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Bom dia e um beijo virtual para todos e todas que nos assistem

online e os que assistiram posteriormente.

Parafaseando eclesistes 3 e acolhendo uma frase do meu


amigo Gillis

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o


propósito debaixo do céu: Há tempo para home office e
tempo para home church.

Hoje é um dia atípico em muitas comunidades de fé.

Pelo menos as que romperam o cordão da insensatez.

Nossa comunidade de fé assim como outras optaram pela


celebração virtual, conforme as orientações das autoridades
de saúde para evitar aglomerações.

Ressaltamos a necessidade de se observar cuidadosamente


as medidas de prevenção do contágio.

Hoje não darei continuidade a exposição de 2 co

Quero refletir o que estamos vivendo nos últimos dias em


forma de uma pastoral.
Dormimos em um mundo e acordamos em outro.

De repente a Disney não tem mais magia.

Paris já não é mais romântica.

E mesmo quem tem boca não pode ir a Roma.

Em NY todos dormem.

E a muralha da China não é uma fortaleza.

De repente abraços e beijos tornaram-se armas.

E não visitar pais e avós tornou-se um ato de amor.

De repente, descobrimos que poder não tem tanto valor.

E dinheiro não tem tanto poder…


Esse pequeno texto de autor desconhecido, retrata com
fidelidade nosso momento.

No contexto Eclesiástico não é diferente:

 Celebração sem pessoas!


 Igrejas 100% digitais
 Novas agendas

Como comunidade de fé precisamos responder uma pergunta.

Como ser igreja agora?

A grande indagação que essa crise traz é, O QUE DE FATO é


SER IGREJA?

Estou vendo uma grande movimentação nas igrejas focando a


transmissão on-line aos cultos.

Passando essa crise a reflexão não pode ser,os cultos onlines


foram sensacionais, não!
Mas,

durante esse período de crise toda semana um pastor ou um


irmão ou irmã ligou para mim para saber da minha situação.

Essa crise é oportuna para enfatizar que a igreja do Cristo


ressurreto é uma comunidade de discípulos em INTERAÇÃO E
MISSÃO NO MUNDO!

Teremos de resgatar muitas práticas que perdemos nessa


chamada modernidade tardia.

Por exemplo uma delas é o contato pessoal por telefone, não


mensagens de zap.

O contato mais íntimo que vamos ter nos próximos dias e


semanas e meses vai ser a oportunidade de ouvir a voz do
outro.

Pessoas isoladas vão precisar ouvir voz uma das outras.

VOLTAREMOS a usar os celulares para fazer telefonemas, o


que estava em extinção.

Dialogar
1. Ficar em casa passando das conexões às relações.

Estamos em plena superexposição digital e midiática, correndo o


risco do colapso da nossa capacidade de escolher e discernir.

Pessoalmente ou usando o digital, quanto deste tempo estamos


ocupando para estar com os outros, em vez de estar com outras
coisas?

2. Ficar em casa para habitar o lar, em vez de iniciar incêndios

Neste tempo de grande apreensão e de incerteza, todos temos a


tentação de nos lamentar, de ser contra alguém ou alguma coisa,
de agredir ou atacar.

As redes Sociais nos permite facilmente expressar cismo, raiva e


vingança.

Queremos criar um espaço virtual para dar a nossa opinião, fazer


ouvir que existimos e que temos uma posição e, para que ela se
diferencie das outras, nos acotovelamos para impô-la, ao custo de
sermos polêmicos, radicais, extremos.
A mansidão, por sua vez, é benevolência instintiva, gentileza
espontânea que não busca a opressão; pelo contrário, dá espaço
ao outro para que se possa crescer na verdade.

A mansidão é o que torna a casa um lar, e a rede, um espaço não


hostil.

3. Ficar em casa porque somos frágeis, e a fragilidade é o


lugar onde Cristo nos encontra.

Na pandemia, constatamos a nossa fragilidade, uma fragilidade à


qual não estamos acostumados e que nos assusta.

De algum modo, a cultura digital nos fez pensar que poderíamos ter
tudo, estar por toda a parte e fazer qualquer coisa.

Uma pseudo onipotência.

De repente, estamos selados pela nossa fragilidade criatural à qual


a tecnologia parece não poder responder.

Podemos evocar um mundo através de uma tela, e o mundo,


através dessa mesma tela, pode desembarcar na nossa casa.
No entanto, a realidade da nossa carne diz que não podemos
abraçar um pai idoso, um neto, um namorado do outro lado da rua.

A tecnologia que promete onipotência hoje só pode parar diante do


fato de que não somos onipotentes.

Somos frágeis, contagiáveis, mortais.

Somente nos reconhecendo como criaturas é que podemos nos


abrir ao amor do Criador.

4. Ficar em casa RECOLHIDO e NÃO EXCLUIDO


SOCIALMENTE.

O hikikÓmori é uma pessoa que escolheu a exclusão social, viver


trancado em um quarto perenemente online, desligando a tomada
da vida e ligando a tomada de um mundo imaterial a se navegar e
sem ser tocado realmente pela existência.

O coronavírus não nos torna associais, mas sim


diferentemente sociais.

As circunstâncias nos dão a mesma oportunidade: não fiquemos


fechados em casa acabando por nos fechar ao mundo e a Deus.

O vírus não é um instrumento para se aceitar o isolamento; pelo


contrário, pode ser o caminho para uma nova e mais forte
socialidade e uma nova e mais forte relação interior, neste momento
mediada também digitalmente de modo saudável e verdadeiro.

5. Ficar em casa, e reaprender a exercitar o Sabat

Seria bom que nesse processo reaprendêssemos a exercitar o


Sabat.

O Sábado é o dia do descanso.

Deixamos de trabalhar para que possamos nos dedicar


exclusivamente a desfrutar do favor, da bondade e da graça do
Eterno.

O Sábado é dia de lembrar que a vida humana se sustenta


absoluta e exclusivamente na generosidade de Deus.

Oportunidade de um período de Sabat a fórceps

"Um dito da revolução de 1968 dizia: 'metrô, trabalho, cama'. Agora


se diz: 'metrô, trabalho, túmulo'. Quer dizer: doenças letais, perda
do sentido de vida", escreve Leonardo Boff, filósofo, teólogo e
escritor.

Há uma discussão pelo mundo afora sobre a “sociedade do


cansaço”. Seu formulador principal, é um coreano que ensina
filosofia em Berlim, Byung-Chul Han, cujo livro com o mesmo título
foi lançado no Brasil (Vozes 2015).
O termo “sociedade do cansaço” indica uma série de epidemias que
marcam a vida contemporânea.

A rotina acelerada do mercado de trabalho, o frenesi do dia a dia, o


acúmulo de compromissos e responsabilidades, a pressão social
alguns elementos.

Ritmo do mundo acelerado

Sempre temos um projeto a mais

De repente precisamos parar

Creio que depois dessa crise o mundo vai diminuir o ritmo

Consequentemente vamos ter que aprender a descansar

Minha geração desaprendeu descansar e a nova geração confundiu


com entretenimento.

Se a minha geração vai ter que reaprender descansar pela


ausência de trabalho.

A nova geração vai ter que aprender descansar pela ausência de


entreterimento.

6. Ficar em casa aprendendo esperança do verbo esperançar.


“É preciso ter esperança”, disse Paulo Freire, “mas ter
esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem
esperança do verbo esperar.

E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera.

Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é


construir, esperançar é não desistir!

Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros


para fazer de outro modo”.

O profeta Jeremias, em suas Lamentações, nos ensinou que


em tempos sombrios devemos trazer à memória o que nos
pode dar esperança.

“Nunca vou esquecer a desgraça, o gosto das cinzas, o veneno que


engoli”, disse o profeta. “Lembro-me de tudo – ah, e como me
lembro! – o sentimento de chegar ao fundo do poço. Mas há outra
coisa que lembro e, ao lembrar, continuo agarrado à esperança: o
amor leal do Eterno não pode ter acabado, seu amor misericordioso
não pode ter secado. Eles são renovados a cada manhã. Como é
grande tua fidelidade! Eu me apego ao Eterno (digo e repito). Ele é
tudo que me restou”.

E você, o que faz para não perder a esperança?


Como recupera a esperança quando sente que chegou ao fundo do
poço?

Para onde olha quando tudo parece estar perdido, quando nada lhe
resta?

Jeremias, o profeta, trazia à memória o amor leal e as misericórdias


de Deus.

E você, do que se lembra quando precisa de forças para continuar


acreditando na possibilidade de um futuro melhor e um mundo
diferente?

Em que você se apega e de que verdades se lembra para continuar


acreditando que vale a pena lutar pela vida e vale a pena viver?

Para onde você olha quando precisa esperançar?

"Se temos esperança, nós temos que ter combatividade.

A igreja é um exército de rebeldes.

Rebeldes contra o sofrimento, contra dor, contra a morte, contra a


maldade."

- [Pr. Ed Rene Kivitz]

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