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( - BGPM Nº 03, de 09 de janeiro de 2024 - )

ASSUNTOS NORMATIVOS

ESTADO-MAIOR

Memorando nº 30.001.2/2024-EMPM

Belo Horizonte, 5 de janeiro de 2024.

Aos: Comandantes, Diretores e Chefes


Assunto Atuação policial em face do crime de abuso e maus-tratos aos animais
:
Anexo: Procedimento Operacional Padrão nº 1.8.0.48 (Atuação em face do
crime de abuso e maus-tratos aos animais)

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) tem como missão constitucional a polícia ostensiva
de prevenção criminal, de segurança, de trânsito urbano e rodoviário, de florestas e de
mananciais e as atividades relacionadas com a preservação e restauração da ordem pública,
além da garantia do exercício do poder de polícia dos órgãos e entidades públicos,
especialmente das áreas fazendária, sanitária, de proteção ambiental, de uso e ocupação do
solo e de patrimônio cultural.

2Considerando que a Lei nº 14.064/20 alterou o art. 32 da Lei nº 9.605/98, que dispõe sobre
as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.

3Considerando que tal mudança legislativa exige também mudanças na execução de


procedimentos policiais, seja no atendimento da ocorrência, quanto na confecção do Registro
de Eventos de Defesa Social (REDS).
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4 Diante do exposto, RECOMENDO:

4.1 Aos Comandantes, Diretores e Chefes


4.1.1 Conhecer o inteiro teor do POP nº 1.8.0.048 (Atuação em face do crime de abuso e maus-
tratos aos animais);
4.1.2 Difundir o contido neste Memorando e no POP nº 1.8.0.048 à toda tropa sob vosso
comando, através dos Treinamentos Táticos (TTa) e Treinamentos Técnicos (TTe).

4.2 À Diretoria de Comunicação Organizacional (DCO)

Difundir o contido neste Memorando e no POP nº 1.8.0.048 (Atuação em face do crime de


abuso e maus-tratos aos animais) por meio de estratégias de Comunicação Organizacional.

4.3 Revoga-se o Memorando nº 30.147.2/2023, de 22 de dezembro de 2023, publicado no


Boletim Geral da Polícia Militar (BGPM) nº 09, de 28 de dezembro de 2023.

(a) MARCELO RAMOS DE OLIVEIRA, CEL PM


Chefe do Estado-Maior
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Anexo - POP nº 1.8.048 - Atuação em face do crime de abuso e maus-tratos aos animais
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Macroprocesso: Decorrente do Tipo Penal
Nome do procedimento: Atuação em face do crime de POP nº 1.8.0.048
abuso e maus-tratos aos animais
Estabelecido em: Atualizado em: Comissão / Unidade:
Folha: 1/
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1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL OU DOUTRINÁRIA


1.1 Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968 - Dispõe sobre o exercício da profissão de médico-
veterinário e cria os Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária.
1.2 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
1.3 Lei nº 14.604, de 29 de setembro de 2020 - Aumenta as penas cominadas ao crime de maus-
tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato.
1.4 Lei Estadual nº 22.231 de 20 de julho de 2016 - Dispõe sobre a definição de maus-tratos contra
animais no Estado e dá outras providências.
1.5 Lei Estadual nº 23.863 de 30 de julho de 2021 - Dispõe sobre a proteção, a identificação e o
controle populacional de cães e gatos.
1.6 Resolução nº 1.236/2018-Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), de 26 de outubro de
2018 - Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre
a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras providências.
1.7 Resolução nº 4.745/2018-CG - Dispõe sobre a lavratura do Termo Circunstanciado de
Ocorrências (TCO) pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
1.8 Diretriz Integrada de Ações e Operações (DIAO) do Sistema Integrado de Defesa Social de Minas
Gerais.
1.9 Instrução nº 3.03.26/2018-CG. Regula as atividades de teleatendimento e despacho em
emergências policiais na PMMG.

2 ABREVIATURA E SIGLAS
2.1 BOS - Boletim de Ocorrência Simplificado.
2.2 CBMMG - Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
2.3 CETAS - Centro de Triagem de Animais Silvestres.
2.4 CFMV - Conselho Federal de Medicina Veterinária.
2.5 COPOM - Cento de Operações Policiais Militares.
2.6 CPF - Cadastro de Pessoa Física.
2.7 CPMAmb - Comando de Policiamento de Meio Ambiente.
2.8 DIAO - Diretriz Integrada de Ações e Operações.
2.9 IBAMA - Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Naturais.
2.10 IEF - Instituto Estadual de Florestas.
2.11 PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais.
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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


Macroprocesso: Decorrente do Tipo Penal
Nome do procedimento: Atuação em face do crime de POP nº 1.8.0.048
abuso e maus-tratos aos animais
Estabelecido em: Atualizado em: Comissão / Unidade:
Folha: 2/
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2.12 POP - Procedimento Operacional Padrão.


2.13 REDS - Registro de Eventos de Defesa Social.
2.14 SOF - Sala de Operações da Fração.
2.15 SOU - Sala de Operações da Unidade.
2.16 TCO - Termo Circunstanciado de Ocorrência.
2.17 UEOp - Unidade de Execução Operacional.

3 RESULTADOS ESPERADOS
3.1 Padronizar condutas e comportamentos operacionais no atendimento a ocorrências referentes ao
crime de abuso e maus-tratos aos animais.
3.2 Resguardar a proteção aos animais como seres sencientes.

4 RECURSOS NECESSÁRIOS
4.1 Fardamento e equipamento operacional.
4.2 Estação de trabalho para registros policiais.
4.3 Equipamentos para recolhimento e acondicionamento de animais.

5 ASPECTOS CONCEITUAIS
5.1 A prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais é tipificada como crime1.
5.2 Nos casos de maus-tratos, em razão da pena, é possível a lavratura de TCO, exceto quando se
tratar de maus-tratos contra cães e gatos, que em razão da pena, não é cabível a lavratura de TCO.
5.3 São exemplos de atos considerados como maus-tratos contra animais2:
a) privar o animal das suas necessidades básicas;
b) lesar ou agredir o animal, causando-lhe sofrimento, dano físico ou morte, salvo nas situações
admitidas pela legislação vigente;
c) abandonar o animal;
d) obrigar o animal a realizar trabalho excessivo ou superior às suas forças ou submetê-lo a
condições ou tratamentos que resultem em sofrimento;
e) criar, manter ou expor animal em recinto desprovido de segurança, limpeza e desinfecção;
f) utilizar animal em confronto ou luta, entre animais da mesma espécie ou de espécies
diferentes;
g) provocar envenenamento em animal que resulte ou não em morte;
h) deixar de propiciar morte rápida e indolor a animal cuja eutanásia seja necessária e

1
Art. 32 da Lei nº 9.605/1998 (Sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente).
2
Art. 1º da Lei Estadual nº 22.231/2016 (Definição de maus-tratos contra animais no estado de Minas Gerais).
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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


Macroprocesso: Decorrente do Tipo Penal
Nome do procedimento: Atuação em face do crime de POP nº 1.8.0.048
abuso e maus-tratos aos animais
Estabelecido em: Atualizado em: Comissão / Unidade:
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recomendada por médico veterinário;


i) abusar sexualmente de animal;
j) outras ações ou omissões atestadas por médico veterinário.
5.4 O crime de maus-tratos aos animais só pode ser cometido na modalidade dolosa, o que significa
dizer que, para cometer o crime, o agente deve querer o resultado ou assumir o risco de produzi-lo.
5.5 As providencias criminais referentes ao crime de maus-tratos aos animais podem ser adotadas
por qualquer policial militar. Médicos-veterinários e Zootecnistas são profissionais capacitados para
identificar e caracterizar casos de crueldade, abuso e maus-tratos em animais3.
5.6 O REDS do crime de maus-tratos deve ser registrado mesmo que o alvo da infração não possua
tutor/proprietário ou que a autoria do crime não seja identificada 4.

6 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS BÁSICOS EM OCORRÊNCIAS DE ABUSO OU MAUS-


TRATOS CONTRA OS ANIMAIS
6.1 Pelo COPOM/SOU/SOF, além das medidas próprias da atividade de praxe realizadas no
Atendimento e Despacho5, deverá coletar e registrar as seguintes informações:
a) descrição do abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilação;
b) se há instrumentos, armas, armadilhas, emprego de veículos ou outros animais utilizados no
ato;
c) possíveis envolvidos na infração;
d) identificar contra qual animal a conduta de abuso e maus-tratos foi praticada e, dentro do
possível, se o animal é silvestre, doméstico ou domesticado, nativo ou exótico;
e) acionar a Equipe de Policiamento de Meio Ambiente (CPMamb), se possível;
f) não sendo possível o acionamento ou deslocamento de Equipe de Policiamento de Meio
Ambiente de imediato, observar:
se o fato estiver em flagrante e não houver Equipe de Policiamento de Meio Ambiente
disponível, acionar a equipe policial militar da UEOp responsável pela área, para a adoção de
providências criminais;
se o fato não estiver em flagrante, encaminhar o fato para atendimento da Fração de
Policiamento de Meio Ambiente responsável pela área, para adoção das providências

3
Resolução nº 1.236, de 2018 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-
tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas.
4
Os animais são reconhecidos como seres sencientes, sujeitos de direito despersonificados, fazendo jus à tutela jurisdicional
em caso de violação de seus direitos.
5
Instrução n° 3.03.26/2018-CG (Regula as Atividades de Teleatendimento e Despacho em Emergências Policiais na Polícia
Militar de Minas Gerais).
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Macroprocesso: Decorrente do Tipo Penal
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posteriores.
6.2 Pelo policial militar
6.2.1 Medidas preliminares:
a) so, maus-tratos,

b) identificar o autor do fato e demais envolvidos;


c) coletar informações que identifiquem o local do fato, inclusive, se possível, com coordenadas
geográficas;
d) realização de experiência dolorosa ou cruel em
animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos
alternativos6
e) identificar se o animal é cão ou gato, por não ser possível lavratura de TCO;
f) verificar se houve morte do animal7;
g) verificar se houve emprego de instrumentos, armas, armadilhas, veículos ou outros animais
utilizados no ato;
h) caso não seja constatado o crime de maus-tratos aos animais, registrar o fato através de BOS
ATENDIMENTO DE DENÚNCIA DE INFRAÇÕES DE MAUS-
TRATOS A ANIMAIS
6.2.2 Constatado o crime de abuso ou de maus-tratos:
a) isolar o local e acionar perícia. Na impossibilidade do comparecimento, lançar informação em
campo próprio do REDS e os dados do policial civil que informou o não comparecimento;
b) registrar a situação encontrada no local de crime através de fotos e vídeos para a devida
inserção no REDS, que será do tipo Boletim de Ocorrência Ambiental natureza M 30.032
(PRATICAR ATO DE ABUSO, MAUS-TRATOS, FERIR OU MUTILAR ANIMAIS SILVESTRES,
DOMÉSTICOS OU DOMESTICADOS, NATIVOS OU EXÓTICOS);
c) nos casos em que a perícia não comparecer ao local da ocorrência, buscar a juntada de laudo
médico-veterinário (ou de zootecnista) dos animais que sofreram abuso/maus-tratos;
d) na impossibilidade de comparecimento da perícia e da juntada de laudo médico-veterinário (ou
de zootecnista) que fundamente o crime de maus-tratos, o policial militar deverá descrever, no
histórico do REDS, as diligências realizadas e as dificuldades encontradas;
e) especificar, se possível, se o animal é silvestre, doméstico, ou domesticado, nativo ou exótico,

6
§ 1º do art. 32 da Lei nº 9.605/1998 (condutas assemelhadas ao caput do artigo).
7
§ 2º do art. 32 da Lei n. 9.605/1998 (causa especial de aumento de pena).
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bem como verificar se as espécies estão relacionadas nas listas 8 oficiais de risco ou
ameaçadas;
f) apreender produtos, armadilhas, gaiolas, veículos e instrumentos, bem como quaisquer
vestígios que tenham correlação com a prática do crime, observada a cadeia de custódia dos
vestígios coletados;
g) no caso de animal doméstico:
acionar órgão municipal competente ou CBMMG para captura e recolhimento do animal, se for
cabível9;
na impossibilidade do comparecimento de órgão municipal competente ou Corpo de Bombeiros
Militar, em caráter excepcional, a equipe policial militar, após prévia avaliação de risco e
conveniência da ação, fará o recolhimento do animal;
verificar se a equipe policial possui equipamentos suficientes para a contenção, recolhimento e
destinação do animal, bem como a necessidade de solicitar apoio material e pessoal de outros
órgãos ou entidades de proteção ao animal;
fazer a contenção do animal, observando as condições de segurança da equipe policial militar,
de terceiros e do animal;
verificar as condições físicas do animal (ferimentos e agressividade) e, se possível, a devida
assistência médico-veterinária;
realizar o contato e encaminhamento e destinação do animal aprendido para o órgão público
municipal ou entidade competente (centros de zoonoses ou similar), ou para outras entidades
parceiras, que dispuserem de local adequado para o acolhimento;
h) no caso de animal da fauna exótica ou silvestre:
sempre que possível, a destinação deverá ocorrer por policial militar da Fração de Meio
Ambiente;
após prévia avaliação de risco e conveniência da ação, fará o recolhimento do animal e se
necessário, acionar outro órgão para auxiliar na captura e/ou transporte do animal (IBAMA,

8
Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção (Cites), disponível
em: https://cites.org/eng/app/appendices.php;
Deliberação Normativa COPAM n. 147, de 30 de abril de 2010, disponível em: http://www.siam.mg.gov.br/sla/do
wnload.pdf?idNorma =13192;
Portaria do IBAMA n. 444, de 17 de dezembro de 2014, disponível em: https://www.ibama.gov.br/component/legi
slacao/?view=legislacao&forc e=1&legislacao=134520;
Portaria do IBAMA n. 445, de 17 de dezembro de 2014, disponível em: https://www.ibama.gov.br/component/legi
slacao/?view=legislacao&force=1&legislacao=134521.
9
Haverá acionamento de CBMMG nos casos em que houver necessidade de resgate de animal, como por exemplo resgate em
altura ou em espaço confinado, ou quando se tratar de animal peçonhento ou que pelo porte e agressividade, a situação
exigir o manuseio de equipamentos específicos de captura e resgate.
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IEF, CBMMG etc.);


verificar se a equipe policial militar possui equipamentos suficientes para a contenção,
recolhimento e destinação do animal, bem como a necessidade de solicitar apoio material e
pessoal de outros órgãos ou entidades de proteção ao animal;
fazer a contenção do animal, observando as condições de segurança da equipe policial militar,
de terceiros e do animal;
verificar as condições físicas do animal (ferimentos e agressividade) e, se possível, a devida
assistência médico-veterinária;
realizar o contato para encaminhamento do animal apreendido para o órgão público (CETAS)
ou entidade credenciada que dispuser de local adequado e autorização para o acolhimento;
i) caso a localidade não disponha de ambiente público adequado para encaminhamento e
destinação do animal deverá ser designado tutor para a guarda provisória do animal, podendo
ser nomeada pessoa física com capacidade para cuidados ou pessoa jurídica (fundações,
ONG, clínicas veterinárias, faculdades ou entidades assemelhadas), sendo o fato devidamente
justificado e descrito no histórico do REDS;
j) caso a espécie animal seja cão ou gato, sendo constatada a autoria e materialidade de fato
típico e o estado de flagrância, NÃO será possível a lavratura de TCO, devendo os envolvidos
serem conduzidos à Delegacia de Polícia Civil Especializada em Meio Ambiente ou com
responsabilidade pela área do fato. Em nenhuma hipótese o cão ou gato poderá ser confiado
ao autor do crime;
k) caso seja espécie animal diversa de cão ou gato, efetuar a lavratura de TCO pela PMMG;

l) relacionar e qualificar as testemunhas que presenciaram o fato, que detenham informações


sobre o evento ou acompanharam a atuação, bem como a pessoa física ou jurídica designada
como tutora e o responsável pelo recebimento do animal;
m) descrever no histórico do REDS, a situação constatada que caracteriza o crime de maus-tratos,
com o máximo de detalhes possíveis, bem como as demais informações úteis à persecução
criminal;
n) considerando que os fatos que configuram crimes de maus-tratos aos animais podem ensejar
autuações administrativas, é indispensável relacionar no REDS os dados do autor, como:
nome, CPF, endereço de correspondência, contatos telefônicos, e-mail etc;
o) adotar as medidas administrativas decorrentes, conforme previsto na legislação ambiental
vigente;
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p) caso a equipe policial militar responsável pelo atendimento da ocorrência não seja do CPMAmb,
o REDS, também, deverá ser encaminhado à Fração de Policiamento de Meio Ambiente
responsável pela área, para adoção das medidas cabíveis;
q) a soltura de animais silvestres no habitat será feita exclusivamente por policial militar do
CPMAmb, mediante registro de termo próprio.
6.2.3 Encerramento do registro:
a) nos casos passíveis de lavratura do TCO, o encerramento se dará preferencialmente no local
da ocorrência;
b) nos casos envolvendo cães e gatos, o encerramento se dará na Delegacia de Polícia Civil.

7 ATIVIDADES CRÍTICAS
7.1 Identificar se o caso é passível de lavratura de TCO (alvo do crime não é cão ou gato).
7.2 Salvaguardar a segurança dos policiais militares no recolhimento do animal alvo do crime.
7.3 Atestar a existência do abuso ou maus-tratos por meio de perícia técnica ou laudo médico-
veterinário ou de Zootecnista.
7.4 Encaminhar cópia da ocorrência à Fração de Policiamento de Meio Ambiente no caso de
atendimento da ocorrência por equipe policial militar de UEOp com responsabilidade territorial.
7.5 Destinar animal alvo do crime para entidade competente ou tutor.

8 AÇÕES CORRETIVAS
8.1 Capacitar e orientar policiais quanto aos procedimentos operacionais para atendimento de
ocorrências envolvendo crime de abuso e maus-tratos.
8.2 Policiais militares nas funções de comando devem supervisionar a redação dos REDS, quanto à
qualidade e completude da confecção.
8.3 Buscar conhecimento técnico das Frações de Meio Ambiente.

8.4 Solicitar apoio do COPOM no acionamento de perícia técnica, apoio de Médico Veterinário ou
Zootecnista, Corpo de Bombeiros ou Órgão Municipal para apoio no recolhimento de animal e
identificação de entidade para destinação.

9 ERROS A SEREM EVITADOS


9.1 Lavratura de TCO quando o alvo do crime for cão ou gato.
9.2 Destinar cão ou gato como alvo do crime de abuso ou maus-tratos à tutoria do autor do delito
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9.3. Não diligenciar para que haja perícia ou laudo de Médico-Veterinário que ateste o abuso ou
maus-tratos.
9.4 Não descrever a conduta que configurou a situação de maus-tratos de forma detalhada no REDS.
9.5 Não constar no REDS a destinação do animal.
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