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1. A Refeição é um ato de memória.

(Lc 22:19)

A Ceia do Senhor pode ser mais que um memorial, mas certamente não é
menos.

Cada vez que participamos, somos lembrados da cruz.

Somos lembrados de que nosso pecado está expiado.

Nós somos livres, perdoados, absolvidos, adotados.

E somos lembrados que a cruz é o nosso modelo.

Somos novamente chamados a servir.

2. A Refeição é um ato de Comunidade. ( 1Co 10:17)

A ceia do Senhor declara a morte de Jesus não apenas no simbolismo do


pão e vinho, mas na comunidade criada pela cruz.

Cristo nos ordenou a tomar pão e vinho porque eles formam uma refeição
que nos une como comunidade.

É por isso que o que está acontecendo em Corinto ofende tanto Paulo.

A refeição de comunhão da igreja revela suas divisões.

De fato, a divisão parece ter sido o alvo de alguns.

Na cultura da época, era comum que banquetes fossem “ocasiões para


ostentação das distancias sociais e até para a humilhação de clientes pelos
ricos, por meio da qualidade e quantidade dos alimentos fornecidos a
diferentes mesas.

Os prósperos de corinto estavam usando a Ceia do Senhor dessa maneira


para destacar sua superioridade social.

Esse tipo de refeição não proclama a morte do Senhor.

Nós proclamamos sua morte comendo juntos como uma comunidade


reconciliada por meio da cruz.

A cruz nos humilha a todos e todas quando vemos a dimensão do pecado, e


a cruz nos exalta a todos quando somos recebidos na família de Deus.

A familia que come unida permanece unida.

3. A Refeição é um ato de dependência. (Lc 4.4)

Toda refeição é um lembrete de nossa dependência, como criaturas, de


Deus, inclusive a comunhão.

Cada bocado é um lembrete de que não somos autosustentáveis.

Podemos não viver só de pão, mas vivemos de pão.

Nós devemos orar:

“Dá-nos diariamente nosso pao do dia-a-dia (Lc11:3)


Mas a comunhão também é um reconhecimento de nossa dependência de
Deus como pecadores.

Vivemos da morte de seu filho.

“O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor.”
(Dt 8.3).

Vivemos da palavra da cruz.

Cada bocado é um lembrete de que não podemos salvar-nos.

Nós comemos o pão, em vez de meramente dizer algumas palavras, para


nos lembrar que dependemos novamente de sua graça a cada dia tanto
quanto dependemos do nosso pão diário.

4. A refeição é um ato de participação. (1 Co 10.16)

Nós nao somos observadores em torno da mesa da Comunhão. Somos


participantes. Fazemos algo. Ingerimos algo.

Se a Ceia do Senhor envolvesse apenas algumas palavras, então seríamos


meros ouvintes, passivamente observando o drama da salvação à distância.

Mas os elementos, pão e vinho nos envolvem.

Essa salvação tornar-se nossa salvação. Objetivamente, nossa salvação não


depende da participação na Ceia do Senhor.
Não é uma refeição magica.

Mas a ceia do Senhor é descrita como “comunhão" ou “participação”.

Através da refeição de comunhão, a salvação torna-se novamente uma


realidade subjetiva para nós.

Representamos nossa união com Cristo, e nele descobrimos que fomos


perdoados, justificados e adotados.

5. A refeição é um ato de formação. (1Co 11:26)

A participação na comunhão forma hábitos.

A ceia do Senhor é um drama no qual somos participantes ativos.

Toda vez que participamos, aprendemos e reaprendemos nosso papel.

Estamos aprendendo os hábitos de uma vida centrada na cruz.

Leithart descreve a ceia como “a encarnação da igreja”.

“Embora a Eucaristia não ignore a mente e a reflexão consciente, o efeito


que ela tem está mais no domínio de adquirir uma habilidade que no domínio
do aprendizado de um novo conjunto de fatos; o efeito é mais uma questão
de “treinamento"que de “instrução".
Na ceia, comemos pão e bebemos vinho juntos com ações de graça não
apenas para mostrar a forma como as coisas realmente deveriam ser, mas
para praticar a forma como as coisas realmente deveriam ser…

Não automaticamente, mas no contexto da instrução bíblica e de uma


robusta vida comunitária, as capacidades e virtudes praticadas na mesa do
Senhor transbordarão até encher toda a igreja com um ethos eucarístico.

Em resumo, a ceia exercita a igreja nos protocolos da vida na presença de


Deus.

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