de crise e
• Prevenção em Saúde Mental. a conscientização da população são
componentes da prevenção secundária.
O objetivo da prevenção em saúde mental
consiste em diminuir o aparecimento PREVENÇÃO TERCIÁRIA:
(incidência), duração (prevalência) e Consiste em reduzir a prevalência de
incapacidade residual dos transtornos mentais. defeitos ou incapacidades residuais devido
A prevenção baseia-se nos princípios de saúde a doença ou transtornos mentais.
pública, sendo dividida em primária, secundária Envolve esforços reabilitadores para
e terciária. possibilitar que as pessoas com doença
mental crônica alcancem o nível mais alto
PREVENÇÃO PRIMÁRIA: de funcionamento possível.
O objetivo é evitar o aparecimento de uma
doença ou transtorno mental, reduzindo, assim As incapacidades associadas à doença
a sua incidência. mental crônica representam problemas
• Programas educativos de saúde mental sociais, econômicos e de saúde pública. São
(álcool e drogas); extremamente custosos e criam imenso
• Desenvolvimento e utilização de sistemas sofrimento para as pessoas afetadas, suas
de apoio social; famílias e a sociedade.
• Programas de orientação antecipatória
para assistir a pessoa na preparação para Acredita-se que a saúde mental possa
situações estressantes esperadas; ser alcançada por meio de relações
• Intervenção na crise (luto, separação intrafamiliares saudáveis, construídas
conjugal); com interações socioafetivas eficientes
• Programas de pré e perinatais; e viabilizando bem-estar físico,
• Aconselhamento genético de pais com biopsicossocial, emocional e espiritual.
aumento do risco de anormalidades
cromossômicas;
• Prevenção de DST/AIDS.

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ANOTAÇÕES

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Uma escola que está a mais de 10 anos
formando profissionais para o futuro.

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