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Maus Tratos de Animais
Maus Tratos de Animais
ASSUNTOS NORMATIVOS
ESTADO-MAIOR
Memorando nº 30.001.2/2024-EMPM
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) tem como missão constitucional a polícia ostensiva
de prevenção criminal, de segurança, de trânsito urbano e rodoviário, de florestas e de
mananciais e as atividades relacionadas com a preservação e restauração da ordem pública,
além da garantia do exercício do poder de polícia dos órgãos e entidades públicos,
especialmente das áreas fazendária, sanitária, de proteção ambiental, de uso e ocupação do
solo e de patrimônio cultural.
2Considerando que a Lei nº 14.064/20 alterou o art. 32 da Lei nº 9.605/98, que dispõe sobre
as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.
2 ABREVIATURA E SIGLAS
2.1 BOS - Boletim de Ocorrência Simplificado.
2.2 CBMMG - Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
2.3 CETAS - Centro de Triagem de Animais Silvestres.
2.4 CFMV - Conselho Federal de Medicina Veterinária.
2.5 COPOM - Cento de Operações Policiais Militares.
2.6 CPF - Cadastro de Pessoa Física.
2.7 CPMAmb - Comando de Policiamento de Meio Ambiente.
2.8 DIAO - Diretriz Integrada de Ações e Operações.
2.9 IBAMA - Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Naturais.
2.10 IEF - Instituto Estadual de Florestas.
2.11 PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais.
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3 RESULTADOS ESPERADOS
3.1 Padronizar condutas e comportamentos operacionais no atendimento a ocorrências referentes ao
crime de abuso e maus-tratos aos animais.
3.2 Resguardar a proteção aos animais como seres sencientes.
4 RECURSOS NECESSÁRIOS
4.1 Fardamento e equipamento operacional.
4.2 Estação de trabalho para registros policiais.
4.3 Equipamentos para recolhimento e acondicionamento de animais.
5 ASPECTOS CONCEITUAIS
5.1 A prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais é tipificada como crime1.
5.2 Nos casos de maus-tratos, em razão da pena, é possível a lavratura de TCO, exceto quando se
tratar de maus-tratos contra cães e gatos, que em razão da pena, não é cabível a lavratura de TCO.
5.3 São exemplos de atos considerados como maus-tratos contra animais2:
a) privar o animal das suas necessidades básicas;
b) lesar ou agredir o animal, causando-lhe sofrimento, dano físico ou morte, salvo nas situações
admitidas pela legislação vigente;
c) abandonar o animal;
d) obrigar o animal a realizar trabalho excessivo ou superior às suas forças ou submetê-lo a
condições ou tratamentos que resultem em sofrimento;
e) criar, manter ou expor animal em recinto desprovido de segurança, limpeza e desinfecção;
f) utilizar animal em confronto ou luta, entre animais da mesma espécie ou de espécies
diferentes;
g) provocar envenenamento em animal que resulte ou não em morte;
h) deixar de propiciar morte rápida e indolor a animal cuja eutanásia seja necessária e
1
Art. 32 da Lei nº 9.605/1998 (Sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente).
2
Art. 1º da Lei Estadual nº 22.231/2016 (Definição de maus-tratos contra animais no estado de Minas Gerais).
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3
Resolução nº 1.236, de 2018 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-
tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas.
4
Os animais são reconhecidos como seres sencientes, sujeitos de direito despersonificados, fazendo jus à tutela jurisdicional
em caso de violação de seus direitos.
5
Instrução n° 3.03.26/2018-CG (Regula as Atividades de Teleatendimento e Despacho em Emergências Policiais na Polícia
Militar de Minas Gerais).
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posteriores.
6.2 Pelo policial militar
6.2.1 Medidas preliminares:
a) so, maus-tratos,
6
§ 1º do art. 32 da Lei nº 9.605/1998 (condutas assemelhadas ao caput do artigo).
7
§ 2º do art. 32 da Lei n. 9.605/1998 (causa especial de aumento de pena).
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bem como verificar se as espécies estão relacionadas nas listas 8 oficiais de risco ou
ameaçadas;
f) apreender produtos, armadilhas, gaiolas, veículos e instrumentos, bem como quaisquer
vestígios que tenham correlação com a prática do crime, observada a cadeia de custódia dos
vestígios coletados;
g) no caso de animal doméstico:
acionar órgão municipal competente ou CBMMG para captura e recolhimento do animal, se for
cabível9;
na impossibilidade do comparecimento de órgão municipal competente ou Corpo de Bombeiros
Militar, em caráter excepcional, a equipe policial militar, após prévia avaliação de risco e
conveniência da ação, fará o recolhimento do animal;
verificar se a equipe policial possui equipamentos suficientes para a contenção, recolhimento e
destinação do animal, bem como a necessidade de solicitar apoio material e pessoal de outros
órgãos ou entidades de proteção ao animal;
fazer a contenção do animal, observando as condições de segurança da equipe policial militar,
de terceiros e do animal;
verificar as condições físicas do animal (ferimentos e agressividade) e, se possível, a devida
assistência médico-veterinária;
realizar o contato e encaminhamento e destinação do animal aprendido para o órgão público
municipal ou entidade competente (centros de zoonoses ou similar), ou para outras entidades
parceiras, que dispuserem de local adequado para o acolhimento;
h) no caso de animal da fauna exótica ou silvestre:
sempre que possível, a destinação deverá ocorrer por policial militar da Fração de Meio
Ambiente;
após prévia avaliação de risco e conveniência da ação, fará o recolhimento do animal e se
necessário, acionar outro órgão para auxiliar na captura e/ou transporte do animal (IBAMA,
8
Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção (Cites), disponível
em: https://cites.org/eng/app/appendices.php;
Deliberação Normativa COPAM n. 147, de 30 de abril de 2010, disponível em: http://www.siam.mg.gov.br/sla/do
wnload.pdf?idNorma =13192;
Portaria do IBAMA n. 444, de 17 de dezembro de 2014, disponível em: https://www.ibama.gov.br/component/legi
slacao/?view=legislacao&forc e=1&legislacao=134520;
Portaria do IBAMA n. 445, de 17 de dezembro de 2014, disponível em: https://www.ibama.gov.br/component/legi
slacao/?view=legislacao&force=1&legislacao=134521.
9
Haverá acionamento de CBMMG nos casos em que houver necessidade de resgate de animal, como por exemplo resgate em
altura ou em espaço confinado, ou quando se tratar de animal peçonhento ou que pelo porte e agressividade, a situação
exigir o manuseio de equipamentos específicos de captura e resgate.
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p) caso a equipe policial militar responsável pelo atendimento da ocorrência não seja do CPMAmb,
o REDS, também, deverá ser encaminhado à Fração de Policiamento de Meio Ambiente
responsável pela área, para adoção das medidas cabíveis;
q) a soltura de animais silvestres no habitat será feita exclusivamente por policial militar do
CPMAmb, mediante registro de termo próprio.
6.2.3 Encerramento do registro:
a) nos casos passíveis de lavratura do TCO, o encerramento se dará preferencialmente no local
da ocorrência;
b) nos casos envolvendo cães e gatos, o encerramento se dará na Delegacia de Polícia Civil.
7 ATIVIDADES CRÍTICAS
7.1 Identificar se o caso é passível de lavratura de TCO (alvo do crime não é cão ou gato).
7.2 Salvaguardar a segurança dos policiais militares no recolhimento do animal alvo do crime.
7.3 Atestar a existência do abuso ou maus-tratos por meio de perícia técnica ou laudo médico-
veterinário ou de Zootecnista.
7.4 Encaminhar cópia da ocorrência à Fração de Policiamento de Meio Ambiente no caso de
atendimento da ocorrência por equipe policial militar de UEOp com responsabilidade territorial.
7.5 Destinar animal alvo do crime para entidade competente ou tutor.
8 AÇÕES CORRETIVAS
8.1 Capacitar e orientar policiais quanto aos procedimentos operacionais para atendimento de
ocorrências envolvendo crime de abuso e maus-tratos.
8.2 Policiais militares nas funções de comando devem supervisionar a redação dos REDS, quanto à
qualidade e completude da confecção.
8.3 Buscar conhecimento técnico das Frações de Meio Ambiente.
8.4 Solicitar apoio do COPOM no acionamento de perícia técnica, apoio de Médico Veterinário ou
Zootecnista, Corpo de Bombeiros ou Órgão Municipal para apoio no recolhimento de animal e
identificação de entidade para destinação.
9.3. Não diligenciar para que haja perícia ou laudo de Médico-Veterinário que ateste o abuso ou
maus-tratos.
9.4 Não descrever a conduta que configurou a situação de maus-tratos de forma detalhada no REDS.
9.5 Não constar no REDS a destinação do animal.
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